O documento discute projetos de mídia educativa apoiados pelo Ministério da Educação brasileiro, incluindo a TV Escola, Proinfo, DVD Escola e Rived, que visam introduzir novas tecnologias nas escolas públicas para melhorar o ensino e a aprendizagem. Gestão eficiente de projetos que utilizam mídia é essencial para o sucesso da implantação de novas ideias nas escolas.
Gestão de projetos de mídias educativas e políticas públicas
1. Planejamento, Gestão e Avaliação do uso das
mídias na Educação - Unidade 03: Políticas
Públicas, TV e Educação
Tópico 01: Gestão de Projetos de Mídias Educativas no
Âmbito das Políticas Públicas Créditos | Referências 1 2
Gestão de Projetos com Tecnologias Educacionais
As escolas vêm utilizando, cada vez mais, tecnologias para auxiliar o processo de ensino e
aprendizagem. Embora possamos definir como tecnologias utilizadas em sala de aula o giz e o
quadro-negro, as tecnologias educacionais modernas dizem respeito ao uso de retro-projetores,
computadores, aparelhos de videocassetes, aparelhos de DVD, TV e Internet. O Ministério da
Educação (MEC) brasileiro está investindo na divulgação, capacitação e aparelhamento de
professores em diversas escolas brasileiras, para que possam desenvolver projetos que utilizem as
tecnologias de Informação e Comunicação contemporâneas com seus alunos. Projetos como a TV
Escola e o Proinfo (São 5.564 municípios beneficiados, compreendendo mais de 13
milhões de alunos em todo Brasil) conseguiram abranger todos os estados brasileiros,
possuindo uma estrutura de gerência ramificada que liga o MEC às secretarias estaduais de
educação, mantendo representantes destes projetos em cada estado para coordenar as ações nas
localidades contempladas. A fim de permitir uma administração racional e eficiente dos recursos
tecnológicos, foram criados, no âmbito das escolas e instituições de ensino, projetos educacionais
que incorporem uma ou mais áreas de conhecimento e que façam uso dos equipamentos e
tecnologias de comunicação que estejam disponíveis nas escolas. Estes projetos, muitas vezes,
envolvem mais de um professor, como é o caso dos projetos envolvendo Informática, que
normalmente envolvem o professor desta área, além daquele que esteja relacionado à outra área,
como Português ou Matemática.
Definir os objetivos e metas do projeto onde se vão aplicar as tecnologias, a maneira como ele será
desenvolvido, e a forma de avaliar seus resultados permitem que as formas de uso dos recursos
tecnológicos disponíveis na instituição de ensino sejam racionalizadas com a re-aplicação deste
projeto, procurando sempre melhorá-lo e corrigir eventuais erros. No entanto, para que um projeto
possa dar certo, não se depende apenas do planejamento. Esta é uma parte importante, porém,
outros pontos são igualmente necessários: executar, controlar e encerrar um projeto. Todos estes
elementos juntos definem o processo de gestão de projetos. Gerir um ou mais projetos de forma
eficiente e eficaz é a maneira mais segura de se obter êxito na implantação de novas idéias dentro
das escolas. O processo de Execução integra as pessoas e os outros recursos para colocar em
prática o plano do projeto, o que, no contexto das tecnologias educacionais, diz respeito aos
educadores, educandos e técnicos envolvidos. Nesta fase do projeto, geralmente ocorre a maior
parte do esforço/dispêndio do projeto. Na fase de Controle, que ocorre em paralelo ao processo de
execução, mede e monitora o progresso do projeto para identificar variações em relação ao
planejado, podendo executar ações corretivas quando necessário. Por fim, o processo de
Enceramento formaliza a aceitação do projeto, serviço ou resultado. Analisa a evolução do projeto
para que erros não se repitam no futuro.
Neste contexto, a inserção de diferentes mídias dentro das instituições educativas para auxiliar no
processo de ensino aprendizagem, deve refletir em ações e procedimentos novos dentro dos
projetos educacionais. Leia os artigos sugeridos abaixo e reflita um pouco sobre este impacto das
mídias nos projetos desenvolvidos no âmbito da escola.
Para Ler e Refletir:
1) Leia o texto Pedagogia de Projetos e Integração de Mídia,
de Maria Elizabeth B. Almeida, presente no endereço
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003
/ppm/tetxt5.htm.
2) Leia o artigo O relacionamento entre parceiros na gestão
de projetos de educação a distância: desafios e perspectivas
de uma ação transdisciplinar, de Maria Elizabeth B. Almeida,
presente no endereço:
http://www.redebrasileiradetransdisciplinaridade.net
/file.php/
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2. 1/Artigos_dos_membros_da_Rede
/Trabalhos_apresentados_no_II_Congresso_Mundial/
Artigo_Maria_Elizabeth_Biaconcini_de_Almeida.pdf.
Agora que conhecemos um pouco mais sobre a gestão de projetos que envolvam tecnologias
educacionais, vejamos os projetos relacionados com a inserção de mídias no processo de
aprendizagem, desenvolvidos pelo Governo Federal brasileiro.
Projetos de Mídias Educativas apoiados pelo MEC
Foram diversos os esforços do Ministério da Educação brasileiro, bem como do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para introduzir novas Tecnologias de
Informação e Comunicação nas escolas públicas. Desde a criação do projeto Educom (Para saber
mais sobre o Projeto Educom consulte o endereço http://edutec.net/Textos
/Alia/PROINFO/edprhist.htm), em 1984, que fora fundamental para o desenvolvimento da
Informática Educativa, até os dias de hoje, pudemos verificar o crescimento no uso de tecnologia
nas escolas e sua importância para o processo de ensino-aprendizagem. Segue abaixo alguns dos
mais significativos projetos desenvolvidos pelo MEC e que estão introduzindo novas mídias e
tecnologias nas escolas. Mesmo que a mídia não seja nova, como é o caso do Rádio, sua utilização
o é, fazendo com que o processo seja algo diferente do que já foi feito no passado, quando este
recurso foi utilizado para a Educação a Distância. Os textos abaixo listados tem como origem o site
do Ministério da Educação, acessível através do endereço http://www.mec.gov.br.
Mídias
Mídias na Educação é um programa a distância, com estrutura modular, com
o objetivo de proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das
diferentes tecnologias da informação e da comunicação – TV e vídeo,
informática, rádio e impressos – de forma integrada ao processo de ensino e
aprendizagem, aos profissionais de educação, contribuindo para a formação
de um leitor crítico e criativo, capaz de produzir e estimular a produção nas
diversas mídias.
O programa possibilita diferentes percursos de aprendizagem e certificação.
Estão previstos três níveis de certificação constituindo ciclos de estudo: o
Ciclo Básico, de Extensão com 120 horas de duração; o Intermediário, de Aperfeiçoamento, com
180 horas: e o Avançado, de Especialização, com 360 horas.
Em 2005 foi implementada versão piloto, on-line, no ambiente e-ProInfo, para 1.200 potenciais
multiplicadores e tutores de todos os estados brasileiros. Em 2006, iniciou a versão on line do
Ciclo Básico, com certificação em extensão, para dez mil profissionais de Educação Básica em todo
o País.
O programa está sendo desenvolvido pela SEED/MEC em parceria com secretarias de educação e
universidades públicas , estas responsáveis pela produção, oferta e certificação dos módulos,
assim como pela seleção e capacitação de tutores. Com foco na pedagogia da autoria, na
integração de tecnologias, na democratização e flexibilização do acesso à formação e no trabalho
colaborativo, o Programa pretende ser uma referência para cursos on line. Mídias na Educação: a
autoria com estratégia de aprendizagem.
TV Escola
A TV Escola é um canal de televisão do Ministério da Educação que
capacita, aperfeiçoa e atualiza educadores da rede pública desde 1996. A
proposta da TV Escola é proporcionar ao educador acesso ao canal e
estimular a utilização de seus programas, contribuindo para a melhoria da
educação construída nas escolas.
Na implantação do Canal, cada escola pública com mais de 100 alunos
recebeu um kit, composto por uma antena parabólica para sintonizar o
canal e um vídeo-cassete. Assim, o educador pode gravar os programas e
exibi-los em sala de aula ou usá-los para uso próprio, enriquecendo se
conhecimento e sua prática pedagógica.
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3. Sua programação exibe, durante 24 horas diárias, séries e documentários estrangeiros,
produções da própria TV Escola, e é dividida em faixas: Educação Infantil, Ensino Fundamental,
Ensino Médio, Salto Para o Futuro e Escola Aberta.
Existe ainda, em horário especial, uma faixa destinada a cursos para a formação continuada de
educadores, onde são oferecidos cursos de aperfeiçoamento das línguas inglesa, espanhola e
francesa.
Hoje a TV Escola atinge 400 mil professores em 21 mil escolas públicas do país (INEP, 2006).
Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e valorização dos professores da rede
pública, o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade do
ensino.
Assim, há inúmeras possibilidades de uso autônomo da TV Escola: (1) desenvolvimentos
profissionais de gestores e docentes (inclusive preparação para vestibular, cursos de progressão
funcional e concurso público); (2) dinamização das atividades de sala-de-aula; (3) preparação de
atividades extra-classe, recuperação e aceleração de estudos; (4) utilização de vídeos para
trabalhos de avaliação do aluno e de grupos de alunos; (5) revitalização da biblioteca; (6)
aproximação escola-comunidade, especialmente a partir da programação da faixa Escola Aberta.
A criatividade e autonomia de cada escola encontrarão outros usos importantes para a
programação da TV Escola.
A TV Escola pode ser sintonizada via antena parabólica (digital ou analógica) em todo o País. Seu
sinal está disponível, também, nas TVs por assinatura Directv (canal 237) e Sky (canal 27).
DVD Escola
O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria
de Educação a Distância - SEED, está ampliando o
alcance da TV Escola.
Foram adquiridos e serão enviados a 50 mil escolas públicas
de ensino básico um aparelho de reprodução de DVD e uma
caixa com 50 mídias DVD, contendo, aproximadamente, 150
horas de programação produzida pela TV Escola.
O Projeto DVD Escola integra um conjunto de políticas e
ações do Ministério da Educação cujo foco é garantir a
universalização, o elevado padrão de qualidade e a eqüidade da educação básica no Brasil. O
Projeto sinaliza, também, o compromisso com a atualização tecnológica e democratização da TV
Escola, uma vez que o acervo e os modernos aparelhos de DVD alcançarão escolas públicas ainda
não atendidas.
Além de atender novas escolas, esta ação do governo federal alcançará os 375 Núcleos de
Tecnologia Educacional - NTEs cadastrados pela SEED que receberão aparelhos de gravação de
DVD para que possam atuar como pólos de difusão e atualização permanente das novas
programações da TV Escola.
Proinfo
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) é um programa
educacional criado pela Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997, pelo
Ministério da Educação, para promover o uso pedagógico da informática na
rede pública de ensino fundamental e médio.
O ProInfo é desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por meio do
Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as Secretarias de
Educação Estaduais e Municipais.
O programa funciona de forma descentralizada, sendo que em cada Unidade da Federação existe
uma Coordenação Estadual do ProInfo, cuja atribuição principal é a de introduzir o uso das
tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública, além de articular as
atividades desenvolvidas sob sua jurisdição, em especial as ações dos Núcleos de Tecnologia
Educacional (NTEs).
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4. Rived
O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED,
que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na
forma de objetos de aprendizagem. Tais conteúdos primam por estimular o
raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, associando o potencial da
informática às novas abordagens pedagógicas. A meta que se pretende
atingir disponibilizando esses conteúdos digitais é melhorar a
aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do
aluno. Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos
digitais para acesso gratuito, o RIVED realiza capacitações sobre a
metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas
instituições de ensino superior e na rede pública de ensino.
Em 1997 houve o acordo Brasil-Estados Unidos sobre o desenvolvimento
da tecnologia para uso pedagógico. A participação do Brasil teve início em
1999 por meio da parceria entre Secretaria de Ensino Médio e Tecnológica
(hoje SEB) e a Secretaria de Educação a Distância (SEED). Brasil, Peru e
Venezuela participaram do projeto. A equipe do RIVED, na SEED, foi responsável, até 2003, pela
produção de 120 objetos de Biologia, Química, Física e Matemática para o Ensino Médio. Em 2004
a SEED transferiu o processo de produção de objetos de aprendizagem para as universidades cuja
ação recebeu o nome de Fábrica Virtual. Com a expansão do RIVED para as universidades,
previu-se também a produção de conteúdos nas outras áreas de conhecimento e para o ensino
fundamental, profissionalizante e para atendimento às necessidades especiais. Com esta nova
política, o RIVED - Rede Internacional Virtual de Educação passou a se chamar RIVED - Rede
Interativa Virtual de Educação.
Um objeto de aprendizagem é qualquer recurso que possa ser reutilizado para dar suporte ao
aprendizado. Sua principal idéia é "quebrar" o conteúdo educacional disciplinar em pequenos
trechos que podem ser reutilizados em vários ambientes de aprendizagem. Qualquer material
eletrônico que provém informações para a construção de conhecimento pode ser considerado um
objeto de aprendizagem, seja essa informação em forma de uma imagem, uma página HTM, uma
animação ou simulação.
Os objetos de aprendizagem produzidos pelo RIVED são atividades multimídia, interativas, na
forma de animações e simulações. A possibilidade de testar diferentes caminhos, de
acompanhar a evolução temporal das relações, causa e efeito, de visualizar conceitos de
diferentes pontos de vista, de comprovar hipóteses, fazem das animações e simulações
instrumentos poderosos para despertar novas idéias, para relacionar conceitos, para despertar a
curiosidade e para resolver problemas. Essas atividades interativas oferecem oportunidades de
exploração de fenômenos científicos e conceitos muitas vezes inviáveis ou inexistentes nas
escolas por questões econômicas e de segurança, como por exemplo: experiências em laboratório
com substâncias químicas ou envolvendo conceitos de genética, velocidade, grandeza, medidas,
força, dentre outras.
UAB
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a formação de professores
para a Educação Básica. Para atingir este objetivo central a UAB realiza ampla articulação entre
instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através
da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população
que estão excluídas do processo educacional.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil foi criado pelo Ministério da Educação em 2005 no
âmbito do Fórum das Estatais pela Educação com foco nas Políticas e a Gestão da Educação
Superior sob 5 eixos fundamentais:
Expansão pública da educação superior, considerando os processos de democratização e
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5. acesso;
Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior, possibilitando
sua expansão em consonância com as propostas educacionais dos estados e municípios;
A avaliação da educação superior a distância tendo por base os processos de flexibilização e
regulação em implementação pelo MEC;
As contribuições para a investigação em educação superior a distância no país.
O financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos humanos
em educação superior a distância.
Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o Sistema UAB visa expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema tem como
base, fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo.
Rádio Escola
O Programa Rádio Escola desenvolve ações que utilizam a linguagem
radiofônica para o aprimoramento pedagógico de comunidades escolares, o
desenvolvimento de protagonismos cidadãos e o treinamento de grupos
profissionais. Entende-se que o salto tecnológico que tem causado
profundas modificações culturais pode efetivamente trazer melhorias
sociais, sobretudo quando se ampliarem as oportunidades de apreensão do
saber através das variadas mídias existentes.
Os projetos vistos acima podem ser encontrados em todo o Brasil, e abrangendo, cada vez mais, as
escolas públicas de nosso país. Contudo, implantar e desenvolver estes projetos no âmbito de
nossas instituições de ensino exige a formação de gestores que possam administrá-los e os
executar. A capacitação destes gestores é o assunto abordado na próxima etapa deste tópico.
Formação de Gestores de Tecnologias nas Escolas
Atualmente, a noção de gestão no âmbito das organizações engloba os processos sociais que nelas
se desenvolvem e as complexas relações que se estabelecem em seu interior e exterior. Gestão
organizacional passou a ser um conceito abrangente e dinâmico, que extrapola a concepção de
organização administrada como máquina e se aproxima dos paradigmas associados à sociedade da
informação e às mudanças de suas práticas com o intenso uso das tecnologias de informação e
comunicação, o que gera uma outra dimensão da gestão, que trata da gestão de informações e
conhecimentos (Vieira, Almeida e Alonso, 2003).
À semelhança dos organismos vivos, as organizações educacionais englobam distintas dimensões
do sistema educativo, destacando-se as dimensões cognitivas, sociais, políticas, pedagógicas,
técnico-administrativas e as redes de conexões que articulam os distintos elementos que
interferem em sua vida e funcionamento (Alonso e Almeida, 2003).
A visão de gestão no contexto escolar representa a orientação e a liderança da rede de relações
complexas que se estabelecem em seus espaços, caracterizada pela diversidade, pluralidade de
interesses e movimentos dinâmicos de interação e mudanças que emergem no conflito de
interesses e dinamizam a dialética das relações (Alonso e Almeida, 2003).
Nessa perspectiva, a concepção de gestão educacional assume um significado abrangente,
democrático e transformador, que supera e relativiza o conceito de administração escolar, embora
não o despreze, porque ele constitui uma das dimensões da gestão escolar voltada à compreensão
da escola como espaço de conflitos de relações interpessoais; de negociação entre interesses
coletivos e projetos pessoais para a construção do projeto político-pedagógico da escola; de
democratização dos processos e produtos; de emergência e alternância de lideranças; de
socialização de tecnologias e sua utilização na produção de saberes, no acompanhamento de suas
atividades; na identificação e articulação entre competências, habilidades e talentos das pessoas
que atuam na escola, com vistas à resolução de suas problemáticas (Almeida e Prado, 2003).
A gestão de tecnologias na escola implica compreender e articular duas concepções essenciais a
esse processo: gestão e tecnologias, cuja conexão se viabiliza nas práticas escolares com o uso de
tecnologias. (Alonso e Almeida, 2003).
Compreender as potencialidades inerentes à cada tecnologia e suas contribuições ao ensinar e
aprender poderá trazer avanços substanciais à mudança da escola, a qual se relaciona com um
processo de conscientização e transformação que vai além do domínio de tecnologias e traz
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6. subjacente uma visão de mundo, de homem, de ciência e de educação (Almeida, Sem Ano).
Para que seja possível usufruir as contribuições das tecnologias na escola, é importante considerar
suas potencialidades para produzir, criar, mostrar, manter, atualizar, processar, ordenar, o que se
aproxima das características da concepção de gestão. Tratar de tecnologias na escola engloba
processos de gestão de tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que abarcam relações
dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção
(Almeida, Sem Ano).
Atualmente, muitos autores colocam o foco de seus estudos na gestão escolar. Lück (2001)
acentua a importância da tomada de consciência dos gestores para a sua atuação nas mudanças,
uma vez que a realidade pode ser mudada a qualquer momento, quando as pessoas se
compreendem como produtoras de sua realidade por meio de seu trabalho – práxis. Ela reafirma “a
importância de se dirigir a instituição não impositivamente, mas, sim, a partir dela mesma, em sua
relação integrada com a comunidade a que deve servir. Isso porque o homem, para conhecer as
coisas em si, deve primeiro transformá-las em coisas para si”. Lück traz importantes contribuições
para se compreender a gestão escolar transformadora e democrática. Embora ele não leve em
conta as contribuições das tecnologias para sua concretização, não direcionando seu olhar para a
gestão de tecnologias, os aspectos que enfatiza ajudam a entender a apropriação e gestão das TIC
no contexto escolar.
Referências
ALONSO, M.; ALMEIDA, M. E. B. Formação de Gestores para
uma escola em transformação: a contribuição das TICs. III
Congresso Luso Brasileiro de Administração da Educação,
Recife, Pernambuco, 2003.
ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B. B. Criando situações de
aprendizagem colaborativa. In: Valente, J. A., Almeida, M. E. B.
e Prado M. E. B. (org.). Internet e formação de educadores a
distância. São Paulo: Avercamp, 2003.
ALMEIDA, M. E. B. Gestão de Tecnologias na Escola:
Possibilidades de uma prática democrática. Artigo publicado no
web site da TVE Brasil. Disponível em:
http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005
/itlr/tetxt2.htm. Acessado em: 20 de Agosto de 2008
LÜCK H. (2001). Administração: Gestão não é substituto da
administração. http://www.educareaprender.com.br
/gestao.asp?RegSel=40&Pagina=1#materia CONSULTA
REALIZADA EM ABRIL, 2005.
VIEIRA, A. T.; ALMEIDA, M. E. B.; ALONSO, M. (2003).
Formação de Educadores: Gestão Educacional e Tecnologia.
São Paulo: Avercamp, 2003.
Para Ler e Refletir
Leia o artigo Gestão de Tecnologias na Escola: Possibilidades de
uma prática democrática, de Maria Elizabeth B. Almeida,
presente no endereço http://www.tvebrasil.com.br/SALTO
/boletins2005/itlr/tetxt2.htm.
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Tópico 01: Gestão de Projetos com Tecnologias Educacionais
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