Uma campanha no Rio Grande do Sul convidou pessoas a terem suas fotos impressas em cartazes com o tema "Democracia. Que nunca mais desapareça", para comemorar os 50 anos do golpe militar de 1964 e engajar a população, especialmente os jovens, na importância da democracia. A campanha instalou cabines fotográficas em locais públicos e impressos dos cartazes geraram outdoors com dezenas de rostos estampados. A ação alcançou mais de 14.000 participantes e 1,4
2. No dia 31 de março de 2014, o Golpe Militar
no Brasil completou 50 anos.
Uma data histórica para o país: o dia em que
se iniciou um longo período de repressão, coerção
e autoritarismo. Um periodo sem democracia.
Mesmo que relativamente distante, no tempo e no atual contexto
político, o período segue vivo: na memória dos que lutaram pela
liberdade e no presente de uma sociedade democrática ainda em
formação.
A data não poderia passar em branco. Por isso,
o governo do estado do RS planejou uma semana
de eventos para começar no 31 de março.
3. O foco:
a democracia. Propondo assim uma reflexão e resgatando
a luta daqueles que dedicaram a vida contra o regime.
4. Mas como engajar os jovens, que não vivenciaram
os anos de chumbo?
Como despertar sua curiosidade e seu engajamento?
E ainda, como enaltercer a conquista da nossa
atual democracia, fruto da mobilização de setores
da sociedade?
5. Nossa estratégia
criativa partiu
de um fato simbólico
da época:
os cartazes
de desaparecidos
espalhados pelas
ruas, indicando a
forte perseguição
militar aos que
confrontavam
a ditadura.
6. Deste ícone, a identidade gráfica
da campanha foi definida.
Mas em vez dos cartazes
em preto e branco, cartazes
coloridos com o verde e
amarelo do Brasil. E, em vez
dos desaparecidos de anos
atrás, todas as pessoas que
hoje tornam a democracia
uma realidade.
8. Cabines instaladas
em pontos de grande
circulação de pessoas
na cidade (largo Glênio
Peres, Gasômetro e Praça
da Alfândega) convidavam
as pessoas a “aparecerem”.
10. Cada foto gerava dois
cartazes impressos.
Um exemplar era entregue
para o participante da
ação como lembrança de
seu engajamento. O outro
exemplar era colado em
outdoors, que, mais tarde,
foram instalados nas ruas.
12. Além disso, no hotsite
da campanha, os visitantes
podiam aplicar o “filtro
da democracia” em suas
fotos e ter uma nova versão
do seu avatar de facebook,
igual aos cartazes.
13. Em apenas 72 horas, a campanha atingiu a participação
de mais de 14.000 pessoas, de diferentes classes sociais
e posições políticas.
O estande recebeu centenas de visitantes por dia,
inclusive de autoridades, com mais de 1.200 cartazes impressos
e espalhados pela cidade.
Foram mais de 1,4 milhões de pessoas impactadas
nas redes sociais.
Cerca de 60% da população gaúcha ativa na internet foi
impactada pela ação, fomentando o debate e o interesse
em torno de um assunto tão importante.
14. No final, as pessoas que estamparam os cartazes da
campanha mostraram na prática que, para a democracia
nunca mais desaparecer, é preciso aparecer.