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Revisão de Literatura
                                                                                                 Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal
                                                                        Artigo submetido em 9/1/09; aceito para publicação em 19/10/09




Métodos Avaliativos para Estenose Vaginal Pós-Radioterapia
Assessment Methods for Post Radiotherapy Vaginal Stenosis
Métodos de Evaluación para la Estenosis Vaginal Posradioterapia



    Marcela Ponzio Pinto e Silva1, Camila Schneider Gannuny2, Nathália Andreatti Aiello2, Maria Amélia Ralio Higinio2, Neville de Oliveira Ferreira3,
                                                         Mariana Maia Freire de Oliveira3

Resumo
a radioterapia externa ou intracavitária realizada em mulheres com câncer ginecológico pode resultar em morbidades,
como a estenose vaginal, que causa estresse emocional e prejuízo funcional. atualmente, não existe um padrão para
avaliação da estenose vaginal, dificultando o seu diagnóstico. o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da
literatura sobre os métodos avaliativos utilizados para classificar estenose vaginal em pacientes submetidas à radioterapia.
a pesquisa considerou artigos publicados de 1972 a 2008 nas bases de dados Pubmed e scielo. os artigos foram
selecionados por acessibilidade, considerando incidência, métodos e formas de avaliação da estenose vaginal. Foram
encontrados poucos estudos que avaliaram a estenose vaginal e estes apresentam diferentes métodos de avaliação para
estenose vaginal em pacientes submetidas ao tratamento de radioterapia externa e/ou intracavitária associada ou não à
cirurgia com incidências variáveis. a literatura mostrou que não existe um padrão de avaliação para estenose vaginal,
o que dificulta o diagnóstico. são necessários mais estudos para padronizar a avaliação de estenose, o que possibilitará
verificar sua real incidência e os resultados do tratamento nessas pacientes.
Palavras-chave: constrição Patológica; neoplasias dos Genitais Femininos; Braquiterapia; literatura de revisão como
assunto; avaliação




1
  Fisioterapeuta. doutora pelo departamento de tocoginecologia do centro de atenção integral à saúde da Mulher (caisM)/universidade
estadual de campinas (unicamp).
2
  Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia aplicada à saúde da Mulher caisM/unicamp.
3
  Fisioterapeuta. Mestre pelo departamento de tocoginecologia do caisM/unicamp.
Endereço para correspondência: Marcela Ponzio Pinto e silva. seção de Fisioterapia/ caisM/unicamp. rua alexander Fleming, 101 - cidade
universitária - campinas (sP), Brasil. E-mail: mackpps@terra.com.br



                                                                                                                Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83   65
Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF
         ,


                                       INTRODUÇÃO                       revisão da literatura sobre os métodos avaliativos utilizados
                                                                        para classificar estenose vaginal em pacientes submetidas
             o câncer ginecológico destaca-se por sua alta              à radioterapia.
         prevalência entre as mulheres e ocupa o terceiro lugar no
         registro de câncer da Fundação oncocentro de são Paulo                               MÉTODOS
         (FosP), considerando casos novos diagnosticados no
         período de janeiro de 2000 até junho de 20081.                     Foi realizada uma revisão da literatura utilizando duas
             entre as neoplasias ginecológicas, o câncer do colo do     bases de dados, scielo (http://www.scielo.br), e PubMed
         útero corresponde a maior parte dos casos, com taxa de         (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez/), utilizando
         incidência no Brasil de 20,31 para cada 100.000 mulheres       como palavras-chave: vaginal stenosis, gynaecological cancer
         no período de 2006 a 2007, seguido pelo câncer de              e radiotherapy. a pesquisa considerou artigos publicados
         endométrio e o câncer de ovário, sendo que o tratamento        entre o período de 1972 a 2008.
         preconizado para essas condições inclui cirurgia e/ou              os artigos foram selecionados por acessibilidade,
         radioterapia (rt)2,3.                                          considerando estudos que abordavam a incidência
             em grande parte dos casos, o tratamento de escolha         de estenose vaginal na análise estatística, assim como
         para o câncer ginecológico consiste na radioterapia            aqueles que descreviam métodos e formas de avaliação.
         externa associada ou não à intracavitária (braquiterapia)4.    os aspectos analisados foram: caracterização e avaliação
         entretanto, a ocorrência de algumas complicações               da estenose vaginal, incidência de estenose vaginal,
         decorrentes desse tratamento pode ser inevitável, tais         repercussão na qualidade de vida e seguimento de
         como: irritabilidade vesical, diarreia, alterações cutâneas,   mulheres acometidas.
         fístulas intestinais ou vesicais e fibrose vaginal5.               Foram incluídos estudos na língua inglesa, sendo
             tais alterações podem gerar uma gama de efeitos físicos    a seleção ampliada por meio de outras fontes, como
         e psicológicos com repercussão negativa na saúde sexual das    referências citadas nos artigos obtidos.
         mulheres e de seus parceiros3. o principal impacto nestes          os resultados da busca foram elaborados de forma
         casos é atribuído à estenose vaginal, que pode associar-se     descritiva e expostos em tabela.
         diretamente à disfunção sexual e dispareunia6.
             a estenose vaginal resulta do acometimento da mucosa                           RESULTADOS
         vaginal, dos tecidos conectivos e dos pequenos vasos
         sanguíneos, levando ao desnudamento do epitélio e a uma            não foram encontrados trabalhos na língua portuguesa
         diminuição do aporte sanguíneo com subsequente hipóxia         na base de dados scielo combinando as palavras-chaves.
         e desenvolvimento de teleangectasia7,8. a atrofia tecidual     na base de dados Pubmed, foram encontrados 11 artigos
         tardia ao tratamento com radioterapia ginecológica conduz      que relatavam a incidência de estenose vaginal em pacientes
         à diminuição da espessura da mucosa vaginal, ausência de       submetidas ao tratamento de radioterapia externa e/ou
         lubrificação, formação de aderências e fibroses, resultando    intracavitária associada ou não à cirurgia. entre esses
         na perda da elasticidade vaginal4,9. essas alterações são      estudos, três não especificaram a forma de avaliação; sete
         intensificadas pela ausência ou diminuição da função           utilizaram o exame ginecológico associado a diferentes
         ovariana induzida pela radioterapia, que pode provocar         formas de graduação da estenose vaginal; e um utilizou o
         uma deficiência estrogênica8.                                  método de imagem radiológica. a tabela 1 apresenta esses
             a combinação desses efeitos, em longo prazo, além          trabalhos, ressaltando localização do câncer, número de
         de levar à disfunção sexual, pode dificultar os exames         pacientes estudados, tratamento escolhido, incidência da
         ginecológicos clínicos de rotina, indispensáveis no            estenose vaginal e método de avaliação utilizado.
         seguimento clínico dessas mulheres8,9.
             apesar de a estenose vaginal ser uma complicação                                DISCUSSÃO
         comum da radioterapia e estar descrita na literatura, os
         métodos de avaliação encontrados para essa condição                a incidência da estenose vaginal após rt ginecológica
         são descritos de formas variadas, por meio de imagem           variou de 1,2%15 a 88%11. a diversidade dos dados pode
         radiológica10 ou exame ginecológico (através da palpação),     ser explicada pela variabilidade dos métodos de avaliação
         e com diferentes formas de graduação4,6,9,11-14. além disso,   da estenose vaginal e também pelo impacto de covariáveis
         outros estudos15-17 consideraram a análise e a incidência      como a dose e a técnica de radioterapia utilizada16.
         da estenose vaginal como complicações da radioterapia,             a estenose vaginal foi definida no estudo de Flay e
         no entanto, não descrevem a forma de avaliação utilizada.      Matthews12 como o encurtamento da vagina, com valor
         Por este motivo, o objetivo deste estudo foi realizar uma      inferior a 8 centímetros de comprimento. Kohr et al.14


66   Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83
Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal


classificaram tal complicação vaginal em severa (grau 1)            total (grau 3), os autores consideraram também a presença
ou moderada (grau 2), porém, em ambos os estudos, a                 de complicações severas associadas às modificações teciduais
forma e os critérios utilizados para avaliação não foram            causadas pela radioterapia como úlcera e necrose (grau 4) e
descritos.                                                          fístulas vesicais e intestinais (grau 5).
    no estudo de schover et al.6, a classificação utilizada             do mesmo modo, Hartman e diddle11 estabeleceram
também se limitou à divisão em leve ou severa, porém                a classificação da estenose vaginal em graus, porém se
foi formulado um questionário com critérios detalhados              detiveram à possível obliteração do canal da vagina em
para padronização do exame pélvico realizado pelo                   seu comprimento. sendo grau 1 a ausência de estenose;
ginecologista, em que a mucosa e o tamanho da                       grau 2 a estenose no primeiro terço proximal da vagina;
vagina foram classificados como normal, parcialmente                e grau 3 a estenose além do primeiro terço da vagina até
modificado ou severamente modificado. além disso, a dor             obliteração total.
durante palpação foi considerada como desconforto suave,                nunns et al.13 consideraram a presença de estenose
severo ou ausente. nos resultados apresentados, entre as            vaginal pelo exame clínico como a inabilidade em
36 mulheres estudadas, foi observado o encurtamento                 introduzir dois dedos no canal da vagina, sendo esse teste
e/ou estreitamento vaginal em 24 e 13 pacientes,                    realizado por dois examinadores diferentes na maior parte
respectivamente.                                                    dos casos estudados.
    Brand et al.4 utilizaram uma graduação mais criteriosa,             Por sua vez, decruze et al.9 investigaram a presença
classificando o comprometimento do canal vaginal em vários          ou ausência de estenose vaginal, por meio de exame
graus. nessa classificação, além de estabelecer ausência de         ginecológico de comparação da dimensão vaginal
estenose (grau 1), estenose parcial (grau 2) e obliteração          imediatamente anterior ao tratamento intracavitário e


Tabela 1. Resultados dos estudos que avaliam a incidência da estenose vaginal em mulheres com câncer ginecológico pós-radioterapia

                      Localização do         Número de                                                                   Método de
      Autores                                                 Tratamento               Incidência EV
                          tumor               pacientes                                                                  avaliação

  Hartman et al.,       Colo do útero
                                                  221              RTBT                      88%                            Palpação
      1972             (estádios I a IV)

  Schover et al.,       Colo do útero                                           13 (estreitamento vaginal)
                                                  36             RTBTHT                                                     Palpação
      1989             (estádios I a IIa)                                       24 (encurtamento vaginal)

 Flay, Matthews,        Colo do útero
                                                  16             RTBTHT                      73%                            Palpação
       1995            (estádios I a III)
   Noyes et al.,         Endométrio                                               1,6% (estenose vaginal)
                                                  63              HTBT                                                           NE
      1995            (estádios I a e b)                                           22% (fibrose vaginal)
 Eltabbakh et al.,       Endométrio
                                                  303             BTHT                       1,2%                                NE
      1997                (estádio I)
                                                                                   11% (uso de dilatador
  Decruze et al.,       Colo do útero                                                    vaginal)
                                                  70             RTBTHT                                                     Palpação
      1999               Endométrio                                                57% (orientação para
                                                                                     relação sexual)
   Nunns et al.,         Endométrio
                                                  75             RTBTHT                     54,7%                           Palpação
      2000             (estádios I a IV)
                        Colo do útero                                                                                       Imagem
 Katz et al.,2001                                 41               RTBT                      ____
                         Endométrio                                                                                       radiológica
   Brand et al.,        Colo do útero
                                                  179            RTBTHT                      38%                            Palpação
      2006            (estádios Ib a IV)
    Khor et al.,        Colo do útero
                                                  106              RTBT                     45,3%                           Palpação
      2007            (estádios Ib a IV)
   Chong et al.,         Endométrio
                                                  173             BTHT                      12,7%                                NE
      2008            (estádios Ia a IIa)
ne=não especificado     Bt=braquiterapia
rt=radioterapia         Ht=histerectomia




                                                                                                 Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83   67
Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF
         ,


         após um ano da conclusão do tratamento. os autores                                 REFERÊNCIAS
         se destacaram também por identificarem diferentes
         taxas de incidência da estenose vaginal de acordo com a        1. Fundação Oncocentro de São Paulo (Brasil). Dados de
         utilização de métodos preventivos recomendados. sabe-              Câncer. São Paulo: FOSP; 2008. [Acesso em: 2008 out
         se que a estenose vaginal induzida por radiação pode ser           14]. Disponível em: http://www.fosp.saude.sp.gov.br/
                                                                            html/fr_dados.html
         prevenida pela liberação de aderências e alargamento
         da vagina através de relações sexuais ou pelo uso dos          2. Brasil. Ministério da Saúde. Taxa de incidência de
                                                                            neoplasias malignas. Brasília: IDB Brasil; 2007. [Acesso
         dilatadores vaginais8. e, as mulheres que somente foram
                                                                            em: 2008 out 10]. Disponível em: http://tabnet.datasus.
         orientadas quanto à importância da relação sexual
                                                                            gov.br/cgi/idb2007/d05_06uff.htm
         apresentaram maior incidência de estenose vaginal quando
                                                                        3. White ID, Faithfull S. Vaginal dilation associated with
         comparadas às mulheres que utilizaram dilatadores
                                                                            pelvic radiotherapy: a UK survey of current practice. Int
         vaginais9, evidenciando a importância desse recurso para           J Gynecol Cancer 2006; 16:1140–6.
         a intervenção preventiva.
                                                                        4. Brand AH, Bull CA, Cakir B. Vaginal stenosis in patients
             na tentativa de consolidar um método quantitativo              treated with radiotherapy for carcinoma of the cervix. Int
         para avaliação da estenose vaginal, Katz et al.10 compararam       J Gynecol Cancer 2006; 16:288–3.
         e mensuraram a diferença da distância entre a borda            5. Jones HW, Jones GS. Novak: Tratado de Ginecologia. 10
         superior do púbis e o ápice de um cilindro introduzido             ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983. 249-94.
         na vagina, através de imagens radiológicas, realizadas         6. Schover LR, Fife M, Gershenson DM. Sexual disfunction
         anteriormente ao tratamento e após a segunda aplicação             and treatment for early stage cervical cancer. Cancer
         de braquiterapia. no entanto, esse método de avaliação se          1989; 63:204-12.
         restringiu à avaliação do comprimento do canal vaginal,        7. Hintz BL, Kagan AR, Chan P. Radiation tolerance of
         desconsiderando seu diâmetro, o que impede a detecção              the vaginal mucosa. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1980;
         de um possível estreitamento.                                      6:711-16.
                                                                        8. Lancaster L. Preventing vaginal stenosis after
                                        CONCLUSÃO                           brachytherapy for gynaecological cancer: an overview of
                                                                            Australian practices. Eur J Oncol Nurs 2004; 8:30-9.
             Verificou-se neste estudo que vários métodos são           9. Decruze SB, Guthrie D, Magnani R. Prevention of vaginal
         descritos para avaliar a estenose vaginal, porém há uma            stenosis in pacients following vaginal brachytherapy. Clin
         ausência de padronização e inconsistência em relação               Oncol 1999; 11:46-8.
         à variabilidade de rigores metodológicos. esses fatores        10. Katz A, Njuguna E, Rakowsky E, Sulkes A, Sulkes J,
         tornam questionável a análise da incidência dessa                  Fenig E. Early development of vaginal shortening during
         condição, prejudicam a realização de anamnese detalhada            radiation therapy for endometrial or cervical cancer. Int
         e a atuação preventiva do profissional de saúde18.                 J Gynecol Cancer 2001; 11:234–5.
             Portanto, conclui-se que são necessárias novas             11. Hartman P, Diddle AW. Vaginal stenosis following
         pesquisas para padronização de um método de avaliação              irradiation therapy for carcinoma of the cervix uteri.
                                                                            Cancer 1972; 30:426-9.
         para estenose vaginal em pacientes submetidas à
         radioterapia. o desenvolvimento de um método capaz de          12. Flay L, Matthews JHL. The effects of raditherapy and
                                                                            surgery on the sexual function of women treated for
         mensurar objetivamente a área vaginal poderia auxiliar no
                                                                            cervical cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1995;
         diagnóstico mais preciso da estenose vaginal, conduzindo a         31:399-404.
         melhores propostas terapêuticas. além disso, possibilitaria
                                                                        13. Nunns D, Williamson K, Swaney L, Davy M. The
         a verificação do real impacto e a incidência da estenose de        morbity of surgery and adjuvant radiotherapy in the
         acordo com suas variáveis, de forma padronizada.                   management of endometrial carcinoma. Int J Gynecol
                                                                            Cancer 2000; 10:233-8.
                                     AGrADECimENToS                     14. Khor TH, Tuan JKL, Hee SW, Tham IWK. Radical
                                                                            radiotherapy with high-dose-rate brachytherapy for
            agradecimentos à andréa de andrade Marques,                     uterine cervix cancer long-term results. Australas Radiol
         responsável pela seção de Fisioterapia do centro de                2007; 51: 570-7.
         atenção integral à saúde da Mulher, da universidade            15. Eltabbakh GH, Piver MS, Hempling RE, Shin KH.
         estadual de campinas.                                              Excellent long term survival and abscense of vaginal
                                                                            recurrences in 332 patients with low risk stage I
         Declaração de Conflito de Interesses: Nada a Declarar              endometrial adenocarcinoma treated with hysterectomy


68   Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83
Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal


    and vaginal brachytherapy without formal lymph node             17. Chong P, Hoskin PJ. Vaginal vault brachytherapy as sole
    sampling: report of a prospective trial. Int J Radiat Oncol         postoperative treatment for low-risk endometrial cancer.
    Biol Phys 1997; 38:373-80.                                          Brachytherapy 2008; 7:195-9.
16. Noyes WR, Bastin K, Edwards SA, Buchler DA, Stitt JA,           18. Denton AS, Maher EJ. Intervention for the physical
    Thomadsen BR, et al. Postoperative vaginal cuff irradiation         aspects of sexual dysfunction in women following
    using high dose rate remote afterloading: a phase II clinical       pelvic radiotherapy. Cochrane Database Syst Rev
    protocol. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1995; 32:1439-43.            2003; 1:1-30.




                                                                                               Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83   69
Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF
         ,


         Abstract
         radiotherapy (rt) or braquitherapy performed in women with gynecological cancer can result in diseases such as
         vaginal stenosis, causing emotional stress and functional injury. currently, there is no vaginal stenosis assessment
         standards, which could make it more difficult to diagnose it. The objective of this study was to perform a literature
         review about the assessment methods that are used to classify vaginal stenosis in patients submitted to radiotherapy.
         The research considered articles published from 1972 to 2008 in Pubmed and scielo databases. articles were selected by
         accessibility, considering incidence, methods and forms of vaginal stenosis assessment. There are just a few studies that
         evaluated vaginal stenosis and different assessment methods were found for vaginal stenosis in patients who underwent
         to rt and/or braquitherapy as a treatment whether associated or not to the surgery with changeable incidences. The
         literature review showed that there is not an assessment standard for vaginal stenosis, making diagnosis difficult to be
         done. More studies are needed to standardize the assessment of vaginal stenosis, which would allow statistics to verify
         the real incidence and treatment results of these patients.
         Key words: constriction, Pathologic; Genital neoplasms, Female; Brachytherapy; review literature as topic;
         evaluation


         Resumen
         la radioterapia externa o intracavitaria llevada a cabo en mujeres con cáncer ginecológico puede producir morbosidad,
         como la estenosis vaginal, que causa estrés emocional y deterioro funcional. actualmente, no existe ningún estándar
         para la evaluación de la estenosis vaginal, dificultando su diagnóstico. el objetivo de este estudio fue llevar a cabo
         una revisión de la literatura sobre los métodos de evaluación utilizados para clasificar la estenosis vaginal en pacientes
         sometidas a radioterapia. la investigación consideró los artículos publicados desde 1972 hasta 2008 en las bases de
         datos Pubmed e Scielo. los artículos fueron seleccionados por accesibilidad, considerando incidencia, métodos y
         formas de evaluación de la estenosis vaginal. Pocos fueron los estudios encontrados que evaluaron la estenosis vaginal
         y, además, presentan diferentes métodos de evaluación para la estenosis vaginal en pacientes sometidas al tratamiento
         de radioterapia externa y/o intracavitaria, asociada o no a la cirugía con incidencias variables. la literatura mostró que
         no existe un estándar de evaluación para la estenosis vaginal, lo que dificulta el diagnóstico. se necesitan más estudios
         para estandarizar la evaluación de la estenosis, lo que posibilitará comprobar su incidencia real y los resultados del
         tratamiento en esas pacientes.
         Palabras clave: constricción Patológica; neoplasias de los Genitales Femeninos; Braquiterapia; literatura de revisión
         como asunto; evaluación




70   Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83

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Avaliação Estenose Vaginal Pós-Radioterapia

  • 1. Revisão de Literatura Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal Artigo submetido em 9/1/09; aceito para publicação em 19/10/09 Métodos Avaliativos para Estenose Vaginal Pós-Radioterapia Assessment Methods for Post Radiotherapy Vaginal Stenosis Métodos de Evaluación para la Estenosis Vaginal Posradioterapia Marcela Ponzio Pinto e Silva1, Camila Schneider Gannuny2, Nathália Andreatti Aiello2, Maria Amélia Ralio Higinio2, Neville de Oliveira Ferreira3, Mariana Maia Freire de Oliveira3 Resumo a radioterapia externa ou intracavitária realizada em mulheres com câncer ginecológico pode resultar em morbidades, como a estenose vaginal, que causa estresse emocional e prejuízo funcional. atualmente, não existe um padrão para avaliação da estenose vaginal, dificultando o seu diagnóstico. o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre os métodos avaliativos utilizados para classificar estenose vaginal em pacientes submetidas à radioterapia. a pesquisa considerou artigos publicados de 1972 a 2008 nas bases de dados Pubmed e scielo. os artigos foram selecionados por acessibilidade, considerando incidência, métodos e formas de avaliação da estenose vaginal. Foram encontrados poucos estudos que avaliaram a estenose vaginal e estes apresentam diferentes métodos de avaliação para estenose vaginal em pacientes submetidas ao tratamento de radioterapia externa e/ou intracavitária associada ou não à cirurgia com incidências variáveis. a literatura mostrou que não existe um padrão de avaliação para estenose vaginal, o que dificulta o diagnóstico. são necessários mais estudos para padronizar a avaliação de estenose, o que possibilitará verificar sua real incidência e os resultados do tratamento nessas pacientes. Palavras-chave: constrição Patológica; neoplasias dos Genitais Femininos; Braquiterapia; literatura de revisão como assunto; avaliação 1 Fisioterapeuta. doutora pelo departamento de tocoginecologia do centro de atenção integral à saúde da Mulher (caisM)/universidade estadual de campinas (unicamp). 2 Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia aplicada à saúde da Mulher caisM/unicamp. 3 Fisioterapeuta. Mestre pelo departamento de tocoginecologia do caisM/unicamp. Endereço para correspondência: Marcela Ponzio Pinto e silva. seção de Fisioterapia/ caisM/unicamp. rua alexander Fleming, 101 - cidade universitária - campinas (sP), Brasil. E-mail: mackpps@terra.com.br Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83 65
  • 2. Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF , INTRODUÇÃO revisão da literatura sobre os métodos avaliativos utilizados para classificar estenose vaginal em pacientes submetidas o câncer ginecológico destaca-se por sua alta à radioterapia. prevalência entre as mulheres e ocupa o terceiro lugar no registro de câncer da Fundação oncocentro de são Paulo MÉTODOS (FosP), considerando casos novos diagnosticados no período de janeiro de 2000 até junho de 20081. Foi realizada uma revisão da literatura utilizando duas entre as neoplasias ginecológicas, o câncer do colo do bases de dados, scielo (http://www.scielo.br), e PubMed útero corresponde a maior parte dos casos, com taxa de (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez/), utilizando incidência no Brasil de 20,31 para cada 100.000 mulheres como palavras-chave: vaginal stenosis, gynaecological cancer no período de 2006 a 2007, seguido pelo câncer de e radiotherapy. a pesquisa considerou artigos publicados endométrio e o câncer de ovário, sendo que o tratamento entre o período de 1972 a 2008. preconizado para essas condições inclui cirurgia e/ou os artigos foram selecionados por acessibilidade, radioterapia (rt)2,3. considerando estudos que abordavam a incidência em grande parte dos casos, o tratamento de escolha de estenose vaginal na análise estatística, assim como para o câncer ginecológico consiste na radioterapia aqueles que descreviam métodos e formas de avaliação. externa associada ou não à intracavitária (braquiterapia)4. os aspectos analisados foram: caracterização e avaliação entretanto, a ocorrência de algumas complicações da estenose vaginal, incidência de estenose vaginal, decorrentes desse tratamento pode ser inevitável, tais repercussão na qualidade de vida e seguimento de como: irritabilidade vesical, diarreia, alterações cutâneas, mulheres acometidas. fístulas intestinais ou vesicais e fibrose vaginal5. Foram incluídos estudos na língua inglesa, sendo tais alterações podem gerar uma gama de efeitos físicos a seleção ampliada por meio de outras fontes, como e psicológicos com repercussão negativa na saúde sexual das referências citadas nos artigos obtidos. mulheres e de seus parceiros3. o principal impacto nestes os resultados da busca foram elaborados de forma casos é atribuído à estenose vaginal, que pode associar-se descritiva e expostos em tabela. diretamente à disfunção sexual e dispareunia6. a estenose vaginal resulta do acometimento da mucosa RESULTADOS vaginal, dos tecidos conectivos e dos pequenos vasos sanguíneos, levando ao desnudamento do epitélio e a uma não foram encontrados trabalhos na língua portuguesa diminuição do aporte sanguíneo com subsequente hipóxia na base de dados scielo combinando as palavras-chaves. e desenvolvimento de teleangectasia7,8. a atrofia tecidual na base de dados Pubmed, foram encontrados 11 artigos tardia ao tratamento com radioterapia ginecológica conduz que relatavam a incidência de estenose vaginal em pacientes à diminuição da espessura da mucosa vaginal, ausência de submetidas ao tratamento de radioterapia externa e/ou lubrificação, formação de aderências e fibroses, resultando intracavitária associada ou não à cirurgia. entre esses na perda da elasticidade vaginal4,9. essas alterações são estudos, três não especificaram a forma de avaliação; sete intensificadas pela ausência ou diminuição da função utilizaram o exame ginecológico associado a diferentes ovariana induzida pela radioterapia, que pode provocar formas de graduação da estenose vaginal; e um utilizou o uma deficiência estrogênica8. método de imagem radiológica. a tabela 1 apresenta esses a combinação desses efeitos, em longo prazo, além trabalhos, ressaltando localização do câncer, número de de levar à disfunção sexual, pode dificultar os exames pacientes estudados, tratamento escolhido, incidência da ginecológicos clínicos de rotina, indispensáveis no estenose vaginal e método de avaliação utilizado. seguimento clínico dessas mulheres8,9. apesar de a estenose vaginal ser uma complicação DISCUSSÃO comum da radioterapia e estar descrita na literatura, os métodos de avaliação encontrados para essa condição a incidência da estenose vaginal após rt ginecológica são descritos de formas variadas, por meio de imagem variou de 1,2%15 a 88%11. a diversidade dos dados pode radiológica10 ou exame ginecológico (através da palpação), ser explicada pela variabilidade dos métodos de avaliação e com diferentes formas de graduação4,6,9,11-14. além disso, da estenose vaginal e também pelo impacto de covariáveis outros estudos15-17 consideraram a análise e a incidência como a dose e a técnica de radioterapia utilizada16. da estenose vaginal como complicações da radioterapia, a estenose vaginal foi definida no estudo de Flay e no entanto, não descrevem a forma de avaliação utilizada. Matthews12 como o encurtamento da vagina, com valor Por este motivo, o objetivo deste estudo foi realizar uma inferior a 8 centímetros de comprimento. Kohr et al.14 66 Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83
  • 3. Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal classificaram tal complicação vaginal em severa (grau 1) total (grau 3), os autores consideraram também a presença ou moderada (grau 2), porém, em ambos os estudos, a de complicações severas associadas às modificações teciduais forma e os critérios utilizados para avaliação não foram causadas pela radioterapia como úlcera e necrose (grau 4) e descritos. fístulas vesicais e intestinais (grau 5). no estudo de schover et al.6, a classificação utilizada do mesmo modo, Hartman e diddle11 estabeleceram também se limitou à divisão em leve ou severa, porém a classificação da estenose vaginal em graus, porém se foi formulado um questionário com critérios detalhados detiveram à possível obliteração do canal da vagina em para padronização do exame pélvico realizado pelo seu comprimento. sendo grau 1 a ausência de estenose; ginecologista, em que a mucosa e o tamanho da grau 2 a estenose no primeiro terço proximal da vagina; vagina foram classificados como normal, parcialmente e grau 3 a estenose além do primeiro terço da vagina até modificado ou severamente modificado. além disso, a dor obliteração total. durante palpação foi considerada como desconforto suave, nunns et al.13 consideraram a presença de estenose severo ou ausente. nos resultados apresentados, entre as vaginal pelo exame clínico como a inabilidade em 36 mulheres estudadas, foi observado o encurtamento introduzir dois dedos no canal da vagina, sendo esse teste e/ou estreitamento vaginal em 24 e 13 pacientes, realizado por dois examinadores diferentes na maior parte respectivamente. dos casos estudados. Brand et al.4 utilizaram uma graduação mais criteriosa, Por sua vez, decruze et al.9 investigaram a presença classificando o comprometimento do canal vaginal em vários ou ausência de estenose vaginal, por meio de exame graus. nessa classificação, além de estabelecer ausência de ginecológico de comparação da dimensão vaginal estenose (grau 1), estenose parcial (grau 2) e obliteração imediatamente anterior ao tratamento intracavitário e Tabela 1. Resultados dos estudos que avaliam a incidência da estenose vaginal em mulheres com câncer ginecológico pós-radioterapia Localização do Número de Método de Autores Tratamento Incidência EV tumor pacientes avaliação Hartman et al., Colo do útero 221 RTBT 88% Palpação 1972 (estádios I a IV) Schover et al., Colo do útero 13 (estreitamento vaginal) 36 RTBTHT Palpação 1989 (estádios I a IIa) 24 (encurtamento vaginal) Flay, Matthews, Colo do útero 16 RTBTHT 73% Palpação 1995 (estádios I a III) Noyes et al., Endométrio 1,6% (estenose vaginal) 63 HTBT NE 1995 (estádios I a e b) 22% (fibrose vaginal) Eltabbakh et al., Endométrio 303 BTHT 1,2% NE 1997 (estádio I) 11% (uso de dilatador Decruze et al., Colo do útero vaginal) 70 RTBTHT Palpação 1999 Endométrio 57% (orientação para relação sexual) Nunns et al., Endométrio 75 RTBTHT 54,7% Palpação 2000 (estádios I a IV) Colo do útero Imagem Katz et al.,2001 41 RTBT ____ Endométrio radiológica Brand et al., Colo do útero 179 RTBTHT 38% Palpação 2006 (estádios Ib a IV) Khor et al., Colo do útero 106 RTBT 45,3% Palpação 2007 (estádios Ib a IV) Chong et al., Endométrio 173 BTHT 12,7% NE 2008 (estádios Ia a IIa) ne=não especificado Bt=braquiterapia rt=radioterapia Ht=histerectomia Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83 67
  • 4. Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF , após um ano da conclusão do tratamento. os autores REFERÊNCIAS se destacaram também por identificarem diferentes taxas de incidência da estenose vaginal de acordo com a 1. Fundação Oncocentro de São Paulo (Brasil). Dados de utilização de métodos preventivos recomendados. sabe- Câncer. São Paulo: FOSP; 2008. [Acesso em: 2008 out se que a estenose vaginal induzida por radiação pode ser 14]. Disponível em: http://www.fosp.saude.sp.gov.br/ html/fr_dados.html prevenida pela liberação de aderências e alargamento da vagina através de relações sexuais ou pelo uso dos 2. Brasil. Ministério da Saúde. Taxa de incidência de neoplasias malignas. Brasília: IDB Brasil; 2007. [Acesso dilatadores vaginais8. e, as mulheres que somente foram em: 2008 out 10]. Disponível em: http://tabnet.datasus. orientadas quanto à importância da relação sexual gov.br/cgi/idb2007/d05_06uff.htm apresentaram maior incidência de estenose vaginal quando 3. White ID, Faithfull S. Vaginal dilation associated with comparadas às mulheres que utilizaram dilatadores pelvic radiotherapy: a UK survey of current practice. Int vaginais9, evidenciando a importância desse recurso para J Gynecol Cancer 2006; 16:1140–6. a intervenção preventiva. 4. Brand AH, Bull CA, Cakir B. Vaginal stenosis in patients na tentativa de consolidar um método quantitativo treated with radiotherapy for carcinoma of the cervix. Int para avaliação da estenose vaginal, Katz et al.10 compararam J Gynecol Cancer 2006; 16:288–3. e mensuraram a diferença da distância entre a borda 5. Jones HW, Jones GS. Novak: Tratado de Ginecologia. 10 superior do púbis e o ápice de um cilindro introduzido ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983. 249-94. na vagina, através de imagens radiológicas, realizadas 6. Schover LR, Fife M, Gershenson DM. Sexual disfunction anteriormente ao tratamento e após a segunda aplicação and treatment for early stage cervical cancer. Cancer de braquiterapia. no entanto, esse método de avaliação se 1989; 63:204-12. restringiu à avaliação do comprimento do canal vaginal, 7. Hintz BL, Kagan AR, Chan P. Radiation tolerance of desconsiderando seu diâmetro, o que impede a detecção the vaginal mucosa. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1980; de um possível estreitamento. 6:711-16. 8. Lancaster L. Preventing vaginal stenosis after CONCLUSÃO brachytherapy for gynaecological cancer: an overview of Australian practices. Eur J Oncol Nurs 2004; 8:30-9. Verificou-se neste estudo que vários métodos são 9. Decruze SB, Guthrie D, Magnani R. Prevention of vaginal descritos para avaliar a estenose vaginal, porém há uma stenosis in pacients following vaginal brachytherapy. Clin ausência de padronização e inconsistência em relação Oncol 1999; 11:46-8. à variabilidade de rigores metodológicos. esses fatores 10. Katz A, Njuguna E, Rakowsky E, Sulkes A, Sulkes J, tornam questionável a análise da incidência dessa Fenig E. Early development of vaginal shortening during condição, prejudicam a realização de anamnese detalhada radiation therapy for endometrial or cervical cancer. Int e a atuação preventiva do profissional de saúde18. J Gynecol Cancer 2001; 11:234–5. Portanto, conclui-se que são necessárias novas 11. Hartman P, Diddle AW. Vaginal stenosis following pesquisas para padronização de um método de avaliação irradiation therapy for carcinoma of the cervix uteri. Cancer 1972; 30:426-9. para estenose vaginal em pacientes submetidas à radioterapia. o desenvolvimento de um método capaz de 12. Flay L, Matthews JHL. The effects of raditherapy and surgery on the sexual function of women treated for mensurar objetivamente a área vaginal poderia auxiliar no cervical cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1995; diagnóstico mais preciso da estenose vaginal, conduzindo a 31:399-404. melhores propostas terapêuticas. além disso, possibilitaria 13. Nunns D, Williamson K, Swaney L, Davy M. The a verificação do real impacto e a incidência da estenose de morbity of surgery and adjuvant radiotherapy in the acordo com suas variáveis, de forma padronizada. management of endometrial carcinoma. Int J Gynecol Cancer 2000; 10:233-8. AGrADECimENToS 14. Khor TH, Tuan JKL, Hee SW, Tham IWK. Radical radiotherapy with high-dose-rate brachytherapy for agradecimentos à andréa de andrade Marques, uterine cervix cancer long-term results. Australas Radiol responsável pela seção de Fisioterapia do centro de 2007; 51: 570-7. atenção integral à saúde da Mulher, da universidade 15. Eltabbakh GH, Piver MS, Hempling RE, Shin KH. estadual de campinas. Excellent long term survival and abscense of vaginal recurrences in 332 patients with low risk stage I Declaração de Conflito de Interesses: Nada a Declarar endometrial adenocarcinoma treated with hysterectomy 68 Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83
  • 5. Métodos Avaliativos de Estenose Vaginal and vaginal brachytherapy without formal lymph node 17. Chong P, Hoskin PJ. Vaginal vault brachytherapy as sole sampling: report of a prospective trial. Int J Radiat Oncol postoperative treatment for low-risk endometrial cancer. Biol Phys 1997; 38:373-80. Brachytherapy 2008; 7:195-9. 16. Noyes WR, Bastin K, Edwards SA, Buchler DA, Stitt JA, 18. Denton AS, Maher EJ. Intervention for the physical Thomadsen BR, et al. Postoperative vaginal cuff irradiation aspects of sexual dysfunction in women following using high dose rate remote afterloading: a phase II clinical pelvic radiotherapy. Cochrane Database Syst Rev protocol. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1995; 32:1439-43. 2003; 1:1-30. Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83 69
  • 6. Silva MPP Gannuny CS, Aiello NA, Higinio MAR, Ferreira NO, Oliveira MMF , Abstract radiotherapy (rt) or braquitherapy performed in women with gynecological cancer can result in diseases such as vaginal stenosis, causing emotional stress and functional injury. currently, there is no vaginal stenosis assessment standards, which could make it more difficult to diagnose it. The objective of this study was to perform a literature review about the assessment methods that are used to classify vaginal stenosis in patients submitted to radiotherapy. The research considered articles published from 1972 to 2008 in Pubmed and scielo databases. articles were selected by accessibility, considering incidence, methods and forms of vaginal stenosis assessment. There are just a few studies that evaluated vaginal stenosis and different assessment methods were found for vaginal stenosis in patients who underwent to rt and/or braquitherapy as a treatment whether associated or not to the surgery with changeable incidences. The literature review showed that there is not an assessment standard for vaginal stenosis, making diagnosis difficult to be done. More studies are needed to standardize the assessment of vaginal stenosis, which would allow statistics to verify the real incidence and treatment results of these patients. Key words: constriction, Pathologic; Genital neoplasms, Female; Brachytherapy; review literature as topic; evaluation Resumen la radioterapia externa o intracavitaria llevada a cabo en mujeres con cáncer ginecológico puede producir morbosidad, como la estenosis vaginal, que causa estrés emocional y deterioro funcional. actualmente, no existe ningún estándar para la evaluación de la estenosis vaginal, dificultando su diagnóstico. el objetivo de este estudio fue llevar a cabo una revisión de la literatura sobre los métodos de evaluación utilizados para clasificar la estenosis vaginal en pacientes sometidas a radioterapia. la investigación consideró los artículos publicados desde 1972 hasta 2008 en las bases de datos Pubmed e Scielo. los artículos fueron seleccionados por accesibilidad, considerando incidencia, métodos y formas de evaluación de la estenosis vaginal. Pocos fueron los estudios encontrados que evaluaron la estenosis vaginal y, además, presentan diferentes métodos de evaluación para la estenosis vaginal en pacientes sometidas al tratamiento de radioterapia externa y/o intracavitaria, asociada o no a la cirugía con incidencias variables. la literatura mostró que no existe un estándar de evaluación para la estenosis vaginal, lo que dificulta el diagnóstico. se necesitan más estudios para estandarizar la evaluación de la estenosis, lo que posibilitará comprobar su incidencia real y los resultados del tratamiento en esas pacientes. Palabras clave: constricción Patológica; neoplasias de los Genitales Femeninos; Braquiterapia; literatura de revisión como asunto; evaluación 70 Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83