SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
BARROCO OU
SEISCENTISMO
BRASILEIRO (1601-1768)
BOCA DO INFERNO
O BARROCO
O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos
jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-
se de um movimento apenas destinado à
catequização. Significa " pérola irregular" ou "pérola
deformada" e representa de forma pejorativa a ideia
de irregularidade..
Outro importante representante da Literatura Barroca
foi o padre Antônio Vieira que ganhou destaque com
seus sermões.
PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO
BARROCO
O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e
arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido
como Aleijadinho. No campo da Literatura, podemos destacar
o poeta Gregório de Matos e Guerra, também conhecido
como "Boca do Inferno". Ele é considerado o mais importante
poeta barroco brasileiro.
Entre os artistas plásticos modernos com influencia barroca,
citamos o pintor baiano Carlos Bastos.
Na poesia destaca-se o poeta baiano Manuel Botelho de
Oliveira e na prosa Antônio Vieira e Eusébio de Matos e
Guerra.
A CARA DO BARROCO E A
ESTÉTICA DOS CONTRÁRIOS
O estilo barroco nasceu em decorrência da crise do
Renascimento, ocasionada, principalmente, pelas
fortes divergências religiosas e imposições do
catolicismo.
Todo o rebuscamento presente na arte e literatura
barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o
terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e
Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a
religiosidade medieval e o paganismo presente no
período renascentista.
A arte barroca tinha que convencer, conquistar e
impor admiração.
CARACTERÍSTICAS
Conflito espiritual: O homem
barroco sente-se dilacerado e
angustiado diante da alteração dos
valores, dividindo-se entre o mundo
espiritual e o mundo material. As
figuras que melhor expressam esse
estado de alma são a antítese e o
paradoxo.
FIGURAS DE LINGUAGEM NO BARROCO
 Metáfora: é uma comparação implícita. Tem-se como exemplo o trecho a
seguir, escrito por Gregório de Matos:
Se és fogo, como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
 Antítese: reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Revela o
contraste que o escritor vê em quase tudo. Observe a seguir o trecho de
Manuel Botelho de Oliveira, no qual é descrita uma ilha, salientando-se seus
elementos contrastantes:
Vista por fora é pouco apetecida
Porque aos olhos por feia é parecida;
Porém, dentro habitada
É muito bela, muito desejada,
É como a concha tosca e deslustrosa,
Que dentro cria a pérola formosa.
 Hipérbole: traduz ideia de grandiosidade, exagero,
pompa. Veja mais um exemplo de Gregório de Matos:
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
 Prosopopeia: personificação de seres inanimados para
dinamizar a realidade. Observe um trecho escrito pelo
Padre Antônio Vieira:
No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível,
na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso
de Luz.
 Metáfora: é o emprego de uma palavra fora do seu significado
básico por efeito de uma semelhança. Resulta, portanto, de uma
comparação.
“esta senhora é uma santa”
 Paradoxo: consiste na reunião de ideias contraditórias num só
pensamento:
“É uma catedral horrível/Feitas de pedras bonitas
“Oh! Mundo encantador! Tu és medonho!
Sinestesia: Consiste na mistura de sensações: “Ouvi palavras
amargas da mãe”
CONTEXTO HISTÓRICO
Os fatos históricos fundamentais da época foram a
Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia,
em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630,
que perdurou até 1654.
GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA)
e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos
jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra
(Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno,
graças a sua irreverente obra satírica.
As principais temáticas das obras de Gregório de
Matos são satíricas, religiosas e amorosa.
A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de
textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem.
Soneto a Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Triste Bahia
Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
A ti tricou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

À mesma d. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Necessidades Forçosas da Natureza Humana
Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desemtupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa
Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
jaquemarcondes
 
Literatura - Barroco
Literatura - BarrocoLiteratura - Barroco
Literatura - Barroco
CrisBiagio
 

Mais procurados (20)

Cronologia E CaracteríSticas Dos Movimentos LiteráRios
Cronologia E CaracteríSticas Dos Movimentos LiteráRiosCronologia E CaracteríSticas Dos Movimentos LiteráRios
Cronologia E CaracteríSticas Dos Movimentos LiteráRios
 
Barroco aula
Barroco aulaBarroco aula
Barroco aula
 
2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)
 
Realismo no brasil
Realismo no brasilRealismo no brasil
Realismo no brasil
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Segunda geração modernista
Segunda geração modernistaSegunda geração modernista
Segunda geração modernista
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Pré modernismo
Pré  modernismoPré  modernismo
Pré modernismo
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Barroco
Barroco Barroco
Barroco
 
Literatura simbolismo
Literatura simbolismoLiteratura simbolismo
Literatura simbolismo
 
Romantismo Brasileiro - poesia e prosa
Romantismo Brasileiro - poesia e prosaRomantismo Brasileiro - poesia e prosa
Romantismo Brasileiro - poesia e prosa
 
Barroco literatura
Barroco literatura Barroco literatura
Barroco literatura
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Literatura - Barroco
Literatura - BarrocoLiteratura - Barroco
Literatura - Barroco
 
Realismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaRealismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - Literatura
 

Semelhante a Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

O barroco no brasil
O barroco no brasilO barroco no brasil
O barroco no brasil
carvalho31
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
joelson1
 
Barroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no BrasilBarroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no Brasil
Carolina Matuck
 
Movimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no BrasilMovimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no Brasil
Murilo Donini
 

Semelhante a Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768) (20)

O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
 
O barroco no brasil
O barroco no brasilO barroco no brasil
O barroco no brasil
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
Literatura.ppt
Literatura.pptLiteratura.ppt
Literatura.ppt
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
2- Perioddo Barroco.pptx
2- Perioddo Barroco.pptx2- Perioddo Barroco.pptx
2- Perioddo Barroco.pptx
 
Barroco 2.0
Barroco 2.0Barroco 2.0
Barroco 2.0
 
Barroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no BrasilBarroco e Arcadismo no Brasil
Barroco e Arcadismo no Brasil
 
Movimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no BrasilMovimento Literário Barroco no Brasil
Movimento Literário Barroco no Brasil
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Eja etapa VII - Literatura_Barroco no Brasil
Eja   etapa VII - Literatura_Barroco no BrasilEja   etapa VII - Literatura_Barroco no Brasil
Eja etapa VII - Literatura_Barroco no Brasil
 
Barroco brasileiro.pptx
Barroco brasileiro.pptxBarroco brasileiro.pptx
Barroco brasileiro.pptx
 
Literatura portuguesa barroco
Literatura portuguesa barrocoLiteratura portuguesa barroco
Literatura portuguesa barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Gregório de Mattos. O grande poeta brasileiro
Gregório de Mattos. O grande poeta brasileiroGregório de Mattos. O grande poeta brasileiro
Gregório de Mattos. O grande poeta brasileiro
 
Aula 06 barroco no brasil
Aula 06   barroco no brasilAula 06   barroco no brasil
Aula 06 barroco no brasil
 

Último

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 

Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

  • 2. O BARROCO O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava- se de um movimento apenas destinado à catequização. Significa " pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a ideia de irregularidade.. Outro importante representante da Literatura Barroca foi o padre Antônio Vieira que ganhou destaque com seus sermões.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8. PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO BARROCO O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. No campo da Literatura, podemos destacar o poeta Gregório de Matos e Guerra, também conhecido como "Boca do Inferno". Ele é considerado o mais importante poeta barroco brasileiro. Entre os artistas plásticos modernos com influencia barroca, citamos o pintor baiano Carlos Bastos. Na poesia destaca-se o poeta baiano Manuel Botelho de Oliveira e na prosa Antônio Vieira e Eusébio de Matos e Guerra.
  • 9. A CARA DO BARROCO E A ESTÉTICA DOS CONTRÁRIOS O estilo barroco nasceu em decorrência da crise do Renascimento, ocasionada, principalmente, pelas fortes divergências religiosas e imposições do catolicismo. Todo o rebuscamento presente na arte e literatura barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo presente no período renascentista. A arte barroca tinha que convencer, conquistar e impor admiração.
  • 10. CARACTERÍSTICAS Conflito espiritual: O homem barroco sente-se dilacerado e angustiado diante da alteração dos valores, dividindo-se entre o mundo espiritual e o mundo material. As figuras que melhor expressam esse estado de alma são a antítese e o paradoxo.
  • 11. FIGURAS DE LINGUAGEM NO BARROCO  Metáfora: é uma comparação implícita. Tem-se como exemplo o trecho a seguir, escrito por Gregório de Matos: Se és fogo, como passas brandamente? Se és neve, como queimas com porfia?  Antítese: reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Revela o contraste que o escritor vê em quase tudo. Observe a seguir o trecho de Manuel Botelho de Oliveira, no qual é descrita uma ilha, salientando-se seus elementos contrastantes: Vista por fora é pouco apetecida Porque aos olhos por feia é parecida; Porém, dentro habitada É muito bela, muito desejada, É como a concha tosca e deslustrosa, Que dentro cria a pérola formosa.
  • 12.  Hipérbole: traduz ideia de grandiosidade, exagero, pompa. Veja mais um exemplo de Gregório de Matos: É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida.  Prosopopeia: personificação de seres inanimados para dinamizar a realidade. Observe um trecho escrito pelo Padre Antônio Vieira: No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso de Luz.
  • 13.  Metáfora: é o emprego de uma palavra fora do seu significado básico por efeito de uma semelhança. Resulta, portanto, de uma comparação. “esta senhora é uma santa”  Paradoxo: consiste na reunião de ideias contraditórias num só pensamento: “É uma catedral horrível/Feitas de pedras bonitas “Oh! Mundo encantador! Tu és medonho! Sinestesia: Consiste na mistura de sensações: “Ouvi palavras amargas da mãe”
  • 14. CONTEXTO HISTÓRICO Os fatos históricos fundamentais da época foram a Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia, em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630, que perdurou até 1654.
  • 15.
  • 16. GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. As principais temáticas das obras de Gregório de Matos são satíricas, religiosas e amorosa.
  • 17. A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. Soneto a Nosso Senhor Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido Vos tem a perdoar mais empenhado. Se basta a voz irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história. Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada, Recobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
  • 18. Triste Bahia Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante. A ti tricou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando e, tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante. 
  • 19. À mesma d. Ângela Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que a não cortara, De verde pé, da rama fluorescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus o não idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
  • 20. Necessidades Forçosas da Natureza Humana Descarto-me da tronga, que me chupa, Corro por um conchego todo o mapa, O ar da feia me arrebata a capa, O gadanho da limpa até a garupa. Busco uma freira, que me desemtupa A via, que o desuso às vezes tapa, Topo-a, topando-a todo o bolo rapa, Que as cartas lhe dão sempre com chalupa. Que hei de fazer, se sou de boa cepa, E na hora de ver repleta a tripa, Darei por quem mo vase toda Europa? Amigo, quem se alimpa da carepa, Ou sofre uma muchacha, que o dissipa, Ou faz da mão sua cachopa