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As Saborosas Tanjarinas de Inhambane José Craveirinha ES/3 D. Afonso Henriques 2009/2010
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Literaturas da Língua Portuguesa Curso de Línguas e Humanidades 12º ano Com a docente: Isabel Cosme e as alunas: Ana João e Cátia Silva
Moçambique
José Craveirinha Nome completo: José João Craveirinha  Nascimento: nasceu em 28 de Maio 1922 em Maputo Estado Civil: casado Morte: faleceu a 6 de Fevereiro de 2003, na África do Sul ••• É considerado o maior poeta de Moçambique e um dos maiores de língua portuguesa - e como tal galardoado com o Prémio Camões em 1991.
Análise do Poema
Inhambane Inhambane é uma das regiões de Moçambique mais dotadas para o turismo de qualidade.  Com efeito, para além das excelentes praias que se estendem ao longo da costa da Província e no arquipélago de Bazaruto, dispõe no interior de parques naturais onde variadas espécies de vegetais e animais podem ser observadas.  As etnias dominantes são os Matshwa, Bitonga e Chopi.
Tema Este poema insere-se na terceira fase da produção poética de José Craveirinha, a “Fase da Moçambicanidade ou identidade nacional”, que se caracteriza pela expansividade dos poemas muito longos, em que o humor e a ironia desempenham papel decisivo, sendo bastante clara a interrogação sobre a identidade dos predicadores, as suas origens e herança cultural. Os temas que podemos enquadrar neste poema são a denúncia dos atentados ao homem e da opressão do regime colonial e a consequente exaltação de um povo subjugado.
Tema É exactamente essa situação que se passa em Moçambique, e Craveirinha, consciente dela, retrata-a. Em “Assaborosastanjarinasd’Inhambane” fala-se de uma realidade moçambicana corrompida, de um governo (não já colonial, mas moçambicano) que se aproveita do seu poder. O que está em causa são os ideais de democracia, os valores sociais outrora exaltados e nunca respeitados.
Divisão ,[object Object],Podemos destacar algumas estrofes de maior importância e onde estão presentes alguns pontos fulcrais da poesia de Craveirinha: No poema “Saborosas Tanjarinasd’Inhambane”,  cerca de sete anos depois da eufórica vertigem desencadeada pela Independência, emerge o verso do desengano, o amanhecer das ilusões traídas:  Como são hábeis os relatórios das empresas estatizadasprosperamente deficitárias ou por causa das secasou porque veio no jornal que choveu de maisou por causa do sol ou porque falta no tractor um parafusoou talvez porque um polícia de trânsito não multou Vasco da Gamaao infringir os códigos na rota das especiarias de Calicute. 
Divisão Presentes também no poema estão as incertezas e as inquietações: Serão palmas induvidosas todas as palmasque palmeiam os discursos dos chefes?Não são aleivosos certos panegíricos excessivos de vivas?E nos nossos tímpanos os circunjacentes murmúrios?Não é boa ideologia detectar na génese os indesmentíveis boatos?Uma população que não fala não é um risco?Aonde se oculta o diapasão da sua voz?  tal é o quadro da generalizada desorientação: Depressa você Madalena vai bichar lenha, deixa bicha de carapau.
Divisão Uma sarcástica ironia, em alguns momentos oscilando para o tragicómico, particularmente quando se opõe presente e passado:  Nossa barriga alembra bife com batata frita e azeitona.Alembra bacalhau mais grelos, mais aquele azeite d'oliveira com vinho tinto de garrafão lacrado.Mas nós tinha isso quando queria ou quando restava? Era nossa casa? Qual casa?Lá naquela casa a gente puxava otoclismop'ra nosso cu pró cu dos outros?Vá! Fala lá! A gente não ficava de cócoras numa sentina? A gente tinha balde mais o quê? 
Divisão À firmeza cáustica que sedimenta as sensações e percepções do sujeito em relação ao mundo que o envolve e que se desagrega notoriamente, corresponde a aguda e narcísica consciência da condição providencial da poesia e do sentido messiânico do poeta: E quanto ao mutismo dos fazedores de versos?Não sai poesia será que saem dos verões crepusculares dos  bairros de caniço augúrios cor-de-rosa?Quem é o mais super na metereologia das infaustas notícias?Quem escuta o sinal dos ventos antes da ventania e avisa? 
Divisão No sentido de missão que se reconhece em Craveirinha, vemos, também, insinuar-se nas linhas amargas em que se cose a quase totalidade do poema, uma réstia de optimismo. Isso, precisamente na forma reiterada e cantante como se convocam as “saborosas tanjarinasd’Inhambane”, preciosidade utópica, metáfora, afinal, de todas as esperanças: Que os camionistas heróis dos camiões emboscados a tiro nas viagenstragam as saborosas tanjarinasd'Inhambane ao custo das ciladasmas que descarreguem primeiro nos hospitaisnas creches e nas escolas que o futuro do Paístambém fica mais doce na doçura das tanjarinasd'Inhambane 
Divisão O poeta parte para o apelo de valores como o do nacionalismo, patriotismo: “Se não gostam, então, os que abjuram os sagrados frutos da terra-mãe / que façam lá um pai e uma mãe” e heroísmo: “Agora alerta camarada Control. Vem aí camião com tanjarinasd’Inhambane / Tira dedo do gatilho e faz um aceno d’alegria ao estóico motorista”. E é assim que o patriótico citrino avoluma o caudal do visionarismo poético de José Craveirinha, numa combinação em que poema, sujeito e objecto (a “tanjarina”, obviamente) se tornam símbolo do mesmo destino: o futuro. Camarada Control: Abre teu mais fraterno sorriso no meio da estradae deixa passar de dentro para dentro de Moçambiquenossas preciosas tanjarinasd'Inhambane.Agora escasca uma tanjarina e prova um gomo.É doce ou não é doce camarada Control? 
[object Object],“Sim! Agora come carapau. Não é peixe? Batata-doce e mandioca/agora não é comida? Porque?/ nossa barriga alembra bife com batata frita e azeitona./ alembra bacalhau mais grelos, mais aquele azeite d’oliveira com vinha tinto de garrafão lacrado” A ironia é utilizada pelo poeta com o intuito de expressar a subjugação dos mais fracos perante os mais fortes, que tentam impor a sua civilização aos povos africanos. Recursos Estilísticos
Recursos Estilísticos  ,[object Object],“Camarada control” A apóstrofe é utilizada no poema para que o camarada control esqueça a violência e deixe entrar a paz e a liberdade, simbolizadas pelas tanjarinas. ,[object Object],“Que façam  lá um pai e uma mãe; Que façam tios e sobrinhos;/ Que façam lá colegas e camaradas.”  O paralelismo mostra-nos a impossibilidade de fazer nascer o amor e a paz quando se recusam as próprias origens.
[object Object],“Eu adoro morder voluptuosamente os sumarentos gomos/ das magníficas tanjarinasd’Inhambane” “preciosas tanjarinas” “saborosas tanjarinas” No poema, são apresentados vários adjectivos que tentam transmitir ao leitor as qualidades das tanjarinas de Inhambane. Recursos Estilísticos
Recursos Estilísticos  ,[object Object],“então juro que tanjarinasd’Inhambane é tanjarinad’Inhambane!”; “Adoro mesmo!”  “E com a incompreensão façam lá nascer a ternura/o amor e a paz se são capazes!”  A exclamação é utilizada pelo “eu” para realçar a sua revolta e convicções. ,[object Object],“Não bastam nos gabinetes os incompetentes?”; “Uma população que não fala não é um risco?”; “É doce ou não é doce camarada control?” A interrogação retórica é utilizada pelo “eu” com o intuito de fazer com que o leitor se questione e adira à mensagem implícita no poema.
Análise Formal Esta composição poética é constituída por dezassete estrofes de grande dimensão.  Quanto à análise rimática (esquema rimático, métrica, tipo de rima) é, na maior parte, impossível de identificar, devido à inexistência de rima em grande parte das estrofes, o que demonstra a evidente liberdade formal expressa no poema. O ritmo é, marcadamente, rápido e, em alguns momentos, quase sem pausas.
Reflexão A realização deste trabalho sobre o poeta moçambicano José Craveirinha colocou-nos, novamente, em contacto com a cultura e literatura de outro país africano. Pudemos, assim, conhecer Moçambique e a sua história, para melhor a relacionarmos com as temáticas abordadas pelos seus escritores e escritoras. Assim, não analisamos apenas  o poema “Saborosas tanjarinas de Inhambane”, mas descobrimos, também, um novo autor e aquilo que caracteriza o seu país, tanto a nível cultural como geográfico.
Bibliografia &Sites Consultados http://www.infopedia.pt/$jose-craveirinha http://ma-schamba.com/literatura-mocambique/jose-craveirinha/saborosas-tanjarinas-dinhambane/ Imagens retiradas do Google.pt
Questionário
Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: JOSÉ CRAVEIRINHA… …tem como segundo nome João …nasceu em 1922 …era solteiro …faleceu em Maputo …é considerado o maior poeta de Angola …foi galardoado com o Prémio Camões em 1990 V V F F F F
Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: O POEMA… …insere-se na terceira fase do poeta …apresenta uma acentuada ironia …é de pequenas dimensões …exalta o país de Craveirinha, Moçambique …apresenta uma estrutura formal rígida …critica a exploração de um povo subjugado V V F V F V
Fim

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  • 8. Tema É exactamente essa situação que se passa em Moçambique, e Craveirinha, consciente dela, retrata-a. Em “Assaborosastanjarinasd’Inhambane” fala-se de uma realidade moçambicana corrompida, de um governo (não já colonial, mas moçambicano) que se aproveita do seu poder. O que está em causa são os ideais de democracia, os valores sociais outrora exaltados e nunca respeitados.
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  • 10. Divisão Presentes também no poema estão as incertezas e as inquietações: Serão palmas induvidosas todas as palmasque palmeiam os discursos dos chefes?Não são aleivosos certos panegíricos excessivos de vivas?E nos nossos tímpanos os circunjacentes murmúrios?Não é boa ideologia detectar na génese os indesmentíveis boatos?Uma população que não fala não é um risco?Aonde se oculta o diapasão da sua voz?  tal é o quadro da generalizada desorientação: Depressa você Madalena vai bichar lenha, deixa bicha de carapau.
  • 11. Divisão Uma sarcástica ironia, em alguns momentos oscilando para o tragicómico, particularmente quando se opõe presente e passado:  Nossa barriga alembra bife com batata frita e azeitona.Alembra bacalhau mais grelos, mais aquele azeite d'oliveira com vinho tinto de garrafão lacrado.Mas nós tinha isso quando queria ou quando restava? Era nossa casa? Qual casa?Lá naquela casa a gente puxava otoclismop'ra nosso cu pró cu dos outros?Vá! Fala lá! A gente não ficava de cócoras numa sentina? A gente tinha balde mais o quê? 
  • 12. Divisão À firmeza cáustica que sedimenta as sensações e percepções do sujeito em relação ao mundo que o envolve e que se desagrega notoriamente, corresponde a aguda e narcísica consciência da condição providencial da poesia e do sentido messiânico do poeta: E quanto ao mutismo dos fazedores de versos?Não sai poesia será que saem dos verões crepusculares dos bairros de caniço augúrios cor-de-rosa?Quem é o mais super na metereologia das infaustas notícias?Quem escuta o sinal dos ventos antes da ventania e avisa? 
  • 13. Divisão No sentido de missão que se reconhece em Craveirinha, vemos, também, insinuar-se nas linhas amargas em que se cose a quase totalidade do poema, uma réstia de optimismo. Isso, precisamente na forma reiterada e cantante como se convocam as “saborosas tanjarinasd’Inhambane”, preciosidade utópica, metáfora, afinal, de todas as esperanças: Que os camionistas heróis dos camiões emboscados a tiro nas viagenstragam as saborosas tanjarinasd'Inhambane ao custo das ciladasmas que descarreguem primeiro nos hospitaisnas creches e nas escolas que o futuro do Paístambém fica mais doce na doçura das tanjarinasd'Inhambane 
  • 14. Divisão O poeta parte para o apelo de valores como o do nacionalismo, patriotismo: “Se não gostam, então, os que abjuram os sagrados frutos da terra-mãe / que façam lá um pai e uma mãe” e heroísmo: “Agora alerta camarada Control. Vem aí camião com tanjarinasd’Inhambane / Tira dedo do gatilho e faz um aceno d’alegria ao estóico motorista”. E é assim que o patriótico citrino avoluma o caudal do visionarismo poético de José Craveirinha, numa combinação em que poema, sujeito e objecto (a “tanjarina”, obviamente) se tornam símbolo do mesmo destino: o futuro. Camarada Control: Abre teu mais fraterno sorriso no meio da estradae deixa passar de dentro para dentro de Moçambiquenossas preciosas tanjarinasd'Inhambane.Agora escasca uma tanjarina e prova um gomo.É doce ou não é doce camarada Control? 
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  • 19. Análise Formal Esta composição poética é constituída por dezassete estrofes de grande dimensão. Quanto à análise rimática (esquema rimático, métrica, tipo de rima) é, na maior parte, impossível de identificar, devido à inexistência de rima em grande parte das estrofes, o que demonstra a evidente liberdade formal expressa no poema. O ritmo é, marcadamente, rápido e, em alguns momentos, quase sem pausas.
  • 20. Reflexão A realização deste trabalho sobre o poeta moçambicano José Craveirinha colocou-nos, novamente, em contacto com a cultura e literatura de outro país africano. Pudemos, assim, conhecer Moçambique e a sua história, para melhor a relacionarmos com as temáticas abordadas pelos seus escritores e escritoras. Assim, não analisamos apenas o poema “Saborosas tanjarinas de Inhambane”, mas descobrimos, também, um novo autor e aquilo que caracteriza o seu país, tanto a nível cultural como geográfico.
  • 21. Bibliografia &Sites Consultados http://www.infopedia.pt/$jose-craveirinha http://ma-schamba.com/literatura-mocambique/jose-craveirinha/saborosas-tanjarinas-dinhambane/ Imagens retiradas do Google.pt
  • 23. Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: JOSÉ CRAVEIRINHA… …tem como segundo nome João …nasceu em 1922 …era solteiro …faleceu em Maputo …é considerado o maior poeta de Angola …foi galardoado com o Prémio Camões em 1990 V V F F F F
  • 24. Classifica como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações: O POEMA… …insere-se na terceira fase do poeta …apresenta uma acentuada ironia …é de pequenas dimensões …exalta o país de Craveirinha, Moçambique …apresenta uma estrutura formal rígida …critica a exploração de um povo subjugado V V F V F V
  • 25. Fim