O documento descreve as principais características do bioma Cerrado brasileiro, incluindo sua localização, clima, solo, vegetação, biodiversidade e ameaças atuais como desmatamento e fragmentação de habitat.
3. Representado no centro do país, a sua área corre o domínio do cerrado e estende-se de um extremo ao outro do Mato Grosso do Sul ao Piauí em seu eixo maior. Sul e sudeste: Floresta Atlântica Leste: vegetação de Caatinga nordestina Oeste: Floresta Amazônica Geograficamente, a região dos cerrados situa-se em um local estratégico que facilita o intercâmbio florístico e faunístico entre os domínios brasileiros.
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10. FISIONOMIAS DO CERRADO Em termos fisionômicos o Cerrado é uma savana tropical, ou seja, um bioma no qual árvores e arbustos coexistem com uma vegetação rasteira formada principalmente por gramíneas. As árvores e arbustos distribuem-se esparsamente pela vegetação rasteira e raramente formam uma cobertura arbórea contínua, determinando desde formas campestres abertas , como os campos limpos de cerrado, até formas relativamente densas florestais como o cerradão.
14. CAMPO SUJO Presença de pequena quantidade de arbustos, que se distribuem de forma bem espaçada por entre o estrado herbáceo mais predominante .
15. CAMPO CERRADO Vegetação campestre, com predomínio de gramíneas, pequenas árvores e arbustos bastante esparsos entre si. Pode tratar-se de transição entre campo e demais tipo de vegetação ou às vezes resulta da degradação do cerrado.
16. CERRADO SENSU STRICTO Presença de arbustos e árvores que raramente ultrapassam 6 metros de altura, recobertos por cascas espessas com folhas coriáceas e caules tortuosos, que se distribuem por entre a vegetação rasteira (herbácea).
17. CERRADÃO Esta é a fisionomia de maior biodiversidade. Apresenta árvores de grande porte com altura entre 8 e 15 metros (cobertura arbórea entre 50 e 90%) . O estrato herbáceo, como na maioria das formações florestais, apresenta-se escasso.
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21. A ÁGUA É UM FATOR LIMITANTE PARA A VEGETAÇÃO DO CERRADO?? Com uma longa estação seca, a vegetação do Cerrado,tem aspectos que costumam ser interpretados como adaptações a ambientes secos. ( xeromorfismo ) Árvores de pequeno a médio porte e de copa rala. Folhas endurecidas, com superfície brilhante e, não raro, recoberta por pêlos. FATOS A FAVOR: Suber espesso
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23. A água não é fator limitante para o estrato arbóreo-arbustivo, pois estas possuem raízes pivotantes profundas (10, 15, 20 m) que retiram água do lençol freático. Apenas o estrato herbáceo-arbustivo, devido às suas raízes pouco profundas, sofre com a seca, cuja parte epigéia se desseca e morre, embora suas partes hipogéias se mantenham vivas, resistindo sob a terra às agruras da seca. CONCLUSÕES:
24. O aspecto do estrato arbóreo não é devido à falta d’água, que por isso, apresentaria um pseudoxeromorfismo, mas sim devido à escassez de nutrientes do solo. Diz-se, então, que a vegetação apresenta um escleromorfismo oligotrófico ou, em outras palavras, "um aspecto muito duro devido à falta de nutrição". CONCLUSÕES :
25. A tortuosidade dos troncos e o espesso suber das árvores do cerrado encontram explicação na ação do fogo que, repetidas vezes, queima o meristema apical das árvores, favorecendo o brotamento das gemas laterais. CONCLUSÕES:
26. O FOGO O fogo é de extraordinária importância para o bioma do cerrado, seja pelos múltiplos e diversificados efeitos ecológicos que exerce, seja por ser ele uma excelente ferramenta para o manejo de áreas de cerrado, com objetivos conservacionistas.
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28. Sincronização do processo de floração de várias espécies diferentes, facilitando a polinização cruzada e o conseqüente aumento da biodiversidade. EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
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32. MANEJO DO FOGO O manejo adequado do fogo em nossas reservas de cerrado pode constituir-se em eficiente meio para a preservação da flora e da fauna. Queimadas em rodízio, em parcelas pequenas e com regimes próprios, reduziriam os riscos de grandes incêndios acidentais,permitiriam às plantas completar seus ciclos biológicos, acelerariam a ciclagem dos nutrientes minerais e aumentariam a produtividade dos ecossistemas, além de suprir os animais com alimento durante os difíceis meses de seca. A mortalidade também seria reduzida, uma vez que os animais disporiam de áreas não queimadas, onde poderiam se refugiar.
33. BIODIVERSIDADE O cerrado possui um terço da biodiversidade do nosso país, ou seja, de cada 100 espécies de seres vivos brasileiros, cerca de 33 vivem por lá . É considerado o segundo maior bioma do Brasil, isto é, o segundo maior conjunto de espécies animais e vegetais que vivem em uma mesma área, atrás apenas da Amazônia.
34. Sua flora riquíssima apresenta mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas dessa área. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 161 espécies de mamíferos (19 endêmicas); 150 espécies de anfíbios, (45 endêmicas); 120 espécies de répteis, (45 endêmicas). Apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 espécies de abelhas e vespas.
35. AMEAÇAS AO CERRADO A partir da década de 1960, com a interiorização da capital e a abertura de uma nova rede rodoviária, largos ecossistemas deram lugar à pecuária e à agricultura extensiva, como a soja, arroz e ao trigo.
36. A expansão e a modernização da agropecuária no Cerrado gerou impactos econômicos positivos, com o posicionamento do Brasil como um dos maiores produtores internacionais de grãos e a conseqüente geração de divisas. A ocupação do Cerrado,no entanto, também aumentou as diferenças sociais e vêm provocando custos ambientais bastante elevados como a visível AMEAÇAS AO CERRADO fragmentação do ambiente natural, a perda da biodiversidade, a invasão de espécies exóticas - que destroem as nativas -, a erosão do solo, a poluição da água, a degradação da terra, o uso pesado de agroquímicos, o desequilíbrio no ciclo de carbono e as mudanças climáticas.
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38. A cada ano, estima-se que dois milhões de hectares do cerrado são desmatados, sendo que as áreas mais afetadas estão em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, além do oeste da Bahia. Se a degradação continuar o cerrado poderá desaparecer até 2030. AMEAÇAS AO CERRADO
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40. Recentemente, uma série de ações por parte dos legisladores tem buscado amenizar os erros do passado cometidos para com este bioma, atitudes como a Proposta de Emenda à Constituição n° 141 de 1992, o código florestal brasileiro e uma série de decretos a nível municipal, estadual e federal, tem gerado subsídios para a implementação de ações que visem a conservação e recuperação da área do cerrado. Se considerarmos que cerca de 45% da área do Domínio do Cerrado já foram convertidos em pastagens cultivadas e lavouras diversas, é extremamente urgente que novas unidades de conservação representativas dos cerrados sejam criadas ao longo de toda a extensão deste Domínio. SOS CERRADO
41. O governo e diversos setores organizados da sociedade debatem como conservar o que restou do Cerrado, embasadas no uso adequado dos recursos priorizando iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e justo. Projetos que visam o resgate e a manutenção da biodiversidade do Cerrado, estudam a implementação de corredores ecológicos que evitam o isolamento das áreas protegidas, garantindo o trânsito de espécies por um mosaico de unidades ambientalmente sustentáveis