1. Por que é importante o
rastreamento do
tabagismo?
Profa . Ângela Jornada Ben
Departamento de Saúde Pública UFCSPA
Médica de Família e Comunidade
Mestre em Epidemiologia
2. Tabagismo é doença
• O tabagismo é uma doença crônica que
surge devido à dependência da nicotina,
estando, portanto, inserido, desde 1997,
na Classificação Internacional de Doenças
(CID10) da Organização Mundial de Saúde
(OMS).
CID10: F17 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo.
3. No Brasil, a prevalência do tabagismo tem
diminuído, mas ainda é alta: de 17,2% (PNAD,
2008) para 14,8% em 2012 (VIGITEL, 2012).
Entre escolares a prevalência de fumo chega
a 23% (VIGESCOLA, 2005). Cerca de 200.000
mortes são causadas por ele.
Está recomendado o rastreamento do
tabagismo em todos os adultos, incluindo as
gestantes.
Grau de recomendação A.
Cadernos de Atenção Primária: rastreamento, 2010
4. Diagnóstico Clínico
• É considerado fumante o indivíduo que fumou
mais de 100 cigarros, ou 5 maços de cigarros, em
toda a sua vida e fuma atualmente (OPAS, 1995).
100
cigarros
5 maços
5. Diagnóstico Clínico
•
É considerado dependente de nicotina, o fumante que apresenta
três ou mais dos seguintes sintomas nos últimos 12 meses:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
forte desejo ou compulsão para consumir a substância, no caso, nicotina;
dificuldade de controlar o uso da substância (nicotina) em termos de início,
término ou nível de consumo;
quando o uso da substância (nicotina) cessou ou foi reduzido, surgem reações
físicas devido ao estado de abstinência fisiológico da droga;
necessidade de doses crescentes da substância (nicotina) para alcançar efeitos
originalmente produzidos por doses mais baixas, evidenciando uma tolerância
à substância;
abandono progressivo de outros prazeres ou interesses alternativos em favor
do uso da substância (nicotina), e aumento da quantidade de tempo
necessário para seu uso e/ou se recuperar dos seus efeitos;
persistência no uso da substância (nicotina), apesar da evidência clara de
consequências nocivas à saúde.
PORTARIA Nº 442 DE 13 DE AGOSTO DE 2004.
6. Conceito de tabagismo
• Fumante atual: aquele que fumou pelo menos um dia nos
últimos trinta dias;
• Fumante regular: aquele que passou da experimentação a um
estado de possível dependência (ter fumado 100 ou mais
cigarros na vida e ainda continuar fumando);
• Ex-tabagista: aquele que deixou de fumar há pelo menos um
mês;
• Não-fumantes: pessoas que nunca fumaram ou fumam há
menos de 1 mês.
Enquanto o fumante atual deve ser alvo de medidas preventivas, os
fumantes regulares devem ser objeto de medidas direcionadas à
cessação.
7. Tabagismo causa doença
• O tabagismo faz com que os fumantes se
exponham continuamente a cerca de 4.720
substâncias tóxicas, sendo causa de
aproximadamente 50 doenças diferentes,
destacando-se as doenças cardiovasculares, o
câncer e as doenças respiratórias obstrutivas
crônicas. O risco de AVC e mortalidade geral é
aumentado em pacientes diabéticos que fumam.
O tabagismo é o principal fator preventivo de morte.
WHO, 1993; U.S. Surgeon General, 1989; Rosemberg, 2002;
IARC 1987; Dube and Green, 1982; US National Health Institute.
8. Conceito de tabagismo passivo
• Inalação da fumaça de derivados do
tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas,
cachimbo e outros produtores de fumaça)
por indivíduos não fumantes, que
convivem com fumantes em ambientes
fechados.
O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo.
9. Tabagismo passivo causa doença
• A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem
em ambientes fechados com fumantes causa:
1.
1.
1.
Em adultos não fumantes:
• Maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao
tempo de exposição à fumaça;
• Um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do
miocárdio do que os não fumantes que não se expõem.
Em crianças:
• Maior frequência de resfriados e infecções do ouvido médio;
• Risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e
exacerbação da asma.
Em bebês:
• Um risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa
aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil);
• Maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade,
proporcionalmente ao número de fumantes em casa.
10. Referências
•
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Coordenação de
Prevenção e Vigilância (CONPREV). Abordagem e Tratamento do Fumante - Consenso 2001.
Rio de Janeiro: INCA, 2001.
http://www.inca.gov.br/tabagismo/publicacoes/tratamento_consenso.pdf
•
Plano de Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo na Rede SUS. Portaria
GM/MS 1.035/04 Portaria SAS/MS 442/04.
http://www.inca.gov.br/tabagismo/publicacoes/plano_abordagem_sus.pdf
•
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – Brasília :Ministério da Saúde, 2010.
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad29.pdf
•
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios. Um panorama da Saúde no Brasil: Acesso e Utilização de Serviços, Condições de
Saúde e Fatores de Risco e Proteção à Saúde 2008. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2008/sup
lementos/tabagismo/pnad_tabagismo.pdf
•
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 132 p.: il.
– (Série G. Estatística e Informação em Saúde).