2. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Literaturas da Língua Portuguesa Curso de Línguas e Humanidades 12º ano Com a docente: Isabel Cosme e as alunas: Ana João e Cátia Silva
4. José Craveirinha Nome completo: José João Craveirinha Nascimento: nasceu em 28 de Maio 1922 em Maputo Estado Civil: casado Morte: faleceu a 6 de Fevereiro de 2003, na África do Sul ••• É considerado o maior poeta de Moçambique e um dos maiores de língua portuguesa - e como tal galardoado com o Prémio Camões em 1991.
6. Inhambane Inhambane é uma das regiões de Moçambique mais dotadas para o turismo de qualidade. Com efeito, para além das excelentes praias que se estendem ao longo da costa da Província e no arquipélago de Bazaruto, dispõe no interior de parques naturais onde variadas espécies de vegetais e animais podem ser observadas. As etnias dominantes são os Matshwa, Bitonga e Chopi.
7. Tema Este poema insere-se na terceira fase da produção poética de José Craveirinha, a “Fase da Moçambicanidade ou identidade nacional”, que se caracteriza pela expansividade dos poemas muito longos, em que o humor e a ironia desempenham papel decisivo, sendo bastante clara a interrogação sobre a identidade dos predicadores, as suas origens e herança cultural. Os temas que podemos enquadrar neste poema são a denúncia dos atentados ao homem e da opressão do regime colonial e a consequente exaltação de um povo subjugado.
8. Tema É exactamente essa situação que se passa em Moçambique, e Craveirinha, consciente dela, retrata-a. Em “Assaborosastanjarinasd’Inhambane” fala-se de uma realidade moçambicana corrompida, de um governo (não já colonial, mas moçambicano) que se aproveita do seu poder. O que está em causa são os ideais de democracia, os valores sociais outrora exaltados e nunca respeitados.
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10. Divisão Presentes também no poema estão as incertezas e as inquietações: Serão palmas induvidosas todas as palmasque palmeiam os discursos dos chefes?Não são aleivosos certos panegíricos excessivos de vivas?E nos nossos tímpanos os circunjacentes murmúrios?Não é boa ideologia detectar na génese os indesmentíveis boatos?Uma população que não fala não é um risco?Aonde se oculta o diapasão da sua voz? tal é o quadro da generalizada desorientação: Depressa você Madalena vai bichar lenha, deixa bicha de carapau.
11. Divisão Uma sarcástica ironia, em alguns momentos oscilando para o tragicómico, particularmente quando se opõe presente e passado: Nossa barriga alembra bife com batata frita e azeitona.Alembra bacalhau mais grelos, mais aquele azeite d'oliveira com vinho tinto de garrafão lacrado.Mas nós tinha isso quando queria ou quando restava? Era nossa casa? Qual casa?Lá naquela casa a gente puxava otoclismop'ra nosso cu pró cu dos outros?Vá! Fala lá! A gente não ficava de cócoras numa sentina? A gente tinha balde mais o quê?
12. Divisão À firmeza cáustica que sedimenta as sensações e percepções do sujeito em relação ao mundo que o envolve e que se desagrega notoriamente, corresponde a aguda e narcísica consciência da condição providencial da poesia e do sentido messiânico do poeta: E quanto ao mutismo dos fazedores de versos?Não sai poesia será que saem dos verões crepusculares dos bairros de caniço augúrios cor-de-rosa?Quem é o mais super na metereologia das infaustas notícias?Quem escuta o sinal dos ventos antes da ventania e avisa?
13. Divisão No sentido de missão que se reconhece em Craveirinha, vemos, também, insinuar-se nas linhas amargas em que se cose a quase totalidade do poema, uma réstia de optimismo. Isso, precisamente na forma reiterada e cantante como se convocam as “saborosas tanjarinasd’Inhambane”, preciosidade utópica, metáfora, afinal, de todas as esperanças: Que os camionistas heróis dos camiões emboscados a tiro nas viagenstragam as saborosas tanjarinasd'Inhambane ao custo das ciladasmas que descarreguem primeiro nos hospitaisnas creches e nas escolas que o futuro do Paístambém fica mais doce na doçura das tanjarinasd'Inhambane
14. Divisão O poeta parte para o apelo de valores como o do nacionalismo, patriotismo: “Se não gostam, então, os que abjuram os sagrados frutos da terra-mãe / que façam lá um pai e uma mãe” e heroísmo: “Agora alerta camarada Control. Vem aí camião com tanjarinasd’Inhambane / Tira dedo do gatilho e faz um aceno d’alegria ao estóico motorista”. E é assim que o patriótico citrino avoluma o caudal do visionarismo poético de José Craveirinha, numa combinação em que poema, sujeito e objecto (a “tanjarina”, obviamente) se tornam símbolo do mesmo destino: o futuro. Camarada Control: Abre teu mais fraterno sorriso no meio da estradae deixa passar de dentro para dentro de Moçambiquenossas preciosas tanjarinasd'Inhambane.Agora escasca uma tanjarina e prova um gomo.É doce ou não é doce camarada Control?
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19. Análise Formal Esta composição poética é constituída por dezassete estrofes de grande dimensão. Quanto à análise rimática (esquema rimático, métrica, tipo de rima) é, na maior parte, impossível de identificar, devido à inexistência de rima em grande parte das estrofes, o que demonstra a evidente liberdade formal expressa no poema. O ritmo é, marcadamente, rápido e, em alguns momentos, quase sem pausas.
20. Reflexão A realização deste trabalho sobre o poeta moçambicano José Craveirinha colocou-nos, novamente, em contacto com a cultura e literatura de outro país africano. Pudemos, assim, conhecer Moçambique e a sua história, para melhor a relacionarmos com as temáticas abordadas pelos seus escritores e escritoras. Assim, não analisamos apenas o poema “Saborosas tanjarinas de Inhambane”, mas descobrimos, também, um novo autor e aquilo que caracteriza o seu país, tanto a nível cultural como geográfico.
21. Bibliografia &Sites Consultados http://www.infopedia.pt/$jose-craveirinha http://ma-schamba.com/literatura-mocambique/jose-craveirinha/saborosas-tanjarinas-dinhambane/ Imagens retiradas do Google.pt
23. Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: JOSÉ CRAVEIRINHA… …tem como segundo nome João …nasceu em 1922 …era solteiro …faleceu em Maputo …é considerado o maior poeta de Angola …foi galardoado com o Prémio Camões em 1990 V V F F F F
24. Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: O POEMA… …insere-se na terceira fase do poeta …apresenta uma acentuada ironia …é de pequenas dimensões …exalta o país de Craveirinha, Moçambique …apresenta uma estrutura formal rígida …critica a exploração de um povo subjugado V V F V F V