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Filipa Duarte
(Sussurros e Clamores)




                         1
Virtude




   Gosto de deixar meu rosto ao sabor
Do vento que sopra, que varre, que passa.
 Deixa em mim uma sensação de frescor
  Que se traduz em felicidade e graça.




                                            2
O Vento e o sonho


  É difícil esperar pelo vento que passa
 Quando ele só nos traz o som do além…
Um silêncio nostálgico sem tom nem graça,
 Mas misterioso como a todos convém.

  É bom sonhar que alguém nos abraça
 Que a vida nos liga com força a alguém…
  Mesmo sabendo que a alma devassa
    O que de melhor o sonho contém.

   O vento e o sonho são quase iguais.
 Ninguém os vê, só quem os toca, sente.
    Mesmo invisíveis são bem reais.
  São tudo e são nada na vida da gente.




                                            3
Paixão ilimitada



 Quando pego num papel
E sinto vontade de escrever
     Faço-o livremente,
    Só no meu cantinho,
  Mas feliz e concentrada!
Nem um figo pingo-de-mel
   Me daria maior prazer.
  Meu coração logo sente
 Que encontrou o caminho
 E o resto não conta nada.

   O coração dos amantes
    Não precisa de falar
   As vogais e consoantes
Dizem sempre amar…amar…



                              4
O canto



     Ao ouvir a cotovia
  Pensei estar a sonhar…
  Tinha nascido outro dia
  E eu ainda a dormitar!

  Acordo para um novo dia
 Que a vida passa depressa.
  Cada instante tem magia
É bom que nunca o esqueça.

 Amar é um verbo bonito
 Que conjugo ao acordar.
 Tem o sabor do infinito!

 Cem vezes digo e repito
  Para ninguém duvidar
Que o AMOR é o meu grito.


                              5
noite de natal…


  Os anos podem passar,
  Mas a lembrança de ti
  Guardo-a no coração,
 Tão preciosa é para mim.

   Cada Natal a saudade
É tão forte, tão premente,
  Que, às vezes, acredito
Que estás á mesa presente.

 Estás ali á minha frente
Brilhando com muita luz…
 Ao longe o sino anuncia
 O nascimento de Jesus!

 Mais um Natal acontece
No mundo de faz de conta!
  A estrela brilha no céu
 O caminho nos aponta…


                             6
7
na escuridão… a luz!




  A luz apagou-se por encanto,
 Vi no céu um repentino clarão.
   Na escuridão o Sol refulgia
Aquecendo rápido meu coração.
Era o meu mundo da fantasia!...

Meus abraços não eram os meus,
  Meu rosto parecia um vulcão.
Eram sensações de prazer infindo
 Que me faziam bater o coração
  No reino do mago mais lindo.

 Não sei quanto tempo passou,
Se minutos, se apenas segundos!
 Não sei. O resto de nada valia
  Eu estava entre dois mundos
  E uma certeza eu tinha: vivia!



                                   8
Pássaro do sul


 Pássaro de asas de fogo
Porque estás, aí, sem mim?
Espero ver-te agora e logo
Neste espaço sem ter fim…

  Tento escutar tua voz,
  Ouvir-te do outro lado,
   Juntos, estamos sós
  Neste planeta calado.

Amanhã vou ter mais sorte,
 Disso eu tenho a certeza!
  Virá pronta para Norte
Uma mensagem-surpresa.

  Sinto em ti a liberdade
  De voares pelo infinito
 Planares por cada cidade
Lançares ao vento teu grito.
                               9
Paris em Dezembro


A noite desperta a vontade
De passear pelas avenidas,
 Ver a enorme quantidade
Das árvores agora despidas.

Um passeio junto ao Sena
 É uma riqueza completa:
Ver os artistas vale a pena,
Encantam qualquer poeta!

Há outro local de artistas:
De músicos e de pintores.
As obras não são revistas,
Mas são belas sem favores.

 Paris, cidade moderna,
Embriagas quem te visita.
Dás uma sensação eterna,
Transcendente e infinita.


                               10
Desejo


     Ouve-se dizer cada vez mais:
- “Natal é quando o Homem quiser…”
    Mas serão tais palavras banais
  Ou o Homem não sabe o que quer?

  Nesta quadra que se aproxima,
    De fraternidade universal,
 Que o coração do Homem exprima
     O puro sentido do Natal.
          (Natal de 2006)




                                     11
tu és…


     Uma noite de luar,
   Um mar azul celeste,
   Um dia cheio de Sol!
 Uma fonte d’água pura,
 No espaço, o meu farol,
  A flor, no mato agreste.
O que minha alma procura!

  És tudo o que imagino,
 O que desejo no mundo,
Sem princípio, meio e fim.
 Fazes parte do destino,
Do ideal que me governa.
  Belo, forte e profundo,
Quero-te todo para mim.




                             12
Teus olhos


      Teus olhos parecem
  As águas cristalinas do lago
       Onde me debruço
   E vejo meu rosto brilhar.

     Teus olhos parecem
As estrelas que brilham no céu
Pequeninos sóis dentro da alma
       Que clama por ti.

     Teus olhos parecem
   Dois pontos no horizonte
     Infinito e grandioso.

  Meu desejo é passar a ponte
E tocar essas águas e as estrelas,
       Para que possa ver
    No interior de cada uma
     Apenas a cor castanha
   Dos teus olhos tão bonitos.
                                     13
14
Sinónimo?

  Que maravilha
  É esta partilha,
   Este segredo
 Que mete medo,
  Mas embriaga.

 O sangue fervilha,
No céu o Sol brilha.
  É uma loucura
Para quem procura
Um duende ou fada.

Tudo sabe a pouco,
 Quando se é louco
Por um fruto doce…

 Amargo ele fosse,
  Seria o melhor.

   Um sabor a dois,
   Traz logo depois
    Um final feliz.
  É certo quem diz:
- Que Belo é o Amor!

                       15
Hoje é dia da mãe!


Continuará a sê-lo para mim,
Porque eu também sou Mãe!

      Solidão! Solidão!
  Se disser que não a sinto,
            Minto.
     Não posso apertar
         A tua mão…
      Não consigo tocar
         O meu olhar
         Com o teu…
   Não vejo o teu sorriso,
     Não ouço a tua voz
   Mesmo dizendo coisas
      Fora do contexto.
     Mas que contexto?
Agora só me resta a saudade,
         A saudade…


                               16
Conselho


 Jovens, comecem o dia
  Com uma boa leitura
    E terão a garantia
 De uma riqueza futura.

Sonhem com o amanhã!
Deixem também no papel
  A vivência de alma sã
 Da vossa torre de Babel.

 O tempo dá para tudo.
  É só preciso escolher:
 Há horas p’ra o estudo.
  Para sorrir e para ler.

 O mundo será melhor
Disso estou convencida.
 O saber dá mais valor,
 E outro sentido á vida.

                            17
sem mais…




 Problema escondido
  Guardava no peito.
Descobriu-o um amigo
Com todo o respeito.

Mau barco escondido
 Remado sem jeito,
Encontrou um abrigo
De “pedra” bem feito.

 Tocou levemente
  Meu corpo vazio
Com alma pequena…

  Deixei, inocente,
 Meu sonho sem fio
Fugir-me, que pena!...


                         18
no sábado, á noite…


 Que bela interpretação humana
 Eu vi no sábado, desta semana,
 Na Cidade do Porto, no Coliseu.
 Pensei estar mais perto do céu…

 E, meus Amigos, sabem porquê?
 Fui ver e ouvir a Carmen de Bizet
 Pela grande Orquestra Nacional.
  Foi sublime, fantástica, irreal…

Deixou-me duas vivas mensagens,
 Daqueles que não são miragens,
Mas de Beleza eterna e de Verdade:
     O AMOR e a LIBERDADE!

   Mas não foi só esta a razão
  Que me tocou fundo o coração
    Ao ver todo aquele brilho.

 Na Orquestra tocava o meu filho
     No naipe da percussão.

                                     19
20
Tempo sem tempo


      Foi tudo tão efémero
      Tão fugaz e repentino
  Que não sei o que aconteceu.
Toda a Terra se abriu em crateras
  E formou milhões de esferas
     À volta de um gineceu.

   Afundei-me na lava quente
   Que corria por todo o lado.
  Senti uma dor tão profunda
  Que esqueci por momentos
  Que tinham acabado de vez
  Os meus terríveis tormentos.

             …….
 Num momento fiquei liberta
De tudo o que o mundo nos dá,
 Como se a vida apenas fosse
 Uma quimera amarga e doce,
    Uma pequena mentira
    Sob uma capa coberta
    Para ninguém perceber
   O que realmente nos dá.

                                    21
é difícil…
   Mas não impossível!


   É difícil guiar em rua estreita
Com um carro mais largo do que ela.
Saber que a condução não é perfeita
E embater na barreira, sem cautela.

      É difícil confiar na palavra
De alguém que nos fala, mas não olha.
Nunca se sabe se a verdade é escrava,
 Se é melhor calá-la com uma rolha.

  Já não sei como escolher a saída
  Deste labirinto apertado e torto:
  Se ir em frente ou ficar perdida…

Sinto o meu corpo fraco, quase morto.
    Apetece-me parar… de seguida
  Caminho e procuro um novo porto!



                                        22
Não há mudança


   Clamo por ti, minha querida Mãe.
  Só o meu eco chega, me responde.
Onde estás que não te vislumbro, Mãe?
   Porque partiste sei lá para onde?

  Percorro caminhos que nem eu sei,
  Busco um olhar de amor a de bem.
   Não vejo nada, nesta imensa grei,
 Porque não estás, não te ouço, Mãe!

  Que faço agora, que fiquei sozinha
 Neste mundo agreste de tanto mal
Que nem escuto mais uma andorinha?!

  Passou a Primavera em Portugal,
 Outra estação para mim se avizinha…
 Mude ou não mude, é sempre igual.




                                        23
Poesia nas escolas!


       Ir às escolas dizer Poesia
      É um verdadeiro dia de sol.
   Recebem-me sempre com alegria,
     Cada aluno é como um farol.

   Trocamos ideias, muitos sorrisos,
   O tempo passa em grande corrida.
   Os nossos desejos são tão precisos
      Que a Poesia flui de seguida.

   É um consolo para os professores
  Que os observam com muita ternura
E me brindam, no fim, com muitas flores.

    Numa incessante e bela procura
    Os jovens alunos acham valores,
    Que são pérolas na vida futura!



                                           24
por mais que faça…


   Se o actor está em cena
   A representar uma peça
       Com plateia vazia,
     Pode fazer o melhor
    Que terá como louvor:
     - Uma alma pequena
   E fraco saber de cabeça.

 Pode representar com afinco
Saber que três e dois são cinco,
   Que ninguém acreditará!

   O mundo tem que o ver
    Para o deixar merecer
    O lugar onde ele está.




                                   25
26
quero acreditar…


 Quero acreditar que Deus existe
 Pois é tão forte o amor em mim.
Tenho medo, ao tempo ele resiste
 E minha vida é como um jardim.

 Quero acreditar no amor eterno,
Naquele que nasce de pura afeição.
  Na Primavera nunca há inverno
 E no Outono não aquece o Verão.

   Gosto de saber que sou feliz!
 Que alguém me quer e admira.
  Foi o que na vida sempre quis:
 Acordar ao som único duma lira.




                                     27
É preciso querer




   Oiço a torto e a direito
  Que há falta de educação,
  Cada vez menos respeito,
Ninguém confia em ninguém…
 Quebra a alma e o coração!
  Será que não há um jeito
   De fazer o que convém?




                              28
29
Cores




   Gosto da cor vermelha,
Cor do sangue e da paixão.
   O verde é da esperança
  Sinal da vida que nasce.
  O castanho é cor da terra
 Que cada um de nós pisa.
  O branco a cor da pureza
  Que irradia beleza e luz.
  O azul é cor que ressalta
A cor verde dos meus olhos.
 É azul o espelho das ondas
  Do oceano que amamos!
 Mas a minha cor preferida
  É sem dúvida o amarelo,
   Principalmente se está
    Na corola perfumada
  De uma roseira em flor!




                              30
EXISTE A VERDADE?


  Quem me dera perceber
  Porque o azul não é azul
 Porque o preto não é preto
Porque o verde não é verde…
É sempre uma cor diferente,
Mas com a garantia de o ser.

 Quando há nevoeiro intenso
Dizem que o sol brilha imenso.
   É tudo dito ao contrário,
Num pensamento primário!...

 Um amigo disse-me um dia
 Para não procurar resposta.
  A verdade não é garantia,
 Nem sempre dela se gosta.




                                 31
Para ti, mãe!




     Vejo-te cada dia no retrato
Que coloquei no meu hall de entrada.
 Estás sorrindo, serena, é um facto,
 Mas infelizmente não dizes nada…

  Como recordo a tua voz cantando
 Tantas vezes a esconder a mágoa…
Eras grande, positiva, mesmo quando
Teu rosto brilhava com gotas d’água.

   Disfarçavas, sorrindo, a tua dor,
Pensava estares bem… Que inocência!
  Tamanha era a força do teu amor.

 Hoje só te vejo sorrindo para mim.
Tento, tento suportar tua ausência,
Mas o Mundo não é o mesmo sem ti!




                                       32
33
Bem tento…




Aperto por entre os meus frios dedos
 Momentos tão cheios de solidão!...
 E não conto a ninguém os segredos
Que rasgam por dentro meu coração.

 São momentos demasiados ledos
  Que laceram a alma com razão
 Misturados ainda com os medos
 Que confesso comigo em oração.

  Passaram meses, dias de tristeza,
     Penso ouvir a tua doce voz
 Dizer: “Minha filha, tu estás bem?”

Não sei que fazer. Tenho a certeza…
    Que certeza terrível e atroz
 É saber que partiste, minha Mãe!




                                       34
Força de viver



     És a fonte de água cristalina
   Que busco no deserto desta vida.
  Sou a mulher com alma de menina
 Com a boca eternamente ressequida.

  Sou a mulher com alma de menina
    Frágil, sonhadora, enlouquecida
Num mundo em que a sorte me destina
   Ficar junto à fonte tão esquecida.

   Quero beber da água cristalina!
   Ela foge-me, em vão a alcanço.
  Quase me parece uma triste sina.

  O Sol cega-me, persistente avanço.
   Uma força hercúlea me domina.
  Sacio minha sede. Enfim, descanso.




                                        35
Surpresa maravilhosa!


    Neste mundo tão feroz
   Receber uma lembrança
     Tão bonita como esta
    É como se cada criança
   Estivesse dentro de nós
   E a vida fosse uma festa.




                               36
A poesia




     A minha força vem da POESIA
     E vai para ela em linha recta,
   Numa vivência plena de harmonia
   Que me faz ou me torna completa.

   Não sei viver sem essa força viva,
  Sem a emoção que eu sinto em mim
 Em torrente intensa, quase explosiva,
  Como se vibrasse em ecos sem fim.

  Aqui estou eu, feliz, solta no mundo,
Cantando o que sai da alma no momento,
 Num cantar vivo, sempre mais fecundo.

      A Poesia é o meu alimento,
   O respirar, o meu saber profundo
 Que me transporta para lá do tempo…




                                          37
num outro hemisfério…



   Adormeci na margem de um rio
 Num mundo de luz, de muitas cores.
  Acordei cansada tremendo de frio
Com o corpo quebrado, cheio de dores.

  Clamei por ti, meu tesouro arredio.
 Quero que venhas, mas sem favores.
Está quase a findar a estação do estio,
Vem o Outono com aguarela de cores.

 Quanta saudade dos dias distantes
Em que o desejo tomava conta de nós
 E nos tornava cavaleiros andantes.

 Mal consigo gritar, não me sai a voz,
Mesmo assim te digo, tal como dantes,
Que os dois juntos, nunca estamos sós!


                                          38
39
Paz




  Quero descansar junto à lagoa
 Ver a água agitar-se de mansinho,
  Olhar os pássaros voando à toa,
Sem precisarem de fugir pró ninho.




                                     40
De cabeça fria
           E peito forte


“Vê teu rosto num espelho!”
   Foi teu nobre conselho
    Num momento de ira
   Por uma cruel mentira
Que me tocou as entranhas.
       Fiquei a olhar-te
      Fingindo ter arte
 Para entender este mundo
   Nas múltiplas manhas
   Engenhosamente ditas
   Com formas bonitas…




                              41
42
Ilusão




 Às vezes a ilusão é mais forte
Que o bom-senso que é preciso.
 Mais difícil é vencer a morte
 Do que aceitar não ter juízo.

Quero viver um momento feliz
Sem pensar no que virá depois.
 Quero ter o que sempre quis
Saborear um chocolate a dois.

 Dizer no fim se valeu a pena,
 Se tudo estava na dose certa,
Saber se o mundo não condena
  Uma vivência feliz e aberta.




                                  43
Aproveita!



   No curto intervalo até à morte
Há sempre um jogo de perde-ganha.
   Vive a Vida! Sê alegre e forte,
  Sobe ao topo da tua montanha!




                                     44
Quero ser assim


 Asas ao vento, de cabeça erguida,
  Tento descortinar a minha rota.
  Não quero ser uma ave vencida,
 Mas uma firme e perfeita gaivota.

  Quero ir pelo mundo convencida
  Da liberdade que não se esgota.
   Quero viver como quiser a vida
   Longe de um ladrão ou agiota.

 Quero ser eu, apenas eu no espaço
 Sem tempo e voando ao deus dará
Sem esperar nem abrigo nem abraço.

Afastar de mim qualquer sombra má,
  Escutar meu coração a compasso
Dum hino em dó ré mi, em mi sol fá!




                                      45
46
Que belo mergulho!


 Foi belo ver o submarino mergulhar
   Nas águas profundas do oceano
  Com uma elegância espectacular,
  Com tanto entusiasmo, tão ufano!
  O ambiente era por demais bonito
 Aquela imensidão… aquele paraíso…
 Nada mais faltava, nada era preciso
  Para o eleger como lugar bendito.

   E o submarino mergulhava ainda
    Cada vez mais, até desaparecer
Num mundo em que o calor não finda…
 Sempre mais vivo, forte de morrer…
 Crescia uma emoção, era fenomenal,
  Envolvia o meu ser como serpente.
  Eu queria ficar assim eternamente
  Naquela união de paz, quase irreal.




                                        47
ÀFRICA




  Mal chega o final de semana
 Delicio-me com a África global.
Música, danças, tudo dela emana
  Num ritmo de beleza natural.




                                   48
Adoro ser poeta!



  Gosto de sair do meu casulo
   Esvoaçar livre pelo espaço,
Saltar muros, ir ao céu dum pulo,
  Sentir que a vida é completa.
Chegar às estrelas em linha recta,
 Apertar cada uma num abraço
    E dizer feliz que sou Poeta.




                                     49
ouvir o silêncio…


  Ouvir o silêncio é uma aposta
Que alguém que ama pode alcançar.
 Ouvir o coração de quem se gosta
 Não é difícil. É esperar… Escutar!

  É uma linguagem ímpar e bela,
 Doce, serena, que nos arrebata.
 Abre-se a mais desejada janela,
 A emoção é tal, quase nos mata.

Interrogo-me se é certo ou errado:
 Se devo ouvir esse som de sereia
  Ou devo ficar de ouvido tapado.

 A vida é curta e sempre tão cheia
 De imprevistos e de céu nublado…
 Que no silêncio a alma incendeia!




                                      50
51
Este caderno digital foi elaborado
     pela biblioteca da escola
 secundária/3ºciclo de Tondela



              2011




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Poesia e sentimentos

  • 2. Virtude Gosto de deixar meu rosto ao sabor Do vento que sopra, que varre, que passa. Deixa em mim uma sensação de frescor Que se traduz em felicidade e graça. 2
  • 3. O Vento e o sonho É difícil esperar pelo vento que passa Quando ele só nos traz o som do além… Um silêncio nostálgico sem tom nem graça, Mas misterioso como a todos convém. É bom sonhar que alguém nos abraça Que a vida nos liga com força a alguém… Mesmo sabendo que a alma devassa O que de melhor o sonho contém. O vento e o sonho são quase iguais. Ninguém os vê, só quem os toca, sente. Mesmo invisíveis são bem reais. São tudo e são nada na vida da gente. 3
  • 4. Paixão ilimitada Quando pego num papel E sinto vontade de escrever Faço-o livremente, Só no meu cantinho, Mas feliz e concentrada! Nem um figo pingo-de-mel Me daria maior prazer. Meu coração logo sente Que encontrou o caminho E o resto não conta nada. O coração dos amantes Não precisa de falar As vogais e consoantes Dizem sempre amar…amar… 4
  • 5. O canto Ao ouvir a cotovia Pensei estar a sonhar… Tinha nascido outro dia E eu ainda a dormitar! Acordo para um novo dia Que a vida passa depressa. Cada instante tem magia É bom que nunca o esqueça. Amar é um verbo bonito Que conjugo ao acordar. Tem o sabor do infinito! Cem vezes digo e repito Para ninguém duvidar Que o AMOR é o meu grito. 5
  • 6. noite de natal… Os anos podem passar, Mas a lembrança de ti Guardo-a no coração, Tão preciosa é para mim. Cada Natal a saudade É tão forte, tão premente, Que, às vezes, acredito Que estás á mesa presente. Estás ali á minha frente Brilhando com muita luz… Ao longe o sino anuncia O nascimento de Jesus! Mais um Natal acontece No mundo de faz de conta! A estrela brilha no céu O caminho nos aponta… 6
  • 7. 7
  • 8. na escuridão… a luz! A luz apagou-se por encanto, Vi no céu um repentino clarão. Na escuridão o Sol refulgia Aquecendo rápido meu coração. Era o meu mundo da fantasia!... Meus abraços não eram os meus, Meu rosto parecia um vulcão. Eram sensações de prazer infindo Que me faziam bater o coração No reino do mago mais lindo. Não sei quanto tempo passou, Se minutos, se apenas segundos! Não sei. O resto de nada valia Eu estava entre dois mundos E uma certeza eu tinha: vivia! 8
  • 9. Pássaro do sul Pássaro de asas de fogo Porque estás, aí, sem mim? Espero ver-te agora e logo Neste espaço sem ter fim… Tento escutar tua voz, Ouvir-te do outro lado, Juntos, estamos sós Neste planeta calado. Amanhã vou ter mais sorte, Disso eu tenho a certeza! Virá pronta para Norte Uma mensagem-surpresa. Sinto em ti a liberdade De voares pelo infinito Planares por cada cidade Lançares ao vento teu grito. 9
  • 10. Paris em Dezembro A noite desperta a vontade De passear pelas avenidas, Ver a enorme quantidade Das árvores agora despidas. Um passeio junto ao Sena É uma riqueza completa: Ver os artistas vale a pena, Encantam qualquer poeta! Há outro local de artistas: De músicos e de pintores. As obras não são revistas, Mas são belas sem favores. Paris, cidade moderna, Embriagas quem te visita. Dás uma sensação eterna, Transcendente e infinita. 10
  • 11. Desejo Ouve-se dizer cada vez mais: - “Natal é quando o Homem quiser…” Mas serão tais palavras banais Ou o Homem não sabe o que quer? Nesta quadra que se aproxima, De fraternidade universal, Que o coração do Homem exprima O puro sentido do Natal. (Natal de 2006) 11
  • 12. tu és… Uma noite de luar, Um mar azul celeste, Um dia cheio de Sol! Uma fonte d’água pura, No espaço, o meu farol, A flor, no mato agreste. O que minha alma procura! És tudo o que imagino, O que desejo no mundo, Sem princípio, meio e fim. Fazes parte do destino, Do ideal que me governa. Belo, forte e profundo, Quero-te todo para mim. 12
  • 13. Teus olhos Teus olhos parecem As águas cristalinas do lago Onde me debruço E vejo meu rosto brilhar. Teus olhos parecem As estrelas que brilham no céu Pequeninos sóis dentro da alma Que clama por ti. Teus olhos parecem Dois pontos no horizonte Infinito e grandioso. Meu desejo é passar a ponte E tocar essas águas e as estrelas, Para que possa ver No interior de cada uma Apenas a cor castanha Dos teus olhos tão bonitos. 13
  • 14. 14
  • 15. Sinónimo? Que maravilha É esta partilha, Este segredo Que mete medo, Mas embriaga. O sangue fervilha, No céu o Sol brilha. É uma loucura Para quem procura Um duende ou fada. Tudo sabe a pouco, Quando se é louco Por um fruto doce… Amargo ele fosse, Seria o melhor. Um sabor a dois, Traz logo depois Um final feliz. É certo quem diz: - Que Belo é o Amor! 15
  • 16. Hoje é dia da mãe! Continuará a sê-lo para mim, Porque eu também sou Mãe! Solidão! Solidão! Se disser que não a sinto, Minto. Não posso apertar A tua mão… Não consigo tocar O meu olhar Com o teu… Não vejo o teu sorriso, Não ouço a tua voz Mesmo dizendo coisas Fora do contexto. Mas que contexto? Agora só me resta a saudade, A saudade… 16
  • 17. Conselho Jovens, comecem o dia Com uma boa leitura E terão a garantia De uma riqueza futura. Sonhem com o amanhã! Deixem também no papel A vivência de alma sã Da vossa torre de Babel. O tempo dá para tudo. É só preciso escolher: Há horas p’ra o estudo. Para sorrir e para ler. O mundo será melhor Disso estou convencida. O saber dá mais valor, E outro sentido á vida. 17
  • 18. sem mais… Problema escondido Guardava no peito. Descobriu-o um amigo Com todo o respeito. Mau barco escondido Remado sem jeito, Encontrou um abrigo De “pedra” bem feito. Tocou levemente Meu corpo vazio Com alma pequena… Deixei, inocente, Meu sonho sem fio Fugir-me, que pena!... 18
  • 19. no sábado, á noite… Que bela interpretação humana Eu vi no sábado, desta semana, Na Cidade do Porto, no Coliseu. Pensei estar mais perto do céu… E, meus Amigos, sabem porquê? Fui ver e ouvir a Carmen de Bizet Pela grande Orquestra Nacional. Foi sublime, fantástica, irreal… Deixou-me duas vivas mensagens, Daqueles que não são miragens, Mas de Beleza eterna e de Verdade: O AMOR e a LIBERDADE! Mas não foi só esta a razão Que me tocou fundo o coração Ao ver todo aquele brilho. Na Orquestra tocava o meu filho No naipe da percussão. 19
  • 20. 20
  • 21. Tempo sem tempo Foi tudo tão efémero Tão fugaz e repentino Que não sei o que aconteceu. Toda a Terra se abriu em crateras E formou milhões de esferas À volta de um gineceu. Afundei-me na lava quente Que corria por todo o lado. Senti uma dor tão profunda Que esqueci por momentos Que tinham acabado de vez Os meus terríveis tormentos. ……. Num momento fiquei liberta De tudo o que o mundo nos dá, Como se a vida apenas fosse Uma quimera amarga e doce, Uma pequena mentira Sob uma capa coberta Para ninguém perceber O que realmente nos dá. 21
  • 22. é difícil… Mas não impossível! É difícil guiar em rua estreita Com um carro mais largo do que ela. Saber que a condução não é perfeita E embater na barreira, sem cautela. É difícil confiar na palavra De alguém que nos fala, mas não olha. Nunca se sabe se a verdade é escrava, Se é melhor calá-la com uma rolha. Já não sei como escolher a saída Deste labirinto apertado e torto: Se ir em frente ou ficar perdida… Sinto o meu corpo fraco, quase morto. Apetece-me parar… de seguida Caminho e procuro um novo porto! 22
  • 23. Não há mudança Clamo por ti, minha querida Mãe. Só o meu eco chega, me responde. Onde estás que não te vislumbro, Mãe? Porque partiste sei lá para onde? Percorro caminhos que nem eu sei, Busco um olhar de amor a de bem. Não vejo nada, nesta imensa grei, Porque não estás, não te ouço, Mãe! Que faço agora, que fiquei sozinha Neste mundo agreste de tanto mal Que nem escuto mais uma andorinha?! Passou a Primavera em Portugal, Outra estação para mim se avizinha… Mude ou não mude, é sempre igual. 23
  • 24. Poesia nas escolas! Ir às escolas dizer Poesia É um verdadeiro dia de sol. Recebem-me sempre com alegria, Cada aluno é como um farol. Trocamos ideias, muitos sorrisos, O tempo passa em grande corrida. Os nossos desejos são tão precisos Que a Poesia flui de seguida. É um consolo para os professores Que os observam com muita ternura E me brindam, no fim, com muitas flores. Numa incessante e bela procura Os jovens alunos acham valores, Que são pérolas na vida futura! 24
  • 25. por mais que faça… Se o actor está em cena A representar uma peça Com plateia vazia, Pode fazer o melhor Que terá como louvor: - Uma alma pequena E fraco saber de cabeça. Pode representar com afinco Saber que três e dois são cinco, Que ninguém acreditará! O mundo tem que o ver Para o deixar merecer O lugar onde ele está. 25
  • 26. 26
  • 27. quero acreditar… Quero acreditar que Deus existe Pois é tão forte o amor em mim. Tenho medo, ao tempo ele resiste E minha vida é como um jardim. Quero acreditar no amor eterno, Naquele que nasce de pura afeição. Na Primavera nunca há inverno E no Outono não aquece o Verão. Gosto de saber que sou feliz! Que alguém me quer e admira. Foi o que na vida sempre quis: Acordar ao som único duma lira. 27
  • 28. É preciso querer Oiço a torto e a direito Que há falta de educação, Cada vez menos respeito, Ninguém confia em ninguém… Quebra a alma e o coração! Será que não há um jeito De fazer o que convém? 28
  • 29. 29
  • 30. Cores Gosto da cor vermelha, Cor do sangue e da paixão. O verde é da esperança Sinal da vida que nasce. O castanho é cor da terra Que cada um de nós pisa. O branco a cor da pureza Que irradia beleza e luz. O azul é cor que ressalta A cor verde dos meus olhos. É azul o espelho das ondas Do oceano que amamos! Mas a minha cor preferida É sem dúvida o amarelo, Principalmente se está Na corola perfumada De uma roseira em flor! 30
  • 31. EXISTE A VERDADE? Quem me dera perceber Porque o azul não é azul Porque o preto não é preto Porque o verde não é verde… É sempre uma cor diferente, Mas com a garantia de o ser. Quando há nevoeiro intenso Dizem que o sol brilha imenso. É tudo dito ao contrário, Num pensamento primário!... Um amigo disse-me um dia Para não procurar resposta. A verdade não é garantia, Nem sempre dela se gosta. 31
  • 32. Para ti, mãe! Vejo-te cada dia no retrato Que coloquei no meu hall de entrada. Estás sorrindo, serena, é um facto, Mas infelizmente não dizes nada… Como recordo a tua voz cantando Tantas vezes a esconder a mágoa… Eras grande, positiva, mesmo quando Teu rosto brilhava com gotas d’água. Disfarçavas, sorrindo, a tua dor, Pensava estares bem… Que inocência! Tamanha era a força do teu amor. Hoje só te vejo sorrindo para mim. Tento, tento suportar tua ausência, Mas o Mundo não é o mesmo sem ti! 32
  • 33. 33
  • 34. Bem tento… Aperto por entre os meus frios dedos Momentos tão cheios de solidão!... E não conto a ninguém os segredos Que rasgam por dentro meu coração. São momentos demasiados ledos Que laceram a alma com razão Misturados ainda com os medos Que confesso comigo em oração. Passaram meses, dias de tristeza, Penso ouvir a tua doce voz Dizer: “Minha filha, tu estás bem?” Não sei que fazer. Tenho a certeza… Que certeza terrível e atroz É saber que partiste, minha Mãe! 34
  • 35. Força de viver És a fonte de água cristalina Que busco no deserto desta vida. Sou a mulher com alma de menina Com a boca eternamente ressequida. Sou a mulher com alma de menina Frágil, sonhadora, enlouquecida Num mundo em que a sorte me destina Ficar junto à fonte tão esquecida. Quero beber da água cristalina! Ela foge-me, em vão a alcanço. Quase me parece uma triste sina. O Sol cega-me, persistente avanço. Uma força hercúlea me domina. Sacio minha sede. Enfim, descanso. 35
  • 36. Surpresa maravilhosa! Neste mundo tão feroz Receber uma lembrança Tão bonita como esta É como se cada criança Estivesse dentro de nós E a vida fosse uma festa. 36
  • 37. A poesia A minha força vem da POESIA E vai para ela em linha recta, Numa vivência plena de harmonia Que me faz ou me torna completa. Não sei viver sem essa força viva, Sem a emoção que eu sinto em mim Em torrente intensa, quase explosiva, Como se vibrasse em ecos sem fim. Aqui estou eu, feliz, solta no mundo, Cantando o que sai da alma no momento, Num cantar vivo, sempre mais fecundo. A Poesia é o meu alimento, O respirar, o meu saber profundo Que me transporta para lá do tempo… 37
  • 38. num outro hemisfério… Adormeci na margem de um rio Num mundo de luz, de muitas cores. Acordei cansada tremendo de frio Com o corpo quebrado, cheio de dores. Clamei por ti, meu tesouro arredio. Quero que venhas, mas sem favores. Está quase a findar a estação do estio, Vem o Outono com aguarela de cores. Quanta saudade dos dias distantes Em que o desejo tomava conta de nós E nos tornava cavaleiros andantes. Mal consigo gritar, não me sai a voz, Mesmo assim te digo, tal como dantes, Que os dois juntos, nunca estamos sós! 38
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  • 40. Paz Quero descansar junto à lagoa Ver a água agitar-se de mansinho, Olhar os pássaros voando à toa, Sem precisarem de fugir pró ninho. 40
  • 41. De cabeça fria E peito forte “Vê teu rosto num espelho!” Foi teu nobre conselho Num momento de ira Por uma cruel mentira Que me tocou as entranhas. Fiquei a olhar-te Fingindo ter arte Para entender este mundo Nas múltiplas manhas Engenhosamente ditas Com formas bonitas… 41
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  • 43. Ilusão Às vezes a ilusão é mais forte Que o bom-senso que é preciso. Mais difícil é vencer a morte Do que aceitar não ter juízo. Quero viver um momento feliz Sem pensar no que virá depois. Quero ter o que sempre quis Saborear um chocolate a dois. Dizer no fim se valeu a pena, Se tudo estava na dose certa, Saber se o mundo não condena Uma vivência feliz e aberta. 43
  • 44. Aproveita! No curto intervalo até à morte Há sempre um jogo de perde-ganha. Vive a Vida! Sê alegre e forte, Sobe ao topo da tua montanha! 44
  • 45. Quero ser assim Asas ao vento, de cabeça erguida, Tento descortinar a minha rota. Não quero ser uma ave vencida, Mas uma firme e perfeita gaivota. Quero ir pelo mundo convencida Da liberdade que não se esgota. Quero viver como quiser a vida Longe de um ladrão ou agiota. Quero ser eu, apenas eu no espaço Sem tempo e voando ao deus dará Sem esperar nem abrigo nem abraço. Afastar de mim qualquer sombra má, Escutar meu coração a compasso Dum hino em dó ré mi, em mi sol fá! 45
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  • 47. Que belo mergulho! Foi belo ver o submarino mergulhar Nas águas profundas do oceano Com uma elegância espectacular, Com tanto entusiasmo, tão ufano! O ambiente era por demais bonito Aquela imensidão… aquele paraíso… Nada mais faltava, nada era preciso Para o eleger como lugar bendito. E o submarino mergulhava ainda Cada vez mais, até desaparecer Num mundo em que o calor não finda… Sempre mais vivo, forte de morrer… Crescia uma emoção, era fenomenal, Envolvia o meu ser como serpente. Eu queria ficar assim eternamente Naquela união de paz, quase irreal. 47
  • 48. ÀFRICA Mal chega o final de semana Delicio-me com a África global. Música, danças, tudo dela emana Num ritmo de beleza natural. 48
  • 49. Adoro ser poeta! Gosto de sair do meu casulo Esvoaçar livre pelo espaço, Saltar muros, ir ao céu dum pulo, Sentir que a vida é completa. Chegar às estrelas em linha recta, Apertar cada uma num abraço E dizer feliz que sou Poeta. 49
  • 50. ouvir o silêncio… Ouvir o silêncio é uma aposta Que alguém que ama pode alcançar. Ouvir o coração de quem se gosta Não é difícil. É esperar… Escutar! É uma linguagem ímpar e bela, Doce, serena, que nos arrebata. Abre-se a mais desejada janela, A emoção é tal, quase nos mata. Interrogo-me se é certo ou errado: Se devo ouvir esse som de sereia Ou devo ficar de ouvido tapado. A vida é curta e sempre tão cheia De imprevistos e de céu nublado… Que no silêncio a alma incendeia! 50
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  • 52. Este caderno digital foi elaborado pela biblioteca da escola secundária/3ºciclo de Tondela 2011 52