Este parágrafo explica o que é uma variável, dando exemplos como sexo, classe social e idade. Uma variável é qualquer coisa que pode ser classificada em duas ou mais categorias.
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
O parágrafo
1. O parágrafo
MEDEIROS, J. B. Redação
científica: a prática de fichamentos,
resumos, resenhas. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 1997, p. 204-209.
2. Advertência
Esta apresentação, com circulação
interna e para fins exclusivamente
didáticos, foi elaborada a partir de
seleção de trechos das fontes citadas
na bibliografia, a quem cabem todos os
créditos pelas informações aqui
veiculadas.
3. Definição
O parágrafo define-se como uma unidade do
discurso que tem em vista atingir um objetivo.
Essa unidade apresenta inicialmente uma
frase genérica, básica, denominada tópico
frasal.
A ela são associadas, pelo sentido, outras
secundárias.
Portanto, um parágrafo não comporta uma
ideia-núcleo somente. Ideias diferentes, no
entanto, cabem em parágrafos diferentes.
4. Exigências
São exigências básicas de um
parágrafo: a unidade e a coerência.
A unidade recomenda que ideias afins
permaneçam juntas num mesmo
parágrafo, não importando o tamanho
físico, a extensão do parágrafo.
As ideias dispostas em ordenação
lógica resultam em expressão coerente.
5. Princípio de formação
Introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução: seleção do assunto –
estabelece-se o tópico frasal.
Desenvolvimento: delimitação do assunto,
ou tematização – aprofunda-se o
conhecimento acerca do tema selecionado.
Conclusão: estabelecimento do objetivo –
cria-se um vínculo de sentido entre as
informações elencadas.
6. Parágrafo que explora características
espaciais
“O ano de 1886 vê a afirmação de uma estética
aparecida a partir de 1884 no primeiro Salão dos
Independentes: na oitava e última Exposição dos
Impressionistas – Rua Lafitte, 1, de 15 de maio a
15 de junho – Seurat, cercado de Signac, de
Camille Pissarro e de seu filho Lucien, apresenta,
com efeito, Uma tarde de domingo na Grande-
Jatte (Art. Institute Chicago) que se pode
considerar como o manifesto de uma nova
tendência pictórica, o Neo-Impressionismo”
(Serullaz, 1965, p. 102-103).
7. Parágrafo que explora características
espaciais
O início do parágrafo apoia-se (ancoragem)
numa constatação; verificam-se
determinados fatos. Em seguida,
apresentam-se aspectos espaciais para
expandi-lo, desenvolvê-lo. Aqui, o autor optou
por aspectos espaciais para dar sustentação
a sua opinião: a tela Uma tarde de domingo
“se pode considerar como o manifesto de
uma nova tendência pictórica, o Neo-
Impressionismo”.
8. Parágrafo que explora características
espaciais
“O ano de 1886 vê a afirmação de uma estética
aparecida a partir de 1884 no primeiro Salão dos
Independentes: na oitava e última Exposição dos
Impressionistas – Rua Lafitte, 1, de 15 de maio a
15 de junho – Seurat, cercado de Signac, de
Camille Pissarro e de seu filho Lucien, apresenta,
com efeito, Uma tarde de domingo na Grande-
Jatte (Art. Institute Chicago) que se pode
considerar como o manifesto de uma nova
tendência pictórica, o Neo-Impressionismo”
(Serullaz, 1965, p. 102-103).
9. Parágrafo que explora características
temporais
“A retórica ou arte de bem falar não é muito prestigiada
atualmente. Na sua origem (que remonta ao século V a.C.),
consistia num conjunto de técnicas destinadas a regrar a
organização do discurso, segundo os objetivos a serem
atingidos. Era um meio de chegar ao domínio da
linguagem verbal. Além disso, a abordagem de tais
técnicas levava a estudar a linguagem e seus componentes
e a fazer disso um objeto de ciência. Infelizmente, a
retórica confundiu rapidamente seus fins e seus meios.
Reduziu-se a uma técnica de ornamentação do discurso,
exagerando as sutilezas nas distinções das figuras. ...
10. Parágrafo que explora características
temporais
... Depois de ter sido objeto de ensino prático da linguagem
e da ciência, contribuiu para esclerosar a eloquência e
sufocar o discurso verbal pelas multiplicidade de regras e
figuras: não tardou a apagar-se e a se tornar sinônima de
afetação ou de declamação falsa. Mas, de alguns para cá,
ela vem reconquistando seu lugar de honra. Assim,
reeditam-se na França velhos tratados do século XVIII
(Dumarsais) e do século XIX (Fontanier). Volta-se a
estudar as figuras, sobretudo no domínio poético. Uma
breve descrição dos principais elementos da retórica talvez
nos ajude a compreender as razões de seu renascimento”
(Vanoye, 1985, p. 47).
11. Parágrafo que explora características
temporais
A retórica ou arte de bem falar não é muito prestigiada
atualmente. Na sua origem (que remonta ao século V a.C.),
consistia num conjunto de técnicas destinadas a regrar a
organização do discurso, segundo os objetivos a serem
atingidos. Era um meio de chegar ao domínio da
linguagem verbal. Além disso, a abordagem de tais
técnicas levava a estudar a linguagem e seus componentes
e a fazer disso um objeto de ciência. Infelizmente, a
retórica confundiu rapidamente seus fins e seus meios.
Reduziu-se a uma técnica de ornamentação do discurso,
exagerando as sutilezas nas distinções das figuras. ...
12. Parágrafo que explora características
temporais
... “Depois de ter sido objeto de ensino prático da
linguagem e da ciência, contribuiu para esclerosar a
eloquência e sufocar o discurso verbal pelas multiplicidade
de regras e figuras: não tardou a apagar-se e a se tornar
sinônima de afetação ou de declamação falsa. Mas, de
alguns para cá, ela vem reconquistando seu lugar de honra.
Assim, reeditam-se na França velhos tratados do século
XVIII (Dumarsais) e do século XIX (Fontanier). Volta-se a
estudar as figuras, sobretudo no domínio poético. Uma
breve descrição dos principais elementos da retórica talvez
nos ajude a compreender as razões de seu renascimento”
(Vanoye, 1985, p. 47).
13. Parágrafo que explora apresentação
de contrastes
“A primeira e a mais fundamental diferença que se
apresenta entre as ciências diz respeito às ciências formais,
estudo das ideias, e as ciências factuais, estudo dos fatos.
Entre as primeiras encontram-se a lógica e a matemática
que, não tendo relação com algo encontrado na realidade,
não podem valer-se dos contatos com essa realidade para
convalidar suas fórmulas. Por outro lado, a física e a
sociologia, sendo ciências factuais, referem-se a fatos que
supostamente ocorrem no mundo e, em consequência,
recorrem à observação e à experimentação para comprovar
(ou refutar) suas fórmulas (hipóteses)” (LAKATOS, 1995,
p.25)
14. Parágrafo que explora apresentação
de contrastes
“A primeira e a mais fundamental diferença que se
apresenta entre as ciências diz respeito às ciências formais,
estudo das ideias, e as ciências factuais, estudo dos fatos.
Entre as primeiras encontram-se a lógica e a matemática
que, não tendo relação com algo encontrado na realidade,
não podem valer-se dos contatos com essa realidade para
convalidar suas fórmulas. Por outro lado, a física e a
sociologia, sendo ciências factuais, referem-se a fatos que
supostamente ocorrem no mundo e, em consequência,
recorrem à observação e à experimentação para comprovar
(ou refutar) suas fórmulas (hipóteses)” (LAKATOS, 1995,
p.25)
15. Parágrafo que explora analogia
“A dificuldade de distinguir o necessário do
supérfluo acresce outra, que é a de negar o
supérfluo e ilícito, se nos não negarmos também
em parte no lícito e necessário. Usemos para o
declarar de outros símiles. Quero endireitar uma
vara que está torcida; bastará porventura trazê-la
com moderada força até aquele ponto em que
fique direita? Não, por certo; senão que é
necessário repuxar para a parte contrária, como se
a minha tenção fosse não tirar-lhe o torcimento,
senão trocá-lo por outro. ....
16. Parágrafo que explora analogia
... Quero passar um rio caudaloso de ribeira a ribeira;
bastará meter a proa em direitura da passagem onde
pretendo desembarcar? Não, por certo; senão que é
necessário metê-la muito mais acima, porque a força da
corrente me fará insensivelmente vir descaindo. Pois,
assim também, para uma pessoa endireitar suas más
inclinações, não basta que procure por a natureza em uma
mediania racionável, senão que é necessário puxar para o
extremo contrário, e, para vir a sair com a mortificação ou
negação do ilícito, é necessário emproar mais alto,
abraçando a negação do lícito” (BERNARDES, 1966, p.
135)
17. Parágrafo que explora analogia
“A dificuldade de distinguir o necessário do
supérfluo acresce outra, que é a de negar o
supérfluo e ilícito, se nos não negarmos também
em parte no lícito e necessário. Usemos para o
declarar de outros símiles. Quero endireitar uma
vara que está torcida; bastará porventura trazê-la
com moderada força até aquele ponto em que
fique direita? Não, por certo; senão que é
necessário repuxar para a parte contrária, como se
a minha tenção fosse não tirar-lhe o torcimento,
senão trocá-lo por outro. ....
18. Parágrafo que explora analogia
... Quero passar um rio caudaloso de ribeira a ribeira;
bastará meter a proa em direitura da passagem onde
pretendo desembarcar? Não, por certo; senão que é
necessário metê-la muito mais acima, porque a força da
corrente me fará insensivelmente vir descaindo. Pois,
assim também, para uma pessoa endireitar suas más
inclinações, não basta que procure por a natureza em uma
mediania racionável, senão que é necessário puxar para o
extremo contrário, e, para vir a sair com a mortificação ou
negação do ilícito, é necessário emproar mais alto,
abraçando a negação do lícito” (BERNARDES, 1966, p.
135)
19. Parágrafo que associa causa e
consequência
“A maior parte do que se sabe a respeito da
elaboração de questionários decorre da
experiência. Resulta daí que boa parte do que se
dispõe nesse domínio é constituída por receitas
baseadas no senso comum, sem maior apoio em
provas científicas rigorosas ou teorias. Pode-se, no
entanto, determinar alguns aspectos que devem ser
observados na elaboração dos questionários de
pesquisa. Os mais importantes são esclarecidos a
seguir” (GIL, 1989, p. 126).
20. Parágrafo que associa causa e
consequência
“A maior parte do que se sabe a respeito da
elaboração de questionários decorre da
experiência. Resulta daí que boa parte do que se
dispõe nesse domínio é constituída por receitas
baseadas no senso comum, sem maior apoio em
provas científicas rigorosas ou teorias. Pode-se, no
entanto, determinar alguns aspectos que devem ser
observados na elaboração dos questionários de
pesquisa. Os mais importantes são esclarecidos a
seguir” (GIL, 1989, p. 126).
21. Parágrafo que associa causa e
consequência
“Por neutralidade, as ciências sociais produzem
tendencialmente instrumentos de controle social.
São profundamente desmobilizadoras, por mais
que possam apregoar em teoria o contrário. Sabem
sobretudo como não mudar, a título de mudar. E é
precisamente isso que o poder vigente espera
delas. Nisso são demasiadamente úteis, como
estrategicamente inúteis para os desiguais”
(DEMO, 1989, p. 85)
22. Parágrafo que associa causa e
consequência
“Por neutralidade, as ciências sociais produzem
tendencialmente instrumentos de controle social.
São profundamente desmobilizadoras, por mais
que possam apregoar em teoria o contrário. Sabem
sobretudo como não mudar, a título de mudar. E é
precisamente isso que o poder vigente espera
delas. Nisso são demasiadamente úteis, como
estrategicamente inúteis para os desiguais”
(DEMO, 1989, p. 85)
23. Parágrafo que explora explicitação
“De maneira bastante prática, pode-se dizer que variável é
qualquer coisa que pode ser classificada em duas ou mais
categorias. ‘Sexo’, por exemplo, é uma variável, pois
envolve duas categorias: masculino e feminino. ‘Classe
social’ também é variável, já que envolve diversas
categorias, como alta, média e baixa. Também idade
constitui uma variável, podendo abranger uma quantidade
infinita de valores numéricos. Outros exemplos de
variáveis são: estatura, estado civil, nível de escolaridade,
agressividade, introversão, conservadorismo político, nível
intelectual etc.” (GIL, 1989, p. 61-62).
24. Parágrafo que explora explicitação
“De maneira bastante prática, pode-se dizer que variável é
qualquer coisa que pode ser classificada em duas ou mais
categorias. ‘Sexo’, por exemplo, é uma variável, pois
envolve duas categorias: masculino e feminino. ‘Classe
social’ também é variável, já que envolve diversas
categorias, como alta, média e baixa. Também ‘idade’
constitui uma variável, podendo abranger uma quantidade
infinita de valores numéricos. Outros exemplos de
variáveis são: estatura, estado civil, nível de escolaridade,
agressividade, introversão, conservadorismo político, nível
intelectual etc.” (GIL, 1989, p. 61-62).
25. Referências
BERNARDES, M. As mais belas páginas de Bernardes. São
Paulo: Melhoramentos, 1966.
DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 1989.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1989.
LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas,
1995.
MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos,
resumos, resenhas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997, p. 204-209.
MENDONÇA, N. R. S. Desburocratização linguística: como
simplificar textos administrativos. São Paulo: Pioneira, 1987.
SERULLAZ, M. O impressionismo. São Paulo: Difel, 1965.
VANOYE, F. Usos de linguagem: problemas e técnicas na produção
oral e escrita. São Paulo: Martins Fontes, 1985.