O documento discute os modelos de campo do agronegócio e da agricultura familiar, abordando as demandas da educação do campo no NRE de Toledo. Apresenta também a trajetória e concepção da educação do campo segundo as diretrizes curriculares da rede pública do Paraná.
1. NÚCLEO REGIONAL DE
EDUCAÇÃO
Toledo-Pr.
Equipe de Ensino
Coordenação da Educação do Campo
Everson Grando
2. Educação do Campo
Qual modelo de Campo queremos discutir?
*Campo do Agronegócio
*Campo da Agricultura Familiar
3. Campo do Agronegócio
Campo desabitado
Campo de monocultura
Campo de concentração de renda
Campo da morte da:
*Fertilidade natural do solo
*Diversidade biológica
*Cultura popular
4. Campo da agricultura Familiar
Campo povoado
Campo de resgate da dignidade humana
Campo de valorização da diversidade cultural
Campo da diversidade biológica
Campo de possibilidades
Campo de sonhos
5. Demandas da Educação do
Campo:
Pequenos agricultores;
Quilombólas;
Ribeirinhos;
Faxinais;
Casas Familiares Rurais;
Assentamentos;
Acampamentos;
Pescadores;
Povos da Florestas;
6. “A educação do campo, tratada como
educação rural na legislação brasileira, tem um
significado que incorpora os espaços da
floresta, da pecuária, das minas e da
agricultura, mas os ultrapassa ao acolher em si
os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e
extrativistas. O campo neste sentido é mais
que um perímetro não-urbano, é um campo de
possibilidades que dinamizam a ligação dos
seres com a própria produção das condições de
existência social e com as realizações da
sociedade humana” (Parecer CNE/CEB
36/2001).
7. Campo do NRE - Toledo
37 - Estabelecimentos de Ensino Estaduais
localizados no Campo
02 Colégios Agrícolas
Quilombos
Comunidades indígenas
Acampamentos/Assentamentos
Pescadores.
8. Material de apoio
Diretrizes Operacionais para a Educação
Básica nas Escolas do Campo;
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação Básica do Estado do Paraná;
Textos do Grupo de Estudo;
Portal dia-a-dia educação;
Portal do MEC – SECAD (Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade)
9. Você considera seu Estabelecimento
de Ensino uma Escola do Campo?
Como podemos definir a Escola
do Campo?
A definição de Escola do Campo só tem
sentido quando pensada a partir das
particularidades dos povos do campo.
Por isso sua identidade não está dada por
conta do espaço geográfico.
10. A IDENTIDADE DA ESCOLA DO CAMPO É
DEFINIDA PELA SUA VINCULAÇÃO ÀS
QUESTÔES INERENTES À SUA
REALIDADE, ANCORANDO-SE NA
TEMPORALIDADE E SABERES PRÓPRIOS
DOS ESTUDANTES, NA MEMÓRIA
COLETIVA QUE SINALIZA FUTUROS, NA
REDE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DISPONÍVEL NA SOCIEDADE E NOS
MOVIMENTOS SOCIAIS EM DEFESA DE
PROJETOS QUE ASSOCIEM AS
SOLUÇÕES EXIGIDAS POR ESSAS
QUESTÕES A REALIDADE SOCIAL DA VIDA
COLETIVA NO PAÍS.
11. Compreender o lugar da escola
na Educação do Campo, é ter
claro, que ser humano ela
precisa ajudar a formar, e
como pode contribuir com a
formação dos novos sujeitos
sociais que se constituem no
campo hoje. (CALDART, in Paraná, SEED,
2005, p. 30).
12. Nossas aulas, a escola com seu
planejamento devem educar para a
vida em primeiro lugar, depois é que
se vai decidir se é vida do campo ou
da cidade, por isso é necessário partir
da realidade, não de um mundo
fictício, ou de uma escola que parece
estar situada “nas nuvens”, pois não
cria vínculos com as práticas sociais
vigentes ao seu redor.
13. “Em algum currículo escolar está o
programa da luta pela reforma agrária? A
luta pela terra, o desemprego? Temos
ouvido de jovens das periferias das
cidades: vocês, professores, nos
explicam coisas lindas, mas vocês não
explicam porque nossos pais estão
desempregados, porque temos que
morar nessa imundície das favelas,
porque nossas colegas têm que se
prostituir para ou entrar no crime ou na
droga para sobreviver, porque entre os
mortos de cada fim de semana 65% são
jovens e adolescentes populares; isso
vocês não nos explicam...” (Arroyo,
2006).
14. A EDUCAÇÃO BÁSICA PODERÁ
ORGANIZAR-SE EM SÉRIES ANUAIS,
PERÍODOS SEMESTRAIS, CICLOS,
ALTERNÂNCIA REGULAR DE
PERÍODOS DE ESTUDOS, GRUPOS NÃO
SERIADOS, COM BASE NA IDADE, NA
COMPETÊNCIA E EM OUTROS
CRITÉRIOS OU POR FORMA DIVERSA
DE ORGANIZAÇÃO, SEMPRE QUE O
INTERESSE DO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM ASSIM O
RECOMENDAR.
15. Art. 28. Na oferta da educação básica para a
população rural, os sistemas de ensino
promoverão as adaptações necessárias à sua
adequação, às peculiaridade da vida rural e de
cada região, especialmente:
I – conteúdos curriculares e metodologias
apropriadas às reais necessidades e interesses
dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo a
adequação do calendário escolar às fases do
ciclo agrícola e condições climáticas;
Adequação à natureza do trabalho na zona
rural. (MEC, 2002, p. 28)
16. Para discutir no grupo
Tomando por referência, o Materialismo Histórico-
Dialético como matrizes da Educação do campo,
como pensar o currículo a partir da diversidade
socio-cultural presente no campesinato visando
construir um plano de ação (na área)
Quais têm sido os limites encontrado pela
escola/colégio para implementar ações voltadas para
a Educação do Campo?
17. PROBLEMAS e DESAFIOS:
Educação desarticulada do contexto;
São poucas as pesquisas que abordam a temática;
Currículo e materiais didáticos descolados da
realidade;
Políticas construídas para e não com os sujeitos do
campo;
Educação do campo, na maioria das vezes, não
prepara os educandos para permanecerem no
campo;
Educandos são retirados do seu contexto para
estudarem na cidade;
18. Educandos são retirados do seu contexto para
estudarem na cidade;
ausência de políticas públicas para os povos do
campo
A falta de compromisso político dos dirigentes do
país
Os resquícios de matizes culturais vinculadas a
uma economia agrária apoiada no latifúndio, no
trabalho escravo, em técnicas arcaicas de
produção, que compreendem que para trabalhar na
terra não é necessária a escolarização
19. CONTEMPLAR A
DIVERSIDADE DO CAMPO
EM SEUS ASPECTOS:
SOCIAIS, CULTURAIS,
POLÍTICOS, ECONÔMICOS,
DE GÊNERO, GERAÇÃO E
ETNIA.
20. Alguns passos que podem direcionar
a Educação do Campo:
1. Construir articulações locais:
Estas articulações devem permitir que as
diferentes políticas públicas e outras
iniciativas presentes no contexto do campo
dialoguem;
2. Ações que articulem sujeitos e propostas:
Dizer e ouvir o que não se quer para o
campo;
Inventar e criar o que se quer para o
campo;
21. Ancorar-se sempre nos saberes que
já garantiram a vida, alegria, a
saúde, o conhecimento... aquilo que
na memória afetiva faz sentido e
fortalece a identidade do povo.
Nem sempre é possível propor
mudanças totais, é preciso aquilo
que é possível assimilar, e ir
tencionando o processo.
22. 3. Fortalecer a sociedade civil
Para cumprir o princípio de que a
Educação do Campo precisa “ter um
pé” nos movimentos sociais e
organizações dos/as
camponeses/as...
.... Em alguns casos teremos que
ajudar a criar estas organizações...
... Ou desburocratizá-las para depois
dialogar com elas...
23. Partir das diretrizes;
“A decisão de propor diretrizes
operacionais para educação básica do
campo supõe, em primeiro lugar, a
identificação de um modo próprio de
vida social e utilização do espaço,
delimitando o que é rural e urbano
sem perder de vista o nacional”
(MEC, 2002, p.29)
24. O QUE SÃO AS DIRETRIZES?
Uma lei de operacionalização da
educação composta por um conjunto de
princípios e de procedimentos para
serem observados nos projetos das
instituições que integram os diversos
sistemas de ensino e que visam adequar
o projeto institucional das escolas do
campo nos diferentes níveis e
modalidades as leis nacionais de
educação (artigos 1° e 2°).
25. DIRETRIZES CURRICULARES DA
REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO
DO PARANÁ
Educação do Campo
Secretaria de Estado da Educação - SEED
26. D. C. E. - Paraná
INTRODUÇÃO
A introdução da DCE da Ed. do Campo trás um
panorama da abordagem desta modalidade de
ensino, como será transcorrido ao longo de toda
a DCE. Dos desafios que a sociedade deverá
assumir, no sentido de atender as demandas da
diversidade em especial da Educação do
Campo.
27. D. C. E. - Paraná
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO:
Neste ítem a DCE – Paraná faz um histórico da
Educação do Campo, buscando no início do século
XX o panorama da época em relação a esta
modalidade de ensino.
A contradição do rural x cidade. O rural que lembra
o rude, o atrasado, em contraponto com a cidade que
lembra o progresso, cidadão, cidadania.
Dentro dessa trajetória as diversas fases da educação
do campo.
28. D. C. E. - Paraná
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO:
Trás o histórico da legislação educacional
referenciando a Educação do Campo.
O papel dos Movimentos e Entidades Sociais no
fortalecimento de uma agenda nacional para
pensar a Educação do Campo, que culminará
com as Diretrizes Operacionais da Educação do
Campo.
A trajetória da Educação do Campo no âmbito
paranaense, que se assemelha ao do restante do
Brasil. Com os movimentos sociais
desempenhando um papel importante para
fortalecer as políticas pública da Ed. do Campo.
29. D. C. E. - Paraná
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO:
Podemos sintetizar em quatro períodos:
Primeiro, temos a negação dos camponeses
como sujeitos sociais merecedores do
ensino, período que vai até 1930...
Segundo, uma preocupação com uma
“educação rural” em função da migração
campo-cidade, e a criação de serviços de
assistência ao povos do campo...
30. D. C. E. - Paraná
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO:
Terceiro, a influência de pensadores
como Paulo Freire na alfabetização e na
concepção da Ed. do Campo. Entretanto
com o golpe houve um recuo...
Quarto, com a reabertura democrática, o
fortalecimento dos movimentos sociais,
cria-se uma necessidade na sociedade
para discutir políticas públicas para
suprir essas demanda, e próprio poder
público adota a terminologia de
Educação do Campo.
31. D. C. E. - Paraná
CONCEPÇÃO DE CAMPO E DE
EDUCAÇÃO DO CAMPO:
O campo;
A DCE reforça a importância de distinguir
o rural do campo. O rural remetendo ao
passado, ao atrasado, enquanto o campo,
expressão cunhada pelos movimento
sociais, lugar de vida, cultura, saberes,
merecedores da apropriação do
conhecimento acumulado pela
32. CONCEPÇÃO DE CAMPO E DE
EDUCAÇÃO DO CAMPO:
A educação do campo
A Educação do Campo tem sido tratado
como políticas compensatórias, com
currículos alienantes, destoando da
realidade. Tem-se privilegiado um
educação burguesa, mostrando a cidade
como um modo de vida ideal,
descaracterizando o campo, incentivando o
abandono das terras favorecendo o agro-
negócios e o grande capital.
33. CONCEPÇÃO DE CAMPO E DE
EDUCAÇÃO DO CAMPO:
A educação do campo
Entre as características da educação do campo que se
pretende contruir, estão:
Concepção de mundo; o ser humano é sujeito da...
Concepção de escola; local de apropiação de
conhecimentos históricamente construído pela
humanidade, local de produção de conhecimento em
relações que se dão entre o mundo da ciência e o mundo da
vida cotidiana.
Concepção de conteúdos e metodologias de ensino; os
conteúdos serão selecionados a partir do significado que
têm para determinda comunidade escolar.
Concepção de avaliação; processo contínuo e realizado
em função dos objetivos proposto para cada momento
pedagógico.
35. EIXOS TEMÁTICOS E
ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS
EIXOS TEMÁTICOS: São
problemáticas centrais a serem focalizadas
nos conteúdos escolares. São demandas
ressaltadas pelos movimentos sociais,
pelos povos do campos e relatos de
professores que entendem como
necessário dar uma ênfase no ambiente
escolar no campo.
36. ALTERNATIVA METODOLÓGICA: São
alternativas do processo de apropriação e
construção de conhecimentos gerais. Uma
educação que supere a dimensão apenas
enciclopédica e valorize a prática social dos
envolvidos no ato pedagógico.
37. D. C. E. - Paraná
Eixos Temáticos
Trabalho: divisão social e territorial.
Cultura e identidade.
Interdependência Campo-Cidade, questão e
desenvolvimento sustentável.
Organização política, movimentos sociais e
cidadanias.
38. D. C. E. - Paraná
ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS:
Organização dos saberes escolares: investigação e
interdisciplinaridade como princípios pedagógicos
Organização do tempo e do espaço escolar
40. fINAL
Para além de todas as semenstes lançadas, é
preciso cultivar a idéia de que a educação do
campo tem sentidos superior quando pensada
em sua relação com questão agrária, que há
muito inquieta os trabalhadores de todos os
cantos, sobretudo aqueles que têm na terra a
sua condção fundamental de cidadania.