O documento discute a equoterapia, incluindo o uso terapêutico do movimento do cavalo, a composição da equipe interdisciplinar, as indicações e contraindicações para o tratamento, e as fases de progressão terapêutica.
20. Equipe Interdisciplinar
Auxiliar-Guia e Lateral
Auxiliar-Guia: Pessoa que conduz a
mão o cavalo do praticante
Auxiliar-Lateral:
Pessoa
que
acompanha
o
deslocamento
do
praticante a pé, ao lado do cavalo, com
o objetivo de segurança
22. Equipe Interdisciplinar
Psicólogo
O Psicólogo orienta e acompanha os praticantes
durante as sessões e, com o uso do cavalo
propõe atividades e brincadeiras com o intuito de
trabalhar com o praticante conflitos, traumas e
desorganizações comportamentais por meio da
conscientização das suas potencialidades, resgate
de auto-estima e autoconfiança.
É também papel do psicólogo cuidar do bom
entrosamento e da harmonia da equipe, pois este
é um fator fundamental para a aquisição de bons
resultados.
23. Equipe Interdisciplinar
Pedagogo
O papel do pedagogo é o de criar situações
que encaminhem a pessoa a utilização dos
recursos disponíveis durante as sessões de
equoterapia para as atividades escolares,
objetivando
trabalhar
as
dificuldades
resultantes do processo ensino-aprendizagem,
a assimilação, concentração e atenção.
O próprio movimento proporcionado pelo
cavalo favorece a integração dos hemisférios
cerebrais.
24. Equipe Interdisciplinar
Fonoaudiólogo
Realiza um trabalho voltado para a
estimulação da fala, deglutição e
fortalecimento orofacial, pois o andar do
cavalo auxilia inclusive no trabalho da
musculatura oral. Também estimula
recurso do ambiente natural, do próprio
corpo do animal e musicas que,
conjuntamente com o ritmo do cavalo,
estimularão a sonorização
25. Equipe Interdisciplinar
Educador Físico
Propõe exercícios e atividades que
venham
trabalhar
o
individuo
globalmente
e
em
suas
especificidades, promovendo o seu
bem-estar,
conforto
e
desenvolvimento músculoesquelético.
27. COMPETE AO
FISIOTERAPEUTA
Elaborar o diagnóstico fisioterápico;
Analisar as potencialidades físico-funcionais
detectando as alterações presentes;
Respeitar as contra-indicações;
Prescrever
as
técnicas
fisioterápicas
qualificando-as e quantificando-as;
Acompanhar o praticante durante sessões.
28. COMPETE AO
FISIOTERAPEUTA
Orientar a equipe técnica quanto as
questões de ordem fisioterápica;
Realizar estudos de casos com a
equipe;
Reavaliar
sistematicamente,
o
praticante, reajustando as condutas
terapêuticas.
30. Indicações Gerais para a
prática da Equoterapia
Crianças e adultos com disfunções
neuromusculoesqueléticas de leves a
severas
Alterações de tônus muscular
Distúrbios do equilíbrio
Coordenação diminuída
Comunicação inadequada
31. Indicações Gerais para a
prática da Equoterapia
Assimetria Postural
Controle Postural insuficiente
Diminuição da mobilidade corporal
Diminuição da atenção
Distúrbios do comportamento
Função sensório-motora alterada
32. Condições médicas mais indicadas
para prática da equoterapia
Paralisia Cerebral
Acidente Vascular Encefálico
Atraso do DNPM
Síndrome de Down e outras
Deformidade da coluna espinhal e vertebral
33. Condições médicas mais indicadas
para pratica da equoterapia
Esclerose Múltipla
Disfunção da Integração Sensorial
Traumatismo Cranioencefálico
Problemas Psicológicos
Dificuldades da aprendizagem e
linguagem
35. Contra-Indicações absolutas
em Equoterapia
Instabilidade atlanto-axial, podendo ocasionar
lesão medular pela lassidão ligamentar
Escoliose Estrutural acima de 40 graus, por
acentuar, com a movimentação do cavalo, o
grau de deformidade
Osteoporose e osteogênese imperfeita, pelo
risco de fraturas
Hemofilia, pelos microtraumas vasculares
36. Contra-Indicações absolutas
em Equoterapia
Hérnia de disco, pela compressão discal
Cardiopatia Grave, pela sobrecarga no
coração
Doença que apresentem deformidade
vertebral, acarretando acentuação da
patologia (Schuerman)
37. Contra-Indicações relativas mais
comuns em Equoterapia
Alergia ao pelo do cavalo, por haver
intolerância pela rinite
Hiperlordose, na qual mesmo com o uso
de coxins de adaptação não se
consegue o alinhamento pélvico
Subluxação de Quadril, por apresentar
dor e/ou dificuldade na postura
38. Contra-Indicações relativas mais
comuns em Equoterapia
Hipertensão quando essa não for
controlada.
Epilepsia sem controle medicamentoso.
Medo Excessivo, após varias tentativas
de aproximação, sem sucesso.
Atividade reflexa intensa, dificultando o
posicionamento correto sobre o animal.
53. FASES DE PROGRESSÃO
TERAPÊUTICA
Fase de Aproximação
Caracteriza o confronto do praticante
com o cavalo.
Decisiva para a continuidade e técnicas
a serem utilizadas
54. FASES DE PROGRESSÃO
TERAPÊUTICA
Fase da Descoberta
Exploração do cavalo pelo praticante
Pode ser no solo ou na montaria parada
Pode aparecer reações como medo,
alegria, agressividade, gritos, passividade,
indiferença, etc.
55. FASES DE PROGRESSÃO
TERAPÊUTICA
Fase Educativa
Só é possível uma vez conquistada as
anteriores
Ocorre a consciência de que o cavalo
tem sua própria sensibilidade e
reações
É desenvolvida com o cavalo ao passo
56. FASES DE PROGRESSÃO
TERAPÊUTICA
Fase de Ruptura
Qualquer que seja a
progressão obtida na
sessão, a ruptura deve ser
sempre positiva
Pode retirar a encilha,
alimentá-lo, acariciá-lo,
etc.
57. Estudo de Caso
N. W. S. M., 7 anos,
apresenta
Paralisia
Cerebral
na
forma
tetraparesia espástica,
apresentação oclusão
de
ATM,
com
espasticidade
moderada
59. ESTRATÉGIAS:
Cavalo: Mosquito
Andadura: Ao passo, transpistando quando a
sessão tiver objetivo de modular tônus
Encilha: Sela com alção
Estribo: fechado
Nos exercícios: (1)estimular apoio apodal,
quadripodal, bipodal(estático) e unipodal
(dinâmico); (2) Trabalhar mobilizações que
favoreçam a dissociação de cinturas (pélvica e
escapular); (3) facilitar movimentos que levem
a alguma função.
80. BENEFÍCIOS DA
EQUOTERAPIA
Melhora o equilíbrio e a postura
Desenvolve a coordenação de
movimentos entre tronco, membros
e visão
Estimula os órgãos do sentido
Promove organização e consciência
do corpo
81. BENEFÍCIOS DA
EQUOTERAPIA
Desenvolve a modulação tônica
Estimula a força muscular
Oferece sensações de ritmo
Aumenta a auto-estima
Desenvolve a coordenação motora
Estimula o bom funcionamento dos
órgãos internos
82. BENEFÍCIOS DA
EQUOTERAPIA
Ajuda a superar fobias
Melhora a memória, concentração e
seqüência de ações
Motiva o aprendizado encorajando o uso
da linguagem
Ensina a importância de regras como
segurança e disciplina
Aumenta a capacidade de independência
e de decisão
83. PRINCIPAIS FUNÇÕES
PSICOMOTORAS NA EQUOTERAPIA
Esquema corporal
Lateralidade
Orientação espaço –
temporal
Motricidade ampla e fina
Equilíbrio
Linguagem – comunicação
– expressão
85. OBJETIVOS DO TRATAMENTO
PELA FISIOTERAPIA
Melhora do Equilíbrio
Ajuste Tônico
Alinhamento Corporal
Consciência Corporal
Organização Espacial
Organização Temporal
Coordenação Motora
Força Muscular
86. O Movimento Tridimensional
Plano vertical
Para cima e para baixo
Plano Horizontal
Eixo transversal (direita/esquerda)
Eixo longitudinal (para frente/para trás)
91. Melhora do Equilíbrio
Labirinto membranáceo
(parte
funcional
do
sistema)
Os
três
canais
semicirculares que são
sensíveis as acelerações
angulares (rotações) e os
órgãos otolíticos (sáculo
e utrículo) sensíveis as
acelerações
lineares
(translações
e
a
gravidade).
93. Ajuste Tônico
O dinamismo da equoterapia facilitará
o aprendizado motor estimulando os
três sistemas sensoriais do vestíbulo,
do sistema visual e proprioceptivo,
levando as mudanças na organização e
números das conexões neurais
Tem-se com a escolha adequada do
animal, conforme a variação do passo,
se de alta, média ou baixa freqüência
95. Ajuste Tônico
Antepistar
freqüência) –
(alta
Irá ativar os receptores
intrafusais,
que
respondem a respostas
rápidas,
como
receptores
articulares
que
respondem
a
pressão, gerando uma
aumento
do
tônus
muscular
96. Ajuste Tônico
Transpistar (Baixa
freqüência) –
Irá diminuir os estímulos
proprioceptivos,
mantendo o movimento
rítmico e cadenciado,
estimulando o sistema
vestibular de forma lenta
contribuindo
para
a
diminuição
do
tônus
muscular
97. Alinhamento Corporal
Está associado ao ajuste tônico e a
organização biomecânica, pois partir do
movimento tridimensional (deslocamento do
centro gravitário), estimular-se a o sistema
vestibular
ativando
musculatura
de
sustentação da cabeça e tronco, fibras estas
(vermelhas) responsáveis por uma atividade
muscular prolongada e continua
98. Consciência Corporal
A construção da-se a partir da
interligação de processos neurais
complexos que envolvam sensações
proprioceptivas
e
exteroceptivas,
ligadas ao sistema visual e cognitivo,
distinguindo o EU dos objetos que se
encontram no meio exterior
99. Organização Espacial
Está relacionada com a habilidade de
manter relação entre os diversos
segmentos do corpo e o corpo com o
ambiente. A riqueza de estímulos no
ambiente da equoterapia proporcionará
ao indivíduo o desenvolvimento de
novas percepções
101. Coordenação Motora
Além do controle da atividade muscular
exercida pelas áreas cerebrais
corticais, duas outras estruturas são
essenciais para a função motora
normal, o cerebelo e os gânglios
basais.
102. Coordenação Motora
CEREBELO – seqüênciamento das atividades
musculares, progressão (rápida) de um
movimento para o outro e auxilia no controle
das interações instantâneas entre agonistas e
antagonistas
A sua função consiste em calcular, a partir
dos dados de velocidade e direções, onde
estarão as diferentes regiões corporais no
próximos poucos milissegundos
103. Coordenação Motora
GANGLIOS BASAIS – Ajudam a controlar
os padrões complexos do movimento
muscular, controlando as intensidades
relativas dos movimentos e suas direções e a
seqüência
de
múltiplos
movimentos
sucessivos e paralelos necessários para uma
atividade motora especifica
104. ESTUDOS DE CASOS
CASO 1: E. V. R., 5
anos, apresenta Paralisia
Cerebral na forma
Diplegia espástica,
devido parto anóxico
isquêmico, apresenta
espasticidade moderada
em MMIIS e eutonia em
MMSSs.
105. OBJETIVO DO TRATAMENTO:
Estabilizar tônus de MMIIs
Equilíbrio
Coordenação motora global (grossa e fina)
Estimulação da Linguagem
Facilitar reações de balanço
Prevenir e/ou minimizar contraturas
musculares
Aquisição da Marcha
106. ESTRATÉGIAS:
Cavalo: Mosquito
Andadura: Ao passo, transpistando
Encilha: Sela com alção
Estribo: fechado
Nos
exercícios:
(1)estimular
apoio
bipodal(estático) e unipodal (dinâmico); (2)
Trabalhar mobilizações que favoreçam a
dissociação de cinturas (pélvica e escapular);
(3) facilitar movimentos que levem a alguma
função.
114. Estudo de Caso
CASO 3: L. S. L., 5
anos,
apresenta
Paralisia Cerebral na
forma Tetraparesia
espástica, devido a
anóxia
cerebral,
espasticidade
moderada à grave
(grau 4), estrabismo
convergente
116. ESTRATÉGIAS:
Cavalo: Roscinante
Andadura: Ao passo, transpistando
Encilha: Manta com cilhão
Montaria: Dupla
Estribo: Aberto para o mediador
Nos exercícios: Usar o passo como
estratégia de estabilizar tônus muscular.