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Perfil Laboratorial
do Homem




     Dr. Miguel Zerati Filho
     Dr. Cesar Nardy Zillo
     Dr. José Carlos Trindade Filho
     Dra. Ita Pfeferman Heilberg
Iniciativa e Realização:
Perfil Laboratorial
         do Homem
              Diretoria da Sociedade Brasileira
                                  de Urologia:
                         Secção São Paulo – Biênio 2008/2009


                                       Presidente: Ubirajara Ferreira
                           Vice-Presidente: Rodolfo Borges dos Reis
                             1o Secretário: Wagner Eduardo Matheus
                       2 Secretário: Rodrigo Sousa Madeira Campos
                        o

                          1o Tesoureiro: Archimedes Nardozza Júnior
                                2o Tesoureiro: Fabiano André Simões

                                                          Delegados:
                                                     Celso Gromatzky
                                                  Douglas Otto Verndl
                                     José Carlos Souza Trindade Filho
                                        Limirio Leal da Fonseca Filho
                                                   Miguel Zerati Filho
                                                  Renato Falci Júnior

                                               Suplentes Delegados:
                                          Antonio Corrêa Lopes Neto
                                                    César Nardy Zillo
                                                 Sérgio Félix Ximenes
                                       Walter Antonio Melarato Júnior



                                                         Expediente
Coordenação do Projeto: Wagner Eduardo Matheus Ubirajara Ferreira
                           Coordenação Editorial: Miguel Zerati Filho
        Projeto Visual Gráfico: Lado a Lado comunicação & marketing
                            (11) 3057-3962 www.ladoalado.com.br
Editorial
Aos colegas urologistas,


Desde o começo desta gestão, sempre estivemos preocupados em
ampliar o campo de trabalho da classe urológica.

Aproveitando o direcionamento da política de saúde do homem em
Brasília, a Sociedade Brasileira de Urologia – secção São Paulo (SBU-SP)
está empenhada em transformar o urologista no “médico do homem”.

Pensando nisso, criamos o Projeto de Saúde do Homem, que será
composto de quatro fascículos distribuídos da seguinte forma: Saúde
Sexual, Cânceres, Perfil Laboratorial do Homem e Tudo Sobre o checkup.

Os fascículos serão distribuídos bimestralmente, e o último será
entregue no evento de Saúde do Homem, em agosto de 2009.

Com isso, esperamos estar contribuindo na formação dos colegas neste
novo papel do urologista.



                                                            Dr. Ubirajara Ferreira
                    Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo


                                                   Dr. Wagner Eduardo Matheus
                                            Coordenador do Projeto Saúde do Homem
Sumário
I. Exames mais solicitados ....................................................................7
• Alterações lipídicas .................................................................................7
• Creatinina .............................................................................................9
• Glicemia ...............................................................................................9
• Hemograma completo ..........................................................................10
• PSA ..................................................................................................11
• Urina tipo I ..........................................................................................12

II. Exames relacionados à saúde do homem ........................................13
• Ácido úrico .........................................................................................13
• Alfabeto proteína (AFP) .........................................................................13
• Albumina ............................................................................................14
• Beta HCG ...........................................................................................14
• Catecolaminas ....................................................................................15
• Coagulograma ....................................................................................16
• Cortisol ..............................................................................................17
• Clearence de creatinina ........................................................................17
• Eletrólitos (Ca, Na e K) ..........................................................................18
• Espermograma ...................................................................................19
• Testes de função hepática ....................................................................20
• Hemoglobina glicosilada .......................................................................22
• Hormônios (testosterona, SHBG, FSH, LH e prolactina) .............................22
• Proteinúria de 24h ..............................................................................24
• Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4) ...................................................24
• Ureia .................................................................................................25

III. Investigação metabólica - litíase urinária ........................................26
Introdução


A
           realização de exames laboratoriais tornou-se uma
           necessidade imprescindível na prática médica.
           Sua utilização, associada à história clínica, aos
antecedentes pessoais, aos exames físicos e de imagens é
fundamental para um perfeito diagnóstico e tratamento.
  O exame médico periódico (checkup) e o rastreamento
de doenças e problemas de saúde em adultos assinto-
máticos (screening) vêm ganhando importância cada vez
maior entre médicos e não médicos. Mas estes serão
assuntos de outro fascículo.
  A medicina baseada em evidências vem questionando
e desmistificando muitas ditas “verdades” e mostrando-
nos outras direções e, como em todas as áreas médicas,
também na urologia, não há uma diretriz ou mesmo uma
orientação segura para realização de exames laborato-
riais, quando e para quem utilizá-las.
  A seguir, estão relacionados os principais exames labo-
ratoriais utilizados no homem, algumas características,
indicações e valores de referências.
  Para isso, foram divididos em exames mais solicitados de
rotina (parte 1), outros exames importantes para a práti-
ca urológica relacionados à saúde do homem (parte 2) e,
por último, investigação metabólica de pacientes com
litíase renal (parte 3).




                             6
I. Exames mais
solicitados


Alterações lipídicas

Colesterol é um esterol encontrado em todos os tecidos animais e no sangue.

Níveis elevados estão correlacionados a:
     processos ateroscleróticos;
     hipercolesterolemia primária.


Secundariamente, estão correlacionados a:
      síndrome nefrótica, hipotiroidismo, diabetes mellitus, cirrose biliar
    primária e hipoalbuminemia.

Níveis baixos podem ser vistos por:
     desnutrição;
     hipertireoidismo.




Valor de referência            Acima de 19 anos
                               Desejável: inferior a 200 mg/dL
Colesterol sérico              Limítrofe: de 200 a 239 mg/dL
                               Elevado: superior a 239 mg/dL




                                               7
LDL é uma lipoproteína de baixa densidade. A relação entre a doença aterosclerótica e o
aumento de LDL é significativa e direta.

Está aumentado em:
       doenças ateromatosas;
       hiperlipoproteína do tipo IIa, IIb e III;
       síndrome nefrótica;
       hipotiroidismo;
       icterícia obstrutiva.

HDL é uma lipoproteína de alta densidade. O HDL colesterol é tido como protetor do de-
senvolvimento de aterosclerose, portanto níveis elevados de HDL colesterol são benéficos e
desejáveis.

Valores baixos são encontrados:
     obesos
     vida sedentária
     fumantes
     diabéticos


O exercício físico pode aumentar esta fração do colesterol.
Triglicérides são compostos de ácidos graxos e glicerol e constituem a principal reserva ener-
gética do organismo. Seus valores elevados associados a colesterol elevado aumentam o risco de
doença coronariana.


Valor de referência                     Acima de 19 anos

HDL colesterol sérico                   Maior ou igual a 40 mg/dL

                                        Ótimo: inferior a 100 mg/dL
                                        Subótimo: de 100 a 129 mg/dL
LDL colesterol sérico                   Limítrofe: de 130 a 159 mg/dL
                                        Elevado: de 160 a 189 mg/dL
                                        Muito elevado: superior a 189 mg/dL

VLDL colesterol sérico                  Normal: inferior a 30 mg/dL

                                        Normal: inferior a 150 mg/dL
                                        Limítrofe: de 150 a 199 mg/dL
Triglicérides sérico
                                        Elevado: de 200 a 499 mg/dL
                                        Muito elevado: superior a 499 mg/dL




                                                8
Indicações: O screening inclui o colesterol total e a lipoproteína de alta densidade (HDL). Sem
recomendação a favor ou contra triglicéride. É recomendada a realização rotineira em:
(1) homens acima de 35 anos sem fator de risco para doença coronariana;
(2) homens entre 20 e 35 anos com fator de risco para doença coronariana.
Para o acompanhamento dos pacientes sem fator de risco recomenda-se dosagem a cada três
anos, para pacientes com fator de risco, controle anual.

Observação: O valor do VLDL colesterol é obtido rotineiramente por meio de cálculo feito com
base na dosagem dos triglicérides ou do colesterol total e de suas demais frações (LDL e HDL).



Creatinina
A creatinina é um produto da degradação da creatina, eliminada na maior parte pelos rins. É o
teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular.

Sua concentração depende de:
       taxa de filtração renal;
       massa muscular;
       idade;
       sexo;
       alimentação;
       uso de medicamentos e outros.

Níveis baixos podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa mus-
cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos.


Valor de referência

Sérico: sexo masculino      0,7 a 1,3 mg/dL



Glicemia

Dosagem da glicose sérica serve para determinar:
     principalmente, diabetes;
     pré-diabetes;
     hipoglicemia;
     diagnóstico monitorar diabetes.




                                              9
O rastreamento é importante para as pessoas com alto risco de desenvolver diabetes, checando:
    história familiar;
    sobrepeso;
    quarta década de vida.


Deve ser realizado como parte de um exame médico regular, quando houver sintomas sugesti-
vos de hiperglicemia ou hipoglicemia e durante a gravidez.

Valor de referência
Glicemia de jejum:
70 a 99 mg/dL (3,9 a 5,5 mmol/L)                                Normal
100 a 125 mg/dL (5,6 a 6,9 mmol/L)                              Pré-diabetes
126 mg/dL (7,0 mmol/L) ou mais em mais de um exame              Diabetes


Teste de Tolerância Oral à Glicose (OGTT)
(Ingerir 75 g de glicose duas horas antes do exame)
< 140 mg/dL (7,8 mmol/L)                                         Normal
140 a 200 mg/dL (7,8 a 11,1 mmol/L)                              Pré-diabetes
200 mg/dL (11,1 mmol/L) ou mais em mais de um exame              Diabetes



Hemograma completo
O hemograma completo é dividido em eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas.

Hemograma Completo
Eritrograma – Série vermelha
21 a 99 anos, sexo masculino:
Eritrócitos           M/mm3                       4,50 a 6,70
Hemoglobina           g/dL                        14,0 a 18,0
Hematócrito           mL eritr/dL                 41,5 a 54,7
VCM                   u3                          82,0 a 92,0
HCM                   mm   3
                                                  27,0 a 31,0
CHCM                  g/dL                        32,9 a 36,0
RDW                   g/dL                        11,6 a 14,8




                                             10
Leucograma – Série branca

                      Valores em %                   Valores em N/mm3

Leucócitos            -                              5.000 a 10.000
Promielócitos         0,0                            0
Mielócitos            0,0                            0
Metamielócitos        0,0 a 0,1                      0 a 100
Bastonetes            3,0 a 6,0                      150 a 600
Segmentados           55,0 a 65,0                    2.750 a 6.500
Neutrófilos            58,0 a 72,0                    2.900 a 7.200
Eosinófilos            1,0 a 4,0                      50 a 400
Basófilos              0,0 a 1,0                      0 a 193
Linfócitos típicos    20,0 a 32,0                    1.000 a 3.200
Linfócitos atípicos   0,0                            0
Monócitos             4,0 a 8,0                      200 a 800
Blastos               0,0                            0
Plaquetas/mm     3
                      150.000 a 450.000/mm      3




PSA (Antígeno Prostático Específico)
O PSA é produzido pela próstata e serve como marcador de alterações prostáticas.
Seu aumento pode ser devido a:
     neoplasia prostática;
     hiperplasia prostática;
     prostatite.


Atualmente, o valor aceito como normal é abaixo de 2,5 ng/dL.
Quando se encontram valores entre 2,5 e 10,0 ng/dL recomenda-se a dosagem em conjunto da
fração livre do PSA. Quanto menor a relação PSA livre/PSA total, maior a chance do aumento
do PSA ser por uma neoplasia. Atualmente o nível de corte com bom nível de sensibilidade e
especificidade é 18%.

Valor de referência
PSA                               < 2,5 ng/dL
                                  < 18% é sugestivo de neoplasia prostática
Relação PSA livre/total
                                  > 18% é sugestivo de hiperplasia prostática




                                                11
Urina tipo 1
A urina tipo 1 é na verdade uma série de testes que detectam vários compostos que são elimina-
dos na urina, incluindo subprodutos do metabolismo, células, bactérias e fragmentos celulares.
O exame consiste de três fases distintas, exame físico (cor, clareza, pH e concentração), análise
química (presença de proteína, glicose, urobilinogênio, corpos cetônicos e bilirrubina) e exame
microscópico (identifica e conta hemácias, leucócitos, células epiteliais, cilindros, bactérias,
cristais e outros componentes).
Na presença de hematúria, pode estar especificada a presença ou não de dismorfismo. Quando
não existe dismorfismo eritrocitário o sangramento é de origem não glomerular (cálculos, in-
fecções, neoplasia e trauma).


Valor de referência
Cor                     Amarelo palha
Aspecto                 Límpida - transparente
Ph                       4,6 a 6,5
Densidade                1.015 a 1.025
Proteína                 Ausente (g/L)
Glicose                  Ausente (g/L)
Corpos cetônicos         Ausente
Bilirrubina              Ausente
Urobilinogênio           Normal (até 1/20)
Método                   Enzimático (fonte: Criesp)



Sedimento quantitativo por campo

Valor de referência
Leucócitos              Até 5 por campo
Hemácias                Até 4 por campo
Cilindros               Ausentes
Células epiteliais      Raras
Cristais                Ausentes




                                                 12
II. Exames relacionados à
saúde do homem

Ácido úrico
Ácido úrico sérico é resultante, principalmente, do metabolismo das purinas.
Indicações:
     Paciente assintomático com forte antecedente familiar e do sexo masculino,
    após a puberdade.
     Dor monoarticular em extremidade.
     Avaliação metabólica de pacientes litiásicos.
     Pacientes em vigência de esquema quimioterápico ou radioterápico.


Valor de referência
Sérico: Sexo masculino      3,4 a 7,0 mg/dL
Urina: 24h                  0,25 a 0,75 g/dia



Alfabeto proteína (AFP)
Proteína produzida por enzima fetal, tumores hepáticos (hepatocarcinoma) e tes-
tículo (não seminomatosos).
Indicações:
     Paciente com doença hepática crônica (cirrose, hepatite B).
     Suspeita de tumor de testículo ou hepático.
     Acompanhamento do tratamento desses tumores.

Valor de referência
Sérico: sexo masculino após 2 anos      Até 15 µg/L




                                                13
Albumina (albumina sérica humana)
Proteína com maior concentração (60%) no plasma sanguíneo.

Hipoalbuminemia é causada por:
     doença hepática;
     síndrome nefrótica;
     queimadura;
     síndromes de má absorção (por exemplo, doença de Crohn).


Hiperalbuminemia quase sempre se relaciona com desidratação.

Indicações:
Albumina sérica:
     Pacientes com doença hepática.
     Síndrome nefrótica.
     Avaliação do estado nutricional.


Albumina urinária (dosagem anual) – recomendação da
Sociedade Internacional de Nefrologia para:
     Pacientes diabéticos (principalmente insulino-dependentes).
     Pacientes hipertensos.
     Pacientes com mais de 50 anos e antecedentes familiares de diabetes ou doença cardiovascular.


Valor de referência
Albumina sérica            3,5 a 5,2 g/dL.



Beta HCG
A gonadotrofina coriônica é um hormônio glicoproteico constituído de duas subunidades di-
ferentes (alfa e beta), produzido pelas células do sinciciotrofoblasto (placenta), sendo utilizado
também como marcador de tumores trofoblásticos e testiculares (células germinativas).
Indicações: É marcador específico para o diagnóstico e monitorização de coriocarcinomas e,
em conjunto com AFP, determina prognóstico, monitoriza terapia e detecta recorrências em
neoplasias das células germinativas.

Valor de referência
Homens:                  até 3,0 mIU/mL




                                                14
Catecolaminas
As catecolaminas (dopamina, noradrenalina e adrenalina) são hormônios neurotransmissores.
Indicações:
     Feocromocitomas.
     Ganglioneuromas.
     Neuroblastomas.
A dosagem bioquímica de catecolaminas plasmáticas e de metanefrinas, normetanefrinas e
do ácido vanilmandélico na urina de 24 horas são usados para evidenciar a hiperssecreção de
epinefrina e norepinefrina. Para essas dosagens há necessidade de dieta específica e restrição de
alguns medicamentos.


Catecolaminas livres no plasma
Valor de referência: adultos
ADRENALINA
Deitado                                            Em pé
Inferior a 50 pg/mL                                Inferior a 95 pg/mL
NORADRENALINA
Deitado                                            Em pé
112 a 658 pg/mL                                    217 a 1.109 pg/mL
DOPAMINA
Deitado                                            Em pé
Inferior a 10 pg/mL                                Inferior a 20 pg/mL
TOTAL ADE DRENALINA + NORADRENALINA
Deitado                                            Em pé
123 a 671 pg/mL                                    242 a 1.125 pg/mL



Catecolaminas - Urina 24h
Valor de referência: Acima de 10 anos
Noradrenalina                            De 15 a 80 µg/24h
Adrenalina                               Até 20 µg/24h
Dopamina                                 De 65 a 400 µg/24h



A metanefrina e a normetanefrina são metabólitos da adrenalina e da noradrenalina, respectiva-
mente, que constituem hormônios secretados em tumores da medula adrenal. Ambas as substân-
cias quando dosadas juntas, em urina 24 horas, fornecem as metanefrinas fracionadas e totais.




                                              15
Indicações: Diagnóstico de tumores produtores de catecolaminas como feocromocitomas, pa-
ragangliomas, neuroblastomas e ganglioneuromas.

Valor de referência: Homens adultos
Metanefrina               26 a 230 µg/24h
Normetanefrina            44 a 450 µg/24h
Total                     90 a 690 ug/24h


O diagnóstico de feocromocitoma requer a identificação da hipersecreção de catecolaminas.
Valores de metanefrina total > 1.300 ug/24 horas são sugestivos de feocromocitoma.

O ácido vanilmandélico (VMA) é o principal metabólito da epinefrina e da norepinefrina.
Apresenta sensibilidade inferior à dosagem de metanefrinas. Vários medicamentos e alimentos
podem interferir em sua determinação.

Valor de referência
Acima de 15 anos        De 2,0 a 7,0 mg/24 h



Coagulograma
O coagulograma contém testes de triagem para avaliação da hemostasia. Esse teste inclui: o
tempo de protrombina (TAP ou TP); o tempo de tromboplastina parcial ativado; a contagem
de plaquetas.
Indicações: É indicado nos casos em que há tendência a hemorragia, antes de intervenções cirúr-
gicas e no controle de terapêutica anticoagulante pela heparina. Na fase estável de anticoagulação
oral, os indivíduos devem ser monitorados com resultados de TP expressos em INR*. Na maioria
dos casos de uso de anticoagulante oral, o INR tem de ser mantido entre 2,0 e 3,0.

* INR (Razão Normalizada Internacional) é o TP corrigido a padrões mundiais.

Valor de referência
Tempo de protrombina (TP)                           Até 13,1 segundos

Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA):
                                                    Até 1,26
relação TTPA do paciente/TTPA do pool normal
Plaquetas                                           150.000 a 450.000/mm3




                                               16
Cortisol
O cortisol, principal glicocorticoide endógeno, é sintetizado pela camada fasciculada da córtex
adrenal, sendo de importância capital para o metabolismo orgânico e inorgânico. Obedece um
ritmo circadiano, sendo mais elevado pela manhã e mais baixo à noite.
Indicação: No diagnóstico de hiperfunção da adrenal (síndrome de Cushing), para o qual o
teste de supressão com dexametasona é bastante sensível, e na detecção de hipofunção adrenal
primária (Addison) ou secundária, na qual o teste de estímulo com ACTH é útil.

Valor de referência
Cortisol               Entre 7 e 9 horas: 5,4 a 25,0 µg/dL (149 a 690 nmol/L)



Teste da dexametasona
Tomar dexametasona, 1 mg, na noite anterior ao exame.
Em normais, espera-se a depressão dos níveis de cortisol para valores abaixo de 5 µg/dL.


Valor de referência: ACTH
Condições basais             até 46 pg/mL entre 7h e 10h da manhã



Clearence de creatinina
O teste é útil na avaliação funcional renal. É mais sensível que a determinação sérica isolada.
A depuração está diminuída em:
    Insuficiência cardíaca congestiva.
    Desidratação grave.
    Nefropatias agudas e crônicas.


Na insuficiência renal terminal serve para indicar estados em que processos dialíticos se tornam
imperiosos. Pode estar aumentada após exercícios físicos, em diabetes (fase inicial), hipertireoi-
dismo e acromegalia. No clearence os valores séricos e urinários são medidos e a depuração é
calculada e corrigida tendo em vista a superfície corporal.

Valor de referência
Homem                   85 a 125 mL/min/1,73 m2




                                               17
Eletrólitos (Ca, Na, K )

Cálcio

A hipercalcemia é encontrada em:
        Hiperparatireoidismo.
        Neoplasias com ou sem metástases ósseas.
        Mieloma.
        Desidratação.
        Hipervitaminose D.
        Hipertireoidismo.
        Uso de diuréticos e estrógenos.

Níveis baixos são encontrados:
        Osteomalácia.
        Pancreatite.
        Hipomagnesemia.
        Hipervolemia.
        Diminuições da albumina.
        Situações que cursam com fósforo elevado (insuficiência renal, hipoparatireoidismo).

Níveis críticos de cálcio total são aqueles inferiores a 6 mg/dL e superiores a 14 mg/dL. A do-
sagem do cálcio iônico evita as distorções causadas pelas variações dos níveis da albumina, mas
é influenciada, por sua vez, pelas condições de equilíbrio ácido-básico
Cálcio urinário é útil na investigação dos efeitos da vitamina D e PTH sobre a reabsorção
óssea. Também é utilizado na avaliação de nefrolitíase. Sua determinação é preferida na urina
de 24 horas, realizando a razão cálcio/creatinina. A hipercalciúria é encontrada em hipercalce-
mias, corticoterapia, osteoporose, acromegalia, hipertireoidismo, feocromocitoma e Cushing.
A hipocalciúria pode ser secundária à hipocalcemia, à insuficiência renal, à osteomalácia, ao
raquitismo, à alcalose e ao uso de diuréticos.

 Valor de referência:
 Cálcio total sérico       8,6 a 10,3 mg/dL
 Cálcio iônico             1,11 a 1,40 mmol/L
 Cálcio (urina 24h)        Adultos: 55 a220 mg/dia




                                              18
Sódio
Avaliação eletrolítica, balanço ácido-básico, balanço da água, intoxicação aquosa. Hipernatre-
mia no aldosteronismo primário, síndrome de Cushing, diabetes insipidus, hiperglicemia. Hi-
ponatremia, sem insuficiência cardíaca ou de hidratação, sugere hipotireoidismo, hipopituita-
rismo, Addison, meningite, tumor cerebral ou abscesso, trauma cerebral, cirrose, insuficiência
cardíaca congestiva.

 Valor de referência
 Sérico                  136 a 145 mEq/L
 Urina 24h               30 a 90 mEq/L; 40 a 220 mEq/24h



Potássio
O potássio sérico é útil em avaliação do balanço eletrolítico, análises de pacientes em diure-
ticoterapia, pacientes tratados por acidose, prevenção de arritmias cardíacas, aldosteronismo
primário, síndrome de Cushing, tumor ectópico de ACTH, hiperplasia congênita adrenal,
insuficiência renal, acidose tubular renal.
A medida da potassiúria de 24 horas é fundamentalmente interessante para efetuar o balanço das en-
tradas e saídas de potássio nos estudos fisiopatológicos. Na prática cotidiana não apresenta mais que
um interesse limitado: o de auxiliar no diagnóstico etiológico da hipopotassemia não explicada.

 Valor de referência
 Sérico                 3,5 a 5,1 mEq/L
 Urina 24h              25 a 125 mEq/24h



Espermograma
A exploração do testículo endócrino e exócrino ocupa um lugar importante no estudo das es-
terilidades do casal. A análise do esperma inclui a quantificação, a avaliação da motilidade e o
estudo morfológico dos espermatozoides e a contagem de leucócitos.
Indicações: O exame é útil no estudo da fertilidade e no controle de vasectomia. Da mesma
forma, se aplica em casos de disgenesias gonadais, orquites e caxumba com atrofia testicular e
também durante o uso de algumas drogas (cimetidina, estrógenos, metiltestosterona e citotóxi-
cos), uma vez que há diminuição do número de espermatozoides nessas situações. No controle
pós-vasectomia o tempo médio para atingir a azoospermia é de cerca de seis meses




                                                19
Valor de referência
Aspecto                            Habitual (branco perolado)
Liquefação                         Inferior a 30 minutos
Viscosidade                        Normal
Volume                             2,0 a 5,0 mL
Número de espermatozoides          > 20 milhões/mL, > 40 milhões no volume total
Formas rápidas e direcionais       > 60% na 1ª hora e > 40% na 6ª hora
pH                                 7,0 a 8,3




Outras células:
     Leucócitos: quantidade inferior a 1 milhão/mL.
     Células germinativas: quantidade inferior a 1 milhão/mL.


Morfologia segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS):
       Valor de referência: > 30% de formas ovais.



Morfologia estrita de espermatozoides
Valor de referência
> 14%                                    Fértil
5% a 14%                                 Subfértil – bom prognóstico
0% a 14%                                 Subfértil – mau prognóstico



Testes da função hepática

Indicações:
    Indivíduos assintomáticos com fatores de risco (diabéticos, síndrome metabólica, abuso
   de consumo de álcool, hepatite crônica B e C
    Comorbidades que possam afetar o fígado – hemocromatose, doença autoimune, do-
   enças intestinais inflamatórias crônicas, tumores metastáticos, doença da tireoide, insufici-
   ência cardíaca direita.
    Uso crônico de medicamentos.
    Pacientes com neutropenia, trombocitopenia, macrocitose.




                                               20
Entre os testes mais importantes temos:

Fosfatase alcalina
Tem como objetivo avaliar se existe alguma obstrução do ducto biliar ou danos no fígado e
até alguma suspeita de câncer.

Valor de referência
Maiores de 17 anos      40 a 129 U/L


Alanina transaminase (ALT - TGP)
É a transaminase mais específica para medir a produção de enzimas no fígado. É uma enzima
produzida pelo fígado que é liberada na corrente sanguínea quando ocorre lesão de células
hepáticas.

Valor de referência
ALT – TGP              Até 41 U/L


Aspartato transaminase (AST – TGO)
Essa transaminase é produzida por outros órgãos além do fígado sendo liberada na corrente
sanguínea quando ocorre uma lesão hepática, cardíaca, muscular ou cerebral.

Valor de referência
AST - TGO              Até 37 U/L
Método                 Cinético UV


Bilirrubina
É utilizada para se observar se existe obstrução do fluxo da bile, lesão hepática, destruição ex-
cessiva de eritrócitos (a partir dos quais a bilirrubina é formada).

Valor de referência
Total                    0,20 a 1,00 mg/dL
Direta                   0,00 a 0,20 mg/dL
Indireta:                0,20 a 0,80 mg/dL




                                              21
Gamaglutamil transpeptidase (Gama-GT)
É uma enzima produzida pelo fígado, pelo pâncreas e pelos rins, liberada na corrente sanguínea
quando esses órgãos estão sendo danificados. Serve para se saber se existe alguma lesão orgânica,
intoxicação por drogas ou medicamentos, abuso de álcool ou doenças do pâncreas.

Valor de referência
Masculino              12 a 73 U/L




Hemoglobina A1c (Hemoglobina glicada ou glicosilada)
Medida da porcentagem de hemoglobina ligada a glicose. Quanto maior a concentração de gli-
cose no sangue, mais hemoglobina glicada é formada. Uma vez que a glicose liga-se à hemoglo-
bina, a meia-vida da hemoglobina é de 90 a 120 dias e essa ligação é permanente, sua medida
permite verificar como estava o controle da glicemia nas últimas semanas antes do exame.
Valores normais: 4,2% a 5,8%.



Hormônios (testosterona, FSH, LH, SHBG, prolactina)

Testosterona e SHBG
A testosterona é um hormônio esteroide com várias ações androgênicas sobre o organismo (re-
gulação da secreção de gonadotrofinas, início e manutenção da espermatogênese, formação de
fenótipo masculino durante a diferenciação sexual e a instalação da puberdade).
A testosterona é sintetizada no homem nas células de Leydig localizadas nos testículos. Admite-se
que a adrenal participe da produção de testosterona por meio da síntese de seus precursores que
são convertidos em testosterona em outros orgãos.
Sua produção é estimulada e controlada pelo hormônio luteinizante (LH), que é fabricado na
hipófise. A testosterona leva a um feedback negativo na produção de LH, dessa forma regulando
os níveis normais do hormônio. Existe maior produção do hormônio pela manhã, sendo este o
horário preconizado para sua coleta, e produção menor durante a noite.
Na circulação, a testosterona liga-se à albumina (54%) e à globulina ligadora de esteroides sexu-
ais (SHBG) (44%). Apenas 2% da testosterona presente no sangue encontra-se na forma livre,
sendo esta a fração ativa do hormônio que irá desempenhar suas funções virilizantes.
O controle da produção de testosterona é feito no homem por gonadotrofinas, em especial o
LH que age nas células de Leydig promovendo um incremento na produção de testosterona.
Como a fração da testosterona que é metabolicamente ativa é a livre, recomenda-se a dosagem
dessa fração. Tal dosagem não deve ser feita diretamente, pois seus valores não são fidedignos.




                                               22
Para obtermos os valores reais da testosterona livre, deve-se solicitar a testosterona livre calcu-
lada, que é obtida por meio dos valores de testosterona total, SHBG e albumina. Alguns
laboratórios fornecem esse cálculo pronto ou pode-se calcular com a utilização de nomo-
gramas ou calculadoras específicas.

Valor de referência
Testosterona                     > 15 anos: 180 a 880 ng/dL
SHBG                             17 a 65 anos: 14,5 a 48,4 nmol/L
Testosterona livre calculada     5,0 a 64,0 pg/mL



LH
O hormônio luteinizante (LH) é produzido na hipófise. Tem uma ação estimulante sobre as
células de Leydig nos testículos causando um aumento na produção de testosterona. A tes-
tosterona tem um efeito de feedback negativo na hipófise diminuindo a produção de LH. Na
infertilidade masculina, os valores normais de LH e altos de FSH são indicativos de falência
espermatogênica.

Valor de referência
                        Adultos: 1,7 a 8,6 mU/mL
LH
                        Pré-púberes: < 1,7 mU/mL



FSH
O hormônio folículo estimulante (FSH) age diretamente nas células dos túbulos seminíferos
(células de Sertoli) estimulando a espermatogênese. O FSH também atua nas células de Leydig,
aumentando o número de receptores para LH, potencializando a ação desse hormônio na pro-
dução de testosterona.
O FSH em valores elevados e leva ao diagnóstico de hipofunção gonadal primária (falência esperma-
togênica). No hipogonadismo hipogonadotrófico os valores de FSH estão abaixo dos normais.

Valor de referência
                        Adultos: 1 a 10,5 mU/mL
FSH
                        Pré-púberes > 2 anos: < 2,0 mU/mL




                                                23
Prolactina
A prolactina (PRL) é um hormônio polipeptídico produzido pelas células lactotróficas hipofi-
sárias. Sua principal função é relacionada ao início e à manutenção da lactação, porém essa ação
só é plena quando estiverem presentes certos fatores com estrógenos, progesterona, cortisol e
insulina. No homem a PRL tem uma ação inibidora da espermatogênese, bloqueando-a na pas-
sagem espermatide I para espermatide II. Pode ainda desempenhar uma ação antitestoterona e
não raramente a hiperprolactinemia é causa de impotência e ginecomastia.

Valor de referência
Prolactina             Homens: 4,04 a 15,2 ng/mL



Proteinúria de 24 horas
Medida da quantidade de proteína excretada pela urina em um período de 24 horas. É útil na
avaliação de doenças renais, glomerulares ou tubulares.

Valor de referência
                        < 150 mg/24h
Método                  Colorimétrico pelo cloreto de benzetônio (fonte: CRIESP)



Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4)
O hormônio estimulador da tireoide (TSH) é produzido na hipófise estimulando a tireoide a
produzir tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A produção de TSH é regulada pela produção
de hormônio liberador tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo, que sofre feedback negativo pelas
concentrações de T3 e T4.
O T3 corresponde a 10% dos hormônios produzidos pela tireoide, e 90% é de T4.
Nas fases iniciais do hipotireoidismo o T3 pode ainda estar normal, e o T4 já se apresenta re-
duzido. Dessa forma, os exames comumente solicitados para avaliar a função da tireoide
são o TSH e o T4.



Valor de referência
TSH                       0,35 a 5,5 µ/mL (fonte: Einstein)
T4                        3,2 a 12,6 µ/dL (fonte: Einstein)
T4 livre                  0,7 a 1,8 ng/dL (fonte: Einstein)
T3                        0,6 a 1,81 ng/mL (fonte: Einstein)




                                                   24
Ureia
Medida da concentração da ureia plasmática. A ureia representa 90% do nitrogênio não pro-
teico presente no plasma. A produção da ureia ocorre no fígado, sendo decorrente da metabo-
lização das proteínas. Liberada na corrente sanguínea, então é excretada pelos rins. Juntamente
à creatinina é utilizada para avaliar a função renal. Pode também ser utilizada para avaliar o
estado geral de saúde de um paciente.

Valor de referência
Adultos até 65 anos            Até 50 mg/dL
 > 65 anos                     Até 71 mg/dL




                                              25
III. Investigação metabólica –
litíase urinária.
   A avaliação metabólica permanece polêmica e distante de um consenso, entre-
tanto é imprescindível em pacientes com litíase, sobretudo nos recorrentes.
   A investigação metabólica permite o diagnóstico dos mais comuns distúrbios como
hipercalciúria idiopática, hiperexcreção de ácido úrico, hipocitratúria, hiperoxalúria,
hiperparatireoidismo primário, cistinúria, acidose tubular renal, entre outros.
   A investigação metabólica pode ser realizada em qualquer paciente com a fina-
lidade de prevenir recorrência e estabelecer recomendações dietéticas, mas é indi-
cada especialmente em casos de recorrência elevada; antecedentes de intervenções
urológicas para tratamento de litíase; história familiar significativa; crianças; rim
único; infecção urinária associada à nefrolitíase (não vigente). Os itens a seguir
resumem os principais exames referentes à investigação metabólica.

      Exame de urina (sedimento urinário) e urocultura (suspeita de ITU).
      Dosagens séricas de cálcio (preferencialmente ionizado), PTH intacto, áci-
    do úrico, fósforo e creatinina.
      Dosagens urinárias de cálcio, sódio, ácido úrico, oxalato, citrato e creatinina
    em duas amostras de urina de 24 horas coletadas em dias não consecutivos e
    preferencialmente em dias úteis.
       pH urinário (segunda micção matutina) após jejum de 12 horas (medido
    em pHmetro) e gasometria venosa.
    - suspeita de formas incompletas de acidose tubular renal distal, solicitar
      prova de acidificação com cloreto de amônio (NH4Cl).
    - suspeita de tubulopatias associadas, solicitar Mg, K e cloro séricos.
      Pesquisa qualitativa de cistina urinária (quantitativa se necessária). Especial-
    mente em pacientes jovens com recorrência muito elevada.
       Densitometria óssea (especialmente nos casos de hipercalciúria devida à
    possibilidade de osteopenia associada).




                                  26
Critérios diagnósticos

Hipercalciúria idiopática
Excreção urinária de cálcio maior do que 300 mg/24h nos homens ou 250 mg/24h nas mu-
lheres ou 4 mg/kg/24h.

Hiperexcreção de ácido úrico ou hiperuricosúria
Excreção urinária de ácido úrico maior do que 800 mg/24h em homens ou 750 mg/24hs em
mulheres.

Hiperoxalúria
Excreção urinária de oxalato maior do que 45 mg/24h.

Hipocitratúria
Excreção urinária de citrato menor do que 320 mg/dia em indivíduos de ambos os sexos.

Cistinúria
     Cistinúria tipo I (ou tipo A): 0 a100 mmoles/g creatinina (urina de 24h).
     Cistinúria não - tipo I (ou tipo B):
     Antiga tipo II: > 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h).
     Antiga tipo III: 100 a 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h).


Acidose tubular renal distal
pH urinário de jejum de 12 horas > 5,5 na vigência de acidose sistêmica (nas formas completas)
ou induzida pela ingestão de cloreto de amônio (NH4Cl) (detecção das formas incompletas).

Obs: Os exames realizados em urina de 24 horas sofrem alterações importantes quando da
presença de insuficiência renal associada.




                                             27
Apoio:        Iniciativa e Realização:




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Perfil Laboratorial do Homem

  • 1. Perfil Laboratorial do Homem Dr. Miguel Zerati Filho Dr. Cesar Nardy Zillo Dr. José Carlos Trindade Filho Dra. Ita Pfeferman Heilberg
  • 3. Perfil Laboratorial do Homem Diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia: Secção São Paulo – Biênio 2008/2009 Presidente: Ubirajara Ferreira Vice-Presidente: Rodolfo Borges dos Reis 1o Secretário: Wagner Eduardo Matheus 2 Secretário: Rodrigo Sousa Madeira Campos o 1o Tesoureiro: Archimedes Nardozza Júnior 2o Tesoureiro: Fabiano André Simões Delegados: Celso Gromatzky Douglas Otto Verndl José Carlos Souza Trindade Filho Limirio Leal da Fonseca Filho Miguel Zerati Filho Renato Falci Júnior Suplentes Delegados: Antonio Corrêa Lopes Neto César Nardy Zillo Sérgio Félix Ximenes Walter Antonio Melarato Júnior Expediente Coordenação do Projeto: Wagner Eduardo Matheus Ubirajara Ferreira Coordenação Editorial: Miguel Zerati Filho Projeto Visual Gráfico: Lado a Lado comunicação & marketing (11) 3057-3962 www.ladoalado.com.br
  • 4. Editorial Aos colegas urologistas, Desde o começo desta gestão, sempre estivemos preocupados em ampliar o campo de trabalho da classe urológica. Aproveitando o direcionamento da política de saúde do homem em Brasília, a Sociedade Brasileira de Urologia – secção São Paulo (SBU-SP) está empenhada em transformar o urologista no “médico do homem”. Pensando nisso, criamos o Projeto de Saúde do Homem, que será composto de quatro fascículos distribuídos da seguinte forma: Saúde Sexual, Cânceres, Perfil Laboratorial do Homem e Tudo Sobre o checkup. Os fascículos serão distribuídos bimestralmente, e o último será entregue no evento de Saúde do Homem, em agosto de 2009. Com isso, esperamos estar contribuindo na formação dos colegas neste novo papel do urologista. Dr. Ubirajara Ferreira Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo Dr. Wagner Eduardo Matheus Coordenador do Projeto Saúde do Homem
  • 5. Sumário I. Exames mais solicitados ....................................................................7 • Alterações lipídicas .................................................................................7 • Creatinina .............................................................................................9 • Glicemia ...............................................................................................9 • Hemograma completo ..........................................................................10 • PSA ..................................................................................................11 • Urina tipo I ..........................................................................................12 II. Exames relacionados à saúde do homem ........................................13 • Ácido úrico .........................................................................................13 • Alfabeto proteína (AFP) .........................................................................13 • Albumina ............................................................................................14 • Beta HCG ...........................................................................................14 • Catecolaminas ....................................................................................15 • Coagulograma ....................................................................................16 • Cortisol ..............................................................................................17 • Clearence de creatinina ........................................................................17 • Eletrólitos (Ca, Na e K) ..........................................................................18 • Espermograma ...................................................................................19 • Testes de função hepática ....................................................................20 • Hemoglobina glicosilada .......................................................................22 • Hormônios (testosterona, SHBG, FSH, LH e prolactina) .............................22 • Proteinúria de 24h ..............................................................................24 • Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4) ...................................................24 • Ureia .................................................................................................25 III. Investigação metabólica - litíase urinária ........................................26
  • 6. Introdução A realização de exames laboratoriais tornou-se uma necessidade imprescindível na prática médica. Sua utilização, associada à história clínica, aos antecedentes pessoais, aos exames físicos e de imagens é fundamental para um perfeito diagnóstico e tratamento. O exame médico periódico (checkup) e o rastreamento de doenças e problemas de saúde em adultos assinto- máticos (screening) vêm ganhando importância cada vez maior entre médicos e não médicos. Mas estes serão assuntos de outro fascículo. A medicina baseada em evidências vem questionando e desmistificando muitas ditas “verdades” e mostrando- nos outras direções e, como em todas as áreas médicas, também na urologia, não há uma diretriz ou mesmo uma orientação segura para realização de exames laborato- riais, quando e para quem utilizá-las. A seguir, estão relacionados os principais exames labo- ratoriais utilizados no homem, algumas características, indicações e valores de referências. Para isso, foram divididos em exames mais solicitados de rotina (parte 1), outros exames importantes para a práti- ca urológica relacionados à saúde do homem (parte 2) e, por último, investigação metabólica de pacientes com litíase renal (parte 3). 6
  • 7. I. Exames mais solicitados Alterações lipídicas Colesterol é um esterol encontrado em todos os tecidos animais e no sangue. Níveis elevados estão correlacionados a:  processos ateroscleróticos;  hipercolesterolemia primária. Secundariamente, estão correlacionados a:  síndrome nefrótica, hipotiroidismo, diabetes mellitus, cirrose biliar primária e hipoalbuminemia. Níveis baixos podem ser vistos por:  desnutrição;  hipertireoidismo. Valor de referência Acima de 19 anos Desejável: inferior a 200 mg/dL Colesterol sérico Limítrofe: de 200 a 239 mg/dL Elevado: superior a 239 mg/dL 7
  • 8. LDL é uma lipoproteína de baixa densidade. A relação entre a doença aterosclerótica e o aumento de LDL é significativa e direta. Está aumentado em:  doenças ateromatosas;  hiperlipoproteína do tipo IIa, IIb e III;  síndrome nefrótica;  hipotiroidismo;  icterícia obstrutiva. HDL é uma lipoproteína de alta densidade. O HDL colesterol é tido como protetor do de- senvolvimento de aterosclerose, portanto níveis elevados de HDL colesterol são benéficos e desejáveis. Valores baixos são encontrados:  obesos  vida sedentária  fumantes  diabéticos O exercício físico pode aumentar esta fração do colesterol. Triglicérides são compostos de ácidos graxos e glicerol e constituem a principal reserva ener- gética do organismo. Seus valores elevados associados a colesterol elevado aumentam o risco de doença coronariana. Valor de referência Acima de 19 anos HDL colesterol sérico Maior ou igual a 40 mg/dL Ótimo: inferior a 100 mg/dL Subótimo: de 100 a 129 mg/dL LDL colesterol sérico Limítrofe: de 130 a 159 mg/dL Elevado: de 160 a 189 mg/dL Muito elevado: superior a 189 mg/dL VLDL colesterol sérico Normal: inferior a 30 mg/dL Normal: inferior a 150 mg/dL Limítrofe: de 150 a 199 mg/dL Triglicérides sérico Elevado: de 200 a 499 mg/dL Muito elevado: superior a 499 mg/dL 8
  • 9. Indicações: O screening inclui o colesterol total e a lipoproteína de alta densidade (HDL). Sem recomendação a favor ou contra triglicéride. É recomendada a realização rotineira em: (1) homens acima de 35 anos sem fator de risco para doença coronariana; (2) homens entre 20 e 35 anos com fator de risco para doença coronariana. Para o acompanhamento dos pacientes sem fator de risco recomenda-se dosagem a cada três anos, para pacientes com fator de risco, controle anual. Observação: O valor do VLDL colesterol é obtido rotineiramente por meio de cálculo feito com base na dosagem dos triglicérides ou do colesterol total e de suas demais frações (LDL e HDL). Creatinina A creatinina é um produto da degradação da creatina, eliminada na maior parte pelos rins. É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular. Sua concentração depende de:  taxa de filtração renal;  massa muscular;  idade;  sexo;  alimentação;  uso de medicamentos e outros. Níveis baixos podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa mus- cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos. Valor de referência Sérico: sexo masculino 0,7 a 1,3 mg/dL Glicemia Dosagem da glicose sérica serve para determinar:  principalmente, diabetes;  pré-diabetes;  hipoglicemia;  diagnóstico monitorar diabetes. 9
  • 10. O rastreamento é importante para as pessoas com alto risco de desenvolver diabetes, checando:  história familiar;  sobrepeso;  quarta década de vida. Deve ser realizado como parte de um exame médico regular, quando houver sintomas sugesti- vos de hiperglicemia ou hipoglicemia e durante a gravidez. Valor de referência Glicemia de jejum: 70 a 99 mg/dL (3,9 a 5,5 mmol/L) Normal 100 a 125 mg/dL (5,6 a 6,9 mmol/L) Pré-diabetes 126 mg/dL (7,0 mmol/L) ou mais em mais de um exame Diabetes Teste de Tolerância Oral à Glicose (OGTT) (Ingerir 75 g de glicose duas horas antes do exame) < 140 mg/dL (7,8 mmol/L) Normal 140 a 200 mg/dL (7,8 a 11,1 mmol/L) Pré-diabetes 200 mg/dL (11,1 mmol/L) ou mais em mais de um exame Diabetes Hemograma completo O hemograma completo é dividido em eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas. Hemograma Completo Eritrograma – Série vermelha 21 a 99 anos, sexo masculino: Eritrócitos M/mm3 4,50 a 6,70 Hemoglobina g/dL 14,0 a 18,0 Hematócrito mL eritr/dL 41,5 a 54,7 VCM u3 82,0 a 92,0 HCM mm 3 27,0 a 31,0 CHCM g/dL 32,9 a 36,0 RDW g/dL 11,6 a 14,8 10
  • 11. Leucograma – Série branca Valores em % Valores em N/mm3 Leucócitos - 5.000 a 10.000 Promielócitos 0,0 0 Mielócitos 0,0 0 Metamielócitos 0,0 a 0,1 0 a 100 Bastonetes 3,0 a 6,0 150 a 600 Segmentados 55,0 a 65,0 2.750 a 6.500 Neutrófilos 58,0 a 72,0 2.900 a 7.200 Eosinófilos 1,0 a 4,0 50 a 400 Basófilos 0,0 a 1,0 0 a 193 Linfócitos típicos 20,0 a 32,0 1.000 a 3.200 Linfócitos atípicos 0,0 0 Monócitos 4,0 a 8,0 200 a 800 Blastos 0,0 0 Plaquetas/mm 3 150.000 a 450.000/mm 3 PSA (Antígeno Prostático Específico) O PSA é produzido pela próstata e serve como marcador de alterações prostáticas. Seu aumento pode ser devido a:  neoplasia prostática;  hiperplasia prostática;  prostatite. Atualmente, o valor aceito como normal é abaixo de 2,5 ng/dL. Quando se encontram valores entre 2,5 e 10,0 ng/dL recomenda-se a dosagem em conjunto da fração livre do PSA. Quanto menor a relação PSA livre/PSA total, maior a chance do aumento do PSA ser por uma neoplasia. Atualmente o nível de corte com bom nível de sensibilidade e especificidade é 18%. Valor de referência PSA < 2,5 ng/dL < 18% é sugestivo de neoplasia prostática Relação PSA livre/total > 18% é sugestivo de hiperplasia prostática 11
  • 12. Urina tipo 1 A urina tipo 1 é na verdade uma série de testes que detectam vários compostos que são elimina- dos na urina, incluindo subprodutos do metabolismo, células, bactérias e fragmentos celulares. O exame consiste de três fases distintas, exame físico (cor, clareza, pH e concentração), análise química (presença de proteína, glicose, urobilinogênio, corpos cetônicos e bilirrubina) e exame microscópico (identifica e conta hemácias, leucócitos, células epiteliais, cilindros, bactérias, cristais e outros componentes). Na presença de hematúria, pode estar especificada a presença ou não de dismorfismo. Quando não existe dismorfismo eritrocitário o sangramento é de origem não glomerular (cálculos, in- fecções, neoplasia e trauma). Valor de referência Cor Amarelo palha Aspecto Límpida - transparente Ph 4,6 a 6,5 Densidade 1.015 a 1.025 Proteína Ausente (g/L) Glicose Ausente (g/L) Corpos cetônicos Ausente Bilirrubina Ausente Urobilinogênio Normal (até 1/20) Método Enzimático (fonte: Criesp) Sedimento quantitativo por campo Valor de referência Leucócitos Até 5 por campo Hemácias Até 4 por campo Cilindros Ausentes Células epiteliais Raras Cristais Ausentes 12
  • 13. II. Exames relacionados à saúde do homem Ácido úrico Ácido úrico sérico é resultante, principalmente, do metabolismo das purinas. Indicações:  Paciente assintomático com forte antecedente familiar e do sexo masculino, após a puberdade.  Dor monoarticular em extremidade.  Avaliação metabólica de pacientes litiásicos.  Pacientes em vigência de esquema quimioterápico ou radioterápico. Valor de referência Sérico: Sexo masculino 3,4 a 7,0 mg/dL Urina: 24h 0,25 a 0,75 g/dia Alfabeto proteína (AFP) Proteína produzida por enzima fetal, tumores hepáticos (hepatocarcinoma) e tes- tículo (não seminomatosos). Indicações:  Paciente com doença hepática crônica (cirrose, hepatite B).  Suspeita de tumor de testículo ou hepático.  Acompanhamento do tratamento desses tumores. Valor de referência Sérico: sexo masculino após 2 anos Até 15 µg/L 13
  • 14. Albumina (albumina sérica humana) Proteína com maior concentração (60%) no plasma sanguíneo. Hipoalbuminemia é causada por:  doença hepática;  síndrome nefrótica;  queimadura;  síndromes de má absorção (por exemplo, doença de Crohn). Hiperalbuminemia quase sempre se relaciona com desidratação. Indicações: Albumina sérica:  Pacientes com doença hepática.  Síndrome nefrótica.  Avaliação do estado nutricional. Albumina urinária (dosagem anual) – recomendação da Sociedade Internacional de Nefrologia para:  Pacientes diabéticos (principalmente insulino-dependentes).  Pacientes hipertensos.  Pacientes com mais de 50 anos e antecedentes familiares de diabetes ou doença cardiovascular. Valor de referência Albumina sérica 3,5 a 5,2 g/dL. Beta HCG A gonadotrofina coriônica é um hormônio glicoproteico constituído de duas subunidades di- ferentes (alfa e beta), produzido pelas células do sinciciotrofoblasto (placenta), sendo utilizado também como marcador de tumores trofoblásticos e testiculares (células germinativas). Indicações: É marcador específico para o diagnóstico e monitorização de coriocarcinomas e, em conjunto com AFP, determina prognóstico, monitoriza terapia e detecta recorrências em neoplasias das células germinativas. Valor de referência Homens: até 3,0 mIU/mL 14
  • 15. Catecolaminas As catecolaminas (dopamina, noradrenalina e adrenalina) são hormônios neurotransmissores. Indicações:  Feocromocitomas.  Ganglioneuromas.  Neuroblastomas. A dosagem bioquímica de catecolaminas plasmáticas e de metanefrinas, normetanefrinas e do ácido vanilmandélico na urina de 24 horas são usados para evidenciar a hiperssecreção de epinefrina e norepinefrina. Para essas dosagens há necessidade de dieta específica e restrição de alguns medicamentos. Catecolaminas livres no plasma Valor de referência: adultos ADRENALINA Deitado Em pé Inferior a 50 pg/mL Inferior a 95 pg/mL NORADRENALINA Deitado Em pé 112 a 658 pg/mL 217 a 1.109 pg/mL DOPAMINA Deitado Em pé Inferior a 10 pg/mL Inferior a 20 pg/mL TOTAL ADE DRENALINA + NORADRENALINA Deitado Em pé 123 a 671 pg/mL 242 a 1.125 pg/mL Catecolaminas - Urina 24h Valor de referência: Acima de 10 anos Noradrenalina De 15 a 80 µg/24h Adrenalina Até 20 µg/24h Dopamina De 65 a 400 µg/24h A metanefrina e a normetanefrina são metabólitos da adrenalina e da noradrenalina, respectiva- mente, que constituem hormônios secretados em tumores da medula adrenal. Ambas as substân- cias quando dosadas juntas, em urina 24 horas, fornecem as metanefrinas fracionadas e totais. 15
  • 16. Indicações: Diagnóstico de tumores produtores de catecolaminas como feocromocitomas, pa- ragangliomas, neuroblastomas e ganglioneuromas. Valor de referência: Homens adultos Metanefrina 26 a 230 µg/24h Normetanefrina 44 a 450 µg/24h Total 90 a 690 ug/24h O diagnóstico de feocromocitoma requer a identificação da hipersecreção de catecolaminas. Valores de metanefrina total > 1.300 ug/24 horas são sugestivos de feocromocitoma. O ácido vanilmandélico (VMA) é o principal metabólito da epinefrina e da norepinefrina. Apresenta sensibilidade inferior à dosagem de metanefrinas. Vários medicamentos e alimentos podem interferir em sua determinação. Valor de referência Acima de 15 anos De 2,0 a 7,0 mg/24 h Coagulograma O coagulograma contém testes de triagem para avaliação da hemostasia. Esse teste inclui: o tempo de protrombina (TAP ou TP); o tempo de tromboplastina parcial ativado; a contagem de plaquetas. Indicações: É indicado nos casos em que há tendência a hemorragia, antes de intervenções cirúr- gicas e no controle de terapêutica anticoagulante pela heparina. Na fase estável de anticoagulação oral, os indivíduos devem ser monitorados com resultados de TP expressos em INR*. Na maioria dos casos de uso de anticoagulante oral, o INR tem de ser mantido entre 2,0 e 3,0. * INR (Razão Normalizada Internacional) é o TP corrigido a padrões mundiais. Valor de referência Tempo de protrombina (TP) Até 13,1 segundos Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA): Até 1,26 relação TTPA do paciente/TTPA do pool normal Plaquetas 150.000 a 450.000/mm3 16
  • 17. Cortisol O cortisol, principal glicocorticoide endógeno, é sintetizado pela camada fasciculada da córtex adrenal, sendo de importância capital para o metabolismo orgânico e inorgânico. Obedece um ritmo circadiano, sendo mais elevado pela manhã e mais baixo à noite. Indicação: No diagnóstico de hiperfunção da adrenal (síndrome de Cushing), para o qual o teste de supressão com dexametasona é bastante sensível, e na detecção de hipofunção adrenal primária (Addison) ou secundária, na qual o teste de estímulo com ACTH é útil. Valor de referência Cortisol Entre 7 e 9 horas: 5,4 a 25,0 µg/dL (149 a 690 nmol/L) Teste da dexametasona Tomar dexametasona, 1 mg, na noite anterior ao exame. Em normais, espera-se a depressão dos níveis de cortisol para valores abaixo de 5 µg/dL. Valor de referência: ACTH Condições basais até 46 pg/mL entre 7h e 10h da manhã Clearence de creatinina O teste é útil na avaliação funcional renal. É mais sensível que a determinação sérica isolada. A depuração está diminuída em:  Insuficiência cardíaca congestiva.  Desidratação grave.  Nefropatias agudas e crônicas. Na insuficiência renal terminal serve para indicar estados em que processos dialíticos se tornam imperiosos. Pode estar aumentada após exercícios físicos, em diabetes (fase inicial), hipertireoi- dismo e acromegalia. No clearence os valores séricos e urinários são medidos e a depuração é calculada e corrigida tendo em vista a superfície corporal. Valor de referência Homem 85 a 125 mL/min/1,73 m2 17
  • 18. Eletrólitos (Ca, Na, K ) Cálcio A hipercalcemia é encontrada em:  Hiperparatireoidismo.  Neoplasias com ou sem metástases ósseas.  Mieloma.  Desidratação.  Hipervitaminose D.  Hipertireoidismo.  Uso de diuréticos e estrógenos. Níveis baixos são encontrados:  Osteomalácia.  Pancreatite.  Hipomagnesemia.  Hipervolemia.  Diminuições da albumina.  Situações que cursam com fósforo elevado (insuficiência renal, hipoparatireoidismo). Níveis críticos de cálcio total são aqueles inferiores a 6 mg/dL e superiores a 14 mg/dL. A do- sagem do cálcio iônico evita as distorções causadas pelas variações dos níveis da albumina, mas é influenciada, por sua vez, pelas condições de equilíbrio ácido-básico Cálcio urinário é útil na investigação dos efeitos da vitamina D e PTH sobre a reabsorção óssea. Também é utilizado na avaliação de nefrolitíase. Sua determinação é preferida na urina de 24 horas, realizando a razão cálcio/creatinina. A hipercalciúria é encontrada em hipercalce- mias, corticoterapia, osteoporose, acromegalia, hipertireoidismo, feocromocitoma e Cushing. A hipocalciúria pode ser secundária à hipocalcemia, à insuficiência renal, à osteomalácia, ao raquitismo, à alcalose e ao uso de diuréticos. Valor de referência: Cálcio total sérico 8,6 a 10,3 mg/dL Cálcio iônico 1,11 a 1,40 mmol/L Cálcio (urina 24h) Adultos: 55 a220 mg/dia 18
  • 19. Sódio Avaliação eletrolítica, balanço ácido-básico, balanço da água, intoxicação aquosa. Hipernatre- mia no aldosteronismo primário, síndrome de Cushing, diabetes insipidus, hiperglicemia. Hi- ponatremia, sem insuficiência cardíaca ou de hidratação, sugere hipotireoidismo, hipopituita- rismo, Addison, meningite, tumor cerebral ou abscesso, trauma cerebral, cirrose, insuficiência cardíaca congestiva. Valor de referência Sérico 136 a 145 mEq/L Urina 24h 30 a 90 mEq/L; 40 a 220 mEq/24h Potássio O potássio sérico é útil em avaliação do balanço eletrolítico, análises de pacientes em diure- ticoterapia, pacientes tratados por acidose, prevenção de arritmias cardíacas, aldosteronismo primário, síndrome de Cushing, tumor ectópico de ACTH, hiperplasia congênita adrenal, insuficiência renal, acidose tubular renal. A medida da potassiúria de 24 horas é fundamentalmente interessante para efetuar o balanço das en- tradas e saídas de potássio nos estudos fisiopatológicos. Na prática cotidiana não apresenta mais que um interesse limitado: o de auxiliar no diagnóstico etiológico da hipopotassemia não explicada. Valor de referência Sérico 3,5 a 5,1 mEq/L Urina 24h 25 a 125 mEq/24h Espermograma A exploração do testículo endócrino e exócrino ocupa um lugar importante no estudo das es- terilidades do casal. A análise do esperma inclui a quantificação, a avaliação da motilidade e o estudo morfológico dos espermatozoides e a contagem de leucócitos. Indicações: O exame é útil no estudo da fertilidade e no controle de vasectomia. Da mesma forma, se aplica em casos de disgenesias gonadais, orquites e caxumba com atrofia testicular e também durante o uso de algumas drogas (cimetidina, estrógenos, metiltestosterona e citotóxi- cos), uma vez que há diminuição do número de espermatozoides nessas situações. No controle pós-vasectomia o tempo médio para atingir a azoospermia é de cerca de seis meses 19
  • 20. Valor de referência Aspecto Habitual (branco perolado) Liquefação Inferior a 30 minutos Viscosidade Normal Volume 2,0 a 5,0 mL Número de espermatozoides > 20 milhões/mL, > 40 milhões no volume total Formas rápidas e direcionais > 60% na 1ª hora e > 40% na 6ª hora pH 7,0 a 8,3 Outras células:  Leucócitos: quantidade inferior a 1 milhão/mL.  Células germinativas: quantidade inferior a 1 milhão/mL. Morfologia segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS):  Valor de referência: > 30% de formas ovais. Morfologia estrita de espermatozoides Valor de referência > 14% Fértil 5% a 14% Subfértil – bom prognóstico 0% a 14% Subfértil – mau prognóstico Testes da função hepática Indicações:  Indivíduos assintomáticos com fatores de risco (diabéticos, síndrome metabólica, abuso de consumo de álcool, hepatite crônica B e C  Comorbidades que possam afetar o fígado – hemocromatose, doença autoimune, do- enças intestinais inflamatórias crônicas, tumores metastáticos, doença da tireoide, insufici- ência cardíaca direita.  Uso crônico de medicamentos.  Pacientes com neutropenia, trombocitopenia, macrocitose. 20
  • 21. Entre os testes mais importantes temos: Fosfatase alcalina Tem como objetivo avaliar se existe alguma obstrução do ducto biliar ou danos no fígado e até alguma suspeita de câncer. Valor de referência Maiores de 17 anos 40 a 129 U/L Alanina transaminase (ALT - TGP) É a transaminase mais específica para medir a produção de enzimas no fígado. É uma enzima produzida pelo fígado que é liberada na corrente sanguínea quando ocorre lesão de células hepáticas. Valor de referência ALT – TGP Até 41 U/L Aspartato transaminase (AST – TGO) Essa transaminase é produzida por outros órgãos além do fígado sendo liberada na corrente sanguínea quando ocorre uma lesão hepática, cardíaca, muscular ou cerebral. Valor de referência AST - TGO Até 37 U/L Método Cinético UV Bilirrubina É utilizada para se observar se existe obstrução do fluxo da bile, lesão hepática, destruição ex- cessiva de eritrócitos (a partir dos quais a bilirrubina é formada). Valor de referência Total 0,20 a 1,00 mg/dL Direta 0,00 a 0,20 mg/dL Indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL 21
  • 22. Gamaglutamil transpeptidase (Gama-GT) É uma enzima produzida pelo fígado, pelo pâncreas e pelos rins, liberada na corrente sanguínea quando esses órgãos estão sendo danificados. Serve para se saber se existe alguma lesão orgânica, intoxicação por drogas ou medicamentos, abuso de álcool ou doenças do pâncreas. Valor de referência Masculino 12 a 73 U/L Hemoglobina A1c (Hemoglobina glicada ou glicosilada) Medida da porcentagem de hemoglobina ligada a glicose. Quanto maior a concentração de gli- cose no sangue, mais hemoglobina glicada é formada. Uma vez que a glicose liga-se à hemoglo- bina, a meia-vida da hemoglobina é de 90 a 120 dias e essa ligação é permanente, sua medida permite verificar como estava o controle da glicemia nas últimas semanas antes do exame. Valores normais: 4,2% a 5,8%. Hormônios (testosterona, FSH, LH, SHBG, prolactina) Testosterona e SHBG A testosterona é um hormônio esteroide com várias ações androgênicas sobre o organismo (re- gulação da secreção de gonadotrofinas, início e manutenção da espermatogênese, formação de fenótipo masculino durante a diferenciação sexual e a instalação da puberdade). A testosterona é sintetizada no homem nas células de Leydig localizadas nos testículos. Admite-se que a adrenal participe da produção de testosterona por meio da síntese de seus precursores que são convertidos em testosterona em outros orgãos. Sua produção é estimulada e controlada pelo hormônio luteinizante (LH), que é fabricado na hipófise. A testosterona leva a um feedback negativo na produção de LH, dessa forma regulando os níveis normais do hormônio. Existe maior produção do hormônio pela manhã, sendo este o horário preconizado para sua coleta, e produção menor durante a noite. Na circulação, a testosterona liga-se à albumina (54%) e à globulina ligadora de esteroides sexu- ais (SHBG) (44%). Apenas 2% da testosterona presente no sangue encontra-se na forma livre, sendo esta a fração ativa do hormônio que irá desempenhar suas funções virilizantes. O controle da produção de testosterona é feito no homem por gonadotrofinas, em especial o LH que age nas células de Leydig promovendo um incremento na produção de testosterona. Como a fração da testosterona que é metabolicamente ativa é a livre, recomenda-se a dosagem dessa fração. Tal dosagem não deve ser feita diretamente, pois seus valores não são fidedignos. 22
  • 23. Para obtermos os valores reais da testosterona livre, deve-se solicitar a testosterona livre calcu- lada, que é obtida por meio dos valores de testosterona total, SHBG e albumina. Alguns laboratórios fornecem esse cálculo pronto ou pode-se calcular com a utilização de nomo- gramas ou calculadoras específicas. Valor de referência Testosterona > 15 anos: 180 a 880 ng/dL SHBG 17 a 65 anos: 14,5 a 48,4 nmol/L Testosterona livre calculada 5,0 a 64,0 pg/mL LH O hormônio luteinizante (LH) é produzido na hipófise. Tem uma ação estimulante sobre as células de Leydig nos testículos causando um aumento na produção de testosterona. A tes- tosterona tem um efeito de feedback negativo na hipófise diminuindo a produção de LH. Na infertilidade masculina, os valores normais de LH e altos de FSH são indicativos de falência espermatogênica. Valor de referência Adultos: 1,7 a 8,6 mU/mL LH Pré-púberes: < 1,7 mU/mL FSH O hormônio folículo estimulante (FSH) age diretamente nas células dos túbulos seminíferos (células de Sertoli) estimulando a espermatogênese. O FSH também atua nas células de Leydig, aumentando o número de receptores para LH, potencializando a ação desse hormônio na pro- dução de testosterona. O FSH em valores elevados e leva ao diagnóstico de hipofunção gonadal primária (falência esperma- togênica). No hipogonadismo hipogonadotrófico os valores de FSH estão abaixo dos normais. Valor de referência Adultos: 1 a 10,5 mU/mL FSH Pré-púberes > 2 anos: < 2,0 mU/mL 23
  • 24. Prolactina A prolactina (PRL) é um hormônio polipeptídico produzido pelas células lactotróficas hipofi- sárias. Sua principal função é relacionada ao início e à manutenção da lactação, porém essa ação só é plena quando estiverem presentes certos fatores com estrógenos, progesterona, cortisol e insulina. No homem a PRL tem uma ação inibidora da espermatogênese, bloqueando-a na pas- sagem espermatide I para espermatide II. Pode ainda desempenhar uma ação antitestoterona e não raramente a hiperprolactinemia é causa de impotência e ginecomastia. Valor de referência Prolactina Homens: 4,04 a 15,2 ng/mL Proteinúria de 24 horas Medida da quantidade de proteína excretada pela urina em um período de 24 horas. É útil na avaliação de doenças renais, glomerulares ou tubulares. Valor de referência < 150 mg/24h Método Colorimétrico pelo cloreto de benzetônio (fonte: CRIESP) Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4) O hormônio estimulador da tireoide (TSH) é produzido na hipófise estimulando a tireoide a produzir tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A produção de TSH é regulada pela produção de hormônio liberador tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo, que sofre feedback negativo pelas concentrações de T3 e T4. O T3 corresponde a 10% dos hormônios produzidos pela tireoide, e 90% é de T4. Nas fases iniciais do hipotireoidismo o T3 pode ainda estar normal, e o T4 já se apresenta re- duzido. Dessa forma, os exames comumente solicitados para avaliar a função da tireoide são o TSH e o T4. Valor de referência TSH 0,35 a 5,5 µ/mL (fonte: Einstein) T4 3,2 a 12,6 µ/dL (fonte: Einstein) T4 livre 0,7 a 1,8 ng/dL (fonte: Einstein) T3 0,6 a 1,81 ng/mL (fonte: Einstein) 24
  • 25. Ureia Medida da concentração da ureia plasmática. A ureia representa 90% do nitrogênio não pro- teico presente no plasma. A produção da ureia ocorre no fígado, sendo decorrente da metabo- lização das proteínas. Liberada na corrente sanguínea, então é excretada pelos rins. Juntamente à creatinina é utilizada para avaliar a função renal. Pode também ser utilizada para avaliar o estado geral de saúde de um paciente. Valor de referência Adultos até 65 anos Até 50 mg/dL > 65 anos Até 71 mg/dL 25
  • 26. III. Investigação metabólica – litíase urinária. A avaliação metabólica permanece polêmica e distante de um consenso, entre- tanto é imprescindível em pacientes com litíase, sobretudo nos recorrentes. A investigação metabólica permite o diagnóstico dos mais comuns distúrbios como hipercalciúria idiopática, hiperexcreção de ácido úrico, hipocitratúria, hiperoxalúria, hiperparatireoidismo primário, cistinúria, acidose tubular renal, entre outros. A investigação metabólica pode ser realizada em qualquer paciente com a fina- lidade de prevenir recorrência e estabelecer recomendações dietéticas, mas é indi- cada especialmente em casos de recorrência elevada; antecedentes de intervenções urológicas para tratamento de litíase; história familiar significativa; crianças; rim único; infecção urinária associada à nefrolitíase (não vigente). Os itens a seguir resumem os principais exames referentes à investigação metabólica. Exame de urina (sedimento urinário) e urocultura (suspeita de ITU). Dosagens séricas de cálcio (preferencialmente ionizado), PTH intacto, áci- do úrico, fósforo e creatinina. Dosagens urinárias de cálcio, sódio, ácido úrico, oxalato, citrato e creatinina em duas amostras de urina de 24 horas coletadas em dias não consecutivos e preferencialmente em dias úteis. pH urinário (segunda micção matutina) após jejum de 12 horas (medido em pHmetro) e gasometria venosa. - suspeita de formas incompletas de acidose tubular renal distal, solicitar prova de acidificação com cloreto de amônio (NH4Cl). - suspeita de tubulopatias associadas, solicitar Mg, K e cloro séricos. Pesquisa qualitativa de cistina urinária (quantitativa se necessária). Especial- mente em pacientes jovens com recorrência muito elevada. Densitometria óssea (especialmente nos casos de hipercalciúria devida à possibilidade de osteopenia associada). 26
  • 27. Critérios diagnósticos Hipercalciúria idiopática Excreção urinária de cálcio maior do que 300 mg/24h nos homens ou 250 mg/24h nas mu- lheres ou 4 mg/kg/24h. Hiperexcreção de ácido úrico ou hiperuricosúria Excreção urinária de ácido úrico maior do que 800 mg/24h em homens ou 750 mg/24hs em mulheres. Hiperoxalúria Excreção urinária de oxalato maior do que 45 mg/24h. Hipocitratúria Excreção urinária de citrato menor do que 320 mg/dia em indivíduos de ambos os sexos. Cistinúria  Cistinúria tipo I (ou tipo A): 0 a100 mmoles/g creatinina (urina de 24h).  Cistinúria não - tipo I (ou tipo B):  Antiga tipo II: > 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h).  Antiga tipo III: 100 a 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h). Acidose tubular renal distal pH urinário de jejum de 12 horas > 5,5 na vigência de acidose sistêmica (nas formas completas) ou induzida pela ingestão de cloreto de amônio (NH4Cl) (detecção das formas incompletas). Obs: Os exames realizados em urina de 24 horas sofrem alterações importantes quando da presença de insuficiência renal associada. 27
  • 28. Apoio: Iniciativa e Realização: 28