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COMPARAÇÃO E ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
(DOAR) E DA DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC)

INTRODUÇÃO
          Muito se tem escrito e discutido sobre a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR), pela Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), principalmente nos meios acadêmicos, conforme proposta do
Anteprojeto de Alteração da Lei 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades por Ações. Considerando como justificativa,
para tal substituição, seguir uma tendência internacional e suprir necessidades de analistas de mercado e investidores.
         Pesquisadores do assunto têm procurado conceituar a DOAR de forma acadêmica e evidenciar sua importância
e riqueza de informações. Contudo, os conceitos apresentados têm sido insuficientes para o perfeito entendimento das
transações a serem consideradas, e muitos contadores e outros profissionais com atividades relacionadas à área
financeira das empresas encontram dificuldades de interpretações, acarretando assim algumas distorções na elaboração
e análise desta demonstração.
        A DOAR tornou-se obrigatória no Brasil, pela Lei nº 6.404/76, no ano de 1978, quando da entrada em vigor
desta Lei, sendo obrigatória para todas as Companhias , conforme disposto nos seu artigo 176, item IV. Todavia, o
parágrafo 6º do mesmo artigo elimina a obrigatoriedade da elaboração e publicação para as companhias fechadas com
patrimônio líquido inferior a 20.000 ORTN - atualmente este valor alterado pela Lei 9.457/97 corresponde a R$
1.000.000,00 (um milhão de reais).
         A DFC, por sua vez, vem sendo adotada em vários Países, que estão utilizando esta em substituição à DOAR.
No Brasil a tendência é a mesma, embora haja muita discussão e controvérsia de opinião sobre esse assunto,
principalmente, quanto a melhoria ou não da riqueza das informações contábeis decorrentes desta mudança.
         Nosso propósito neste trabalho é discorrer sobre a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR) e sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), considerando suas qualidades e importância para os
usuários em suas tomadas de decisões, e tentar avaliar se essa substituição irá trazer benefícios ou perdas para a
contabilidade, no alcance de seus objetivos.


DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)
OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA DA DOAR
         Do ponto de vista de Marion1 “Explica a variação do Capital Circulante Líquido (Capital de Giro Próprio ou
Capital de Giro Líquido) ocorrida de um ano para outro. Ajuda-nos a compreender como e por que a Posição Financeira
mudou de um exercício para outro.”
        A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, também conhecida por Demonstração de Mudanças na
Posição Financeira ou ainda Demonstração do Fluxo de Fundos, tem por objetivo mostrar de forma organizada e
sumariada as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício,
evidenciar as alterações na posição financeir+a da empresa, e ainda:
   Identificar, resumidamente, as fontes de recursos responsáveis pelas alterações no capital de giro e onde esses
    recursos foram aplicados durante determinado período de tempo;
   Completar a divulgação sobre a posição financeira e sobre os resultados das operações durante o mesmo período
    de tempo;
   Orientar os que dela se utilizam, incluindo administradores e investidores, na tomada de decisões de ordem
    econômica e financeira referentes ao empreendimento.
Segundo Matarazzo2 temos o seguinte:
              “Com essa demonstração os usuários das demonstrações financeiras podem conhecer como fluíram os
              recursos ao longo de um exercício: quais foram os recursos gerados, face às aplicações já comprometidas
              e programadas, qual a participação das transações comerciais nos recursos totais gerados e aplicados,
              como foram administrados esses novos recursos e muitas outras. Enfim, a Demonstração do Fluxo de
              Fundos visa a permitir análise do aspecto financeiro dinâmico da empresa, tanto no que diz respeito ao
              movimento de investimentos e financiamentos, quanto relativamente à administração imprimida à
              empresa, sob o ângulo de obter e aplicar compativelmente os recursos.”
        Pela natureza das informações que contém, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – é
de muita utilidade, pois fornece informações que não constam nas demais demonstrações financeiras; está relacionada
tanto com o Balanço Patrimonial como com a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo complementar a ambas,


1
 MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 1998, p.407.
2
 MATARAZZO, Dante Carmine. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos: fundamentos, aspectos legais, elaboração e
análise. 1980. Dissertação (Mestrado), p. 8.
fornecendo as modificações na posição financeira da empresa pelo fluxo de recursos. Assim essa demonstração é muito
importante para o conhecimento e análise da empresa e seu comportamento no tempo.
           A Doar auxilia em importantes aspectos, evidenciados a seguir:
      Conhecimento da política de inversões permanentes da empresa e fontes dos recursos correspondentes;
      Constatação dos recursos gerados pelas operações próprias, ou seja, o lucro do exercício ajustado pelos itens que o
       integram, mas não afetam o CCL;
      Verificação de como foram aplicados os recursos obtidos com os novos empréstimos a longo prazo;
      Constatação de se e como a empresa está mantendo, reduzindo ou aumentando o seu Capital Circulante Líquido
       (CCL);
      Verificação da compatibilidade entre os dividendos e a posição financeira da empresa;
         A DOAR é utilizada pelos analistas financeiros, para avaliar as empresas em sua gestão de recursos no passado
e suas tendências futuras. Conforme explica Gitman3:
                 “A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos possibilita ao administrador financeiro analisar
                 as origens e aplicações históricas de recursos da empresa. Sua maior vantagem está na avaliação das
                 origens e aplicações. O conhecimento dos padrões históricos da utilização dos recursos dá ao
                 administrador financeiro melhores condições de planejar as necessidades futuras de recursos em prazos
                 intermediários e longos...”
        Isso tudo faz da DOAR uma demonstração essencial para os usuários interessados numa análise financeira
aprofundada, em especial para os credores e investidores.
VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)
        Na elaboração da DOAR a preocupação é evidenciar os itens que alteram o CCL, portanto não há necessidade
de mostrar os itens que se trocam dentro do próprio Ativo ou Passivo Circulantes, pois estes itens não provocam
modificações no Capital Circulante Líquido. Assim consideramos que todas as origens e/ou aplicações de recursos são
encontradas nos itens não correntes.
        Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas aplicações de
recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois
abrange um conceito muito mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação da Lei, é Capital
Circulante Líquido. Sendo que, o Capital Circulante Líquido (CCL) é representado pelo Ativo Circulante (AC) menos o
Passivo Circulante (PC), ou seja, CCL = AC - PC.
        A diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante representa os recursos financeiros à disposição da
sociedade, que serão utilizados para atender as operações do próximo exercício. Essa diferença tanto poderá ser positiva
como negativa.
      CCL positivo: ocorrerá quando o valor do AC for superior ao do PC - ( AC > PC );
      CCL negativo: ocorrerá quando o valor do AC for menor que o PC - ( AC < PC );
      CCL nulo: ocorrerá quando o valor do AC for igual ao do PC - ( AC = PC ).




         Mostrado como excesso do Ativo Circulante sobre Passivo Circulante, é a forma mais direta de obter-se o
Capital Circulante Líquido.


Capital Circulante Líquido             =        Ativo Circulante           -            Passivo Circulante
               (CCL)                                 (AC)                                      (PC)


         Mostrado pelo excesso de recursos não correntes sobre aplicações não correntes, O Capital Circulante Líquido
é representado pela parcela de recursos de longo prazo aplicados em itens de curto prazo, ou seja, identificando-se os
valores de financiamento total (próprios ou de terceiros) de longo prazo que excede as aplicações também de longo
prazo.
Capital Circulante Líquido        =     (Patr. Líq. + Ex. L. Prazo)   - (Ativo Perm. + Real. L. Prazo)
           (CCL)                             (PL)           (ELP)                (AP)     (RLP)


3
    GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira. 1987, p. 205.
Recursos não Correntes           Aplicações não Correntes


         O CCL é importante para análise financeira de uma empresa, considerando que:
   Dentro de algum tempo, quanto maior o CCL, maior será a capacidade da empresa em sair das dificuldades e voltar
    ao equilíbrio, ou seja, em construir o Fluxo de Caixa, esse tempo dependerá dos prazos de pagamentos,
    recebimentos e estocagem;
   Quanto menor o CCL menor será a capacidade de enfrentar adversidades e de recompor o Fluxo de Caixa, bem
    como, maior a dependência de empréstimos bancários ou equivalentes;
   O CCL é importante medida de estabilidade financeira;
         O CCL é um elemento chave que resulta do confronto de recursos não corrente, e aplicações não correntes. A
sua alteração decorre das alterações dos itens não correntes, os quais, por si só, são também de alta relevância.


ASPECTOS LEGAIS DA DOAR.
         A Lei nº 6.404/76 tornou obrigatória essa demonstração para todas as companhias, conforme já comentado
anteriormente, e em seu Art. 176 determina que:
              “Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
              companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do
              patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: (...) IV – demonstração das origens e
              aplicações de recursos.”
         O Art. 188 da Lei nº 6.404 reconhece os critérios de apresentação e o conteúdo dessa demonstração como
segue:
         “A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da
         companhia, discriminando:
         I – as origens de recursos, agrupadas em:
                  a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação
                      nos resultados de exercícios futuros;
                  b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
                  c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do
                      ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado.


         II – as aplicações de recursos, agrupados em:
                  a) dividendos distribuídos;
                  b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
                  c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
                  d) redução do passivo exigível a longo prazo.
         III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou
               redução do capital circulante líquido.
         IV – os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante
              líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.”
         Segundo Santos4, esta Lei, apesar de trazer grandes benefícios para a contabilidade brasileira deixou de
contemplar, no que se refere a DOAR, alguns aspectos importantes, como os ajustes do lucro líquido correspondentes a
ganho ou perda na venda de itens do ativo permanente, resultado apurado pelo método de equivalência patrimonial,
saldo da correção monetária e outros itens desta natureza.


DESCRIÇÃO DAS ORIGENS
         As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são:



4
 SANTOS, Ariovaldo dos. Anotações em sala de aula, disciplina Contabilidade Societária, Curso de Mestrado em Contabilidade e
Controladoria, USP, 2º semestre 1999.
a) Das próprias operações:
        Quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as
despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido).
        Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos simplesmente que:
se houver lucro, teremos uma origem de recursos e, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos.
         Em caso de a entidade obter prejuízo no exercício, esse deve ser apresentado no grupo de Aplicações, como
primeiro item do grupo. Entretanto, se a empresa está com prejuízo, mas, como decorrência dos ajustes, as operações
apresentam uma origem de recursos, a apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no agrupamento das Origens.
Por outro lado, se a empresa está com lucro, mas os ajustes evidenciam finalmente uma aplicação de recursos, deve
então ser apresentado o lucro e seus ajustes no agrupamento de Aplicações.
        Na seqüência apresentaremos algumas operações que devem ser ajustadas ao lucro ou prejuízo do exercício na
elaboração da DOAR:
   Depreciação, Amortização e Exaustão
         Estes itens constam como despesa do exercício, diminuindo o resultado, mas não reduzem o CCL; pois
representam redução do Ativo Permanente (Imobilizado ou Diferido) e redução no Patrimônio Líquido (Resultado),
não alterando os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Portanto, o valor desses itens registrados no ano deve ser
adicionado ao lucro líquido para apuração do valor efetivo dos recursos gerados pelas próprias operações.
   Variação nos Resultados de Exercícios Futuros - REF
        Essa conta representa lucro que, pelo regime de competência, pertence a exercícios futuros, porém já afetou o
CCL. Portanto, se o saldo de REF tem um aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu, aumentando o
CCL, mas sem que o tenha registrado como receita, ou seja, não fez parte do lucro do ano; entretanto, como se trata de
recebimento originado pelas operações da empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se, por outro lado,
houver redução do saldo desse grupo, este montante deve ser diminuído do lucro líquido.
   Lucro ou Prejuízo Registrado pelo Método da Equivalência Patrimonial para Investimentos em Coligadas e
    Controladas.
         Quando é utilizado este método na contabilização de investimentos, faz-se anualmente o registro de receita ou
despesa proporcional ao lucro ou prejuízo das investidas no período. Esse resultado, que afeta o lucro da investidora,
não afeta o seu CCL. Por isso, na apuração das origens de recursos das operações esse valor deve ser diminuído do
lucro líquido, se for receita, ou a ele acrescentado, se for despesa.
   Ajustes de Exercícios Anteriores
         A melhor forma de tratamento desse item é ajustá-lo nos saldos iniciais do balanço, na conta de Lucros ou
Prejuízos Acumulados, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores. Dessa forma as origens e aplicações de
recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito.
   Variações Monetárias de Dívidas de Longo Prazo
         Essas despesas afetam o lucro, mas, por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo
Prazo, não alteram o CCL. Não devem, por isso, aparecer como origem de recursos junto com o acréscimo do exigível a
longo prazo, mas como ajuste ao lucro líquido do exercício.
   Outros
        Além dos itens acima, pode haver outros que afetam o lucro, mas não afetam o CCL, devendo ter o mesmo
tratamento.
b) Dos Acionistas:
        Pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as
disponibilidades da empresa (capital circulante líquido).
Contribuições para Reservas de Capital
        Esses recursos podem ser recebidos dos próprios acionistas ou de terceiros, como segue:
   Ágio na emissão de ações, pelo valor efetivamente integralizado no exercício.
   Produto da alienação de partes beneficiárias e de bônus de subscrição, são também reservas de capital
    constituídas pelo ingresso de recursos que aumentam o CCL.
   Doações e Subvenções
         Outro tipo de reserva de capital. Uma doação recebida pode ser em dinheiro, afetando diretamente o CCL, e
também pode ser recebido um bem do imobilizado (terreno) não alterando o CCL, mas se faz necessário evidenciar a
modificação na posição financeira, registrando o valor atribuído como origem e também como aplicação.
c) De Terceiros
         Por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a
terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação do Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
   Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
         Pelo valor dos novos empréstimos recebidos no exercício e que geraram acréscimo no Ativo Circulante. O
valor dos novos empréstimos deve figurar pelo valor total como Origens, e as reduções por pagamentos ou transferência
para Passivo Circulante devem ser apresentadas como Aplicações.
   Redução do Realizável a Longo Prazo
        Decréscimo no saldo do Ativo Realizável a Longo Prazo representa normalmente origem de recursos, pois
geralmente é transferido para o Ativo Circulante através do recebimento ou da venda desse Ativo, com conseqüente
acréscimo no CCL. Da mesma forma, um acréscimo nesse saldo representa uma aplicação de recursos.
   Alteração e Baixas de Investimentos e Bens e Direitos do Ativo Imobilizado
         Na venda de um bem do Imobilizado, a alteração do CCL é pelo valor da venda. Como o lucro (ou prejuízo) na
transação está computado no resultado do exercício e, por outro lado, há uma redução no imobilizado pelo seu valor
líquido contábil, basta somá-los para se ter o valor da venda. Porém, para melhor evidenciação na DOAR, reduz-se do
lucro líquido o valor do lucro ou prejuízo da venda do imobilizado e, ao mesmo tempo, registra-se como origem o valor
total produzido por essa transação.


DESCRIÇÃO DAS APLICAÇÕES
       As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital Circulante Líquido, e as mais
comuns são:
a) Inversões Permanentes Derivadas de:
   aquisição de bens do Ativo Imobilizado;
   aquisição de novos investimentos permanentes em outras sociedades;
   aplicação de recursos no Ativo Diferido.
b) Pagamento de Empréstimos a Longo Prazo:
        Pois, assim como a obtenção de um novo financiamento representa uma origem, a sua liquidação significa
uma aplicação.
         Na verdade, como o conceito de Recursos é o Capital Circulante Líquido, a mera transferência de um saldo de
empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma
aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Líquido.
c) Remuneração de Acionistas:
        Derivada dos dividendos e/ou juros sobre capital próprio propostos e/ou distribuídos.


ORIGENS E APLICAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO, MAS APARECEM
NA DEMONSTRAÇÃO
        Além das origens e aplicações já relacionadas, há vários tipos de transações efetuadas que não afetam o CCL,
mas são representadas como Origens e Aplicações simultaneamente, como apresentado a seguir:
   Aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis a Longo Prazo. Neste caso, há
    uma aplicação pelo aumento do Ativo Permanente e ao mesmo tempo uma origem pelo financiamento obtido pelo
    aumento no Exigível a Longo Prazo.
   Conversão de Empréstimos de Longo Prazo em Capital. Neste caso há uma origem pelo aumento de capital e,
    simultaneamente, uma aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo.
   Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente. Situação também sem efeito sobre o CCL, mas representa
    origem com aumento de Capital e aplicação no recebimento dos bens do Ativo Permanente.
   Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo. Operação que também deve ser demonstrada na
    origem, como se fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para
    recebimento a Longo Prazo.
ESTRUTURA BÁSICA DA DOAR
I – ORIGENS DE RECURSOS

•   DAS OPERAÇÕES
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão
(+) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo
(+) Perda por Equivalência Patrimonial
(+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(+) Recebimentos no Período classificados como REF
(-) Ganhos por Equivalência Patrimonial
(-) Lucro na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(-) Transferência de REF para o Resultado do Exercício
(±) Outras Despesas e Receitas que não afetam o CCL

•   DOS PROPRIETÁRIOS
(+) Realização do Capital Social e Contribuições para Reservas de Capital

•   DE TERCEIROS
(+) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo
(+) Valor de alienação de Bens ou Direitos do Ativo Permanente
(+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
II – APLICAÇÕES DE RECURSOS
-   Dividendos pagos, creditados ou propostos
-   Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo
-   Aquisição de Bens e Direitos do Ativo Permanente
-   Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
III - VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
IV – DEMONSTRTAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CCL
    Elementos                                            Inicial               Final          Variações
Ativo Circulante (AC)                                      X                    X                 X
(-) Passivo Circulante (PC)                                X                    X                 X
(=) Capital Circulante Líquido (CCL)                       X                    X                 X


A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)
         A partir desse ponto iremos discorrer sobre a DFC, destacando os seus aspectos mais relevantes tais como:
objetivos, formas de apresentação, conteúdo, relação com as demais demonstrações contábeis, etc.
         O objetivo é evidenciar pontos importantes para a compreensão dessa demonstração contábil, que apesar de
não ser obrigatória por lei (pelo menos ainda, visto que, o anteprojeto de alteração da Lei 6.404/76 prevê a substituição
da DOAR pela DFC), revela-se como relevante para a análise financeira da empresa, principalmente a curto prazo.
         Em linhas gerais podemos entender a DFC como sendo o demonstrativo contábil que procura evidenciar o
fluxo de recebimentos e pagamentos, para um determinado período de tempo, feitos por uma entidade. O fluxo de caixa
compreende a movimentação das contas que representam as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa,
propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata.
No sentido de procurar uma melhor compreensão do que significa uma DFC podemos nos valer de alguns
conceitos que o IASC5 utiliza na sua NIC6 7, dentre os quais destacam-se:
CAIXA: compreende numerários em mãos e depósitos bancários disponíveis;
EQUIVALENTE A CAIXA: são investimentos a curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em
valores conhecidos de caixa e que estão sujeitos a insignificantes riscos de mudanças de valor;
FLUXOS DE CAIXA: são entradas e saídas de caixa e equivalentes a caixa.
         Por esta linha o Comitê diz que: “A Demonstração do Fluxo de Caixa deve reportar os fluxos de caixa durante
o período, classificados por atividades operacionais de investimentos ou financeiras”. No entendimento do Comitê, a
definição de cada uma dessas atividades é como se segue:
ATIVIDADES OPERACIONAIS - são as principais atividades geradoras de receitas da empresa e outras atividades
diferentes de investimento e financeiras. Os fluxos de caixa decorrentes dessas atividades derivam basicamente das
seguintes operações: recebimentos de vendas de mercadorias ou serviços, comissões, etc., e pagamentos a fornecedores,
empregados, impostos e outros desta natureza.
        Para o Comitê, as informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos,
em conjunto com outras informações, são úteis, porquanto possibilitam a projeção de fluxos futuros de caixa
operacionais. Este mesmo fluxo indica a capacidade que as operações da empresa tem de gerar fluxos de caixa para
amortização de empréstimo, manutenção da capacidade operacional da empresa, pagamento de dividendos e realizações
de novos investimentos.
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO - são as aquisições e vendas de ativos de longo prazo e outros investimentos não
inclusos nos equivalentes a caixa. No entendimento do IASC a divulgação segregada dos fluxos de caixa decorrentes
das atividades de investimentos tem sua importância à medida que revelam a abrangência dos dispêndios feitos com
recursos destinados a gerar futuras receitas e fluxos de caixa. Como exemplos de fluxos de caixas decorrentes desse tipo
de atividade tem-se:
   desembolso para aquisição de ativos imobilizados, intangíveis e outros ativos de longo prazo;
   recebimentos decorrentes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;
   recebimentos em função da venda e desembolsos decorrentes de aquisição de: ações ou instrumentos de dívida de
    outras empresas e interesses em joint ventores;
   adiantamento de caixa e empréstimos feitos a terceiros e seus respectivos recebimentos e/ou amortização, com
    exceção daqueles feitos por uma instituição financeira;
   desembolsos/recebimentos por contratos de futuros, contratos a termo, contratos de opção e swap, com exceção
    daqueles que se destinam para intermediação ou transação própria, ou os pagamentos/recebimentos são
    classificados como atividade financeira;
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO: são atividades que resultam em mudanças no tamanho e na composição do
capital e empréstimos a pagar da empresa. O IASC considera que a divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes
das atividades financeiras é importante em função da sua utilidade na predição das exigências impostas a futuros fluxos
de caixa pelos fornecedores de capital à empresa. Como exemplo de fluxos de caixa decorrente desse tipo de atividade
tem-se:
   numerários recebidos provenientes da emissão de ações ou outros instrumentos de capital;
   pagamentos de investidores para adquirir ou resgatar ações da empresa;
   numerários recebidos provenientes da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outras
    modalidades de captação de empréstimos a curto e longo prazos;
   amortização de empréstimos a pagar; e
   pagamentos por um arrendatário pela redução do passivo pendente relativo a um arrendamento financeiro.
Através da NIC 7,O IASC destaca ainda que:
               “As informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa, são úteis para proporcionar aos usuários das
               demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a empresa gerar caixa e valores
               equivalentes a caixa e as necessidades da empresa para utilizar esses fluxos de caixa. As decisões
               econômicas que são tomadas pelos usuários exigem uma avaliação da capacidade de a empresa gerar
               caixa e valor equivalente a caixa, bem como da época e certeza na geração de tais recursos.”


5
  International Accounting Standards Committee ( Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade). Organismo independente do
setor privado, que tem como objetivo alcançar uniformidade nos princípios contábeis utilizados pelas empresas e outras instituições
que preparam demonstrações contábeis no mundo.
6
  Normas Internacionais de Contabilidade
Pelo exposto nota-se que a DFC é um relatório contábil importante para entendimento da situação financeira de
curto prazo da empresa, bem como para predição da sua capacidade futura de geração de caixa, que em última análise é
um dos objetivos da empresa.
         Para uma análise mais completa, portanto, tanto o FASB quanto o IASC entendem que esta demonstração deve
compreender as informações referentes aos fluxos de caixa gerados pelas atividades operacionais, de investimentos e
financeiras da empresa.


OBJETIVOS DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
         Segundo Barbieri7 “a demonstração do Fluxo de caixa tem como objetivo principal fornecer informações
relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa de uma entidade, durante certo período”.
         Nesta mesma linha Pinho8 comenta que “A função primordial da preparação de uma demonstração dos fluxos
de caixa é a de propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de uma entidade
para um determinado período de tempo.”
         Note-se que o autor referenciado usa o termo “Fluxos de Caixa”. Cabe aqui comentar que, como bem afirma
Barbieri9, toda bibliografia existente no Brasil usa a denominação “Fluxo de Caixa”, contudo no Boletim n.º 95 do
FASB o título dado é Demonstração de Fluxos de Caixa (em inglês seria Statement of Cash Flows). Consideramos não
ser relevante a discussão de qual seria denominação mais correta, portanto no decorrer deste trabalho utilizaremos a
denominação mais comum: “Fluxo de Caixa”.
        Ainda segundo Pinho10, as informações contidas na DFC, quando são utilizadas conjuntamente com as
informações contidas nas outras demonstrações contábeis, poderão auxiliar aos usuários na avaliação da capacidade da
entidade de gerar fluxos de caixa líquidos positivos decorrentes de suas atividades, visando atender às suas obrigações
bem como pagar dividendos aos seus acionistas.
         Seguindo ainda o raciocínio deste autor, ele chama atenção para o fato de que o atingimento dos objetivos da
DFC só será possível à medida que esta demonstração esteja refletindo as transações de caixa das atividades
operacionais, das atividades de investimento e das atividades de financiamento, bem como a apresentação de uma
conciliação de um resultado e um fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, visando fornecer
informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e demais eventos que afetam o resultado.
         O IASC, na norma já referenciada, destaca alguns benefícios das informações sobre os Fluxos de Caixa, quais
sejam:
   quando utilizado em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os
    usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira e sua habilidade para
    afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e às
    oportunidades;
   são úteis para avaliar a capacidade da empresa produzir recursos de caixa e valores equivalentes e habilitar os
    usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas;
   aumenta a comparabilidade dos relatórios do desempenho operacional por diferentes empresas, por que elimina os
    efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis, para as mesmas transações e eventos;
   possibilidade de uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador da importância, época e
    certeza de futuros fluxos de caixa;
   utilidade para conferir a exatidão de avaliações anteriormente feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação
    entre a lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações de preço.
       Ainda sobre os objetivos da DFC, Matarazzo11, de um ponto de vista mais voltado para a análise de
demonstrações contábeis e não apenas da divulgação da informação contábil, identifica outros objetivos da DFC, quais
sejam:
   avaliar alternativas de investimentos;
   avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexo monetário;
   avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de
    iliquidez;
   certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados;


7
  BARBIERI, Geraldo. Fluxo de Caixa – Modelo Para Bancos Múltiplos, p. 17
8
  PINHO, Adelino Dias. Demonstração dos Fluxos de Caixa. p. 8.
9
  id.; Ibid., p. 35.
10
   Id.; Ibid., p. 8.
11
   MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços, p. 370.
Sobre a capacidade informativa do Fluxo de Caixa, Iudícibus12 destaca que comparativamente a Demonstração
de Origens e Aplicação de Recursos, a superioridade daquela normalmente está vinculada às análises de curto prazo e à
gerência financeira do dia-a-dia, enquanto que esta está voltada principalmente para análise a médio e longo prazos.


FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
         São duas as formas de apresentação do fluxo de caixa. A forma decorrente do método direto e o método
indireto. Ambas são previstas pelo FASB através de sua FAS 95. Por outro lado o IASC na sua NIC 7 não faz nenhuma
referência a forma de apresentação da DFC.
        Em relação as formas de elaboração da DFC, no que tange à identificação do caixa gerado pelas operações da
empresa Campos Filho13, destaca que:
              “O FAS 95 recomenda às empresas relatar os fluxos de caixa diretamente...
              As empresas que decidirem não mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a
              mesma importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais indiretas, ajustando o lucro
              líquido para reconciliá-los ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais. . . eliminando os efeitos:
              a)    de todos os diferimentos de recebimentos e pagamentos operacionais passados e de todas as
                    provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros; e
              b) de todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e pagamentos
                 operacionais.”
         Como se percebe, a orientação do FASB é para que as empresas americanas adotem, preferencialmente, o
método direto para divulgação dos fluxos de caixa da empresa, sem no entanto estabelecer uma obrigatoriedade de sua
utilização.
          Cabe destacar que quando se fala no método de apresentação de fluxo de caixa, estamos nos referindo à parte
relativa as atividades operacionais, já que as atividades de investimento e financiamentos não possuem distinção tanto
no método direto quanto no indireto, como será mostrado a seguir:


O MÉTODO DIRETO
        Por este método, a DFC evidencia todos os pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades operacionais
da empresa, devendo apresentar os componentes do fluxo por seus valores brutos.
       Como bem afirma Pinho14, a opção para este método deve apresentar, no mínimo os seguintes tipos de
pagamentos e recebimentos relacionados às operações:
    recebimentos de clientes;
    juros e dividendos recebidos;
    pagamentos de fornecedores e empregados;
    juros pagos;
    imposto de renda pago;
    outros recebimentos e pagamentos
         Segundo Campos Filho15, este método também é conhecido como a abordagem das contas T (T Account
Approuach), e consiste em classificar os recebimentos e pagamentos utilizando as partidas dobradas e tem como
vantagem permitir a geração de informações com base em critérios técnicos livres de qualquer interferência da
legislação fiscal. Neste método começa-se a explicação dos caixas gerados pelas operações da empresa pelo
recebimento das vendas.




12
   IUDÍCIBUS, Sérgio de, et all. Contabilidade Introdutória, p. 231.
13
   Id.; Ibid.; p. 41.
14
   Id.; Ibid.; p. 9.
15
   CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa. p. 231.
A seguir mostraremos um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no modelo FAS 95, ou
seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades:
                                              Fluxo de Caixa
Das Atividades Operacionais
(+) Recebimentos de Clientes e outros
(-) Pagamentos a Fornecedores
(-) Pagamentos a Funcionários
(-) Recolhimentos ao Governo
(-) Pagamentos a Credores Diversos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades Operacionais
Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos
Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento
Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades
DISPONIBILIDADES- no início do período
DISPONIBILIDADES- no final do período


        O Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações apresenta um modelo semelhante a este embora, não
considere a segregação na DFC em atividades operacional, de investimento e de financiamento.
         Martins16 em seu artigo denominado “Um novo fluxo de caixa (FASB 95)”, publicado no boletim IOB n.º
13/88, dá uma outra nomenclatura ao método direto, denominando-o de fluxo no sentido restrito ou completo.
         Fazendo comentários ao modelo proposto pelo FASB, Martins 17 destaca a inegável capacidade informativa que
este modelo tem. Ao permitir a análise segregada por itens operacionais, de investimento e financiamento, contudo,
chama atenção para o fato de que o fluxo de caixa sozinho, apesar de mostrar o que ocorreu, não concilia déficits
financeiros que possam ocorrer com o lucro do período, apesar de, na opinião do autor isso ser perfeitamente possível.


O MÉTODO INDIRETO
         De acordo com Barbieri18, o método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das
atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustados pelos itens que afetam o resultado (tais como depreciação,
amortização e exaustão), mas que não modificam o caixa da empresa.
         Como bem destaca o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, o método indireto, principalmente
pela sua parte inicial (lucro líquido ajustado), é semelhante a DOAR, contudo Iudícibus 19, apesar de seguir a mesma
linha dos autores já referenciados, comenta que no método indireto parte-se do lucro líquido para, após os ajustes
necessários chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas operações registradas na DRE, contudo
no que se refere a semelhança com a DOAR, o autor destaca que as comparações se estendem apenas as contas
circulantes.
16
   MARTINS, Eliseu. Um novo fluxo de caixa, Um novo fluxo de caixa (FSB 95), p. 128.
17
   Ib.; Ibid. p. 126.
18
   BARBIERI, Geraldo. Fluxo de Caixa – Modelo para Bancos Múltiplos. P.19.
19
   Id.; Ibid.; p. 234.
Martins, no artigo já referenciado, contudo, considera que a possibilidade de utilização dos dois métodos para a
elaboração da DFC seja algo negativo. Para o autor, pelo fato de não existir proibição de utilização do método indireto,
este passará a ser mais utilizado pelas companhias por ser de mais fácil montagem, apesar de ser mais difícil a sua
compreensão por parte dos usuários.
        A seguir mostramos um modelo genérico de DFC pelo método indireto, também baseado no modelo adotado
pelo FASB:
                                             Fluxo de Caixa
Lucro Líquido
(-) Aumento de Estoques
(+) Depreciação
(-) Aumento de Clientes
(+) Pagamento a Funcionários
(+) Contas a Pagar
(+) Pagamentos de Impostos e Tributos
(+) Aumentos de Fornecedores
(=) Fluxo de Caixa Operacional Líquido
Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos
Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento
Aumento/Diminuição nas Disponibilidades
DISPONIBILIDADES- no início do período
DISPONIBILIDADES- no final do período


         O Manual das Sociedades por Ações, em seu modelo proposto, o qual não apresentaremos neste trabalho,
apenas faz a segregação da atividade operacional, sem identificação das demais atividades.
         A este método indireto Martins20, denomina-o de método simplificado ou conceito amplo de fluxo de caixa.
          Neste ponto chamamos a atenção para o destaque que Iudícibus21 faz em relação ao fato de que o método
indireto, apesar de ser tecnicamente correto, não é a forma mais adequada de elaboração de DFC, em função de que
trabalha com conceitos abstratos, o que acaba afetando a clareza das informações divulgadas. O melhor procedimento
seria evidenciar a DFC pelo método direto e em quadro a parte, ou nota explicativa, a conciliação entre o lucro líquido e
o valor do caixa gerado pelas operações.
          Em relação aos modelos de DFC propostos pelo FASB, achamos pertinente destacar alguns pontos críticos
levantados por Santos e Lustosa22 sobre à objetividade ou não desta demonstração de fluxo. Os autores destacam que o
modelo do FASB de DFC é amplamente utilizado em diversos Países do mundo inclusive o Brasil, e que existe uma
série de aspectos controversos sobre os quais ainda não há consenso.

20
   Id.; Ibid.; p. 128.
21
   Id. Ibid.; p. 236-237.
22
   SANTOS, Ariovaldo dos e LUSTOSA, Paulo Roberto B. Demonstração de Fluxos de Caixa: Uma reflexão sobre objetividade (ou
falta de) do Fluxo de Caixa. 1999, pag 1.
Os pontos críticos levantados pelos autores são os seguintes:
   tratamento das transações sem efeito no caixa (transações virtuais do caixa);
   tratamento dos investimentos de curto prazo de altíssima liquidez (equivalente-caixa);
   método direto ou indireto para apurar o fluxo de caixa das atividades operacionais;
   classificação de certas movimentações (juros e dividendos, pagos e recebidos, liquidação das compras a prazo)
    pelos três grupos de atividades;
   tratamento das entradas e saídas de caixa.
         Os autores na obra citada, acabam por fazer algumas considerações a respeito da relação umbilical existente
entre DFC e as demonstrações contábeis, e destacam algumas incoerências que existem na forma de elaboração da
mesma, com base no FAS 95, porém com objetivo de contribuírem para a discussão sobre o modelo que poderá vir a ser
utilizado no Brasil.


COMPARAÇÃO ENTRE A DOAR E A DFC
          A DOAR possui alguns pontos comuns com a DFC, porém é muito mais rica em informações. A DOAR é mais
analítica, mostra a posição financeira, suas tendências futuras. A DFC propicia informações concretas, se houve ou
haverá dinheiro, quanto se deve tomar de empréstimos. A DFC é um instrumento com característica de curto prazo,
voltada para o usuário interno, já ao usuário externo deixa a desejar. Já a DOAR tem característica de médio e longo
prazos, permite a seus usuários perceber a política e a tendência das empresas no futuro.
         Enquanto a DFC compreende o movimento de fluxo de dinheiro, a DOAR volta-se para a movimentação
havida nos recursos e aplicações permanentes, ou de longo prazo e, como conseqüência disto, o impacto na situação
financeira, espelhada pela variação do CCL.
        A DOAR forma com outras demonstrações contábeis uma base de dados sobre situação econômico-financeira
e o de desempenho da empresa. Não substitui e nem deveria ser substituída pelas demais demonstrações pela
importância das informações que o conjunto propicia aos usuários. Pelo que se recomenda seja a DOAR divulgada
sempre que forem as outras demonstrações.
         A DFC utiliza o conceito de caixa, que é de mais fácil entendimento pelos usuários das informações contábeis,
principalmente pelos que não têm conhecimento apurado sobre contabilidade. O método direto é de mais fácil
compreensão, enquanto que o método indireto se aproxima mais da própria DOAR e apresenta informações mais
apuradas da posição financeira da empresa.


VANTAGENS DA DOAR
         A DOAR mostra a rota ou rumos que vem sendo seguida pela administração financeira, as fontes utilizadas
para financiar as atividades, a velocidade e as modificações sofridas e as tendências futuras das condições da empresa,
complementando tanto as informações do Balanço quanto da Demonstração de Resultado, pois o Balanço apresenta
uma posição financeira estática, a Demonstração de Resultado demonstra o lucro líquido e a DOAR ajusta-o
demonstrando o que isto representou em termos de recursos financeiros, e ainda:
   Possibilita um melhor conhecimento da política de investimentos e de financiamento da empresa;
   A DOAR é uma demonstração de mesmo nível e importância do que o Balanço e a Demonstração de Resultado;
   O CCL é um elemento importante na administração financeira da empresa. Quanto maior o CCL maior a
    possibilidade da empresa manter uma boa liquidez;
   A DOAR responde questões fundamentais sobre a situação financeira da empresa, suas alterações, tendências bem
    como sobre a habilidade da gerência;
   A DOAR é muito útil como instrumento gerencial;
   É imprescindível para análise externa à empresa e deve fazer parte do conjunto de demonstrações a serem
    analisadas;
   Mostra além da variação do CCL as mudanças na posição financeira como um todo, ou seja, nos itens não correntes
    que alteram o quadro de financiamentos e investimentos.
VANTAGENS DA DFC
        A DFC evidencia o confronto entre as entradas e saídas de caixa, se haverá sobras ou faltas de dinheiro,
permitindo à administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los, e
ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos
monetários, e ainda ;
   Mostra a real condição de pagamento das dívidas;
   Informa sobre os problemas de insolvência e liquidez, podendo prevenir da falência;
   Segundo alguns autores a DFC é muito mais fácil de se entender do que a DOAR;
   Evidencia como a empresa gerou caixa e como ela o gastou;
   A DFC é um instrumento com utilização de nível mundial, assim é importante a sua utilização;
   A DFC é um importante instrumento gerencial, principalmente a curto prazo, mostrando a necessidade de caixa da
    empresa;
   Mostra o montante de recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e auxiliando em
    suas aplicações;
   Busca o equilíbrio entre os ingressos e desembolsos de caixa da empresa, desenvolvendo um controle nas contas do
    ativo e passivo circulante;


CONCLUSÃO
        A contabilidade, que tem como função central a produção e comunicação de informações úteis para um
conjunto de usuários com objetivos informacionais distintos, tem enfrentado nos últimos tempos críticas quanto a forma
que se tem utilizado para cumprir sua tarefa, em função de que, para alguns usuários, os meios (demonstrações
contábeis) não alcança os fins ( comunicação de informação útil) .
         A discussão que se tem atualmente em função da possível substituição da DOAR pela DFC é bastante
interessante à medida que possa contribuir para estabelecimento de um modelo de DFC tecnicamente mais adequada,
quando passar a vigorar em nosso país a obrigatoriedade da divulgação da DFC.
         Tanto a DOAR como a DFC têm alguns pontos que são passivos de criticas em sua eficácia como instrumento
de informações. A DOAR apresenta o conceito abstrato de Capital Circulante Líquido que pode aparentemente
apresentar uma situação confortável para a empresa, mas devido os prazos de recebimentos e estocagem serem
elevados, a empresa pode ficar com dificuldades financeiras a curto prazo. Já a DFC pode facilmente ser manipulada, a
empresa pode conduzir seus fluxos de caixa, atrasando os pagamentos a fornecedores, apresentando assim uma situação
financeira irreal, além de seu conteúdo informacional ser inferior ao da DOAR.
         Como podemos observar neste trabalho, a DOAR e a DFC são demonstrações que objetivam informar sobre a
situação financeira da empresa (liquidez e solvência), a primeira dando ênfase ao CCL e à posição financeira como um
todo e a segunda dando ênfase ao caixa, em seus recebimentos e pagamentos.
        Considerando as características da DOAR e da DFC pelo método direto, podemos concluir que uma
demonstração complementa a outra, assim as informações que a DOAR não evidencia dentro do próprio circulante
(CCL), seriam apresentadas pela DFC (método direto). Portanto, a maioria das criticas feitas a essas demonstrações
seriam eliminadas, se ambas fossem apresentadas em conjunto, aumentando assim a qualidade das informações
contábeis.
        Assim em meio das discussões que estão acontecendo, no sentido de ganho ou perda da qualidade das
informações, na substituição da DOAR pela DFC como uma tendência mundial e já incluída no anteprojeto de reforma
da Lei 6.404/76 das S.A., é importante que se analise a possibilidade de apresentação dessas duas demonstrações em
conjunto com as demais, para assim obtermos uma melhoria na qualidade das informações contábeis e, atendendo a um
maior número de usuários.
BIBLIOGRAFIA
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     1-11, 1999.
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     4 ed. - São Paulo: Atlas, 1995.
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     Santos Braga. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1987.
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     contábil e balanços. Bol. n. 39, pag. 1-7, 1999.
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     DOAR. Caderno de Estudos - FIPECAFI. Vol. 8, pag. 38-66, jan-abr/1995.
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Demonstração das origens e aplicações de recursos

  • 1. COMPARAÇÃO E ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) E DA DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC) INTRODUÇÃO Muito se tem escrito e discutido sobre a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), pela Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), principalmente nos meios acadêmicos, conforme proposta do Anteprojeto de Alteração da Lei 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades por Ações. Considerando como justificativa, para tal substituição, seguir uma tendência internacional e suprir necessidades de analistas de mercado e investidores. Pesquisadores do assunto têm procurado conceituar a DOAR de forma acadêmica e evidenciar sua importância e riqueza de informações. Contudo, os conceitos apresentados têm sido insuficientes para o perfeito entendimento das transações a serem consideradas, e muitos contadores e outros profissionais com atividades relacionadas à área financeira das empresas encontram dificuldades de interpretações, acarretando assim algumas distorções na elaboração e análise desta demonstração. A DOAR tornou-se obrigatória no Brasil, pela Lei nº 6.404/76, no ano de 1978, quando da entrada em vigor desta Lei, sendo obrigatória para todas as Companhias , conforme disposto nos seu artigo 176, item IV. Todavia, o parágrafo 6º do mesmo artigo elimina a obrigatoriedade da elaboração e publicação para as companhias fechadas com patrimônio líquido inferior a 20.000 ORTN - atualmente este valor alterado pela Lei 9.457/97 corresponde a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). A DFC, por sua vez, vem sendo adotada em vários Países, que estão utilizando esta em substituição à DOAR. No Brasil a tendência é a mesma, embora haja muita discussão e controvérsia de opinião sobre esse assunto, principalmente, quanto a melhoria ou não da riqueza das informações contábeis decorrentes desta mudança. Nosso propósito neste trabalho é discorrer sobre a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), considerando suas qualidades e importância para os usuários em suas tomadas de decisões, e tentar avaliar se essa substituição irá trazer benefícios ou perdas para a contabilidade, no alcance de seus objetivos. DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA DA DOAR Do ponto de vista de Marion1 “Explica a variação do Capital Circulante Líquido (Capital de Giro Próprio ou Capital de Giro Líquido) ocorrida de um ano para outro. Ajuda-nos a compreender como e por que a Posição Financeira mudou de um exercício para outro.” A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, também conhecida por Demonstração de Mudanças na Posição Financeira ou ainda Demonstração do Fluxo de Fundos, tem por objetivo mostrar de forma organizada e sumariada as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício, evidenciar as alterações na posição financeir+a da empresa, e ainda:  Identificar, resumidamente, as fontes de recursos responsáveis pelas alterações no capital de giro e onde esses recursos foram aplicados durante determinado período de tempo;  Completar a divulgação sobre a posição financeira e sobre os resultados das operações durante o mesmo período de tempo;  Orientar os que dela se utilizam, incluindo administradores e investidores, na tomada de decisões de ordem econômica e financeira referentes ao empreendimento. Segundo Matarazzo2 temos o seguinte: “Com essa demonstração os usuários das demonstrações financeiras podem conhecer como fluíram os recursos ao longo de um exercício: quais foram os recursos gerados, face às aplicações já comprometidas e programadas, qual a participação das transações comerciais nos recursos totais gerados e aplicados, como foram administrados esses novos recursos e muitas outras. Enfim, a Demonstração do Fluxo de Fundos visa a permitir análise do aspecto financeiro dinâmico da empresa, tanto no que diz respeito ao movimento de investimentos e financiamentos, quanto relativamente à administração imprimida à empresa, sob o ângulo de obter e aplicar compativelmente os recursos.” Pela natureza das informações que contém, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – é de muita utilidade, pois fornece informações que não constam nas demais demonstrações financeiras; está relacionada tanto com o Balanço Patrimonial como com a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo complementar a ambas, 1 MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 1998, p.407. 2 MATARAZZO, Dante Carmine. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos: fundamentos, aspectos legais, elaboração e análise. 1980. Dissertação (Mestrado), p. 8.
  • 2. fornecendo as modificações na posição financeira da empresa pelo fluxo de recursos. Assim essa demonstração é muito importante para o conhecimento e análise da empresa e seu comportamento no tempo. A Doar auxilia em importantes aspectos, evidenciados a seguir:  Conhecimento da política de inversões permanentes da empresa e fontes dos recursos correspondentes;  Constatação dos recursos gerados pelas operações próprias, ou seja, o lucro do exercício ajustado pelos itens que o integram, mas não afetam o CCL;  Verificação de como foram aplicados os recursos obtidos com os novos empréstimos a longo prazo;  Constatação de se e como a empresa está mantendo, reduzindo ou aumentando o seu Capital Circulante Líquido (CCL);  Verificação da compatibilidade entre os dividendos e a posição financeira da empresa; A DOAR é utilizada pelos analistas financeiros, para avaliar as empresas em sua gestão de recursos no passado e suas tendências futuras. Conforme explica Gitman3: “A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos possibilita ao administrador financeiro analisar as origens e aplicações históricas de recursos da empresa. Sua maior vantagem está na avaliação das origens e aplicações. O conhecimento dos padrões históricos da utilização dos recursos dá ao administrador financeiro melhores condições de planejar as necessidades futuras de recursos em prazos intermediários e longos...” Isso tudo faz da DOAR uma demonstração essencial para os usuários interessados numa análise financeira aprofundada, em especial para os credores e investidores. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) Na elaboração da DOAR a preocupação é evidenciar os itens que alteram o CCL, portanto não há necessidade de mostrar os itens que se trocam dentro do próprio Ativo ou Passivo Circulantes, pois estes itens não provocam modificações no Capital Circulante Líquido. Assim consideramos que todas as origens e/ou aplicações de recursos são encontradas nos itens não correntes. Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito muito mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação da Lei, é Capital Circulante Líquido. Sendo que, o Capital Circulante Líquido (CCL) é representado pelo Ativo Circulante (AC) menos o Passivo Circulante (PC), ou seja, CCL = AC - PC. A diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante representa os recursos financeiros à disposição da sociedade, que serão utilizados para atender as operações do próximo exercício. Essa diferença tanto poderá ser positiva como negativa.  CCL positivo: ocorrerá quando o valor do AC for superior ao do PC - ( AC > PC );  CCL negativo: ocorrerá quando o valor do AC for menor que o PC - ( AC < PC );  CCL nulo: ocorrerá quando o valor do AC for igual ao do PC - ( AC = PC ). Mostrado como excesso do Ativo Circulante sobre Passivo Circulante, é a forma mais direta de obter-se o Capital Circulante Líquido. Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante (CCL) (AC) (PC) Mostrado pelo excesso de recursos não correntes sobre aplicações não correntes, O Capital Circulante Líquido é representado pela parcela de recursos de longo prazo aplicados em itens de curto prazo, ou seja, identificando-se os valores de financiamento total (próprios ou de terceiros) de longo prazo que excede as aplicações também de longo prazo. Capital Circulante Líquido = (Patr. Líq. + Ex. L. Prazo) - (Ativo Perm. + Real. L. Prazo) (CCL) (PL) (ELP) (AP) (RLP) 3 GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira. 1987, p. 205.
  • 3. Recursos não Correntes Aplicações não Correntes O CCL é importante para análise financeira de uma empresa, considerando que:  Dentro de algum tempo, quanto maior o CCL, maior será a capacidade da empresa em sair das dificuldades e voltar ao equilíbrio, ou seja, em construir o Fluxo de Caixa, esse tempo dependerá dos prazos de pagamentos, recebimentos e estocagem;  Quanto menor o CCL menor será a capacidade de enfrentar adversidades e de recompor o Fluxo de Caixa, bem como, maior a dependência de empréstimos bancários ou equivalentes;  O CCL é importante medida de estabilidade financeira; O CCL é um elemento chave que resulta do confronto de recursos não corrente, e aplicações não correntes. A sua alteração decorre das alterações dos itens não correntes, os quais, por si só, são também de alta relevância. ASPECTOS LEGAIS DA DOAR. A Lei nº 6.404/76 tornou obrigatória essa demonstração para todas as companhias, conforme já comentado anteriormente, e em seu Art. 176 determina que: “Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: (...) IV – demonstração das origens e aplicações de recursos.” O Art. 188 da Lei nº 6.404 reconhece os critérios de apresentação e o conteúdo dessa demonstração como segue: “A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: I – as origens de recursos, agrupadas em: a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital; c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado. II – as aplicações de recursos, agrupados em: a) dividendos distribuídos; b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d) redução do passivo exigível a longo prazo. III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido. IV – os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.” Segundo Santos4, esta Lei, apesar de trazer grandes benefícios para a contabilidade brasileira deixou de contemplar, no que se refere a DOAR, alguns aspectos importantes, como os ajustes do lucro líquido correspondentes a ganho ou perda na venda de itens do ativo permanente, resultado apurado pelo método de equivalência patrimonial, saldo da correção monetária e outros itens desta natureza. DESCRIÇÃO DAS ORIGENS As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são: 4 SANTOS, Ariovaldo dos. Anotações em sala de aula, disciplina Contabilidade Societária, Curso de Mestrado em Contabilidade e Controladoria, USP, 2º semestre 1999.
  • 4. a) Das próprias operações: Quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos simplesmente que: se houver lucro, teremos uma origem de recursos e, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos. Em caso de a entidade obter prejuízo no exercício, esse deve ser apresentado no grupo de Aplicações, como primeiro item do grupo. Entretanto, se a empresa está com prejuízo, mas, como decorrência dos ajustes, as operações apresentam uma origem de recursos, a apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no agrupamento das Origens. Por outro lado, se a empresa está com lucro, mas os ajustes evidenciam finalmente uma aplicação de recursos, deve então ser apresentado o lucro e seus ajustes no agrupamento de Aplicações. Na seqüência apresentaremos algumas operações que devem ser ajustadas ao lucro ou prejuízo do exercício na elaboração da DOAR:  Depreciação, Amortização e Exaustão Estes itens constam como despesa do exercício, diminuindo o resultado, mas não reduzem o CCL; pois representam redução do Ativo Permanente (Imobilizado ou Diferido) e redução no Patrimônio Líquido (Resultado), não alterando os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Portanto, o valor desses itens registrados no ano deve ser adicionado ao lucro líquido para apuração do valor efetivo dos recursos gerados pelas próprias operações.  Variação nos Resultados de Exercícios Futuros - REF Essa conta representa lucro que, pelo regime de competência, pertence a exercícios futuros, porém já afetou o CCL. Portanto, se o saldo de REF tem um aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu, aumentando o CCL, mas sem que o tenha registrado como receita, ou seja, não fez parte do lucro do ano; entretanto, como se trata de recebimento originado pelas operações da empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se, por outro lado, houver redução do saldo desse grupo, este montante deve ser diminuído do lucro líquido.  Lucro ou Prejuízo Registrado pelo Método da Equivalência Patrimonial para Investimentos em Coligadas e Controladas. Quando é utilizado este método na contabilização de investimentos, faz-se anualmente o registro de receita ou despesa proporcional ao lucro ou prejuízo das investidas no período. Esse resultado, que afeta o lucro da investidora, não afeta o seu CCL. Por isso, na apuração das origens de recursos das operações esse valor deve ser diminuído do lucro líquido, se for receita, ou a ele acrescentado, se for despesa.  Ajustes de Exercícios Anteriores A melhor forma de tratamento desse item é ajustá-lo nos saldos iniciais do balanço, na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores. Dessa forma as origens e aplicações de recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito.  Variações Monetárias de Dívidas de Longo Prazo Essas despesas afetam o lucro, mas, por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não alteram o CCL. Não devem, por isso, aparecer como origem de recursos junto com o acréscimo do exigível a longo prazo, mas como ajuste ao lucro líquido do exercício.  Outros Além dos itens acima, pode haver outros que afetam o lucro, mas não afetam o CCL, devendo ter o mesmo tratamento. b) Dos Acionistas: Pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa (capital circulante líquido). Contribuições para Reservas de Capital Esses recursos podem ser recebidos dos próprios acionistas ou de terceiros, como segue:  Ágio na emissão de ações, pelo valor efetivamente integralizado no exercício.  Produto da alienação de partes beneficiárias e de bônus de subscrição, são também reservas de capital constituídas pelo ingresso de recursos que aumentam o CCL.  Doações e Subvenções Outro tipo de reserva de capital. Uma doação recebida pode ser em dinheiro, afetando diretamente o CCL, e também pode ser recebido um bem do imobilizado (terreno) não alterando o CCL, mas se faz necessário evidenciar a modificação na posição financeira, registrando o valor atribuído como origem e também como aplicação.
  • 5. c) De Terceiros Por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação do Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.  Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo Pelo valor dos novos empréstimos recebidos no exercício e que geraram acréscimo no Ativo Circulante. O valor dos novos empréstimos deve figurar pelo valor total como Origens, e as reduções por pagamentos ou transferência para Passivo Circulante devem ser apresentadas como Aplicações.  Redução do Realizável a Longo Prazo Decréscimo no saldo do Ativo Realizável a Longo Prazo representa normalmente origem de recursos, pois geralmente é transferido para o Ativo Circulante através do recebimento ou da venda desse Ativo, com conseqüente acréscimo no CCL. Da mesma forma, um acréscimo nesse saldo representa uma aplicação de recursos.  Alteração e Baixas de Investimentos e Bens e Direitos do Ativo Imobilizado Na venda de um bem do Imobilizado, a alteração do CCL é pelo valor da venda. Como o lucro (ou prejuízo) na transação está computado no resultado do exercício e, por outro lado, há uma redução no imobilizado pelo seu valor líquido contábil, basta somá-los para se ter o valor da venda. Porém, para melhor evidenciação na DOAR, reduz-se do lucro líquido o valor do lucro ou prejuízo da venda do imobilizado e, ao mesmo tempo, registra-se como origem o valor total produzido por essa transação. DESCRIÇÃO DAS APLICAÇÕES As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são: a) Inversões Permanentes Derivadas de:  aquisição de bens do Ativo Imobilizado;  aquisição de novos investimentos permanentes em outras sociedades;  aplicação de recursos no Ativo Diferido. b) Pagamento de Empréstimos a Longo Prazo: Pois, assim como a obtenção de um novo financiamento representa uma origem, a sua liquidação significa uma aplicação. Na verdade, como o conceito de Recursos é o Capital Circulante Líquido, a mera transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Líquido. c) Remuneração de Acionistas: Derivada dos dividendos e/ou juros sobre capital próprio propostos e/ou distribuídos. ORIGENS E APLICAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO, MAS APARECEM NA DEMONSTRAÇÃO Além das origens e aplicações já relacionadas, há vários tipos de transações efetuadas que não afetam o CCL, mas são representadas como Origens e Aplicações simultaneamente, como apresentado a seguir:  Aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis a Longo Prazo. Neste caso, há uma aplicação pelo aumento do Ativo Permanente e ao mesmo tempo uma origem pelo financiamento obtido pelo aumento no Exigível a Longo Prazo.  Conversão de Empréstimos de Longo Prazo em Capital. Neste caso há uma origem pelo aumento de capital e, simultaneamente, uma aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo.  Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente. Situação também sem efeito sobre o CCL, mas representa origem com aumento de Capital e aplicação no recebimento dos bens do Ativo Permanente.  Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo. Operação que também deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a Longo Prazo.
  • 6. ESTRUTURA BÁSICA DA DOAR I – ORIGENS DE RECURSOS • DAS OPERAÇÕES Lucro Líquido do Exercício (+) Depreciação, Amortização e Exaustão (+) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo (+) Perda por Equivalência Patrimonial (+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (+) Recebimentos no Período classificados como REF (-) Ganhos por Equivalência Patrimonial (-) Lucro na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (-) Transferência de REF para o Resultado do Exercício (±) Outras Despesas e Receitas que não afetam o CCL • DOS PROPRIETÁRIOS (+) Realização do Capital Social e Contribuições para Reservas de Capital • DE TERCEIROS (+) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo (+) Valor de alienação de Bens ou Direitos do Ativo Permanente (+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo II – APLICAÇÕES DE RECURSOS - Dividendos pagos, creditados ou propostos - Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo - Aquisição de Bens e Direitos do Ativo Permanente - Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo III - VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO IV – DEMONSTRTAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CCL Elementos Inicial Final Variações Ativo Circulante (AC) X X X (-) Passivo Circulante (PC) X X X (=) Capital Circulante Líquido (CCL) X X X A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) A partir desse ponto iremos discorrer sobre a DFC, destacando os seus aspectos mais relevantes tais como: objetivos, formas de apresentação, conteúdo, relação com as demais demonstrações contábeis, etc. O objetivo é evidenciar pontos importantes para a compreensão dessa demonstração contábil, que apesar de não ser obrigatória por lei (pelo menos ainda, visto que, o anteprojeto de alteração da Lei 6.404/76 prevê a substituição da DOAR pela DFC), revela-se como relevante para a análise financeira da empresa, principalmente a curto prazo. Em linhas gerais podemos entender a DFC como sendo o demonstrativo contábil que procura evidenciar o fluxo de recebimentos e pagamentos, para um determinado período de tempo, feitos por uma entidade. O fluxo de caixa compreende a movimentação das contas que representam as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa, propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata.
  • 7. No sentido de procurar uma melhor compreensão do que significa uma DFC podemos nos valer de alguns conceitos que o IASC5 utiliza na sua NIC6 7, dentre os quais destacam-se: CAIXA: compreende numerários em mãos e depósitos bancários disponíveis; EQUIVALENTE A CAIXA: são investimentos a curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valores conhecidos de caixa e que estão sujeitos a insignificantes riscos de mudanças de valor; FLUXOS DE CAIXA: são entradas e saídas de caixa e equivalentes a caixa. Por esta linha o Comitê diz que: “A Demonstração do Fluxo de Caixa deve reportar os fluxos de caixa durante o período, classificados por atividades operacionais de investimentos ou financeiras”. No entendimento do Comitê, a definição de cada uma dessas atividades é como se segue: ATIVIDADES OPERACIONAIS - são as principais atividades geradoras de receitas da empresa e outras atividades diferentes de investimento e financeiras. Os fluxos de caixa decorrentes dessas atividades derivam basicamente das seguintes operações: recebimentos de vendas de mercadorias ou serviços, comissões, etc., e pagamentos a fornecedores, empregados, impostos e outros desta natureza. Para o Comitê, as informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos, em conjunto com outras informações, são úteis, porquanto possibilitam a projeção de fluxos futuros de caixa operacionais. Este mesmo fluxo indica a capacidade que as operações da empresa tem de gerar fluxos de caixa para amortização de empréstimo, manutenção da capacidade operacional da empresa, pagamento de dividendos e realizações de novos investimentos. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO - são as aquisições e vendas de ativos de longo prazo e outros investimentos não inclusos nos equivalentes a caixa. No entendimento do IASC a divulgação segregada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimentos tem sua importância à medida que revelam a abrangência dos dispêndios feitos com recursos destinados a gerar futuras receitas e fluxos de caixa. Como exemplos de fluxos de caixas decorrentes desse tipo de atividade tem-se:  desembolso para aquisição de ativos imobilizados, intangíveis e outros ativos de longo prazo;  recebimentos decorrentes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;  recebimentos em função da venda e desembolsos decorrentes de aquisição de: ações ou instrumentos de dívida de outras empresas e interesses em joint ventores;  adiantamento de caixa e empréstimos feitos a terceiros e seus respectivos recebimentos e/ou amortização, com exceção daqueles feitos por uma instituição financeira;  desembolsos/recebimentos por contratos de futuros, contratos a termo, contratos de opção e swap, com exceção daqueles que se destinam para intermediação ou transação própria, ou os pagamentos/recebimentos são classificados como atividade financeira; ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO: são atividades que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital e empréstimos a pagar da empresa. O IASC considera que a divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades financeiras é importante em função da sua utilidade na predição das exigências impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à empresa. Como exemplo de fluxos de caixa decorrente desse tipo de atividade tem-se:  numerários recebidos provenientes da emissão de ações ou outros instrumentos de capital;  pagamentos de investidores para adquirir ou resgatar ações da empresa;  numerários recebidos provenientes da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outras modalidades de captação de empréstimos a curto e longo prazos;  amortização de empréstimos a pagar; e  pagamentos por um arrendatário pela redução do passivo pendente relativo a um arrendamento financeiro. Através da NIC 7,O IASC destaca ainda que: “As informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa, são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a empresa gerar caixa e valores equivalentes a caixa e as necessidades da empresa para utilizar esses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem uma avaliação da capacidade de a empresa gerar caixa e valor equivalente a caixa, bem como da época e certeza na geração de tais recursos.” 5 International Accounting Standards Committee ( Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade). Organismo independente do setor privado, que tem como objetivo alcançar uniformidade nos princípios contábeis utilizados pelas empresas e outras instituições que preparam demonstrações contábeis no mundo. 6 Normas Internacionais de Contabilidade
  • 8. Pelo exposto nota-se que a DFC é um relatório contábil importante para entendimento da situação financeira de curto prazo da empresa, bem como para predição da sua capacidade futura de geração de caixa, que em última análise é um dos objetivos da empresa. Para uma análise mais completa, portanto, tanto o FASB quanto o IASC entendem que esta demonstração deve compreender as informações referentes aos fluxos de caixa gerados pelas atividades operacionais, de investimentos e financeiras da empresa. OBJETIVOS DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Segundo Barbieri7 “a demonstração do Fluxo de caixa tem como objetivo principal fornecer informações relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa de uma entidade, durante certo período”. Nesta mesma linha Pinho8 comenta que “A função primordial da preparação de uma demonstração dos fluxos de caixa é a de propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de uma entidade para um determinado período de tempo.” Note-se que o autor referenciado usa o termo “Fluxos de Caixa”. Cabe aqui comentar que, como bem afirma Barbieri9, toda bibliografia existente no Brasil usa a denominação “Fluxo de Caixa”, contudo no Boletim n.º 95 do FASB o título dado é Demonstração de Fluxos de Caixa (em inglês seria Statement of Cash Flows). Consideramos não ser relevante a discussão de qual seria denominação mais correta, portanto no decorrer deste trabalho utilizaremos a denominação mais comum: “Fluxo de Caixa”. Ainda segundo Pinho10, as informações contidas na DFC, quando são utilizadas conjuntamente com as informações contidas nas outras demonstrações contábeis, poderão auxiliar aos usuários na avaliação da capacidade da entidade de gerar fluxos de caixa líquidos positivos decorrentes de suas atividades, visando atender às suas obrigações bem como pagar dividendos aos seus acionistas. Seguindo ainda o raciocínio deste autor, ele chama atenção para o fato de que o atingimento dos objetivos da DFC só será possível à medida que esta demonstração esteja refletindo as transações de caixa das atividades operacionais, das atividades de investimento e das atividades de financiamento, bem como a apresentação de uma conciliação de um resultado e um fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, visando fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e demais eventos que afetam o resultado. O IASC, na norma já referenciada, destaca alguns benefícios das informações sobre os Fluxos de Caixa, quais sejam:  quando utilizado em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e às oportunidades;  são úteis para avaliar a capacidade da empresa produzir recursos de caixa e valores equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas;  aumenta a comparabilidade dos relatórios do desempenho operacional por diferentes empresas, por que elimina os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis, para as mesmas transações e eventos;  possibilidade de uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador da importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa;  utilidade para conferir a exatidão de avaliações anteriormente feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação entre a lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações de preço. Ainda sobre os objetivos da DFC, Matarazzo11, de um ponto de vista mais voltado para a análise de demonstrações contábeis e não apenas da divulgação da informação contábil, identifica outros objetivos da DFC, quais sejam:  avaliar alternativas de investimentos;  avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexo monetário;  avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de iliquidez;  certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados; 7 BARBIERI, Geraldo. Fluxo de Caixa – Modelo Para Bancos Múltiplos, p. 17 8 PINHO, Adelino Dias. Demonstração dos Fluxos de Caixa. p. 8. 9 id.; Ibid., p. 35. 10 Id.; Ibid., p. 8. 11 MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços, p. 370.
  • 9. Sobre a capacidade informativa do Fluxo de Caixa, Iudícibus12 destaca que comparativamente a Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos, a superioridade daquela normalmente está vinculada às análises de curto prazo e à gerência financeira do dia-a-dia, enquanto que esta está voltada principalmente para análise a médio e longo prazos. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA São duas as formas de apresentação do fluxo de caixa. A forma decorrente do método direto e o método indireto. Ambas são previstas pelo FASB através de sua FAS 95. Por outro lado o IASC na sua NIC 7 não faz nenhuma referência a forma de apresentação da DFC. Em relação as formas de elaboração da DFC, no que tange à identificação do caixa gerado pelas operações da empresa Campos Filho13, destaca que: “O FAS 95 recomenda às empresas relatar os fluxos de caixa diretamente... As empresas que decidirem não mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais indiretas, ajustando o lucro líquido para reconciliá-los ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais. . . eliminando os efeitos: a) de todos os diferimentos de recebimentos e pagamentos operacionais passados e de todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros; e b) de todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e pagamentos operacionais.” Como se percebe, a orientação do FASB é para que as empresas americanas adotem, preferencialmente, o método direto para divulgação dos fluxos de caixa da empresa, sem no entanto estabelecer uma obrigatoriedade de sua utilização. Cabe destacar que quando se fala no método de apresentação de fluxo de caixa, estamos nos referindo à parte relativa as atividades operacionais, já que as atividades de investimento e financiamentos não possuem distinção tanto no método direto quanto no indireto, como será mostrado a seguir: O MÉTODO DIRETO Por este método, a DFC evidencia todos os pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, devendo apresentar os componentes do fluxo por seus valores brutos. Como bem afirma Pinho14, a opção para este método deve apresentar, no mínimo os seguintes tipos de pagamentos e recebimentos relacionados às operações:  recebimentos de clientes;  juros e dividendos recebidos;  pagamentos de fornecedores e empregados;  juros pagos;  imposto de renda pago;  outros recebimentos e pagamentos Segundo Campos Filho15, este método também é conhecido como a abordagem das contas T (T Account Approuach), e consiste em classificar os recebimentos e pagamentos utilizando as partidas dobradas e tem como vantagem permitir a geração de informações com base em critérios técnicos livres de qualquer interferência da legislação fiscal. Neste método começa-se a explicação dos caixas gerados pelas operações da empresa pelo recebimento das vendas. 12 IUDÍCIBUS, Sérgio de, et all. Contabilidade Introdutória, p. 231. 13 Id.; Ibid.; p. 41. 14 Id.; Ibid.; p. 9. 15 CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa. p. 231.
  • 10. A seguir mostraremos um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no modelo FAS 95, ou seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades: Fluxo de Caixa Das Atividades Operacionais (+) Recebimentos de Clientes e outros (-) Pagamentos a Fornecedores (-) Pagamentos a Funcionários (-) Recolhimentos ao Governo (-) Pagamentos a Credores Diversos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades Operacionais Das Atividades de Investimentos (+) Recebimento de Venda de Imobilizado (-) Aquisição de Ativo Permanente (+) Recebimento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos (+) Novos Empréstimos (-) Amortização de Empréstimos (+) Emissão de Debêntures (+) Integralização de Capital (-) Pagamento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades DISPONIBILIDADES- no início do período DISPONIBILIDADES- no final do período O Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações apresenta um modelo semelhante a este embora, não considere a segregação na DFC em atividades operacional, de investimento e de financiamento. Martins16 em seu artigo denominado “Um novo fluxo de caixa (FASB 95)”, publicado no boletim IOB n.º 13/88, dá uma outra nomenclatura ao método direto, denominando-o de fluxo no sentido restrito ou completo. Fazendo comentários ao modelo proposto pelo FASB, Martins 17 destaca a inegável capacidade informativa que este modelo tem. Ao permitir a análise segregada por itens operacionais, de investimento e financiamento, contudo, chama atenção para o fato de que o fluxo de caixa sozinho, apesar de mostrar o que ocorreu, não concilia déficits financeiros que possam ocorrer com o lucro do período, apesar de, na opinião do autor isso ser perfeitamente possível. O MÉTODO INDIRETO De acordo com Barbieri18, o método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustados pelos itens que afetam o resultado (tais como depreciação, amortização e exaustão), mas que não modificam o caixa da empresa. Como bem destaca o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, o método indireto, principalmente pela sua parte inicial (lucro líquido ajustado), é semelhante a DOAR, contudo Iudícibus 19, apesar de seguir a mesma linha dos autores já referenciados, comenta que no método indireto parte-se do lucro líquido para, após os ajustes necessários chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas operações registradas na DRE, contudo no que se refere a semelhança com a DOAR, o autor destaca que as comparações se estendem apenas as contas circulantes. 16 MARTINS, Eliseu. Um novo fluxo de caixa, Um novo fluxo de caixa (FSB 95), p. 128. 17 Ib.; Ibid. p. 126. 18 BARBIERI, Geraldo. Fluxo de Caixa – Modelo para Bancos Múltiplos. P.19. 19 Id.; Ibid.; p. 234.
  • 11. Martins, no artigo já referenciado, contudo, considera que a possibilidade de utilização dos dois métodos para a elaboração da DFC seja algo negativo. Para o autor, pelo fato de não existir proibição de utilização do método indireto, este passará a ser mais utilizado pelas companhias por ser de mais fácil montagem, apesar de ser mais difícil a sua compreensão por parte dos usuários. A seguir mostramos um modelo genérico de DFC pelo método indireto, também baseado no modelo adotado pelo FASB: Fluxo de Caixa Lucro Líquido (-) Aumento de Estoques (+) Depreciação (-) Aumento de Clientes (+) Pagamento a Funcionários (+) Contas a Pagar (+) Pagamentos de Impostos e Tributos (+) Aumentos de Fornecedores (=) Fluxo de Caixa Operacional Líquido Das Atividades de Investimentos (+) Recebimento de Venda de Imobilizado (-) Aquisição de Ativo Permanente (+) Recebimento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos (+) Novos Empréstimos (-) Amortização de Empréstimos (+) Emissão de Debêntures (+) Integralização de Capital (-) Pagamento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento Aumento/Diminuição nas Disponibilidades DISPONIBILIDADES- no início do período DISPONIBILIDADES- no final do período O Manual das Sociedades por Ações, em seu modelo proposto, o qual não apresentaremos neste trabalho, apenas faz a segregação da atividade operacional, sem identificação das demais atividades. A este método indireto Martins20, denomina-o de método simplificado ou conceito amplo de fluxo de caixa. Neste ponto chamamos a atenção para o destaque que Iudícibus21 faz em relação ao fato de que o método indireto, apesar de ser tecnicamente correto, não é a forma mais adequada de elaboração de DFC, em função de que trabalha com conceitos abstratos, o que acaba afetando a clareza das informações divulgadas. O melhor procedimento seria evidenciar a DFC pelo método direto e em quadro a parte, ou nota explicativa, a conciliação entre o lucro líquido e o valor do caixa gerado pelas operações. Em relação aos modelos de DFC propostos pelo FASB, achamos pertinente destacar alguns pontos críticos levantados por Santos e Lustosa22 sobre à objetividade ou não desta demonstração de fluxo. Os autores destacam que o modelo do FASB de DFC é amplamente utilizado em diversos Países do mundo inclusive o Brasil, e que existe uma série de aspectos controversos sobre os quais ainda não há consenso. 20 Id.; Ibid.; p. 128. 21 Id. Ibid.; p. 236-237. 22 SANTOS, Ariovaldo dos e LUSTOSA, Paulo Roberto B. Demonstração de Fluxos de Caixa: Uma reflexão sobre objetividade (ou falta de) do Fluxo de Caixa. 1999, pag 1.
  • 12. Os pontos críticos levantados pelos autores são os seguintes:  tratamento das transações sem efeito no caixa (transações virtuais do caixa);  tratamento dos investimentos de curto prazo de altíssima liquidez (equivalente-caixa);  método direto ou indireto para apurar o fluxo de caixa das atividades operacionais;  classificação de certas movimentações (juros e dividendos, pagos e recebidos, liquidação das compras a prazo) pelos três grupos de atividades;  tratamento das entradas e saídas de caixa. Os autores na obra citada, acabam por fazer algumas considerações a respeito da relação umbilical existente entre DFC e as demonstrações contábeis, e destacam algumas incoerências que existem na forma de elaboração da mesma, com base no FAS 95, porém com objetivo de contribuírem para a discussão sobre o modelo que poderá vir a ser utilizado no Brasil. COMPARAÇÃO ENTRE A DOAR E A DFC A DOAR possui alguns pontos comuns com a DFC, porém é muito mais rica em informações. A DOAR é mais analítica, mostra a posição financeira, suas tendências futuras. A DFC propicia informações concretas, se houve ou haverá dinheiro, quanto se deve tomar de empréstimos. A DFC é um instrumento com característica de curto prazo, voltada para o usuário interno, já ao usuário externo deixa a desejar. Já a DOAR tem característica de médio e longo prazos, permite a seus usuários perceber a política e a tendência das empresas no futuro. Enquanto a DFC compreende o movimento de fluxo de dinheiro, a DOAR volta-se para a movimentação havida nos recursos e aplicações permanentes, ou de longo prazo e, como conseqüência disto, o impacto na situação financeira, espelhada pela variação do CCL. A DOAR forma com outras demonstrações contábeis uma base de dados sobre situação econômico-financeira e o de desempenho da empresa. Não substitui e nem deveria ser substituída pelas demais demonstrações pela importância das informações que o conjunto propicia aos usuários. Pelo que se recomenda seja a DOAR divulgada sempre que forem as outras demonstrações. A DFC utiliza o conceito de caixa, que é de mais fácil entendimento pelos usuários das informações contábeis, principalmente pelos que não têm conhecimento apurado sobre contabilidade. O método direto é de mais fácil compreensão, enquanto que o método indireto se aproxima mais da própria DOAR e apresenta informações mais apuradas da posição financeira da empresa. VANTAGENS DA DOAR A DOAR mostra a rota ou rumos que vem sendo seguida pela administração financeira, as fontes utilizadas para financiar as atividades, a velocidade e as modificações sofridas e as tendências futuras das condições da empresa, complementando tanto as informações do Balanço quanto da Demonstração de Resultado, pois o Balanço apresenta uma posição financeira estática, a Demonstração de Resultado demonstra o lucro líquido e a DOAR ajusta-o demonstrando o que isto representou em termos de recursos financeiros, e ainda:  Possibilita um melhor conhecimento da política de investimentos e de financiamento da empresa;  A DOAR é uma demonstração de mesmo nível e importância do que o Balanço e a Demonstração de Resultado;  O CCL é um elemento importante na administração financeira da empresa. Quanto maior o CCL maior a possibilidade da empresa manter uma boa liquidez;  A DOAR responde questões fundamentais sobre a situação financeira da empresa, suas alterações, tendências bem como sobre a habilidade da gerência;  A DOAR é muito útil como instrumento gerencial;  É imprescindível para análise externa à empresa e deve fazer parte do conjunto de demonstrações a serem analisadas;  Mostra além da variação do CCL as mudanças na posição financeira como um todo, ou seja, nos itens não correntes que alteram o quadro de financiamentos e investimentos.
  • 13. VANTAGENS DA DFC A DFC evidencia o confronto entre as entradas e saídas de caixa, se haverá sobras ou faltas de dinheiro, permitindo à administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos monetários, e ainda ;  Mostra a real condição de pagamento das dívidas;  Informa sobre os problemas de insolvência e liquidez, podendo prevenir da falência;  Segundo alguns autores a DFC é muito mais fácil de se entender do que a DOAR;  Evidencia como a empresa gerou caixa e como ela o gastou;  A DFC é um instrumento com utilização de nível mundial, assim é importante a sua utilização;  A DFC é um importante instrumento gerencial, principalmente a curto prazo, mostrando a necessidade de caixa da empresa;  Mostra o montante de recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e auxiliando em suas aplicações;  Busca o equilíbrio entre os ingressos e desembolsos de caixa da empresa, desenvolvendo um controle nas contas do ativo e passivo circulante; CONCLUSÃO A contabilidade, que tem como função central a produção e comunicação de informações úteis para um conjunto de usuários com objetivos informacionais distintos, tem enfrentado nos últimos tempos críticas quanto a forma que se tem utilizado para cumprir sua tarefa, em função de que, para alguns usuários, os meios (demonstrações contábeis) não alcança os fins ( comunicação de informação útil) . A discussão que se tem atualmente em função da possível substituição da DOAR pela DFC é bastante interessante à medida que possa contribuir para estabelecimento de um modelo de DFC tecnicamente mais adequada, quando passar a vigorar em nosso país a obrigatoriedade da divulgação da DFC. Tanto a DOAR como a DFC têm alguns pontos que são passivos de criticas em sua eficácia como instrumento de informações. A DOAR apresenta o conceito abstrato de Capital Circulante Líquido que pode aparentemente apresentar uma situação confortável para a empresa, mas devido os prazos de recebimentos e estocagem serem elevados, a empresa pode ficar com dificuldades financeiras a curto prazo. Já a DFC pode facilmente ser manipulada, a empresa pode conduzir seus fluxos de caixa, atrasando os pagamentos a fornecedores, apresentando assim uma situação financeira irreal, além de seu conteúdo informacional ser inferior ao da DOAR. Como podemos observar neste trabalho, a DOAR e a DFC são demonstrações que objetivam informar sobre a situação financeira da empresa (liquidez e solvência), a primeira dando ênfase ao CCL e à posição financeira como um todo e a segunda dando ênfase ao caixa, em seus recebimentos e pagamentos. Considerando as características da DOAR e da DFC pelo método direto, podemos concluir que uma demonstração complementa a outra, assim as informações que a DOAR não evidencia dentro do próprio circulante (CCL), seriam apresentadas pela DFC (método direto). Portanto, a maioria das criticas feitas a essas demonstrações seriam eliminadas, se ambas fossem apresentadas em conjunto, aumentando assim a qualidade das informações contábeis. Assim em meio das discussões que estão acontecendo, no sentido de ganho ou perda da qualidade das informações, na substituição da DOAR pela DFC como uma tendência mundial e já incluída no anteprojeto de reforma da Lei 6.404/76 das S.A., é importante que se analise a possibilidade de apresentação dessas duas demonstrações em conjunto com as demais, para assim obtermos uma melhoria na qualidade das informações contábeis e, atendendo a um maior número de usuários.
  • 14. BIBLIOGRAFIA AFONSO, Roberto Alexandre Elias. DOAR versus fluxo de caixa. OB - Temática contábil e balanços. Bol. n. 18, pag. 1-11, 1999. BARBIERI, Geraldo. Demonstração das origens e aplicações de recursos: apresentação de um modelo para bancos comerciais. Dissertação de mestrado. - São Paulo: USP/FEA, 1987. __________ Fluxo de caixa - modelo para bancos múltiplos. Tese de doutorado. - São Paulo: USP/FEA, 1995. CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa; - São Paulo: Atlas, 1999. FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário. - São Paulo: Atlas, 1997. IBRACON - Normas internacionais de contabilidade. São Paulo: IBRACON, 1998. IOB. Temática contábil e balanços. Um novo fluxo de caixa (FASB 95). Bol. n. 13, pag. 123-129, 1988. IOB. Temática contábil e balanços. Fluxo de caixa e o seu funcionamento. Bol. n. 38, pag. 123-129, 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de, et. all. Contabilidade introdutória. 9 ed. - São Paulo: Atlas, 1998. ___________, MARTINS, Eliseu e GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4 ed. - São Paulo: Atlas, 1995. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Tradução Jacob Ancelevicz e Francisco José dos Santos Braga. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1987. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 5 ed. - São Paulo: Atlas, 1994. MARTINS, Eliseu. Contabilidade versus fluxo de caixa. Caderno de Estudos - FIPECAFI. Vol. 11, pag. 9-17, jan-abr/ 1999. ___________, e ASSAF NETO, Alexandre. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1985. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços. 4 ed. - São Paulo: Atlas, 1997. ___________, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos: fundamentos, aspectos legais, elaboração e análise. São Paulo. ( Dissertação de Mestrado). USP/FEA, 1980. MYER, John N. Análise das Demonstrações Financeiras. Tradução Danilo Ameixeiro Nogueira. São Paulo: Atlas, 1972. PEREZ JÚNIOR, José Hernandez e BEGALLI, Glaucos Antônio. Elaboração das demonstrações contábeis. - São Paulo: Atlas, 1999. PINHO, Adelino Dias. Demonstração dos fluxos de caixa. Boletim do IBRACON, n. 220, pag. 8-11. SANTOS, Ariovaldo dos, LUSTOSA, Paulo Roberto. Demonstração dos fluxos de caixa: alternativas para tratamento dos estoques - atividades operacionais ou de investimentos. IOB - Temática contábil e balanços. Bol. n. 21, pag. 1-10, 1999. __________ Demonstração dos fluxos de caixa: uma reflexão sobre a objetividade (ou falta de) do fluxo de caixa. IOB - Temática contábil e balanços. Bol. n. 24, pag. 1-11, 1999. _________ Juros e dividendos pagos: onde classifica-los na Demonstração dos Fluxos de Caixa? IOB - Temática contábil e balanços. Bol. n. 39, pag. 1-7, 1999. SILVA, César Augusto Tibúrcio, SANTOS, Jocineiro Oliveira dos e OGAWA, Jorge Sadayohi. Fluxo de Caixa e DOAR. Caderno de Estudos - FIPECAFI. Vol. 8, pag. 38-66, jan-abr/1995. TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de contabilidade. N. 105, pag. 64-71, jun/1997. THEÓPHILO, Carlos Renato. Demonstração de origens e aplicações de recursos e demonstração do fluxo de caixa. Contabilidade vista & revista. V. 9, pag. 41-66, 1999.