Este documento descreve os sistemas de criação e manejo de abelhas melíferas no Brasil, incluindo informações sobre colméias, raças, doenças, alimentação e instalações necessárias para a apicultura. O documento também fornece curiosidades sobre as funções da rainha, operárias e zangões, além da comunicação entre as abelhas.
2. Sistema de Criação
Este sistema de produção destina-se a produtores que
possuem bom nível de conhecimento em apicultura,
acessíveis a inovações tecnológicas, podendo ser ou
não proprietários de terra.
Espera-se pela adoção deste sistema que a produção
anual de mel, por colméia, seja de 50 quilogramas.
Deve-se vender o mel centrifugado, e cada apiário ter de
15 a 20 colméias.
3. Colméia
A colmeia deve possuir:
Tampa, Melgueira (Até 3 no máximo),
uma divisoria que evite a passagem da
rainha, Ninho e assoalho.
4. Raças
Há várias ordens de insetos, descriminados pela forma das asas.
Pertence às abelhas a ordem Hymenoptera, por possuírem dois
pares de asas membranosas que no vôo se conjugam em um só
par. E ao gênero Apis, abelhas com ferrão ou Melliferas.
Existem muitas raças ou sub-espécies de Apis mellifera,
denominadas indiferentemente abelha-de ferrão, abelha do reino ou
abelha-da-europa. Todas elas são originárias da Europa, da África
ou da Ásia. As raças até agora introduzidas no Brasil foram:
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Apis mellifera mellifera - Abelhas Alemãs (pretas)
Apis mellifera ligustica - Abelhas Italianas (amarelas)
Apis mellifera adansonii - Abelhas Africanas (rajadas de
amarelo)
8. Introdução das abelhas
melíferas no Brasil.
As raças européias, as primeiras introduzidas no Brasil
desde o século XIX, cruzaram-se entre si, produzindo
uma população mestiça, embora européia de origem.
A última raça a ser introduzida(1956) foi a Apis mellifera
adonsonii: Tropical de origem, mostrou adaptação ao
nosso ambiente, proliferando-se, cruzando-se com as
abelhas-européias e dando origem à atual população
mestiça e de muitas raças, mas com predominância de
caracteres, tanto comportamentais como morfológicos,
próprios das abelhas-africanas.
9. Manejo Nutricional
Flora apícola - é necessário o aproveitamento de áreas reflorestadas,
de fruteiras (citros, pessegueiros, macieiras, mangueiras, etc) e
plantas silvestres em plena florada (assa-peixe, cambará, astrapéia,
cordão-de-frade, mata-pasto, etc...).
Alimentação artificial - é recomendada somente em período crítico,
como secas, periodos chuvosos e falta de alimentos naturais.
Alimentação Energética:
Fornecer Água e Áçucar na mesma quantidade. (Xarope de açucar)
Alimentação Proteica: 3 partes de farelo de soja, 1 parte de farinha de
milho e 6 partes de mel (Distribuir 2 vezes por semana)
12. Manejo Sanitário
Controle sanitário do apiário É feito, sistematicamente, durante as revisões ou quando
houver alguma anormalidade aparente.
O controle tem como objetivo evitar pragas, doenças e
formigas.
Em todas as revisões do ninho, deve-se dar atenção à
incidência de traças e varroa jacobsoni. Além dessas
parasitoses, podem ocorrer doenças de origem virótica e
bacteriana.
15. Parasitose
VARROASIS
A varroasis é uma doença parasitária das crias e das abelhas adultas.
É provocada pelo ácaro Varroa jacobsoni oudemans, visível a olho
nú.
As fêmeas fecundadas colocam seus ovos, nas células da cria, que em
oito dias chegam a inseto adulto. A fecundação da cria ocorre na
própria célula e, quando a abelha sai da célula, já carrega junto de
si de 1 a 7 fêmeas de varroa já fecundada.
Esta infestação causa muitos danos às larvas e à abelha adulta. As
larvas nascem defeituosas, e das abelhas adultas os ácaros sugam
a hemolinfa (sangue), podendo estas perder, em duas horas, 48%
do peso de seu corpo.
17. Diagnóstico
Para localizar o ácaro na colméia, utilizar-se do seguinte
processo.
1 frasco de boca larga de 500 ml; 200 ml de água; 3 ml de
detergente diluído; mais ou menos 30 abelhas de um
favo com cria.
Apicultores habituados ao trato com as abelhas, às vezes,
deixam de usar luva, entretanto, o seu uso é
recomendado.
Agita-se, durante algum tempo, e depois deixa-se
descansar alguns instantes.
As abelhas flutuam e o parasita se desprende e cai no
fundo do frasco.
18. Controle e Tratamento
Controle - é feito evitando-se a entrada de colméias e de
rainhas contaminadas no apiário.
Tratamento
Existem vários medicamentos - como Fenotiazina, Dicofol,
Tetradifon e outros. É bom lembrar que o ácaro se torna
facilmente resistente. No caso de suspeita de acariose,
é bom procurar os centros especializados no assunto.
19. Manejo Reprodutivo
Povoamento do apiário - deverá ser feito por meio de enxames
adquiridos,capturados ou desdobrados, até atingir o número de
colméias preconizadas para aquela unidade.
Adquirir enxames exclusivamente de apicultores idôneos, tendo-se ainda,
o cuidado de certificar a presença da rainha nesses enxames.
O enxame adquirido será formado de 4 quadros, sendo um com pólen e
mel, 2 com cria e o último com cera alveolada, contendo uma
população média de 10 mil indivíduos acondicionados na caixa de
coleta e transporte, também chamada caixa núcleo, onde permanecerá
até a transferência para a colméia definitiva.
No caso de enxames desdobrados, procura-se escolher a melhor colméia,
tendo-se como parâmetro a maior população, maior produtividade e
menor agressividade.
20. Manejo Reprodutivo
Os enxames encontrados em cupins, locas de pedras, oco de pau,
árvores, telhado ,etc., deverão ter suas rainhas trocadas, por outras
selecionadas, tão logo estiverem na colméia definitiva. Com isso,
evita-se introduzir no apiário linhagens de abelhas agressivas.
Introdução de rainha - quando houver necessidade de introdução de
rainha, fazê-la com uma gaiola própria. Posteriormente, eliminar a
gaiola de transporte assim como as operárias que acompanharem a
rainha.
É importante adquirir rainhas somente de produtores idôneos.
21. Manejo Reprodutivo
Enxame pode estar na natureza ou por motivo de incêndios ou derrubadas de
árvores ele pode migrar para a zona urbana onde leva perigo para animais
domésticos, crianças, idosos e etc.
22. Instalações
Localização do apiário - situá-lo no meio rural, em terreno previamente limpo e
ao abrigo de predadores (formigas, tatus, etc.) e de outras abelhas.
O apiário deverá estar localizado:
no mínimo, a 300 metros de qualquer habitação humana, animais e estradas
movimentadas ; no máximo, a 300 metros de uma fonte de água corrente;
5 quilômetros de outro apiário.
Tipo de colméia - usar colméia tipo "Langstroh", composta de fundo ou
assoalho,ninho, sobreninho, tampa, telhado individual e quadros ou
caixilhos
(dez para cada ninho).
As caixas ou colméias deverão ser pintadas com a primeira demão de zarcão
ou similar e pintura final a óleo nas cores branca, azul, amarela ou verdeclara; cores que as abelhas distinguem melhor
23. Instalações
Colocação das colméias - para evitar o ataque de predadores, nunca colocálas diretamente no chão. Serão apoiadas em suportes individuais de
madeira, ferro ou tijolo.
24. Curiosidades - Rainha
A rainha - As funções exercidas pela rainha são a postura
de ovos e a manutenção da ordem social na colmeia.
Na verdade, a rainha atinge seu objetivo de manter a
ordem social através da liberação de substâncias
químicas chamadas ferormônios. Essas substâncias
informam os outros membros da colmeia de que existe
uma rainha presente e em atividade, além de inibirem a
produção de outras rainhas.
25. Curiosidades - Rainha
A rainha é quase duas vezes maior do que as operárias e é a única
fêmea fértil da colmeia, com um sistema reprodutivo bastante
desenvolvido. Ela coloca cerca de 2.500 ovos por dia! Os ovos
fertilizados produzem operárias e rainhas. O que determina se o
ovo formará uma rainha ou uma operária é o alimento oferecido à
larva originada do próprio ovo.
As larvas que se alimentam exclusivamente de geleia real se
desenvolvem em rainhas. As que se alimentam de geleia de
operária, contendo menos açúcar do que a geleia real, mais mel e
pólen, transformam-se em operárias. Além da alimentação, o local
onde é criada influencia o desenvolvimento da larva. Um alvéolo
maior, chamado de realeira, é usado para o desenvolvimento da
rainha. Ovos não fertilizados se desenvolvem em zangões.
26. Curiosidades - Operárias
As operárias realizam todo o trabalho para a
manutenção da colmeia, desde a faxina até a defesa
da colmeia.
Elas limpam os alvéolos da colmeia e as abelhas
recém-nascidas, coletam néctar e pólen das flores,
cuidam da alimentação das larvas, produzem cera
para produção dos favos, elaboram o mel através da
desidratação do néctar, produzem a geleia real,
defendem a colmeia dos inimigos.
27. Curiosidades - Zangões
Os machos da colmeia têm como única função fecundar a
rainha durante o voo nupcial. Eles são maiores e mais
fortes do que as operárias e não possuem ferrão. Seus
olhos, mais desenvolvidos do que os olhos das
operárias, e suas antenas, com maior capacidade
olfativa, os tornam mais eficientes na localização das
rainhas durante o voo nupcial.
Se você está pensando que vida boa têm esses zangões,
pois não precisam trabalhar mesmo sendo mais fortes e
maiores, não fazem nada na colmeia a não ser fecundar
a rainha, espere até ler isso: durante o acasalamento, o
órgão genital do zangão fica preso no corpo da rainha e
ele acaba morrendo.
28. Ciclo de uma abelha
A abelha rainha leva de 15 à 20 dias
para nascer e pode viver até 5 anos.
No seu 5º dia de vida ela realiza o voo
nupcial. após a fecundação ela passa
a ser hermafrodita. Já que sua espermateca está com milhões de sptz do
finado zangão.
Quando o enxame percebe que ela
está velha eles à matam. Gerando
assim uma nova rainha.
As Operárias nascem 21 dias
após a postura e vivem até 60 dias.
(podendo chegar até 6 meses)
Zangões nascem 24 dias após a
postura e vivem de 80 à 90 dias
variando da espécie, clima e
predadores.
30. Comunicação entre as
Abelhas
As abelhas se comunicam através de toques, movimentos, sons e cheiros. Por
exemplo, quando uma abelha quer informar às suas companheiras de
colmeia sobre uma fonte rica em néctar ou pólen encontrada nas
proximidades da colmeia, ela inicia uma dança circular
Esse tipo de dança indica que a fonte de alimento encontra-se próxima, a
menos de 100 metros da colmeia, mas não indica qual direção a tomar. No
entanto, o cheiro específico do pólen grudado no corpo da abelha que
dançou para suas companheiras as informa sobre a planta visitada. Assim,
elas podem procurar pela planta perto da colmeia..
Já quando a fonte de alimento encontra-se a mais de 100 metros de distância
da colmeia, as abelhas utilizam-se de outro tipo de dança, a "dança do
requebrado". Isso mesmo, a abelha requebra para informar a direção e a
distância entre a colmeia e a fonte de alimento. A distância é ensinada pela
abelha dançarina através do número de vibrações (requebrados) realizadas
e pela intensidade do som emitido durante a dança. Quanto menor a
distância entre a colmeia e a fonte, maior o numero de vibrações. A direção
é informada pela relação da posição da dançarina com a posição do sol.