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A DEMANDA


O Conceito de Demanda Individual

      A demanda (ou procura) de um indivíduo por um determinado bem (ou serviço) refere-se
à quantidade desse bem que ele está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo.
      A quantidade que um consumidor irá adquirir de um determinado bem depende de vários
fatores, dentre os quais destacamos:

•   O Preço do Bem;
•   A Renda, ou Salário do Consumidor;
•   O Gosto e Preferência do Consumidor;
•   O Preço dos Bens Relacionados.

Outros fatores poderiam ser relacionados, mas estes parecem ser os mais importantes, uma vez que são

válidos para a maioria dos bens. Façamos, então, uma breve análise desses determinantes da demanda:




a) A Demanda e o Preço do Bem

     A quantidade demandada (procurada) de um bem é influenciada por seu preço.
Normalmente, é de se esperar que o consumidor desejará adquirir uma quantidade maior de
um bem quanto menor for o seu preço. Alternativamente, quanto maior for o preço, menor será
a quantidade que o consumidor desejará adquirir desse bem.


b) A Demanda e a Renda do Consumidor

      Para a maioria dos bens, é de se esperar que uma elevação na renda do consumidor
esteja associada a uma elevação nas quantidades compradas desses bens. Essa é a regra
geral e os bens que têm essa particularidade são chamados de “Bens Normais”. Os exemplos
incluem a maioria dos alimentos, roupas, aparelhos de som, aparelhos domésticos etc. Existem
duas possíveis exceções a esse padrão geral. E o caso dos “Bens Inferiores” e dos “Bens de
Consumo Saciado”.
      Os “Bens Inferiores” são aqueles cujo consumo varia inversamente a variações na renda,
dentro de uma certa faixa de renda. Isso significa dizer que a quantidade adquirida desse tipo
de produto diminui com o aumento da renda; caso haja uma diminuição na renda, a quantidade
adquirida desse produto aumenta.
      Como exemplo de bens inferiores podemos citar o pão, a batata, a carne de segunda e
“roupas usadas” adquiridas por famílias pobres.
      Assim, à medida que a renda do consumidor se eleva, ele passa a ter condições
financeiras para comprar bens de melhor qualidade. A idéia é a de que o consumidor troca
esses produtos por outros de qualidade superior (por exemplo, carne de segunda por carne de
primeira) tão logo tenha condições de fazê-lo.
      Os “Bens de Consumo Saciado”, por sua vez, são aqueles para os quais o desejo do
consumidor está completamente satisfeito após um determinado nível de renda. Aumentos da
renda para além desse nível não terão nenhum efeito nas quantidades compradas desses
bens.
c) A Demanda e o Gosto e Preferência do Consumidor

     A quantidade demandada de um determinado bem depende dos hábitos e preferências
do consumidor. Estes, por sua vez, dependem de uma série de circunstâncias tais como idade,
sexo, tradições culturais, religião e até educação. Mudanças nesses hábitos e preferências
podem provocar mudanças nas quantidades demandadas desse bem.


d) A Demanda e o Preço dos Bens Relacionados

      A demanda de um produto pode ser afetada pela variação no preço de outros bens. Isso
ocorre em relação aos “Bens Complementares” e aos “Bens Substitutos”.
      Os Bens Complementares são aqueles que tendem a ser utilizados em conjunto. Nesse
caso, a elevação no preço de um deles produz uma redução na demanda do outro, e uma
diminuição no preço de um conduz a um aumento na demanda do outro. É o caso, por exemplo
do pão e da manteiga. Assim, um aumento no preço do pão tende a reduzir a quantidade
adquirida de manteiga.
      Os Bens Substitutos, por sua vez, são aqueles cujo consumo de um pode substituir o
consumo do outro. Nesse caso, a elevação no preço de um provocara a elevação na demanda
do outro, e uma baixa no preço de um conduzirá, naturalmente, a uma diminuição na demanda
de outro. A manteiga e a margarina enquadram-se nessa classificação. Assim, um aumento no
preço da manteiga terá, por certo, algum impacto (no caso, um aumento) na demanda de
margarina.

“Coeteris Paribus”

       Observando os determinantes da demanda, verificamos que todos variam
simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada um exerce sobre a demanda.
       Para tentar contornar esse problema vamos nos valer da imposição da condição
“Coeteris Paribus”, que é uma expressão latina que significa “tudo o mais permanecendo
constante”. Permitiremos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a
suposição de que a renda do consumidor, seus hábitos e preferências, o preço dos bens
relacionados e suas expectativas permaneçam inalterados. Assim procedendo, conseguiremos
identificar o efeito que somente as mudanças de preço provocam nas quantidades
demandadas de uma determinada mercadoria. Dizemos então que a demanda dessa
mercadoria depende de seu preço, “Coeteris Paribus”.
       Da mesma forma, se quisermos saber como mudanças na renda afetam a demanda
fazemos a suposição de que apenas a renda varia, enquanto mantemos os outros fatores
determinantes da demanda constantes. Dizemos então que a demanda depende da renda,
“Coeteris Paribus”.
       Naturalmente, esse procedimento pode ser estendido a todos os outros elementos que
influenciam a procura.


Relação entre Quantidade Demandada e Preço

      Nesta seção enfocaremos a relação entre quantidade demandada e preço, mantendo os
outros determinantes da demanda — renda, gosto e preços dos bens complementares e
substitutos — constantes. Dito de outra forma, enfocaremos a maneira pela qual compradores
reagem a diferentes preços,”coeteris paribus”, ou seja, mantendo inalteradas sua disposição e
capacidade de comprar.




Escala de Demanda Individual

      Imagine ser possível indagar a um consumidor qualquer, cujo salário mensal constitui sua
renda, quantos litros de leite ele estará disposto a adquirir, semanalmente, ao preço de,
digamos, R$ 4,00 por litro.
      Dada sua renda, seu gosto etc., ele poderá responder que, a esse preço, estará disposto
a comprar, no máximo, 2 litros de leite por semana. Se diminuirmos o preço para R$ 3,00 e
refizermos a pergunta, talvez, a um preço mais baixo, ele esteja disposto a adquirir uma
quantidade maior, no máximo, quem sabe 4 litros de leite. A pergunta poderá ser repetida para
outros preços, cujas respostas poderão ser as seguintes:
                                           Quadro
                                     Escala de Demanda
                Preço              Quantidade
               (R$/unidade)       (litros/semana)           Ponto
                  4,00                    2                  A
                  3,00                    4                  B
                  2,00                    6                  C
                  1,00                    8                  D


      Essa lista, mostrando a quantidade Máxima de leite que o consumidor estará disposto a
comprar, a cada preço, chama-se “Escala de Demanda”. Uma escala de demanda nos mostra
a relação existente entre as variáveis preço e quantidade, e deverá ser lida da seguinte
maneira: se o preço for R$ 4,00 a quantidade máxima que o consumidor estará disposto a
adquirir será de 2 litros de leite por semana; se o preço for de R$ 3,00, a quantidade
demandada de leite será de 4 litros semanais, e assim por diante. Verificamos então que à
medida que o preço diminui, a quantidade demandada de leite aumenta. Alternativamente, à
medida que o preço aumenta, a quantidade demandada diminui.

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  • 1. A DEMANDA O Conceito de Demanda Individual A demanda (ou procura) de um indivíduo por um determinado bem (ou serviço) refere-se à quantidade desse bem que ele está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo. A quantidade que um consumidor irá adquirir de um determinado bem depende de vários fatores, dentre os quais destacamos: • O Preço do Bem; • A Renda, ou Salário do Consumidor; • O Gosto e Preferência do Consumidor; • O Preço dos Bens Relacionados. Outros fatores poderiam ser relacionados, mas estes parecem ser os mais importantes, uma vez que são válidos para a maioria dos bens. Façamos, então, uma breve análise desses determinantes da demanda: a) A Demanda e o Preço do Bem A quantidade demandada (procurada) de um bem é influenciada por seu preço. Normalmente, é de se esperar que o consumidor desejará adquirir uma quantidade maior de um bem quanto menor for o seu preço. Alternativamente, quanto maior for o preço, menor será a quantidade que o consumidor desejará adquirir desse bem. b) A Demanda e a Renda do Consumidor Para a maioria dos bens, é de se esperar que uma elevação na renda do consumidor esteja associada a uma elevação nas quantidades compradas desses bens. Essa é a regra geral e os bens que têm essa particularidade são chamados de “Bens Normais”. Os exemplos incluem a maioria dos alimentos, roupas, aparelhos de som, aparelhos domésticos etc. Existem duas possíveis exceções a esse padrão geral. E o caso dos “Bens Inferiores” e dos “Bens de Consumo Saciado”. Os “Bens Inferiores” são aqueles cujo consumo varia inversamente a variações na renda, dentro de uma certa faixa de renda. Isso significa dizer que a quantidade adquirida desse tipo de produto diminui com o aumento da renda; caso haja uma diminuição na renda, a quantidade adquirida desse produto aumenta. Como exemplo de bens inferiores podemos citar o pão, a batata, a carne de segunda e “roupas usadas” adquiridas por famílias pobres. Assim, à medida que a renda do consumidor se eleva, ele passa a ter condições financeiras para comprar bens de melhor qualidade. A idéia é a de que o consumidor troca esses produtos por outros de qualidade superior (por exemplo, carne de segunda por carne de primeira) tão logo tenha condições de fazê-lo. Os “Bens de Consumo Saciado”, por sua vez, são aqueles para os quais o desejo do consumidor está completamente satisfeito após um determinado nível de renda. Aumentos da renda para além desse nível não terão nenhum efeito nas quantidades compradas desses bens.
  • 2. c) A Demanda e o Gosto e Preferência do Consumidor A quantidade demandada de um determinado bem depende dos hábitos e preferências do consumidor. Estes, por sua vez, dependem de uma série de circunstâncias tais como idade, sexo, tradições culturais, religião e até educação. Mudanças nesses hábitos e preferências podem provocar mudanças nas quantidades demandadas desse bem. d) A Demanda e o Preço dos Bens Relacionados A demanda de um produto pode ser afetada pela variação no preço de outros bens. Isso ocorre em relação aos “Bens Complementares” e aos “Bens Substitutos”. Os Bens Complementares são aqueles que tendem a ser utilizados em conjunto. Nesse caso, a elevação no preço de um deles produz uma redução na demanda do outro, e uma diminuição no preço de um conduz a um aumento na demanda do outro. É o caso, por exemplo do pão e da manteiga. Assim, um aumento no preço do pão tende a reduzir a quantidade adquirida de manteiga. Os Bens Substitutos, por sua vez, são aqueles cujo consumo de um pode substituir o consumo do outro. Nesse caso, a elevação no preço de um provocara a elevação na demanda do outro, e uma baixa no preço de um conduzirá, naturalmente, a uma diminuição na demanda de outro. A manteiga e a margarina enquadram-se nessa classificação. Assim, um aumento no preço da manteiga terá, por certo, algum impacto (no caso, um aumento) na demanda de margarina. “Coeteris Paribus” Observando os determinantes da demanda, verificamos que todos variam simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada um exerce sobre a demanda. Para tentar contornar esse problema vamos nos valer da imposição da condição “Coeteris Paribus”, que é uma expressão latina que significa “tudo o mais permanecendo constante”. Permitiremos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a suposição de que a renda do consumidor, seus hábitos e preferências, o preço dos bens relacionados e suas expectativas permaneçam inalterados. Assim procedendo, conseguiremos identificar o efeito que somente as mudanças de preço provocam nas quantidades demandadas de uma determinada mercadoria. Dizemos então que a demanda dessa mercadoria depende de seu preço, “Coeteris Paribus”. Da mesma forma, se quisermos saber como mudanças na renda afetam a demanda fazemos a suposição de que apenas a renda varia, enquanto mantemos os outros fatores determinantes da demanda constantes. Dizemos então que a demanda depende da renda, “Coeteris Paribus”. Naturalmente, esse procedimento pode ser estendido a todos os outros elementos que influenciam a procura. Relação entre Quantidade Demandada e Preço Nesta seção enfocaremos a relação entre quantidade demandada e preço, mantendo os outros determinantes da demanda — renda, gosto e preços dos bens complementares e substitutos — constantes. Dito de outra forma, enfocaremos a maneira pela qual compradores
  • 3. reagem a diferentes preços,”coeteris paribus”, ou seja, mantendo inalteradas sua disposição e capacidade de comprar. Escala de Demanda Individual Imagine ser possível indagar a um consumidor qualquer, cujo salário mensal constitui sua renda, quantos litros de leite ele estará disposto a adquirir, semanalmente, ao preço de, digamos, R$ 4,00 por litro. Dada sua renda, seu gosto etc., ele poderá responder que, a esse preço, estará disposto a comprar, no máximo, 2 litros de leite por semana. Se diminuirmos o preço para R$ 3,00 e refizermos a pergunta, talvez, a um preço mais baixo, ele esteja disposto a adquirir uma quantidade maior, no máximo, quem sabe 4 litros de leite. A pergunta poderá ser repetida para outros preços, cujas respostas poderão ser as seguintes: Quadro Escala de Demanda Preço Quantidade (R$/unidade) (litros/semana) Ponto 4,00 2 A 3,00 4 B 2,00 6 C 1,00 8 D Essa lista, mostrando a quantidade Máxima de leite que o consumidor estará disposto a comprar, a cada preço, chama-se “Escala de Demanda”. Uma escala de demanda nos mostra a relação existente entre as variáveis preço e quantidade, e deverá ser lida da seguinte maneira: se o preço for R$ 4,00 a quantidade máxima que o consumidor estará disposto a adquirir será de 2 litros de leite por semana; se o preço for de R$ 3,00, a quantidade demandada de leite será de 4 litros semanais, e assim por diante. Verificamos então que à medida que o preço diminui, a quantidade demandada de leite aumenta. Alternativamente, à medida que o preço aumenta, a quantidade demandada diminui.