O documento discute a aproximação entre bancos e fintechs no Brasil, com bancos fornecendo infraestrutura e fintechs fornecendo inovação e agilidade. Exemplos como InovaBRA e Cubo são citados. Também discute a importância da experiência do cliente e da análise de dados para melhorar os relacionamentos e a competição no setor bancário.
3. A plataformização dos serviços
bancários
Em 2016, ficará mais evidente a aproximação entre os
bancos de varejo e as fintechs brasileiras, criando juntos
plataformas de serviços bancários semelhantes ao que são
hoje Amazon (EUA) ou Mercado Livre (Brasil) para o varejo.
De um lado, os bancos têm uma base de clientes
consolidada e crescente, além de estabilidade, confiança,
capital e experiência em atender à exigente regulamentação
do Sistema Financeiro Nacional. Na outra ponta, por não
dependerem de sistemas legados, as fintechs têm mais
facilidade e agilidade na criação e aprimoramento de seus
produtos e serviços.
No Brasil, o InovaBRA (Bradesco) e Cubo (Itaú) são
exemplos já conhecidos desta aproximação. O Santander,
por sua vez, promoverá o FintechVentures neste ano em
São Paulo, e a startup selecionada será acelerada pelo
Santander Innoventures. Acreditamos que em 2016, as
inovações resultados dessas iniciativas já começarão a
fazer parte do dia a dia dos correntistas.
4. Menos obstáculos na
Jornada do Cliente
Dois terços das decisões dos clientes são determinadas pela qualidade
da experiência em sua jornada, Engajá-lo durante todo o processo e
converter interesse em vendas, em vez de esperar que procurem
espontaneamente por produtos e serviços, é cada vez mais
necessário.
O primeiro passo é entender que “canais digitais não são apenas um
‘caminho barato’ para interagir com clientes; eles são críticos para
fazer promoções, estimular vendas e aumentar a participação no
mercado”, como diz a pesquisa da McKinsey, “Digitizing the consumer
decision journey”.
Aliando experiências orientadas por User Experience à releitura digital
dos relacionamentos bancários, serão criados produtos mais
adequados e relacionamentos mais profundos. Será o início da
“uberização” dos bancos.
Em 2015, o Nubank se popularizou a promover um novo
relacionamento com os clientes de cartão de crédito através de
plataforma digital, dispensando presença física e papéis. Rapidamente
se tornou uma referência para os concorrentes, principalmente
considerando que os brasileiros adoraram a experiência. Há fila de
espera para aderir ao cartão.
5. Transformando Big Data em ação
Capturar e usar conhecimento sobre os clientes pode ajudar
as organizações a construir e solidificar relacionamentos. A coleta,
armazenagem, análise e visualização de dados são tarefas que
exigem flexibilidade e escalabilidade. A tecnologia necessária para
isso deixou de ser um sonho e hoje está disponível para instituições
de qualquer porte.
As instituições financeiras acreditam que data analytics é um
diferencial competitivo e que é crucial para determinar os
vencedores no futuro. No entanto, os clientes não confiam
ou confiam pouco que seus bancos e financeiras entendem
suas reais necessidades.
Os clientes esperam que suas instituições financeiras processem
seus dados em tempo real e os apresentem de volta como
recomendações, de forma personalizada e humana. Para acelerar
isso, os bancos precisarão contar com bons parceiros técnicos em
vez de desenvolver essas competências dentro de casa.
Um grande passo está sendo dado pelo Itaú, com a construção do
novo Centro Tecnológico na cidade de Mogi Mirim (SP), um dos
maiores do mundo para processar e aplicar inteligência de negócio
num ambiente de Big Data. 2016 será o ano em que veremos
resultados práticos desse tipo de investimento aparecer
no dia a dia dos clientes.
6. Expansão dos meios de
pagamento digitais
No Brasil ainda é muito baixo o uso de smartphones para o
pagamentos de compras feitas em pontos de venda. Porém, dois
anos depois da publicação do marco regulatório sobre
pagamentos móveis, alguns novos players e produtos podem
começar a mudar esta situação.
A Apple publicou, em dezembro de 2015, uma vaga para
gerente sênior de desenvolvimento de negócios para Apple Pay
no Brasil. A Samsung, por sua vez, anunciou em seu painel na
CES 2016 os próximos países a receberem seu sistema, depois
dos EUA e Coreia, serão Cingapura, Austrália e Brasil. Além
disso, já temos as carteiras digitais da Stelo e da Mastercard e o
cartão Ourocard-e do Banco do Brasil, que permite o pagamento
via NFC na Cielo. Outra iniciativas interessantes são o TokPag e
o Cartão Virtual (NVC) do Itaú.
A grande dúvida é se os consumidores trocarão o cartão por
estes novos sistemas. Tudo indica que a adoção deste métodos
pelos varejistas ditará o ritmo desta expansão.
7. Exploração de novas
tecnologias
O mercado bancário brasileiro, criador do Sistema de Pagamentos
Brasileiro (SPB) e do cartão com chip, sempre foi um celeiro de
inovações. Porém, nos últimos anos as inovações tecnológicas -
internet, mobile, cloud e big data - estão surgindo em uma
velocidade maior do que os bancos conseguem suportar.
O desafio é conhecer e explorar tecnologias como blockchain (livro-
razão distribuído, confiável, em tempo real e custo quase zero),
inteligência artificial (alcançando novos níveis de eficiência, custo,
velocidade e volume), robôs (os novos investidores e traders) e
internet das coisas (IoT, trazendo wearables e objetos para o
sistema).
Algumas iniciativas neste sentido são o depósito de cheque por foto
e as agências Bradesco Next. Banco do Brasil, Itaú e Bradesco já
integram informações de conta corrente nos smartwatches. E o
Banco do Brasil pretende explorar novos canais e serviços com IoT,
principalmente após migrar para o IPv6. Em cinco anos, a Cisco
estima que a receita gerada por IoT no setor financeiro brasileiro
atinja a ordem de US$ 58 bilhões.
8. Sobre os autores
Márcio Kikuti é Estrategista Digital da CI&T para o
mercado financeiro. Atua buscando oportunidades
para a transformação digital deste mercado através
do nexo das forças (cloud, social, mobile e analytics)
e Internet das Coisas. Tem atuado em projetos
digitais para o Banco Original, Banco Pan, Tribanco e
Alelo. Em seu histórico profissional atuou no Brasil e
nos EUA como Arquiteto de Sistemas, Arquiteto
Mobile e Arquiteto de Software para clientes como
DivX, RDI, Tetra Pak, Vale, Petrobras, Credit Suisse
Hedging-Griffo e também projetos de marketing
digital para a Coca-Cola.
Leandro Duran é Especialista de Negócios da CI&T
para o mercado financeiro. Atua aplicando os
conhecimentos de negócio, tecnologia e processos
de desenvolvimento na elaboração de soluções e
propostas técnicas e comerciais. Leandro atua há
quase 20 anos com projetos de desenvolvimento de
sistemas. Em seu histórico profissional, atuou como
Gerente de Projetos e Líder de Desenvolvimento,
para clientes como Cielo, Banco Fibra, Bradesco,
Banco Original, Porto Seguro, BM&F. Petrobras,
Credit Suisse Hedging-Griffo e também projetos de
marketing digital para a Coca-Cola.
Márcio Kikuti
@marciokikuti
Estrategista Digital
Leandro Duran
@leandro_duran
Especialista de Negócios
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