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A ENTRONIZAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS
                   Apocalipse 5

     O propósito do Apocalipse de João é revelar as coisas que "devem
acontecer" (Apoc. 1:1, 19; 4:1). De modo surpreendente, o que João vê
agora em visão, não trata a respeito do que ia passar na terra e sim o que
estava acontecendo no céu! A razão para este notável ponto central de
atividade em Apocalipse 4 e 5 pode encontrar-se na revelação de que as
decisões na sala do trono celestial determinam o curso da história
humana, tal como o surgimento e a queda dos governos humanos, mas
acima de tudo, o destino final do mundo. Daniel tinha assinalado a
soberania de Deus sobre a humanidade: "Ele muda os tempos e as
idades; tira reis e põe reis" (Dan. 2:21; ver também 4:17; 5:18, 26-28).
Depois da devastação de Jerusalém, Jeremias assegurou aos judeus:
"Mas tu, Jeová, permanecerás para sempre; teu trono de geração em
geração" (Lam. 5:19). Jesus se submeteu ao poder brutal do governador
romano Pilatos, mas declarou: "Nenhuma autoridade teriam contra mim,
se não fosse dada de acima" (João 19:11).
     Agora o Soberano no céu revela a João um esboço da era da igreja,
com ênfase especial sobre o resultado final como está determinado por
sua vontade soberana. Este futuro se centra em Cristo e em seu povo do
pacto, e se revela por meio da visão do "livro" de Apocalipse 5 a 7.
     O livro divino [biblíon] em Apocalipse 5 está selado com 7 selos
que ninguém nem no céu nem na terra é digno de abrir. Isto é altamente
significativo. Nenhum ser criado, seja anjo ou santo, tem a dignidade de
Jesus exaltado. Só Cristo pode dar a conhecer os juízos de Deus, abrindo
os selos (Apoc. 6 e 7), e pelas visões seguintes e esclarecedoras do
Apocalipse. Dessa maneira Cristo dá sentido à história mundial. Ele
colocou a humanidade em direção a uma meta que Deus predeterminou
em sua sala do trono no céu. Por isso as visões do trono de João são
fundamentais para todo o livro. G. R. Beasley-Murray percebeu isto e
disse: "Neste particular, estes capítulos [Apoc. 4 e 5] constituem o fator
As Profecias do Tempo do Fim                                            2
fundamental da estrutura que mantém unido o livro, porque o resto das
visões são montadas nesta estrutura principal".1
     A ênfase sobre o livro divino na mão direita de Deus amplia o foco
de Deus como o Criador em Apocalipse 4 para Deus como o Redentor de
sua criação. A visão do trono no capítulo 5 revela a maneira na qual
Deus "tem que vir" (Apoc. 4:8) na história da humanidade para cumprir
seu propósito. A Majestade sobre o trono tem em sua mão direita um
livro escrito em ambos os lados, e selado com 7 selos (5:1). Alguns
viram aqui uma similitude com o rolo do livro desdobrado que Ezequiel
recebeu de Deus, no qual estavam escritas por diante e por trás "lamentos
e lamentações e ais" (Ezeq. 2:9, 10). Outros vêem um paralelo mais
adequado com o rolo de Deuteronômio, o qual, como o livro do pacto,
devia dar-se a um recém-coroado rei em Israel (ver Deut. 17:18-20; 2
Reis 11:12). Em sua tese, Ranko Stefanovic tira esta ampla conclusão:
      "Ao tomar o livro, a Cristo lhe encomendou a soberania do mundo (cf. 1
Ped. 3:22; Fil. 2:9-11); o livro significaria então a legítima transferência do
reino. Em tal contexto, também tem um caráter de testamento, e pode
chamar-se também o livro da herança de Cristo. Desde que a transferência
do reino se refere à recuperação da posse do direito que se perdeu pelo
pecado, o livro tem todas as características do livro da redenção ou a
escritura da venda. Ao tomar o livro, todo o destino da humanidade se
coloca nas mãos do Cristo entronizado; por isso é na verdade o livro
celestial do destino. Ele julgará sobre a base de seu conteúdo, por isso é o
livro de juízo".2
     O conteúdo deste livro selado, descrevendo os juízos de Deus sobre
um mundo hostil, como aparece pelos capítulos que seguem, coloca-se
nas mãos do Senhor ressuscitado, o Cristo todo-poderoso e onisciente
(ver Apoc. 5:6). Apocalipse 5 assegura que por meio da vitória de Cristo
na terra, será restaurado o reino de Deus (ver Apoc. 21:5).
      "Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da
tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos,
de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como
sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
As Profecias do Tempo do Fim                                              3
Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no
trono" (Apoc. 5:5-7).
     Um dos santos glorificados no céu explica que as promessas de
Deus a Israel encontraram seu cumprimento no Senhor ressuscitado, e se
refere a três profecias essencialmente messiânicas e as combina em uma
proclamação de cumprimento: Gênese 49:9, 10; Isaías 11:1-10 e 53:7.
"Em nenhum outro lugar no Novo Testamento estão agrupados os termos
reais mais significativos em relação com Cristo e seu ministério posterior
a sua ressurreição assim como no sentar-se à direita sobre o trono do
Pai".3 Mas, por que Cristo Jesus foi o único considerado digno? Por que
o plano de Deus para a restauração de todas as coisas se faz depender da
dignidade moral do Messias davídico e de sua missão como o Cordeiro
de Deus (Apoc. 5:6)? W. C. Van Unnik explicou bem isto:
     "Ele foi provado em seus sofrimentos e ganhou a vitória. A grandeza de
sua obra se descreve no v. 9: de todas as nações redimiu escravos e fez, a
estes que antes eram escravos de todos os povos, inclusive os pagãos (!),
ser o povo santo de Deus, sacerdotes e reis, a prerrogativa típica de Israel
(Êxo. 19:5 e seguintes)".4
     João vê o Cristo crucificado e ressuscitado sendo exaltado e
entronizado na sala do trono celestial como o Soberano da história. A
transferência do livro selado do Pai a Cristo o faz Senhor sobre o
desenvolvimento da história do planeta, dado que sua tarefa é abrir os
selos do livro do destino do homem. Cristo começa a executar os
decretos para o mundo e a igreja. A história humana com seu juízo final
se coloca nas mãos do Senhor ressuscitado. Sem Cristo, a história do
mundo é um enigma e não tem finalidade. Portanto, todo o céu estala em
louvor quando Cristo é declarado digno de receber o livro divino do
destino.
      "E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro
anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e
taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos" (Apoc.
5:8).
As Profecias do Tempo do Fim                                       4
     Em resposta à coroação de Cristo no céu, todos os serafins e os
anciões cantam com adoração um "novo cântico" ao Cordeiro de Deus:
     "Cantavam um cântico novo: Tu mereces receber o rolo e soltar seus
selos, porque foste morto e com teu sangue adquiriste para Deus homens de
toda raça e língua, povo e nação; fizeste deles linhagem real e sacerdotes
para nosso Deus e serão reis na terra" (Apoc. 5:9, 10, NBE).
     Este cântico é "novo" porque agora foi entronizado o Rei legítimo.
Seu triunfo sobre o pecado, Satanás e a morte sobre a terra é considerado
no céu como de importância decisiva (ver também Fil. 2:9-11). George
Ladd declara: "Se não tivesse vindo em humildade, como Salvador
sofredor, não teria vindo como Messias conquistador".5 Este cântico é
novo porque está apoiado no fato de que o Cordeiro foi morto, e
demonstrou ser digno de abrir os selos do livro como se fora seu próprio
testamento.
     Em outro sentido, o cântico dos serafins e dos anciões é novo
porque está apoiado não só sobre acontecimentos passados, mas também
olha para o futuro da humanidade redimida: "E serão reis na terra"
(Apoc. 5:10). Isso significa que aos fiéis se outorgará o privilégio de
compartilhar o reino com Cristo (Luc. 22:29, 30; Apoc. 3:21). João vê o
coro celestial aumentando cada vez mais, até que milhões de anjos se
unem com sua doxologia de séptuple louvor ao Cordeiro: "Proclamando
em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e
riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apoc. 5:12; cf.
l Crôn. 29:11-13, para Jeová).
     O coro continua aumentando até que finalmente João vê todas as
criaturas no céu, na terra e debaixo da terra (os mortos) somar suas vozes
aos coros celestiais na exaltação tanto do Pai como do Cordeiro: "Então,
ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e
sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo..." (Apoc. 5:13; ver
também Fil. 2:10, 11 ).
     Aqui Cristo recebe o reconhecimento cósmico-universal de sua
deidade porque "toda criatura" adora a Deus e ao Cordeiro. Na visão de
As Profecias do Tempo do Fim                                            5
João, o círculo de adoradores foi em constante aumento. Primeiro, o
círculo íntimo dos 4 serafins, depois se acrescentaram os 24 anciões
seguidos pelos milhões de milhões de anjos. Finalmente, o círculo mais
exterior de todos os seres criados no universo se unem na adoração e
louvor da majestade de Deus. Este é o objetivo final para o qual avança a
história e que se cumprirá no fim.
     O céu antecipa esta celebração do reino de Deus e do Cordeiro na
Nova Jerusalém (Apoc. 21:22-27; 22:1-5). Hoje a igreja pode tomar
fôlego com esta segurança. Seus melhores dias estão no futuro. O reino
de Deus será restaurado. Bruce M. Metzger faz esta aplicação: "O
propósito primitivo do autor não é tanto descrever a liturgia do céu,
como o é o dar esperança e um sentido de vitória a seu povo sobre a terra
na luta que lhe espera no futuro".6 Beasley-Murray assinala corretamente
que "o característico importante do rolo selado não são os juízos que
acompanham a abertura dos selos [Apoc. 6-9], e sim o acontecimento
supremo ao qual conduzem".7

                        A Abertura dos Selos

     A visão do trono de Apocalipse 5 não descreve a cena do juízo de
Daniel 7, como alguns sustentam. As diferenças entre ambas as visões
são muito assinaladas. Primeiro, a intenção da visão do trono que teve
João é revelar o começo do ministério e reinado celestial de Cristo
devido a sua entronização como o Senhor ressuscitado, a iniciação de
uma nova era de salvação, a era messiânica.
     A visão de Daniel descreve um juízo no céu que inaugura o
ministério final de Cristo quando o anticristo governou a terra durante
3½ tempos proféticos (Dan. 7:8-11, 25, 26). Jon Paulien declara: "O
juízo não tem lugar nos capítulos 4 e 5 quando os selos ainda têm que
ser abertos".8
As Profecias do Tempo do Fim                                             6
     Apocalipse 5 descreve o gozo de êxtase que há no céu pela
abnegação, ressurreição e entronização de Cristo como Rei-Sacerdote no
céu, que o capacita a restaurar o reino de Deus sobre a terra. As ações de
Cristo de abrir os 7 selos do livro se parecem com o ritual da abertura de
um testamento, que na cultura romana estava fechado com 7 selos.9
Quando se abria um testamento, lia-se em voz alta ante as testemunhas
originais e depois, executava-se. Th. Zahn declara:
      "O documento assegurado com sete selos é um símbolo facilmente
compreendido da promessa e segurança dada por Deus a sua igreja do
futuro reino [basiléia]. Esta disposição irrevogável de seus bens ocorreu faz
muito tempo, foi documentada e selada, mas incluso no foi levada a cabo. A
herança ainda está guardada no céu (1 Ped. 1:4), e portanto o testamento
incluso no foi aberto nem levado a cabo".10
     Esta comparação ilustra o significado da abertura do divino livro:
pode ler-se e realizar-se como um testamento por Cristo só depois de sua
morte como sacrifício. A abertura de um selo por Cristo revela uma nova
fase da história da igreja, até que o sexto selo apresente o terrível dia do
juízo para todos os que rechaçaram o reino do Cordeiro.

     Referências
     A Bibliografia para Apocalipse 4 e 5 a encontrará na página 153.
     1 Beasley-Murray, Revelation, p. 108.
     2 Stefanovic, The Background and Meaning of the Sealed Book of
        Revelation 5, p. 322.
     3 Ibid., p. 318.
     4 Van Unnik, " 'Worthy is the Lamb'. The Background of Apoc 5", p.
        460.
     5 Ladd, El Apocalipsis de Juan: Un comentario, p. 55.
     6 Metzger, Breaking the Code. Understanding the Book of Revelation, p.
        54.
     7 Beasley-Murray, Revelation, p. 123.
     8 Paulien, em Simposio sobre el Apocalipsis, T. 1, P. 187.
     9 Zahn, Introduction to the New Testament, t. 3, p. 394.
As Profecias do Tempo do Fim                                         7
   10 Ibid.

  FONTES BIBLIOGRÁFICAS PARA APOCALIPSE 4 E 5

    Livros
  Beasley-Murray George R. Revelation [O Apocalipse]. New Century
      Bible Commentary [Comentário da Bíblia do Novo Século]. Grand
      Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1983.
  Feuillet, André. Johannine Studies [Estudos Joaninos]. Staten Island,
      Nova York: Alvorada House, 1966. Cap. I: "The Twenty-Four
      Elders of the Apocalypse" [Os 24 Anciões do Apocalipse].
  Ladd, George E. El Apocalipsis de Juan: Un comentario. Trad. A.
      Canclini. Miami, Florida: Editorial Caribe, 1978.
  Metzger, Bruce M. Breaking the Code. Understanding the Book of
      Revelation [Decifrando o Código: Entendendo o Livro do
      Apocalipse]. Nashville, TN: Abingdon Press, 1993.
  Stefanovic, Ranko The Background and Meaning of the Sealed Book
      of Revelation 5 [O Antecedente e o Significado do Livro Selado de
      Apocalipse 5]. Tese doutoral inédita, Universidade Andrews.
      Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1995.
  White, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações.
  ___________. Primeiros Escritos. Tatuí, S. Paulo: Casa Publicadora
      Brasileira.
  Zahn, Th. Introduction to the New Testament [Introdução ao Novo
      Testamento]. Grand Rapids, MI: Kregel Publications, ET 1953. 3
      ts.

    Artigos
  Hurtado, L. W. "Revelation 4-5 in the Light of Jewish Apocalyptic
     Analogies" [Apocalipse 4 e 5 à Luz de Analogias Apocalípticas
     Judaicas], JSNT 25 (1985), pp. 105-124.
As Profecias do Tempo do Fim                                          8
  Müller,      H.    P.     "Die      Himmlische     Ratsversammlung.
      Motivgeschichtliches zu Apc 5.1-5" [O concílio celestial.
      Antecedente do motivo histórico de Apocalipse 5:1-5], Zeitschrift
      für die Neutestamentliche Wissenschaft [Revista para a Ciência do
      Novo Testamento] 54 (1963), pp. 254-267.
  Paulien, Jon. "Seals and Trumpets: Some Current Discussions" [Os
      Selos e as Trombetas: Algumas Discussões Atuais], Simpósio
      sobre o Apocalipse. T. 1, cap. 10.
  Van Unnik, W. C. " 'Worthy is the Lamb'. The Background of Apoc
      5" ["Digno é o Cordeiro". O Antecedente de Apoc. 5], Mélanges
      Bibliques [Miscelâneas Bíblicas]. Ensaios em honra de R. Béda
      Rigaux. A. Descamps e R. A. do Hallaux, eds. Duculot, 1970, pp.
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13 a entronização do cordeiro de deus. apoc. 5

  • 1. A ENTRONIZAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS Apocalipse 5 O propósito do Apocalipse de João é revelar as coisas que "devem acontecer" (Apoc. 1:1, 19; 4:1). De modo surpreendente, o que João vê agora em visão, não trata a respeito do que ia passar na terra e sim o que estava acontecendo no céu! A razão para este notável ponto central de atividade em Apocalipse 4 e 5 pode encontrar-se na revelação de que as decisões na sala do trono celestial determinam o curso da história humana, tal como o surgimento e a queda dos governos humanos, mas acima de tudo, o destino final do mundo. Daniel tinha assinalado a soberania de Deus sobre a humanidade: "Ele muda os tempos e as idades; tira reis e põe reis" (Dan. 2:21; ver também 4:17; 5:18, 26-28). Depois da devastação de Jerusalém, Jeremias assegurou aos judeus: "Mas tu, Jeová, permanecerás para sempre; teu trono de geração em geração" (Lam. 5:19). Jesus se submeteu ao poder brutal do governador romano Pilatos, mas declarou: "Nenhuma autoridade teriam contra mim, se não fosse dada de acima" (João 19:11). Agora o Soberano no céu revela a João um esboço da era da igreja, com ênfase especial sobre o resultado final como está determinado por sua vontade soberana. Este futuro se centra em Cristo e em seu povo do pacto, e se revela por meio da visão do "livro" de Apocalipse 5 a 7. O livro divino [biblíon] em Apocalipse 5 está selado com 7 selos que ninguém nem no céu nem na terra é digno de abrir. Isto é altamente significativo. Nenhum ser criado, seja anjo ou santo, tem a dignidade de Jesus exaltado. Só Cristo pode dar a conhecer os juízos de Deus, abrindo os selos (Apoc. 6 e 7), e pelas visões seguintes e esclarecedoras do Apocalipse. Dessa maneira Cristo dá sentido à história mundial. Ele colocou a humanidade em direção a uma meta que Deus predeterminou em sua sala do trono no céu. Por isso as visões do trono de João são fundamentais para todo o livro. G. R. Beasley-Murray percebeu isto e disse: "Neste particular, estes capítulos [Apoc. 4 e 5] constituem o fator
  • 2. As Profecias do Tempo do Fim 2 fundamental da estrutura que mantém unido o livro, porque o resto das visões são montadas nesta estrutura principal".1 A ênfase sobre o livro divino na mão direita de Deus amplia o foco de Deus como o Criador em Apocalipse 4 para Deus como o Redentor de sua criação. A visão do trono no capítulo 5 revela a maneira na qual Deus "tem que vir" (Apoc. 4:8) na história da humanidade para cumprir seu propósito. A Majestade sobre o trono tem em sua mão direita um livro escrito em ambos os lados, e selado com 7 selos (5:1). Alguns viram aqui uma similitude com o rolo do livro desdobrado que Ezequiel recebeu de Deus, no qual estavam escritas por diante e por trás "lamentos e lamentações e ais" (Ezeq. 2:9, 10). Outros vêem um paralelo mais adequado com o rolo de Deuteronômio, o qual, como o livro do pacto, devia dar-se a um recém-coroado rei em Israel (ver Deut. 17:18-20; 2 Reis 11:12). Em sua tese, Ranko Stefanovic tira esta ampla conclusão: "Ao tomar o livro, a Cristo lhe encomendou a soberania do mundo (cf. 1 Ped. 3:22; Fil. 2:9-11); o livro significaria então a legítima transferência do reino. Em tal contexto, também tem um caráter de testamento, e pode chamar-se também o livro da herança de Cristo. Desde que a transferência do reino se refere à recuperação da posse do direito que se perdeu pelo pecado, o livro tem todas as características do livro da redenção ou a escritura da venda. Ao tomar o livro, todo o destino da humanidade se coloca nas mãos do Cristo entronizado; por isso é na verdade o livro celestial do destino. Ele julgará sobre a base de seu conteúdo, por isso é o livro de juízo".2 O conteúdo deste livro selado, descrevendo os juízos de Deus sobre um mundo hostil, como aparece pelos capítulos que seguem, coloca-se nas mãos do Senhor ressuscitado, o Cristo todo-poderoso e onisciente (ver Apoc. 5:6). Apocalipse 5 assegura que por meio da vitória de Cristo na terra, será restaurado o reino de Deus (ver Apoc. 21:5). "Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
  • 3. As Profecias do Tempo do Fim 3 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono" (Apoc. 5:5-7). Um dos santos glorificados no céu explica que as promessas de Deus a Israel encontraram seu cumprimento no Senhor ressuscitado, e se refere a três profecias essencialmente messiânicas e as combina em uma proclamação de cumprimento: Gênese 49:9, 10; Isaías 11:1-10 e 53:7. "Em nenhum outro lugar no Novo Testamento estão agrupados os termos reais mais significativos em relação com Cristo e seu ministério posterior a sua ressurreição assim como no sentar-se à direita sobre o trono do Pai".3 Mas, por que Cristo Jesus foi o único considerado digno? Por que o plano de Deus para a restauração de todas as coisas se faz depender da dignidade moral do Messias davídico e de sua missão como o Cordeiro de Deus (Apoc. 5:6)? W. C. Van Unnik explicou bem isto: "Ele foi provado em seus sofrimentos e ganhou a vitória. A grandeza de sua obra se descreve no v. 9: de todas as nações redimiu escravos e fez, a estes que antes eram escravos de todos os povos, inclusive os pagãos (!), ser o povo santo de Deus, sacerdotes e reis, a prerrogativa típica de Israel (Êxo. 19:5 e seguintes)".4 João vê o Cristo crucificado e ressuscitado sendo exaltado e entronizado na sala do trono celestial como o Soberano da história. A transferência do livro selado do Pai a Cristo o faz Senhor sobre o desenvolvimento da história do planeta, dado que sua tarefa é abrir os selos do livro do destino do homem. Cristo começa a executar os decretos para o mundo e a igreja. A história humana com seu juízo final se coloca nas mãos do Senhor ressuscitado. Sem Cristo, a história do mundo é um enigma e não tem finalidade. Portanto, todo o céu estala em louvor quando Cristo é declarado digno de receber o livro divino do destino. "E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos" (Apoc. 5:8).
  • 4. As Profecias do Tempo do Fim 4 Em resposta à coroação de Cristo no céu, todos os serafins e os anciões cantam com adoração um "novo cântico" ao Cordeiro de Deus: "Cantavam um cântico novo: Tu mereces receber o rolo e soltar seus selos, porque foste morto e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda raça e língua, povo e nação; fizeste deles linhagem real e sacerdotes para nosso Deus e serão reis na terra" (Apoc. 5:9, 10, NBE). Este cântico é "novo" porque agora foi entronizado o Rei legítimo. Seu triunfo sobre o pecado, Satanás e a morte sobre a terra é considerado no céu como de importância decisiva (ver também Fil. 2:9-11). George Ladd declara: "Se não tivesse vindo em humildade, como Salvador sofredor, não teria vindo como Messias conquistador".5 Este cântico é novo porque está apoiado no fato de que o Cordeiro foi morto, e demonstrou ser digno de abrir os selos do livro como se fora seu próprio testamento. Em outro sentido, o cântico dos serafins e dos anciões é novo porque está apoiado não só sobre acontecimentos passados, mas também olha para o futuro da humanidade redimida: "E serão reis na terra" (Apoc. 5:10). Isso significa que aos fiéis se outorgará o privilégio de compartilhar o reino com Cristo (Luc. 22:29, 30; Apoc. 3:21). João vê o coro celestial aumentando cada vez mais, até que milhões de anjos se unem com sua doxologia de séptuple louvor ao Cordeiro: "Proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apoc. 5:12; cf. l Crôn. 29:11-13, para Jeová). O coro continua aumentando até que finalmente João vê todas as criaturas no céu, na terra e debaixo da terra (os mortos) somar suas vozes aos coros celestiais na exaltação tanto do Pai como do Cordeiro: "Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo..." (Apoc. 5:13; ver também Fil. 2:10, 11 ). Aqui Cristo recebe o reconhecimento cósmico-universal de sua deidade porque "toda criatura" adora a Deus e ao Cordeiro. Na visão de
  • 5. As Profecias do Tempo do Fim 5 João, o círculo de adoradores foi em constante aumento. Primeiro, o círculo íntimo dos 4 serafins, depois se acrescentaram os 24 anciões seguidos pelos milhões de milhões de anjos. Finalmente, o círculo mais exterior de todos os seres criados no universo se unem na adoração e louvor da majestade de Deus. Este é o objetivo final para o qual avança a história e que se cumprirá no fim. O céu antecipa esta celebração do reino de Deus e do Cordeiro na Nova Jerusalém (Apoc. 21:22-27; 22:1-5). Hoje a igreja pode tomar fôlego com esta segurança. Seus melhores dias estão no futuro. O reino de Deus será restaurado. Bruce M. Metzger faz esta aplicação: "O propósito primitivo do autor não é tanto descrever a liturgia do céu, como o é o dar esperança e um sentido de vitória a seu povo sobre a terra na luta que lhe espera no futuro".6 Beasley-Murray assinala corretamente que "o característico importante do rolo selado não são os juízos que acompanham a abertura dos selos [Apoc. 6-9], e sim o acontecimento supremo ao qual conduzem".7 A Abertura dos Selos A visão do trono de Apocalipse 5 não descreve a cena do juízo de Daniel 7, como alguns sustentam. As diferenças entre ambas as visões são muito assinaladas. Primeiro, a intenção da visão do trono que teve João é revelar o começo do ministério e reinado celestial de Cristo devido a sua entronização como o Senhor ressuscitado, a iniciação de uma nova era de salvação, a era messiânica. A visão de Daniel descreve um juízo no céu que inaugura o ministério final de Cristo quando o anticristo governou a terra durante 3½ tempos proféticos (Dan. 7:8-11, 25, 26). Jon Paulien declara: "O juízo não tem lugar nos capítulos 4 e 5 quando os selos ainda têm que ser abertos".8
  • 6. As Profecias do Tempo do Fim 6 Apocalipse 5 descreve o gozo de êxtase que há no céu pela abnegação, ressurreição e entronização de Cristo como Rei-Sacerdote no céu, que o capacita a restaurar o reino de Deus sobre a terra. As ações de Cristo de abrir os 7 selos do livro se parecem com o ritual da abertura de um testamento, que na cultura romana estava fechado com 7 selos.9 Quando se abria um testamento, lia-se em voz alta ante as testemunhas originais e depois, executava-se. Th. Zahn declara: "O documento assegurado com sete selos é um símbolo facilmente compreendido da promessa e segurança dada por Deus a sua igreja do futuro reino [basiléia]. Esta disposição irrevogável de seus bens ocorreu faz muito tempo, foi documentada e selada, mas incluso no foi levada a cabo. A herança ainda está guardada no céu (1 Ped. 1:4), e portanto o testamento incluso no foi aberto nem levado a cabo".10 Esta comparação ilustra o significado da abertura do divino livro: pode ler-se e realizar-se como um testamento por Cristo só depois de sua morte como sacrifício. A abertura de um selo por Cristo revela uma nova fase da história da igreja, até que o sexto selo apresente o terrível dia do juízo para todos os que rechaçaram o reino do Cordeiro. Referências A Bibliografia para Apocalipse 4 e 5 a encontrará na página 153. 1 Beasley-Murray, Revelation, p. 108. 2 Stefanovic, The Background and Meaning of the Sealed Book of Revelation 5, p. 322. 3 Ibid., p. 318. 4 Van Unnik, " 'Worthy is the Lamb'. The Background of Apoc 5", p. 460. 5 Ladd, El Apocalipsis de Juan: Un comentario, p. 55. 6 Metzger, Breaking the Code. Understanding the Book of Revelation, p. 54. 7 Beasley-Murray, Revelation, p. 123. 8 Paulien, em Simposio sobre el Apocalipsis, T. 1, P. 187. 9 Zahn, Introduction to the New Testament, t. 3, p. 394.
  • 7. As Profecias do Tempo do Fim 7 10 Ibid. FONTES BIBLIOGRÁFICAS PARA APOCALIPSE 4 E 5 Livros Beasley-Murray George R. Revelation [O Apocalipse]. New Century Bible Commentary [Comentário da Bíblia do Novo Século]. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1983. Feuillet, André. Johannine Studies [Estudos Joaninos]. Staten Island, Nova York: Alvorada House, 1966. Cap. I: "The Twenty-Four Elders of the Apocalypse" [Os 24 Anciões do Apocalipse]. Ladd, George E. El Apocalipsis de Juan: Un comentario. Trad. A. Canclini. Miami, Florida: Editorial Caribe, 1978. Metzger, Bruce M. Breaking the Code. Understanding the Book of Revelation [Decifrando o Código: Entendendo o Livro do Apocalipse]. Nashville, TN: Abingdon Press, 1993. Stefanovic, Ranko The Background and Meaning of the Sealed Book of Revelation 5 [O Antecedente e o Significado do Livro Selado de Apocalipse 5]. Tese doutoral inédita, Universidade Andrews. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1995. White, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. ___________. Primeiros Escritos. Tatuí, S. Paulo: Casa Publicadora Brasileira. Zahn, Th. Introduction to the New Testament [Introdução ao Novo Testamento]. Grand Rapids, MI: Kregel Publications, ET 1953. 3 ts. Artigos Hurtado, L. W. "Revelation 4-5 in the Light of Jewish Apocalyptic Analogies" [Apocalipse 4 e 5 à Luz de Analogias Apocalípticas Judaicas], JSNT 25 (1985), pp. 105-124.
  • 8. As Profecias do Tempo do Fim 8 Müller, H. P. "Die Himmlische Ratsversammlung. Motivgeschichtliches zu Apc 5.1-5" [O concílio celestial. Antecedente do motivo histórico de Apocalipse 5:1-5], Zeitschrift für die Neutestamentliche Wissenschaft [Revista para a Ciência do Novo Testamento] 54 (1963), pp. 254-267. Paulien, Jon. "Seals and Trumpets: Some Current Discussions" [Os Selos e as Trombetas: Algumas Discussões Atuais], Simpósio sobre o Apocalipse. T. 1, cap. 10. Van Unnik, W. C. " 'Worthy is the Lamb'. The Background of Apoc 5" ["Digno é o Cordeiro". O Antecedente de Apoc. 5], Mélanges Bibliques [Miscelâneas Bíblicas]. Ensaios em honra de R. Béda Rigaux. A. Descamps e R. A. do Hallaux, eds. Duculot, 1970, pp. 445-461.