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Un. Instituto Caivs Ivlivs Caesar – UNICIC
Curso de Pós-Graduação Latu Senso: Especialização em Psicopedagogia
Clinica e Institucional
ESTUDO DE CASO – NICOLAS ROCHA
Autores: Carmen Prigol Cimi, Devania Arruda da
silva, Genésio zambenedetti, Naide Zambenedetti,
Solange Zarth
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo observar a interação entre o aluno
surdo e seus colegas, entre ele e seus professores, explicitando como essa
interação interfere na qualidade da aprendizagem do mesmo. A pesquisa
objetiva, ainda, analisar a situação real do surdo que estuda no colégio
estadual de Nova Guarita e sugerir estratégias, que auxiliem em sua trajetória
escolar, e que influenciarão na vida dele, enquanto cidadão. A pesquisa é
qualitativa, do tipo estudo de caso, realizada com um aluno surdo, do Ensino
Fundamenta, da Escola Pública Estadual do município de Nova Guarita. O
referido aluno foi observado na instituição escolar, inserido no ambiente da sala
de aula, na sala de recursos multifuncional nos momentos de aulas lúdicas e
recreações. Observando como está o desempenho de sua aprendizagem, a
interação com os colegas, professores e demais funcionários da escola, tendo
em vista tendo em vista a importância inclusão Os dados foram coletados
através de observações e perguntas dirigidas a família e as professoras que
trabalham com esse aluno, bem como através de testes ou provas
operacionais. Sendo o aluno surdo chamado “Nicolas Rocha”, o sujeito
principal dessa pesquisa.
Palavras - chave: surdos, aprendizagem, inclusão.
ESTUDO DE CASO.
Para preservar a identidade do aluno o denominei de “Nicolas Rocha”.
2
Psicopedagoga Clínica e Institucional: Carmen Prigol Cimi, Devania Arruda da
silva, Genésio zambenedetti, Naide Zambenedetti, Solange Zarth.
1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA:
O referido aluno apresenta deficiência auditiva, provavelmente originada após o
nascimento. Ele tem nove anos e estuda na escola estadual monteiro lobato do
município de nova guarita estado de mato grosso. Conforme a professora da
escola regular em que esse aluno frequenta, ele possui uma boa coordenação
motora, reconhece algumas letras e números, associa números a pequenas
quantidades. Porém a dificuldade maior está em fazer com que esse aluno se
interesse pelas atividades de escrita e leitura e também em permanecer na
sala de aula durante a realização dessas atividades.
A queixa trazida pela professora é que em sala de aula esse aluno apresenta
agitação permanente, deslocando-se constantemente e muitas vezes saindo
desse ambiente sem pedir licença, visto que se interessa pouco pelas
atividades escritas e cálculos que requerem caderno e lápis.
Depois de inúmeras tentativas com diferentes propostas de atividade a
professora percebeu que ele compreende melhor as atividades de linguagem
em contexto de jogos, manifesta grande interesse por jogos e apresenta
facilidade na compreensão das regras exigindo o cumprimento delas por parte
dos colegas companheiros de jogos.
Escreve seu nome em língua portuguesa e também alguns nomes de desenho
ou figuras que ele gosta ou talvez seja mais utilizado por ele no dia-a-dia.
Seu relacionamento com colegas e professores é bom, faz amizades com
facilidade.
2 – ESCLARECIMENTO DO PROBLEMA:
3
Para estudar o caso “Nicolas Rocha” foi necessário identificar diversos
aspectos relacionados ao seu desenvolvimento e aprendizagem que poderão
ou não explicar a natureza do problema. Por isso foi realizado o seguinte
questionário direcionado a professora da sala de aula regular:
Quais as potencialidades de “Nicolas Rocha” para a aprendizagem e para a
interação com os colegas?
P: Percebe-se que ele tem grande potencialidade para compreender regras de
jogos, filmes e desenho animado.
Ele interage bem com os colegas
Qual a provável causa de sua surdez?
P: De acordo com a Anamnese realizada com a mãe, a provável causa da
surdez foi o surgimento de uma otite aos oito meses de idade.
Em que situações em sala de aula ele demonstra maior interesse e resolve as
atividades?
P: Ele demonstra interesse apenas em situações de jogos e assistir filmes na
TV, porém é preciso diversificar as atividades, não se pode ficar às quatro
horas de aula somente com atividades de jogos ou vendo filmes.
2.1 – Encontro Com Os Pais:
No diálogo com os pais foi possível observar que ele tem um bom
relacionamento.
A comunicação utilizada entre o menino e seus pais é através de gestos e
mímicas, pareceu-me que se compreendem bem. Quanto ao uso das Libras
(Linguagem Brasileira de Sinal) oi pais comentaram que têm poucas noções e
o menino também. Ela disse que ensina o alfabeto em libras que a professora
4
do AEE passou e que o menino está compreendendo a maioria das letras e
alguns números também.
A mãe abordou que às vezes o menino é birrento com o pai, mas que com ela
é diferente, o menino obedece ou aceita suas imposições. Porque às vezes o
pai fala não e ele faz manha, o pai fica com dó e aquele não acaba virando um
sim. A mãe disse: comigo quando é não é não, eu não volto atrás.
A família compreende a importância da participação na vida escolar do filho,
porém reconhece que não tem muito tempo, pois tem uma criança de apenas
dois anos e muito trabalho em casa, e o pai trabalha fora, sendo assim eles
acham difícil participar de todas as reuniões e eventos proporcionados pela
escola.
A mãe diz reconhecer as potencialidades do filho e também sente a
necessidade de compreender a libras para poder ajudá-lo. Ela lamenta a falta
de profissionais habilitados em Libras no seu Município, porém acrescenta que
os professores são empenhados e estão buscando formação.
2.2- Observação em sala comum e no pátio de recreações:
Na observação em sala comum ficou confirmado aquilo que a professora
abordou na entrevista. Ele sente prazer em realizar as atividades lúdicas
através de jogos, peças de montar, quebra-cabeça assistiu TV, porém no
momento de utilizar o caderno com a escrita e cálculos ele se recusa a realizar
e ausenta-se da sala sem pedir licença. Nesse momento a professora intervém
pedindo a ele que retorne a sala e explicar a necessidade de pedir licença no
momento que precisar sair da sala. Ele compreende, mas em poucos minutos
faz birra novamente e tenta sair sem avisar a professora.
2.3-Avaliação na Sala de Recursos Multifuncional.
5
Com base nos trabalhos desenvolvidos nesse semestre, observou-se que
“Nicolas Rocha” tem um bom relacionamento com colegas e professores.
Gosta de atividades artísticas, reconhece algumas letras do alfabeto em Libras,
pois esse aluno apresenta surdez e estamos tentando introduzir Libras
juntamente com Língua Portuguesa. Ele reconhece alguns numerais e realiza
alguns cálculos simples. Escreve alguns nomes de desenho em Português.
Vêem apresentando raciocínio rápido na compreensão de jogos da memória,
quebra-cabeças e outros reconhecem as regras dos jogos e cobra o
cumprimento delas por parte dos colegas que estão jogando com ele.
Apresenta resistência em desenvolver algumas atividades, necessitando
incentivo e auxilio individualizado. Demonstra muito interesse em atividades de
jogos no computador e na televisão, na maioria das vezes é necessário que
haja negociação para que realize as atividades propostas sem a utilização
desses meios tecnológicos, pois após estar em frente a esses aparelhos não
permite que ninguém o faça sair, dedicando total atenção ao filme que está
assistindo ou ao jogo que está jogando. Demonstra compreensão ao assistir
filmes ficando atento a todos os detalhes e imagens e explicando aos colegas o
que está acontecendo nas cenas.
Esse aluno apesar de estar no terceiro ano, ele agora que está tendo um pouco
de contato com as Libras, estamos trabalhando algumas noções básicas de
Libras e associando-as a Língua Portuguesa.
3 – IDENTIFICAÇÃO DA NATUREZA DO PROBLEMA:
3.1 – Esfera Funcionamento Cognitivo E Linguagem Oral:
O que se pode constata é que a possível causa do desinteresse que “Nicolas
Rocha” apresenta diante de atividades que requerem leitura, escrita e cálculos
seja proveniente de sua falta de compreensão da comunicação, uma vez que
esse aluno passou quatro anos escolares sem contato com as Libras onde com
essa ele poderia ter a comunicação necessária para a aprendizagem de leitura
6
e escrita. O aluno apresenta um bom desenvolvimento da área cognitiva, boa
percepção visual, memória, atenção, raciocínio, conceituação. Apenas no
quesito linguagem e comunicação escrita é que fica a interrogação, pois a falha
está em não ter profissionais habilitados em Libras para desenvolver essa
capacidade no aluno.
3.2 – Esfera Do Meio Ambiente:
Compreende e reconhece a importância da preservação ambiental para que
todos os seres vivos possam ter mais saúde e assim melhorar a qualidade de
vida.
3.3- Esfera das Aprendizagens Escolares:
Apesar das falhas existentes na comunicação por falta de conhecimento em
Libras tanto do aluno quanto dos profissionais que trabalham com ele, foi
possível observar que esse aluno tem um bom desempenho das
aprendizagens escolares, confirmando assim que sua dificuldade é apenas
auditiva, não apresentando nenhum problema de ordem neurológica,
psicológica e outros.
3.4- Esfera comportamentos e atitudes em situações de aprendizagens.
Como já citado anteriormente, o referido aluno dedica total atenção e
concentração nas atividades com jogos de todas as formas e em atividades no
computador e na televisão. Porém se recusa a realizar atividades no caderno
ou folha que requerem escrita, cálculos, desenhos e outras.
7
Ele realiza também com muito interesse atividades artísticas como pintura em
tecido, dobraduras. Pintura em tela, confecção de animais e objetos utilizando-
se de sucatas entre outras.
3.5- Esfera Desenvolvimento Psicomotor e saúde:
“Nicolas Rocha” apresenta um bom desenvolvimento intelectual, possui um
bom esquema corporal. Identifica e reconhece as partes do corpo e suas
principais funções, demonstra uma boa lateralidade, bom traçado na letra. Tem
consciência do lugar que ocupa e da orientação que pode ter em relação ás
pessoas e as coisas que o cercam. Apresenta capacidade de se situar no
tempo e no espaço. Não apresenta desequilíbrio ou vício de postura. Possui
capacidade óculo manual necessária para a aprendizagem das letras e dos
números. Domina gestos e movimentos com as mãos e os dedos.
3.6- Hipótese:
Depois de realizadas as observações e aplicados os testes, notou-se que o
aluno efetivou a todos com sucesso, não na primeira explicação, mas após três
explicações, pois como a sua maior dificuldade é compreender a comunicação
com os ouvintes nos sentimos na obrigação de repetir os exercícios para
obtermos um resultado mais eficaz. A hipótese a que se chegou é que o
desinteresse que esse aluno vem apresentando em certas atividades seja
decorrente da falta de compreensão da comunicação existente entre ele e a
professora da sala regular. Nesse sentido mais uma vez se salienta a
necessidade urgente das Libras, bem como de um instrutor ou professor surdo
com capacidades e competências nessa área para atender esse aluno.
8
4- Resoluções do Problema do Caso:
De acordo com a lei número 10.436 de 24 de abril de 2002 ficam reconhecidas
a Libras (Linguagem Brasileira de Sinal) e seu uso pelas comunidades surdas
com respaldo do poder e dos serviços públicos. Em seu Decreto nº 5.626 de 22
de dezembro de 2005, tornam obrigatório o ensino de libras nos cursos de
Fonoaudióloga, Letras, Pedagogia, Magistério e nos cursos de Educação
Especial. Com isso amplia as possibilidades de futuramente, o trabalho com
surdo ser desenvolvido de forma a respeitar sua condição lingüística
diferenciada. Os professores dessa Escola estão empenhados buscando
formação em Libras, pesquisando e aprendendo sempre para melhorar o
atendimento a esses alunos.
5 – ELABORAÇÃO DO PLANO DE AEE:
Somos sabedores que (Atendimento Educacional Especializado) para trabalhar
com esse aluno.
A elaboração do Plano de AEE inicia-se com o estudo das habilidades e
necessidades educacionais específicas dos alunos com surdez, bem como das
possibilidades se das barreiras que tais alunos encontram no processo de
escolarização. Conforme Damázio (2007), o AEE envolve três momentos
didático-pedagógicos:
Atendimento Educacional Especializado em Libras;
Atendimento Educacional Especializado de Libras;
Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa.
Nome da Criança: Dias de atendimento
9
Professor:
Serie/Ano que estuda no ensino regular:
Segunda - feira,
quarta-feira e sexta-
feira.
Área de
desenvolvimento
Objetivos Atividades Freqüência da
atividade
Avaliação
Evolução
Afetiva Assegurar o
desenvolvimento
intelectual da
criança, levando
em conta suas
possibilidades,
bem como ajudar
sua afetividade
Se expandir e se
equilibrar.
Desenvolver em
grupo, recreações e
jogos, contar e
recontar histórias.
Aproximadamente
25 minutos para
cada atividade,
lembrando que
algumas
atividades
desenvolvem mais
de uma área de
conhecimento.
Avaliação de forma
contínua, verificando
se houve:
Aumento da
independência do
aluno;
Facilidade no
processo ensino-
aprendizagem;
Melhoria no
desenvolvimento
intelectual da criança;
Promoção de
inclusão;
Favorecimento da
participação do aluno;
Desenvolvimento da
leitura e escrita;
Melhoria na
participação,
percepção, memória,
atenção, raciocínio,
conceituação e
10
linguagem.
Sensorial Estimular a
percepção,
memória,
atenção,
raciocínio,
conceituação e
linguagem.
Possibilitar as
relações temporais
através da
marcação de tempo,
ontem, hoje e
amanhã.
Avaliação de forma contínua, verificando
se houve:
Aumento da independência do aluno;
Facilidade no processo ensino-
aprendizagem;
Melhoria no desenvolvimento intelectual
da criança;
Promoção de inclusão;
Favorecimento da participação do aluno;
Desenvolvimento da leitura e escrita;
Melhoria na participação, percepção,
memória, atenção, raciocínio,
conceituação e linguagem.
Motora Medir o
conhecimento e
utilização de
Trabalhos manuais:
Pintura e crochê em
tecidos,
11
materiais
manipuláveis em
libras e língua
portuguesa,. Mover
objetos rápidos e
lentamente, seguindo
instruções do
professor.
organização da sala
de recursos, jogos
de pega varetas,
dominó de metades
etc.
Cognitiva Seriar objetos de
acordo com o
tamanho, cor e
espessura.
Exercícios com
blocos lógicos de
vários tamanhos,
espessuras, cores e
formas.
Linguagem Desenvolver o ensino
da Língua
Portuguesa de forma
consciente,
promovendo o
processo educativo.
Jogos da Memória.
Ex. sinal x gravura,
alfabeto manual x
palavra, murais
contendo a língua
portuguesa e a
língua de sinais –
libras.
Avaliação de forma contínua, verificando
se houve:
Aumento da independência do aluno;
Facilidade no processo ensino-
aprendizagem;
Melhoria no desenvolvimento intelectual
da criança;
Promoção de inclusão;
Favorecimento da participação do aluno;
Desenvolvimento da leitura e escrita;
Melhoria na participação, percepção,
memória, atenção, raciocínio,
conceituação e linguagem.
Expressão
verbal
Realizar tarefas a
partir de instrução
Contar o que vê em
fotos ou gravuras,
12
oral e gestual. começar com
gravuras que
contenham poucos
elementos. Contar a
história de seus
próprios elementos.
Raciocínio
lógico-
matemático
Desenvolver a prática
de jogos visando
melhoramento dos
conhecimentos
matemáticos,
capacidade de
concentração e
principalmente a
socialização com
trabalhos em grupo.
Jogos de memória
com números e
quantidades,
fabricação de jogos
com formas
geométricas (blocos
lógicos), softwares
que desenvolvem a
percepção viso-
espacial.
Avaliação de forma contínua, verificando
se houve:
Aumento da independência do aluno;
Facilidade no processo ensino-
aprendizagem;
Melhoria no desenvolvimento intelectual
da criança;
Promoção de inclusão;
Favorecimento da participação do aluno;
Desenvolvimento da leitura e escrita;
Melhoria na participação, percepção,
memória, atenção, raciocínio,
conceituação e linguagem.
Materiais e Métodos:
Os dados obtidos no decorrer desse trabalho são resultados de estudos e
pesquisas em diferentes fontes como: Anamnese o encontro com os pais,
observação do aluno nos diversos ambientes de aprendizagem, leituras
informativas a respeito do assunto, estudo de algumas leis e decretos que
amparam a Educação Especial.
13
De acordo com Piaget (2002, p.4) a capacidade de aprender está diretamente
relacionada às oportunidades de trocas. Exemplo crianças que temais contato
com livros se alfabetizam mais rápido das aquelas onde a família não tem o
hábito de ler. Porém tais defasagens são transitórias. “Se tiverem mais
oportunidades, essas crianças podem perfeitamente superar essas diferenças”.
Nesse sentido vejo a importância de oportunizar as crianças diferentes formas
de aprendizagem para que ela descubra a forma que melhor se enquadra com
seu perfil de aprendiz, lembrando que a melhor forma é a aprender a aprender
tão comentada por Freire.
Para uma análise criteriosa de como está o desempenho desse aluno procurei
aplicar as provas operacionais que Jean Piaget (2002, p.27) utilizava para
observar as fases de desenvolvimento da criança. Para chegar ao conceito de
sujeito epistêmico, Piaget investigou características comuns a todos as
pessoas no processo de desenvolvimento da inteligência. De acordo com esse
autor o que há de comum em todos os sujeitos é a maneira como elas se
estruturam e organizam as coisas que conhecem: a capacidade de classificar,
relacionar, abstrair, separar e agrupar entre outras, o autor chama de
“coordenações de sistemas de ação”. O sujeito individual é único vive suas
épocas e culturas específicas, que influenciam suas crenças, religiões e
opiniões. Nesse sentido é necessário considerar a individualidade de cada um,
respeitando seu tempo, modo e condições de aprendizagem, acreditar que o
ser humano independente de ter ou não algum tipo de deficiência, tem a
capacidade de aprender basta que se proporcione um ensino que leve em
conta e contribua com suas especificidades.
Para a efetuação desse estudo de caso realizou – se também o encontro com
a família do aluno, observando como é o tratamento que os pais dedicam a ela
e também como a criança reage diante das ordens dos pais, fazendo uma
comparação nas diferenças de comportamentos diante de cada situação, pais,
professores, colegas e outros. No diálogo com os pais foi possível obter muitas
informações que contribuíram significativamente com o professor da sala de
aula regular, com o professor da sala de recursos multifuncional, enfim com
toda a equipe que trabalha nessa escola.
14
Observou-se também que nos intervalos o aluno brinca com os colegas, tem
bastantes amigos, porém há momentos em que se sente judiado e corre
chorando reclamar com a professora, basta esta ir até a criança que ele aponta
estar lhe incomodando, ele se acalma e retorna a brincadeira. Quando da o
sinal de retorno para a sala ele não ouve, mas observa e segue os colegas,
retornando a sala de aula.
Para chegar a um resultado mais eficaz apliquei alguns modelos de testes que
Piaget utilizou a fim de estudar os estágios de desenvolvimento cognitivo,
diagnosticando assim os possíveis problemas de aprendizagem:
1- Conservação de Número
2- Material utilizado: 11 tampinhas vermelhas e tampinhas 11 azuis
3- “Nicolas Rocha” recebeu um saquinho com as 22 tampinhas, expliquei a
ele que as tampas estavam divididas em dois grupos, um grupo de
tampas vermelhas e outro de tampas azuis. Procurei não deixar explicito
em momento algum as quantidades de fixas. O aluno contou as fichas e
apontou que havia mais tampinhas vermelhas. Como ele não percebeu
que as quantidades eram iguais montei uma fileira de tampinhas azuis
na horizontal e pedi ao aluno que montasse outra fileira com as tapinhas
vermelhas. Perguntei novamente se havia mais tampinhas vermelhas ou
mais azuis. “Nicolas Rocha” sinalizou que as quantidades eram iguais.
Conservação da Matéria
Material utilizado: duas caixas de massinha de modelar
O aluno deve perceber que a mudança de formato do objeto não interfere na
quantidade de matéria que ele é composto.
Apresentei uma caixa de massinha de modelar com seis unidades. Retirei da
caixa e mostrei que todas são do mesmo tamanho. Peguei uma massinha
amarela e outra vermelha e fiz duas bolinhas iguais. Em seguida perguntei a
“Nicolas Rocha” em qual das duas bolinhas havia mais massinha.
Confronto: realizei a transformação na frente da criança. Peguei a bolinha
amarela e fiz outras bolinhas. Perguntei novamente se havia mais massinha
15
nas bolinhas ou na cobrinha. Verifiquei que “Nicolas Rocha” compreende as a
prova de conservação de matéria e as transformações ocorridas diante de seus
olhares. Porém sem o acompanhamento com o olhar não foi possível chegar a
essa compreensão.
Conservação de Área
Material: duas pranchas verdes de EVA, 8 quadrados vermelhos de 4x4 e duas
vaquinhas de plástico
Coloquei diante da criança duas placas para representar pastos. Dei a ela duas
vaquinhas, explique que devia colocar as vacas nos pastos. Peguei dois
quadrados iguais para representar o capim. Distribui uma moita de capim em
cada pasto. Perguntei em qual dos pastos havia mais capim.
Confronto: peguei dois quadrados do mesmo tamanho e no quadrado da
esquerda coloquei as moitas lado a lado no sentido vertical e no quadrado da
direita acrescentei as duas moitas separadas no sentido horizontal. Repeti o
questionamento anterior, ou seja, em qual moita havia mais capim?
Conservação de Líquidos
Material: dois copos transparentes
De posse de dois copos cilíndricos do mesmo tamanho, com a ajuda do aluno
medimos a mesma quantidade de água em cada copo. Após questionei em
qual copo havia mais água.
Confronto: transportei a água de um dos copos iniciais para um copo fino e
comprido, em seguida interroguei em qual dos copos havia mais água. A
princípio ele assinalou que havia mais água no copo alto e fino, ao repetir a
tarefa ele sinalizou corretamente
Observação: durante a aplicação das provas procurei sempre proporcionar o
momento de confronto, fazendo a transformação na frente da criança a fim de
observar se ela entendeu realmente o processo de conservação, ou se
compreende apenas no aspecto visual.
16
De acordo com Vygotski (1993, p. 33) todos os seres humanos são capazes
de aprender, mas é necessário que adaptemos nossa forma de ensinar. Essa
citação me fez refletir sobre a importância do professor buscar, pesquisar,
observar com critério seu aluno, procurando adaptar a metodologia ás
necessidades do aluno. Nesse caso o aluno é surdo, então se deve oferecer
um ensino que privilegie a Libras como primeira língua e de preferência
ministradas por um professor surdo bilíngüe com habilidades em Língua
portuguesa e Libras. Compete a todos os profissionais da educação buscar
caminhos que favoreçam a aplicabilidade dessa lei, para que o aluno surdo
possa ter um ensino de qualidade, pois sem a compreensão da comunicação
se torna difícil dizer que esse aluno faz parte de uma comunidade.
Não podemos querer que o aluno acerte sempre, mas sim adquirir um novo
olhar sobre o erro na aprendizagem, pois o erro é um indicador de como o
aluno esta pensando e como ele compreendeu o que lhe foi ensinado.
Analisando com mais cuidado os erros dos alunos, pode-se elaborar e
reformular as práticas docentes de modo que elas fiquem perto das
necessidades do aluno e assim atende as dificuldades que o mesmo
apresenta.
É importante que os profissionais da educação reflitam sobre as causas do
fracasso escolar não para se culpar, mas para se responsabilizar. Isso significa
abraçar a causa e procurar alternativas para auxiliar na solução do problema.
Possibilitando aos surdos brasileiros escrever uma nova historia.
Referencial Bibliográfico:
Alves, Carla Barbosa. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão
Escolar: abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez / Carla
Barbosa Alves, Josimário de Paula Ferreira, Mirlene Macedo Damázio. –
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]:
Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 4. (Coleção A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar).
Cury, Augusto- Pais Brilhantes Professores Fascinantes: A Educação de
nossos Sonhos: Formando Jovens felizes e inteligentes. Editor Sextante 1998.
17
Freire, Paulo- Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à pratica
Educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra 33ª edição.
Gardner, Howard- Inteligências Múltiplas, A inteligência na Prática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.
Mantoan, Maria Tereza e Prieto Rosângela gavioli- Inclusão Escolar- Pontos e
Contrapontos. Sumus Editorial, São Paulo 2006.
Piaget, Jean- Biologia e Conhecimento- Petrópolis: Vozes, 2ª edição2002.
Vygotski, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
FERNÁNDEZ, Alícia.A Inteligência Aprisionada.
Porto Alegre: Artes Médicas,1990.
PAIN, Sara.Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de
Aprendizagem.
4ed. Porto Alegre CARRAHER, T. N.
WEISS, M.L. L Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1992.
www.psicopedagogiabrasil.com.br

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Estudo de caso sobre aprendizagem de aluno surdo

  • 1. 1 Un. Instituto Caivs Ivlivs Caesar – UNICIC Curso de Pós-Graduação Latu Senso: Especialização em Psicopedagogia Clinica e Institucional ESTUDO DE CASO – NICOLAS ROCHA Autores: Carmen Prigol Cimi, Devania Arruda da silva, Genésio zambenedetti, Naide Zambenedetti, Solange Zarth Resumo O presente trabalho tem como objetivo observar a interação entre o aluno surdo e seus colegas, entre ele e seus professores, explicitando como essa interação interfere na qualidade da aprendizagem do mesmo. A pesquisa objetiva, ainda, analisar a situação real do surdo que estuda no colégio estadual de Nova Guarita e sugerir estratégias, que auxiliem em sua trajetória escolar, e que influenciarão na vida dele, enquanto cidadão. A pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso, realizada com um aluno surdo, do Ensino Fundamenta, da Escola Pública Estadual do município de Nova Guarita. O referido aluno foi observado na instituição escolar, inserido no ambiente da sala de aula, na sala de recursos multifuncional nos momentos de aulas lúdicas e recreações. Observando como está o desempenho de sua aprendizagem, a interação com os colegas, professores e demais funcionários da escola, tendo em vista tendo em vista a importância inclusão Os dados foram coletados através de observações e perguntas dirigidas a família e as professoras que trabalham com esse aluno, bem como através de testes ou provas operacionais. Sendo o aluno surdo chamado “Nicolas Rocha”, o sujeito principal dessa pesquisa. Palavras - chave: surdos, aprendizagem, inclusão. ESTUDO DE CASO. Para preservar a identidade do aluno o denominei de “Nicolas Rocha”.
  • 2. 2 Psicopedagoga Clínica e Institucional: Carmen Prigol Cimi, Devania Arruda da silva, Genésio zambenedetti, Naide Zambenedetti, Solange Zarth. 1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA: O referido aluno apresenta deficiência auditiva, provavelmente originada após o nascimento. Ele tem nove anos e estuda na escola estadual monteiro lobato do município de nova guarita estado de mato grosso. Conforme a professora da escola regular em que esse aluno frequenta, ele possui uma boa coordenação motora, reconhece algumas letras e números, associa números a pequenas quantidades. Porém a dificuldade maior está em fazer com que esse aluno se interesse pelas atividades de escrita e leitura e também em permanecer na sala de aula durante a realização dessas atividades. A queixa trazida pela professora é que em sala de aula esse aluno apresenta agitação permanente, deslocando-se constantemente e muitas vezes saindo desse ambiente sem pedir licença, visto que se interessa pouco pelas atividades escritas e cálculos que requerem caderno e lápis. Depois de inúmeras tentativas com diferentes propostas de atividade a professora percebeu que ele compreende melhor as atividades de linguagem em contexto de jogos, manifesta grande interesse por jogos e apresenta facilidade na compreensão das regras exigindo o cumprimento delas por parte dos colegas companheiros de jogos. Escreve seu nome em língua portuguesa e também alguns nomes de desenho ou figuras que ele gosta ou talvez seja mais utilizado por ele no dia-a-dia. Seu relacionamento com colegas e professores é bom, faz amizades com facilidade. 2 – ESCLARECIMENTO DO PROBLEMA:
  • 3. 3 Para estudar o caso “Nicolas Rocha” foi necessário identificar diversos aspectos relacionados ao seu desenvolvimento e aprendizagem que poderão ou não explicar a natureza do problema. Por isso foi realizado o seguinte questionário direcionado a professora da sala de aula regular: Quais as potencialidades de “Nicolas Rocha” para a aprendizagem e para a interação com os colegas? P: Percebe-se que ele tem grande potencialidade para compreender regras de jogos, filmes e desenho animado. Ele interage bem com os colegas Qual a provável causa de sua surdez? P: De acordo com a Anamnese realizada com a mãe, a provável causa da surdez foi o surgimento de uma otite aos oito meses de idade. Em que situações em sala de aula ele demonstra maior interesse e resolve as atividades? P: Ele demonstra interesse apenas em situações de jogos e assistir filmes na TV, porém é preciso diversificar as atividades, não se pode ficar às quatro horas de aula somente com atividades de jogos ou vendo filmes. 2.1 – Encontro Com Os Pais: No diálogo com os pais foi possível observar que ele tem um bom relacionamento. A comunicação utilizada entre o menino e seus pais é através de gestos e mímicas, pareceu-me que se compreendem bem. Quanto ao uso das Libras (Linguagem Brasileira de Sinal) oi pais comentaram que têm poucas noções e o menino também. Ela disse que ensina o alfabeto em libras que a professora
  • 4. 4 do AEE passou e que o menino está compreendendo a maioria das letras e alguns números também. A mãe abordou que às vezes o menino é birrento com o pai, mas que com ela é diferente, o menino obedece ou aceita suas imposições. Porque às vezes o pai fala não e ele faz manha, o pai fica com dó e aquele não acaba virando um sim. A mãe disse: comigo quando é não é não, eu não volto atrás. A família compreende a importância da participação na vida escolar do filho, porém reconhece que não tem muito tempo, pois tem uma criança de apenas dois anos e muito trabalho em casa, e o pai trabalha fora, sendo assim eles acham difícil participar de todas as reuniões e eventos proporcionados pela escola. A mãe diz reconhecer as potencialidades do filho e também sente a necessidade de compreender a libras para poder ajudá-lo. Ela lamenta a falta de profissionais habilitados em Libras no seu Município, porém acrescenta que os professores são empenhados e estão buscando formação. 2.2- Observação em sala comum e no pátio de recreações: Na observação em sala comum ficou confirmado aquilo que a professora abordou na entrevista. Ele sente prazer em realizar as atividades lúdicas através de jogos, peças de montar, quebra-cabeça assistiu TV, porém no momento de utilizar o caderno com a escrita e cálculos ele se recusa a realizar e ausenta-se da sala sem pedir licença. Nesse momento a professora intervém pedindo a ele que retorne a sala e explicar a necessidade de pedir licença no momento que precisar sair da sala. Ele compreende, mas em poucos minutos faz birra novamente e tenta sair sem avisar a professora. 2.3-Avaliação na Sala de Recursos Multifuncional.
  • 5. 5 Com base nos trabalhos desenvolvidos nesse semestre, observou-se que “Nicolas Rocha” tem um bom relacionamento com colegas e professores. Gosta de atividades artísticas, reconhece algumas letras do alfabeto em Libras, pois esse aluno apresenta surdez e estamos tentando introduzir Libras juntamente com Língua Portuguesa. Ele reconhece alguns numerais e realiza alguns cálculos simples. Escreve alguns nomes de desenho em Português. Vêem apresentando raciocínio rápido na compreensão de jogos da memória, quebra-cabeças e outros reconhecem as regras dos jogos e cobra o cumprimento delas por parte dos colegas que estão jogando com ele. Apresenta resistência em desenvolver algumas atividades, necessitando incentivo e auxilio individualizado. Demonstra muito interesse em atividades de jogos no computador e na televisão, na maioria das vezes é necessário que haja negociação para que realize as atividades propostas sem a utilização desses meios tecnológicos, pois após estar em frente a esses aparelhos não permite que ninguém o faça sair, dedicando total atenção ao filme que está assistindo ou ao jogo que está jogando. Demonstra compreensão ao assistir filmes ficando atento a todos os detalhes e imagens e explicando aos colegas o que está acontecendo nas cenas. Esse aluno apesar de estar no terceiro ano, ele agora que está tendo um pouco de contato com as Libras, estamos trabalhando algumas noções básicas de Libras e associando-as a Língua Portuguesa. 3 – IDENTIFICAÇÃO DA NATUREZA DO PROBLEMA: 3.1 – Esfera Funcionamento Cognitivo E Linguagem Oral: O que se pode constata é que a possível causa do desinteresse que “Nicolas Rocha” apresenta diante de atividades que requerem leitura, escrita e cálculos seja proveniente de sua falta de compreensão da comunicação, uma vez que esse aluno passou quatro anos escolares sem contato com as Libras onde com essa ele poderia ter a comunicação necessária para a aprendizagem de leitura
  • 6. 6 e escrita. O aluno apresenta um bom desenvolvimento da área cognitiva, boa percepção visual, memória, atenção, raciocínio, conceituação. Apenas no quesito linguagem e comunicação escrita é que fica a interrogação, pois a falha está em não ter profissionais habilitados em Libras para desenvolver essa capacidade no aluno. 3.2 – Esfera Do Meio Ambiente: Compreende e reconhece a importância da preservação ambiental para que todos os seres vivos possam ter mais saúde e assim melhorar a qualidade de vida. 3.3- Esfera das Aprendizagens Escolares: Apesar das falhas existentes na comunicação por falta de conhecimento em Libras tanto do aluno quanto dos profissionais que trabalham com ele, foi possível observar que esse aluno tem um bom desempenho das aprendizagens escolares, confirmando assim que sua dificuldade é apenas auditiva, não apresentando nenhum problema de ordem neurológica, psicológica e outros. 3.4- Esfera comportamentos e atitudes em situações de aprendizagens. Como já citado anteriormente, o referido aluno dedica total atenção e concentração nas atividades com jogos de todas as formas e em atividades no computador e na televisão. Porém se recusa a realizar atividades no caderno ou folha que requerem escrita, cálculos, desenhos e outras.
  • 7. 7 Ele realiza também com muito interesse atividades artísticas como pintura em tecido, dobraduras. Pintura em tela, confecção de animais e objetos utilizando- se de sucatas entre outras. 3.5- Esfera Desenvolvimento Psicomotor e saúde: “Nicolas Rocha” apresenta um bom desenvolvimento intelectual, possui um bom esquema corporal. Identifica e reconhece as partes do corpo e suas principais funções, demonstra uma boa lateralidade, bom traçado na letra. Tem consciência do lugar que ocupa e da orientação que pode ter em relação ás pessoas e as coisas que o cercam. Apresenta capacidade de se situar no tempo e no espaço. Não apresenta desequilíbrio ou vício de postura. Possui capacidade óculo manual necessária para a aprendizagem das letras e dos números. Domina gestos e movimentos com as mãos e os dedos. 3.6- Hipótese: Depois de realizadas as observações e aplicados os testes, notou-se que o aluno efetivou a todos com sucesso, não na primeira explicação, mas após três explicações, pois como a sua maior dificuldade é compreender a comunicação com os ouvintes nos sentimos na obrigação de repetir os exercícios para obtermos um resultado mais eficaz. A hipótese a que se chegou é que o desinteresse que esse aluno vem apresentando em certas atividades seja decorrente da falta de compreensão da comunicação existente entre ele e a professora da sala regular. Nesse sentido mais uma vez se salienta a necessidade urgente das Libras, bem como de um instrutor ou professor surdo com capacidades e competências nessa área para atender esse aluno.
  • 8. 8 4- Resoluções do Problema do Caso: De acordo com a lei número 10.436 de 24 de abril de 2002 ficam reconhecidas a Libras (Linguagem Brasileira de Sinal) e seu uso pelas comunidades surdas com respaldo do poder e dos serviços públicos. Em seu Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, tornam obrigatório o ensino de libras nos cursos de Fonoaudióloga, Letras, Pedagogia, Magistério e nos cursos de Educação Especial. Com isso amplia as possibilidades de futuramente, o trabalho com surdo ser desenvolvido de forma a respeitar sua condição lingüística diferenciada. Os professores dessa Escola estão empenhados buscando formação em Libras, pesquisando e aprendendo sempre para melhorar o atendimento a esses alunos. 5 – ELABORAÇÃO DO PLANO DE AEE: Somos sabedores que (Atendimento Educacional Especializado) para trabalhar com esse aluno. A elaboração do Plano de AEE inicia-se com o estudo das habilidades e necessidades educacionais específicas dos alunos com surdez, bem como das possibilidades se das barreiras que tais alunos encontram no processo de escolarização. Conforme Damázio (2007), o AEE envolve três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado de Libras; Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa. Nome da Criança: Dias de atendimento
  • 9. 9 Professor: Serie/Ano que estuda no ensino regular: Segunda - feira, quarta-feira e sexta- feira. Área de desenvolvimento Objetivos Atividades Freqüência da atividade Avaliação Evolução Afetiva Assegurar o desenvolvimento intelectual da criança, levando em conta suas possibilidades, bem como ajudar sua afetividade Se expandir e se equilibrar. Desenvolver em grupo, recreações e jogos, contar e recontar histórias. Aproximadamente 25 minutos para cada atividade, lembrando que algumas atividades desenvolvem mais de uma área de conhecimento. Avaliação de forma contínua, verificando se houve: Aumento da independência do aluno; Facilidade no processo ensino- aprendizagem; Melhoria no desenvolvimento intelectual da criança; Promoção de inclusão; Favorecimento da participação do aluno; Desenvolvimento da leitura e escrita; Melhoria na participação, percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação e
  • 10. 10 linguagem. Sensorial Estimular a percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação e linguagem. Possibilitar as relações temporais através da marcação de tempo, ontem, hoje e amanhã. Avaliação de forma contínua, verificando se houve: Aumento da independência do aluno; Facilidade no processo ensino- aprendizagem; Melhoria no desenvolvimento intelectual da criança; Promoção de inclusão; Favorecimento da participação do aluno; Desenvolvimento da leitura e escrita; Melhoria na participação, percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação e linguagem. Motora Medir o conhecimento e utilização de Trabalhos manuais: Pintura e crochê em tecidos,
  • 11. 11 materiais manipuláveis em libras e língua portuguesa,. Mover objetos rápidos e lentamente, seguindo instruções do professor. organização da sala de recursos, jogos de pega varetas, dominó de metades etc. Cognitiva Seriar objetos de acordo com o tamanho, cor e espessura. Exercícios com blocos lógicos de vários tamanhos, espessuras, cores e formas. Linguagem Desenvolver o ensino da Língua Portuguesa de forma consciente, promovendo o processo educativo. Jogos da Memória. Ex. sinal x gravura, alfabeto manual x palavra, murais contendo a língua portuguesa e a língua de sinais – libras. Avaliação de forma contínua, verificando se houve: Aumento da independência do aluno; Facilidade no processo ensino- aprendizagem; Melhoria no desenvolvimento intelectual da criança; Promoção de inclusão; Favorecimento da participação do aluno; Desenvolvimento da leitura e escrita; Melhoria na participação, percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação e linguagem. Expressão verbal Realizar tarefas a partir de instrução Contar o que vê em fotos ou gravuras,
  • 12. 12 oral e gestual. começar com gravuras que contenham poucos elementos. Contar a história de seus próprios elementos. Raciocínio lógico- matemático Desenvolver a prática de jogos visando melhoramento dos conhecimentos matemáticos, capacidade de concentração e principalmente a socialização com trabalhos em grupo. Jogos de memória com números e quantidades, fabricação de jogos com formas geométricas (blocos lógicos), softwares que desenvolvem a percepção viso- espacial. Avaliação de forma contínua, verificando se houve: Aumento da independência do aluno; Facilidade no processo ensino- aprendizagem; Melhoria no desenvolvimento intelectual da criança; Promoção de inclusão; Favorecimento da participação do aluno; Desenvolvimento da leitura e escrita; Melhoria na participação, percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação e linguagem. Materiais e Métodos: Os dados obtidos no decorrer desse trabalho são resultados de estudos e pesquisas em diferentes fontes como: Anamnese o encontro com os pais, observação do aluno nos diversos ambientes de aprendizagem, leituras informativas a respeito do assunto, estudo de algumas leis e decretos que amparam a Educação Especial.
  • 13. 13 De acordo com Piaget (2002, p.4) a capacidade de aprender está diretamente relacionada às oportunidades de trocas. Exemplo crianças que temais contato com livros se alfabetizam mais rápido das aquelas onde a família não tem o hábito de ler. Porém tais defasagens são transitórias. “Se tiverem mais oportunidades, essas crianças podem perfeitamente superar essas diferenças”. Nesse sentido vejo a importância de oportunizar as crianças diferentes formas de aprendizagem para que ela descubra a forma que melhor se enquadra com seu perfil de aprendiz, lembrando que a melhor forma é a aprender a aprender tão comentada por Freire. Para uma análise criteriosa de como está o desempenho desse aluno procurei aplicar as provas operacionais que Jean Piaget (2002, p.27) utilizava para observar as fases de desenvolvimento da criança. Para chegar ao conceito de sujeito epistêmico, Piaget investigou características comuns a todos as pessoas no processo de desenvolvimento da inteligência. De acordo com esse autor o que há de comum em todos os sujeitos é a maneira como elas se estruturam e organizam as coisas que conhecem: a capacidade de classificar, relacionar, abstrair, separar e agrupar entre outras, o autor chama de “coordenações de sistemas de ação”. O sujeito individual é único vive suas épocas e culturas específicas, que influenciam suas crenças, religiões e opiniões. Nesse sentido é necessário considerar a individualidade de cada um, respeitando seu tempo, modo e condições de aprendizagem, acreditar que o ser humano independente de ter ou não algum tipo de deficiência, tem a capacidade de aprender basta que se proporcione um ensino que leve em conta e contribua com suas especificidades. Para a efetuação desse estudo de caso realizou – se também o encontro com a família do aluno, observando como é o tratamento que os pais dedicam a ela e também como a criança reage diante das ordens dos pais, fazendo uma comparação nas diferenças de comportamentos diante de cada situação, pais, professores, colegas e outros. No diálogo com os pais foi possível obter muitas informações que contribuíram significativamente com o professor da sala de aula regular, com o professor da sala de recursos multifuncional, enfim com toda a equipe que trabalha nessa escola.
  • 14. 14 Observou-se também que nos intervalos o aluno brinca com os colegas, tem bastantes amigos, porém há momentos em que se sente judiado e corre chorando reclamar com a professora, basta esta ir até a criança que ele aponta estar lhe incomodando, ele se acalma e retorna a brincadeira. Quando da o sinal de retorno para a sala ele não ouve, mas observa e segue os colegas, retornando a sala de aula. Para chegar a um resultado mais eficaz apliquei alguns modelos de testes que Piaget utilizou a fim de estudar os estágios de desenvolvimento cognitivo, diagnosticando assim os possíveis problemas de aprendizagem: 1- Conservação de Número 2- Material utilizado: 11 tampinhas vermelhas e tampinhas 11 azuis 3- “Nicolas Rocha” recebeu um saquinho com as 22 tampinhas, expliquei a ele que as tampas estavam divididas em dois grupos, um grupo de tampas vermelhas e outro de tampas azuis. Procurei não deixar explicito em momento algum as quantidades de fixas. O aluno contou as fichas e apontou que havia mais tampinhas vermelhas. Como ele não percebeu que as quantidades eram iguais montei uma fileira de tampinhas azuis na horizontal e pedi ao aluno que montasse outra fileira com as tapinhas vermelhas. Perguntei novamente se havia mais tampinhas vermelhas ou mais azuis. “Nicolas Rocha” sinalizou que as quantidades eram iguais. Conservação da Matéria Material utilizado: duas caixas de massinha de modelar O aluno deve perceber que a mudança de formato do objeto não interfere na quantidade de matéria que ele é composto. Apresentei uma caixa de massinha de modelar com seis unidades. Retirei da caixa e mostrei que todas são do mesmo tamanho. Peguei uma massinha amarela e outra vermelha e fiz duas bolinhas iguais. Em seguida perguntei a “Nicolas Rocha” em qual das duas bolinhas havia mais massinha. Confronto: realizei a transformação na frente da criança. Peguei a bolinha amarela e fiz outras bolinhas. Perguntei novamente se havia mais massinha
  • 15. 15 nas bolinhas ou na cobrinha. Verifiquei que “Nicolas Rocha” compreende as a prova de conservação de matéria e as transformações ocorridas diante de seus olhares. Porém sem o acompanhamento com o olhar não foi possível chegar a essa compreensão. Conservação de Área Material: duas pranchas verdes de EVA, 8 quadrados vermelhos de 4x4 e duas vaquinhas de plástico Coloquei diante da criança duas placas para representar pastos. Dei a ela duas vaquinhas, explique que devia colocar as vacas nos pastos. Peguei dois quadrados iguais para representar o capim. Distribui uma moita de capim em cada pasto. Perguntei em qual dos pastos havia mais capim. Confronto: peguei dois quadrados do mesmo tamanho e no quadrado da esquerda coloquei as moitas lado a lado no sentido vertical e no quadrado da direita acrescentei as duas moitas separadas no sentido horizontal. Repeti o questionamento anterior, ou seja, em qual moita havia mais capim? Conservação de Líquidos Material: dois copos transparentes De posse de dois copos cilíndricos do mesmo tamanho, com a ajuda do aluno medimos a mesma quantidade de água em cada copo. Após questionei em qual copo havia mais água. Confronto: transportei a água de um dos copos iniciais para um copo fino e comprido, em seguida interroguei em qual dos copos havia mais água. A princípio ele assinalou que havia mais água no copo alto e fino, ao repetir a tarefa ele sinalizou corretamente Observação: durante a aplicação das provas procurei sempre proporcionar o momento de confronto, fazendo a transformação na frente da criança a fim de observar se ela entendeu realmente o processo de conservação, ou se compreende apenas no aspecto visual.
  • 16. 16 De acordo com Vygotski (1993, p. 33) todos os seres humanos são capazes de aprender, mas é necessário que adaptemos nossa forma de ensinar. Essa citação me fez refletir sobre a importância do professor buscar, pesquisar, observar com critério seu aluno, procurando adaptar a metodologia ás necessidades do aluno. Nesse caso o aluno é surdo, então se deve oferecer um ensino que privilegie a Libras como primeira língua e de preferência ministradas por um professor surdo bilíngüe com habilidades em Língua portuguesa e Libras. Compete a todos os profissionais da educação buscar caminhos que favoreçam a aplicabilidade dessa lei, para que o aluno surdo possa ter um ensino de qualidade, pois sem a compreensão da comunicação se torna difícil dizer que esse aluno faz parte de uma comunidade. Não podemos querer que o aluno acerte sempre, mas sim adquirir um novo olhar sobre o erro na aprendizagem, pois o erro é um indicador de como o aluno esta pensando e como ele compreendeu o que lhe foi ensinado. Analisando com mais cuidado os erros dos alunos, pode-se elaborar e reformular as práticas docentes de modo que elas fiquem perto das necessidades do aluno e assim atende as dificuldades que o mesmo apresenta. É importante que os profissionais da educação reflitam sobre as causas do fracasso escolar não para se culpar, mas para se responsabilizar. Isso significa abraçar a causa e procurar alternativas para auxiliar na solução do problema. Possibilitando aos surdos brasileiros escrever uma nova historia. Referencial Bibliográfico: Alves, Carla Barbosa. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez / Carla Barbosa Alves, Josimário de Paula Ferreira, Mirlene Macedo Damázio. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 4. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar). Cury, Augusto- Pais Brilhantes Professores Fascinantes: A Educação de nossos Sonhos: Formando Jovens felizes e inteligentes. Editor Sextante 1998.
  • 17. 17 Freire, Paulo- Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à pratica Educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra 33ª edição. Gardner, Howard- Inteligências Múltiplas, A inteligência na Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. Mantoan, Maria Tereza e Prieto Rosângela gavioli- Inclusão Escolar- Pontos e Contrapontos. Sumus Editorial, São Paulo 2006. Piaget, Jean- Biologia e Conhecimento- Petrópolis: Vozes, 2ª edição2002. Vygotski, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1993. FERNÁNDEZ, Alícia.A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas,1990. PAIN, Sara.Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ed. Porto Alegre CARRAHER, T. N. WEISS, M.L. L Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992. www.psicopedagogiabrasil.com.br