O documento resume a República Populista no Brasil de 1946 a 1964, período marcado pelo populismo democrático até o golpe militar de 1964. Inclui a Constituição de 1946, os governos de Eurico Dutra, Getúlio Vargas e as forças políticas conservadoras e progressistas da época. O suicídio de Getúlio Vargas em 1954 marcou o fim do populismo no país.
3. 1. Populismo democrático (1946 – 1964)
o O populismo varguista persistiu até o Governo
Jango e o Golpe Militar de 1964.
o Em vez do Estado os partidos exerciam a ação
populista via instituições (Ministérios, Congresso).
Populismo de Getúlio Vargas:
Em nome da elite, o Estado (Vargas) atendeu as
reivindicações populares, concedeu direitos, melhorou
as condições de vida da população e fez dessa prática
moeda política na manutenção do poder.
4. 2. Doutrina Truman e a Guerra Fria (1947)
Mundo bipolar (EUA X URSS):
o Estado de medo e tensão numa guerra política e
ideológica entre EUA e URSS e seus respectivos
sistemas de produção (Capitalismo X Socialismo).
o A Guerra Fria foi oficializada quando Truman
afirmou que os EUA defenderiam qualquer nação
livre que quisesse resistir à dominação e tirania.
5.
6. 3. Transição: Estado Novo – Democracia burguesa
o Saía de cena o Capitalismo ditatorial e estatizante
que dificultava a ação das multinacionais.
o Primeiros passos na construção de uma estrutura
capitalista tecnológica, industrial, financeira.
o Brasil aliado dos EUA na Guerra Fria, pressionado
a abrir – se às multinacionais e a ação dos capitais
estrangeiros.
7. 4. Forças políticas
Conservadores (Grandes empresários, latifundiários,
alta classe média, parte dos militares):
o Capitalismo liberal, não intervenção do Estado na
economia, abertura às multinacionais, aliança com
os EUA, sem reformas sociais ou direitos.
o Rejeitavam reformas econômicas profundas e
defendiam a eliminação de direitos trabalhistas.
8. Progressistas (Classe média, sindicalistas, líderes
estudantis, intelectuais, partidos de esquerda):
o Capitalismo independente, subordinado aos
interesses do país e não dos EUA e multinacionais.
o Defendiam o Estado na economia, nacionalizando
setores importantes.
o Propunham reforma agrária, reformas sociais,
direitos políticos e política externa independente.
9. Partidos Políticos
PSD (Partido Social Democrático)
o Conservador, inspiração getulista (Estado Novo),
formado por antigos varguistas (latifundiários,
empresários e parte da classe média).
UDN (União Democrática Nacional)
o Conservador, crítico do Estado Novo, formado por
empresários, defendia liberalismo econômico.
10. PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)
o Partido oficial criado por Getúlio Vargas, apoiado
por operários, vivia da imagem do “pai dos pobres”.
PCB (Partido Comunista Brasileiro)
o Antifascista, progressista, composto pela classe
média, camadas populares.
o Ideologicamente próximo da URSS foi cassado em
1947, na ilegalidade durante a Ditadura Militar.
11. 5. Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951)
PTB – PSD: 3.351.507 – 55% dos votos.
o Apoiado por grupos que defendiam democracia
mas apoiaram o Estado Novo e que apoiariam o
golpe militar de 1964.
o A ação desses grupos fez – se sentir nos partidos,
na Constituição de 1946 e na política econômica do
Governo Dutra.
12.
13. Constituição de 1946
o Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário.
o Votavam alfabetizados maiores de 18 anos.
o Liberdade de expressão, fim da pena de morte.
o Direitos trabalhistas e direito de greve.
o Autonomia aos Estados, eleição de governadores,
prefeitos, vereadores.
Apesar de liberal e garantir direitos importantes, não impediu a
cassação do PCB em 1947. Foi mutilada pelos AIs na Ditadura
Militar até ser extinta em 1967.
14. Política externa
o Aliança com os EUA e o bloco capitalista.
Política interna conservadora e repressiva
o Intervenção nos sindicatos.
o PCB na ilegalidade em 1947.
o Protestos eram considerados agitação comunista.
“Se um jornalista denunciasse a existência de remédios falsificados seria considerado
comunista. Se alguém reclamasse da fome, estava a serviço de Moscou”.
A indústria do anticomunismo foi alimentada pela aliança do governo com os EUA.
Afinal, ser comunista era um crime a ser reprimido exemplarmente.
15. Política Econômica
o Não intervenção do Estado na economia.
o Congelamento dos salários.
o Abertura aos capitais estrangeiros.
CONSEQUÊNCIAS
O resultado foi desastroso. Com a importação de supérfluos, houve
profunda evasão de dólares, baixando as reservas. A inflação aumentou
e os salários congelados inibiram o poder de compra dos trabalhadores.
O setor industrial expandia – se mas não haviam dólares para importação
de máquinas, exigindo mais empréstimos, elevando a dívida externa.
16. Plano Salte (Saúde, alimentação, transportes, energia)
o Planejamento e intervenção na economia.
o Suspensão do congelamento salarial.
o Não resolveu mas aliviou a crise econômica.
Missão Abbink (Comissão mista EUA – Brasil)
o Intervenção dos EUA sugerindo restrições de
crédito e nos aumentos salariais com abertura às
multinacionais como soluções à crise econômica.
17.
18. 6. Getúlio Vargas (1951 – 1954)
PTB – PSP: 48,73 % – 3.849.040 votos.
o O apelo nacionalista e populista, prometendo
aprofundar as conquistas do Estado Novo.
o A memória do “pai dos pobres”.
o Promessas e dívidas políticas assumidas.
o A campanha “o petróleo é nosso”.
19.
20.
21. Getúlio Dorneles Vargas (1882 – 1954)
o Nasceu em São Borja – RS em 19/04/1882, foi
advogado, Deputado Federal, Governador do Rio
de Janeiro e Presidente do Brasil entre 1930 – 1945
e 1951 a 1954. Liderou e venceu a Revolução de
1930 depondo o Presidente Washington Luís.
o Deixou como heranças os direitos trabalhistas, o
voto feminino e a industrialização patrocinada pelo
Estado.
22. Trabalhadores do Brasil!
Depois de quase seis anos de afastamento, durante os quais nunca
me saíram do pensamento a imagem e a lembrança do grato e longo
convívio que mantive convosco, eis – me outra vez aqui, ao vosso lado,
para falar com a familiaridade amiga de outros tempos e para dizer
que voltei a fim de defender os interesses mais legítimos do povo e
promover as medidas indispensáveis ao bem-estar dos trabalhadores.
(Discurso de Vargas aos trabalhadores – 01/05/1951)
23. Diretrizes econômicas e Nacionalismo
Expectativas e desafios:
o A economia do país enfrentava inflação, dívida
externa, desnacionalização, evasão de dólares e
déficits comerciais.
o Operários, camponeses, pobres esperavam que o
“pai dos pobres” satisfizessem seus anseios.
24. Política Econômica
o Estudos apontavam para a necessidade de altos
investimentos em infraestrutura (transportes, energia
elétrica, combustíveis).
o Vargas adotou um sistema misto de liberalismo com
nacionalismo, com abertura e controle do Estado em
investimentos e emissão de moeda.
o O capital estrangeiro seria regulado para que não
houvesse entreguismo.
25. Tensões no horizonte
o Conservadores e progressistas pressionavam.
o Governo Dutra vinha alinhado com os EUA, as
“multis” e os conservadores liberais.
o Vargas nacionalista e populista encontrou um país
aberto às multinacionais e aos capitais estrangeiros.
o A Campanha “o petróleo é nosso” dava um tom
nacionalista a um Estado que se tornara liberal.
26.
27. o Conservadores (liberais) pressionavam para que o
petróleo e outras riquezas fossem entregues às
“multis”, com mais recursos para exploração.
o Vargas foi forçado a distribuir cargos a aliados.
o Nacionalista e com um governo progressista criou
um ministério conservador de oposição.
o A eleição de Eisenhower como Presidente dos EUA
endureceu ajuda financeira a países não confiáveis.
28. A crise
o Além das tensões políticas entre conservadores e
progressistas, o Brasil muitos possuía problemas e
contradições: transportes, energia elétrica, falta de
combustíveis, Sul industrializado, Nordeste pobre.
o As importações de máquinas e equipamentos
exigiam altas exportações de primários.
o As taxas de inflação cada vez mais altas.
29. o Brasil e EUA criaram uma comissão mista para
facilitar investimentos e resolver o problema do
subdesenvolvimento do Brasil.
o Em 1952 foi criado o BNDE para incrementar
investimentos da ordem de US$ 1 bilhão.
o A política cambial mais flexível desvalorizou o
cruzeiro e criou um sistema de taxas múltiplas.
30. Nacionalismo econômico
Petrobras – 1953
o Capital misto, a maioria das ações em poder do
governo e o monopólio de extração e das refinarias.
o A distribuição ficaria a cargo de capitais privados.
Eletrobrás – 1951
o Criada para o Estado regular e ampliar o setor de
energia elétrica.
31. Lei dos lucros extraordinários – 1952
o Vargas encontrava – se em rota de colisão com as
multinacionais.
o Acusando as multinacionais de lucrarem valores
exorbitantes, emitiu um decreto limitando as
remessas de lucros das multinacionais em 10%.
o A medida seria aplicada quando o balanço de
pagamentos fosse pressionado.
32. O início do fim
o Vargas, pressionado por seu nacionalismo, passou
a ser acusado de tentar implantar uma república
sindicalista como Perón na Argentina.
o Seus opositores alertavam para o seu passado de
ditador numa ampla campanha antigetulista.
o Denúncias de favorecimentos e subornos a aliados
agravavam a sua situação política.
33. O atentado da Rua Toneleros – 05/08/1954
o O atentado tinha como alvo Carlos Lacerda, líder
da UDN, inimigo declarado de Getúlio Vargas.
o Lacerda levou um tiro no pé, mas o Major Rubens
Florentino Vaz foi assassinado.
o As investigações responsabilizaram Gregório
Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio.
34. Carlos Lacerda (“Corvo” – “Abutre”)
o Carlos Frederico Werneck de Lacerda foi um
jornalista e político brasileiro. Foi membro da
União Democrática Nacional, vereador, deputado
federal e governador do estado da Guanabara.
o Principal voz de oposição a Getúlio Vargas, foi o
pivô do atentado que teria precipitado o suicídio
de Getúlio Vargas em 24/08/1954.
38. “Saio da vida para entrar na história” – 24/08/1954
o Diante da insustentável crise política, econômica e
social, o Exército interveio e exigiu a demissão do
Ministro do Trabalho João Goulart.
o Em 21/08/1954 o vice Café Filho sugeriu a Getúlio
que ambos renunciassem e rompeu com ele.
o A resposta prenunciava a tragédia:
“Só morto saio do Catete”.
39. Carta-Testamento de Getúlio Vargas
Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se
desencadeiam sobre mim. Não me acusam, me insultam; não me combatem,
caluniam – me e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir
a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi, o povo e
principalmente os humildes. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos
econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. A lei de
lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-
mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização
das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de
agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o
trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo
dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das
empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que
importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano.
40. Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante,
incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo,
para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não
ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar
sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de
estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso
lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta
por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a
força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome será a vossa
bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa
consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com
o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória.
Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu
resgate.
41. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a
espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto.
O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo.
Eu vos dei a minha vida.
Agora ofereço a minha morte.
Nada receio.
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da
eternidade
e saio da vida para entrar na história.
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44.
45.
46. 7. Crise política, golpe, contragolpe, sucessão
Café Filho (PSP, ligado a PSD/UDN) – 1954/1955
o Vice de Getúlio, assumiu logo após a sua morte.
o Tentou conciliar os divergentes (antigetulistas,
golpistas, ditadores, nacionalistas).
o A divisão política expressou – se nas urnas, pois os
conservadores elegeram menos deputados que os
getulistas PSD e PTB.
47. Tentativa de golpe (1955)
o Os militares (Golbery C. Silva e Castelo Branco) e a
UDN defendiam intervenção militar.
o PSD/PTB (getulistas) lançaram Juscelino Kubitschek e
Jango chapa imbatível, venceu Juarez Távora (UDN),
Ademar de Barros (PSP) e Plínio Salgado (ALN).
o Os conservadores rejeitaram o resultado e armaram
o plano golpista.
48. Caminhos do golpe
“Juscelino e Jango não tomarão posse”. (Lacerda)
Carlos Luz (PSD) – 08 a 11/11/1955
o Trama: empossar aliado e afastar o General Lott.
o General Mamede incitou os militares a revolta.
o Café Filho licenciou – se em 08/11/1955, assumiu
Carlos Luz (Presidente da Câmara), aliado golpista.
o Gal. Lott exigiu do Presidente a punição de Mamede.
49. Nereu Ramos (PSD) – 11/11/1955 a 31/01/1956
o Carlos Luz não apoiou a punição do General
Mamede e Teixeira Lott anunciou sua demissão.
o Aliados de Lott o avisaram da intenção golpista
para que evitasse a ditadura militar conservadora.
o Lott e os legalistas pressionaram e o Congresso
Nacional afastou Carlos Luz e colocou Nereu
Ramos (vice presidente do Senado) no poder.
50. 8. Juscelino Kubitschek (1956 – 1961)
PSD/PTB – 3.077.411 – 35,68%
o Juscelino Kubitschek de Oliveira, nasceu em
Diamantina (12/09/1902), foi médico, oficial da
Força Pública Mineira e político em vários cargos.
o Prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas
Gerais, e Presidente entre 1956 e 1961.
o Morreu em acidente automobilístico (22/08/1976).
51.
52.
53. Desafios:
Heranças do governo Café Filho
o Inflação, dívida externa elevada, déficits comerciais,
baixas reservas cambiais, suspensão no programa de
compra de café pelo governo.
o Menos importações aliviaram o balanço de
pagamentos e a SUMOC facilitou a importação de
máquinas/equipamentos industriais a multinacionais
associadas a empresas nacionais.
54. Bases de apoio de JK
o Habilidade política sem usar violência e repressão.
o Aliança PSD – PTB lhe dava maioria no Congresso.
o Centralização e eficiência administrativas com a
criação de órgãos e grupos executivos de trabalho.
o Apoio das Forças Armadas a partir do Marechal
Teixeira Lott que garantiu a sua posse.
o Tendência nacionalista fortalecia apoio político.
55. Oposição, crise e habilidade política
o Difícil conciliar conservadores e progressistas.
o Em tentativas de greve foi bom negociador.
o Os levantes militares de Jacareacanga e Aragarças
foram resolvidos com anistia aos revoltosos.
o Diante da negativa a um empréstimo externo
rompeu com o FMI até a liberação do dinheiro.
56. Nacionalismo e os rumos do desenvolvimentismo
o Os nacionalistas reivindicavam crescimento
industrial, estatização de setores estratégicos, reserva
de mercado à empresas nacionais.
o Limitavam a ação do capital estrangeiro e viam com
restrições os empréstimos externos.
o Pressionavam por crescimento com desenvolvimento
e reformas: agrária, fiscal, bancária, eleitoral, etc.
57. 50 anos em 5 e desenvolvimentismo
Plano de Metas:
o Consistiu em 30 metas agrupadas em 5 setores.
o Energia, transporte, indústria, educação, agricultura.
o Desenvolveu setores: energia, transporte, indústria.
o Educação e agricultura com crescimento modesto.
o Os latifundiários boicotaram projetos na agricultura
por não concordarem com a reforma agrária.
58. Nacional desenvolvimentismo
Capitalismo associado ou dependente:
o O Estado atuava em setores essenciais e permitia
a ação das multinacionais e do capital estrangeiro.
o Realizações: siderurgia, metalurgia, petroquímica,
mecânica pesada, indústria automobilística, usinas
hidrelétricas, quilômetros de estradas, além da
meta símbolo: construção de Brasília.
59. O Presidente Bossa Nova
o Assim como a Bossa Nova mistura Jazz com samba
o nacional desenvolvimentismo de JK conciliava
capitais nacionais com capitais norte americanos.
Bossa Nova: movimento da MPB, final dos anos 50 lançado por João Gilberto, Tom
Jobim, Vinícius de Moraes, derivado do samba, com forte influência do jazz.
De início, o termo era um novo modo de cantar e tocar samba, uma reformulação
estética dentro do moderno samba carioca urbano. A Bossa Nova tornou-se um dos
movimentos mais influentes da história da MPB, conhecido em todo o mundo, um
grande exemplo disso é Garota de Ipanema composta em 1962 por Vinícius de
Moraes e Antônio Carlos Jobim.
60.
61. Crescimento em números
o A indústria cresceu 80%/em média, setor do aço
(100%), mecânica (125%), elétrica e comunicação
(38%), equipamentos de transportes (600%).
o Entre 1957 e 1961 crescimento real de 7% a.a.
e 4% per capita, 3 vezes mais que a América Latina.
JK lançou as bases da indústria automobilística (Volks, Simca, Willys, Mercedes).
Foi responsável pelo parque industrial do ABC alavancando vários setores: autopeças,
eletrodomésticos, serviços, farmacêutico, petroquímico, indústria naval.
No seu governo foram construídas as hidrelétricas de Furnas e Três Marias.
Criou a SUDENE, o GEIA, o GEICON e ampliou o parque rodoviário.
71. Brasília, a meta síntese de JK
o Pensada por Pombal e seu cartógrafo Francesco
Tosi, foi prevista na Constituição de 1891.
o JK colocou o projeto em prática e foi inaugurada
ainda incompleta em 21 de abril de 1960 após um
apertado cronograma de trabalho, seguindo um
plano urbanístico de Lúcio Costa e uma orientação
arquitetural de Oscar Niemeyer.
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76. Problemas e heranças deixados ao sucessor
o Os investimentos externos foram limitados apesar
da carência de capitais e tecnologias.
o A entrada das “multis” e de capitais externos
aumentaram a desnacionalização e a dívida externa.
o A política emissionista causou perda no valor da
moeda, além de inflação.
o Crédito fácil e mercado interno em expansão ajudavam
os empresários.
77. o Controle nos preços do café, expansão de crédito
e a não realização de reforma agrária beneficiaram
os latifundiários mas prejudicaram camponeses.
o Política salarial cautelosa e controle nos sindicatos
prejudicaram a classe operária.
o Urbanização não planejada com eficiência
incentivou migrações e trouxe problemas a cidades
como Brasília, São Paulo, ABC, Rio de Janeiro.
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79. 9. Jânio Quadros (1961 – Janeiro a Agosto)
PTN/PDC/PR/PL/UDN: 5.636.623 – 48,27%
o Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande
em 25/01/1917 e foi 22º Presidente do Brasil.
o Advogado, professor, vereador, prefeito, governador.
o Populista, demagogo, teve mandato de 07 meses,
renunciando, após pressões, em 25/08/1961.
o Morreu em 16/02/1992.
80.
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83. Contexto: crise e conspiração
o Conservadores e progressistas enfrentavam – se em
seu ponto máximo (partidos, sindicatos, imprensa,
movimento estudantil disputavam espaço político).
o Expectativas de poder somadas à crise econômica:
inflação, dívida externa, desnacionalização, déficits e
recusa das “multis” no repasse de tecnologias.
o Os empresários externos exigiam garantias políticas e
os governos populistas tendiam ao nacionalismo.
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89. Diretrizes econômicas
Programa anti – inflacionário
o Reforma cambial, desvalorizando o cruzeiro.
o Redução nos subsídios de trigo e combustíveis.
o Congelamento dos salários.
o Restrições no crédito e alta nos juros bancários.
o Renegociação da dívida externa e acordo com FMI.
90. Repercussões
o Aumento no custo de vida.
o Pressões de empresários, classe média e operários.
o Perda de maioria e apoio no Congresso Nacional.
Alternativas de solução
o Ministérios Indústria/Comércio e Minas e Energia.
o Limitar as remessas de lucros das multinacionais.
91. Moralismo e ridicularização
o Governava por “bilhetinhos”.
o Proibiu maiôs e biquínis nos concursos de miss.
o Proibiu uso de mini saia em repartições públicas.
o Proibiu lança perfumes nos bailes de carnaval.
o Proibiu jogo de bicho e briga de galo.
o Proibiu corridas de cavalos no meio de semana.
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94. Esquerda volver – rumo ao comunismo:
o Relações comerciais e diplomáticas com União
Soviética, Cuba e China, afastando – se dos EUA.
o Condecoração/medalha a “Chê” Guevara.
o Conservadores pressionavam e acusavam Jânio
de agente do comunismo internacional.
o Jânio culpava o Congresso Nacional por todos os
males que o Brasil enfrentava.
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96. Renúncia em 25/08/1961
Pressão das “forças terríveis”:
o Desprestigiado pela opinião pública, olhado com
desconfiança pelos militares, atacado e chamado
de comunista por Lacerda e os conservadores.
o Numa manobra política Jânio Quadros mandou
uma carta de renúncia ao Congresso Nacional.
o Esperava voltar fortalecido com plenos poderes.
97. "Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Desejei um Brasil para os
brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia
que subordinam os interesses gerais aos apetites
e às ambições de grupos ou de indivíduos.
Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam...
Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas,
indispensáveis ao exercício da minha autoridade.
A mim não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é aos companheiros
que comigo lutaram e me sustentaram e, de forma especial,
às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta
oportunidade. Somente assim seremos dignos deste país e do mundo.”
Brasília, 25 de agosto de 1961 – Jânio Quadros
98.
99. 10. Jango (1961 – 1964)
o João Belchior Marques Goulart.
o Nasceu em São Borja em 01/03/1919 e faleceu na
cidade argentina de Mercedes em 06/12/76.
o Iniciado por Vargas em 1945 no PTB foi Deputado
Estadual, Ministro do Trabalho de Vargas, vice de
JK e Jânio, sendo deposto pelos militares em 1964.
100.
101. Renúncia e crise política
o Ranieri Mazzilli (Presidente da Câmara) assumiu
interinamente, pois o vice Jango estava na China.
o Os militares conservadores tentaram impedir a sua
posse chamando – o de Comunista.
o Parte do Congresso Nacional e militares legalistas
desejavam a ordem constitucional e defendiam a
posse de Jango como Presidente da República.
102. “Para os militares Jango era um agitador com simpatia
pela União Soviética e pela China, que infiltrou o
comunismo nos sindicatos na Era Vargas e que, e se
assumisse o poder, levaria o país a um período
“de agitações sobre agitações”, de tumultos e mesmo
choques sangrentos nas cidades
e nos campos, além da subversão armada”.
Impedir a posse de Jango era um ato em defesa da lei,
da Constituição e da Democracia.
103. Campanha da legalidade
o Leonel Brizola, político gaúcho do PTB e cunhado
de Jango, liderou a rede da legalidade, propondo a
ordem constitucional.
o A campanha ganhou a imprensa e as ruas, fazendo
os conservadores recuarem.
o Um golpe não teria apoio popular e a saída
parlamentarista foi negociada como opção.
104.
105. Governo parlamentarista – 1961 a 1963
o O Presidente não tinha poderes, pois o 1º Ministro
(Tancredo Neves, Francisco Brochado, Hermes Lima)
e o Conselho de Ministros concentravam o poder.
o Inflação, dívida externa, economia em declínio e
fragilidade política com disputa entre conservadores
liberais e progressistas.
o A crise e a fragilidade política levaram ao Plebiscito.
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108. Governo presidencialista – 1963/1964
o Jango, Celso Furtado e Tiago Dantas articularam
medidas para combater a crise econômica.
o O plano econômico pretendia combater a inflação
e resolver o impasse do desenvolvimento.
o A solução passava por reformas estruturais que
desenvolvessem a economia e corrigissem as
desigualdades sociais.
109. Contexto econômico
o Crise econômica sem controle: inflação 75% aa e o
custo de vida aumentou 31% em relação ao ano
anterior.
o Débitos de US$ 3 bi e amortizações de US$ 1.8 bi
favoreciam o calote e o confisco de ativos das
multinacionais no Brasil.
o A situação era desesperadora e enfraquecia o
governo Jango.
110. Celso Furtado, Plano Trienal e a esquerda “positiva”
o Estabilizar a economia e criar condições para as
reformas de base.
Dificultadores:
o Inflação: 19,2% em 1956, 30,9% em 1960, 54%
em 1962, 80% em 1963.
o Necessidade de aumentos salariais, falta de
recursos, pressões de direita e esquerda.
111.
112. Reformas de base
oReforma agrária, reforma tributária, reforma urbana,
reforma eleitoral, reforma universitária.
o Para Jango e equipe econômica a solução para a crise
passava por reformas estruturais.
o Propunha – se também política externa independente.
o Aprovada uma lei para limitar remessas de lucros.
o Além de resolver problemas econômicos pretendiam o
equilíbrio político entre direita e esquerda.
113. Da crise do populismo ao golpe militar de 1964
Direita X Esquerda:
o Um círculo vicioso colocava Jango entre duas forças: o
povo pressionava por mudanças e os conservadores
pela proteção de seus interesses.
o As facções tinham divisões internas que levaram à
FPN (Frente Parlamentar Nacionalista/progressistas) e à
ADP (Ação Democrática Parlamentar/conservadores).
o Dificilmente Jango conseguiria governar.
114. Comício da Central – RJ (13/03/1964)
o Cerca de 150 mil pessoas (operários, camponeses,
estudantes, progressistas) se reuniram para apoiar
Jango e as reformas de base.
o Jango assinou dois decretos: um desapropriava
refinarias de petróleo e outro declarava sujeitas a
desapropriação propriedades subutilizadas.
o O Comício da Central alarmou os conservadores.
115.
116.
117. Marcha da família com Deus pela liberdade – 19/03/64
o A reação conservadora ao Comício da Central foi
imediata com a Marcha da Família.
o Cerca de 300 mil pessoas (militares, fazendeiros,
empresários e as senhoras católicas).
o Atacava – se a legalidade fingindo defende – la.
o Jango era chamado de comunista e seu governo
um atentado contra a lei, a ordem e a democracia.
118.
119. Golpe Militar de 31/03/1964
o 20/03/64: O Gen. Castelo Branco, chefe do Estado-
Maior do Exército, advertiu contra o comunismo.
o 28/03/64: Revolta de marinheiros e fuzileiros navais no
Rio e Jango recusou – se a puni – los , deixando-os livres,
gerando profunda crise entre a oficialidade da Marinha.
o 30/03/64: Jango foi a uma festa na Associação dos
Sargentos como convidado de honra.
o 31/03/64: Jango foi deposto pelos militares.