1. Tecnologia e Sociedade I
Tecnologia e
Meio Ambiente
professor convidado:
Prof. Eloy Fassi Casagrande Júnior
Andressa Ferrari
27.abr.2009
Celso Podlasek
Francisco Rasia
Henry Cunha
Rafael Egashira
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2. “A Terra e sua biosfera formam uma
grande síntese de sistemas interativos e
complexos” (LEIS, 2002)
• Ser humano/mundo: instabilidade, características divergentes,
controvérsias;
• Ecologia/ambientalismo: necessidade de maior solidariedade e
cooperação entre culturas, nações, indivíduos e espécies;
• Transição do modelo atual para um modelo sustentável
(dimensões biofísica, econômica e social);
• Maior preocupação ambiental após anos 50 e 60, pós‐guerra;
• Interdependência política (trasnacionalização de bens,
informação, idéias, tecnologias, produtos/mercado): “governo
mundial”;
• Ambientalismo como movimento histórico de alcance global. 2
4. Política internacional
Modelo Realista Modelo Idealista
• Grotius e Kant;
• Hobbes: “estado da natureza”;
• Pré‐política: conflito e anarquia; • Cooperação: condição para “paz
perpétua;
• Relações internacionais: guerra e
• Visão utópica: transformação
poder;
“iluminista” dos seres humanos e
• Luta entre Estados soberanos.
das relações internacionais;
Modelo predominante até a
mudança da política mundial na
Neoliberalismo ‐ combinação de
década de 80, a partir de
fatores realistas e idealistas para
transformações demográficas,
alcance do crescimento
ambientais, tecnológicas,
econômico e consolidação da
econômicas e culturais. (LEIS)
democracia. (LEIS)
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5. Mercado e Livre Comércio
“O mercado prefere guiar‐se por uma razão instrumental que,
se transnacionaliza países e derruba fronteiras, não o faz para
atender a valores universais ou para maximizar a satisfação de
necessidades comuns da humanidade, senão para maximizar
o aproveitamento dos recursos existentes em função do lucro
e do poder dos principais agentes econômicos e
políticos.” (LEIS)
“...o livre comércio favorece a circulação mundial de
tecnologias e indústrias poluentes, assim como de resíduos
tóxicos que já saturaram o meio ambiente local e
nacional.” (LEIS)
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6. Expansão do mercado
Tensões sociais/Contra‐movimentos em resposta
Ambientalismo
Socialismo
• Séc. XVIII e XIX • Segunda metade do séc. XX
• Natureza – fonte de recursos • Natureza – fonte de recursos
infinitos finitos
• Expansão da exploração e • Limites para o crescimento
ocupação humana econômico
• Império do mercado nacional – • Império do mercado
desestrutura de comunidades transnacional –
locais competitividade internacional
• Movimento de defesa • Movimento de defesa
concentrado no plano social e concentrado na relação
nacional sociedade‐natureza 6
7. Ambientalismo
Prática da comunicação;
•
Intersubjetividade;
•
Raízes material e espiritual (religião);
•
Universalização da ciência e tecnologia e harmonização das
•
experiências espiritual e material;
• Convergência sinérgica das perspectivas de fundo sensível,
lógico e intuitivo;
• Cooperação entre atores com interesses e perspectivas
diferentes ou até contraditórias;
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8. Bens de Consumo
• que é realmente necessário e o que é
supérfluo? (LAZSLO, E. Strategy for the Future)
• Necessidades fisiológicas/sobrevivência
• Necessidades psicológicas/ sócio‐culturais
Aumento populacional Aumento do consumo
Nos séculos anteriores o número de bens de
consumo desejável era menor do que o número de
bens desejado hoje por um só indivíduo.
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9. Funções dos produtos industriais
“No processo de utilização são satisfeitas as necessidades do
usuário por meio das funções dos produtos.” (LOBACH, 2001)
“São funções práticas de
produtos todos os
aspectos fisiológicos do
Função Prática
seu uso.” (LOBACH)
“A função estética dos
produtos é um aspecto “A função simbólica dos
psicológico da produtos é determinada
percepção sensorial por todos os aspectos
durante o uso”(LOBACH) espirituais, psíquicos e
sociais do
uso.” (LOBACH)
Função Estética Função Simbólica
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10. Objeto como representação mediada
SUJEITO
“o que existe para o conhecimento,
portanto o mundo inteiro, é tão‐
somente objeto em relação ao sujeito,
intuição de quem intui, numa palavra,
representação” (Schopenhauer)
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16. O ativismo ambientalista
(para o terceiro mundo?)
Com publicações que surgiram a partir de década de 1960 sobre os problemas
•
ambientais, começaram a surgir críticas não somente à tecnologia mas também a
tipos específicos de atuação profissional, entre elas o design. Um dos maiores
críticos foi Victor Papanek em seu livro Design for the Real World no qual ele
aponta como irresponsável e com grandes parcelas de desperdício o design de
produto praticado nos países ricos, propondo modelos alternativos de tecnologias
para os países em desenvolvimento. Os pensamentos de Papanek combinam com
a proposta de Ernest Fritz Schumacher em Small is Beautiful, que defendia a
produção em pequena escala, contrariando a visão empresarial de empresas
gigantescas distribuidoras do mesmo produto em todo o planeta. Ele sugere que
países em desenvolvimento deveriam adaptar suas necessidades à sua realidade
tecnológica, sem a importação de modelos dos países industrializados. Ele cita
como exemplo o uso de bois em substituição a tratores no trabalho agrícola.
Estas propostas influenciaram o ICSID (Conselho Internacional de Design) e
•
também o PNUD (ONU) que reconheceram a necessidade da adaptação da
produção industrial às condições locais.
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18. A tecnologia ambientalista
(para os países ricos?)
Paralelo às idéias do uso de tecnologias mais “brandas”, nos países desenvolvidos
•
começaram a surgir tecnologias para melhorar o desempenho ambiental da
produção, de bens e serviços. Técnicas de tratamento de lixo, redesenho e
substituição de produtos, bem como análises de ciclo de vida começaram a tornar‐
se comum nas literaturas. Programas de qualidades como a ISO 14000 e legislações
ambientais entraram também na agenda das empresas e governos. Programas de
graduação e pós graduação na área ambiental também surgiram com o mesmo
enfoque, porém é necessário analisar que em todas acredita‐se que exista a
participação social (ou do consumidor) no processo.
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20. Design ambiental / social:
Autores como Ézio Manzini e John Tachkara, que estudaram e divulgaram as
•
tecnologias ambientalistas como ferramentas possíveis para resolver a questão
ambiental, vêm atualmente que boa parte das soluções são um misto de
implicações sociais e tecnologias ambientais. Eles exemplificam através de casos
onde as empresas devem estabelecer suas relações através do serviço prestado
por um produto, e não pela sua venda. Um exemplo é o de lavanderias
comunitárias que substituiriam máquinas de lavar residencial. Além de haver
melhor desempenho ambiental e de uso, haveria uma redução significativa do
número de aparelhos existentes. Eles dizem que as pessoas não precisam de
automóveis, mas sim de transporte... e assim em diversos outros exemplos. A
questão ambiental está centrada numa análise do contexto no qual está aplicado.
Esta abordagem abre a possibilidade de crítica de existência dos produtos,
fazendo uma análise mais profunda em Ser e Ter, porém necessita de metodologias
específicas ao contexto e soluções não conseguem ser replicadas fora do local que
foram concebidas.
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21. Referências (I)
AGUIAR, R. C. Crise social e meio ambiente: Elementos de
uma mesma problemática. In: BURSZTYN, M. Para pensar o
desenvolvimento Sustentável. (2a. Ed.). São Paulo :
Brasiliense, 1994.
CASAGRANDE JR, Eloy Fassi. Inovação Tecnológica e
Sustentabilidade: integrando as partes para proteger o todo.
LEIS, H. R. Ambientalismo: um projeto realista‐utópico para a
política mundial. In: VIOLA, E; LEIS, H.R. Et Al. (ORG). Meio
Ambiente, Desenvolvimento e Cidadania: Desafios para as
Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 2002.
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22. Referências (II)
PAPANEK, Vitor. Arquitectura e Design. Lisboa : Edições 70,
1995.
________. Diseñar para el mundo real: ecologia humana y
cambiosocial. Madrid: H. Blume Ediciones, 1977.
HAWKEN, P. LOVINS, A. LOVINS, L. H. Capitalismo Natural :
criando a próxima revolução industrial. São Paulo : Cultrix,
2000.
LÖBACH, B. Desenho Industrial – Bases para a configuração
dos produtos industriais. (1a ed.). São Paulo : Edgar Blucher,
2001.
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23. Referências (III)
MANZINI, Ezio. Design para a inovação social e
sustentabilidade:comunidades criativas, organizações
colaborativas e novas redesprojetuais. Rio de Janeiro: E‐
papers, 2008.
________. VEZZOLI, Carlo. O Desenvolvimento de
produtossustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos
industriais. SãoPaulo: EDUSP, 2002.
THACKARA, John. Plano B – O Design e as Alternativas Viáveis
em um Mundo Complexo. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.
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