O documento discute o tratamento da diabetes mellitus, definindo a doença e classificando seus tipos. Ele explica que o tratamento não medicamentoso, incluindo mudanças no estilo de vida, é fundamental para o controle glicêmico e deve ser verificado em cada consulta.
2. Definição
• Diabetes Mellitus (DM) é uma doença
caracterizada por hiperglicemia
sustentada devido a um defeito na
produção da insulina, defeito na ação
periférica desse hormônio ou ambos.
4. Classificação
• Classes Clínicas
1. Diabetes tipo 1 : A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença au
toimune órgãoespecífica caracterizada pela destruição seletiva das
célulasbeta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas. Na maioria dos casos,
tem seu início na infância ou na adolescência, tendendo a iniciar com
sintomas graves de cetoacidose em seu diagnóstico
2. Diabetes tipo 2 : Esta forma se estabelece de forma insidiosa, podendo
estar assintomática por vários anos. Em geral, está relacionada à
resistência à insulina , com relativa deficiência de insulina ou como defeito
secretório predominante com resistência à insulina associada.
3. Diabetes Gestacional : Corresponde à intolerância à glicose, diagnosticada
pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o
parto.
4. Outros tipos : Formas menos comuns de Diabetes, associadas a alterações
específicas do metabolismo dos carboidratos, relacionadas a defeitos
genéticos da função da célula β ou da ação da insulina; Doenças do
Pâncreas Exócrino; outras endocrinopatias; Alterações induzidas por
medicamentos ou produtos; outras síndromes genéticas; Autoimunidade.
5. Diagnóstico
1)Glicemia (plasmática ou capilar) casual¹ > ou = 200mg/dl e
Sintomas de Diabetes.²
2)Glicemia de jejum³ >=126mg/dl, confirmada em um segundo
exame associado ao exame de hemoglobina glicada (HbA1C) > 6,5%
3)Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) que apresente glicemia
>= 200 mg/dl aos 120 minutos.
Fonte: SMSCampinas, 2011
1
Casual é a glicemia feita em qualquer horário e que não considera o
período de tempo desde a ultima refeição.
² Sintomas de Diabetes: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso
inexplicável.
³ Jejum é definido como ausência de aporte calórico de pelo menos 8
horas.
6. Objetivos do Tratamento
Planejando o cuidado de pessoas com Diabetes de forma
ampliada, podemos esquematizar os objetivos gerais do
tratamento assim:
•Ganho de qualidade de vida abordando de maneira ampliada o
cuidado para aspectos físicos, psíquicos, familiares, sociais.
•Desenvolvimento de autonomia pelo paciente e/ou
cuidador(es).
•Estímulo mudança no estilo de vida, incluindo:
• Aumento de atividade física na rotina
• Reorganização dos hábitos alimentares
• Interrupção ou redução do tabagismo
•Prevenção de complicações agudas e crônicas
7. Algoritmo para Abordagem Terapêutica
Inicial
Para nossa paciente D. Vera a prescrição e
acompanhamento de adoção de estilo de Vida
Saudável estão indicados como abordagem
terapêutica inicial. Nesse momento, a indicação de
tratamento medicamentoso não é imperativa.
Esse algoritmo foi extraído do Protocolo de Atendimento Clínico de DM da Prefeitura Municipal
de Campinas. Veja essa publicação completa nos Referências Bibliográficas deste módulo.
8. Tratamento Não Medicamentoso
Os eixos do tratamento não medicamentoso para o DM podem ser organizados da
seguinte forma:
•Educação em Saúde – Atividades com a finalidade de compreender o que o usuário
conhece sobre a doença e oferecer suporte e acesso ao conhecimento técnico
específico para ampliar seu conhecimento sobre sua situação de saúde. Destacar o
estímulo a estilo de vida mais saudável, alimentação equilibrada e segura, aumento
de atividades físicas e abandono do uso de cigarros e abuso de bebida alcoólica.
•Educação para o autocuidado – Dar suporte às pessoas com DM para torná-las
capazes de compreender e administrar os planos terapêuticos, bem como
reconhecer sinais de alerta para agravamento e lidar com as possíveis complicações
de saúde.
•Pé Diabético - Planejar atividades que ofereçam conhecimento sobre o tema e
permitam adequado cuidado dos pés
•Indicação de Vacinas no paciente Diabético - Incluir nos planos de tratamento o
cumprimento do calendário vacinal para adultos e idosos e incluir a vacinação contra
Influenza e pneumococo, considerando o maior risco de infecções respiratórias e
complicações destas, nas pessoas com DM.
9. Avaliação do Tratamento
• Fazer reavaliações periódicas das metas terapêuticas
(a cada 3 meses até HbA1 <7,0% e depois a cada 6
meses), destacando a necessidade de controle dos
níveis de Hemoglobina Glicada trimestralmente para
avaliação do controle glicêmico (ADA, 2011).
• Os ajustes terapêuticos devem ser planejados de
forma escalonada a partir do apresentado em cada
reavaliação clínica e laboratorial.
• A indicação do tratamento medicamentoso, bem
como seu acompanhamento serão tema aula a seguir.
10. O tratamento Não medicamentoso para o
paciente com DM é justificado devido ao grande
impacto que a mudança do Estilo de Vida tem
no controle glicêmico.
A adoção de alimentação equilibrada,
manutenção de peso corporal adequado e
atividades físicas no cotidiano devem ser
compreendidas como estratégia terapêutica
fundamental no DM em todas as fases da
doença.
Assim, a adesão ao tratamento Não
medicamentoso deve ser verificada e
estimulada a cada encontro entre os usuários e
a equipe de Saúde.
11. Bibliografia
Ações Estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT) no Brasil - 2011 a 2022. Ministério da Saúde.
American Diabetes Association, Diabetes care, volume 34, supplement 1, january
2011; s12.
Canadian Diabetes Association 2008 - Clinical Practice Guidelines for the Prevention
and Management of Diabetes in Canada. Canadian Journal of Diabetes. September
2008 | Volume 32 | Supplement 1.
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia 2011.
Grupo Interdisciplinar de Padronização da Hemoglobina Glicada - A1C. Atualização
sobre Hemoglobina Glicada (A1C) para Avaliação do Controle Glicêmico e para o
Diagnóstico do Diabetes: Aspectos Clínicos e Laboratoriais. Posicionamento Oficial
3ª Edição. SBD - SBEM - SBPC/ML - FENAD, janeiro de 2009.
Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Manual de Orientação Clínica de
Diabetes. São Paulo, 2010. Disponível em:
http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/areas-tecnicas-da-
sessp/hipertensao-arterial-e-diabetes-mellitus/linhas-de-cuidado-sessp/diabetes-
mellitus/manual-de-orientacao-clinica-do-diabetes-mellitus
Secretaria Municipal de Saúde de Campinas. Protocolo de Atendimento Clínico -
Diabetes Melitus. Campinas, 2011.
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