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Reciprocidade e Confiança: um modelo teórico de dois tipos de Capital Social Florencia Torche Garcia, Columbia University. 2004   por Diólia de Carvalho  Grupo de pesquisa "Capital Social, Redes e Processos Políticos", Faculdade Casper Líbero - CNPq
Reciprocidade e Confiança: um modelo teórico de dois tipos de Capital Social. Como a maioria dos conceitos sociológicos relevantes, "capital social" oscila entre uma noção de abordagem  para os quais nenhuma explicação foi necessária, e uma noção altamente controvertida, para a qual diversas definições incongruentes são fornecidas, o que diminui seu potencial analítico.
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Confiança é a crença sobre o tipo de ação que é de se esperar de alterar, onde uma crença errônea envolve não só o risco de estar errado, mas o risco de sofrer um dano. O risco é um componente constitutivo da confiança: sem risco, a confiança não é necessária (Luhmann: 1979, 1988; Offe: 1998 Yamagishi e Yamagishi: 1994). O que caracteriza a confiança é que ela tem lugar para além da esfera das relações pessoais. Nas relações pessoais a confiança não é diferente da familiaridade e só se torna problemático (muito!) se ela é quebrada. Dentro da comunidade a confiança pode ser aplicada coletivamente e quebrá-la tem um previsível custo elevado para o membros (em termos de prestígio, acesso a recursos valiosos, estima ou outros), que é maior quanto mais fechada a comunidade é. Em contraste, a confiança torna-se uma necessidade imperativa para estabelecer relações com estranhos, com pessoas que eu não sei nada sobre e que não pertencem a uma esfera familiar, em qualquer sentido. Somente as relações com estranhos envolvem um risco de que o ator não pode prever, monitorar ou controlar, justamente porque o estranho é definido pela condição de anonimato, ou seja, não há um quadro de co-presença, reciprocidade ou memória comum que poderia reduzir os riscos, fornecendo informações de regulação da relação.
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A confiança não é uma característica individual idiossincrática, mas uma orientação cultural que facilita a capacidade individual de se relacionar e colaborar com estranhos. Segundo Bourdieu (1990), isto pode ser definido como uma disposição durável e transponíveis que orienta as práticas cotidianas e as representações, permitindo aos indivíduos se adaptarem a uma ampla gama de situações. A trust-orientation orientação- confiança está profundamente enraizada na experiência individual integral e nem baseia-se sobre o cálculo individual, nem na obediência consciente a regras. Como qualquer outra orientação cultural é formada através das experiências de vida do indivíduo, e é determinada pelo seu ambiente material e ideal. Como qualquer orientação cultural, a confiança tem um componente coletivo inerente, isto é, uma orientação, historicamente desenvolvida e compartilhada, que permite distinguir as diferentes culturas através da medida em que eles encorajem ou desencorajem a confiança. Portanto, mesmo que a disposição individual de confiança em estranhos varie de situações - porque depende de expectativas racionais do ator e avaliações sobre a quantidade de risco e os ganhos potenciais envolvidos em cada transação – ela tem determinada persistência e durabilidade de base-cultural (culturally-based) através das circunstâncias enfrentadas pelo indivíduo
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TORCHE GARCIA, Florencia. "Reciprocity and Trust: A Theoretical Model of Two Types of Social Capital" Paper presented at the annual meeting of the American Sociological Association, Hilton San Francisco & Renaissance Parc 55 Hotel, San Francisco, CA,, Aug 14, 2004.

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  • 1. Reciprocidade e Confiança: um modelo teórico de dois tipos de Capital Social Florencia Torche Garcia, Columbia University. 2004 por Diólia de Carvalho Grupo de pesquisa "Capital Social, Redes e Processos Políticos", Faculdade Casper Líbero - CNPq
  • 2. Reciprocidade e Confiança: um modelo teórico de dois tipos de Capital Social. Como a maioria dos conceitos sociológicos relevantes, "capital social" oscila entre uma noção de abordagem para os quais nenhuma explicação foi necessária, e uma noção altamente controvertida, para a qual diversas definições incongruentes são fornecidas, o que diminui seu potencial analítico.
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  • 22. Confiança é a crença sobre o tipo de ação que é de se esperar de alterar, onde uma crença errônea envolve não só o risco de estar errado, mas o risco de sofrer um dano. O risco é um componente constitutivo da confiança: sem risco, a confiança não é necessária (Luhmann: 1979, 1988; Offe: 1998 Yamagishi e Yamagishi: 1994). O que caracteriza a confiança é que ela tem lugar para além da esfera das relações pessoais. Nas relações pessoais a confiança não é diferente da familiaridade e só se torna problemático (muito!) se ela é quebrada. Dentro da comunidade a confiança pode ser aplicada coletivamente e quebrá-la tem um previsível custo elevado para o membros (em termos de prestígio, acesso a recursos valiosos, estima ou outros), que é maior quanto mais fechada a comunidade é. Em contraste, a confiança torna-se uma necessidade imperativa para estabelecer relações com estranhos, com pessoas que eu não sei nada sobre e que não pertencem a uma esfera familiar, em qualquer sentido. Somente as relações com estranhos envolvem um risco de que o ator não pode prever, monitorar ou controlar, justamente porque o estranho é definido pela condição de anonimato, ou seja, não há um quadro de co-presença, reciprocidade ou memória comum que poderia reduzir os riscos, fornecendo informações de regulação da relação.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26. A confiança não é uma característica individual idiossincrática, mas uma orientação cultural que facilita a capacidade individual de se relacionar e colaborar com estranhos. Segundo Bourdieu (1990), isto pode ser definido como uma disposição durável e transponíveis que orienta as práticas cotidianas e as representações, permitindo aos indivíduos se adaptarem a uma ampla gama de situações. A trust-orientation orientação- confiança está profundamente enraizada na experiência individual integral e nem baseia-se sobre o cálculo individual, nem na obediência consciente a regras. Como qualquer outra orientação cultural é formada através das experiências de vida do indivíduo, e é determinada pelo seu ambiente material e ideal. Como qualquer orientação cultural, a confiança tem um componente coletivo inerente, isto é, uma orientação, historicamente desenvolvida e compartilhada, que permite distinguir as diferentes culturas através da medida em que eles encorajem ou desencorajem a confiança. Portanto, mesmo que a disposição individual de confiança em estranhos varie de situações - porque depende de expectativas racionais do ator e avaliações sobre a quantidade de risco e os ganhos potenciais envolvidos em cada transação – ela tem determinada persistência e durabilidade de base-cultural (culturally-based) através das circunstâncias enfrentadas pelo indivíduo
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  • 33. TORCHE GARCIA, Florencia. "Reciprocity and Trust: A Theoretical Model of Two Types of Social Capital" Paper presented at the annual meeting of the American Sociological Association, Hilton San Francisco & Renaissance Parc 55 Hotel, San Francisco, CA,, Aug 14, 2004.