O documento discute fatores que influenciam a qualidade da imagem radiográfica, incluindo contraste, nitidez, densidade e distorção. Os principais fatores de controle para melhorar a qualidade da imagem são usar a maior kV e o menor mAs possível, menor tempo de exposição, maior DFoFi e menor DOF. Isso ajuda a reduzir a exposição do paciente e melhorar o contraste, nitidez e minimizar a distorção.
1. Escola Técnica de Maracanaú
Curso: Radiologia
Disciplina: Processamento de Imagem
QUALIDADE DA IMAGEM
Profº: Robson
Aluno: Lindolfo Jorge
Janeiro/2010.
2. Fatores que Influenciam a Qualidade da Imagem
Natureza da imagem
A imagem é produzida pelos raios X passando através de um objeto e interagindo com a
emulsão do filme, o que resulta em um escurecimento deste. A extensão do
escurecimento depende do número de raios X que atinge o filme, que, entre outros
fatores, depende da densidade do objeto.
A imagem final pode ser descrita com uma imagem bidimensional composta de preto,
de branco e de uma variedade de tons de cinza sobrepostos, sendo, algumas vezes,
conhecida como gráficos de imagens. Entender a natureza de um gráfico de imagens e
interpretar a informação nele contida requer o conhecimento de:
1. Imagens radiográficas
A quantidade do feixe que é barrado (atenuado) por um objeto determina a
densidade radiográfica das imagens:
• As imagens brancas ou radiopacas do filme representam as várias estruturas
densas no interior do objeto que barram totalmente o feixe de raios X.
• As imagens pretas ou radiolúcidas representam áreas onde o feixe de raios X
passou através do objeto e não foi totalmente barrado.
• Os tons de cinza representam áreas onde o feixe de raios X foi atenuado em
um grau variado.
A densidade radiográfica final de qualquer objeto é conseqüentemente afetada pelo
(a):
• Tipo específico de material de que o objeto é feito.
• Espessura ou densidade do material.
• Forma do objeto.
• Intensidade do feixe de raios X utilizado.
• Posição do objeto em relação ao feixe de raios X e filme.
• Sensibilidade do filme.
2. Tecidos anatômicos tridimensionais
A forma, a densidade dos tecidos do paciente, principalmente dos tecidos duros,
também afetam a imagem radiográfica. Dessa forma, quando se observam imagens
bidimensionais, a anatomia tridimensional responsável pela imagem deve ser
3. considerada. Um sólido conhecimento anatômico é obviamente um pré-requisito
para a interpretação radiográfica.
4. 3. As limitações impostas pela imagem bidimensional e superposição de imagens
As principais limitações da análise de imagens bidimensionais de objetos
tridimensionais são:
• Avaliação da forma total do objeto.
• Superposição das imagens e avaliação da localização e forma das estruturas
no interior de um objeto.
Qualidade da imagem
A qualidade da imagem e a quantidade de detalhes em uma radiografia dependem de
diversos fatores, incluindo:
1. Contraste
Definição: O contraste radiográfico é definido como a diferença de densidade em
áreas adjacentes de uma radiografia ou outro receptor de imagem. Também pode ser
definido como a variação na densidade. Quanto maior esta variação, maior o
contraste. Quanto menor esta variação
ou menor a diferença de densidade de
áreas adjacentes, menor o contraste.
O objetivo ou função do contraste é
tornar mais visível os detalhes
anatômicos de uma radiografia.
Portanto, o contraste radiográfico ótimo
é importante, sendo essencial uma
compreensão do contraste na avaliação da qualidade. Um contraste menor significa
escala de cinza mais longa, menor diferença entre densidades adjacentes.
Fatores de controle: O fator de controle primário para contraste é a alta-tensão
(kV). A kV controla a energia ou a capacidade de penetração do feixe primário.
Quanto maior a kV, maior a energia e mais uniforme é a penetração do feixe de raios
X nas várias densidades de massa de todos os tecidos. Assim, maior kV produz
menor variação na atenuação (absorção diferencial), resultando em menor contraste.
A alta-tensão (kV) também é um fator de controle secundário da densidade.
Maior kV, em raios X de maior energia, e estes chegando ao filme produz um
aumento correspondente da densidade geral. Uma regra simples e prática afirma que
5. um aumento de 15 (por cento) na kV produzirá aumento da densidade igual ao
produto produzido pela duplicação do mAs.
Sumário: Deve ser usada a maior kV e o menor mAs que proporcionem
informação diagnóstica suficiente em cada exame radiográfico. Isto reduzirá a
exposição do paciente e, em geral resultará em radiografias com boas informações
diagnósticas (o equipamento deve permitir).
2. Nitidez e resolução da imagem
Definição: O detalhe pode ser definido como a nitidez de estruturas na
radiografia. Essa nitidez dos detalhes da imagem é demonstrada pela clareza de
linhas estruturais finas e pelas bordas de tecidos ou estruturas visíveis na imagem
radiográfica. A ausência de detalhes é conhecida como borramento ou ausência de
nitidez.
Fatores de controle: A radiografia ideal apresentará boa nitidez da imagem. O
maior impedimento para a nitidez da imagem relacionado ao posicionamento é o
movimento.
Outros fatores que influenciam no detalhe são tamanho do ponto focal, DFoFi
(Distância foco-filme) e DOF (Distância objeto-filme). O uso de menor ponto focal
resulta em menor borramento geométrico, ou seja, em uma imagem mais nítida ou
melhores detalhes. Portanto, o pequeno ponto focal selecionado no painel
de controle deve ser usado sempre que possível.
A perda de detalhes é causada com maior freqüência por
movimento, seja voluntário ou involuntário,
basicamente controlado pelo uso de
dispositivos de imobilização, controle
respiratório e uso de pequenos
tempos de exposição.
O uso do pequeno ponto focal, a menor
DOF possível e uma DFoFi maior, também
melhoram os detalhes registrados ou a definição na radiografia conforme descrito e
ilustrado adiante.
6. Sumário para controle de detalhes:
1. Pequeno ponto focal – usar pequeno ponto focal, sempre que possível, para
melhorar os detalhes.
2. Menor tempo de exposição – usar menor tempo de exposição possível para
controle voluntário e movimento involuntário.
3. Velocidade filme/écran – Usar velocidade filme-écran mais rápida para
controlar os movimentos voluntários e involuntários.
4. DFoFi – usar maior DFoFi para melhorar os detalhes.
5. DOF – usar menor DOF para melhorar os detalhes.
3. Densidade
Definição: Densidade radiográfica (óptica) pode ser descrita como o grau de
enegrecimento da radiografia processada.
Quanto maior o grau de enegrecimento, é menor a quantidade de luz que
atravessará a radiografia
quando colocada na frente
de um negatoscópio ou de
um foco de luz.
Fatores de controle: O
fator primário de controle
da densidade é o mAs, que
controla a quantidade de
raios X emitida pelo tubo
de raios X durante uma
exposição. Assim, a
duplicação do mAs duplicará a quantidade de raios X emitida e a densidade.
Regra de mudança da densidade: O ajuste de corrente (mAs) deve ser alterado
em no mínimo 30 a 35 (por cento) para que haja uma modificação notável na
densidade radiográfica. Portanto, se uma radiografia for subexposta o suficiente para
ser inaceitável, um aumento de 30percent a 35percent produziria uma alteração
notável, mas geralmente não seria suficiente para corrigir a radiografia. Uma boa
regra geral sugere que a duplicação geralmente é a alteração mínima do mAs
necessário para corrigir uma radiografia subexposta (uma que seja muito clara).
7. 4. Distorção
Definição: O quarto fator de qualidade da imagem é a distorção, que pode ser
definida como a representação errada do tamanho ou do formato do objeto projetado
em meio de registro radiográfico. A ampliação algumas vezes é relacionada como
um fator separado, mas, como é uma distorção do tamanho, pode ser incluída com a
distorção do formato. Portanto, a distorção, seja de formato ou de tamanho, é uma
representação errada do objeto verdadeiro e, como tal, é indesejável.
Entretanto, nenhuma radiografia é uma imagem exata da parte do corpo que esta
sendo radiografada. Isso é impossível porque há sempre alguma ampliação e/ou
distorção devido á DFoFi e à divergência do feixe de raios X. Portanto, a distorção
deve ser minimizada e controlada.
Divergência do feixe de raios X
Este é um conceito básico, porém importante, a ser compreendido em um estudo
de posicionamento radiográfico. A divergência do feixe de raios X ocorre porque os
raios X originam-se de uma fonte estreita no tubo e divergem ou espalham-se para
cobrir todo o filme ou receptor de imagem.
O tamanho do feixe de raios X é limitado por colimadores ajustáveis, que
absorvem os raios X periféricos dos lados, controlando, assim, o tamanho do campo
de colimação. Quanto maior o campo de colimação e menor o DFoFi, maior o
ângulo de divergência nas margens externas. Isso
aumenta o potencial de distorção nestas margens
externas.
Sumário: A distorção, que é um erro na
representação do tamanho e do formato da
imagem radiográfica, pode ser minimizada por
quatro fatores de controle:
1. DFoFi – Aumento da DFoFi diminui a
distorção (também aumenta a definição).
Obs.1: A distância DFoFi padrão é de 102 a 107 cm, apesar de haver estudos
flexibilizando essa distância para até 122 cm a fim de reduzir a exposição do
paciente e de melhorar os detalhes por minimizar a divergência do feixe. Mas em
8. função do aumento do fator mA (aumento de 50percent na mudança de 102 para 122
cm) a distância padrão acima permanece.
2. DOF – Diminuição da DOF diminui a distorção (combinada a um pequeno
ponto focal, a diminuição da DOF também aumenta a definição).
3. Alinhamento do objeto – A distorção é diminuída com o alinhamento correto
do objeto filme (o plano do objeto está paralelo ao plano do filme).
4. RC – O posicionamento correto do RC reduz a distorção porque a porção mais
central do feixe de raios X com a menor divergência é mais bem utilizada.
Fonte de Pesquisa
http://www.tecnologiaradiologica.com/materia_c_imagem.htm
http://wapedia.mobi/pt/Radiologia