Apresentação da PCNP Tânia Nunes na orientação técnica para professores de Língua Portuguesa das turmas de Recuperação Intensiva das escolas da DE Leste 4, realizada no Núcleo Pedagógico em 08/08/2012.
4. Fundamento Legal:
Resolução SE 2, de 12-1-2012
Dispõe sobre mecanismos de apoio
escolar aos alunos do ensino fundamental
e médio da rede pública estadual
5. Artigo 3º - Para a viabilização do disposto no artigo
anterior, a unidade escolar poderá, na conformidade
dos seus recursos materiais e humanos, dispor, a
partir de 2012, dos seguintes mecanismos de apoio
escolar:
I - Recuperação Contínua, com atuação de Professor
Auxiliar em classe regular do ensino fundamental e
médio;
II - Recuperação Intensiva no ensino fundamental,
constituindo classes em que se desenvolverão
atividades de ensino diferenciadas e específicas.
6. Artigo 7º - A Recuperação Intensiva
caracteriza-se como mecanismo de
recuperação pedagógica centrada na
promoção da aprendizagem do aluno,
mediante atividades de ensino
diferenciadas e superação das
defasagens de aprendizagem
diagnosticadas pelos professores,
estruturando-se em 4 (quatro) etapas: (...)
7. Etapa III – organizada como classe do 7º ano,
constituída por alunos que, egressos do 6º
ano, continuem demandando mais
oportunidades de aprendizagem para
superação de suas dificuldades e necessitando
de alternativas instrucionais específicas para o
ano a ser cursado;
Etapa IV - organizada como classe do 9º ano,
constituída por alunos que necessitem de
estudos específicos, na seguinte
conformidade:
8. a) alunos egressos do 8º ano que continuem
demandando mais oportunidades de
aprendizagem para superar dificuldades
relativas a expectativas definidas para os anos
anteriores e necessitando de alternativas
instrucionais específicas para o ano a ser
cursado;
9. b) alunos que apresentem, ao término do 9º
ano, resultados insatisfatórios que
impliquem a necessidade de frequentar
mais 1(um) ano letivo, podendo, de acordo
com o diagnóstico de suas dificuldades,
integrar uma classe de recuperação
intensiva ou uma classe regular de 9º
ano, para terem condições de,
posteriormente, dar continuidade aos
estudos em nível de ensino médio.
10. § 2º - As classes de recuperação intensiva de
que tratam os incisos deste artigo deverão ser
constituídas de, em média, 20 (vinte) alunos.
§ 3º - a organização das classes de
recuperação intensiva, referentes às etapas de
que tratam os incisos deste artigo, deverá
resultar de indicação feita pelos professores,
no último Conselho de Classe/Ano, realizado
ao final do ano letivo anterior, ocasião em que
também poderão ser indicados os docentes da
escola que irão assumir as referidas classes no
ano letivo subsequente.
11. Diagnóstico é fundamental – habilidades de
leitura e escrita– o que o aluno sabe e quais são
suas dificuldades (SARESP, avaliação da
aprendizagem em processo – “prova
diagnóstica” – e avaliação/observação do
professor)
Sugestões de materiais: além dos Cadernos do
Currículo oficial, reserva técnica do Ensinar e
Aprender, +Língua Portuguesa, materiais do
acervo da escola (vídeos, paradidáticos,
projetos da SEE
13. A palavra RECUPERAÇÃO, na escola, não
costuma ter um sentido positivo. Pode-se dizer que
atualmente ela teve seu significado atrelado ao
INSUCESSO ou ao FRACASSO.
Frente a uma doença, achamos que a recuperação
tem uma conotação muito melhor. O paciente ao se
recuperar, não carrega a sobrecarga da culpa. O
culpado é o vírus ou até mesmo um médico que
não soube medicar.
14. Na aprendizagem, só o aluno recebe
a culpa pelo fracasso, pais culpam
os filhos pelo desinteresse,
comparando-os e rotulando-os de
preguiçosos e agem muitas vezes
através da ameaças, e escola culpa o
aluno, o sistema, o baixo salário;
obtendo como fruto dessa atitude a
falta de disciplina e o desinteresse
da turma.
15. A recuperação
aos olhos do
aluno não
deve parecer
sinônimo de
repressão,
pavor, pânico,
castigo.
16. Refletindo...
Calvin e Haroldo – Bill Watterson
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/coletaneas/calvin-seus-amigos-428892.shtml- acessado em 07/0/2012
17. Plano de ação
Público Alvo
Justificativa para encaminhamento do
aluno uma classe de recuperação
intensiva
Defasagens identificadas
Objetivos a serem alcançados junto a
este aluno
Realização do(s) Plano (s) de aula e
de Ensino
18. Plano de ação
Escolha da metodologia mais
adequada ao trabalho pedagógico
Recursos necessários
Registro do caminho percorrido pelo
aluno
19. Plano de ação
Avaliação formativa, com o objetivo
de se propõe analisar e identificar a
necessidade de adequação de ensino
com o verdadeiro aprendizado dos
alunos
21. Primeiramente devemos enfatizar a
necessidade de conhecer os alunos e
planejar adequadamente o trabalho.
Converse com outros professores
para conhecê-los melhor, inclusive
sobre aprendizagem deles nas outras
áreas.
22. Avaliar o aluno quanto à escrita não se
restringe a verificar se ele lê e escreve
convencionalmente ou não, se ele tem ou não
domínio da ortografia. Há muitos
conhecimentos igualmente importantes que
devem ser analisados pela escola: clareza,
coerência, coesão, marcas de oralidade,
estrutura discursiva adequada, etc... Desta
forma, só é possível avaliar a prática de
análise escrita através de seus reflexos na
produção do aluno.
23. Uma vez detectado o problema,
trabalhe com os alunos inicialmente
de forma coletiva para que
aprendam o processo de revisão,
depois com atividades em grupo
para que eles se ajudem nas
correções e, finalmente, de forma
individual para que cada um tenha
oportunidade de consolidar a
habilidade de autocorreção.
24. Normatizar o texto, usando os aspectos
notacionais da escrita, que vão da ortografia
padrão à separação de palavras e à
pontuação adequadas; aos mecanismos de
concordância nominal e verbal e de regência
verbal.
A escrita não normatizada apresenta
características como:
Dificuldades na representação de sílabas cuja
estrutura seja diferente de consoante-vogal.
Apresenta erros por interferência da fala na
escrita em fim de palavras.
25. Não domina as regras básicas de
concordância nominal e verbal da
língua.
Não segmenta o texto em frases usando
letras maiúsculas e ponto (final,
interrogação, exclamação).
Não emprega a vírgula em frases.
Não segmenta o texto em parágrafos.
Não dispõe de margens, parágrafos,
títulos, cabeçalhos, de acordo com as
convenções.
26. Apresenta erros por interferência da fala na
escrita no radical.
Troca letras ("c"/"ç", "c"/"qu", "r"/ "rr", "s"/"ss",
"g"/"gu", "m"/"n") por desconhecer as
regularidades contextuais do sistema ortográfico.
Troca letras ("c"/"ç"/"s"/"ss"/"x", "s"/"z", "x"/"ch",
"g"/"j") por desconhecer as múltiplas
representações do mesmo som.
Realiza trocas de consoantes surdas (produzidas
sem vibração das cordas vocais, como "p" e "t") e
sonoras (com vibração das cordas, como "b" e "d").
Revela problemas na representação da nasalização
("ã"/"an").
(Trecho retirado do artigo “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania” e do livro
“Letramentos Múltiplos: escola e inclusão social” de Roxane Rojo. )
27. RADIOGRAFIA DAS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS MAIS
COMUNS
Sílabas não-canônicas
São as que fogem do modelo consoante seguida de vogal,
como dígrafos e grupos consonantais.
Exemplos: seta/esta, secola/escola.
Transcrição da fala
Ocorre quando o aluno escreve como fala. Aqui entram os
erros como redução de gerúndios, ditongos, troca de e por i etc.
Exemplos: pexe/ peixe, cantano/cantando.
Regularidades contextuais
O aluno não conhece as regras ligadas à posição ou à
vizinhança da letra na palavra. Inclui as deficiências na
representação de r, s, z etc. Exemplos: cachoro/cachorro.
28. Regularidades morfológicas
O aluno não conhece as regras de
formação de palavras, como sufixos, plural
e masculino. Exemplos: riquesa/riqueza,
compramo/compramos.
Segmentação de palavras
São os casos de hipossegmentação
(quando não há separação da palavra onde
deveria) e hipersegmentação (quando o
aluno usa a separação em excesso).
Exemplos: amenina, o com vidado.
29. Omissão de letras e palavras incompletas
Exemplos como amoada (almofada) e
cacoro (cachorro); charrascari (churrascaria)
e a capnto (acampamento)
Etimologia
São as palavras que têm de ser
memorizadas, pois o aluno desconhece sua
origem.
Exemplos: oje/hoje, cassador/caçador.
39. Objetivos
subsidiar quanto à importância dos
registros, relacionando teoria e
prática;
Responder as questões:
O que é registro?
O que registrar?
Como realizar um bom registro?
40. Registro
“O registro permite a sistematização de
um estudo feito ou de uma situação de
aprendizagem vivida. O registro é
História, memória individual e coletiva
eternizadas na palavra grafada. É o
meio capaz de tornar o educador
consciente de sua prática de ensino,
tanto quanto do compromisso político
que a reveste.”
Madalena Freire
41. Formas de Registro
registro de uma prática desenvolvida pelo professor:
anotação de observações do professor sobre os alunos,
fichas e relatórios retratando um período de avaliação,
anotações dos alunos sobre a sua aprendizagem,
anotações da escola sobre a história escolar dos alunos.
Portfólio das atividades
42. A importância do registro
permite a outros professores conhecerem o
que cada um está fazendo (socialização);
permite a ele mesmo refletir sobre o que
está fazendo;
possibilita ao professor ser autor na sua
prática;
instrumento reflexivo de investigação
didática;
43. O registro possibilita ao
Professor:
numa primeira fase: registrar suas
reflexões sobre o próprio processo de
aprendizagem;
numa fase posterior: registrar o que
está percebendo de mudança na sua
prática;
entre uma fase e outra: manter debates
com colegas (revê o que está fazendo,
reorganiza as atividades de ensino).
44. O olhar do professor sobre o aluno.
O que registrar:
o desenvolvimento integral do aluno,
considerando aspectos cognitivos, sócio-afetivos
e motores;
o processo do aluno na construção de
conhecimentos específicos e gerais (descrição e
análise);
observações sobre o desenvolvimento da
autonomia;
a realização das atividades, o envolvimento dos
alunos, os questionamentos...
49. Outras sugestões
Mais ideias para aulas diferenciadas estão nas “Práticas
Pedagógicas” disponibilizadas para os Projetos
Descentralizados e acessíveis em
www.rededosaber.sp.gov.br/cadprojetos link: Consulta
Práticas Pedagógicas 2012.
As sequências de atividades sugeridas para as primeiras
semanas de aula, também são ideias interessantes para
planos de aulas que podem ser estimulantes para alunos
em estudos de recuperação. Sem contar, o Caderno do
Professor de Língua Portuguesa, os Cadernos de Leitura
e Produção de Textos e de Literatura, e o livro didático
que está nas escolas pelo PNLD/PNLEM.
50. Outras sugestões
Recomendamos ainda o acesso ao Portal do
Professor (MEC) onde há inúmeros planos de
aulas/oficinas/projetos que contemplam
conteúdos previstos no currículo de LP.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html
Uma visita à Comunidade Virtual da
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o
Futuro pode ser muita utilidade, pois há acesso
garantido a materiais diferenciados para o
ensino da língua materna a partir de gêneros
textuais. http://escrevendo.cenpec.org.br/.
51. REESCRITA DE TEXTOS
Os procedimentos descritos a seguir devem tornar-se
rotina de aperfeiçoamento dos textos dos alunos.
Para proceder a uma reformulação de ordem geral,
visando clareza, coerência e coesão:
Selecione, dentre os textos produzidos pelos alunos,
um que seja representativo dos problemas da classe,
ou seja, que apresente pelo menos um problema
significativo para a classe como um todo.
52. REESCRITA DE TEXTOS
Proponha questões à classe em função dos
aspectos a serem reestruturados, anotando as
respostas na lousa, por exemplo, completando
informações que contribuam para a clareza,
compreensão e aperfeiçoamento do texto (o quê?
quem? quando? onde?) - utilizando recursos de
coesão (conjunções, pronomes, advérbios,
tempos verbais adequados), eliminando
contradições, pontuando e paragrafando
adequadamente.
53. REESCRITA DE TEXTOS
Reescreva o novo texto ou trecho na lousa,
incorporando as alterações discutidas.
Peça aos alunos para comparar o texto
reescrito com o original.
Solicite que verifiquem em seus próprios
textos se há problemas da mesma natureza
e que, neste caso, os corrijam.
54. Para proceder a uma reformulação de
acordo com os aspectos
morfossintáticos:
Selecione a dificuldade de maior freqüência no
grupo-classe: flexão verbal, concordância verbal e
nominal, uso de pronomes, etc.
A partir de trechos escolhidos entre as produções
dos alunos, aponte as incorreções e solicite que
formulem hipóteses sobre a forma correta (conduza-
os a contornar a dificuldade e, sobretudo, ensine-os a
consultar o dicionário para sanar as dúvidas)
Solicite que corrijam seus textos em duplas, em
pequenos grupos, depois individualmente.