Este documento apresenta um resumo do curso "Jesus nos quatro evangelhos":
1. O curso tem como objetivo principal conhecer Jesus através da perspectiva única de cada um dos quatro evangelhistas: Marcos, Mateus, Lucas e João.
2. Cada evangelista é representado como um dos "quatro amigos" que ajudaram o paralítico em Marcos 2, e irão conduzir os participantes até Jesus.
3. O curso será dividido em quatro seções, cada uma focada em um evangelista e apresentando
1. José H. Prado Flores
Jesus
nos quatro evangelhos
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Jesus nos 4 evangelhos 1
2. Etapa I
Curso 4
Nihil Obstat
Salvador Carrillo Alday M.Sp.S.
Censor
Imprimatur
Presbítero. Lic. Guillermo Moreno Bravo
12 de Dezembro de 1999
México D.F. México
Desenhos
Héctor Narro
Tradução
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2 Jesus nos 4 evangelhos
3. Base Nacional da Escola Santo André
Brasil, Rio de Janeiro, 19 de março de 2002
São José, Esposo de Nossa Senhora
E-mail: sandrebrasil@hotmail.com
Escola Santo André – Guadalajara/México
Pagina web: www.evangelizacion.com
Correio eletrônico: evangelizacion@evangelizacion.com
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Jesus nos 4 evangelhos 3
4. CONTEÚDO
I. VISÃO PANORÂMICA
1. Objetivo
2. Enfoque
3. Pedagogia
4. Síntese conceitual
5. Mapa Panorâmico
II. TEMÁRIO
Apresentação: Quatro amigos do
paralítico
1. Marcos
2. Mateus
3. Lucas
4. João
Conclusão: Toma tua maca
III. RESUMO LOGÍSTICO DO CURSO
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4 Jesus nos 4 evangelhos
6. I. VISÃO PANORÂMICA
1. OBJETIVO DO CURSO
Conhecer Jesus, no qual consiste a vida eterna (Jo 17,3).
Portanto, o curso será uma viagem à gloria eterna.
Vamos conhecê-lo, experimentá-lo em diferentes facetas, para amá-
lo, servi-lo e anunciá-lo.
2. ENFOQUE DO CURSO
Não é um estudo dos evangelhos, mas um encontro com Jesus em
cada evangelho.
Cada evangelista imprime uma cor diferente em Jesus para obter um
Jesus “colorido”, completo, multicor.
3. PEDAGOGIA DO CURSO
Cada tema possui três partes:
Evangelista.
Seu escrito.
Sua visão de Jesus.
Quando um evangelista se apresenta, é o mais importante e bonito
dos quatro.
Em todo o curso são feitos grupos de cinco pessoas, que representam
o paralítico e seus quatro amigos.
Os textos bíblicos são retirados da Bíblia de Jerusalém, da língua
espanhola. Quando recorremos a uma tradução mais de acordo com o
texto original grego, a citação vem acompanhada do sinal TG.
Vínculos pedagógicos: A cor de cada evangelista. O Mapa
panorâmico é desenhado nas cores preto e branco. No final de cada
evangelista, pede-se a uma comunidade que o pinte com uma cor
diferente.
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6 Jesus nos 4 evangelhos
7. 4. SÍNTESE CONCEITUAL DO CURSO
INTRODUÇÃO
Os quatro evangelistas, como os quatro amigos do paralítico de Mc
2,1-12, nos conduzirão a Jesus.
CONTEÚDO
1 Marcos nos mostra Jesus como a Boa Notícia, que realiza 18
milagres e que ao morrer na cruz é reconhecido verdadeiramente
como o Filho de Deus.
2 Mateus, por sua vez, nos apresenta Jesus Mestre que cumpre as
profecias do Antigo Testamento e que com seus cinco discursos,
proclama o Reino dos Céus.
3 Lucas nos oferecerá uma visão de Jesus misericordioso, como o
Salvador universal, que anuncia a Boa Notícia aos pobres e aos
pecadores.
4 O evangelho de João, não apresenta Jesus, uma vez que o próprio
Jesus que se apresenta proclamando sete vezes "Eu Sou" e com sete
sinais revela a sua missão neste mundo.
CONCLUSÃO
Assim como o paralítico curado por Jesus, tomou a sua maca para ir
buscar outro paralítico e levá-lo a Jesus, também, cada um de nós tem
que buscar outros que necessitem de Jesus. Mas como sozinhos não
podemos carregar a maca com o paralítico, temos que fazê-lo em
comunidade.
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Jesus nos 4 evangelhos 7
10. II. TEMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1. OBJETIVO
Entusiasmar os participantes com o objetivo e o conteúdo do curso.
2. IDÉIA CHAVE
Visão panorâmica do conteúdo e do objetivo do curso.
3. METODOLOGIA
a. Enfoque
Temos quatro amigos: Marcos, Mateus, Lucas e João, que nos
carregaram até Jesus.
Trata-se de apresentar a pessoa de Jesus em cada um dos quatro
evangelhos.
Não se trata de um estudo bíblico, mas sim estudo, isto é, uma
experiência que entusiasme os participantes a mergulhar nos
evangelhos.
b. Atividade dos participantes
Folha de trabalho “A”.
c. Dinâmicas
O melhor amigo.
Início do evangelho.
d. Recursos didáticos
Pergunta da maca.
Quatro amigos.
e. Materiais e Anexos
Papel adesivo colorido.
Maca.
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10 Jesus nos 4 evangelhos
11. 4 cartolinas com os nomes e os desenhos dos evangelistas.
f.Tempo
30 minutos.
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Jesus nos 4 evangelhos 11
12. 4. ESTRUTURA DO ENSINAMENTO
A. INTRODUÇÃO
a. Evocação
Você ganhou um prêmio que consiste em uma viagem para duas
pessoas, para que lugar você quer ir?
Onde irá e com quem? Vamos partilhar.
b. Motivação e Apresentação do Curso
Os que vieram a este curso foram sorteados: Todos nós vamos fazer
um excursão até à vida eterna.
Este curso será uma ida à vida eterna, a qual consiste precisamente
em conhecer Jesus, o único Deus verdadeiro (Jo 17,3).
Teremos um contato direto com Jesus, que é a Palavra de Deus.
Algo inesperado irá acontecer, porque vamos trabalhar com um
material que é altamente explosivo pelo poder que possui: a Palavra
de Deus.
Se chama Jesus nos quatro Evangelhos, porque veremos Jesus na
ótica de cada um dos quatro evangelistas.
c. Apresentação e localização no Programa da Escola
O mais indispensável para um evangelizador é conhecer Jesus, que é
o maior evangelizador e o próprio Evangelho. O centro da
evangelização é o anúncio do Nome, da doutrina, da vida, das
promessas, do Reino, do mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus
(Evangelii Nuntiandi 22).
B. CORPO DO ENSINAMENTO: OS QUATRO AMIGOS DO
PARALÍTICO
Ñ R ecurso didático: Quatro amigos
Objetiv
o:
Vivenciar a atitude que deve ter um verdadeiro
amigo.
Motivaç
ão:
Vamos contemplar o que aconteceu há dois mil
anos e que é o texto fundamental deste curso (Mc
2,1-12)
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12 Jesus nos 4 evangelhos
13. Procedi
mento:
A. Representação sem palavras
Entram na sala de palestras, quatro pessoas
carregando uma maca com um paralítico, o qual é
colocado aos pés de Jesus. Jesus perdoa seus
pecados, cura-o e o envia.
B. Comentário pessoal
O pregador convida os protagonistas que
expliquem a cena. Cada personagem narra a cena
de forma coloquial, acentuando o que compete à
sua pessoa.
- O paralítico narra sua experiência, enfatizando
que não conseguia se mover para encontrar-se com
Jesus e ser curado. Jesus narra o acontecimento
naquele dia. Os quatro amigos contam o mesmo,
enfatizando o seu papel na cura do seu amigo.
Ensinam
ento:
Somos chamados a ser como estes cinco
personagens. Em alguns momentos, somos aqueles
que levamos outros a Jesus, mas em determinados
momentos, necessitamos de sermos levados até
Jesus.
Ñ R ecurso didático: maca
Objetiv
o:
Conhecer seus melhores amigos.
Motivaç
ão:
Se insiste em fazê-lo, não ficticiamente, mas de
verdade. Se não, é melhor reconhecermos que não
temos estes amigos.
Procedi
mento:
Escrever nas bordas da maca o nome dos amigos
que nos levam a Jesus.
Ensinam
ento:
Vamos conhecer agora os verdadeiros amigos que
nos levam a Jesus.
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Jesus nos 4 evangelhos 13
14. Aplicação
Nós também seremos levados por quatro amigos:
Marcos nos mostrará Jesus como a Boa Notícia por excelência.
Mateus nos apresentará Jesus como mestre com uma palavra sem
igual.
Lucas nos oferecerá um Jesus misericordioso como salvador
universal.
João tem uma surpresa para cada um de nós .
Nos transportará até Jesus, para termos uma experiência similar a
dele.
Nos meterá pelo teto para nos encontrarmos pessoalmente com Jesus.
Seremos perdoados de todos os nossos pecados.
Qual é o pecado que ainda não apresentou a Jesus para que te perdoe?
(3 minutos de silêncio para que cada um faça um exame de
consciência).
Seremos curados de nossa paralisia, que nos impede de caminhar e
servir.
De qual paralisia você precisa que Jesus te cure?
Ao final nos ordenará carregar a nossa maca.
Desa
fío:
Contudo, há algo incompreensível neste texto: Para que
carregar a maca, se esta não é mais necessária? Damos a
oportunidade para que 3 ou 4 pessoas respondam.
D inâmica: Melhor amigo
Objetivo: Perceber o nível de conhecimento dos
participantes.
Motivaçã
o:
O paralítico tinha quatro amigos, mas não sabemos
o nome de nenhum deles.
Nós sim, sabemos o nome de nossos quatro amigos:
Marcos, Mateus, Lucas e João.
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14 Jesus nos 4 evangelhos
15. Qual deles é o seu melhor amigo e por quê ?
Procedi
mento:
No grupo 3 ou 4 respondem para comprovar que
entenderam a dinâmica.
Trabalho em comunidade.
Cada um responderá a seguinte pergunta: Qual dos
quatro evangelistas é o meu melhor amigo, com
qual eu mais falo, escuto, oro e que me leva a
Jesus?
Qual é o seu evangelho favorito e por quê ?
Ao final faz-se uma lista, indicando quantos
participantes selecionaram cada evangelista.
Aplicaçã
o:
Estes são nossos melhores amigos.
C. CONCLUSÃO
a. Resumo
Vamos transpassar as fronteiras da vida eterna com o passaporte: A
Bíblia.
Oração com a Bíblia.
b. Frase para repetir
Nisto consiste a vida eterna, que conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a seu enviado Jesus Cristo.
c. Encerramento
Ao final, deveremos carregar a maca para ir buscar outro paralítico e
levá-lo a Jesus.
O paralítico de Betsedá (Jo 5,1-18) ficou 38 anos enfermo, porque
não tinha nenhum amigo que o levasse a Jesus.
Nós temos quatro amigos que nos levarão até Jesus, mas com um,
compromisso de nossa parte: carregar a maca. Nós teremos que fazer
isso, uma vez que há muitos que estão esperando por esta maca.
Temos de encontrá-los e trazê-los logo até Jesus.
Não podemos deixá-lo 38 anos enfermo.
Mas necessitamos de mais três amigos que me ajudem a carregá-lo
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Jesus nos 4 evangelhos 15
17. D inâmica: Início do evangelho
Objetivo: Perceber o nível de conhecimento dos
participantes.
Motivaçã
o:
O início de todo escrito é a chave para entendê-lo.
Cada evangelista começa de uma maneira
particular e diferente seu evangelho.
Procedi
mento:
Trabalho pessoal. Sem ver a Bíblia, cada um
escreverá em um papel adesivo o texto do primeiro
versículo (ou dos primeiros) de cada um dos quatro
evangelhos.
Pega-se a cartolina que contém os desenhos dos
evangelistas.
Aplicaçã
o:
A primeira frase de cada evangelista é um resumo
de seu evangelho.
A tividade dos participantes: Folha de
trabalho A
Objetivo: Conhecer os personagens e as passagens
exclusivas de cada evangelho.
Motivaçã
o:
Vamos ter um contato direto com os evangelhos e
descobrir os personagens e passagens próprias de
cada um deles.
Procedim
ento:
Entregamos a Folha de trabalho “A” para cada
participante.
Cada um preencherá somente a 1ª e a 2ª partes.
Para verificar se entenderam a dinâmica, faz-se
dois exemplos com o grupo.
O trabalho será em grupos de cinco pessoas (cada
comunidade pode se dividir em dois).
Conclusão Estes personagens e estas passagens nos levarão a
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Jesus nos 4 evangelhos 17
18. : conhecer os aspectos peculiares de cada
evangelista.
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18 Jesus nos 4 evangelhos
19. 1 MARCOS
1. OBJETIVO
Para conhecer melhor o Jesus de Marcos, é necessário encontrarmos
com o evangelista e a estrutura de seu escrito.
2. IDÉIA CHAVE
O evangelho de Marcos é para nos enamorar de Jesus, pois nos
apresenta de maneira viva, atrativa e pitoresca a humanidade e a
divindade de Jesus, o Messias.
3. METODOLOGIA
a. Enfoque
Não se trata de um estudo bíblico, mas de uma visão panorâmica de
Jesus. Portanto insistimos mais em Jesus que na estrutura do escrito.
b. Pedagogia
Monólogo: O pregador pergunta certos aspectos ao evangelista e o
mesmo responde em nome do autor sagrado.
c. Atividade dos participantes
Contato direto.
Análise de Marcos.
d. Dinâmicas
Quinto evangelho.
Centurião da cruz.
e. Recursos didáticos
Perfume.
Monólogo.
f.Materiais e Anexos
Perfume em um frasco pequeno.
Post-it de diferentes cores.
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20. Crucifixo.
Uma fita de vídeo.
g. Tempo
O tema todo é dividido em pelo menos três sessões de 45 minutos.
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20 Jesus nos 4 evangelhos
21. 4. ESTRUTURA DO TEMA
D inâmica: Quinto evangelho
Objetivo: Conhecer o nível cultural e espiritual dos
participantes.
Motivaçã
o:
Já vimos como Marcos, Mateus, Lucas e João
começaram o seu evangelho com uma frase bem
escolhida que resumia a mensagem que queriam
transmitir.
Vamos imaginar que nós fomos tocados para
escrever o quinto evangelho.
Como o começaríamos ? (Primeiro versículo).
Procedi
mento:
Trabalho pessoal: cada um escreverá o início do
seu evangelho em um post-it.
Apresentação em grupo: Cada um se apresenta,
dizendo o seu nome e como começaria o seu
evangelho: “Evangelho segundo (São) (nome da
pessoa): ........".
Todos os papel adesivo são colocados em uma
cartolina que conterá o perfil de Jesus.
Aplicaçã
o:
De fato, estamos escrevendo o quinto evangelho
com a nossa vida.
A. INTRODUÇÃO
a. Evocação
Escreva o nome das três pessoas mais importantes que você conhece
na Igreja.
Represente-os na sua imaginação.
b. Apresentação e localização do tema
O primeiro amigo que nos leva a Jesus se chama João Marcos, ainda
que muitos só o conheçam como Marcos.
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Jesus nos 4 evangelhos 21
22. c. Objetivo do tema e motivação
Quanto mais conhecermos Marcos e a estrutura der seu escrito,
melhor conheceremos Jesus, porque o evangelista é como um
espelho onde podemos contemplar a pessoa de Jesus.
Os que no começo do curso escolheram Marcos como seu melhor
amigo e evangelho preferido, vão se dar conta porque tinham razão.
Inclusive é muito provável que algumas pessoas que não escolheram
Marcos acabem por mudar de opinião depois deste ensino.
B. CORPO DO ENSINAMENTO
1º. O EVANGELISTA MARCOS
a. Sempre estava junto com os “maiores” da Igreja primitiva
Primo de Barnabé, o homem das relações internacionais da Igreja
primitiva (Cl 4,10).
Companheiro de Paulo, o apóstolo dos gentios, até o final (II Tm
4,11).
Secretário de Pedro, o centro da comunhão dos Apóstolos (Papa).
Colega de Lucas, Timóteo, Tito e outros grandes pilares da Igreja.
Mas aprendeu que o maior de todos é Jesus.
Em contato com as fragilidades dos pilares da Igreja entendeu que o
único grande é Jesus.
Desaf
io:
Os maiores personagens da Igreja que você conhece
têm mostrado que o maior é Jesus? Como?
Você está mostrando aos demais que o único grande é
Jesus?
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22 Jesus nos 4 evangelhos
23. b. Filho de Maria de Jerusalém
Tinha uma servente chamada Rosa (At 12,12-13).
c. Espírito missionário
Integra o primeiro grupo missionário (At 13,13). Mas desiste na
Panfília. Se separa de Paulo.
d. Fotografía
Bartimeu mostra o itinerário do discípulo: crer para ver e ver para
seguir. O cego de Betsaida mostra o processo da cura (10,46-52).
e. Assinatura
O jovem que foge nu em Getsêmani (14,51-52).
f.Símbolo
O leão, que é forte e rude. Jesus sempre luta para viver.
2º. O EVANGELHO DE MARCOS
a. Três características do evangelho de Marcos
1ª característica: O mais antigo evangelho.
É o evangelho mais próximo dos acontecimentos. A lembrança
ainda está fresca na memória do evangelista.
Usa muito o presente histórico, dando a idéia que o evangelho é
atual (11,15.22; 12,13.18; 13,1; 14,17.32.43). Quase podemos ver e
tocar em Jesus.
Aramaísmos que nos transportam para aquela cultura: Abbá (14,36),
Talitha kum (5,41), Boanerges (3,17), Effatha (7,34), Rabbúni
(10,51), Elói, Elói (15,34).
Explica costumes judeus a seus leitores estrangeiros (7,3-4).
2ª característica: Evangelho que Pedro pregava. Pedro é o grande
amigo de Jesus.
O caráter rude do pescador da Galiléia se reflete ao longo deste
escrito.
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Jesus nos 4 evangelhos 23
24. Pedro influenciou profundamente a vida e deixou traços
característicos em Marcos.
Exagerado (Como Simão Pedro)
o Levavam todos os enfermos e toda a cidade estava reunida à
porta (1,32- 33).
o Pedro o adverte: Todos te procuram (1,36-37), e depois "todos
iam até ele" (2,13).
o Grande multidão, multidão imensa (3,7-8).
o Todos que padeciam de alguma enfermidade lançavam-se sobre
ele (3,10).
o Não dava tempo nem sequer de se alimentar (3,20).
Descritivo e detalhista
o Grama verde (6,39) e ramos grandes da árvore de mostarda
(4,32).
o Pedra muito grande do sepulcro (16,4).
o Jesus pregava à beira-mar (5,21); ao entardecer (4,35).
o Despencaram 2.000 porcos (5,13).
o Pavor e angústia no Getsêmani (14,33). Em Mateus é tristeza e
angústia.
o Especifica e esclarece: Casa de Pedro e de André (1,29). Fariseus
e herodianos (3,6). Sua mãe e seus irmãos e suas irmãs (3,32).
Pedro sobressai de forma particular
o Casa, mar e barca de Pedro (1,29; 2,1, etc).
o Pedro é o porta-voz da comunidade apostólica (8,29).
o O primado de Pedro em Mateus é grandioso e solene. Marcos, ao
contrário, não relata.
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24 Jesus nos 4 evangelhos
25. Porque Pedro tinha autoridade, não necessitava impô-la, nem
ostentá-la. Não pregava a si mesmo. O grande não ostenta a sua
grandeza. Somente aqueles que possuem algum complexo presumem
a sua grandeza.
Contudo, as negações de Pedro em Marcos estão acompanhadas de
imprecações e maldições contra Jesus. Pedro reconhecia seu erro e
não diminuía. Em Mateus e em Lucas estão suavizadas.
Pedro transmitiu sua visão de Jesus a Marcos e deixou uma
profunda marca nele.
Desafío
:
Quem deixou uma marca em você assim como Pedro
em Marcos?
Quem é a pessoa que apresentou Jesus a você de
uma forma mais atrativa e fascinante?
3ª característica: evangelho kerigmático: Resumo de quatro
pontos: 1,14-15. Mostra o poder de Jesus.
Para Marcos não interessa nem a gramática, nem a geografia, nem a
cronologia, somente importa Jesus como a Boa Notícia. Todo o resto
passa para segundo plano.
Sacrifica a cronologia histórica nos lugares sagrados de sua
proclamação kerigmática.
Erros gramaticais na concordância verbal (3,13) e pobre redação
(repete 678 o “e”. Ver 5,4-5).
Não respeita a geografia (7,31): Jesus dá uma grande volta em vez
de tomar um caminho mais curto.
Não fala da Virgem Maria, porque está fascinado por Jesus e não
admite nenhum outro resplendor junto dele. João Batista que
continuava levantando suspeitas se ele era o Messias, morre na
metade do ministério de Jesus, para não deixar nenhuma dúvida de
que Jesus é o único Messias.
b. Objetivo
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Jesus nos 4 evangelhos 25
26. Enamorar-se de Jesus, para crer Nele.
Marcos faz que fiquemos enamorados por Jesus, porque ele estava
fascinado por Ele.
Desa
fio:
Você pode fazer com que outros se apaixonem por Jesus,
sem antes estar enamorado Dele?
c. Coluna vertebral
18 milagres de Jesus = taumaturgo (depois é explicado).
d. Chave para entendê-lo
Marcos é um vídeo: Para Marcos é mais importante o que Jesus faz
do que o que ele diz.
É para ver colorido, mais, que para escutar (4,24 TG). Vê o ruído
(5,36-38TG).
Não especifica o conteúdo da pregação de Jesus (1,21.27; 2,13; 4,1).
Além disso, diz que Jesus pregava muitas coisas (6,34).
e. Destinatários
Os cristãos vindos do paganismo. É o primeiro manual do
missionário que oferece uma apresentação fascinante da pessoa e da
missão de Jesus, para fomentar a fé e nos apaixonarmos por Ele.
f.Síntese
Muitos vêm querendo encontrar uma ordem no esquema do
evangelho de Marcos.
É impossível, porque Marcos somente está fascinado pela pessoa de
Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O escrito de Marcos é o mais breve de todos os evangelhos (somente
16 capítulos), porque é como os mais finos perfumes que são
guardados em frascos pequenos.
Marcos foi o primeiro a deixar escrito os feitos (mais que as
palavras) de Jesus.
g. Frase para repetir
O evangelho de Marcos é o evangelho que Pedro pregava, que
mostra que o único grande é Jesus.
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26 Jesus nos 4 evangelhos
27. Ñ R ecurso didático: Perfume
Objetiv
o:
Perceber o valor profundo do evangelhos de
Marcos apesar de ser pequeno.
Motivaç
ão:
Marcos é o escrito mais curto. Os perfumes finos são
guardados em frascos pequenos.
Procedi
mento:
Passamos um perfume para ser sentido por todos.
Quem o entrega diz a quem o recebe: “O
evangelho de Marcos é um fino perfume que é
guardados em um pequeno frasco”.
Ensinam
ento:
Como um pequeno frasco contém um fino perfume,
o evangelho de Marcos apesar de pequeno contém
uma profunda riqueza.
A tividade dos participantes: Contato
direto
Objetivo: Conhecer o evangelho de Marcos.
Motivaçã
o:
Já conhecemos o evangelista, agora vamos
aprofundar o seu evangelho.
Procedim
ento:
Cada comunidade se divide em dois grupos de
cinco pessoas.
Comunidade A: Ler 5 passagens próprias de
Marcos em voz alta e imaginando a cena descrita
por Marcos, fazendo modulação de voz de acordo
com a passagem narrada. (Utilizar como
referência o Anexo 8).
Comunidade B: Comparar e extrair as diferenças
entre Marcos e Mateus nas seguintes passagens:
Paixão no Getsêmani, Primado de Pedro,
Negações de Pedro e Morte de Jesus.
Comunidade C: Encontrar 10 exageros de
Marcos e apresentá-las numa cartolina.
Comunidade D: Escolher os 10 traços mais
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Jesus nos 4 evangelhos 27
28. humanos de Jesus no evangelho de Marcos e
apresentá-las numa cartolina.
Comunidade E: Encontrar na passagem de
Bartimeu (10,46-52) os diferentes elementos que
enumeramos: presente histórico, aramaismos,
pregação de Pedro, exageros, detalhes, etc...
Termina com uma oração.
Conclusão
:
O evangelho de Marcos faz com que nos
apaixonemos por Jesus.
3º. JESUS DE MARCOS
Você já experimentou um verdadeiro milagre ou uma verdadeira
cura em sua vida?
Quando e onde? Alguns podem responder.
Cada evangelista imprime uma cor diferente na pessoa de Jesus que
apresenta.
Vejamos a cor que Marcos imprimiu.
A pessoa de Jesus vista por este evangelista tem peculiaridades
únicas que convém que todos saibamos.
A pergunta fundamental e permanente do evangelho de Marcos é
quem é Jesus? (1,27; 2,6; 4,41; 6,2-3; 8,27; 11,28).
A resposta não a encontramos em uma página nem em um milagre,
mas na totalidade do Evangelho.
Recurso didático: O pregador pergunta ao evangelista e ele mesmo
responde em seu nome:
- Como é o seu Jesus, Marcos?
- É um Jesus, que quem o conhecer se apaixonará por Ele.
- Então estamos desejosos de conhecê-lo.
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28 Jesus nos 4 evangelhos
29. a. Jesus é a Boa Notícia
Início de Boa Notícia de Jesus Cristo: Mc 1,1.
Inicia-se um nova criação onde os animais selvagens servem ao
novo Adão (1,13).
A Boa Notícia não é algo, mas Alguém. Jesus é a Boa Notícia,
porque:
Cura os enfermos (18 milagres).
De maneira especial, perdoa os pecados (2,5).
Sinal mais importante: vence Satanás. Marcos conta quatro
libertações: 1,21ss; 5,1ss; 7,25; 9,14ss.
Todo o evangelho vai nos presentear uma pessoa maravilhosa, cuja
vida é a Boa Notícia de Deus a este mundo. O Reino não é uma
doutrina. É antes de tudo, uma pessoa que tem o rosto e o nome de
Jesus de Nazaré. (Redemptoris. Missio 18)
b. Jesus taumaturgo: 18 milagres (Ver a Folha de trabalho “A”
trabalhada pelos grupos e o Anexo 1)
Marcos teceu o seu evangelho com 18 milagres de Jesus. Sem os
milagres o evangelho se reduziria a uma só página. Os milagres são
uma experiência da salvação de Deus, mais que provas da
veracidade da doutrina (Marcos possui pouca doutrina).
Resumo das curas em Marcos: 1,32; 3,10; 6,5; 6,56.
Jesus sempre faz milagres, somente em três exceções não o faz:
Não deu um sinal do céu aos fariseus quando o pediram (8,11-13).
Não cura a orelha de Malco. A Pedro, que foi o carrasco, não lhe
interessa essas cura. Deseja que fique
sem orelha para sempre (14,47).
Não desce da cruz, porque não busca a admiração (15,30).
Breve explicação de alguns dos 18 milagres de Jesus (Ver anexo 1).
Conclusão: Os milagres não são para provar a doutrina, mas uma
atitude de salvação.
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Jesus nos 4 evangelhos 29
30. Jesus que cura é a Boa Notícia para o homem de hoje.
Espiritualidade: Oração
Senhor, fez 18 milagres aqui, porque você é o mesmo ontem, hoje e
sempre.
Pega-se o Anexo 1: 18 milagres de Jesus e é explicado aos
participantes, pedindo a Deus que faça aqui e agora o que fez na
Galiléia e em Jerusalém há dois mil anos.
c. Jesus está sempre com seus discípulos
Formam uma comunidade indivisível (1,21.29.31; 2,15.23; 3,7,
etc.).
o Se Mateus destaca Jesus do grupo, Marcos sempre o integra ao
grupo; Jesus não se distingue deles (1,21.31; 5,1; 6,53; 8,22;
9,9.30.33; 10,32.46; 11,15.27; 14,22.32).
o Segundo Mt 8,15 a sogra de Pedro ‘servia’ Jesus, mas em Mc
1,31 ela servia a todos.
o Jesus chega com seus discípulos a Jericó e em Getsêmani em
Mateus 26,36; mas em Marcos chegam todos juntos como grupo
compacto (Mc 10,46; 14,32).
Amigo dos discípulos
o Antes de qualquer milagre, chama os quatro primeiros
companheiros (1,16ss). Os chama para que fiquem com Ele
(3,14). A pregação é conseqüência.
o Defende seus discípulos dos ataques dos escribas e fariseus
(2,23ss), mas também defende as crianças dos discípulos (10,13-
14).
o Drama: Se em Mateus o drama é o povo de Israel que rechaça seu
Messias, já em Marcos, são os seus, os seus amigos, que falham
no momento chave.
Não o entendem (8,14-21).
Dormem no Getsêmani (14,37).
Seu amigo Pedro o nega e até maldiz a Jesus (14,66-71).
Todos o abandonaram (14,50). Sente a ausência de seus
________________________
30 Jesus nos 4 evangelhos
31. amigos na cruz. Sempre estavam juntos, menos na hora da
prova, da tentação.
Não crêem depois da ressurreição (16,11-14).
d. Jesus é o Messias sofredor e Filho do homem
Desde o princípio do evangelho, se apresenta o grande título de
Jesus: o Cristo = Messias (1,1) que chegará ao cume na profissão de
fé de Pedro como porta-voz de todos os discípulos de Jesus (8,29).
Israel esperava um Messias poderoso, guerreiro e vitorioso, que os
libertasse da opressão romana, com sinais do poder humano (B. de
J.). Jesus, para não criar confusão, prefere:
Um título mais sensível: Filho do homem (2,10.28; 8,31.38;
9,9.12.31; 10,33.45; 13,26; 14,21.41.62).
Proíbe publicar os seu milagres (7,36) e divulgar a sua identidade
(8,30), para não fomentar falsas expectativas. Contudo, parece que é
contraditório, pois quanto mais o proibia, mas ele divulgava as
maravilhas de Jesus.
Guarda o seu Segredo messiânico, ocultando a sua identidade, até o
momento da cruz, quando nada pode ficar mal-entendido.
e. Jesus humano
Contraste: O Jesus de Marcos, que é o Filho de Deus, é ao mesmo
tempo 100% humano, humaníssimo, próximo de cada um de nós,
que viveu as nossas mesmas situações, porque assim nos ensina a
viver de uma forma nova.
Paixões
o Fica irritado: Expulsa os vendedores do templo (11,15ss).
o Fica triste no Getsêmani (14,34).
o Vê com pena seus inimigos (3,5).
o Tem compaixão dos enfermos (3,5; 8,2; 10,47-48).
o Ama o jovem rico (10,21).
o Sente pavor no Getsêmani (14,32-36) e na cruz (15,33-34).
o Abraça as crianças (9,36).
Traços humanos
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 31
32. o O olhar de Jesus (8,33; 10,21; 12,41). Olha ao redor para se dar
conta de tudo (3,34; 5,32; 10,23).
o Está sempre com pressa (40 vezes). Portanto, urge aproveitar a
oportunidade, como Bartimeu.
o Canta (14,26) e Caminha (9,30; 2,23).
o Come (2,15) e Dorme (4,38).
o Senso de humor (característica de saúde mental).
Ao pobre cego lhe pergunta: “Que queres que eu te faça”
(10,51).
O surdo mudo curado é proibido de falar (7,36).
O cego de Betsaida vê quando Jesus põe as mãos sobre os
seus olhos (8,25).
Cansado, dorme uma tarde de tempestade/montanha russa
(4,38).
Responde a uma figueira que não havia lhe perguntado nada
(11,14TG
). Vê o ruído (5,38 TG
).
Ganha todas as discussões, menos contra uma mulher, a siro-
fenícia (7,26ss).
João e Tiago querem sentar à direita e à esquerda de seu
trono. Mas se Jesus está sentado à direita do Pai, um dos dois
ocupará o trono do Pai! (10,37).
Vai a Jericó, mas não faz nada (somente cura Bartimeu)
(10,46ss).
Sempre metido em problemas; tem, problemas com todo mundo
o Com os escribas (2,6), os fariseus (2,16), os herodianos (3,6) e
até a sua família acredita que ele esteja louco (3,21).
o Freqüentemente provoca os problemas: cura em dia de sábado
(1,21), não lava as mãos para provocar seus inimigos (7,2).
o O cume do evangelho de Marcos é a cruz; momento supremo.
Podemos dizer que o evangelho de Marcos é o relato da cruz com
uma grande introdução de 13 capítulos.
o Pavor e angústia no Getsêmani (14,33).
o Jesus é o Messias, mas um Messias crucificado, que grita “Eloi,
Eloi...” (15,34).
________________________
32 Jesus nos 4 evangelhos
33. o Não desce da cruz (15,29-30), porque busca amigos, não
subordinados, súditos. Busca mais amor que admiração.
Conclusão: O crucificado ressuscitou (16,6 TG
).
Esse Jesus cheio de pavor, ultrajado e despojado que morreu com
um grito angustiante, abandonado pelo seu Pai e abandonado pelos
seus, esse Jesus ressuscitou.
O drama foi esvaziado, esclarecido e a verdade venceu a mentira, a
justiça a injustiça, o bem superou o mal. A vida venceu a morte para
sempre.
f.Jesus é o Filho de Deus
Tese do Evangelho: Jesus, é o Filho de Deus (1,1). Todo o
Evangelho será para provar esta tese.
Reconhecido pelo próprio Deus, como seu Filho (1,11; 9,7).
Os demônios também o reconhecem (1,23-24; 3,11; 5,6-8).
Jesus mesmo confessa a si próprio como Filho de Deus (14,61-62).
Cume: a profissão de fé do centurião pagão diante da cruz (15,39).
Marcos apresenta uma figura de Jesus tão humana que parece que o
tocamos.
É tão humano, que tanto no principio (1,1), como no meio (9,7) e ao
final (15,39) Marcos tem que sublinhar que esse homem é o Filho de
Deus.
g. Palavras na cruz. Morte dramática
Em Marcos Jesus somente pronuncia uma palavra na cruz (coincide
com o evangelho de Mateus).
Trata-se de um grito angustiante: “Eloí, Eloí, lemá sabactaní...”
(15,34).
CONCLUSÃO
a. Resumo
O Jesus de Marcos não é como as ternas pinturas de Raffael, onde
Jesus parece ter saído de um salão de beleza. É áspero, rude, forte e
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 33
34. cheio de poder, como um leão do deserto de Judá.
O caráter do autor, como a sombra de Pedro, se reflete em cada
página e especialmente na coluna vertebral dos 18 milagres.
b. Frase para repetir
Jesus taumaturgo e crucificado é a boa notícia.
D inâmica: Centurião diante da cruz
Objetivo: Confessar que Jesus crucificado é o Messias.
Motivaçã
o:
O centurião romano diante da cruz representava a
cada um de nós quando professou a sua fé no
crucificado como o Filho de Deus.
O drama da morte de Jesus na cruz é descrito. Grito
angustiante. Morte dramática.
O centurião pagão que nos representava, fez a sua
confissão de fé: “Este era o Filho de Deus”.
Hoje nós não necessitamos ser representados e
podemos proclamar que Jesus crucificado
verdadeiramente é o Filho de Deus.
Procedi
mento:
Diante de um crucifixo grande, colocando a mão
direita sobre a sua Bíblia, cada um faz a sua
profissão de fé em voz alta.
Aplicaçã
o:
Que esta proclamação seja uma verdadeira
realidade na nossa vida.
________________________
34 Jesus nos 4 evangelhos
35. A tividade dos participantes: Análise de
Marcos
Objetivo: Analisar as particularidades do evangelho de
Marcos.
Motivaçã
o:
Já falamos do evangelho de Marcos, agora
deixemos o Evangelho falar.
Procedim
ento:
Trabalho comunitário: São divididas as tarefas
pelas 4 comunidades.
A. Ver a lista de personagens que somente
aparecem em Marcos e anotar as características
deles.
B. Entre os 18 milagres de Marcos, qual aquele
que é o mais importante e qual o menos
importante e por quê ?
C. Listar os traços do senso de humor no
evangelho de Marcos.
D. Representar o encontro de Bartimeu com Jesus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 35
37. 1º O EVANGELISTA MARCOS
a. Sempre com os grandes da Igreja.
b. Filho de Maria de Jerusalém.
c. Espírito missionário. Mas desiste na Panfília e se separa de
Paulo.
d. Fotografia: Bartimeu: Crer para ver e ver para seguir (10,46-
52).
e. Assinatura: Jovem que foge nu em Getsêmani. (14,51-52).
f . Símbolo: O leão.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 37
38. 2º O EVANGELHO DE MARCOS
a. Três características.
1ª: O mais antigo evangelho. Presente histórico: O evangelho é
atual. Aramaismos.
2ª: Evangelho que Pedro pregava.
3ª: Evangelho kerigmático: Jesus é o único grande.
b. Objetivo: Enamorar-se de Jesus (Para crer Nele).
c. Coluna vertebral: 18 milagres.
d. Chave para entendê-lo: Jesus é a Boa Notícia.
e. Destinatários: Cristãos provenientes do judaísmo.
________________________
38 Jesus nos 4 evangelhos
40. 3º O JESUS DE MARCOS
a. Boa Notícia.
b. Taumaturgo: 18 milagres.
c. Jesus está sempre com seus discípulos e é amigo deles. Ausentes
no final.
d. Messias sofredor. Segredo messiânico. Cume: na cruz.
e. Humano, com senso de humor.
f. Filho de Deus.
g. Palavras na cruz: somente uma: Eloi, Eloi ...
________________________
40 Jesus nos 4 evangelhos
41. JESUS TAUMATURGO E CRUCIFICADO
É A BOA NOTÍCIA
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 41
42. 2 MATEUS
1. OBJETIVO
Para conhecer melhor o Jesus de Mateus é necessário nos
encontrarmos com o evangelista e a estrutura do seu escrito.
2. IDÉIA CHAVE
Trata-se de um escrito catequético, centrado nas Palavras de Jesus,
destinado aos crentes provenientes do judaísmo, que apresenta Jesus
como Mestre. Se Marcos é para crer, Mateus é para aqueles que
crêem.
3. METODOLOGIA
a. Enfoque
Não se trata de um estudo bíblico, mas de uma visão panorâmica de
Jesus. Portanto se insiste mais em Jesus do que na estrutura do
escrito.
b. Pedagogia
O pregador pergunta certos aspectos ao evangelista e ele mesmo
responde em nome do escritor sagrado.
Deve-se fazer constantes alusões e comparações com Marcos, para
que o novo conhecimento de Mateus seja edificado sobre o alicerce
colocado por Marcos. O tema “O Jesus de Mateus” deve conter
“Mateus”, falando na primeira pessoa, transmitindo a sua própria
experiência. Deve ser preparada a vela que ainda fumega.
c. Atividade dos participantes
Convidados ao banquete.
d. Dinâmicas
Testemunho.
Teatro com parábolas.
Drama de Israel.
e. Recursos didáticos
Convidados ao banquete. Mateus que regressa por
________________________
42 Jesus nos 4 evangelhos
43. A mecha que fumega.
Testemunho.
Diálogo.
seus manuscritos motiva o
tema “O Jesus de Mateus”.
f.Materiais e Anexos
Círio que ao ser apagado
fumega.
Manuscritos.
Um radio gravador.
Dois telefones celulares
Fotocópia do anexo 2.
g. Tempo
Divide-se todo o tempo em pelos menos três sessões de 45 minutos.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 43
44. 4. ESTRUTURA DO TEMA
A. INTRODUÇÃO
a. Evocação
Por que crês que o Evangelho de Mateus foi o preferido por tantos
séculos na Igreja?
b. Apresentação e localização do tema
Vejamos o nosso segundo amigo que nos leva a Jesus.
Se chama Mateus, o coletor de impostos.
c. Objetivo do tema e motivação
Estamos diante do relato evangélico mais querido, lido e comentado
pela Igreja durante muitos séculos.
Por isso, aqueles que escolheram Mateus como seu melhor amigo
tinham razão e pode ser que ao final do dia alguns que escolheram
outro evangelista mudem de opinião, e escolham Mateus como seu
melhor amigo.
Quanto mais conhecermos Mateus, seu ambiente e seu pensamento,
melhor conheceremos Jesus, porque o evangelista é como um
espelho onde podemos contemplar a pessoa de Jesus.
Afortunadamente neste caso, teremos dados essenciais para
conhecer Mateus, também chamado de Levi.
B. CORPO DO ENSINAMENTO
1º. O EVANGELISTA MATEUS
Ñ R ecurso didático: Celular
Objetiv
o:
Interessar-se pelo pessoa e pelo escrito de Mateus.
Motivaç
ão:
Anteriormente já foi pedido aos participantes que
desligassem seus telefones celulares.
Procedi Neste momento toca um telefone celular
________________________
44 Jesus nos 4 evangelhos
45. mento: interrompendo o ensino e deixando todos confusos.
A ligação é para o pregador. É Mateus que está
chegando e vem visitar o curso.
O grupo é motivado para aproveitar a sua visita e
formular algumas perguntas.
a. Judeu, filho do povo eleito, versado nas Escrituras
Judeu, protótipo do Escriba, que escreve aos judeus, também se
chama Levi (Mt 9,9; Mc 2,14; Lc 5,27).
Mateus conhecia muito bem a Lei, os Escritos e os Profetas.
Por isso interessa-lhe mostrar a união entre o Antigo e o Novo
Testamento:
Usa 16 vezes a fórmula: "Para que se cumpram as Escrituras".
Usa 41 citações do Antigo Testamento: Em Jesus se cumprem as
profecias. Jesus e seu ministério são enraizados nas profecias do
Antigo Testamento.
o Da linhagem de David (1,1.6.17).
o Nasce de uma virgem (1,23), em Belém (2,6).
o Permanência no Egito (2,13ss).
o Estabelecimento em Cafarnaun (4,13-16).
o Entrada messiânica em Jerusalém (21,5.16).
Para Mateus não existe divisão entre Antigo e Novo Testamento,
mas sim continuidade.
Na transfiguração acompanham Jesus duas grandes colunas do
Antigo Testamento: Elias, o pai do profetismo e Moisés, o mediador
da Antiga Aliança (17,2-3).
Mas ao mesmo tempo o Novo supera o Antigo Testamento: Sua
doutrina não cabe em velhos moldes. Necessita de odres novos
(9,16-17).
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 45
46. Conclusão
Jesus dá cumprimento à Lei (5,17); colocando-a num nível sublime
(5,21-48).
O Novo Testamento está latente no Antigo e o Antigo está patente
no Novo. (Dei Verbum 16).
b. Coletor de impostos: contador, que lhe interessam os números
e seus significados
Por isso importa que todo mundo, até Jesus e Pedro, paguem seus
impostos (17,24ss).
Gosta da simbologia numérica, especialmente o número 7:
o Seu evangelho: 7 partes. 7 petições do Pai Nosso (6,9-13).
o Perdoar 70 X 7 (18,21-22). Sete espíritos (12,45).
o Jesus multiplica 7 pães (15,34). Os 7 irmãos (22,25).
o 7 maldições contra escribas e fariseus (23,13ss).
Contrasta a dívida dos 10.000 talentos (360 toneladas de prata) com
a de 100 denários (salário de cem dias) (18,23-35).
Outros números preferidos: 3, 5, 10 e 12.
Muito ordenado e esquemático, como um bom contador:
Organiza e edita o ministério de Jesus em cinco partes, mais
introdução e conclusão.
Cada parte contém uma seção narrativa e um discurso.
c. Um dos Doze Apóstolos
Mateus, diferente de Marcos, foi membro do seleto grupo dos 12
Apóstolos, a quem simplesmente chama “os Doze" (10,1; 20,17).
Para Mateus, os Apóstolos são os profetas, sábios e patriarcas do
Reino dos Céus.
Por isso deu tanta importância à comunidade, e sua estrutura
eclesiástica.
Com razão seu evangelho se chamava "o evangelho eclesiástico", e
foi o preferido da Igreja por muitos séculos.
d. Assinatura: Testemunho pessoal (9,9).
________________________
46 Jesus nos 4 evangelhos
47. Indo adiante, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na
coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me”. Este, levantando-se,
o seguiu: 9,9.
Ñ R ecurso didático: Testemunho
Objetiv
o:
Perceber o conhecimento dos participantes acerca
do evangelho de Mateus.
Motivaç
ão:
O que aconteceria se neste instante Mateus
aparecesse por aqui? O que perguntariam a ele?
Procedi
mento:
Mateus chega com uns pergaminhos, porque está
escrevendo um livro.
O grupo é motivado para que aproveitem a
oportunidade, para fazer várias perguntas referentes
ao seu evangelho, ao mesmo tempo que algumas
recomendações são feitas para o livro que está
escrevendo.
Mateus não responde a nenhuma pergunta.
O pregador faz a última pergunta: Por que deu tanta
importância às palavras de Jesus ? Então Mateus
conta o seu testemunho em primeira pessoa,
associado à cena.
- Eu estava sentado, ocupado com meus afazeres,
contado dinheiro ... quando fui avistado. Jesus
tomou a iniciativa. Me chamou com a força de uma
só palavra: “segue-me”. Me levantei, deixei tudo.
Em primeiro lugar o Reino de Deus, todo o resto
virá em acréscimo.
O mais importante não foi o que deixei, mas a
quem segui. Não me arrependi. Encontrei o tesouro
escondido e a pérola preciosa. Eu organizei um
banquete convidando pessoas muito especiais.
Minha vida mudou com somente uma palavra.
“segue-me”. Por isso valorizo tanto as Palavras de
Jesus. Cada uma é como uma pérola preciosa e as
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 47
48. tenho guardado como um rico tesouro no campo de
meus escritos, para quem encontre este tesouro e
esta pérola, deixe todo o resto para adquirir a pérola
da Palavra de Jesus.
Mateus se despede porque está com pressa, mas
esquece os seus manuscritos sobre a mesa.
Ensinam
ento:
Para Mateus lhe importava cada Palavra de Jesus.
A tividade dos participantes:
Convidados ao banquete
Objetivo: Conhecer os amigos de Mateus.
Motivaçã
o:
Mateus depois de sue chamado, organizou um
banquete, convidando seus amigos (9,10-13).
Você, no lugar de Mateus, a quem convidaria?
Procedim
ento:
Escrever os três primeiros convidados da lista.
Conclusão
:
Agora apresenta estas três pessoas a Jesus que te
chamou.
D inâmica: Teu testemunho
Esta dinâmica pode ser cancelada se não tiver tempo
suficiente
Objetivo: Aprender a apresentar o próprio testemunho.
Motivaçã
o:
Assim como Mateus sintetizou o seu testemunho,
assim cada um de nós devemos aprender a fazê-lo.
Procedi
mento:
Cada um sintetiza por escrito o seu testemunho de
seu encontro com Jesus em uma frase de não mais
de 4 linhas (10').
________________________
48 Jesus nos 4 evangelhos
49. Partilha-se em comunidade o que cada um escreveu
(10').
e. Fotografía: O escriba que aceita o Reino (13,52).
Ao final do discurso em parábolas, Mateus nos oferece a sua própria
experiência:
“Todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é
semelhante a um pai de família que do seu tesouro tira coisas novas
e velhas”: 13,52. (Novo e Antigo Testamento).
f.Símbolo: O Anjo.
Mateus se identifica com o Anjo, porque este simboliza a Palavra de
Deus.
"O anjo de Deus foi enviado a ...", significa que a Palavra de Deus
foi dirigida a ...
2º. O EVANGELHO DE MATEUS
A tividade dos participantes:
Convidados ao banquete
Objetivo: Ter contato direto com o evangelista Mateus.
Motivaçã
o:
O evangelho somente se entende se é lido.
Procedim
ento:
Atividade pessoal.
Ler em voz alta o capítulo 13 do evangelho de
Mateus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 49
50. a. Três características do evangelho de Mateus
1ª característica: O drama de Israel em três atos
AÇÃO PALAVRA DE MATEUS
Primeiro ato:
O Messias foi enviado às
ovelhas da casa de Israel.
Portanto, os judeus são os
primeiros destinatários da
salvação.
Jesus veio para salvar o seu
povo (Israel) de seus pecados
(1,21; 10,6) e apascentá-lo
(2,6).
Os judeus são os primeiros
convidados (15,24) a
trabalhar na vinha (20,1ss) e
a quem é confiada a herança
(21,33ss).
Segundo ato:
Mas nem as autoridades nem o
povo o recebem, mas o
rechaçam.
Decidem matá-lo.
A salvação é oferecida então a
todos os homens sem distinção
nem raça.
Os convidados à festa não
aceitam (22,2-6).
A figueira (Israel) não dá
fruto e seca (21,18ss).
O convite é estendido a
todos os homens (8,11-12;
12,18-21;22,8-14).
Os trabalhadores da vinha
decidem matar o herdeiro
(21,33-46; 27,22-23).
Aos últimos é pago o salário
completo (20,1-16; 21,43;
22,7-10; 28,19).
Terceiro ato:
O drama se transforma em
tragédia:
"Em verdade vos digo que
os publicanos e as
prostitutas estão vos
precedendo no Reino de
Deus": Mt 21,31.
________________________
50 Jesus nos 4 evangelhos
51. D inâmica: O drama de Israel
Objetivo: Viver de maneira intensa o drama.
Motivaçã
o:
Identificar e dramatizar os três atos do drama de
Israel.
Procedi
mento:
Grupos de cinco pessoas para que cada um leia em
voz alta uma parábola de Mateus:
- Os convidados ao banquete nupcial: 22,1-13.
- Os trabalhadores da vinha: 20,1-16.
- Os dois filhos: 21,28-30.
- A figueira: 21,18-22.
- Os vinhateiros homicidas: 21,33-39.
Fazer a relação entre as cinco. Cada grupo
partilhará em um minuto.
Aplicaçã
o:
Deus é livre para fazer o que quer e quando quiser,
porque é Deus.
2ª característica: Evangelho eclesiástico
É centrado o papel da Igreja e dos Apóstolos.
Pedro, é o primeiro dos Doze (10,2).
Pedra especial da Igreja, que confessa a fé da comunidade (16,16-
18).
Os Doze Apóstolos tinham um lugar privilegiado quando o Filho do
Homem sentar no seu trono de glória (Mt 19,28).
Dedica um discurso completo para mostrar os elementos da
comunidade (18).
Se Marcos sublinha o papel do KErigma e dos KArismas (Jesus que
cura), Mateus sublinha a KOinonia:
Apresenta a carta magna do cristianismo, que é o Sermão da
Montanha (5-7).
A vitória final da Igreja apesar das provas (16,18).
A presença de Jesus com os seus até o final dos tempos (28,20).
A comunidade é portadora da mensagem de salvação (28,16-20).
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 51
52. 3ª característica: Evangelho catequético
Para os que crêem e buscam aprofundar a sua fé. Não é para os
neófitos.
Tema: O Reino dos Céus (de Deus).
Mostra o estilo de vida no Reino, que supera os parâmetros do
Antigo Testamento.
b. Objetivo
Para o crescimento dos já convertidos.
c. Coluna vertebral
Discursos e parábolas, que explicam o mistério do Reino.
d. Chave para entendê-lo
Jesus não é somente Mestre, mas Ele mesmo, com seu estilo de vida,
é a matéria de ensinamento.
Aprendam de mim: 11,29.
e. Destinatários
Não neófitos, mas sim aqueles que crêem e buscam a perfeição
(5,48).
Judeus convertidos ao cristianismo.
f.Síntese
Se Marcos é um videocassete, Mateus é um rádio gravador.
Para Mateus é mais importante o que Jesus diz do que aquilo que
Ele faz.
Mateus elaborou um evangelho para seus irmãos judeus que
conhecem a Escritura, para mostrar como Jesus cumpre e supera o
Antigo Testamento e que o novo Israel tem a sua base na história da
salvação.
Estamos diante de um relato para sustentar e acrescentar a fé dos
crentes judeus que tinham deixado o estável e seguro esquema de
uma religião milenar, para passar a uma cambaleante barca agitada
pelas tempestades e perseguições.
________________________
52 Jesus nos 4 evangelhos
53. O drama do evangelho de Mateus fixa-se nos primeiros destinatários
da salvação que não aceitam o convite. Ainda pior, os trabalhadores
da vinha, decidem matar o herdeiro para ficar com a herança.
Desafio: Que Deus deve fazer com os assassinos do
Herdeiro e com os ladrões da vinha?
Ñ R ecurso didático: Mecha que
ainda fumega
Objetivo: Aprender que nem tudo está acabado.
Motivação: O drama da recusa de Israel. Na parábola
dos vinhateiros homicidas de Lucas, Deus
mesmo declara a sentença contra os
assassinos (Lc 20,15-16), mas em Mateus,
Deus simplesmente pergunta o que fará
(21,40).
Não apagar a mecha que ainda fumega:
l2,20.
Procedimento
:
Vela grande, acesa por 10 minutos, no
mínimo.
A vela é apagada e acesa desde o pavio. Não
estava apagada!!!
Ensinamento: Não apague a mecha que ainda fumega.
Pode acender. Tem fogo dentro: a sua
família, a sua vida, a sua comunidade, a
Igreja. Não se dê por vencido. Nem tudo está
perdido, ainda há fogo e luz nessa escuridão.
g. Frase para repetir
Não apague a mecha que ainda fumega.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 53
54. O Novo Testamento está latente no Antigo e o Antigo está patente
no Novo (Dei Verbum 16).
Oração final
Não me pergunte, Senhor, que deverá fazer comigo, porque a
sentença cairá automaticamente sobre mim. Faça segundo o seu
plano maravilhoso.
________________________
54 Jesus nos 4 evangelhos
55. 3º. O JESUS DE MATEUS
Recorde e escreva a parábola da pérola preciosa ou do tesouro
escondido.
Cada evangelista imprime uma cor diferente à pessoa de Jesus que
apresenta.
Vejamos a cor própria de Mateus, que é diferente dos outros três.
Agora vamos pedir a Mateus que nos apresente o “seu” Jesus. É o
mesmo Jesus, só que visto de outra perspectiva, onde se captam
certos aspectos e características singulares.
CORPO DO ENSINAMENTO
Recurso didático: “Mateus” regressa nesse momento porque
esqueceu seus manuscritos.
Aproveita-se este momento para que ele mesmo apresente Jesus.
Mateus, você conheceu Jesus, esteve com Ele, viu Ele morrer na
cruz, nos conte qual é o seu Jesus? (“Mateus” divide o tema
identificando-se com o evangelista, e falando na primeira pessoa).
a. Filho em diferentes perspectivas e níveis
De Abraão, o pai do povo de Israel. Lucas o apresenta como filho de
Adão, porque a missão de Jesus é para toda a humanidade (teologia
do Evangelho de Lucas) enquanto que Mateus, que escreve aos
judeus, Jesus é filho do pai do povo (1,1).
De David (1,1; 1,20; 9,27; 12,23; 15,22; 20,30; 20,31). Por um lado
fixa suas raízes no glorioso passado, e por outro lado estende seus
ramos até o futuro. É o Messias prometido que se sentará
eternamente no trono de Israel. Será rei, como seu pai David, e será
maior do que ele (22,42-45; 21,9).
Do homem: (29 vezes: 8,20; 9,6; 10,23; 11,19; 12,8.32.40;
13,37.41; 16,13.27.28; 19,28; 20,18.28; 24,27.30.37.39.44; 25,31;
26,2.24.45.64). Título misterioso e glorioso que recorda o profeta
Daniel (Dn 7).
De Deus: (11 vezes: 3,17; 4,3.6; 8,29; 14,33; 16,16; 17,5; 26,63;
27,40-43.54). O cume, a confissão de Pedro: "Tú és o Cristo, o
Filho de Deus vivo": 16,16, no coração do Evangelho.
De Maria (1,18-20; 2,11; 13,55). No relato do nascimento de Jesus,
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 55
56. Mateus deixa perfeitamente claro que Jesus nasceu de Maria, a
esposa de José (1,16).
Do carpinteiro: segundo a visão e tradição dos nazarenos (13,55).
b. Novo Israel (pode ser cancelado este ponto devido à escassez de
tempo)
Mateus escreveu seu evangelho aos judeus convertidos, que sofriam
uma crise terrível: Haviam deixado o judaísmo que oferecia todo
tipo de segurança religiosa e social, para pertencer a uma
comunidade que não tinha muitas garantias; eram perseguidos;
condenados à morte e celebrar com portas fechadas.
O propósito de Mateus era mostrar que Jesus é o Novo Israel, e que
portanto Nele, temos tudo e mais que o antigo sistema religioso:
Um novo Faraó (Herodes) trata de matar os recém-nascidos (2,13).
Por vingança, mata todos os recém-nascidos (que representam os
primogênitos que foram mortos no Egito). Este fato suscita um
grande lamento de Raquel (2,16-18), a esposa de Israel.
O filho chamado do Egito é o próprio Jesus (Cf. B de J.: Mt 2,15).
Jesus vive o Êxodo de Israel: sai do Egito e entra na terra de Israel
(2,19-21). Passa pelo rio Jordão (3,13ss), onde recebe a confirmação
de ser o Filho predileto de Deus (3,17).
Se Israel permanece 40 anos no deserto, Jesus passa também 40 dias
no deserto, sofrendo fome e sede. Sofre as tentações do deserto:
Tomar o caminho fácil: as pedras em pão; e se apresenta um novo
bezerro de ouro para ser adorado: O demônio lhe oferece todos os
reinos da terra (4,8-9).
As estrelas mais luminosas da história de Israel giram em torno de
Jesus: Moisés e Elias (17,3).
É mais que Jonas (12,38ss). Supera o Templo (12,6), a Salomão
(12,42) e até o próprio David (22,44).
Seus Apóstolos, herdeiros das doze tribos de Jacó (Israel), julgarão
as tribos de Israel (19,28).
A grande promessa de Deus para Jacó-Israel: "Eu estarei contigo"
(Gn 31,3), é o compromisso final do próprio Jesus aos seus: "Eu
estarei convosco até o final dos tempos" (28,20).
________________________
56 Jesus nos 4 evangelhos
57. Assim, para o judeu que aceita o Reino, Jesus é o novo e verdadeiro
Israel de Deus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 57
58. c. Novo Moisés com uma nova Lei
Os judeus esperavam o cumprimento da promessa de Deus feita a
Moisés:
"Vou suscitar para eles um profeta como tu, no meio de seus irmãos.
Colocarei as minhas palavras em sua boca e ele lhes comunicará
tudo o que eu lhes ordenar": Dt 18,18.
Mateus sublinha de diversas formas que Jesus é o novo Moisés:
Que sobe ao monte para pronunciar as oito bem-aventuranças.
Que apresenta uma nova Lei (não uma nova edição da Lei).
Em seis ocasiões usa a frase: "Ouvistes o que foi dito (um
mandamento do Antigo Testamento),mas eu porém vos digo... ".
Em outra ocasião, corrige o mesmo Moisés, que havia escrito um
mandato transitório referente à carta de divórcio (19,7).
Mediador da Nova Aliança, em seu sangue (Mt 26,28).
O próprio Jesus é a Nova Lei: "Aprendam de mim, que sou manso e
humilde de coração": 11,29.
A regra de vida não está em tábuas de pedra, mas na pessoa de Jesus
Cristo.
Como Ele é, assim devem ser seus discípulos (10,25).
d. Juiz poderoso e universal
O Filho do homem, acompanhado dos anjos e de seus doze
Apóstolos (19,28), hão de vir na glória de seu Pai, no juízo final
(25,31-46), onde separará as ovelhas dos cabritos e então dará a
recompensa a cada um, segundo o tratamento das necessidades dos
pequeninos.
Desaf
ío:
Michelangelo pintou "O juízo final" na Capela
Sistina, condenando certos inimigos seus e
colocando no céu outras pessoas. Se fosse você a
pintar o juízo final, que atitudes (não pessoas)
condenaria ao inferno e quais atitudes seriam
correspondentes às pessoas destinadas ao céu?
________________________
58 Jesus nos 4 evangelhos
59. e. Servo de YAHWEH
Jesus é o Servo de YAHWEH, predito por Isaías, que leva nossas
enfermidades e por suas chagas fomos curados, cuja obra de
salvação se realiza mediante sua morte. Toma sobre si nossos
pecados (8,17).
Nele se cumpre a profecia do Servo de YAHWEH:
Eis o meu Servo, a quem escolhi, o meu Amado, em quem minha
alma se compraz. Porei o meu Espírito sobre ele e ele anunciará o
Direito às nações. Ele não discutirá, nem clamará; nem sua voz nas
ruas se ouvirá. Ele não quebrará o caniço rachado nem apagará a
mecha que ainda fumega, até que conduza o direito ao triunfo. E no
seu nome as nações porão sua esperança: Mt 12,18-21; Is 42,1-4.
Sofre e morre para se cumpra o oráculo do profeta Isaías:
Levou nossas fraquezas e carregou nossas enfermidades: Mt 8,17.
Em Marcos, Jesus mostra o poder de Deus curando as enfermidades
(A febre se vai e os demônios se jogam no mar), mas a teologia de
Mateus é distinta e mais profunda: Jesus carrega sobre si mesmo as
enfermidades e por suas chagas fomos curados. Sua morte é uma
morte voluntária; morre no nosso lugar.
f.Mestre, com uma palavra sem igual. Cinco discursos.
Se Marcos mostra o poder taumaturgo de Jesus que cura, Mateus
mostra o poder da Palavra de Jesus que ensina, desafia e profetiza.
Se Marcos mostra o poder das ações de Jesus, Mateus manifesta o
poder da Palavra de Jesus, através de discursos e parábolas. É um
Jesus majestoso que tem uma palavra sem igual, que ensina com
ternura, mas desnuda as intenções perversas dos fariseus. Enfrenta
os mestres de Israel, chamando-os de, "raça de víboras, sepulcros
caiados, que só limpam a taça por fora”. Se opõe a eles em sete
ocasiões, maldizendo suas intenções perversas (23).
Palavra poderosa. Valente defensor dos direitos divinos. Sem medo,
diante de seus inimigos e dos poderosos deste mundo. Jesus não fala
porque tem autoridade, mas porque fala com autoridade, e pronuncia
uma palavra sem igual, não como os escribas e fariseus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 59
60. Mateus organizou e reuniu cinco discursos da pregação de três anos
de Jesus.
Tema dos cinco discursos: O Reino dos Céus = de Deus. (Ver o
desenrolar dos cinco discursos no Anexo 3).
1º: DISCURSO EVANGÉLICO: A interiorização da Lei: 5-7.
É a carta magna do cristianismo, onde se promulga a Nova Lei do
discípulo de Cristo Jesus.
A Nova Lei do discípulo, onde Jesus supera a lei de Moisés;
interiorizando e aprofundando-a.
Três ações positivas: Esmola, oração e jejum onde o importante não
é o que se faz, mas a intenção com que se realiza.
2º: DISCURSO APOSTÓLICO: A missão evangelizadora:
10.
O manual do apóstolo: Dedicado à comunidade de missionários,
tendo Pedro como cabeça (10,1ss).
3º: DISCURSO PARABÓLICO: O Reino de Deus: 13,1-52.
Revelação do mistério do Reino, usando o método pedagógico das
comparações e das imagens, chamado parábolas. Ver a síntese das
parábolas e a síntese da História da Salvação tecida com parábolas -
anexo 2.
3 parábolas
Assim como em Marcos explicamos alguns milagres, vamos
explicar rapidamente algumas parábolas:
Tesouro e pérola: 13,44-46
Não se renuncia para encontrar, mas porque se encontrou se
renuncia com alegria.
O campo é comprado. O tesouro não tem preço, é gratuito.
A pérola simboliza o valor supremo.
Trabalhadores da última hora: 20,1-16
O dono da vinha não é justo com os últimos, é misericordioso, livre
e generoso.
________________________
60 Jesus nos 4 evangelhos
61. Nos ofendemos quando cremos que trabalhamos tanto, mas nos
alegramos quando damos conta que somos os últimos, a quem Deus
dá (não paga) o salário completo.
Esta é a boa notícia do Evangelho de Mateus: Espera um salário
completo? Pois fique sabendo que não depende de seu trabalho, nem
das suas boas obras; mas sim da misericórdia de Deus.
As virgens: 25,1-13
Não podemos partilhar a nossa luz se cairemos em trevas, ou então
não entraremos na festa. Viver o evangelho é saber dizer não quando
deve ser dito.
4º: DISCURSO ECLESIÁSTICO OU COMUNITÁRIO: 18.
Mostra elementos essenciais da vida comunitária: Hierarquia dos
filhos, renúncias para entrar no reino, a correção fraterna, a oração e
o perdão.
5º: DISCURSO ESCATOLÓGICO: 24-25.
Ao final, Jesus pedirá a conta dos administradores dos talentos e se
realizará o exame definitivo no juízo final onde será feita a
separação das ovelhas dos cabritos.
Conclusão: O caminho mais curto entre Deus e os homens não é a
reta, mas aquele que passa pelos homens.
g. Transcendência do Evangelho: grande missão: Fazer
discípulos: 28,16-20
Todo discípulo de Jesus tem o direito e a obrigação de evangelizar:
formar outros discípulos de Jesus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 61
62. Ñ R ecurso didático: Diálogo
Pregado
r:
Graças Mateus por nos apresentar este Jesus
maravilhoso. Alguns dos participantes querem
agradecer a Mateus pela sua apresentação? Alguns
podem participar.
Mateus: “Eu tentei mostrar o poder da Palavra de Jesus em
Discursos e Parábolas que sintetizaram a pregação
do Mestre.
Pregado
r:
Qual é a sua conclusão, Mateus?
Mateus: Em Jesus se cumprem as Escrituras.
D inâmica: Teatro com parábolas
Objetivo: Aplicar aos dias de hoje a mensagem das parábolas
mediante uma dramatização.
Motivaçã
o:
As parábolas de Jesus se aplicam aos nossos dias.
Procedi
mento:
Cada comunidade representa uma parábola:
A: Trabalhadores da hora XI: No centro, o
proprietário da vinha (20 1-12). À esquerda, os
trabalhadores cansados e indignados por receber
somente um denário. À direita, os trabalhadores
felizes sem cansaço que receberam um denário.
Cada grupo faz cinco perguntas ao proprietário,
que não responde.
B: Os dois filhos: Ao centro o pai que envia seus
dois filhos a trabalhar na vinha (21,28-32).
Exagerar nas atitudes de cada um dos dois filhos.
C: 10 virgens: Discussão e pleito entre os dois
________________________
62 Jesus nos 4 evangelhos
63. grupos de 5 virgens.
D: Juízo final: Ao centro o juiz universal. À
esquerda, os que mostram suas devoções e boas
obras, uma vez que estão seguros de que ganharam
o céu. À direita, os que foram surpreendidos,
porque ganharam o que não esperavam.
C. CONCLUSÃO
a. Resumo
O evangelista deixou a sua marca no evangelho.
É ordenado e sistemático.
A marca de seu testemunho está impressa em todo seu evangelho,
pois o Mestre que o conquistou com somente uma palavra, “segue-
me”, fez com que ele valorizasse cada uma de suas palavras.
b. Frase para repetir
Em Jesus mestre se cumprem as Escrituras.
c. Encerramento
O Jesus de Mateus tem uma Palavra sem igual, e cumpre as
Escrituras.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 63
64. 2. MATEUS
1º O EVANGELISTA MATEUS
a. Judeu versado nas Escrituras.
b. Coletor de impostos.
c. Um dos Doze Apóstolos.
d. Assinatura: Seu testemunho pessoal (9,9).
e. Fotografia: O Escriba que aceita o Reino (13,52).
f. Símbolo: O anjo que anuncia a Palavra do Senhor.
________________________
64 Jesus nos 4 evangelhos
66. 2º O EVANGELHO DE MATEUS
a. Três características.
1ª: O Drama de Israel em três atos. Se converte em tragédia.
2ª: Evangelho eclesiástico.
3ª: Evangelho catequético.
b. Objetivo: Formar e instruir.
c. Coluna vertebral: Discursos e Parábolas.
d. Chave para entendê-lo: Aprendam de mim, Mestre. (11,29).
e. Destinatários: Judeus convertidos ao cristianismo que buscam
a perfeição.
________________________
66 Jesus nos 4 evangelhos
67. 3º O JESUS DE MATEUS
a. Filho: de Abraão, de David, do homem, de Deus, de Maria, do
carpinteiro.
b. Novo Israel: sua vida, síntese da história de Israel.
c. Novo Moisés com uma Nova Lei.
d. Juiz poderoso e universal.
e. Servo de YHWH.
f. Mestre: 5 discursos e parábolas.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 67
68. g. Transcende a história: Grande missão: Fazer discípulos.
EM JESUS MESTRE
SE CUMPREM AS ESCRITURAS
________________________
68 Jesus nos 4 evangelhos
69. 3 LUCAS
1. OBJETIVO
Para conhecer melhor o Jesus de Lucas é necessário nos encontrarmos
com o evangelista e a estrutura do seu escrito.
2. IDÉIA CHAVE
A personalidade, cultura e espiritualidade de Lucas se refletem na sua
pintura de Jesus misericordioso e salvador universal.
3. METODOLOGIA
a. Enfoque
Não se trata de um estudo bíblico, mas de uma visão panorâmica de
Jesus. Portanto, insistimos mais em Jesus do que na estrutura do
escrito.
b. Pedagogia
O pregador pergunta certos aspectos ao evangelista e ele mesmo
responde em nome do autor sagrado.
Devem ser feitas contínuas alusões e comparações com Marcos e
Mateus, para que o novo conhecimento trazido por Lucas se edifique
sobre aquilo que os participantes já sabem.
c. Atividades dos participantes
Monumento.
d. Dinâmicas
Entrevista.
Magnificat.
Teatro.
Três dramas.
Homens e mulheres.
e. Recursos didáticos
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 69
70. Dois coros.
Fariseu e publicano.
Viúva.
f.Materiais e Anexos
Perfil do fariseu.
g. Tempo
Todo tema é dividido em pelo menos quatro sessões de 45 minutos.
________________________
70 Jesus nos 4 evangelhos
71. 4. ESTRUTURA DO TEMA
A. INTRODUÇÃO
a. Evocação
Lembrar quem é a pessoa mais amável e misericordiosa que você já
conheceu e quisera conhecer.
b. Apresentação e localização do tema
Vejamos o terceiro amigo que nos leva a Jesus. Ele tem muita
experiência, pois já levou milhares de pessoas a Jesus.
c. Objetivo do tema e motivação
Estamos diante de uma pintura fina e elegante, com o pincel de um
excelente artista:
"Muitos empreenderam compor uma história dos acontecimentos
que se realizaram entre nós,como no-los transmitiram aqueles que
foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram
ministros da palavra. Também a mim,depois de haver
diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para
ti, segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, para que conheças a
solidez daqueles ensinamentos que tens recebido. ": 1,1-4.
Lucas foi o primeiro jornalista que investigou cuidadosamente tudo
que se referia a Jesus, recorrendo às testemunhas autorizadas.
Mas sobretudo, é o homem mais misericordioso e amável que
podemos encontrar.
B. CORPO DO ENSINAMENTO
Quanto mais conhecermos o ambiente e o pensamento de Lucas,
melhor conheceremos Jesus; porque o evangelista é como o marco
que faz ressaltar a pintura.
1º. O EVANGELISTA LUCAS
a. Judeu não palestino
Mentalidade aberta e universal.
Não conheceu Jesus pessoalmente.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 71
72. Desa
fio:
Então como é possível falar tão maravilhosamente
bem de uma pessoa que não se conhece?
b. Fiel companheiro de Paulo
Paulo o chama de “médico querido" (Cl 4,14).
Fiel até o fim, no cárcere de Roma (IITm 4,11).
Gozava de fama e autoridade moral em todas as Igrejas (IICor 8,18).
c. Literato fino, educado e delicado
Conhece perfeitamente o grego clássico. Rico vocabulário.
Homem culto. Profissional.
Tem especial cuidado com o papel das mulheres: Isabel, Ana, a
viúva de Naim, a pecadora perdoada, as mulheres que acompanham
Jesus, Marta e Maria, a mulher encurvada, a mulher da moeda
perdida, a viúva inoportuna, as mulheres de Jerusalém, as mulheres
no sepulcro, etc.
d. Assinatura
“Médico, cura-te a ti mesmo”: 4,23.
Atribui a Jesus a sua própria profissão.
Desa
fio:
Se Lucas comparou Jesus com a sua profissão de
médico, em que aspecto Jesus se parece com a sua
profissão, com o seu trabalho? Alguns podem
partilhar.
________________________
72 Jesus nos 4 evangelhos
73. e. Fotografia
Lucas reflete a si mesmo na parábola do bom samaritano (10,29-37).
Assim era Lucas, sempre disponível para ajudar o necessitado. Por
isso, goza de especial confiança de Paulo.
Por isso o seu evangelho é um evangelho da misericórdia.
f.Símbolo
O boi manso, que não faz a ninguém.
Sempre se desculpa: Os Apóstolos adormecem de tristeza e não
crêem na alegria da ressurreição (22,45; 24,40-41; 9,45; 18,34).
Suprime a pretensão de São Tiago e São João que querem sentar à
direita e à esquerda do trono do Messias.
D inâmica: Entrevista de imprensa
Objetivo: Dar-se conta como Lucas traz à tona testemunhas
de primeira mão.
Motivaçã
o:
Lucas fez um trabalho de jornalismo com as
testemunhas que experimentaram a salvação.
Procedi
mento:
Por comunidades preparamos a entrevista de Lucas
com algumas testemunhas (30´).
Comunidade A: Lucas entrevista os discípulos de
Emaús (7´).
Comunidade B: Lucas entrevista Zacarias e Isabel
(7´).
Comunidade C: Lucas entrevista Zaqueu e sua
família (7´).
Comunidade D: Lucas entrevista o ladrão da cruz
(7´).
Comunidade E: Lucas entrevista Maria e José (7´).
As representações são feitas ao longo do tema, no
princípio e no fim de cada exposição. Sugere-se
fazê-lo de maneira humorística, porque o evangelho
de Lucas é o evangelho da alegria, onde cada
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 73
74. entrevistado deixa transparente a alegria da sua
relação e da sua experiência com Jesus.
Conclusã
o:
Lucas coloca em evidência testemunhas diretas
com testemunhos autênticos.
2º. O EVANGELHO DE LUCAS
a. Três características do evangelho de Lucas
1ª característica: Escrito para os cristãos vindos do paganismo
Lucas, judeu não palestino e companheiro de Paulo em suas missões
entre os pagãos, escreve para os cristãos convertidos do paganismo
(não tanto para os judeus-cristãos).
Portanto, é destinado especialmente para cada um de nós.
Papel dos estrangeiros
Sendo um evangelho para os não-judeus, Lucas sublinha o papel
positivo e simpático dos estrangeiros (não-judeus):
O samaritano curado de lepra é o único que agradece a sua cura
(17,11-19).
O centurião romano se aproxima com fé para pedir a cura de seu
servo (7,9).
Um centurião romano reconhece a inocência de Jesus (23,47).
O cume (que até foi escandaloso); o modelo de quem cumpre a Lei
não é um judeu, mas um samaritano, forte inimigo dos judeus
(10,25-37).
Evangelho da salvação universal
Lucas insiste na Boa Notícia da salvação universal: todos somos
chamados a participar do Reino. Já chegou o tempo da salvação das
nações (21,24). Não é devido a recusa dos judeus (idéia de Mateus),
mas por desígno e plano divino. Entramos no plano de Deus.
Jesus não veio salvar somente os filhos de Israel, mas todos os
homens. Por isso, não se apresenta como filho de Abraão (pai do
povo de Israel), mas como filho de Adão, pai de toda a humanidade
(3,38), porque sua missão é para todos os homens. Assim havia
________________________
74 Jesus nos 4 evangelhos
75. profetizado o Batista: "Toda carne verá a salvação": 3,6.
Por isso, os anjos cantam paz a todos os homens de boa vontade
(2,14), e Jesus é Salvador e luz para todas as nações (2,11.32).
Estamos diante de um relato cativante, escrito diretamente para nós,
que abre as portas da salvação a todos os homens, especialmente os
pecadores.
Conclusão: Se a mensagem é universal, o evangelho deve ser
proclamado a todas as nações (24,47).
2ª característica: Escrito para os pecadores
É uma Boa Notícia para os pecadores, ou seja, especialmente escrito
para nós.
Sublinha a misericórdia de Jesus com os pecadores (7,34).
Jesus sente compaixão pela pecadora e a defende de seus inimigos
(7,36-50). (Jesus nunca defende a nenhum fariseu, nem algum
justo).
O publicano pecador é justificado, ao invés do observante fariseu
(18,10-14).
Jesus se convida pessoalmente à casa do maior pecador de Jericó,
Zaqueu (19,1-5).
Jesus perdoa a Pedro (nós), desde antes da sua negação (22,61).
Supera a súplica do ladrão da cruz, oferecendo-lhe muito mais do
que pedia (23,39-43).
Conclusão: Jesus veio salvar e buscar o que estava perdido (19,10).
3ª característica: Evangelho do Espírito Santo
O terceiro evangelho sublinha tanto o papel do Espírito Santo, que
com razão é chamado "o Evangelho do Espírito Santo":
O Espírito Santo move os pais do Batista (1,41.67), preenche o ser
do Batista (1,15.80) e ilumina Simão (2,25-27).
O Espírito Santo realiza em Maria a concepção de Jesus, o Filho de
Deus (1,35).
Unge a Jesus (3,22) e pelo seu impulso é levado ao deserto (4,1).
O unge para o seu ministério (4,14).
Repousa sobre o Messias para realizar o plano de Deus (4,18). Com
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 75
76. seu poder expulsa os demônios (11,20).
Segundo Mateus, Jesus assegura que Deus dará coisas boas a quem
o pedirem, mas a versão de Lucas é um pouco diferente. Para Lucas
“coisas boas” é por excelência o Espírito Santo (11,13).
Lucas termina seu evangelho com a grande promessa do Espírito,
que o Pai enviará sobre os discípulos de Jesus (24,49). O livro dos
Atos também pode ser chamado de “Atos do Espírito Santo" uma
vez que continua a ação do mesmo Espírito na Igreja.
Sem o Espírito Santo não haveria Jesus-Messias, nem existiria a
Igreja.
Fruto do Espírito Santo: a paz e a alegria, que são como as
asas do Espírito.
Fruto do Espírito é a paz: (a paz messiânica: Shalom), que tanto é
sublinhada neste Evangelho:
Os anjos cantam paz aos homens de boa vontade (2,14).
A pecadora perdoada vai em paz (7,50).
A mulher que experimenta a cura, regressa em paz (8,48).
Jesus chora diante de Jerusalém porque não aceita o dom da paz que
o Messias traz (19,41-43).
O primeiro dom do ressuscitado à comunidade atribulada pela
crucifixão é a paz (24,36).
Tal vez o valor mais condicionado seja a alegria. Alguns a buscam
de forma enganosa, a disfarçam. Contudo, Lucas nos apresenta 10
janelas onde podemos contemplar o tesouro mais valioso do nosso
mundo: o gozo e a alegria:
O anjo saúda Maria dizendo: “Alegra-te, cheia de graça” (1,28).
Maria, com Jesus no seu ventre, entoa um canto de alegria (1,46-
55).
Os pais do Batista estão cheios de gozo (1,57-58).
Os 72 discípulos encontraram a fonte da alegria: anunciar Jesus com
o poder do Espírito Santo (10,17).
Jesus exulta de gozo ao impulso do Espírito Santo (10,21).
Toda as pesoas se alegravam com as maravilhas que Jesus realizava
(13,17).
________________________
76 Jesus nos 4 evangelhos
77. Deus se regozija com a conversão dos pecadores (15,7.10.32).
Zaqueu personifica o gozo que existe ao receber Jesus em sua casa
(19,6).
Os discípulos se regozijam com a entrada de Jesus em Jerusalém
(19,37).
A pequena comunidade cristã se regozija com a glorificação do
Senhor (24,41.52).
Conclusão: A paz e a alegria são frutos da salvação.
b. Objetivo do evangelho
“Para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens
recebido”: 1,4.
Este escrito é para solidificar a fé.
c. Coluna vertebral
A salvação universal, especialmente para os pecadores.
d. Chave para entendê-lo
Sede misericordiosos como vosso Pai celestail é misericordioso:
6,36.
O "Sede perfeitos" de Mateus, Lucas o traduz em "Sede
misericordiosos".
A perfeição de Deus é a sua misericórdia.
Ñ R ecurso didático: Dois coros
Objetiv
o:
Perceber em que consiste a perfeição de Deus.
Motivaç
ão:
Vamos contrastar os dois pontos chaves entre
Lucas e Mateus.
Procedi
mento:
Coro A diz em voz alta: “Sede perfeitos como
vosso Pai celestial é perfeito”.
Coro B responde em voz baixa: “Sede
misericordiosos como vosso Pai Celestial é
misericordioso”.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 77
78. Repete-se várias vezes. O coro A em voz cada vez
mais forte. O coro B em voz cada vez mais baixa.
Por isso, no coração deste evangelho encontramos as três parábolas
da misericórdia, assim como o samaritano compassivo.
e. Destinatários
Para os cristãos provenientes do paganismo.
Para os que se reconhecem pecadores.
Para os que tem necessidade de crescer em conhecimento e amor por
Cristo Jesus; e logo estão dispostos a deixar tudo (é o evangelho da
pobreza e do despreendimento).
Desa
fio:
Por que o fariseu que cumpria toda a lei não recebeu
a bênção da salvação, enquanto que o pecador foi
justificado?
O que você faz reflete a misericórdia?
f.Síntese
Lucas era um homem misericordioso e isto refletiu em sua obra.
Sede misericordiosos como vosso Pai Celestial é misericordioso.
O terceiro evangelho mostra a salvação incluindo de maneira
especial os pecadores e estrangeiros.
Este escrito foi destinado precisamente para nós, que não somos
judeus, mas pecadores.
________________________
78 Jesus nos 4 evangelhos
79. A tividade dos participantes: Magnificat
(20´)
Objetivo: Concurso para memorizar a oração de Maria.
Motivaçã
o:
Maria orava tecendo, misturando diversos textos
do Antigo Testamento.
Procedim
ento:
Cada comunidade elegerá as pessoas que a
representarão no concurso.
Cada pessoa toma um versículo que deve repetir
de cabeça (memorizar).
Ganhará a comunidade que primeiro memorizar
todo o Magnificat.
Conclusão
:
É importante também memorizar a Palavra de
Deus, para que a exemplo de Maria possamos
tecer o nosso próprio Magnificat.
D inâmica: Homens e mulheres
Objetivo: Ver os homens e as mulheres em Lucas.
Motivaçã
o:
Vamos identificar os homens e as mulheres que
somente aparecem em Lucas e apresentá-los de
uma maneira criativa. O importante não é competir,
mas vivenciar cada personagem.
Procedi
mento:
Dois grupos: homens e mulheres.
- Os homens representam três personagens
(homens) que somente aparecem em Lucas.
- As mulheres representam três mulheres que
somente aparecem em Lucas.
3º. O JESUS DE LUCAS
Cada evangelista imprime uma cor diferente na pessoa de Jesus.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 79
80. Vejamos a cor própria de Lucas, que é diferente dos outros três.
Se Lucas não conheceu pessoalmente a Jesus, como é que conseguiu
apresentá-lo de maneira tão extraordinária e especial?
Umas cinco pessoas poderão responder. Não se avaliam as
respostas.
Marcos e Mateus apresentaram a pessoa de Jesus de acordo com o
seu próprio ponto de vista.
Agora corresponde a Lucas nos oferecer os seus aspectos do mesmo
Jesus.
a. Jesus pobre anuncia o evangelho aos pobres
Jesus foi pobre
Os pais de Jesus são pobres (2,24).
Nasce pobre e entre os pobres (2,7-8).
Maria canta desde a sua pobreza e humildade (1,52).
Jesus é o grande pobre, que não tem onde reclinar a cabeça (9,58).
Evangelho para os pobres
Os anjos dirigem a Boa Notícia do nascimento do salvador aos
pobres (2,8).
Jesus, ungido pelo Espírito para pregar aos pobres (4,18; 6,21).
Os primeiros felizardos são os pobres (6,20). (Atenção: em Lucas
são os pobres simplemente, não os pobres de espírito, como em
Mateus).
Ao banquete do Reino são convidados os pobres (14,12-14).
Jesus fala muito forte contra as riquezas
Atenção com a condição, porque a abundância dos bens não
assegura a vida de ninguém. A parábola do rico insensato que
somente pensa em seus bens materiais, sem dar-se conta que tudo
isto acaba neste mundo, e que existe outro mundo (12,13-21).
A parábola do rico que se banqueteia diante do pobre Lázaro, mostra
como a abundância de bens faz com que fechemos os nossos
corações diante das necessidades dos demais (16,19-31).
Não temos que guardar para nós mesmos, mas nos enriquecermos
das coisas de Deus (12,30-31).
Para Jesus, as riquezas são injustas, “sê fiel nas pequenas coisas”
________________________
80 Jesus nos 4 evangelhos
81. (16,9-12).
Por isso faz um constante convite à pobreza e ao despreendimento.
A condição para ser discípulo, é desprender-se de tudo (9,23); como
os discípulos que deixam tudo para seguir o Mestre (5,11), Levi
(Mateus) que abandona o dinheiro sobre a mesa, diante do chamado
de uma só palavra: Segue-me (5,28).
Aconselha a entesourar onde não chegam os ladrões, nem a traça
corrói (12,33-34).
Não se trata de desprendimento por desprendimento, mas porque se
abandona à Providência de Deus.
Deus alimenta até os corvos (12,24).
Diante do grande tesouro do Reino todo o resto vem por acréscimo
(12,31).
Lázaro se salva não somente por ser pobre, mas porque confia em
Deus (Isto significa o nome "Lázaro"). Vão juntas duas coisas: ser
pobre e confiar em Deus (16,19-31).
É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que um
rico entrar no Reino de Deus (18,24-25).
Os que amam as riquezas se fecham ao Evangelho e o burlam
(16,14-15).
Conclusão
A última lição de Jesus a seus discípulos: A viúva do templo (21,1-
4).
Um dia Jesus estava sentado de frente ao Tesouro do templo.
Restava-lhe poucos dias de vida e estava pensando no tema do seu
ensinamento a seus discípulos: o amor, a misericórdia, a salvação, a
Igreja, os sacramentos, o perdão, e neste instante chegou uma pobre
viúva que somente depositou duas moedinhas no Tesouro do
templo.
Então Jesus disse: já sei o que vou falar: Não importa o que se dá,
mas como se dá.
Não importa a qiantidade, mas a qualidade da oferenda.
Deus não vê quanto damos, mas com quanto ficamos na bolsa.
Aplicação
Agora vamos nos colocar diante do Tesouro para depositar nossa
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Jesus nos 4 evangelhos 81
82. oferenda.
Jesus está nos olhando. Qual é o seu comentário, a sua opinião?
b. Missão de Jesus
É Jesus quem declara para que veio (4,18-19) e o faz apoiado na
Palavra.
O Espírito de Deus está sobre mim, porque me ungiu e me enviou
para:
Anunciar a Boa Nova aos pobres.
Proclamar a libertação aos cativos.
Dar vista aos cegos.
Dar liberdade aos oprimidos.
Proclamar o ano da graça do Senhor (a salvação é gratuita).
c. O Jesus que ora
O Jesus de Lucas (diferentemente do evangelho Marcos) sempre está
orando (19 vezes):
Ora no momento do seu batismo (3,21).
Durante o seu ministério (5,16; 10,21; 11,1).
Nos momentos importantes, como antes de eleger os doze (6,12).
Para fazer um milagre, como o da multiplicação dos pães (9,16).
Antes da confissão messiânica de Pedro (9,18).
Durante a transfiguração (9,28-29).
Na última ceia (22,17.19).
Intercede pelo seu amigo Pedro (22,32).
Getsêmani: Não ordena a seu Pai que afaste o sofrimento (Marcos),
nem "se é possível" (Mateus), mas mostra um total abandono nas
mãos de Deus: "se queres" (22, 41).
Por isso seus discípulos lhe pedem: Senhor, ensina-nos a orar e Jesus
o faz não pregando um retiro, mas Ele mesmo começa a orar (o Pai
Nosso), para nos ensinar que orar se aprende orando.
Outras orações em Lucas: Zacarias (1,68-79) e Maria (1,46-55).
d. Jesus misericordioso
O traço mais importante e que sobressaía no Jesus de Lucas era a
________________________
82 Jesus nos 4 evangelhos
83. sua misericórdia.
Com os pecadores. Não os acusa, os entende: Pedro, a prostituta e o
ladrão da cruz (7,36; 19,1-10).
Com os discípulos (9,45; 18,34; 22,45).
Com as mulheres: viúva de Naim (7,11-17), encurvada (13,11), as
mulheres de Jerusalém (23,28) e as mulheres que o acompanhavam
(8,1-3).
Com o ladrão da cruz (23,34.43).
Três parábolas da misericórdia (Dirigidas a seus inimigos). (Ver
anexo 4).
A ovelha perdida:
A ovelha perdeu a sua capacidade de regressar porque no deserto
não há caminhos.
O pastor deixa as 99 e vai buscá-la no deserto até que a encontre.
Você é a perdida ou uma das 99.
Jesus não regressa sem você. É mais importante que as 99. Parece
que Deus não sabe matemática.
A mulher que perde uma moeda:
Também na casa de Deus podemos nos perder.
Busca cuidadosamente até que a encontre. A encontra na sujeira, no
lixo.
O filho perdido e encontrado:
Não se explica esta parábola neste momento, porque se falará dela
mais tarde na conclusão.
Enfoque: ressaltar o papel do novilho gordo, porque o pai sabe que
regressará.
e. Ele caminha com seus discípulos e os faz caminhar
A estrutura do terceiro evangelho está centrada na “subida a
Jerusalém” (9,51-19,28).
Jesus caminha com os seus a Emaús, os cura de suas decepções, lhes
explica as Escrituras, lhes revela o sentido do sofrimento e os
capacita para retornar alegres pelo mesmo caminho (24,13-35).
Os leprosos foram curados quando iam pelo caminho (17,11-14).
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 83
84. f.Três palavras da cruz (Ver anexo 8).
“Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”: 23,34. Perdão
sem limites.
D inâmica: Desculpar
Objetivo: Perdoar significa desculpar.
Motivacã
o:
O verdadeiro perdão se dá quando sabemos
desculpar aquele que nos ofendeu, como fez Jesus
na cruz. Somente quando desculpamos somos
capazes de perdoar.
Procedi
mento:
Identificar a pessoa que mais te prejudicou na vida.
Ponha-se no lugar dela (história, condicionamentos,
feridas, motivação que a levou a fazer isso, etc.) e
desculpe o seu procedimento, por que se você
estivesse no lugar dela teria feito igual ou pior.
Repetir em voz alta identificando a pessoa por seu
nome. N... você não é culpado do que me fez, eu
em teu lugar teria feito pior. Estava condicionado
pelas feridas de seu passado. Me feriu porque
estava ferido.
Aplicaçã
o:
Deus nos perdoa por que sabe de que é que somos
feitos. Sal 103,14
“Hoje estarás comigo no paraíso”: 23,43. Nesse dia ele também
entrará na festa do Reino.
“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”: 23,46. Vou regressar
outra vez à casa de meu Pai.
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84 Jesus nos 4 evangelhos
85. Espiritualidade: Jesus, o filho pródigo
Se apresenta o quadro geral da parábola do filho pródigo, fazendo
alusões a Jesus.
Depois se insiste na promessa feita ao ladrão, que ele entrará nesse
mesmo dia no Reino.
Contempla-se Jesus nos últimos momentos de sua vida, que faz uma
síntese da sua existência:
Há trinta e três anos me aproximei de meu Pai e pedi a minha parte
da herança.
Deixei a casa de meu Pai e fiz uma longa viagem.
Fiquei com os pecadores, com os ladrões e com as prostitutas para
gastar toda a herança de meu Pai, oferecendo o perdão, a cura, a
salvação e o paraíso.
Mas tive grandes problemas naquela região. Perdi minhas roupas e
tudo que possuía.
Então decidi regressar para a casa de meu Pai e lhe disse: “Pai,
espera-me com uma festa porque já estou voltando para a sua
casa”. Meu pai, prepare a festa, o anel, as sandálias e o vestido
novo. Mas eu não entrei na festa. Meu pai saiu ao meu encontro e
me suplicou que eu entrasse. Mas lhe disse: “Pai, não vim sozinho,
trouxe um grande amigo, e lhe prometi que estaria comigo no
paraíso. Se preparou uma festa, esta também é para ele e ele
também quer entrar”.
Então o Pai disse ao ladrão: A festa é também para você. Tem um
convite pessoal.
Termina com oração.
C. CONCLUSÃO
a. Resumo
Lucas, judeu da diáspora, pintou para nós a figura de Jesus
misericordioso, salvador universal.
Em seu escrito, se reflete a sua cultura e a sua educação.
Jesus encarna a misericórdia de Deus (João Paulo II, Dives in
misericórdia).
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Jesus nos 4 evangelhos 85
86. b. Frase para repetir
Jesus misericordioso, salvador universal.
c. Encerramento
No início nos perguntamos, se Lucas não conhecia pessoalmente a
Jesus, como foi que conseguiu uma apresentação tão maravilhosa e
única do coração de Cristo Jesus ?
Foi somente graças ao Espírito Santo. Outros conheceram
pessoalmente a Jesus, mas o recusaram e não o valorizaram.
Somente o Espírito Santo nos faz conhecer verdadeiramente o
interior de Jesus. O ladrão da cruz, a prostituta e Zaqueu
reconheceram Jesus, graças ao Espírito Santo. O mesmo sucedeu a
Ana, Isabel. Maria, grávida e por conseguinte esposa do Espírito, o
encarna em seu ventre virginal.
Somente o Espírito Santo dá o conhecimento profundo de Jesus. Nos
revela a verdade completa e nos faz experimentar o Senhorio de
Jesus.
Se Lucas que não conheceu a Jesus pode evangelizar com seu escrito
durante vinte séculos, porque nós não podemos fazer algo
semelhante?
Com o Espírito Santo é possível ! Oração ao Espírito Santo para que
nos revele Jesus.
A tividade dos participantes:
Monumento
Objetivo: Perceber o que os participantes já aprenderam
sobre o evangelho de Lucas.
Motivaçã
o:
De uma maneira criativa cada comunidade vai
apresentar um monumento sobre o evangelho de
Lucas.
Procedim
ento:
Se representa sem movimento nem palavras.
Comunidade A: Alguma das características do
evangelho de Lucas.
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86 Jesus nos 4 evangelhos
87. Comunidade B: O evangelista Lucas.
Comunidade C: O Jesus de Lucas.
Comunidade D: O Jesus de Lucas.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 87
88. D inâmica: Três dramas
Objetivo: Partilhar.
Motivaçã
o:
Vamos entrar no aspecto dramático de cada
evangelho.
Para Mateus, é o povo eleito que não recebe o
Messias enviado por Deus.
Para Marcos, o drama se fundamenta em que os
amigos íntimos abandonam Jesus no momento da
prova.
Para Lucas, é Deus quem recusa o fariseu
cumpridor da lei e acolhe o pecador.
Procedi
mento:
Trabalho em grupo.
O grupo se divide em três. Cada grupo defende um
drama com seus próprios argumentos.
O fariseu e o publicano, que sobem ao templo para se encontrar com
Deus.
São somente dois personagens: Não existe um terceiro. Ou se é um
ou se é outro. Devemos tomar o nosso lugar.
Fariseu: Centra-se em si mesmo e seu Deus gira ao seu redor. Se
compara ao publicano, e sente-se superior. Deus deve pagar porque
ele merece.
Publicano: Reconhece o seu pecado diante de quem pode perdoá-
lo. O perdão é gratuito.
Ñ R ecurso didático: Fariseu e o
publicano
Objetiv Reconhecer-se pecador.
________________________
88 Jesus nos 4 evangelhos
89. o:
Motivac
ión:
Vamos ver o contraste das atitudes do fariseu e do
publicano.
Procedi
miento:
Recorta-se um perfil de um homem em oração com
as mãos para o alto (dois metros) e se coloca de
frente ao altar ou ao Sacrário.
Os participantes são convidados para subir ao
templo (a capela) e tomar o lugar e a atitude de
algum dos dois personagens.
Enseñan
za:
Se reconhecer pecador é melhor do que sentir-se
somente acusado de pecados.
Ñ R ecurso didático: Os protagonistas
Objetiv
o:
Identificar-nos com os personagens da parábola de
Lc 15.
Motivaç
ão:
Lucas nos convida a ser misericordioso como o Pai
que recebeu o seu Filho.
Procedi
mento:
A: os que quiserem expressar a misericórdia do Pai
se coloquem ao fundo da sala em atitude de espera,
ao Filho que regressa.
B: os que se identificarem com o Filho, se
coloquem na entrada da sala.
C: os que sentem que estão vivendo uma situação
parecida com a do irmão mais velho, se coloquem
em um dos lados da sala.
O Pai sai velozmente para receber o seu filho e o
abraça efusivamente.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 89
92. 1º O EVANGELISTA LUCAS
a. Judeu não palestino. Mente aberta. Não conheceu Jesus.
b. Fiel companheiro de Paulo até o fim.
c. Literato fino, educado e delicado. Sempre se desculpa e se
justifica.
d. Médico querido e apóstolo eficaz.
e. Assinatura: Médico, cura-te a ti mesmo (4,23)
f. Fotografia: O bom samaritano (10,29-37)
g. Símbolo: O boi manso que não faz mal a ninguém.
________________________
92 Jesus nos 4 evangelhos
93. 2º O EVANGELHO DE LUCAS
a. Três características.
1ª: Escrito para os pagãos – salvação universal.
2ª: Escreve aos pecadores.
3ª: Evangelho do Espírito Santo: Paz e alegria.
b. Objetivo: Conhecer a solidez dos ensinamentos recebidos.
c. Coluna vertebral: A salvação universal.
d. Chave para entendê-lo: “Sede misericordiosos” o fariseu e o
publicano.
e. Destinatários: cristãos provenientes do paganismo.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 93
95. 3º O JESUS DE LUCAS
a. Jesus pobre, anuncia o evangelho aos pobres.
b. Missão de Jesus: 4,18-19.
c. Jesus em oração. Como e quando.
d. Jesus misericordioso com todos.
3 parábolas da misericórdia.
3 palavras da cruz cheias de misericórdia e perdão.
e. Aquele que caminha com seus discípulos.
Jesus, “o filho pródigo” que regressa à casa de seu Pai.
JESUS MISERICORDIOSO,
SALVADOR UNIVERSAL
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 95
96. 4 JOÃO
1. OBJETIVO
Para conhecer melhor Jesus é necessário nos encontrarmos com o
evangelista e com a estrutura do seu escrito.
2. IDÉIA CHAVE
João tem uma teologia aprofundada, porque foi o último a escrever.
Em vez de apresentarmos Jesus, é o próprio Jesus que se apresenta.
3. METODOLOGIA
a. Enfoque
Não se trata de um estudo bíblico, mas de uma visão panorâmica de
Jesus. Portanto, se insiste mais em Jesus que na estrutura do seu
escrito.
b. Pedagogia
O pregador pregunta certos aspectos ao evangelista e ele mesmo
responde em nome do autor sagrado.
Devem ser feitas contínuas alusões aos evangelhos sinóticos, para
que o novo conhecimento trazido por João se edifique sobre os
conhecimentos já adquiridos neste curso.
c. Atividades dos participantes
Hierarquizar.
Adoração eucarística.
Folha de trabalho “B”.
d. Dinâmicas
Identificar-se.
e. Recursos didáticos
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96 Jesus nos 4 evangelhos
97. Monólogo.
Juramento.
Tomé.
f.Materiais e Anexos
Post it de diferentes cores.
Fotocópia de quadro “B”.
g. Tempo
O tema é dividido em pelo menos 4 sessões de 45 minutos.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 97
98. 4. ESTRUTURA DO TEMA
A. INTRODUÇÃO
a. Evocação
Ao final de sua vida, João recorda de maneira especial o que
aconteceu há 70 anos atrás, quando encontrou Jesus no deserto.
Inclusive lembra que foi às quatro horas da tarde.
E você? Lembra da hora do seu encontro pessoal com Jesus?
Umas cinco pessoas podem partilhar.
b. Apresentação e localização do tema
Vamos conhecer nosso quarto amigo que nos leva a Jesus.
Mas sobretudo vamos nos deixar levar por ele, em suas asas de
águia.
c. Objetivo do tema e motivação
Estamos diante do relato preferido pela maioria de vocês.
Por isso, quem escolheu João como seu melhor amigo, tinha razão e
talvez agora alguns que escolheram outro evangelista mudem de
opinião.
Toda obra representa o seu autor. Para compreender uma obra de
arte, é necessário conhecer o autor. Quanto mais conhecermos a
João, seu ambiente e seu pensamento, melhor conheceremos Jesus,
porque o evangelista é como um espelho onde podemos contemplar
a pessoa de Jesus.
Afortunadamente neste caso, temos dados muito importantes para
conhecer João.
B. CORPO DO ENSINAMENTO
A tividade dos participantes: Folha de
trabalho B
Objetivo: Conhecer o nível de conhecimentos dos
participantes.
________________________
98 Jesus nos 4 evangelhos
99. Motivaçã
o:
Vamos começar tendo contato com o próprio
evangelho de João.
Procedim
ento:
Dividir o trabalho por comunidade.
Distribuir a “folha de trabalho B” e cada
comunidade irá procurar uma parte.
Conclusão
:
No Evangelho de João é o propio Jesus quem se
apresenta.
1º. O EVANGELISTA JOÃO
a. Discípulo e Apóstolo de Jesus, fiel até a cruz.
b. O discípulo amado (13,23; 19,26.35; 20,2; 21.7.20-24).
c. Místico que contempla o mistério do Verbo encarnado:
prólogo sublime (1,1-18).
Corre ao sepulcro de Jesus e chega antes que Pedro, mas não entra
(20,3-8).
É o primeiro a reconhecer Jesus ressuscitado no lago de Tiberíades
(21,7).
d. Assinatura
Recorda até a hora de seu encontro com Jesus (1,35ss).
e. Fotografía
Recosta no peito do Mestre na última ceia (13,23-25) e na cruz
(19,26-27).
f.Símbolo
A águia que voa alto.
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 99
100. Desaf
io:
Se Deus lhe dissesse para escolher apenas uma
coisa: Comtemplar o mistério do Verbo, voar pelas
alturas do misticismo, recostar no peito de Jesus,
estar ao pé da cruz ou ser o primeiro a reconhecer a
Jesus ressuscitado, que parte escolheria e porquê?
Abre-se a partilha para as diversas opiniões.
2º. O EVANGELHO DE JOÃO
a. Três características do evangelho de João
1ª característica: Último a escrever
João escreve uns 20-25 anos depois de Mateus e de Lucas, e 35 anos
depois de Marcos.
Portanto é mais maduro e profundo. É diferente dos sinóticos: Não
repete o que eles disseram. É original, possuindo um caminho
próprio.
A Igreja já tinha aprofundado a mensagem, graças ao Espírito Santo,
já havendo superado muitas provações.
Tem uma experiência particular, mística.
2ª característica: Evangelho dos grandes diálogos e
discursos
Jesus é a Palavra que põe sua tenda no nosso acampamento. Mas
não se impõe. Dialoga com o homem.
DISCURSOS DIÁLOGOS
O pão da vida (6) Nicodemos (3)
Identidade do Messias
(8-9)
Samaritana (4)
O bom pastor (10) Tomé (20)
________________________
100 Jesus nos 4 evangelhos
101. Despedida (15-17) Pedro (21)
Além disso, encontramos freqüentes discursos
- Com os judeus: 5,10.18; 7,10-24; 8,21-59; 10,19-42.
- Com os fariseus: 8,12-20.
3ª característica: Teologia sacramental e ambiente festivo
O quarto evangelho tem um clima sacramental.
- Batismo: 3; 4,14; 9,11.
- Eucaristia: 6.
- Confirmação: 7,39.
- Penitência: 20,22-23.
- Sacerdócio: 20,21-23.
- Matrimônio: 3,29.
A Igreja é sacramento de salvação: 20,21-23 (Lumen Gentium 1)
João busca os acontecimentos mais importantes de Jesus dentro do
ambiente das festas dos judeus:
- Na festa dos Tabernáculos promete o rio de água viva, o Espírito
Santo (7,2; 7,37-39).
- Sobe a Jerusalém cada páscoa e morre no dia em que imolava o
cordeiro para celebrar a libertação de seu povo (2,23; 4,45; 19,31).
- Também prefere realizar seus sinais nas festas, como a cura do
paralítico de Betesda em Pentecostes (ver nota de 5,1i
na Bíblia de
Jerusalém).
Transforma a água em vinho durante um festa de bodas.
b. Objetivo
Para que creiam e tenham vida eterna e vida em abundância (20,31;
10,10).
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 101
102. c. Coluna vertebral
A hora da glorificação (Ver nota de Jo 2,4. da Bíblia de Jerusalém).
d. Chave para entendê-lo: O barco e o submarino
A diferença é a profundidade.
O barco vai pela superfície, entretanto o submarino submerge nas
profundidades.
Nicodemos vê apenas o barco, uma vez que afirma que não pode
entrar outra vez no ventre materno.
A Samaritana, vê o barco, uma vez que refuta a Jesus, uma vez que
não tem com que tirar a água do poço de Jacó.
e. Destinatários
Aqueles que já tiveram crescimento espiritual ou buscam as alturas
da vida mística.
f.Síntese
João dá um testemunho fiel e veraz daquilo que viu e ouviu.
O quarto evangelho é o escrito mais maduro e teológico do Novo
Testamento.
Desaf
io:
Você dá testemunho respaldado pela sua
experiência, ou simplesmente repete aquilo que os
outros te disseram ?
g. Frase para repetir
Somente aqueles que experimentaram Jesus podem ser testemunhas
autênticas. Os demais são repórteres.
A tividade dos participantes:
Hierarquizar
Objetivo: Ter contato com o Evangelho e partilhar com os
demais.
________________________
102 Jesus nos 4 evangelhos
103. Motivaçã
o:
O Evangelho nos faz refletir.
No trabalho que se segue, não podemos responder
“todos” ou “ninguém”, mas fazer uma reflexão e
tomar uma postura.
Procedim
ento:
Trabalho por comunidades.
Cada comunidade discute para selecionar qual é o
mais importante e o menos importante.
Comunidade A: Sete “Eu Sou” (Anexo 5).
Comunidade B: Sete sinais (Anexo 6).
Comunidade C: Palavras de Jesus na cruz (Anexo
7).
Comunidade D: Títulos de Jesus (Anexo 7).
Conclusão
:
Todos têm a sua importância e estão unidos entre
si.
3º. O JESUS DE JOÃO
D inâmica: Identifícar-se
Procedi
mento:
Ler os nomes dos personagens que somente
aparecem em João (Anexo 10).
Com qual deles você gostaria de identicar-se e por
quê? Escreve-se em um post it (5`).
Já vimos Jesus de três diversas perspectivas.
Agora vejamos a última que completa o quadro.
Vamos conhecer o Jesus de João. É o mesmo Jesus, mas visto de
outra perspectiva, onde são captados certos aspectos e características
singulares.
Recurso didático: diálogo imaginário do pregador com o evangelista
João.
- João: Mateus, Marcos e Lucas já nos apresentaram visão que eles
_______________________
Jesus nos 4 evangelhos 103