Comunicação apresentada no primeiro seminário internacional em humanidades digitais no Brasil, no dia 23 de outubro de 2013, na USP (Universidade de São Paulo), no Auditório István Jancsó, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, São Paulo.
Seminário disponível em: http://seminariohumanidadesdigitais.wordpress.com/
2. 2
Sumário
Humanidades digitais
Contributos para a definição do conceito
Contextos de desenvolvimento da disciplina
Bibliotecas universitárias
Leitores ou utilizadores
Novos modelos
Bibliotecas digitais patrimoniais
Notas finais
Referências
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Contributos para a definição do conceito
A designação digital humanities surge em 2004 na obra Companion to
digital humanities, (SCHREIBMAN et al., 2004)
Termo mais abrangente do que humanities computing associado à
noção restrita de digitalização
Digital humanities (humanidades digitais)
Planificação, produção e distribuição em linha
Articulação entre as potencialidades da tecnologia digital com os
métodos utilizados nas ciências humanas
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Contributos para a definição do conceito
MANIFESTO
[…] mais do que uma “transdisciplina, portadora dos métodos, dos
dispositivos e das perspetivas heurísticas ligadas ao digital no domínio das
Ciências humanas e sociais” refere-se “ao conjunto das Ciências humanas e
sociais, às Artes e às Letras. As humanas digitais não negam o passado,
apoiam-se, pelo contrário, no conjunto dos paradigmas, savoir-faire e
conhecimentos próprios dessas disciplinas, mobilizando simultaneamente
os instrumentos e as perspetivas singulares do mundo digital.”
THATCAMP, Paris, 2010
http://tcp.hypotheses.org/497
5. 5
Contextos de desenvolvimento da disciplina
Fatores económicos
Rentabilização do investimento
Vantagens da utilização da tecnologia digital
Facilidade na ordenação e análise de grandes quantidades de dados
Elevado índice de aplicabilidade ao ensino
Facilidade de comunicação entre investigadores e entre professores
e alunos
6. 6
Contextos de desenvolvimento da disciplina
Áreas científicas envolvidas
Humanidades
▪ Arqueologia ▪ História ▪ Linguística ▪ Literatura ▪ Estudos da cultura
▪ Estudos das artes visuais e performativas ▪ Estudos de informação
▪ Arquivística ▪ Biblioteconomia ▪ Museologia ▪ etc.
Ciências da informação
Ciências da computação
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Bibliotecas universitárias
Leitores ou utilizadores
O público da biblioteca deixa de ser apenas leitor de obras impressas ou
manuscritas, tornando-se num utilizador de âmbito mais alargado
Georgia Tech Library, Atlanta, USA, em meados do século XX e na atualidade
http://librarycommons.gatech.edu/lwc/productivity.php
8. 8
Bibliotecas universitárias
Leitores ou utilizadores
A biblioteca fornece acesso a múltiplas fontes de informação
Imagem em: http://ebookfriendly.com/digital-age-librarians-needed-ever-infographic/
9. 9
Bibliotecas universitárias
Leitores ou utilizadores
Além da mediação, o bibliotecário fornece ferramentas
Imagens em: http://ebookfriendly.com/digital-age-librarians-needed-ever-infographic/
10. 10
Bibliotecas universitárias
Leitores ou utilizadores: serviços disponibilizados
Disponibilização de publicações impressas e digitais
Catálogos em linha (OPAC- online public access catalog)
Acesso a bases de dados de artigos científicos
Repositórios institucionais
Disponibilização de informação nas redes sociais
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Bibliotecas universitárias
Novos modelos
Equipas multidisciplinares
Gestores de informação que assegurem a investigação e a
publicação digital: wikis, blogues, etc.
Investigadores que assegurem a definição dos procedimentos, a
criação de normas e modelos, a consultadoria para projetos que
envolvam a gestão da informação
Técnicos que definam os procedimentos relativos à infraestrutura
de digitalização, à constituição de coleções digitais, à preservação
digital e à recuperação da informação
13. 13
Bibliotecas universitárias
Novos modelos
Serviços prestados:
Sustentáveis – para que possam ser mantidos ao longo do tempo
Escaláveis – para que possam beneficiar o maior número de
utilizadores possível
Atribuições:
Visão e missão bem definidas
Orientações precisas
Dinamização da biblioteca
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Bibliotecas universitárias
Novos modelos
A infraestrutura, os conteúdos e os serviços devem constituir o eixo
de desenvolvimento da biblioteca
“No matter how these services are configured within the library, it is
important that they eventually become an integral part of the holistic
service environment of the organization”.
Vinopal, 2013, p. 12
15. 15
Bibliotecas digitais
Vocacionadas para a investigação
Utilização e a reutilização da informação
Descrição e a estruturação
do objeto digital
Conservação e a
preservação da
informação a longo
termo
http://www.dlib.org/dlib/march07/castelli/03castelli.html
16. 16
Bibliotecas digitais patrimoniais
Bibliotecas digitais constituídas por coleções digitalizadas de
documentos:
Manuscritos
Códices
Incunábulos
Livro antigo
Periódicos
Cartografia
Iconografia
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Bibliotecas digitais patrimoniais
“Digital libraries offer unique ways of recording, preserving, and
propagating culture in multimedia form.”
Witten and Bainbridge, 2003, p. 5
http://www.europeana.eu/
25. 25
Bibliotecas digitais patrimoniais
Definição:
Em função da missão da instituição
Em função dos respetivos acervos
Análise das coleções existentes
http://www.uc.pt/sibuc/PesquisaGeral/Biblioteca_Digital
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Bibliotecas digitais patrimoniais
Perseus Digital Library
Informação legível pelo homem
Dados processados automaticamente
Informação estruturada
Referenciação geográfica dos locais mencionados nos textos.
Benefícios:
O desenvolvimento Multilinguismo
O desenvolvimento do OCR
Aplicação extensiva do TEI-compliant XML
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Bibliotecas digitais patrimoniais
Biblioteca Digital Mundial
Navegação amigável por local e data, lugar, período, tópico, tipo de
item e instituição
Limitações impostas pela utilização dos dados da ficha bibliográfica
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Bibliotecas digitais patrimoniais
Internet Archive
Permite a pesquisa no texto dos documentos
Oferece a mesma obra em múltiplos formatos
Mantém uma sólida política de preservação digital
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Bibliotecas digitais patrimoniais
Problemas associados
Direito de autor
Conversão para formato digital das vastas coleções analógicas
Bases comerciais/bases em acesso aberto
Preservação digital
Desafios
“Technological advances have altered the way that researchers capture,
curate, analyze and visualize data at every scale”.
Collins et al., 2012
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Bibliotecas digitais patrimoniais: estado da arte
Análise de grandes massas documentais
Representação da informação, cruzando vários tipos de dados de forma
eficaz e apelativa
Personalização do acesso a sítios eletrónicos
Realização de OCR (optical character recognition) com um elevado grau
de fiabilidade
Tradução automática dos documentos
Análise de textos, fornecendo a incidência de utilização das palavras
Organização e constituição de referências bibliográficas
Constituição de bibliotecas digitais em modo de texto, integrando a
tecnologias complementares como a georreferenciação, extração
automática de dados, etc.
35. 35
Bibliotecas digitais patrimoniais: desafios
Garantir que as coleções digitalizadas continuem a ser úteis à
investigação
Otimizar as pesquisas e a recuperação da informação
Providenciar para que continuem a ser acessíveis a longo prazo
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Bibliotecas digitais patrimoniais: propostas
Melhoria nos interfaces de navegação
Otimização dos modelos de pesquisa da informação
Disponibilização para as várias tipologias de écrans
Disponibilização de OCR, mantendo a ligação ao original fac-similado e
em versões simultâneas com a grafia original e a atual
Criação de apontadores para o conteúdo da obra (partes, capítulos, etc. )
Pesquisa no interior dos documentos
Elevador diferenciado para texto e sumário
Nas obras muito ilustradas, navegação por texto e por imagem
Ampliação das ilustrações
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Bibliotecas digitais patrimoniais: propostas
Indicação de ligações para traduções
Hiperligação a bibliografias sobre a obra digitalizada
Exportação direta para os gestores de citações
Articulação entre a pesquisa em catálogo com as ferramentas de outros
motores de pesquisa
Disponibilização de tutoriais com a pesquisa e acesso em vídeo
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Notas finais
De forma programada a uma escala alargada, envolvendo uma rede de
instituições, ou desenvolvendo projetos individuais em função dos
acervos disponíveis em cada instituição?
Só devem ser disponibilizar obras que se encontrem em domínio público
ou deve procurar-se novos modelos que permitam o acesso sem prejuízo
do usufruto dos direitos pelos respetivos autores?
Que políticas devem ser seguidas?
39. 39
Referências bibliográficas
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Hampshire: Palgrave Macmillan.
Borgman, C. L. (2009, October). The digital future is now: A call to action for the humanities.
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http://digitalhumanities.org/dhq/vol/3/4/000077/000077.html
Choudhury, G. S., & Seaman, D. (2013). The Virtual Library. In Siemens, R. G., & Schreibman,
S. (ed. lit.). (2013). A companion to digital literary studies. Chichester, West Sussex: WileyBlackwell. Disponível em: http://www.digitalhumanities.org/companionDLS/
Collins, E., & Jubb, M. (2012). How do researchers the humanities use information
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Guerreiro, D. M., Calixto, J. A., & Borbinha, J. L. (2012). Bibliotecas Digitais para as
Humanidades: novos desafios e oportunidades. 11.º Congresso Nacional de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas: Integração, Acesso e Valor Social. Lisboa, 18-20 out. 2012.
Disponível em: http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/8809
40. 40
Referências bibliográficas
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lit.). (2004). A companion to digital humanities (pp. 31-45). Malden, Mass: Blackwell.
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Unsworth, J. (ed. lit.). (2004). A companion to digital humanities (pp. 3-19). Malden, Mass:
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Kirschenbaum, M. G. (2010) What Is digital humanities and what’s it doing in English
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http://mkirschenbaum.files.wordpress.com/2011/03/ade-final.pdf.
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Witten, I. H., & Bainbridge, D. (2003). How to build a digital library. San Francisco, CA:
Morgan Kaufmann.