O documento discute a formação de educadores para lidar com a diversidade. A formação inicial não é suficiente e deve considerar as especificidades culturais dos alunos. A formação continuada é fundamental para o autoconhecimento e compromisso político dos professores. É necessário repensar a escola para compreender e valorizar a diversidade, transformando-a em vantagem pedagógica.
2. "A educação não tem como objeto real armar o
cidadão para uma guerra, a da competição com
os demais. Sua finalidade, cada vez menos
buscada e menos atingida, é a de formar gente
capaz de se situar corretamente no mundo e de
influir para que se aperfeiçoe a sociedade
humana como um todo. A educação feita
mercadoria reproduz e amplia as
desigualdades, sem extirpar as mazelas da
ignorância. Educação apenas para a produção
setorial, educação apenas profissional,
educação apenas consumista, cria, afinal,
gente deseducada para a vida.” SANTOS, Milton. O
espaço do cidadão. 5ª. Ed. São Paulo: Nobel, 1998. p 126.
3. Formação Inicial
Considerar o educando como o centro do
processo educativo certamente exigirá do
docente lançar um novo olhar sobre as
suas especificidades culturais, sociais e
econômicas.
A graduação inicial não é suficiente para a
formação integral do educador, mas
consideramos fundamental que os cursos
de licenciatura voltem-se para as
especificidades que uma educação para a
diversidade exige .
4. FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada compreende
toda e qualquer atividade de
formação do professor que está
atuando nos estabelecimentos de
ensino, posterior à sua formação
inicial, incluindo-se aí os diversos
cursos de especialização e extensão
oferecidos pelas instituições de
ensino superior e todas as atividades
de formação propostas pelos
diferentes sistemas de ensino.
NASCIMENTO (2000, p. 80)
5. FORMAÇÃO CONTINUADA
NASCIMENTO (2000, p.87) destaca
que: “As estratégias de formação de
professores não podem objetivar
apenas a competência técnica, mas
também autoconhecimento,
autonomia, e o compromisso político
do educador, aspectos fundamentais
de sua formação profissional”.
6. Formação Ética do Educador
A formação só será ética se for uma
ação consciente, livre e responsável.
Portanto, a formação do educador
para a diversidade deve partir de
uma ação interior do próprio sujeito.
7. O PAPEL DO EDUCADOR
Assim, quando o professor submete-
se a cumprir uma obrigação por esta
fazer parte de um rol de obrigações,
que vão sendo estereotipadas como
“papel do professor”, ele está
caminhando por um processo mais
amplo de alienação, pois “os ideais
de um papel conduzem tão-somente
ao empobrecimento, à atrofia do
homem.
8. O PAPEL DO EDUCADOR
“na medida em que os
modos de comportamento
convertem-se em papéis
estereotipados, as
transformações se mantêm
como meras
aparências”(HELLER,1992:94)
9. É necessário que as pesquisas no
campo da educação abordem os
saberes que os docentes constroem
nos seus fazeres e em suas reflexões
diárias. Estas pesquisas ajudarão a
aproximar o saber da prática do
conhecimento produzido pelas
chamadas ciências da educação.
10. •O profissional do ensino é alguém
que deve habitar e construir seu
próprio espaço pedagógico de
trabalho de acordo com limitações
complexas que só ele pode assumir
e resolver de maneira cotidiana,
apoiando necessariamente em visão
de mundo, de homem e de
sociedade. (TARDIFF, 2002, p.149)
11. ESCOLA E DIVERSIDADE
A principal tendência da Escola foi
equiparar igualdade a
homogeneidade;
Encarregada de homogeneizar, de
igualar, a escola não soube
apreciar as diferenças;
12. PRECONCEITO
“todo preconceito impede a
autonomia do homem, ou
seja, diminui sua liberdade
relativa diante do ato de
escolha, ao deformar e,
conseqüentemente, estreitar a
margem real de alternativa do
indivíduo.”(HELLER, 1992:59).
13. FORMAÇÃO DOCENTE E
DIVERSIDADE
Levar em consideração as
trajetórias humanas dos
educadores;
Entender as relações de poder que
estão materializadas na Escola;
14. Algumas questões que devem
interrogar a docência
A escola é capaz de acolher a
diversidade dos sujeitos que dela
fazem parte? Ou ainda a está
desconhecendo?
Que saídas encontramos para lidar
com a diversidade em sala de aula?
Ainda continuamos tratando muitos e
diversos como se fossem um?
Que experiências revelam a
diversidade presente em nossa escola?
15. Algumas questões que devem
interrogar a docência
Como, em nossa proposta curricular,
estabelecemos a relação entre o fracasso
escolar e a diversidade dos alunos?
Estamos justificando o fracasso escolar
dos alunos usando como argumentos a
sua diversidade de cultura, de ritmo de
aprendizagem, de origem social?
Que alternativas estamos construindo para
lidar com o fracasso dos alunos em nossa
escola? Estas alternativas revelam que
concepção de fracasso escolar?
16. A DIVERSIDADE VISTA
COMO CAUSADORA DO
FRACASSO ESCOLAR:
A DIFERENÇA ENTENDIDA
COMO DEFICIÊNCIA
INDIVIDUAL: IMATUROS
FAMILIAR: DEFICIT CULTURAL
NAÇÃO:SUBDESENVOLVIMENTO
17. FRACASSO DO ALUNO OU
FRACASSO DA ESCOLA?
UM NOVO OLHAR
SOBRE A FORMAÇÃO
DOCENTE E A
DIVERSIDADE DOS
SUJEITOS
18. REPENSAR A ESCOLA E A
FORMAÇÃO DOCENTE:
UM OUTRO OLHAR SOBRE A
DIVERSIDADE
COMPREENDER E APRECIAR O
VALOR DA DIVERSIDADE
NA DIVERSIDADE CULTURAL NÃO
HÁ RISCO E SIM RIQUEZA
19. IMPLICAÇÕES PARA A
FORMAÇÃO
CRIAR CONTEXTOS DE
COMUNICAÇÃO ENTRE AS
DIFERENÇAS
ECOLOGIA DOS SABERES
CONEXÃO DE SABERES
SUPERAÇÃO DA LÓGICA
CLASSIFICATÓRIA E
SEGREGADORA
20. Tempos de Formação
Que concepções de tempos de formação
temos em nossa escola? Em qual
concepção de formação acreditamos?
Temos alguma experiência de
agrupamentos flexíveis para formação em
nossa escola?
Temos espaços para comunicação de
experiências docentes?
O que os educadores têm pesquisado?
21. A formação deve nos ajudar a
compreender os conteúdos
curriculares como
ferramentas culturais
Como entendemos os conteúdos
curriculares dentro da escola?
Estamos criando canais de conexão
entre a cultura dos alunos e a cultura
acadêmica? Através de que práticas?
Como fazer do conhecimento escolar
instrumento de inserção na cultura?
22. A interação entre sujeitos
diversos na sala de aula
Que ambiente estamos criando em nossas
classes?
Que experiências de democracia nossos
alunos estão vivendo no espaço da escola?
Que relação há entre alunos e entre eles e o
professor na sala de aula?
23. A avaliação como ferramenta
para reorganizar o processo
de ensino e aprendizagem
Que função cumpre a avaliação na
escola? Que instrumentos de avaliação
utilizamos?
Que propostas estamos construindo para
lidar com alunos com ritmos de
aprendizagem diferenciados na escola?
Estamos reproduzindo modelos
excludentes ou criamos propostas que
incluem estes alunos na dinâmica
escolar?
24. A construção de uma cultura
escolar democrática e
inclusiva
Que práticas desenvolvemos na escola que
revelam uma proposta curricular que acolha
a diversidade?
Que práticas revelam que ainda
reproduzimos um currículo que não
considera a diversidade?
Quais os principais desafios a serem
enfrentados para que possamos
transformar a diversidade em vantagem
pedagógica em nossa escola?
25. DESAFIO DA FORMAÇÃO
DOCENTE PARA A
DIVERSIDADE
TRANSFORMAR A
DIVERSIDADE EM
VANTAGEM PEDAGÓGICA
26. É indispensável dotar a escola de
instrumentos didáticos para trabalhar
com a diversidade. Nem a diversidade
negada, nem a diversidade isolada, nem
a diversidade simplesmente tolerada.
Mas tampouco a diversidade assumida
como um mal necessário, ou celebrada
como um bem em si mesmo, sem
assumir seu próprio dramatismo.
Transformar a diversidade conhecida e
reconhecida numa vantagem
pedagógica: esse parece ser o grande
desafio para o futuro. (Ferreiro,2002:88)