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El Cid: o Senhor da Espanha:

Eternizado como um herói a serviço dos reis cristãos, ele foi certamente um homem de
seu tempo e de seu mundo. Brilhante jurista, diplomata, político habilidoso e estrategista
militar, destemido líder e guerreiro, suas façanhas nos dão conta da força de sua
personalidade. Dize-lo apenas um mero vassalo, ou um cristão temente a Deus, é
menosprezar a força de seu caráter. Um dos personagens mais emblemáticos da era
medieval, El Cid foi imortalizado tanto por aqueles que o admiravam quanto por seus
opositores, a ponto destes referirem-se a ele como uma das mais impressionantes forças
da natureza e um milagre de seu Deus.




                      Estátua de El Cid na cidade de Burgos (ESP).
A Península Ibérica de El Cid:

Para que se compreenda o período em que viveu Rodrigo Diaz, antes de mais nada, é
preciso ter em mente que a invasão da Península Ibérica no século VIII foi uma invasão
árabe e não muçulmana, e que o processo de islamização foi um acontecimento gradual.
Estima-se que entre 150 mil e 200 mil guerreiros bérberes e árabes, sendo os bérberes
superiores aos árabes em 10 por 1, chegaram à península. Os acontecimentos que se
seguiram após o estabelecimento destes, como a falta de unidade entre as tribos bérberes
e a sangrenta disputa de poder entre as elites árabes, levaram no ano de 756 ao golpe
militar empreendido por AbdAl-Rahman (Abderranán I), um jovem membro sobrevivente da
dinastia Omíada de Damasco, que destituiu a dinastia Abássida de Bagdá e se
autoproclamou Emir de Al Andaluz.


Embora seja notório que o islã tenha possibilitado o desenvolvimento da região, estima-se
que ainda no ano 800 apenas 8% da população de Al-Andaluz era de muçulmanos. O
califatoOmíada de Córdoba e a sua metrópole tornaram-se inegavelmente a força
econômica, militar e cultural de toda a Europa. Entretanto, com a morte do ultimo califa
omíada, Al-Hakam II em 976, abre-se uma crise sucessória que põem fim ao poder dos
omíadas e precipita o fim do califado, que cai finalmente em 1013. Sobre suas cinzas
nascem os reinos taifas que salvaguardariam a cultura e a economia do califato, porém
jamais o poder militar.


Enquanto isso, o que restara do reino visigodo, fustigado no século VIII pelos emires de
Córdoba ao norte da Península ibérica, estariam nos primeiros anos do século X já bem
próximos a época do Cid, constituídos em principados cristãos em uma fase “embrionária”,
ou grupos de principados que tinham divergências sociais e economicas, e guerreando
entre si durante longo período mas com alguma coisa em comum, o inimigo na fronteira
“religiosa”.


E embora as guerras de fronteira tenham servido para solucionar um problema interno e
não por simplesmente por fanatismo religioso, pois igrejas e mosteiros cristão eram alvo
de saques tanto de mercenários cristãos quanto mouros, neste período toda a espécie de
aventureiro militar chegava na península em busca de fortuna. Havia então uma grande
diversidade de povos e culturas, muito superior a que as explicações simplistas nos fazem
crer. Cristãos, muçulmanos, árabes, bérberes, eslavos, judeus, serviam hora nos reinos
cristãos, hora nos reinos taifas, integrando um ou outro exército, ou comitiva.
Porém a principal característica deste período foi sem dúvida o enfraquecimento militar
dos reinos taifas, o que fará com que estes busquem proteção junto aos reinos cristão, ou
a grupos de mercenários de todo tipo. Entre os reinos que iriam oferecer proteção aos
reinos taifas esta a Castela de Rodrigo Diaz.

As origens de El Cid:




                                     Apesar da exaltação dos cantares medievais cristãos
sobre as origens humildes de Rodrigo Diaz de Vivar, que foram reproduzidos durante
longo tempo com o proposito de promover a perfeita imagem que serviria de modelo do
cavaleiro temente a Deus e fiel a seu rei, necessário ao projeto das Cruzadas, ou a
afirmação mítica que este representou na construção da nacionalidade espanhola para
sobrepor, nesse processo, o reino de Castela ao reino de Leão, o fato é que este era
membro de uma família de notável patrimônio da aristocracia de Castela com estreita
ligação com a família real espanhola.


Sua mãe era filha do primeiro conde das Astúrias, e seu pai um importante cavaleiro na
corte de Fernando I – rei de Castela, Aragão e Galícia. De acordo com o historiador
Richard Fletcher, a ideia de que Rodrigo Diaz tenha partido da miséria e prosperado era
atrativa, mas a verdade é que este não procedera de origem humilde. Segundo Fletcher, o
poema latino “Carmem CumpiDoctoris” escrito entre 1082 e 1093, revela-nos com clareza
a sua estirpe:

“Nobiliori                                de                                   genereortus,
quo          in         castella          non         est         illomaius,          (…)”
Tradução:
Nascido          em         uma          família        das         mais            nobres,
Uma vez que não é tão antiga em Castela, (…)


Rodrigo teve uma infância de estudos na corte, como fidalgo que era. Estudos estes que
compreendiam, entre outros, os conhecimentos das leis, da diplomacia e da guerra. Para o
historiador Gonzalo Martínez Diez, muito pouco tem a ver o Cid histórico com o nascido e
criado da devoção e da genial inspiração do autor de “Cantar de Mio Cid”, composto
provavelmente segundo especialistas em torno do ultimo quarto do século XII, e que em
seu caso diferentemente de outros heróis épicos contemporâneos a ele, temos
abundantes registros, tanto de histórias cristãs contemporâneas ou escritas depois de sua
morte, como por autores muçulmanos que conheceram pessoalmente o herói de Castela.

El Campeador:

Ainda adolescente, segundo Martínez Diez, com não mais que dezenove anos e muito
provavelmente durante a chamada Guerra dos Três Sanchos, Rodrigo tem seu primeiro
combate singular com um cavaleiro navaro que a historiografia posteriormente revestiu
como “justiça de Deus”. Rodrigo venceu e ganhou o sobrenome de El Campeador. Com a
morte de Fernando I e a partilha de seu reino com seus filhos, Rodrigo permaneceu ao
lado de Sancho II rei de Castela e suserano de Zaragoza com quem viveu suas primeiras
façanhas militares.


No entanto, Sancho II tinha como projeto a restauração da tríplice coroa de seu pai sob
seu domínio. Com esse propósito, dá início a retomada e deposição de seus irmãos. De
Garcia toma a Galícia e a suserania de Badajoz e Sevilha, de Uraca o senhorio de
Zamora, de Elvira o de Toro, e de Afonso o reino de Leão e a suserania de Toledo.


Durante o reinado de Sancho II, Rodrigo tornou-se o segundo do reino, mas com a morte
de Sancho muitas das aspirações do jovem alferes real também morrem. Por vontade do
próprio Sancho II, Afonso é confirmado por seu alferes real, ou seja, Rodrigo Diaz, como
seu sucessor. O novo rei acolheu Rodrigo como vassalo, não mais na posição de segundo
no reino mais ainda assim com honras.


Rodrigo ainda serviria na corte de Afonso VI durante nove anos, nos quais o próprio rei
promoveria o enlace da dama asturiana da mais alta estirpe régia Jimena Diaz, uma filha
de uma prima carnal do próprio rei, com El Campeador. O enlace, além de uma mostra da
predileção e da distinção do rei por seu vassalo Rodrigo Diaz de Vivar, também servia às
intenções politicas de Afonso em fortalecer a unidade leonesa criando laços de sangue
entre famílias de diversas partes deste reino. Neste sentido o casamento de Rodrigo e
Jimena era também a união entre Castela e Astúrias.


A grade prova da confiança de Afonso em Rodrigo é que este atuava como juiz e
diplomata em seu reinado. No entanto, embora sua posição tenha se robustecido, este não
lhe concede a ascensão em escala condal. Entre o final de 1077 até os cinco primeiros
meses 1079 não se tem registro de Rodrigo ou de outros condes catelhanos entre as
viagens do rei por terras leonesas.

O primeiro desterro:




                                           A serviço do rei Afonso VI, no ano de 1079,
Rodrigo vai a Sevilha para cobrar tributo do reino muçulmano vassalo. O rei de Granada,
aproveitando-se de que o conde García Ordóñes, um importante nobre leonês que havia
substituído El Campeador como alferes real, estava em suas terras para a cobrança do
mesmo tributo, exige que este cumprisse com o contrato de vassalagem e atacasse
Sevilha com o seu exercito.


Embora Rodrigo tenha tentado evitar tal confronto, Ordóñes ataca Sevilha. Combatendo
ao lado de Sevilha, Rodrigo derrota o conde, o aprisiona e humilha. El Campeador ganha
mais uma batalha, mas também um poderoso inimigo muito próximo ao rei.
Mas o episódio que causaria o desterro foi o ataque de Rodrigo e seus homens a terras da
taifa de Toledo, reino vassalo de Castela, sem a permissão do rei Afonso VI. E no ano de
1081 o rei ordenou o desterro, permanecendo Rodrigo com seus bens por não haver em
seus atos traição ao rei.


A “HistoriaRoderici” atribui a perda do favor real de Rodrigo às maquinações e injúrias dos
inimigos do El Campeador, e o poema “Carmem Campi Doctos” conta como o rei foi
influenciado por seus inimigos. Assim Rodrigo Dias de Vivar parte para o desterro, que
tinha suas razões políticas, pois Afonso VI temia que outros nobres cristãos se sentissem
incitados a empreender ataques fronteiriços em busca de riqueza. Portanto, teria que
impor castigo a El Campeador, desterrando-o de seus domínios.

El Cid dos mouros:

Ao partir para o desterro, Rodrigo busca primeiro oferecer seus serviços e de seu exército
aos condes de Barcelona mas, ao ser rechaçado, partiu para Zaragoza e pôs-se a serviço
de Al-Muqtadir e posteriormente a seu filho, Al-Mutaman, a quem serviria por cinco anos
empreendendo vitoriosas campanhas, inclusive contra nobres e territórios cristãos.
Rodrigo se tornou o temido senhor do reino de Zaragoza e a gloria do El Cid dos mouros
torna-se conhecida por toda a península.


Mas uma nova ameaça muçulmana chegou à península. Com a tomada por Afonso VI de
Toledo, antiga capital visigoda, os reinos muçulmanos fazem o que antes era impensável,
pedem ajuda aos almorávidas comandados pelo emir africano YusufibnTasufin, que
atravessam o estreito e derrotam Afonso em Sagrajas. Porém Yusuf volta à África logo
após, pois seu filho e herdeiro havia morrido. E é durante esta trégua inesperada que El
Cid é admitido nas graças de seu rei, já não mais um desterrado e sim um nobre cavaleiro,
que não tendo renovado seus votos de vassalagem com seu senhor irá servir a outro em
outras terras, El Cid então permanece a serviço do rei de Zaragoza.
No cinema, El Cid foi interpretado em 1961 pelo ator Charlton Heston. O filme ainda tem a
                        atriz Sophia Loren no papel de Jimena Diaz.

A volta a Castela:

A volta de Rodrigo a Castela se dá com a conivência de todos: de Afonso Vi, de Al-
Mutaman e do próprio Rodrigo. Sua acolhida pelo rei não poderia ser mais calorosa, pois
este o designa como tenente ou governador de suas fronteiras. Rodrigo conquista novos
territórios para o rei, com quem havia renovado seus votos de vassalagem, e recebeu
deste autonomia, mesmo estando sujeito ao poder real. Porém, as boas relações entre o
rei e seu vassalo não durariam muito. Em sua segunda campanha no Levante, El Cid se
põe a serviço da taifa muçulmana de Valencia, vassala de Castela, e estabelece ali um
acampamento fixo, impondo a esta um sistema de tributos em seu próprio benefício. Em
teoria seus exércitos estavam a serviço do rei, mas na prática só obedeciam a El Cid.

O desterro definitivo:

O desterro definitivo se dá quando Afonso VI ordena que Rodrigo leve suas tropas ao seu
encontro, para defenderem o castelo de Aledo em Murcia, fortaleza de posição estratégica
frente aos ataques almorávidas. Porém, não se sabe se intencionalmente ou por um erro
de estratégia as duas comitivas não se encontram. O que provoca a ira do rei, que
submete El Cid novamente ao desterro, desta vez como traidor. Rodrigo Diaz de Vivar não
voltaria jamais a Castela.
O príncipe de Valência:




         Reprodução do escudo usado por El Cid em suas campanhas militares.

Segundo Ramón MenendezPidal , Rodrigo teria conquistado e governado Valência como
vassalo de Afonso VI. Mas este baseia sua obra em fontes tardias como o “Poema de Mio
Cid” e a seu derivado, a “Primeira Crónica General”, fontes estas que não pretendiam
registrar a verdade histórica de modo estrito. A “HistoriaRoderici”, por exemplo, cujo autor
desconhecido é um contemporâneo de El Cid, escrito no ano de 1092, nunca menciona
que Rodrigo tenha atuado em nome do rei.


Para Fletcher, é inevitável a dedução de que entre os anos de 1094 e 1099 Rodrigo não
tenha atuado em outro benefício que não o de si próprio. Rodrigo consolida sua autoridade
sobre Valência e seus arredores pela força, massacrando toda e qualquer tentativa de
oposição. No ano de 1095 pos em execução dura repressão contra seus inimigos, tanto na
cidade quanto nos arredores, utilizando-se de técnicas comuns em seu tempo como:
execuções sumárias, torturas, incêndios, saques e desterros, pois expulsou de Valência
todos os muçulmanos partidários dos almorávidas.


El Cid governou como senhor absoluto de Valência. Depois de tomar o território e se fazer
forte
frente aos ataques almorávidas e cristãos, autoproclamou-se príncipe de Valência e
declarou a vigência do Alcorão na cidade, convertendo-se assim em um soberano cristão
de um reino muçulmano. Posição que manteve mesmo depois de sua morte, pois sua
esposa Jimena Diaz herdou o principado.
Conclusão:

Durante o período medieval não era muito comum as gestas de homens que não fossem
reis, mas muito foi escrito sobre a vida de Rodrigo Diaz de Vivar. Embora o personagem
mítico tenha se sobreposto durante muito tempo ao histórico, não se pode negar que este
homem foi excepcional em um período de homens excepcionais, e que apesar disso era,
acima de tudo, um homem de seu tempo. A lenda do humilde cavaleiro cristão e fiel
vassalo de seu rei, correspondente às aspirações políticas da cristandade e da formação e
afirmação da nacionalidade espanhola e não à realidade histórica. A fábula que toma
vultos de verdade cria uma áurea de santidade que ira adornar a figura de El Cid.


Em contrapartida o mesmo El Cid é descrito por seus críticos e opositores como um
mercenário impiedoso e cruel. Como no caso do historiador Lusitano IbnBassam de
Santaren, que o descreve como um assassino sanguinário.


Porém, o mesmo deixa escapar a sua admiração por este que, como ele mesmo descreve,
apesar de ter sido um dos flagelos de seu tempo, um tirano que fazia encher de medo
anobres e plebeus, pois a vitória o perseguia, era pela firmeza de seu caráter e sua
coragem heróica um dos milagres de Deus.


Rodrigo não foi cognominado “El Cid” pelos mouros por ter cortado cabeças cristãs. Ou
tenha dominado Valência e eliminado seus adversários mouros por ser um fiel vassalo
cristão. Antes dele muitos outros mercenários o fizeram, mas talvez nenhum com a mesma
eficiência e brilhantismo que Rodrigo. Em seu tempo, e até antes mesmo ou depois,
muitos foram os cavalheiros que puseram seus serviços à disposição deste ou daquele
reino, seja mouro ou cristão. Os saques, torturas, desterros e execuções em fogueiras
eram práticas muito comuns ao período pois, era necessário para manter os exércitos,
eliminar adversários, conquistar e dominar territórios. Nenhum dos atos de Rodrigo foram
incomuns à sua época.


Num período em que o capital era estéril, ou seja, improdutivo, os saques a igrejas e
mesquitas para obtenção de ouro ou prata era rotineiro. E uma vez que o sistema feudal
repousava sobre a proteção que a classe de guerreiros proporcionava, ainda que
ilusoriamente, o pagamento a essa classe, sendo esses guerreiros independentes
(mercenários) ou a serviço de um reino, é fonte de poder e fortuna. No caso de El Cid,
mesmo antes, mas principalmente após o segundo desterro, para manter os seus
exércitos tais ações são plenamente justificáveis.
Assim como ele houveram muitos outros. A diferença esta no fato deste ser um nobre
catelhano, o que o tornou o candidato perfeito à afirmação das ideologias vigentes e logo
posteriores. Cabe ressaltar que por conta de tais ideologias, Rodrigo teve ainda no século
XVI um processo de canonização iniciado por Felipe II de Espanha, negado pela igreja e
esquecido com a morte desse príncipe. E que sua figura mítica foi amplamente explorada
pela
propaganda nacionalista do General Franco durante a ditadura.


É portanto de fundamental relevância admitirmos que a principal herança deixada pelo
“Senhor da Espanha” não foram suas façanhas, mas sua lenda, sobre a qual seria
reforçada a ideologia de uma época, de um povo, e a identidade de uma nação.

Referências Bibliográficas:

MARTINEZ DIEZ, Gonzalo: “El Cid histórico: La biografía de unhéroe medieval”. 2ª edição.
Barcelona. Planeta, 2007.


“La Historia Roderici”. Burgos: Real Academia de la Historia, 1999.


FLETCHER, Richard: “El Cid”. Madrid. EditorealNerea, 1989.


ESCOLAR, Arsenio; ESCOLAR, Ignacio: “La nación inventada: Una historia diferente de
Castilla”. 3ª edição. Barcelona. Ediciones Península, 2010.


MENÉNDEZ PIDAL, Ramón: “La Españadel Cid”. 6ª edição. Madrid. Espasa-Calpe S.A,
1967.


LACARRA, María Eugenia: “El Poema de Mío Cid: realidad histórica e ideologia. Madrid.
José PorrúaTuranzas, 1980.

Sobre a autora:

Cláudia                                    Ribeiro                                  Silva
Cláudia é graduada em Licenciatura Plena em História pelo Centro Universitário Augusto
Motta (UNISUAM) do Rio de Janeiro.

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El Cid; O Senhor da Espanha

  • 1. El Cid: o Senhor da Espanha: Eternizado como um herói a serviço dos reis cristãos, ele foi certamente um homem de seu tempo e de seu mundo. Brilhante jurista, diplomata, político habilidoso e estrategista militar, destemido líder e guerreiro, suas façanhas nos dão conta da força de sua personalidade. Dize-lo apenas um mero vassalo, ou um cristão temente a Deus, é menosprezar a força de seu caráter. Um dos personagens mais emblemáticos da era medieval, El Cid foi imortalizado tanto por aqueles que o admiravam quanto por seus opositores, a ponto destes referirem-se a ele como uma das mais impressionantes forças da natureza e um milagre de seu Deus. Estátua de El Cid na cidade de Burgos (ESP).
  • 2. A Península Ibérica de El Cid: Para que se compreenda o período em que viveu Rodrigo Diaz, antes de mais nada, é preciso ter em mente que a invasão da Península Ibérica no século VIII foi uma invasão árabe e não muçulmana, e que o processo de islamização foi um acontecimento gradual. Estima-se que entre 150 mil e 200 mil guerreiros bérberes e árabes, sendo os bérberes superiores aos árabes em 10 por 1, chegaram à península. Os acontecimentos que se seguiram após o estabelecimento destes, como a falta de unidade entre as tribos bérberes e a sangrenta disputa de poder entre as elites árabes, levaram no ano de 756 ao golpe militar empreendido por AbdAl-Rahman (Abderranán I), um jovem membro sobrevivente da dinastia Omíada de Damasco, que destituiu a dinastia Abássida de Bagdá e se autoproclamou Emir de Al Andaluz. Embora seja notório que o islã tenha possibilitado o desenvolvimento da região, estima-se que ainda no ano 800 apenas 8% da população de Al-Andaluz era de muçulmanos. O califatoOmíada de Córdoba e a sua metrópole tornaram-se inegavelmente a força econômica, militar e cultural de toda a Europa. Entretanto, com a morte do ultimo califa omíada, Al-Hakam II em 976, abre-se uma crise sucessória que põem fim ao poder dos omíadas e precipita o fim do califado, que cai finalmente em 1013. Sobre suas cinzas nascem os reinos taifas que salvaguardariam a cultura e a economia do califato, porém jamais o poder militar. Enquanto isso, o que restara do reino visigodo, fustigado no século VIII pelos emires de Córdoba ao norte da Península ibérica, estariam nos primeiros anos do século X já bem próximos a época do Cid, constituídos em principados cristãos em uma fase “embrionária”, ou grupos de principados que tinham divergências sociais e economicas, e guerreando entre si durante longo período mas com alguma coisa em comum, o inimigo na fronteira “religiosa”. E embora as guerras de fronteira tenham servido para solucionar um problema interno e não por simplesmente por fanatismo religioso, pois igrejas e mosteiros cristão eram alvo de saques tanto de mercenários cristãos quanto mouros, neste período toda a espécie de aventureiro militar chegava na península em busca de fortuna. Havia então uma grande diversidade de povos e culturas, muito superior a que as explicações simplistas nos fazem crer. Cristãos, muçulmanos, árabes, bérberes, eslavos, judeus, serviam hora nos reinos cristãos, hora nos reinos taifas, integrando um ou outro exército, ou comitiva.
  • 3. Porém a principal característica deste período foi sem dúvida o enfraquecimento militar dos reinos taifas, o que fará com que estes busquem proteção junto aos reinos cristão, ou a grupos de mercenários de todo tipo. Entre os reinos que iriam oferecer proteção aos reinos taifas esta a Castela de Rodrigo Diaz. As origens de El Cid: Apesar da exaltação dos cantares medievais cristãos sobre as origens humildes de Rodrigo Diaz de Vivar, que foram reproduzidos durante longo tempo com o proposito de promover a perfeita imagem que serviria de modelo do cavaleiro temente a Deus e fiel a seu rei, necessário ao projeto das Cruzadas, ou a afirmação mítica que este representou na construção da nacionalidade espanhola para sobrepor, nesse processo, o reino de Castela ao reino de Leão, o fato é que este era membro de uma família de notável patrimônio da aristocracia de Castela com estreita ligação com a família real espanhola. Sua mãe era filha do primeiro conde das Astúrias, e seu pai um importante cavaleiro na corte de Fernando I – rei de Castela, Aragão e Galícia. De acordo com o historiador Richard Fletcher, a ideia de que Rodrigo Diaz tenha partido da miséria e prosperado era atrativa, mas a verdade é que este não procedera de origem humilde. Segundo Fletcher, o poema latino “Carmem CumpiDoctoris” escrito entre 1082 e 1093, revela-nos com clareza a sua estirpe: “Nobiliori de genereortus, quo in castella non est illomaius, (…)” Tradução:
  • 4. Nascido em uma família das mais nobres, Uma vez que não é tão antiga em Castela, (…) Rodrigo teve uma infância de estudos na corte, como fidalgo que era. Estudos estes que compreendiam, entre outros, os conhecimentos das leis, da diplomacia e da guerra. Para o historiador Gonzalo Martínez Diez, muito pouco tem a ver o Cid histórico com o nascido e criado da devoção e da genial inspiração do autor de “Cantar de Mio Cid”, composto provavelmente segundo especialistas em torno do ultimo quarto do século XII, e que em seu caso diferentemente de outros heróis épicos contemporâneos a ele, temos abundantes registros, tanto de histórias cristãs contemporâneas ou escritas depois de sua morte, como por autores muçulmanos que conheceram pessoalmente o herói de Castela. El Campeador: Ainda adolescente, segundo Martínez Diez, com não mais que dezenove anos e muito provavelmente durante a chamada Guerra dos Três Sanchos, Rodrigo tem seu primeiro combate singular com um cavaleiro navaro que a historiografia posteriormente revestiu como “justiça de Deus”. Rodrigo venceu e ganhou o sobrenome de El Campeador. Com a morte de Fernando I e a partilha de seu reino com seus filhos, Rodrigo permaneceu ao lado de Sancho II rei de Castela e suserano de Zaragoza com quem viveu suas primeiras façanhas militares. No entanto, Sancho II tinha como projeto a restauração da tríplice coroa de seu pai sob seu domínio. Com esse propósito, dá início a retomada e deposição de seus irmãos. De Garcia toma a Galícia e a suserania de Badajoz e Sevilha, de Uraca o senhorio de Zamora, de Elvira o de Toro, e de Afonso o reino de Leão e a suserania de Toledo. Durante o reinado de Sancho II, Rodrigo tornou-se o segundo do reino, mas com a morte de Sancho muitas das aspirações do jovem alferes real também morrem. Por vontade do próprio Sancho II, Afonso é confirmado por seu alferes real, ou seja, Rodrigo Diaz, como seu sucessor. O novo rei acolheu Rodrigo como vassalo, não mais na posição de segundo no reino mais ainda assim com honras. Rodrigo ainda serviria na corte de Afonso VI durante nove anos, nos quais o próprio rei promoveria o enlace da dama asturiana da mais alta estirpe régia Jimena Diaz, uma filha de uma prima carnal do próprio rei, com El Campeador. O enlace, além de uma mostra da predileção e da distinção do rei por seu vassalo Rodrigo Diaz de Vivar, também servia às intenções politicas de Afonso em fortalecer a unidade leonesa criando laços de sangue
  • 5. entre famílias de diversas partes deste reino. Neste sentido o casamento de Rodrigo e Jimena era também a união entre Castela e Astúrias. A grade prova da confiança de Afonso em Rodrigo é que este atuava como juiz e diplomata em seu reinado. No entanto, embora sua posição tenha se robustecido, este não lhe concede a ascensão em escala condal. Entre o final de 1077 até os cinco primeiros meses 1079 não se tem registro de Rodrigo ou de outros condes catelhanos entre as viagens do rei por terras leonesas. O primeiro desterro: A serviço do rei Afonso VI, no ano de 1079, Rodrigo vai a Sevilha para cobrar tributo do reino muçulmano vassalo. O rei de Granada, aproveitando-se de que o conde García Ordóñes, um importante nobre leonês que havia substituído El Campeador como alferes real, estava em suas terras para a cobrança do mesmo tributo, exige que este cumprisse com o contrato de vassalagem e atacasse Sevilha com o seu exercito. Embora Rodrigo tenha tentado evitar tal confronto, Ordóñes ataca Sevilha. Combatendo ao lado de Sevilha, Rodrigo derrota o conde, o aprisiona e humilha. El Campeador ganha mais uma batalha, mas também um poderoso inimigo muito próximo ao rei.
  • 6. Mas o episódio que causaria o desterro foi o ataque de Rodrigo e seus homens a terras da taifa de Toledo, reino vassalo de Castela, sem a permissão do rei Afonso VI. E no ano de 1081 o rei ordenou o desterro, permanecendo Rodrigo com seus bens por não haver em seus atos traição ao rei. A “HistoriaRoderici” atribui a perda do favor real de Rodrigo às maquinações e injúrias dos inimigos do El Campeador, e o poema “Carmem Campi Doctos” conta como o rei foi influenciado por seus inimigos. Assim Rodrigo Dias de Vivar parte para o desterro, que tinha suas razões políticas, pois Afonso VI temia que outros nobres cristãos se sentissem incitados a empreender ataques fronteiriços em busca de riqueza. Portanto, teria que impor castigo a El Campeador, desterrando-o de seus domínios. El Cid dos mouros: Ao partir para o desterro, Rodrigo busca primeiro oferecer seus serviços e de seu exército aos condes de Barcelona mas, ao ser rechaçado, partiu para Zaragoza e pôs-se a serviço de Al-Muqtadir e posteriormente a seu filho, Al-Mutaman, a quem serviria por cinco anos empreendendo vitoriosas campanhas, inclusive contra nobres e territórios cristãos. Rodrigo se tornou o temido senhor do reino de Zaragoza e a gloria do El Cid dos mouros torna-se conhecida por toda a península. Mas uma nova ameaça muçulmana chegou à península. Com a tomada por Afonso VI de Toledo, antiga capital visigoda, os reinos muçulmanos fazem o que antes era impensável, pedem ajuda aos almorávidas comandados pelo emir africano YusufibnTasufin, que atravessam o estreito e derrotam Afonso em Sagrajas. Porém Yusuf volta à África logo após, pois seu filho e herdeiro havia morrido. E é durante esta trégua inesperada que El Cid é admitido nas graças de seu rei, já não mais um desterrado e sim um nobre cavaleiro, que não tendo renovado seus votos de vassalagem com seu senhor irá servir a outro em outras terras, El Cid então permanece a serviço do rei de Zaragoza.
  • 7. No cinema, El Cid foi interpretado em 1961 pelo ator Charlton Heston. O filme ainda tem a atriz Sophia Loren no papel de Jimena Diaz. A volta a Castela: A volta de Rodrigo a Castela se dá com a conivência de todos: de Afonso Vi, de Al- Mutaman e do próprio Rodrigo. Sua acolhida pelo rei não poderia ser mais calorosa, pois este o designa como tenente ou governador de suas fronteiras. Rodrigo conquista novos territórios para o rei, com quem havia renovado seus votos de vassalagem, e recebeu deste autonomia, mesmo estando sujeito ao poder real. Porém, as boas relações entre o rei e seu vassalo não durariam muito. Em sua segunda campanha no Levante, El Cid se põe a serviço da taifa muçulmana de Valencia, vassala de Castela, e estabelece ali um acampamento fixo, impondo a esta um sistema de tributos em seu próprio benefício. Em teoria seus exércitos estavam a serviço do rei, mas na prática só obedeciam a El Cid. O desterro definitivo: O desterro definitivo se dá quando Afonso VI ordena que Rodrigo leve suas tropas ao seu encontro, para defenderem o castelo de Aledo em Murcia, fortaleza de posição estratégica frente aos ataques almorávidas. Porém, não se sabe se intencionalmente ou por um erro de estratégia as duas comitivas não se encontram. O que provoca a ira do rei, que submete El Cid novamente ao desterro, desta vez como traidor. Rodrigo Diaz de Vivar não voltaria jamais a Castela.
  • 8. O príncipe de Valência: Reprodução do escudo usado por El Cid em suas campanhas militares. Segundo Ramón MenendezPidal , Rodrigo teria conquistado e governado Valência como vassalo de Afonso VI. Mas este baseia sua obra em fontes tardias como o “Poema de Mio Cid” e a seu derivado, a “Primeira Crónica General”, fontes estas que não pretendiam registrar a verdade histórica de modo estrito. A “HistoriaRoderici”, por exemplo, cujo autor desconhecido é um contemporâneo de El Cid, escrito no ano de 1092, nunca menciona que Rodrigo tenha atuado em nome do rei. Para Fletcher, é inevitável a dedução de que entre os anos de 1094 e 1099 Rodrigo não tenha atuado em outro benefício que não o de si próprio. Rodrigo consolida sua autoridade sobre Valência e seus arredores pela força, massacrando toda e qualquer tentativa de oposição. No ano de 1095 pos em execução dura repressão contra seus inimigos, tanto na cidade quanto nos arredores, utilizando-se de técnicas comuns em seu tempo como: execuções sumárias, torturas, incêndios, saques e desterros, pois expulsou de Valência todos os muçulmanos partidários dos almorávidas. El Cid governou como senhor absoluto de Valência. Depois de tomar o território e se fazer forte frente aos ataques almorávidas e cristãos, autoproclamou-se príncipe de Valência e declarou a vigência do Alcorão na cidade, convertendo-se assim em um soberano cristão de um reino muçulmano. Posição que manteve mesmo depois de sua morte, pois sua esposa Jimena Diaz herdou o principado.
  • 9. Conclusão: Durante o período medieval não era muito comum as gestas de homens que não fossem reis, mas muito foi escrito sobre a vida de Rodrigo Diaz de Vivar. Embora o personagem mítico tenha se sobreposto durante muito tempo ao histórico, não se pode negar que este homem foi excepcional em um período de homens excepcionais, e que apesar disso era, acima de tudo, um homem de seu tempo. A lenda do humilde cavaleiro cristão e fiel vassalo de seu rei, correspondente às aspirações políticas da cristandade e da formação e afirmação da nacionalidade espanhola e não à realidade histórica. A fábula que toma vultos de verdade cria uma áurea de santidade que ira adornar a figura de El Cid. Em contrapartida o mesmo El Cid é descrito por seus críticos e opositores como um mercenário impiedoso e cruel. Como no caso do historiador Lusitano IbnBassam de Santaren, que o descreve como um assassino sanguinário. Porém, o mesmo deixa escapar a sua admiração por este que, como ele mesmo descreve, apesar de ter sido um dos flagelos de seu tempo, um tirano que fazia encher de medo anobres e plebeus, pois a vitória o perseguia, era pela firmeza de seu caráter e sua coragem heróica um dos milagres de Deus. Rodrigo não foi cognominado “El Cid” pelos mouros por ter cortado cabeças cristãs. Ou tenha dominado Valência e eliminado seus adversários mouros por ser um fiel vassalo cristão. Antes dele muitos outros mercenários o fizeram, mas talvez nenhum com a mesma eficiência e brilhantismo que Rodrigo. Em seu tempo, e até antes mesmo ou depois, muitos foram os cavalheiros que puseram seus serviços à disposição deste ou daquele reino, seja mouro ou cristão. Os saques, torturas, desterros e execuções em fogueiras eram práticas muito comuns ao período pois, era necessário para manter os exércitos, eliminar adversários, conquistar e dominar territórios. Nenhum dos atos de Rodrigo foram incomuns à sua época. Num período em que o capital era estéril, ou seja, improdutivo, os saques a igrejas e mesquitas para obtenção de ouro ou prata era rotineiro. E uma vez que o sistema feudal repousava sobre a proteção que a classe de guerreiros proporcionava, ainda que ilusoriamente, o pagamento a essa classe, sendo esses guerreiros independentes (mercenários) ou a serviço de um reino, é fonte de poder e fortuna. No caso de El Cid, mesmo antes, mas principalmente após o segundo desterro, para manter os seus exércitos tais ações são plenamente justificáveis.
  • 10. Assim como ele houveram muitos outros. A diferença esta no fato deste ser um nobre catelhano, o que o tornou o candidato perfeito à afirmação das ideologias vigentes e logo posteriores. Cabe ressaltar que por conta de tais ideologias, Rodrigo teve ainda no século XVI um processo de canonização iniciado por Felipe II de Espanha, negado pela igreja e esquecido com a morte desse príncipe. E que sua figura mítica foi amplamente explorada pela propaganda nacionalista do General Franco durante a ditadura. É portanto de fundamental relevância admitirmos que a principal herança deixada pelo “Senhor da Espanha” não foram suas façanhas, mas sua lenda, sobre a qual seria reforçada a ideologia de uma época, de um povo, e a identidade de uma nação. Referências Bibliográficas: MARTINEZ DIEZ, Gonzalo: “El Cid histórico: La biografía de unhéroe medieval”. 2ª edição. Barcelona. Planeta, 2007. “La Historia Roderici”. Burgos: Real Academia de la Historia, 1999. FLETCHER, Richard: “El Cid”. Madrid. EditorealNerea, 1989. ESCOLAR, Arsenio; ESCOLAR, Ignacio: “La nación inventada: Una historia diferente de Castilla”. 3ª edição. Barcelona. Ediciones Península, 2010. MENÉNDEZ PIDAL, Ramón: “La Españadel Cid”. 6ª edição. Madrid. Espasa-Calpe S.A, 1967. LACARRA, María Eugenia: “El Poema de Mío Cid: realidad histórica e ideologia. Madrid. José PorrúaTuranzas, 1980. Sobre a autora: Cláudia Ribeiro Silva Cláudia é graduada em Licenciatura Plena em História pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) do Rio de Janeiro.