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Secretaria de Educação a Distância – SEaD
Curso de Educação Ambiental Lato Sensu
O PROTAGONISMO DOS EDUCANDOS DIANTE DAS
DEMANDAS SOCIOAMBIENTAIS DA ESCOLA:
A EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EMEF MARIA QUITÉRIA
Autora: Daniela Vieira Costa Menezes
Orientação: Prof. Alexandre Macedo Pereira
Picada Café,
2014
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................................................................2
Justificativa e Contextualização........................................................................................3
Objetivos...............................................................................................................................5
Geral..................................................................................................................................5
Específicos.......................................................................................................................5
Problema Motivador............................................................................................................6
Pressupostos Teóricos........................................................................................................7
Metodologia de Ação........................................................................................................13
Cronograma........................................................................................................................17
Recursos.............................................................................................................................17
Recursos Materiais........................................................................................................17
Recursos Humanos.......................................................................................................18
Recursos Financeiros...................................................................................................18
Referências Bibliográficas................................................................................................19
Anexos................................................................................................................................21
2
Resumo
Os projetos de educação ambiental nas escolas de ensino fundamental devem contribuir
para a formação cidadã. Para tanto, a abordagem das questões ambientais devem
envolver também as questões relacionadas ao cotidiano social das comunidades
escolares. Visando à transformação da realidade socioambiental da comunidade escolar
da EMEF Maria Quitéria, localizada no município de Novo Hamburgo, o presente projeto
se preocupa em criar espaços para o protagonismo dos educandos de 4º e 5º anos do
ensino fundamental. A partir da metodologia de ensino pela pesquisa, os educandos
participarão da construção coletiva de projetos de pesquisa diante da realidade
socioambiental da escola, onde deverão integrar elementos que permitam a crítica e a
criação que se iniciam na observação do ambiente escolar em direção ao planejamento
coletivo de ações para a superação de questões identificadas. Utilizando-se de conceitos
provenientes da pedagogia freireana e inserindo-os nos princípios de uma educação
ambiental transformadora, pretende-se valorizar a auto-expressão artística e científica
das aprendizagens construídas ao longo do projeto, disseminando novos princípios de
vida, na busca do equilíbrio socioambiental.
Palavras-Chave: Educação Ambiental Transformadora; Protagonismo dos
Educandos; Ensino pela Pesquisa.
Introdução
Diante de suas necessidades biológicas, os seres humanos desenvolveram
estratégias lógicas e criativas que resultaram em comportamentos e habilidades
revolucionando a relação entre os corpos humanos e o ambiente natural. Dessa
maneira, a necessidade da vida (biológica) se insere nos modos de organização
da sociedade humana (cultura) através de estratégias cognitivas (aprendizagem).
Um educador ambiental precisa conhecer a história da humanidade em sua
relação com a natureza, buscando os pontos criativos que nos direcionam para
modos alternativos à exploração do ambiente pelo homem, assim como a
compreensão crítica sobre o processo de degradação e alternativas para
minimizar o impacto das nossas ações sobre toda a vida que existe ao nosso
redor. Dessa forma, esse profissional deve ressignificar sua própria relação com o
ambiente na medida em que oferece oportunidades de sensibilização, sobre os
impactos da vida urbana diante dos ambientes naturais, aos alunos que estão sob
sua tutela.
Desde a promulgação da Política Nacional da Educação Ambiental, através
da Lei 9795/99, a Educação Ambiental (EA) é uma exigência da legislação
brasileira e envolve o trabalho escolar. Entretanto, as especificidades legais que
exigem a interdisciplinaridade e a formação para a cidadania ainda se configuram
como um desafio para os profissionais educadores ambientais que atuam na
educação formal.
Podemos entender a educação ambiental como:
Práxis social que favorece a interdependência entre o “eu e o outro” em
relações sociais na natureza, estabelecendo processos dialógicos com a
finalidade de emancipar as pessoas e transformar a realidade por meio
de processo reflexivo e politicamente comprometido com a revolução das
subjetividades e práticas na sociedade capitalista (LOUREIRO; COSTA,
2013, p. 16).
Após a universalização do acesso ao ensino fundamental e crescente
permanência dos jovens na escola nessa etapa, chegou o momento em que é
preciso investir para que o tempo dessa permanência proporcione uma formação
cidadã, através de aprendizagens que promovam a leitura do mundo, permitindo
que os alunos se emancipem, ou seja, se libertem de seus condicionamentos em
busca de uma vida autônoma, onde terão condições de escolha.
2
Dessa forma, o conhecimento escolar amplia seu campo de atuação,
expressando-se no cotidiano social dos educandos. No que se refere à EA, tais
aprendizagens estão diretamente conectadas à forma como as novas gerações
se relacionam com a realidade socioambiental na qual estão inseridas.
O processo escolar deve priorizar a aprendizagem dos educandos a partir
das demandas sociais. Diante do caráter transversal da EA, presente na
legislação vigente, as demandas ambientais – e sociais – se incorporaram ao
currículo escolar, permitindo uma reflexão sobre a realidade socioambiental a
partir da observação do ambiente escolar. Para que tal reflexão proporcione uma
ruptura dos padrões que promovem a problemática ambiental nas sociedades
contemporâneas, o educando deve ocupar uma posição de protagonismo no
cenário escolar, posicionando-se como corresponsável pelas transformações de
sua realidade socioambiental.
Portanto, o presente projeto de Educação Ambiental visa a transformação
da realidade socioambiental no qual um grupo de educandos está inserido a partir
da promoção do ensino pela pesquisa, onde os envolvidos ocuparão uma posição
de protagonismo a partir da observação da realidade circundante, utilizando-se da
linguagem artística e científica como ponto de encontro entre a crítica e a criação
para a formação cidadã.
Justificativa e Contextualização
Nos últimos anos, o município de Novo Hamburgo-RS tem contado com um
grupo que procura pensar coletivamente ações para a Educação Ambiental. É o
Coletivo Educador NH, configurando-se como um espaço de formação para as
práticas de EA nas escolas da rede municipal de ensino. O trabalho desse grupo,
com outros setores das comunidades escolares, na I Conferência Municipal de
Educação de Novo Hamburgo, realizada em 2012, possibilitou a construção de
um documento que apresenta 23 princípios e 33 diretrizes para a Educação
Ambiental e Sustentabilidade nas escolas municipais, ali a Educação Ambiental
foi definida como:
A construção de responsabilidades socioambientais entre escola e
comunidade. Abrange a sustentabilidade, a segurança alimentar, os
ecossistemas, a economia local, as espécies, a interação humana, a
energia e as tecnologias sustentáveis. É um processo contínuo de
aprendizagem interdisciplinar em um currículo que valoriza os aspectos
locais, regionais e globais. (Documento final da I Conferência Municipal
de Educação, 2011)
A partir desse documento, as escolas de Novo Hamburgo-RS foram
convidadas a montar um projeto curricular de Educação Ambiental para a
cidadania, envolvendo os diferentes componentes curriculares, para a
organização da hora-atividade do professor titular das turmas de séries iniciais do
ensino fundamental. Nesse contexto, a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Maria Quitéria, localizada no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo-RS, oferece
o projeto VIDAA – Vivências InterDisciplinares Artísticas e Ambientais, visando
articular os componentes curriculares previstos para as séries iniciais do ensino
fundamental que procuram integrar as aprendizagens dos alunos com seus
professores titulares e os princípios de uma vida sustentável.
Uma vez que o aprender está para além da escola, o professor
comprometido com sua função social, deve oferecer aos educandos
oportunidades para que estes desenvolvam aquilo que é necessário para a
dinâmica da vida presente em seus cotidianos e daquela que enfrentarão em uma
realidade socioambiental futura.
Guimarães (2004, p. 31-32), aponta que vivemos em uma “Armadilha
Paradigmática” e nos convida a pensar em um modelo de educação pautado em
Paulo Freire, capaz de promover a ruptura necessária para a transformação.
Pensando em fornecer aos professores participantes do Coletivo Educador NH,
os instrumentos necessários para a construção de projetos transformadores em
suas escolas, é preciso garantir uma formação continuada coerente com tais
princípios, valorizando os seguintes aspectos: vivências coletivas de integração;
construção de um ambiente educativo pautado no movimento do conhecimento;
ação pedagógica que acompanha as inferências da realidade socioambiental;
formação de lideranças dentro dos projetos; construção coletiva e compartilhada
de conhecimento contextualizado; processo educativo para além da escola;
potencialização da aprendizagem um com o outro e um com o ambiente;
valorização da autoestima individual e identidade do grupo; inter e
transdisciplinaridade em diferentes áreas do saber; articulação entre afetividade e
4
inteligência; promoção de pertencimento local e global.
A partir das reuniões do Coletivo Educador NH, que se configuram como
uma formação continuada para a construção de espaços promotores da educação
ambiental para a cidadania, dentro das escolas municipais de Novo Hamburgo,
encontra-se condições favoráveis para a construção de um projeto que pretende
valorizar a crítica e a criatividade diante da realidade socioambiental escolar.
Portanto, como membro do Coletivo Educador NH, os materiais produzidos pelo
grupo já fazem parte do cotidiano dos educandos da EMEF Maria Quitéria desde
o início do ano letivo de 2014. Um dos materiais presentes nas aulas e na
dinâmica da escola é o banner “Indicadores de Sustentabilidade” (em anexo),
produzido em 2011, que foi apresentado e contextualizado com as turmas
envolvidas no presente projeto.
Objetivos
Geral
Oportunizar, aos educandos do 4º ano e do 5º ano do ensino fundamental,
condições favoráveis para que assumam a posição de protagonismo diante da
problemática socioambiental escolar, promovendo a formação cidadã através de
uma proposta de ensino pela pesquisa integrada à autoexpressão artística e
científica.
Específicos
Criar espaços de observação, reflexão e compreensão da realidade
socioambiental, e sua problemática atual, de maneira interdisciplinar;
Promover a metodologia de ensino pela pesquisa, visando a construção de
uma aprendizagem pautada na leitura de mundo e na autonomia, através do
trabalho colaborativo;
Integrar a linguagem artística e científica para a organização das
aprendizagens dos educandos, visando difundi-las através do exercício da
autoexpressão individual e coletiva.
Problema Motivador
Todo o trabalho escolar deve ser organizado para que os educandos
aprendam. Dessa forma, a escola deve estruturar uma pedagogia que os coloque
no cerne do processo educativo. Além disso, o discurso presente na legislação
brasileira defende uma formação para a cidadania, atribuindo à escola a tarefa de
promover a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Porém, nem sempre é o que acontece. Segundo Demo (2001, p. 297), a
LDB 9394/96 “não se preocupou propriamente com a reconstrução do
conhecimento e com a aprendizagem de teor político, mas com absorção
reprodutiva, permanecendo, na prática, uma lei de ensino e não de
aprendizagem”. A necessidade de quantificação da aprendizagem pela escola
homogeniza os alunos, silenciando suas histórias e características próprias. É um
processo que padroniza o conhecimento em saber escolar, distanciando os
alunos de uma aprendizagem onde eles possam relacionar os conteúdos
abordados, identificando e criando respostas para as problemáticas da vida
socioambiental.
O ensino está, portanto, organizado seguindo os pressupostos da era
industrial capitalista. Por isso, “torna-se relevante organizar a educação a partir da
sala de aula, ou da necessidade de aprendizagem dos alunos, colocando padrões
diferentes da hierarquia industrial” (DEMO, 2001, p. 297).
Além disso, a individualização da aprendizagem afasta os alunos de uma
construção coletiva do saber onde “o singular alcança sentido em suas relações
em que o todo é mais do que a simples somatória de singularidades, num
movimento de mútua constituição” (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 16).
Por isso, o presente projeto pretende criar condições para que alunos das
séries iniciais do ensino fundamental possam organizar coletivamente projetos de
aprendizagem que visem à formação cidadã, através de posturas sustentáveis
conscientes e transformadoras, articuladas aos componentes curriculares das
séries iniciais do ensino fundamental, visando aos seguintes questionamentos: A
aprendizagem promovida pela escola permite a construção de uma postura
cidadã? O educando tem sido convidado a assumir a posição de protagonismo
diante dos processos escolares? A posição de protagonista no processo de
6
formação para a sustentabilidade promove uma aprendizagem que aproxima os
alunos dos princípios da cidadania? O ensino pela pesquisa permite esse
protagonismo? A expressão artística, aliada aos conhecimentos científicos,
potencializa a aprendizagem a partir da leitura de mundo e promove a
disseminação da mesma?
Para tanto, os educandos terão contato com vivências artísticas e
científicas variadas que permitirão a observação do ambiente escolar de forma
crítica, diante de suas limitações socioambientais, e criativa, na busca de
soluções coletivas a partir das questões observadas.
Dessa forma, se vivemos numa sociedade onde existem diversos materiais
disponíveis na busca das informações mais variadas possíveis, a escola deve
fazer um movimento para deixar de ser somente um polo disseminador de
conteúdos e cultura para ser também um local de formação para a pesquisa. Para
o educando que vive na sociedade atual, vale mais o desenvolvimento da
capacidade de pensar, ou seja, de observar, relacionar, estruturar, analisar,
justificar, sintetizar, correlacionar... enfim, de pesquisar.
Mesmo que a aprendizagem do educando dependa de um conjunto de
fatores que transbordem a ação pedagógica, a escola é responsável pela
instrumentalização das gerações que passam por ela, contribuindo para a
formação cidadã do indivíduo. Para tanto, quanto mais o ensino proporcionar os
elementos necessários para a formação de um aluno-pesquisador, mais estes
educandos terão condições de atuarem ativamente na construção de uma
aprendizagem que promova a leitura do mundo, começando pelo ambiente que
existe ao seu redor e se expandindo para a comunidade global; que permita a
problematização e libertação dos condicionamentos impostos pela cultura de
exclusão presente na sociedade capitalista; e contribua para a busca de uma vida
autônoma dentro e fora do ambiente escolar.
Nesse sentido, as transformações promovidas dentro da escola ganham
espaço nas práticas socioambientais vividas fora da escola, potencializando o
surgimento de novas relações entre a comunidade e o ambiente no bairro da
escola e no município onde ela está inserida.
Pressupostos Teóricos
As séries iniciais do ensino fundamental têm a tarefa de alfabetizar. Para
Paulo Freire, alfabetizar é mais do que ensinar a relação entre sons e letras. É
preciso oferecer oportunidades para que os educandos “leiam” para além das
palavras, se integrando ao ambiente que pulsa ao seu redor.
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior
leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do
texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das
relações entre o texto e o contexto (FREIRE, 1989, p. 9).
Pois, “a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo,
mas por uma certa forma de 'escrevê-lo' ou de 'reescrevê-lo', quer dizer, de
transformá-lo através da nossa prática consciente” (FREIRE, 1989, p. 13).
Dessa forma, a aprendizagem resultante da inserção dos princípios
freireanos no cotidiano escolar tem um caráter político e, por isso, envolve a
emancipação, a justiça socioambiental, a inter e transdisciplinaridade, através da
crítica e da criação.
A aprendizagem é sempre salto, porque, em vez de repetir a situação, a
reconstrói; esta atividade de reconstrução não é apenas biologicamente
marcada, mas igualmente politicamente contextualizada, porque se trata
de sujeitos históricos capazes de história própria (DEMO, 2001, p. 310).
Para Demo (2001, p. 310), apesar das bases biológicas da aprendizagem,
“não há aprendizagem adequada sem relação autônoma de sujeitos”. Portanto, a
aprendizagem é um processo singular e plural, individual e coletivo, subjetivo e
concreto, de caráter 'reconstrutivo', pois “aprendemos do que já tínhamos
aprendido e conhecemos do que já conhecíamos” (DEMO, 2001, p. 296), onde o
biológico e o político contribuem para a formação do sujeito autônomo.
A educação das novas gerações é a via principal de acesso às
transformações sociais necessárias. Porém, não é qualquer modelo de educação
que se dispõe a iniciar um processo de reflexão, gerando uma prática crítica e
criativa diante das situações do cotidiano, passando por um novo momento de
reflexão, que promove uma nova compreensão do mundo, abrindo caminho para
a transformação do mesmo, pois “o que importa é transformar pela atividade
consciente, pela relação teoria-prática, modificando a materialidade e
8
revolucionando a subjetividade das pessoas” (LOUREIRO, 2003, p. 44).
Precisamos, para tanto, da educação defendida por Paulo Freire. Nesse sentido,
educar é educar para o meio ambiente, pois, tal processo educativo se configura
como “um espaço para a construção de uma cidadania ambiental” (DICKMANN;
CARNEIRO, 2012, p. 95).
Para Loureiro (2007), a emancipação envolve a liberdade através da
eliminação dos limites impostos pela exploração e dominação e a autonomia
expressa em condições de escolha. Portanto, “em um processo que se afirme
emancipatório, as relações sociais se pautam pela igualdade e justiça social, pelo
respeito à diversidade cultural, pela participação e pela auto-gestão” (LOUREIRO,
2007, p. 161). Como seres biológicos e sociais, as relações que estabelecemos
uns com os outros e com o restante da natureza, para a emancipação que faz
parte da EA Transformadora, devem potencializar ideias, sinalizar opções e
consolidar alternativas.
O ser humano deve estabelecer uma relação dialógica entre semelhanças
e estranhamentos com a natureza que o cerca. Portanto, segundo Sá (2005), se
efetiva um pertencimento humano diante do mundo físico ao mesmo tempo em
que há um enraizamento nos universos culturais. Porém “para o ser humano, não
há como ver o mundo senão pela dinâmica da criação cultural” (SÁ, 2005, p. 252).
E a arte, como uma importante linguagem, que faz parte da manifestação cultural,
permite e valoriza a leitura do mundo e as ações humanas diante de seu meio
ambiente.
Freire (2002, p.36) aponta que “a necessária promoção da ingenuidade à
criticidade não pode ou não deve ser feita à distância de uma rigorosa formação
ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas”. Tal
relação permite uma aproximação entre a justiça, como exemplo de um
comprometimento ético da sociedade, e a arte, como a expressão do potencial
estético do ser humano.
Segundo Acselrad (2005), faz parte da justiça ambiental o acesso à
informações ambientais relevantes, assim como a formação cidadã e páticas
democráticas. Uma vez que as múltiplas linguagens artísticas são fortes aliadas à
disseminação da informação e à autoexpressão, para crianças no período escolar
das séries iniciais do ensino fundamental, o uso da linguagem artística integrando
teatro, música, dança, artes plásticas e literatura, criam um ambiente lúdico que
potencializa a leitura de mundo. Assim, temos a arte como caminho para a
formação dos jovens, ressignificando o trabalho em sala de aula.
A presença da arte na formação ambiental de alunos das séries iniciais do
ensino fundamental fortalece o direito de acesso à informação, respeitando as
percepções da faixa etária atendida nessa etapa escolar. Jacobi (2005) aponta a
necessidade da produção de sentidos sobre a Educação Ambiental, onde a
humanidade pode se reapropriar da natureza através de um diálogo entre
saberes. Quando a escola oferece a seus educandos a oportunidade de
observarem o ambiente natural, relacionando-o com os modos de vida humanos,
ressalta-se uma relação de interdependência que se estende dos meios locais ao
global. Nesse sentido, estaríamos formando uma comunidade que terá os
elementos necessários para a participação cidadã na gestão ambiental.
Pois “é preciso que cada um se perceba como agente participativo da
comunidade” (SILVEIRA; HEES, 2013, p. 55), onde o pertencimento se converta
em corresponsabilização no processo de constituição de uma cidadania como
exercício político do educador ambiental, de seus alunos e dos demais membros
de uma comunidade. Em relação à escola, é importante que os educadores
ambientais ofereçam aos alunos a oportunidade de conviverem entre si diante dos
ambientes escolares a partir dos princípios da educação ambiental participativa
que, segundo Silveira e Hees (2013) se configura como as alternativas
encontradas diante de questões socioambientais a partir de um conjunto de
valores, hábitos e ações. Para tanto, o grupo envolvido deve buscar elementos
psicossociais, históricos, culturais, políticos, estéticos e éticos de modo que
possam realizar uma investigação ambiental que vise a mudança de paradigma.
Para que a Educação Ambiental seja transformadora, deve-se
compreender que “um conjunto de práticas transformadoras […] pressupõe
romper com a forma como estamos nos produzindo materialmente em sociedade
e nas relações com a natureza […]” (CRUZ et al, 2012, p. 5). A pesquisa vai ao
encontro da educação ambiental transformadora, pois faz parte da
contínua reflexão das condições de vida […], como parte inerente do
processo social e como elemento indispensável para a promoção de
novas atitudes e relações que estruturam a sociedade (LOUREIRO;
LAYRARGUES, 2013, p. 65).
10
Todo o processo de pesquisa parte da curiosidade sobre o que não se
sabe, abrindo espaço para a construção e reconstrução do saber. Por isso, “como
professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que
me insere na busca, não aprendo nem ensino” (FREIRE, 2002, p. 95). Para tanto,
é preciso legitimar a curiosidade do educando das séries iniciais, direcionando-os
para a organização de seus questionamentos e instrumentalizando-os para a
prática da pesquisa em seus cotidianos.
A formação para a cidadania deve valorizar uma postura investigativa, pois
“a curiosidade nos faz querer conhecer o mundo, refletir sobre ele e compreendê-
lo, para então poder transformá-lo” (CRUZ et al, 2012, p. 10). Abre-se, assim,
espaço para um ensino pela pesquisa, dentro de projetos que insiram a
sustentabilidade socioambiental como agente integrador do currículo. Tal
metodologia de ensino permite que os conteúdos sejam abordados de forma inter
e transdisciplinar.
A Educação Ambiental deve, portanto, conciliar a natureza e a cultura, em
processos inter e transdisciplinares, pois:
O pensamento ecológico surge como a necessidade de um
conhecimento que satisfaça os vínculos, busque as interações e
implicações mútuas, os fenômenos multidimensionados, as realidades
solidárias e conflituosas, que respeite a diversidade do todo,
reconhecendo as partes e suas injunções (SATO; PASSOS, 2003, p. 13).
Uma abordagem interdisciplinar pode valorizar a autonomia, a capacidade
de convivência, a tolerância e o acolhimento das diferenças, pois os alunos
devem “superar a compartimentação e a fragmentação do saber” (LOUREIRO;
COSTA, 2013, p. 5), integrando suas aprendizagens em um movimento coletivo
de reconstrução do saber, uma vez que:
A interdisciplinaridade, enquanto pressuposto da EA, […] constitui-se
numa prática intersubjetiva que associa conhecimentos científicos e não-
científicos relacionando o intuitivo, o cognitivo e o sensorial, buscando a
construção de objetos de conhecimentos que se abram para novas
concepções e compreensões do mundo para a constituição do sujeito
integral (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 14).
Dessa forma, é possível estabelecer uma relação direta entre o estudo
contextualizado das produções científicas que explicam os fenômenos
observados na escola e em seu entorno, ampliando a consciência das
contribuições individuais e coletivas dos alunos para a divulgação da problemática
observada, base para a construção de novas posturas e consequente
transformação da realidade socioambiental observada anteriormente.
Na escola, a EA deve estar pautada em projetos que permitam uma
relação dialética com o conhecimento e a comunicação dialógica entre
educandos, pois:
para o MEC (1996) a interdisciplinaridade ocorre num nível
epistemológico, enquanto a transversalidade ocorre num nível didático.
Na nossa concepção, todavia, são duas dimensões inseparáveis e
intrinsecamente conectadas entre si. O diálogo entre os diversos saberes
está além dos níveis epistemológicos ou metodológicos, ancorando-se
em campos ideológicos temporais e espaciais bastante complexos. Mais
ainda, ele ultrapassa as relações de tempo e espaço, possibilitando uma
comunicação em rede, um diálogo que se abre na perspectiva de romper
com fronteiras do conhecimento (SATO; PASSOS, 2003, p. 18).
Além disso, é na relação entre o conhecimento, o meio ambiente e o processo
educativo que “construirmos a nós mesmos na medida em que construímos o
mundo” (SATO; PASSOS, 2003, p. 16). Já “a transdisciplinaridade ocorre quando
cessa a pedagogia escolar e os conhecimentos construídos passam a ser
aplicados para a reconstrução das sociedades” (SATO; PASSOS, 2003, p. 17).
A partir da convivência entre indivíduos com níveis de compreensão
diferentes dos fenômenos sociais e naturais existentes, os envolvidos
potencializam suas aprendizagens. Por um lado, aquele que apresenta um
pensamento organizado e bem construído pode auxiliar aqueles que estão em
processo enquanto reorganiza e testa seus conhecimentos e, por outro lado,
aqueles que têm dúvidas ou dificuldades em compreender determinado conceito
podem desenvolver a habilidade de organizar suas dúvidas através do diálogo,
enquanto adiciona novas informações às suas aprendizagens.
Assim, como a aprendizagem depende, também, da construção de
relações entre os diferentes conteúdos exigidos pelo currículo escolar, a
superação das fronteiras entre as diferentes áreas do conhecimento é
fundamental para uma aprendizagem mais significativa para todos os envolvidos.
Partindo de objetivos curriculares, o planejamento do professor deve organizar os
conteúdos para serem apresentados de forma prazerosa e coerente, buscando
uma avaliação constante tanto dos educandos quanto deles próprios.
Para tanto é preciso superarmos alguns paradigmas pedagógicos, em
12
busca de uma metodologia de trabalho interdisciplinar, que valorize a formação de
um educando-pesquisador. A compreensão, por parte do professor, de que a
aprendizagem não tem um tempo definido, de que os alunos devem aprender a
pesquisar, de que o conhecimento se movimenta entre o individual e o coletivo e
de que o aprendizado envolve o emocional e o racional, permite uma prática
pedagógica que vise integrar conteúdos, superando uma concepção fragmentária
do conhecimento, num processo de ensino-pesquisa que contribui para colocar o
ensino-aprendizagem num contexto transdisciplinar (SATO; PASSOS, 2003, p.
17), ou seja, na vida para além da escola. Dessa forma, as aprendizagens
escolares passam a contribuir para as transformações da sociedade.
Metodologia de Ação
Diante da realidade encontrada nas sociedades contemporâneas,
onde:
A violência sinaliza para a perda da afetividade, do amor, da
capacidade de se relacionar do um com o outro (social), do um
com o mundo (ambiental), detonando a crise socioambiental que é
de um modelo de sociedade e seus paradigmas; uma crise
civilizatória (GUIMARÃES, 2004, p. 26).
É preciso encontrar alternativas para a realização das transformações que
gerem um modelo de sociedade humanizada, comprometida com o meio
ambiente. Para tanto, é preciso organizar uma nova forma de ser e estar no
mundo, através da conscientização dos nossos condicionamentos, visando à
libertação.
Segundo Damiani (2008), na colaboração, um grupo se envolve diante de
objetivos comuns, que exigem a negociação constante num processo de
corresponsabilidade que envolve a produção de uma atividade que vise a um fim
comum. No presente projeto, o princípio colaborativo será defendido, valorizando
a organização dos alunos envolvidos na construção coletiva de projetos de
pesquisa para a sustentabilidade socioambiental, diante da observação do
ambiente escolar.
Uma vez que “ser interdisciplinar é reconhecer-se dentro de um processo
em construção pautado pela problematização da disciplina e seus objetos
específicos de pesquisa e dessa com suas interconexões sociais, culturais e
ambientais” (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 17), inserir a problemática ambiental
no cotidiano escolar permite reconstruir a relação dos educandos com os
conhecimentos disciplinares.
Enfatizando que “problemas são questões que nós colocamos diante de
certas condições, relações, apropriações e usos, e se vinculam à capacidade
linguística de significar, representar fazer juízo de valor (senso ético)”
(LOUREIRO; LAYRARGUES, 2013, p. 59), a metodologia de pesquisa proposta
para este projeto se baseia na observação crítica do ambiente escolar e da
reflexão sobre as injunções socioambientais às quais a escola está submetida, de
modo que as turmas possam iniciar um processo colaborativo de construção do
conhecimento a partir da organização dos questionamentos que surgirem.
Cada turma vai escolher um aspecto a ser observado na escola, pensando
em como pode contribuir para tornar o espaço escolar mais sustentável. A partir
das observações, os educandos vão construir planos de ação visando à
superação das problemáticas identificadas, pois “toda estratégia grupal deve
verificar as necessidades e as realidades locais, inseridas em contextos múltiplos
que se circunscrevem em cada ação” (SATO; PASSOS, 2003, p. 21). Será
necessário apresentar as etapas e procedimentos da pesquisa, enfatizando
temática, objetivos, planejamento das ações e organização dos resultados
obtidos.
As aprendizagens de cada turma serão socializadas num seminário de
educação ambiental escolar e serão desdobradas com a criação de uma
expressão artística que contemple a aprendizagem da turma durante o projeto.
Para finalizar, cada turma apresentará sua produção artística para a comunidade
escolar numa mostra de arte ecológica.
O presente projeto esta organizado em etapas progressivas e relacionadas.
Cada turma vai, inicialmente, observar o ambiente escolar de forma crítica,
procurando refletir sobre questões de cunho socioambientais ali presentes. Nessa
etapa, os educandos serão convidados a analisar os modos de vida e de
produção que proporcionam os padrões de consumo e seus impactos no
ambiente, reconhecendo-se como parte da problemática ambiental ali presente.
14
Os pontos observados serão organizados coletivamente, buscando um registro
sistemático em tabelas, gráficos e listas. O material produzido por cada turma
será socializado durante as aulas, permitindo uma visão mais ampla da realidade
socioambiental na escola. Nessa etapa é importante identificar os interesses das
turmas, potencializando suas observações com informações e iniciando uma
seleção de questões a serem aprofundadas na etapa posterior.
Em seguida as turmas deverão decidir a temática de seus projetos,
elaborando registros das etapas de pesquisa. A escrita do projeto de
aprendizagem das turmas deve apresentar alguma problemática socioambiental
percebida pela turma na etapa anterior, apontando uma reflexão sobre sua
origem, fatores relacionados e possibilidades criativas de superação. Para tanto, a
metodologia de pesquisa científica será apresentada e os educandos trabalharão
em grupos menores para a construção coletiva do título, da justificativa, dos
objetivos e da metodologia que farão parte do projeto da turma. Esse projeto
inicial será apresentado aos professores titulares das turmas, para conhecimento,
e à equipe diretiva da escola, que deverá analisar o mérito dos mesmos diante do
Projeto Político Pedagógico da escola.
Com a aprovação da equipe diretiva, os alunos iniciarão uma pesquisa
bibliográfica e coleta de dados para fundamentar suas propostas e direcionar
suas ações, construir hipóteses e auxiliar na seleção de materiais para uma
pesquisa posterior mais aprofundada. Essa etapa está pautada na formulação de
perguntas e construção coletiva de respostas. Para complementar as pesquisas
serão apresentados diversos instrumentos que poderão ser usados de acordo
com a temática e objetivos da turma como: questionários, entrevistas,
experimentos, observações, entre outros.
Após a coleta de dados, os educandos terão a tarefa de organizar suas
aprendizagens iniciais, refletindo sobre as informações levantadas na pesquisa
e suas implicações diante da problemática abordada no projeto da turma e seu
potencial para a transformação da realidade socioambiental a partir da construção
de novas relações no ambiente escolar.
Para que a comunidade escolar conheça as produções das turmas, a etapa
seguinte será organizar um Seminário de Educação Ambiental Escolar, onde
cada turma vai apresentar para a comunidade escolar o que foi produzido até o
momento. O evento poderá contar com parcerias e atividades voltadas para a
comunidade, mas o principal objetivo será promover trocas entre as turmas,
possibilitando o enriquecimento dos projetos apresentados. Para tanto, será
montada uma banca, composta por membros da comunidade escolar e
convidados, que terá a função de emitir um parecer sobre cada projeto, buscando
complementar o trabalho realizado para a próxima etapa.
Com o feedback recebido no Seminário de Educação Ambiental, as turmas
terão a tarefa de transformar suas aprendizagens em produções artísticas.
Misturando as linguagens artísticas – com teatro, dança, música, poesia e artes
plásticas –, as turmas deverão articular os talentos e esforços para disseminarem
os princípios da educação ambiental transformadora através da arte.
Para finalizar, é importante um momento de confraternização e alegria,
envolvendo os princípios defendidos ao longo das atividades propostas. Através
da Mostra de Vivências Artístico-Ambientais, as turmas poderão socializar
suas produções e fazer o fechamento de um ciclo de trocas e aprendizagens.
O acompanhamento sistemático das experiências citadas será realizado
através de um diário de campo coletivo, debates e da divulgação parcial das
aprendizagens no blog do Projeto VIDAA
<sustentabilidadedasaladeaula.blogspot.com>. Também haverá espaço para
socialização das descobertas e produções dos alunos, através dos eventos para a
comunidade escolar que acompanham o calendário da escola. Dessa forma será
possível analisar de que maneira um projeto curricular pautado na metodologia de
ensino pela pesquisa diante da realidade socioambiental, integrando ciência e
arte, pode promover uma formação cidadã para alunos das séries iniciais do
ensino fundamental.
Porém, o universo de quase 350 educandos, distribuídos em 12 turmas do
1º ao 5º ano do ensino fundamental é muito amplo para organizar os dados no
tempo previsto para o presente projeto e os educandos entre o 1º e 3º ano ainda
estão em processo de alfabetização. Dessa forma, será realizado
acompanhamento e análise da construção e aplicação de projetos de
aprendizagem de 05 (cinco) turmas de 4º e 5º anos do ensino fundamental, pois
os alunos atendidos nas turmas escolhidas finalizaram o processo de
alfabetização e letramento, permitindo o aprofundamento da escrita e da leitura a
16
partir da metodologia de ensino pela pesquisa.
Cronograma
Cronograma
Etapas Ago Set Out Nov Dez
Organização das observações das turmas X
Escrita do projeto de aprendizagem das turmas X
Pesquisa bibliográfica e levantamento de dados X
Tratamento de dados das turmas X X
Seminário de Educação Ambiental Escolar X
Ensaios e construções das produções das turmas X X
Mostra de Vivências Artístico-Ambientais X
Pesquisa bibliográfica complementar X
Escrita do Relatório Final X
Recursos
Como o Projeto VIDAA faz parte da rotina da EMEF Maria Quitéria,
contemplando as exigências da Secretaria Municipal de Educação de Novo
Hamburgo, serão utilizados todos os recursos disponíveis na escola e na Rede
Municipal de Ensino de Novo Hamburgo para a realização das etapas previstas
para as análises aqui apresentadas.
Recursos Materiais
A Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo conta com uma assessoria
pedagógica na área da EA que auxilia o trabalho escolar, oferecendo apoio
técnico para o desenvolvimento de atividades voltadas ao cuidado com o meio
ambiente dentro da escola. Também teremos acesso a espaços pedagógicos que
permitem o contato com práticas sustentáveis inspiradoras, como o Parcão e o
Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet, que permitem acesso a materiais de
pesquisa, trilhas ecológicas, palestras e oficinas temáticas.
A referida escola possui um Projeto de Educação Ambiental Escolar que foi
financiado pelo Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUNDEMA, no
ano de 2013, e que proporcionou para a escola um conjunto de equipamentos e
materiais que se incorporaram à dinâmica escolar e que estão à disposição para
esta continuidade do trabalho já realizado na escola na área da Educação
Ambiental, através do Projeto VIDAA.
Na EMEF Maria Quitéria existe uma estrutura para a separação de
resíduos adequada, com lixeiras coloridas e composteira. Também foi montado
um laboratório móvel para experiências com reciclagem artesanal de papel e
espaço para separação de resíduos secos para a reutilização. Além disso,
contaremos com os materiais e serviços de escritório como folhas, impressões,
internet, entre outros.
Também faz parte das pretensões desse projeto envolver as famílias dos
educandos, seja na participação em pesquisas temáticas ou no acompanhamento
das práticas desenvolvidas na escola. Dessa forma, contaremos também com a
doação de materiais por parte das famílias dos participantes.
Recursos Humanos
Além dos educandos, o presente projeto contará também com a
participação dos professores titulares das turmas, acompanhando as produções
das turmas. A equipe diretiva acompanhará o projeto, auxiliando na logística
necessária para saídas de campo ou organização dos espaços da escola. E as
famílias serão envolvidas nas pesquisas, valorizando o saber popular e as
práticas socioambientais da comunidade escolar.
Contaremos, também, com o apoio da equipe de gerência da Educação
Ambiental da Secretaria de Educação de Novo Hamburgo, para apoio técnico, e
parecerias com empresas e instituições.
Recursos Financeiros
Os recursos materiais apresentados anteriormente são financiados com
recursos públicos, pois o projeto conta com o apoio da direção da escola. Os pais
18
serão convidados a contribuir de acordo com o andamento do planejamento das
turmas, além de financiamento próprio para aquisições necessárias visando o
bom andamento do projeto.
Referências Bibliográficas
ACSELRAD, Henri. Justiça Ambiental In: Encontro e caminhos: formação de
educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. 2005. p. 217 - 228..
Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/encontros.pdf> Acesso
em: 22/05/2014.
CONFERÊNCIA MUNCIPAL DE EDUCAÇÃO. 1., 2012, documento final. Novo
Hamburgo, 2012. Disponível em:
<http://educacao.novohamburgo.rs.gov.br/uploads/parent_folder/fcbcdaefdbbf432
564400/cceedbcbedaaf1262701155/bddbaacf872261693.pdf>. Acesso em:
16/01/2013.
CRUZ, R. et al. Paulo Freire, um Educador Ambiental: apontamento críticos
sobre a educação ambiental a partir do pensamento freireano. DELOS – Revista
Desarrollo Local Sostemble. Grupo Eurned.net y Red Academica Iberoamericana
Local Global. Vol. 5, nº13. Fevereiro de 2012. Disponível em
<www.eumed.net/rev/delos/13> acesso em 7/02/2014.
DAMIANI, M. F. Entendendo o Trabalho Colaborativo. Curitiba: Ed. UFPR,
2008. Nº 31. p. 213 – 230.
DEMO, P. Conhecimento e aprendizagem: atualidade de Paulo Freire. In: Freire y
la agenda de la educación latinoamericana em el siglo XXI. Buenos Airies:
CLACSO, 2001. Disponível em:
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/gt/20101010034147/12demo.pdf
acessado em 28/06/2014.
DICKMANN, I. & CARNEIRO, S. Paulo Freire e Educação Ambiental:
contribuições a partir da obra Pedagogia da Autonomia. Cuiabá: R. Educ. Públ., v
21, nº 45, p. 87-102, jan/abr 2012.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se
complementam. São Paulo: Cortez, 1989.
_________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
GUIMARÃES, M. Educação Ambiental Crítica. In: BRASIL. Identidades da
Educação Ambiental Brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004.
JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesqui.,
São Paulo, n. 118, mar. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0100-15742003000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em
22/05/2014.
LOUREIRO, C. F. Premissas Teóricas para uma Educação Ambiental
Transformadora. Revista Ambiente e Educação, Rio Grande: 2003. Nº 8 – P. 37-
54.
_________. Emancipação. In: BRASIL. Encontros e Caminhos: formação de
educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2007.
_________ & COSTA, C. A. Educação Ambiental Crítica e
Interdisciplinaridade: a contribuição da dialética materialista na
determinação conceitual. NUPEAT-IESA. UFG, v. 3, n. 1, jan-jun, 2013. p. 1-22,
artigo 34.
__________ & LAYRARGUES, P. P. Ecologia política, justiça e educação
ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica. Tra. Educ.
Saúde, Rio de Janeiro, v. 11, p. 53 – 71, jan/abr 2013.
SÁ, Laís Mourão. Pertencimento. In: FERRARO JÚNIOR, Luiz Antonio
(Org.).Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e
Coletivos Educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. p.
245-256. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/og/pog/arqs/encontros.pdf>. Acesso em
22/05/2014.
SATO, M & PASSOS, L. Notas desafinadas do poder do saber: qual é a rima
necessária à educação ambiental? Contrapontos - volume 3 - n. 1 - p. 9-26 -
Itajaí, jan./abr. 2003.
SILVEIRA, Barbara Milene; HESS, Bárbara. A Educação Ambiental como
processo de cidadania participativa. In: MACHADO, Carlos Roberto da Silva;
SANTOS, Caio Floriano dos (Org.). Educação ambiental e mudanças
ambientais globais no estado do Rio Grande do Sul: subsídios ao estudo. Rio
Grande: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Universidade Federal do Rio Grande, 2013. p. 51-62. (Processo formador em
Educação Ambiental a Distância: módulo 5).
20
Anexos
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Educação Ambiental Transformadora

  • 1. Universidade Federal do Rio Grande – FURG Universidade Aberta do Brasil Secretaria de Educação a Distância – SEaD Curso de Educação Ambiental Lato Sensu O PROTAGONISMO DOS EDUCANDOS DIANTE DAS DEMANDAS SOCIOAMBIENTAIS DA ESCOLA: A EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EMEF MARIA QUITÉRIA Autora: Daniela Vieira Costa Menezes Orientação: Prof. Alexandre Macedo Pereira Picada Café, 2014
  • 2. SUMÁRIO Introdução.............................................................................................................................2 Justificativa e Contextualização........................................................................................3 Objetivos...............................................................................................................................5 Geral..................................................................................................................................5 Específicos.......................................................................................................................5 Problema Motivador............................................................................................................6 Pressupostos Teóricos........................................................................................................7 Metodologia de Ação........................................................................................................13 Cronograma........................................................................................................................17 Recursos.............................................................................................................................17 Recursos Materiais........................................................................................................17 Recursos Humanos.......................................................................................................18 Recursos Financeiros...................................................................................................18 Referências Bibliográficas................................................................................................19 Anexos................................................................................................................................21 2
  • 3. Resumo Os projetos de educação ambiental nas escolas de ensino fundamental devem contribuir para a formação cidadã. Para tanto, a abordagem das questões ambientais devem envolver também as questões relacionadas ao cotidiano social das comunidades escolares. Visando à transformação da realidade socioambiental da comunidade escolar da EMEF Maria Quitéria, localizada no município de Novo Hamburgo, o presente projeto se preocupa em criar espaços para o protagonismo dos educandos de 4º e 5º anos do ensino fundamental. A partir da metodologia de ensino pela pesquisa, os educandos participarão da construção coletiva de projetos de pesquisa diante da realidade socioambiental da escola, onde deverão integrar elementos que permitam a crítica e a criação que se iniciam na observação do ambiente escolar em direção ao planejamento coletivo de ações para a superação de questões identificadas. Utilizando-se de conceitos provenientes da pedagogia freireana e inserindo-os nos princípios de uma educação ambiental transformadora, pretende-se valorizar a auto-expressão artística e científica das aprendizagens construídas ao longo do projeto, disseminando novos princípios de vida, na busca do equilíbrio socioambiental. Palavras-Chave: Educação Ambiental Transformadora; Protagonismo dos Educandos; Ensino pela Pesquisa.
  • 4. Introdução Diante de suas necessidades biológicas, os seres humanos desenvolveram estratégias lógicas e criativas que resultaram em comportamentos e habilidades revolucionando a relação entre os corpos humanos e o ambiente natural. Dessa maneira, a necessidade da vida (biológica) se insere nos modos de organização da sociedade humana (cultura) através de estratégias cognitivas (aprendizagem). Um educador ambiental precisa conhecer a história da humanidade em sua relação com a natureza, buscando os pontos criativos que nos direcionam para modos alternativos à exploração do ambiente pelo homem, assim como a compreensão crítica sobre o processo de degradação e alternativas para minimizar o impacto das nossas ações sobre toda a vida que existe ao nosso redor. Dessa forma, esse profissional deve ressignificar sua própria relação com o ambiente na medida em que oferece oportunidades de sensibilização, sobre os impactos da vida urbana diante dos ambientes naturais, aos alunos que estão sob sua tutela. Desde a promulgação da Política Nacional da Educação Ambiental, através da Lei 9795/99, a Educação Ambiental (EA) é uma exigência da legislação brasileira e envolve o trabalho escolar. Entretanto, as especificidades legais que exigem a interdisciplinaridade e a formação para a cidadania ainda se configuram como um desafio para os profissionais educadores ambientais que atuam na educação formal. Podemos entender a educação ambiental como: Práxis social que favorece a interdependência entre o “eu e o outro” em relações sociais na natureza, estabelecendo processos dialógicos com a finalidade de emancipar as pessoas e transformar a realidade por meio de processo reflexivo e politicamente comprometido com a revolução das subjetividades e práticas na sociedade capitalista (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 16). Após a universalização do acesso ao ensino fundamental e crescente permanência dos jovens na escola nessa etapa, chegou o momento em que é preciso investir para que o tempo dessa permanência proporcione uma formação cidadã, através de aprendizagens que promovam a leitura do mundo, permitindo que os alunos se emancipem, ou seja, se libertem de seus condicionamentos em busca de uma vida autônoma, onde terão condições de escolha. 2
  • 5. Dessa forma, o conhecimento escolar amplia seu campo de atuação, expressando-se no cotidiano social dos educandos. No que se refere à EA, tais aprendizagens estão diretamente conectadas à forma como as novas gerações se relacionam com a realidade socioambiental na qual estão inseridas. O processo escolar deve priorizar a aprendizagem dos educandos a partir das demandas sociais. Diante do caráter transversal da EA, presente na legislação vigente, as demandas ambientais – e sociais – se incorporaram ao currículo escolar, permitindo uma reflexão sobre a realidade socioambiental a partir da observação do ambiente escolar. Para que tal reflexão proporcione uma ruptura dos padrões que promovem a problemática ambiental nas sociedades contemporâneas, o educando deve ocupar uma posição de protagonismo no cenário escolar, posicionando-se como corresponsável pelas transformações de sua realidade socioambiental. Portanto, o presente projeto de Educação Ambiental visa a transformação da realidade socioambiental no qual um grupo de educandos está inserido a partir da promoção do ensino pela pesquisa, onde os envolvidos ocuparão uma posição de protagonismo a partir da observação da realidade circundante, utilizando-se da linguagem artística e científica como ponto de encontro entre a crítica e a criação para a formação cidadã. Justificativa e Contextualização Nos últimos anos, o município de Novo Hamburgo-RS tem contado com um grupo que procura pensar coletivamente ações para a Educação Ambiental. É o Coletivo Educador NH, configurando-se como um espaço de formação para as práticas de EA nas escolas da rede municipal de ensino. O trabalho desse grupo, com outros setores das comunidades escolares, na I Conferência Municipal de Educação de Novo Hamburgo, realizada em 2012, possibilitou a construção de um documento que apresenta 23 princípios e 33 diretrizes para a Educação Ambiental e Sustentabilidade nas escolas municipais, ali a Educação Ambiental foi definida como: A construção de responsabilidades socioambientais entre escola e
  • 6. comunidade. Abrange a sustentabilidade, a segurança alimentar, os ecossistemas, a economia local, as espécies, a interação humana, a energia e as tecnologias sustentáveis. É um processo contínuo de aprendizagem interdisciplinar em um currículo que valoriza os aspectos locais, regionais e globais. (Documento final da I Conferência Municipal de Educação, 2011) A partir desse documento, as escolas de Novo Hamburgo-RS foram convidadas a montar um projeto curricular de Educação Ambiental para a cidadania, envolvendo os diferentes componentes curriculares, para a organização da hora-atividade do professor titular das turmas de séries iniciais do ensino fundamental. Nesse contexto, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Quitéria, localizada no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo-RS, oferece o projeto VIDAA – Vivências InterDisciplinares Artísticas e Ambientais, visando articular os componentes curriculares previstos para as séries iniciais do ensino fundamental que procuram integrar as aprendizagens dos alunos com seus professores titulares e os princípios de uma vida sustentável. Uma vez que o aprender está para além da escola, o professor comprometido com sua função social, deve oferecer aos educandos oportunidades para que estes desenvolvam aquilo que é necessário para a dinâmica da vida presente em seus cotidianos e daquela que enfrentarão em uma realidade socioambiental futura. Guimarães (2004, p. 31-32), aponta que vivemos em uma “Armadilha Paradigmática” e nos convida a pensar em um modelo de educação pautado em Paulo Freire, capaz de promover a ruptura necessária para a transformação. Pensando em fornecer aos professores participantes do Coletivo Educador NH, os instrumentos necessários para a construção de projetos transformadores em suas escolas, é preciso garantir uma formação continuada coerente com tais princípios, valorizando os seguintes aspectos: vivências coletivas de integração; construção de um ambiente educativo pautado no movimento do conhecimento; ação pedagógica que acompanha as inferências da realidade socioambiental; formação de lideranças dentro dos projetos; construção coletiva e compartilhada de conhecimento contextualizado; processo educativo para além da escola; potencialização da aprendizagem um com o outro e um com o ambiente; valorização da autoestima individual e identidade do grupo; inter e transdisciplinaridade em diferentes áreas do saber; articulação entre afetividade e 4
  • 7. inteligência; promoção de pertencimento local e global. A partir das reuniões do Coletivo Educador NH, que se configuram como uma formação continuada para a construção de espaços promotores da educação ambiental para a cidadania, dentro das escolas municipais de Novo Hamburgo, encontra-se condições favoráveis para a construção de um projeto que pretende valorizar a crítica e a criatividade diante da realidade socioambiental escolar. Portanto, como membro do Coletivo Educador NH, os materiais produzidos pelo grupo já fazem parte do cotidiano dos educandos da EMEF Maria Quitéria desde o início do ano letivo de 2014. Um dos materiais presentes nas aulas e na dinâmica da escola é o banner “Indicadores de Sustentabilidade” (em anexo), produzido em 2011, que foi apresentado e contextualizado com as turmas envolvidas no presente projeto. Objetivos Geral Oportunizar, aos educandos do 4º ano e do 5º ano do ensino fundamental, condições favoráveis para que assumam a posição de protagonismo diante da problemática socioambiental escolar, promovendo a formação cidadã através de uma proposta de ensino pela pesquisa integrada à autoexpressão artística e científica. Específicos Criar espaços de observação, reflexão e compreensão da realidade socioambiental, e sua problemática atual, de maneira interdisciplinar; Promover a metodologia de ensino pela pesquisa, visando a construção de uma aprendizagem pautada na leitura de mundo e na autonomia, através do trabalho colaborativo; Integrar a linguagem artística e científica para a organização das aprendizagens dos educandos, visando difundi-las através do exercício da autoexpressão individual e coletiva.
  • 8. Problema Motivador Todo o trabalho escolar deve ser organizado para que os educandos aprendam. Dessa forma, a escola deve estruturar uma pedagogia que os coloque no cerne do processo educativo. Além disso, o discurso presente na legislação brasileira defende uma formação para a cidadania, atribuindo à escola a tarefa de promover a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Porém, nem sempre é o que acontece. Segundo Demo (2001, p. 297), a LDB 9394/96 “não se preocupou propriamente com a reconstrução do conhecimento e com a aprendizagem de teor político, mas com absorção reprodutiva, permanecendo, na prática, uma lei de ensino e não de aprendizagem”. A necessidade de quantificação da aprendizagem pela escola homogeniza os alunos, silenciando suas histórias e características próprias. É um processo que padroniza o conhecimento em saber escolar, distanciando os alunos de uma aprendizagem onde eles possam relacionar os conteúdos abordados, identificando e criando respostas para as problemáticas da vida socioambiental. O ensino está, portanto, organizado seguindo os pressupostos da era industrial capitalista. Por isso, “torna-se relevante organizar a educação a partir da sala de aula, ou da necessidade de aprendizagem dos alunos, colocando padrões diferentes da hierarquia industrial” (DEMO, 2001, p. 297). Além disso, a individualização da aprendizagem afasta os alunos de uma construção coletiva do saber onde “o singular alcança sentido em suas relações em que o todo é mais do que a simples somatória de singularidades, num movimento de mútua constituição” (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 16). Por isso, o presente projeto pretende criar condições para que alunos das séries iniciais do ensino fundamental possam organizar coletivamente projetos de aprendizagem que visem à formação cidadã, através de posturas sustentáveis conscientes e transformadoras, articuladas aos componentes curriculares das séries iniciais do ensino fundamental, visando aos seguintes questionamentos: A aprendizagem promovida pela escola permite a construção de uma postura cidadã? O educando tem sido convidado a assumir a posição de protagonismo diante dos processos escolares? A posição de protagonista no processo de 6
  • 9. formação para a sustentabilidade promove uma aprendizagem que aproxima os alunos dos princípios da cidadania? O ensino pela pesquisa permite esse protagonismo? A expressão artística, aliada aos conhecimentos científicos, potencializa a aprendizagem a partir da leitura de mundo e promove a disseminação da mesma? Para tanto, os educandos terão contato com vivências artísticas e científicas variadas que permitirão a observação do ambiente escolar de forma crítica, diante de suas limitações socioambientais, e criativa, na busca de soluções coletivas a partir das questões observadas. Dessa forma, se vivemos numa sociedade onde existem diversos materiais disponíveis na busca das informações mais variadas possíveis, a escola deve fazer um movimento para deixar de ser somente um polo disseminador de conteúdos e cultura para ser também um local de formação para a pesquisa. Para o educando que vive na sociedade atual, vale mais o desenvolvimento da capacidade de pensar, ou seja, de observar, relacionar, estruturar, analisar, justificar, sintetizar, correlacionar... enfim, de pesquisar. Mesmo que a aprendizagem do educando dependa de um conjunto de fatores que transbordem a ação pedagógica, a escola é responsável pela instrumentalização das gerações que passam por ela, contribuindo para a formação cidadã do indivíduo. Para tanto, quanto mais o ensino proporcionar os elementos necessários para a formação de um aluno-pesquisador, mais estes educandos terão condições de atuarem ativamente na construção de uma aprendizagem que promova a leitura do mundo, começando pelo ambiente que existe ao seu redor e se expandindo para a comunidade global; que permita a problematização e libertação dos condicionamentos impostos pela cultura de exclusão presente na sociedade capitalista; e contribua para a busca de uma vida autônoma dentro e fora do ambiente escolar. Nesse sentido, as transformações promovidas dentro da escola ganham espaço nas práticas socioambientais vividas fora da escola, potencializando o surgimento de novas relações entre a comunidade e o ambiente no bairro da escola e no município onde ela está inserida.
  • 10. Pressupostos Teóricos As séries iniciais do ensino fundamental têm a tarefa de alfabetizar. Para Paulo Freire, alfabetizar é mais do que ensinar a relação entre sons e letras. É preciso oferecer oportunidades para que os educandos “leiam” para além das palavras, se integrando ao ambiente que pulsa ao seu redor. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto (FREIRE, 1989, p. 9). Pois, “a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de 'escrevê-lo' ou de 'reescrevê-lo', quer dizer, de transformá-lo através da nossa prática consciente” (FREIRE, 1989, p. 13). Dessa forma, a aprendizagem resultante da inserção dos princípios freireanos no cotidiano escolar tem um caráter político e, por isso, envolve a emancipação, a justiça socioambiental, a inter e transdisciplinaridade, através da crítica e da criação. A aprendizagem é sempre salto, porque, em vez de repetir a situação, a reconstrói; esta atividade de reconstrução não é apenas biologicamente marcada, mas igualmente politicamente contextualizada, porque se trata de sujeitos históricos capazes de história própria (DEMO, 2001, p. 310). Para Demo (2001, p. 310), apesar das bases biológicas da aprendizagem, “não há aprendizagem adequada sem relação autônoma de sujeitos”. Portanto, a aprendizagem é um processo singular e plural, individual e coletivo, subjetivo e concreto, de caráter 'reconstrutivo', pois “aprendemos do que já tínhamos aprendido e conhecemos do que já conhecíamos” (DEMO, 2001, p. 296), onde o biológico e o político contribuem para a formação do sujeito autônomo. A educação das novas gerações é a via principal de acesso às transformações sociais necessárias. Porém, não é qualquer modelo de educação que se dispõe a iniciar um processo de reflexão, gerando uma prática crítica e criativa diante das situações do cotidiano, passando por um novo momento de reflexão, que promove uma nova compreensão do mundo, abrindo caminho para a transformação do mesmo, pois “o que importa é transformar pela atividade consciente, pela relação teoria-prática, modificando a materialidade e 8
  • 11. revolucionando a subjetividade das pessoas” (LOUREIRO, 2003, p. 44). Precisamos, para tanto, da educação defendida por Paulo Freire. Nesse sentido, educar é educar para o meio ambiente, pois, tal processo educativo se configura como “um espaço para a construção de uma cidadania ambiental” (DICKMANN; CARNEIRO, 2012, p. 95). Para Loureiro (2007), a emancipação envolve a liberdade através da eliminação dos limites impostos pela exploração e dominação e a autonomia expressa em condições de escolha. Portanto, “em um processo que se afirme emancipatório, as relações sociais se pautam pela igualdade e justiça social, pelo respeito à diversidade cultural, pela participação e pela auto-gestão” (LOUREIRO, 2007, p. 161). Como seres biológicos e sociais, as relações que estabelecemos uns com os outros e com o restante da natureza, para a emancipação que faz parte da EA Transformadora, devem potencializar ideias, sinalizar opções e consolidar alternativas. O ser humano deve estabelecer uma relação dialógica entre semelhanças e estranhamentos com a natureza que o cerca. Portanto, segundo Sá (2005), se efetiva um pertencimento humano diante do mundo físico ao mesmo tempo em que há um enraizamento nos universos culturais. Porém “para o ser humano, não há como ver o mundo senão pela dinâmica da criação cultural” (SÁ, 2005, p. 252). E a arte, como uma importante linguagem, que faz parte da manifestação cultural, permite e valoriza a leitura do mundo e as ações humanas diante de seu meio ambiente. Freire (2002, p.36) aponta que “a necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas”. Tal relação permite uma aproximação entre a justiça, como exemplo de um comprometimento ético da sociedade, e a arte, como a expressão do potencial estético do ser humano. Segundo Acselrad (2005), faz parte da justiça ambiental o acesso à informações ambientais relevantes, assim como a formação cidadã e páticas democráticas. Uma vez que as múltiplas linguagens artísticas são fortes aliadas à disseminação da informação e à autoexpressão, para crianças no período escolar das séries iniciais do ensino fundamental, o uso da linguagem artística integrando
  • 12. teatro, música, dança, artes plásticas e literatura, criam um ambiente lúdico que potencializa a leitura de mundo. Assim, temos a arte como caminho para a formação dos jovens, ressignificando o trabalho em sala de aula. A presença da arte na formação ambiental de alunos das séries iniciais do ensino fundamental fortalece o direito de acesso à informação, respeitando as percepções da faixa etária atendida nessa etapa escolar. Jacobi (2005) aponta a necessidade da produção de sentidos sobre a Educação Ambiental, onde a humanidade pode se reapropriar da natureza através de um diálogo entre saberes. Quando a escola oferece a seus educandos a oportunidade de observarem o ambiente natural, relacionando-o com os modos de vida humanos, ressalta-se uma relação de interdependência que se estende dos meios locais ao global. Nesse sentido, estaríamos formando uma comunidade que terá os elementos necessários para a participação cidadã na gestão ambiental. Pois “é preciso que cada um se perceba como agente participativo da comunidade” (SILVEIRA; HEES, 2013, p. 55), onde o pertencimento se converta em corresponsabilização no processo de constituição de uma cidadania como exercício político do educador ambiental, de seus alunos e dos demais membros de uma comunidade. Em relação à escola, é importante que os educadores ambientais ofereçam aos alunos a oportunidade de conviverem entre si diante dos ambientes escolares a partir dos princípios da educação ambiental participativa que, segundo Silveira e Hees (2013) se configura como as alternativas encontradas diante de questões socioambientais a partir de um conjunto de valores, hábitos e ações. Para tanto, o grupo envolvido deve buscar elementos psicossociais, históricos, culturais, políticos, estéticos e éticos de modo que possam realizar uma investigação ambiental que vise a mudança de paradigma. Para que a Educação Ambiental seja transformadora, deve-se compreender que “um conjunto de práticas transformadoras […] pressupõe romper com a forma como estamos nos produzindo materialmente em sociedade e nas relações com a natureza […]” (CRUZ et al, 2012, p. 5). A pesquisa vai ao encontro da educação ambiental transformadora, pois faz parte da contínua reflexão das condições de vida […], como parte inerente do processo social e como elemento indispensável para a promoção de novas atitudes e relações que estruturam a sociedade (LOUREIRO; LAYRARGUES, 2013, p. 65). 10
  • 13. Todo o processo de pesquisa parte da curiosidade sobre o que não se sabe, abrindo espaço para a construção e reconstrução do saber. Por isso, “como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino” (FREIRE, 2002, p. 95). Para tanto, é preciso legitimar a curiosidade do educando das séries iniciais, direcionando-os para a organização de seus questionamentos e instrumentalizando-os para a prática da pesquisa em seus cotidianos. A formação para a cidadania deve valorizar uma postura investigativa, pois “a curiosidade nos faz querer conhecer o mundo, refletir sobre ele e compreendê- lo, para então poder transformá-lo” (CRUZ et al, 2012, p. 10). Abre-se, assim, espaço para um ensino pela pesquisa, dentro de projetos que insiram a sustentabilidade socioambiental como agente integrador do currículo. Tal metodologia de ensino permite que os conteúdos sejam abordados de forma inter e transdisciplinar. A Educação Ambiental deve, portanto, conciliar a natureza e a cultura, em processos inter e transdisciplinares, pois: O pensamento ecológico surge como a necessidade de um conhecimento que satisfaça os vínculos, busque as interações e implicações mútuas, os fenômenos multidimensionados, as realidades solidárias e conflituosas, que respeite a diversidade do todo, reconhecendo as partes e suas injunções (SATO; PASSOS, 2003, p. 13). Uma abordagem interdisciplinar pode valorizar a autonomia, a capacidade de convivência, a tolerância e o acolhimento das diferenças, pois os alunos devem “superar a compartimentação e a fragmentação do saber” (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 5), integrando suas aprendizagens em um movimento coletivo de reconstrução do saber, uma vez que: A interdisciplinaridade, enquanto pressuposto da EA, […] constitui-se numa prática intersubjetiva que associa conhecimentos científicos e não- científicos relacionando o intuitivo, o cognitivo e o sensorial, buscando a construção de objetos de conhecimentos que se abram para novas concepções e compreensões do mundo para a constituição do sujeito integral (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 14). Dessa forma, é possível estabelecer uma relação direta entre o estudo contextualizado das produções científicas que explicam os fenômenos observados na escola e em seu entorno, ampliando a consciência das
  • 14. contribuições individuais e coletivas dos alunos para a divulgação da problemática observada, base para a construção de novas posturas e consequente transformação da realidade socioambiental observada anteriormente. Na escola, a EA deve estar pautada em projetos que permitam uma relação dialética com o conhecimento e a comunicação dialógica entre educandos, pois: para o MEC (1996) a interdisciplinaridade ocorre num nível epistemológico, enquanto a transversalidade ocorre num nível didático. Na nossa concepção, todavia, são duas dimensões inseparáveis e intrinsecamente conectadas entre si. O diálogo entre os diversos saberes está além dos níveis epistemológicos ou metodológicos, ancorando-se em campos ideológicos temporais e espaciais bastante complexos. Mais ainda, ele ultrapassa as relações de tempo e espaço, possibilitando uma comunicação em rede, um diálogo que se abre na perspectiva de romper com fronteiras do conhecimento (SATO; PASSOS, 2003, p. 18). Além disso, é na relação entre o conhecimento, o meio ambiente e o processo educativo que “construirmos a nós mesmos na medida em que construímos o mundo” (SATO; PASSOS, 2003, p. 16). Já “a transdisciplinaridade ocorre quando cessa a pedagogia escolar e os conhecimentos construídos passam a ser aplicados para a reconstrução das sociedades” (SATO; PASSOS, 2003, p. 17). A partir da convivência entre indivíduos com níveis de compreensão diferentes dos fenômenos sociais e naturais existentes, os envolvidos potencializam suas aprendizagens. Por um lado, aquele que apresenta um pensamento organizado e bem construído pode auxiliar aqueles que estão em processo enquanto reorganiza e testa seus conhecimentos e, por outro lado, aqueles que têm dúvidas ou dificuldades em compreender determinado conceito podem desenvolver a habilidade de organizar suas dúvidas através do diálogo, enquanto adiciona novas informações às suas aprendizagens. Assim, como a aprendizagem depende, também, da construção de relações entre os diferentes conteúdos exigidos pelo currículo escolar, a superação das fronteiras entre as diferentes áreas do conhecimento é fundamental para uma aprendizagem mais significativa para todos os envolvidos. Partindo de objetivos curriculares, o planejamento do professor deve organizar os conteúdos para serem apresentados de forma prazerosa e coerente, buscando uma avaliação constante tanto dos educandos quanto deles próprios. Para tanto é preciso superarmos alguns paradigmas pedagógicos, em 12
  • 15. busca de uma metodologia de trabalho interdisciplinar, que valorize a formação de um educando-pesquisador. A compreensão, por parte do professor, de que a aprendizagem não tem um tempo definido, de que os alunos devem aprender a pesquisar, de que o conhecimento se movimenta entre o individual e o coletivo e de que o aprendizado envolve o emocional e o racional, permite uma prática pedagógica que vise integrar conteúdos, superando uma concepção fragmentária do conhecimento, num processo de ensino-pesquisa que contribui para colocar o ensino-aprendizagem num contexto transdisciplinar (SATO; PASSOS, 2003, p. 17), ou seja, na vida para além da escola. Dessa forma, as aprendizagens escolares passam a contribuir para as transformações da sociedade. Metodologia de Ação Diante da realidade encontrada nas sociedades contemporâneas, onde: A violência sinaliza para a perda da afetividade, do amor, da capacidade de se relacionar do um com o outro (social), do um com o mundo (ambiental), detonando a crise socioambiental que é de um modelo de sociedade e seus paradigmas; uma crise civilizatória (GUIMARÃES, 2004, p. 26). É preciso encontrar alternativas para a realização das transformações que gerem um modelo de sociedade humanizada, comprometida com o meio ambiente. Para tanto, é preciso organizar uma nova forma de ser e estar no mundo, através da conscientização dos nossos condicionamentos, visando à libertação. Segundo Damiani (2008), na colaboração, um grupo se envolve diante de objetivos comuns, que exigem a negociação constante num processo de corresponsabilidade que envolve a produção de uma atividade que vise a um fim comum. No presente projeto, o princípio colaborativo será defendido, valorizando a organização dos alunos envolvidos na construção coletiva de projetos de pesquisa para a sustentabilidade socioambiental, diante da observação do ambiente escolar. Uma vez que “ser interdisciplinar é reconhecer-se dentro de um processo
  • 16. em construção pautado pela problematização da disciplina e seus objetos específicos de pesquisa e dessa com suas interconexões sociais, culturais e ambientais” (LOUREIRO; COSTA, 2013, p. 17), inserir a problemática ambiental no cotidiano escolar permite reconstruir a relação dos educandos com os conhecimentos disciplinares. Enfatizando que “problemas são questões que nós colocamos diante de certas condições, relações, apropriações e usos, e se vinculam à capacidade linguística de significar, representar fazer juízo de valor (senso ético)” (LOUREIRO; LAYRARGUES, 2013, p. 59), a metodologia de pesquisa proposta para este projeto se baseia na observação crítica do ambiente escolar e da reflexão sobre as injunções socioambientais às quais a escola está submetida, de modo que as turmas possam iniciar um processo colaborativo de construção do conhecimento a partir da organização dos questionamentos que surgirem. Cada turma vai escolher um aspecto a ser observado na escola, pensando em como pode contribuir para tornar o espaço escolar mais sustentável. A partir das observações, os educandos vão construir planos de ação visando à superação das problemáticas identificadas, pois “toda estratégia grupal deve verificar as necessidades e as realidades locais, inseridas em contextos múltiplos que se circunscrevem em cada ação” (SATO; PASSOS, 2003, p. 21). Será necessário apresentar as etapas e procedimentos da pesquisa, enfatizando temática, objetivos, planejamento das ações e organização dos resultados obtidos. As aprendizagens de cada turma serão socializadas num seminário de educação ambiental escolar e serão desdobradas com a criação de uma expressão artística que contemple a aprendizagem da turma durante o projeto. Para finalizar, cada turma apresentará sua produção artística para a comunidade escolar numa mostra de arte ecológica. O presente projeto esta organizado em etapas progressivas e relacionadas. Cada turma vai, inicialmente, observar o ambiente escolar de forma crítica, procurando refletir sobre questões de cunho socioambientais ali presentes. Nessa etapa, os educandos serão convidados a analisar os modos de vida e de produção que proporcionam os padrões de consumo e seus impactos no ambiente, reconhecendo-se como parte da problemática ambiental ali presente. 14
  • 17. Os pontos observados serão organizados coletivamente, buscando um registro sistemático em tabelas, gráficos e listas. O material produzido por cada turma será socializado durante as aulas, permitindo uma visão mais ampla da realidade socioambiental na escola. Nessa etapa é importante identificar os interesses das turmas, potencializando suas observações com informações e iniciando uma seleção de questões a serem aprofundadas na etapa posterior. Em seguida as turmas deverão decidir a temática de seus projetos, elaborando registros das etapas de pesquisa. A escrita do projeto de aprendizagem das turmas deve apresentar alguma problemática socioambiental percebida pela turma na etapa anterior, apontando uma reflexão sobre sua origem, fatores relacionados e possibilidades criativas de superação. Para tanto, a metodologia de pesquisa científica será apresentada e os educandos trabalharão em grupos menores para a construção coletiva do título, da justificativa, dos objetivos e da metodologia que farão parte do projeto da turma. Esse projeto inicial será apresentado aos professores titulares das turmas, para conhecimento, e à equipe diretiva da escola, que deverá analisar o mérito dos mesmos diante do Projeto Político Pedagógico da escola. Com a aprovação da equipe diretiva, os alunos iniciarão uma pesquisa bibliográfica e coleta de dados para fundamentar suas propostas e direcionar suas ações, construir hipóteses e auxiliar na seleção de materiais para uma pesquisa posterior mais aprofundada. Essa etapa está pautada na formulação de perguntas e construção coletiva de respostas. Para complementar as pesquisas serão apresentados diversos instrumentos que poderão ser usados de acordo com a temática e objetivos da turma como: questionários, entrevistas, experimentos, observações, entre outros. Após a coleta de dados, os educandos terão a tarefa de organizar suas aprendizagens iniciais, refletindo sobre as informações levantadas na pesquisa e suas implicações diante da problemática abordada no projeto da turma e seu potencial para a transformação da realidade socioambiental a partir da construção de novas relações no ambiente escolar. Para que a comunidade escolar conheça as produções das turmas, a etapa seguinte será organizar um Seminário de Educação Ambiental Escolar, onde cada turma vai apresentar para a comunidade escolar o que foi produzido até o
  • 18. momento. O evento poderá contar com parcerias e atividades voltadas para a comunidade, mas o principal objetivo será promover trocas entre as turmas, possibilitando o enriquecimento dos projetos apresentados. Para tanto, será montada uma banca, composta por membros da comunidade escolar e convidados, que terá a função de emitir um parecer sobre cada projeto, buscando complementar o trabalho realizado para a próxima etapa. Com o feedback recebido no Seminário de Educação Ambiental, as turmas terão a tarefa de transformar suas aprendizagens em produções artísticas. Misturando as linguagens artísticas – com teatro, dança, música, poesia e artes plásticas –, as turmas deverão articular os talentos e esforços para disseminarem os princípios da educação ambiental transformadora através da arte. Para finalizar, é importante um momento de confraternização e alegria, envolvendo os princípios defendidos ao longo das atividades propostas. Através da Mostra de Vivências Artístico-Ambientais, as turmas poderão socializar suas produções e fazer o fechamento de um ciclo de trocas e aprendizagens. O acompanhamento sistemático das experiências citadas será realizado através de um diário de campo coletivo, debates e da divulgação parcial das aprendizagens no blog do Projeto VIDAA <sustentabilidadedasaladeaula.blogspot.com>. Também haverá espaço para socialização das descobertas e produções dos alunos, através dos eventos para a comunidade escolar que acompanham o calendário da escola. Dessa forma será possível analisar de que maneira um projeto curricular pautado na metodologia de ensino pela pesquisa diante da realidade socioambiental, integrando ciência e arte, pode promover uma formação cidadã para alunos das séries iniciais do ensino fundamental. Porém, o universo de quase 350 educandos, distribuídos em 12 turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental é muito amplo para organizar os dados no tempo previsto para o presente projeto e os educandos entre o 1º e 3º ano ainda estão em processo de alfabetização. Dessa forma, será realizado acompanhamento e análise da construção e aplicação de projetos de aprendizagem de 05 (cinco) turmas de 4º e 5º anos do ensino fundamental, pois os alunos atendidos nas turmas escolhidas finalizaram o processo de alfabetização e letramento, permitindo o aprofundamento da escrita e da leitura a 16
  • 19. partir da metodologia de ensino pela pesquisa. Cronograma Cronograma Etapas Ago Set Out Nov Dez Organização das observações das turmas X Escrita do projeto de aprendizagem das turmas X Pesquisa bibliográfica e levantamento de dados X Tratamento de dados das turmas X X Seminário de Educação Ambiental Escolar X Ensaios e construções das produções das turmas X X Mostra de Vivências Artístico-Ambientais X Pesquisa bibliográfica complementar X Escrita do Relatório Final X Recursos Como o Projeto VIDAA faz parte da rotina da EMEF Maria Quitéria, contemplando as exigências da Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo, serão utilizados todos os recursos disponíveis na escola e na Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo para a realização das etapas previstas para as análises aqui apresentadas. Recursos Materiais A Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo conta com uma assessoria pedagógica na área da EA que auxilia o trabalho escolar, oferecendo apoio técnico para o desenvolvimento de atividades voltadas ao cuidado com o meio ambiente dentro da escola. Também teremos acesso a espaços pedagógicos que permitem o contato com práticas sustentáveis inspiradoras, como o Parcão e o Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet, que permitem acesso a materiais de pesquisa, trilhas ecológicas, palestras e oficinas temáticas.
  • 20. A referida escola possui um Projeto de Educação Ambiental Escolar que foi financiado pelo Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUNDEMA, no ano de 2013, e que proporcionou para a escola um conjunto de equipamentos e materiais que se incorporaram à dinâmica escolar e que estão à disposição para esta continuidade do trabalho já realizado na escola na área da Educação Ambiental, através do Projeto VIDAA. Na EMEF Maria Quitéria existe uma estrutura para a separação de resíduos adequada, com lixeiras coloridas e composteira. Também foi montado um laboratório móvel para experiências com reciclagem artesanal de papel e espaço para separação de resíduos secos para a reutilização. Além disso, contaremos com os materiais e serviços de escritório como folhas, impressões, internet, entre outros. Também faz parte das pretensões desse projeto envolver as famílias dos educandos, seja na participação em pesquisas temáticas ou no acompanhamento das práticas desenvolvidas na escola. Dessa forma, contaremos também com a doação de materiais por parte das famílias dos participantes. Recursos Humanos Além dos educandos, o presente projeto contará também com a participação dos professores titulares das turmas, acompanhando as produções das turmas. A equipe diretiva acompanhará o projeto, auxiliando na logística necessária para saídas de campo ou organização dos espaços da escola. E as famílias serão envolvidas nas pesquisas, valorizando o saber popular e as práticas socioambientais da comunidade escolar. Contaremos, também, com o apoio da equipe de gerência da Educação Ambiental da Secretaria de Educação de Novo Hamburgo, para apoio técnico, e parecerias com empresas e instituições. Recursos Financeiros Os recursos materiais apresentados anteriormente são financiados com recursos públicos, pois o projeto conta com o apoio da direção da escola. Os pais 18
  • 21. serão convidados a contribuir de acordo com o andamento do planejamento das turmas, além de financiamento próprio para aquisições necessárias visando o bom andamento do projeto. Referências Bibliográficas ACSELRAD, Henri. Justiça Ambiental In: Encontro e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. 2005. p. 217 - 228.. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/encontros.pdf> Acesso em: 22/05/2014. CONFERÊNCIA MUNCIPAL DE EDUCAÇÃO. 1., 2012, documento final. Novo Hamburgo, 2012. Disponível em: <http://educacao.novohamburgo.rs.gov.br/uploads/parent_folder/fcbcdaefdbbf432 564400/cceedbcbedaaf1262701155/bddbaacf872261693.pdf>. Acesso em: 16/01/2013. CRUZ, R. et al. Paulo Freire, um Educador Ambiental: apontamento críticos sobre a educação ambiental a partir do pensamento freireano. DELOS – Revista Desarrollo Local Sostemble. Grupo Eurned.net y Red Academica Iberoamericana Local Global. Vol. 5, nº13. Fevereiro de 2012. Disponível em <www.eumed.net/rev/delos/13> acesso em 7/02/2014. DAMIANI, M. F. Entendendo o Trabalho Colaborativo. Curitiba: Ed. UFPR, 2008. Nº 31. p. 213 – 230. DEMO, P. Conhecimento e aprendizagem: atualidade de Paulo Freire. In: Freire y la agenda de la educación latinoamericana em el siglo XXI. Buenos Airies: CLACSO, 2001. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/gt/20101010034147/12demo.pdf acessado em 28/06/2014. DICKMANN, I. & CARNEIRO, S. Paulo Freire e Educação Ambiental: contribuições a partir da obra Pedagogia da Autonomia. Cuiabá: R. Educ. Públ., v 21, nº 45, p. 87-102, jan/abr 2012. FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. São Paulo: Cortez, 1989. _________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
  • 22. GUIMARÃES, M. Educação Ambiental Crítica. In: BRASIL. Identidades da Educação Ambiental Brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesqui., São Paulo, n. 118, mar. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0100-15742003000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 22/05/2014. LOUREIRO, C. F. Premissas Teóricas para uma Educação Ambiental Transformadora. Revista Ambiente e Educação, Rio Grande: 2003. Nº 8 – P. 37- 54. _________. Emancipação. In: BRASIL. Encontros e Caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2007. _________ & COSTA, C. A. Educação Ambiental Crítica e Interdisciplinaridade: a contribuição da dialética materialista na determinação conceitual. NUPEAT-IESA. UFG, v. 3, n. 1, jan-jun, 2013. p. 1-22, artigo 34. __________ & LAYRARGUES, P. P. Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica. Tra. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 11, p. 53 – 71, jan/abr 2013. SÁ, Laís Mourão. Pertencimento. In: FERRARO JÚNIOR, Luiz Antonio (Org.).Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. p. 245-256. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/og/pog/arqs/encontros.pdf>. Acesso em 22/05/2014. SATO, M & PASSOS, L. Notas desafinadas do poder do saber: qual é a rima necessária à educação ambiental? Contrapontos - volume 3 - n. 1 - p. 9-26 - Itajaí, jan./abr. 2003. SILVEIRA, Barbara Milene; HESS, Bárbara. A Educação Ambiental como processo de cidadania participativa. In: MACHADO, Carlos Roberto da Silva; SANTOS, Caio Floriano dos (Org.). Educação ambiental e mudanças ambientais globais no estado do Rio Grande do Sul: subsídios ao estudo. Rio Grande: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal do Rio Grande, 2013. p. 51-62. (Processo formador em Educação Ambiental a Distância: módulo 5). 20
  • 23. Anexos Indicadores de Sustentabilidade – Coletivo Educador Ambiental – NH