O documento discute a biologia e ecologia dos morcegos. Detalha suas características físicas como ouvidos, nariz, olhos, asas e garras. Também descreve como se alimentam, vivem em colônias, e mitos e lendas associados a esses animais noturnos.
2. Índice
Morcegos .......................................................................................................................... 3
Alimentação dos Morcegos .............................................................................................. 4
Como vivem ..................................................................................................................... 5
Os ouvidos dos morcegos ................................................................................................. 6
Os Nariz dos Morcegos .................................................................................................... 7
Os olhos dos Morcegos .................................................................................................... 7
As mãos e asas dos Morcegos .......................................................................................... 8
MITOS e LENDAS .......................................................................................................... 9
3. Morcegos
Os morcegos são os únicos mamíferos que possuem voo activo. Estes
pertencem à ordem dos quirópteros, o que quer dizer: voam com as mãos.
Os morcegos são dos animais mais limpos que se conhecem e muito
resistentes a doenças.
Existem cerca de 1000 espécies de morcegos em todo mundo, mas apenas 24
em Portugal Continental e mais 2 espécies nos arquipélagos da Madeira e
Açores. As espécies de morcegos existentes em Portugal constituem cerca de
40% da fauna de mamíferos terrestres do país. Destas, 9 estão em perigo de
extinção.
São os únicos mamíferos que voam, e saem à procura de alimentos ao
entardecer e à noite.
A sua grande importância ecológica, revela-se na capacidade de cada animal
poder consumir numa noite mais de metade do seu peso (mais ou menos 20g
conforme a espécie).
Vivem em média 15 anos e, a partir de 2 anos, tem
início a vida reprodutiva, com um período de gestação
de 2 a 7 meses, de acordo com a espécie, gerando
normalmente um filhote ao ano.
Nas Grutas dos Olhos de Água do Alviela cria um dos
mais importantes abrigos de reprodução de morcegos
4. portugueses. Nesta gruta podemos encontrar 12 espécies de morcegos,
incluindo a maior de todas as espécies portuguesas, o morcego-rato-grande.
Na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, pode-se encontrar
mais 6 espécies, incluindo o mais pequeno morcego da Europa, o morcego
anão. Tornando esta região portuguesa uma das mais ricas em morcegos.
Alimentação dos
Morcegos
Os morcegos realizam importante papel na natureza, podendo ser
responsáveis pelo espalhamento de sementes, polinização de flores e controle
da população de insectos. Existem somente três espécies que se alimentam
exclusivamente de sangue (hematófagas). Os morcegos mais comuns são os
que se alimentam de insectos (insectívoros) e os que se alimentam de frutos,
néctar, partes florais e folhas (fitófagos).
Cada morcego pode comer numa noite centenas de insectos, controlando
assim as pragas. A diminuição dos morcegos pode aumentar o uso dos
pesticidas e pôr em perigo os ecossistemas.
Os morcegos podem deslocar-se a mais de 30Km de distância dos seus
abrigos e a voar até 10 horas seguidas sempre a alimentar-se, como é o caso
do morcego rabudo.
O morcego de peluche pode atingir 70Km/h quando caça.
Morcegos pescadores usam suas garras para capturar e carregar o peixe que
irão comer.
5. Como vivem
Algumas espécies abrigam-se quase exclusivamente em grutas, minas e outros
subterrâneos. Outras preferem pequenas cavidades nos troncos das árvores,
como ninhos de pica-pau abandonados. Há também espécies que se abrigam
em casas e igrejas, em geral em salas pouco perturbadas.
Os morcegos procuram as grutas e outros locais escuros e húmidos como
antigas galerias de minas por dois motivos importantes: para hibernarem e para
se reproduzirem, ocupando igualmente estes locais nos dois períodos
intermédios. Os morcegos escolhem cavidades diferentes para os diferentes
fins, tendo em conta as condições de humidade e temperatura. Assim, os
morcegos escolhem as mais húmidas para a hibernação, pois perdem menos
água na respiração. Fora do período de hibernação, ocupam espaços
preferenciais onde dormem, saindo à noite para se alimentarem.
Quando os morcegos hibernam a seu ritmo e o consumo respiratório reduz-se
para 1% do que apresentam quando estão acordados. O ritmo cardíaco
também desce quase 40 vezes menos batendo o coração apenas 15 20 vezes
por minuto.
Com suas potentes garras, os morcegos podem se pendurar de cabeça para
baixo em seus abrigos
6. Os ouvidos dos
morcegos
As orelhas dos morcegos apresentam uma enorme variedade de formatos,
desde pequenos e arredondados como as do morcego-de-peluche ou
tiangulares como as dos morcegos-de-ferradora, elípticas e compridas como as
dos morcegos Myotis. Mas o campeão em termos de tamanho é o morcego-
orelhudo que proporcionalmente o tamanho do corpo possui as maiores
orelhas de todos os morcegos.
As orelhas variam em tamanho, formato e pormenores estruturais, como os
pregeamento interno ou a forma de trago, uma relevo frontal que se julga
auxiliar o animal a discriminar a direcção do eco no plano vertical.
Todas estas características da orelha são tão distintas que servem para
diferenciar as várias espécies entre si.
As orelhas dos morcegos funcionam como um sonar. Eles conseguem enviar
pulsos ultra-sônicos que ao se chocarem com algum objeto e voltam, fornecem
7. a estes mamíferos um eco que lhes permitem identificar distâncias, localização,
altitude, etc.
Os morcegos escutam maravilhosamente bem. Eles usam a audição para achar
comida e localizar seus filhotes. Aqueles que se alimentam de insectos e peixes, as
grandes orelhas os auxiliam na localização. Normalmente, os ecos são captados
pelas orelhas com formato de funil que se projectam para frente.
O Nariz dos Morcegos
O sentido do olfacto é muito desenvolvido nos morcegos. É utilizado para
identificar alguns alimentos, além de parceiros e suas crias. Morcegos
comedores de frutas podem achar seu alimento apenas pelo cheiro. Os
nectarívoros carregam pólen em seus longos focinhos, e ao irem de flor em flor
promovem uma magnífica polinização.
Os olhos dos Morcegos
Há duas subordens de morcegos: Megachiroptera, raposas-voadoras e os
Microchiroptera, verdadeiros morcegos.
8. Morcegos Não são cegos. As raposas voadoras por exemplo, têm óptima visão
e a utilizam junto com seu olfacto apurado para encontrar alimento no escuro.
A visão dos morcegos é adaptada para enxergar melhor na escuridão. A
maioria dela só enxerga em preto e branco, mas é sabido que alguns morcegos
comedores de frutas conseguem distinguir cores.
.
As mãos e asas dos
Morcegos
Os morcegos voam utilizando suas mãos e suas asas. Enquanto as asas estão
batendo eles podem ir para baixo e para cima movendo a membrana que
existe entre seu corpo e o quinto dedo. Os morcegos voam em frente mudando
o formato da membrana entre o segundo e o quinto dedo.
9. MITOS e LENDAS
MAUS
A vida silenciosa, discreta e nocturna dos morcegos contribuiu para inúmeros
mitos e lendas. O facto de se abrigarem em grutas e locais escuros,
frequentemente ligados a passagem para o inferno, associou-os a
manifestações do diabo à superfície ou prenúncios de morte, doença ou azar.
10. BONS
Muitas culturas humanas consideram os morcegos símbolos de fortuna e sorte
como os Chineses, ou espíritos de vida e ressurreição como os antigos povos
Maias e Zapatecas. Também na Bósnia e Herzegovina a sua presença nas
casas é vista como um sinal de abundância e sorte para o seu proprietário.
Nas crenças ciganas o morcego foi criado por um beijo dado pelo diabo a uma
mulher adormecida.