As diretrizes filosóficas da bioética começaram a se consolidar após a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo ocidental criou um código para limitar estudos médicos abusivos. A bioética só teve sua força teórica consolidada em 1979 com a publicação de princípios da ética biomédica por Beauchamp e Childress, que sugeriram quatro princípios como base de uma teoria bioética. As técnicas de reprodução assistida auxiliam o processo de reprodução humana, mas também levantam questões é
2. O QUE É BIOÉTICA
• É uma ética aplicada, chamada também de “ética
prática”, que visa “dar conta” dos conflitos e
controvérsias morais implicados pelas práticas no
âmbito das Ciências da Vida e da Saúde do ponto
de vista de algum sistema de valores.
• Estudo que investiga as condições necessárias
para uma administração responsável
da Vida Humana, animal e responsabilidade
ambiental.
3. • “A palavra ‘bioética’ designa um conjunto de
pesquisas, de discursos e práticas, via de regra
pluridisciplinares, que têm por objeto esclarecer e
resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e a
aplicação das tecnociências biomédicas. (...) A rigor, a
bioética não é nem uma disciplina, nem uma ciência,
nem uma nova ética, pois sua prática e seu discurso
se situam na interseção entre várias tecnociências
(em particular, a medicina e a biologia, com suas
múltiplas especializações); ciências humanas
(sociologia, psicologia, politologia, psicanálise...) e
disciplinas que não são propriamente ciências: a
ética, para começar; o direito e, de maneira geral, a
filosofia e a teologia.
4. • (...) A complexidade da bioética é, de fato, tríplice. Em
primeiro lugar, está na encruzilhada entre um grande
número de disciplinas. Em segundo lugar, o espaço de
encontro, mais o menos conflitivo, de ideologias,
morais, religiões, filosofias. Por fim, ela é um lugar de
importantes embates (enjeux) para uma multidão de
grupos de interesses e de poderes constitutivos da
sociedade civil: associação de pacientes; corpo médico;
defensores dos animais; associações paramédicas;
grupos ecologistas; agro-business; industrias
farmacêuticas e de tecnologias médicas; bioindustria
em geral” (Hottois, G 2001. Bioéthique. G. Hottois & J-
N. Missa. Nouvelle encyclopédie de bioéthique.
Bruxelles: De Boeck, p. 124-126)
6. • Dissecação - Heresia na Europa
• Modernidade supera o catolicismo
• Século XVII - momento crucial dessa transição.
• Finalmente o homem começava a dominar a
natureza e extrair seus segredos.
• Críticas ao cientificismo
Frankenstein de Mary Shelley
7. Bioethics
• O termo surgiu na década de 70.
• Nascimento em dois locais: na Universidade de
Wisconsin, em Madison com Potter, criador do termo
/ e na Universidade de Georgetown, em Washington,
com Andre Hellegers.
• Mencionado pela primeira vez em 1971, no livro
"Bioética: Ponte para o Futuro", do biólogo
e oncologista americano Van Rensselaer Potter.
Pouco tempo depois, uma abordagem mais incisiva
da disciplina foi feita
pelo obstetra holandês Hellegers.
8. • Objetivo: passar a discussão sobre os
problemas impostos pelo
desenvolvimento tecnológico, de um lado
mais tecnicista para um caminho mais voltado
ao humanismo, superando a dicotomia entre
os fatos explicáveis pela ciência e os valores
estudáveis pela ética.
9. • As diretrizes filosóficas dessa área começaram a
consolidar-se após a tragédia
do holocausto da Segunda Guerra Mundial,
quando o mundo ocidental, chocado com as
práticas abusivas de médicos nazistas em nome
da ciência, cria um código para limitar os estudos
relacionados. Formula-se aí também a idéia que
a ciência não é mais importante que o homem.
• O progresso técnico deve ser controlado para
acompanhar a consciência da humanidade sobre
os efeitos que eles podem ter no mundo e
na sociedade para que as novas descobertas e
suas aplicações não fiquem sujeitas a todo tipo
de interesse.
10. • Em 19 de outubro de 2005, a Conferência Geral
da UNESCO adotou a Declaração Universal sobre
Bioética e Direitos Humanos, adotada por
aclamação pela unanimidade dos 191 Estados-
membros da Organização, em sua 33ª
Conferência Geral, instrumento normativo
internacional, que trata das questões éticas
suscitadas pela medicina, ciências da vida e
tecnologias associadas na sua aplicação aos seres
humanos, que consolida os princípios
fundamentais da bioética e visa definir e
promover um quadro ético normativo comum
que possa a ser utilizado para a formulação e
implementação de legislações nacionais.
11.
12. • As diretrizes filosóficas dessa área
começaram a consolidar-se após a tragédia
do holocausto da Segunda Guerra Mundial,
quando o mundo ocidental, chocado com as
práticas abusivas de médicos nazistas em
nome da ciência, cria um código para limitar
os estudos relacionados.
• Formula-se aí também a idéia que
a ciência não é mais importante que o homem.
13. • O progresso técnico deve ser controlado para
acompanhar a consciência da humanidade sobre
os efeitos que eles podem ter no mundo e
na sociedade para que as novas descobertas e suas
aplicações não fiquem sujeitas a todo tipo de
interesse.
• Foi somente com a publicação de princípios da
ética biomédica de autoria do filosofo Tom
Beauchamp e do teólogo James Childress, em
1979, que a bioética teve consolidou sua força
teórica, especialmente nas universidades
estadunidenses
14. • Essa obra seguia a trilha feita pelo relatório
Belmont alguns anos antes, defendendo a idéia
de que os conflitos morais poderiam ser
mediados pela referência a algumas ferramentas
morais, os chamados princípios éticos.
• Sugerindo então quatro princípios éticos como
base de uma teoria bioética consistente, são
estes: autonomia, beneficência, não-maleficência
e justiça. Essa teoria ficou conhecida por teoria
principialista, tornando-se a teoria dominante por
cerca de duas décadas.
15. • O livro direcionava-se a um publico bastante
eclético, isso reforçava de certa maneira o
espírito multidisciplinar da bioética e também
apontava para a falência da autoridade da técnica
no campo ético, legitimando a presença dos
estrangeiros no debate biomédico.
• Esse livro tinha também como objetivo permitir
uma analise sistemática dos princípios morais
que deveriam nortear a mediação dos dilemas
relacionados à prática biomédica.
16. • Para realização dessa proposta os autores
buscaram inspiração em idéias já clássicas do
pensamento liberal do pensamento filosófico
ocidental. Eles sugerem que a teoria
principialista teria assumido uma orientação
utilitarista, e também de inspiração em alguns
filósofos gregos como Aristóteles e Hipócrates.
• Os limites da teoria principialista.
• O primeiro erro da teoria principialista persiste
ainda entre alguns pesquisadores em confundir
a teoria com a própria bioética
17. • Outra coisa, os princípios da teoria principialista
parecem funcionar como lembretes de tópicos ou
pontos que um agente moral deveria considerar
para a tomada de decisão. Apenas para lhe dizer
“faça isso, não faça aquilo”, assim não seria
suficiente para assegurar ao sujeito um sistema
moral unificado que orientasse a ação.
• Para a teoria principialista o processo decisório
da ética seria fruto de uma atitude racional dos
seres humanos, havendo pouco espaço para as
emoções ou mesmo para as incongruências,
características da dúvida moral.
18. • A teoria principialista foi importada para
países de bioética periférica como formula mais
apropriada para a resolução dos problemas
morais decorrentes de situações cotidianas da
pratica médica.
• Mas, no entanto essa transferência de teorias
morais não é um fato tão facilmente
incorporado a outras realidades como ocorre
com as tecnologias. Pois as teorias éticas trazem
consigo os contextos socioculturais de onde
foram constituídas.
19. Bioética no Brasil
• A bioética brasileira se caracteriza por certo atraso
na adoção da perspectiva critica da teoria
principialista. Ela também bastante vinculada a
medicina em todos os seus temas de estudo e
trajetória acadêmica.
• Pelo Brasil ter uma medicina importadora de
técnicas e teorias de países centrais da medicina.
Com isso ocorreu um erro em pressupor que assim
como a técnica se tornaram universalizáveis as
teorias também seriam.
20. • Mas essas escassez crítica da bioética no
Brasil vem da tardia estruturação desta entre
nós, que só em 1990 o tema começou a dar
seus passos mais sólidos no país. Em 1993 foi
lançado o periódico Bioética, este editado pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM), outro
marco foi criado no país da Sociedade Brasileira
de Bioética e em 1996 a criação da Resuloção
196/96 que regulamentou a criação da
comissão Nacional Ética em Pesquisa (Conep).
21. • Com a criação dos comitês locais de ética em
pesquisa, houve a ampla divulgação e
popularização da bioética e mais
especificamente da teoria principialista, já que
foi ela a referência teórica para o texto da
resolução CNS 196/96.
22. Bioética e Religiões
• O ser humano possui uma propensão a buscar
significado para a vida por meio de conceitos que
transcendem o tangível, que pode ou não incluir
uma participação religiosa formal. Esta busca e
crença em um sentido de conexão com algo
maior que si próprio de acordo com Saad et al.
(2001), pode ser chamada de espiritualidade.
• A espiritualidade é uma forma implícita de tratar
dimensões profundas da subjetividade.
23. • A busca da dimensão interior do ser humano, em sua
essência, é a espiritualidade que, quando visa ao bem-
estar do outro em sua alteridade, exerce a ética. Sem a
ética, os valores morais, como compaixão, solidariedade,
compreensão, justiça, desaparecem e perdem se os
limites de distinguir o que é certo e o que é errado. São
esses valores que inspiram nosso modo de ser e de agir,
tornando nossa conduta profícua e sábia, portanto ética.
• A Igreja tem contribuído à reflexão bioética na América
Latina
• A questão é: quando o ser humano passa a existir?
• A resposta a essa pergunta define o rumo da abordagem
sobre reprodução assistida, aborto, pesquisa com
células-tronco e manipulação genética.
24. Crenças e saúde
• O conhecimento e a valorização dos sistemas de crenças dos
clientes colaboram com a aderência do indivíduo à
psicoterapia, assim como com melhores resultados das
intervenções
• A Bioética é uma ética aplicada que se ocupa do uso correto
das novas tecnologias na área das ciências médicas e da
solução adequada dos dilemas morais por elas apresentados.
• As situações de vida e morte envolvem vários personagens:
pacientes, familiares e equipe de saúde, além da instituição
hospitalar. Numa relação simétrica, qualquer decisão
envolverá todos estes personagens, arrolando-se os prós e os
contras de cada uma das opções. Quando a discussão em jogo
está em torno da dignidade, não só durante toda a vida, mas
também com a aproximação da morte.
25. • Segundo Goldim (2007) “no processo de tomada
de decisão o sistema de crenças de uma pessoa
tem papel fundamental. Estas crenças, incluindo-
se as religiosas, afetam a sua percepção e leitura
do mundo, o conjunto das alternativas disponíveis
e a seleção da ação que irá ser realizada ou não.”
• Transfusão de sangue para pacientes
Testemunhas de Jeová.
• Doação de órgão para o Budismo Tibetano.
27. • REPRODUÇÃO ASSISTIDA – Conjunto de técnicas que
auxiliam o processo de reprodução humana, sendo divididas
em métodos de baixa e alta complexidade.
• TÉCNICAS DE BAIXA COMPLEXIDADE: Coito
programado e a inseminação intra-uterina (IIU) - são de
menores custos.
• TÉCNICAS DE ALTA COMPLEXIDADE: Fertilização in
vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozóides
(ICSI).
• As técnicas de reprodução assistida apresentam questões muito
controversas, despertando questões éticas e políticas e que
afetam diretamente as mulheres.
• Atualmente essa é uma área de grande expansão em
pesquisas científicas e as experiências feitas em mulheres são a
título de “tratamento”.
• Estes tratamentos mobilizam grandes interesses industriais .
28. TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
• INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL – Técnica na qual os
espermatozóides, ou o sêmen, são capacitados em meio de
cultura e introduzidos por meio de sonda no trato genital
feminino. E apresentam vários tipos: do parceiro (homóloga);
de doador (heteróloga); intra-uterina; cervical e vaginal.
• FIVETE (Fertilização In Vitro e Transferência de Embriões) –
Técnica de reprodução assistida em que a fertilização do óvulo
pelo espermatozóide ocorre em laboratório.
• GIFT (Transferência Intra-tubária de Gametas) – É uma
técnica que ocorre in vivo.
• ICSI (Injeção Intracitoplasmática do Espermatozóide) - É feita
a injeção de um único espermatozóide no citoplasma do óvulo
por meio de um aparelho desenvolvido contendo microagulhas
para injeção.
29. • TRANSFERÊNCIA DE CITOPLASMA – De 10% a 20% do
óvulo de uma doadora jovem é transferido para o óvulo da
paciente para dar origem a embriões de melhor qualidade.
• FECUNDAÇÃO SEM ESPERMATOZÓIDE – As
espermátides (células precursoras dos espermatozóides) são
resgatadas dos testículos, maturadas em laboratório e inseridas
no óvulo pela ICSI.
• O sucesso da gravidez com as técnicas de reprodução assistida
existentes diminui conforme a idade aumenta. Mas antes de
optar pela reprodução assistida, o casal precisa ser bem
investigado, sendo uma ultima opção.
30. RISCOS
• Corrêa, afirma que todas aquelas etapas da FIV comportam
riscos, como os efeitos indesejáveis de doses elevadas de
hormônios, o desconforto ligado ao monitoramento
laboratorial de todo o processo, as repetidas intervenções
medico-cirúrgicas, etc.
• Para Oliveira, as técnicas de reprodução conceptivas
propiciam a materialização de desejos sexistas, racistas,
eugênicos e potencializam a exploração de classe, bastando as
pessoas pagarem por eles.
• Outros riscos são de trafico e comercialização de embriões,
sêmen, óvulos obtidos do tecido ovárico de mulheres ainda
vivas, de cadáveres de mulheres e de fetos abortados.
31. • A prevenção da infertilidade é sem dúvida às tentativas de sua
superação: fatores ambientais como poluição, fumo stress,
contraceptivos, prática de abortos clandestinos, doenças
sexualmente transmissíveis e fatores emocionais.
• Para que aconteça é necessário desenvolver programas de
prevenção, educação para a saúde e para a sexualidade bem
como serviços de aconselhamento da população.
• Os movimentos feministas têm se pronunciado sobre a
reprodução medicamente assistida exprimem um forte receio
da medicalização excessiva das funções reprodutivas de que a
mulher é sujeito inalienável e apresentam um numeroso
testemunho de mulheres que sofreram por meio da reprodução
medicamente assistida.
32. REFLEXÕES BIOÉTICAS
• Moral católica – se opõe a fecundação in vitro ou em
laboratório.
• Meios científicos – apresenta uma crescente aceitação sobre a
fecundação in vitro.
• Para que o processo de reprodução medicamente assistida
aconteça é necessário três condições básicas: que a
inseminação artificial deve ser intraconjugal; que ela tenha o
objetivo de contornar um caso de esterilidade; que ela tenha o
objetivo de almejar uma criança que o casal deseja assumir e
criar.
• Neste campo apresenta-se conflitos entre os ético-religiosos e
os cientistas,pois os ético-religiosos procuram sempre se
salvaguardar a dignidade do ser humano, o respeito à vida.
33. • Para os cientistas, eles procuram descobrir algo novo do ser
humano, quando por vezes essas técnicas agressivas brincam
com a vida.
• O Conselho Português de Ética para as Ciências da Vida
afirma “ que o princípio da não-instrumentalização da pessoa
humana aplicado à utilização das técnicas de reprodução
medicamente assistida leva-nos a concluir que essas técnicas:
não devem ser eticamente rejeitadas por motivo da dissociação
que de fato estabelecem entre ato sexual e procriação; não
constituem um método alternativo à reprodução natural e só
devem ser utilizadas quando não for possível, por outro meios,
o tratamento da infertilidade; deve-se aplicar exclusivamente a
casais heterossexuais com garantias de estabilidade; devem
excluir o recurso a mães de substituição, quer estas contribuam
ou não com seus ovócitos; devem excluir outras formas de
34. • de instrumentalização do processo reprodutivo, como de
criação de embriões só para fins de investigação, criação de
seres humanos geneticamente idênticos por clonagem.”
• Por fim, devemos aceitar o desenvolvimento tecnológico e
enfrentá-lo ao mesmo tempo, deixando de lado respostas
imediatas e simplistas de aprovação ou reprovação, mas que
busquem articular discussões sobre os desejos e poderes nas
relações de gênero focalizando as estruturas jurídicas,
antropológicas e psicológicas da maternidade e paternidade
que respeitem a dignidade humana.
35. SEGUNDA CHANCE DE VIDA:
Transplantes e Doação de Órgãos
“E vos darei um coração novo, e porei dentro
de vós um espírito novo; e tirarei o coração
de pedra de vossa carne, e vos darei um
coração de carne.” Ezequiel 36,26
36.
37. Notas Históricas
• Os primeiros casos de transplantes de um ser
humano para outro foram de córneas e
começaram a ser feitas por volta de 1880;
• Os transplantes de órgãos começaram na década
de 50 com o transplante de um rim de um gêmeo
univitelino para outro;
• A partir de 1905, foram feitos estudos tentando-
se o transplante de coração de um animal para o
pescoço, o abdome ou a região inguinal do outro;
portanto, demonstrando-se a habilidade do
coração em funcionar após o transplante;
38. • Em 1967, o Dr. Christian Barnard realizou o
primeiro transplante cardíaco de ser humano
para ser humano;
• No Brasil, o pionerismo deve-se ao Dr. Zerbini, no
Hospital das Clínicas da FMUSP, que em 26 de
maio de 1968 realizou o primeiro transplante de
coração em João Ferreira da Cunha, que
sobreviveu 27 dias;
• O caso de sobrevivência mais longo no mundo de
transplante de coração é o Emmanuel Vitria, que
sobreviveu por 18 anos com um coração
transplantado;
39. Visão da problemática
• A situação atual evidencia aspectos críticos no
suprimento de órgão para transplantes, somente
na comunidade européia, em 1992,
aproximadamente 50 mil pessoas esperavam por
uma doação;
• O numero de doações é muito diverso de pais
para pais, dependendo de uma serie de fatores,
como nível educacional, existencia de programas
de estímulo, legislação adequada, infra-estrutura
médica para captação e aproveitamento de
órgãos e etc.
40. • Em 2009, a (ABTO) Associação Brasileira de Transplantes de
Órgãos divulgou números que mostraram que o número de
doações caiu em todo o Brasil. O índice nacional de doação
de órgãos e tecidos foi de 5,4 doadores pmp (por milhão de
população) em 2007, índice nacional inferior aos dos anos
de 2010 (5,8), 2005 (6,4) e 2004 (7,6). Em 2008 houve
retomada do crescimento, com índice final de 7,2 doadores
pmp.
• Santa Catarina é o Estado do Brasil com maior destaque no
número de doadores de órgãos, sendo o primeiro Estado a
ultrapassar a marca de 15 doadores pmp, atingindo a
marca de 16,7 em 2008. Em seguida vieram os Estados de
Rio Grande do Sul, com 11,2, São Paulo, com 12 e Ceará,
com 10,1 doadores por milhão de população.
41. Veja, por exemplo, a evolução no número de transplantes de órgãos sólidos e córneas
entre 1995 e 2007, segundo o DATASUS e a ABTO.
42. Legislação
• A legislação brasileira sobre o processo
doação e transplante de órgãos se constitui
de um pacote de leis, decretos, resoluções e
portarias do qual se destaca:
• LEI Nº 9.434 de 04 de fevereiro de 1997 -
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e
partes do corpo humano, para fins de
transplante, tratamento e dá outras
providências. Decreto 2.268/97
43. • LEI Nº 10.211 de 23 de março de 2001 - Altera
dispositivos da Lei nº 9.434 de 04 de fevereiro
de 1999.
• Decreto nº 2.268 de 30 de junho de 1997 -
Regulamenta a Lei 9.434 e cria o Sistema
Nacional de Transplantes - SNT e as Centrais
de Notificação, Captação e Distribuição de
Órgãos - CNCDOs.
44. • Portaria GM nº 3.407 de 05 de agosto de 1998 -
Aprova o regulamento técnico sobre as atividades de
transplantes e dispõe sobre a Coordenação do Sistema
Nacional de Transplantes, composição e atribuições do
Grupo Técnico de Assessoramento - GTA.
• Portaria GM nº 1.262 de 16 de junho de 2006 - Aprova
o Regulamento Técnico para estabelecer as atribuições,
deveres e indicadores de eficiência e do potencial de
doação de órgãos e tecidos relativos às Comissões
Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplante (CIHDOTT).
45. Os transplantes e o mercado humano
de órgãos
• A problemática ética do mercado humano de
órgãos é hoje uma das questoes mais polemicas e
dramaticas na agenda da bioética mundial;
• Reconhecendo a necessidade de definir
parâmetros éticos para a prática internacional de
doação de órgãos foi criada uma comissão
internacional composta de cirurgiões de
transplantes, especialistas em captação, ativistas
em direitos humanos e cientistas sociais;
46. • Em primeiro lugar, a oferta não acompanha o
ritmo da demanda , e este ultimo, em vez de
diminuir, vem aumentando;
• A falta de orgãos gerou uma busca
desesperada e desenfreada;
• Em muitos paises, a escassez de orgãos
incentivou que médicos, administradores
hospitalares e funcionários de governos
adotassem estratégias éticas dúbias, na
tentativa de resolver o problema.
47. • A escassez mundial estimulou a venda de
órgãos, especialmente na Índia, e tambem o
uso de órgãos de prisioneiros executados na
China;
48. Estudo de caso
Transplante de Rim
• Uma senhora de idade, sofrendo de doença renal crônica, tem duas
escolhas: transplante de rim ou hemodiálise.
• Ela esta fortemente inclinada a se submeter a um transplante, uma
vez que a hemodiálise significa seis hora diárias, tres vezes por
semana, ligada a um hemodialisador para o resto da vida
• O único doador com boa chance de sucesso é a irmã, que
manifestou o desejo de doar um de seus rins; no entanto, o marido
dela se opõe. Ele argumenta ao médico que sua mulher tem uma
vida ativa, várias crianças pequenas para criar e está envolvida em
outras atividades de natureza profissional. Ela tambem tem
problemas de saude . A cunhada por outro lado, tem uma vida
sedentária e pode suportar bem a hemodialise.
49. • E ele esta convencido de que sua mulher
realmente não deseja doar o órgão,mas não o
sabe dizer a irmã.
• O médico, após dialogar com ela e
aconselhando a ajuda de um psiquiatra,
duvida seriamente de que ela esteja de fato
querendo doar o rim. Após obter o resultado
do teste de laboratório que indica uma
compatibilidade ideal, o médico tem quatro
alternativas . Qual ele deveria escolher?
50. A) Dizer a essa mulher da compatibilidade ideal?
B) Dizer a essa mulher da compatibilidade, mas
dizer à irmã doente que não existe
compatibilidade?
C) Dizer a essa mulher que a compatibilidade não
existe?
D) Dizer a ela que a compatibilidade é boa, mas
que ele se recusa a fazer o transplante porque
não esta convencido de que ela esteja realmente
querendo doar o órgão livremente?
52. Referências Bibliográficas
• Diniz, Debora e Dirce Guilhem. O que é bioética.
São Paulo: Brasiliense. 2006
• Pessini, Leocir, Christian de Paul de
Barchifontaine. Problemas atuais de bioética. 8.
ed revista e ampliada. São Paulo: Centro
Universitário São Camilo: Loyola. 2007
• Hottois, G 2001. Bioéthique. G. Hottois & J-N.
Missa. Nouvelle encyclopédie de bioéthique.
Bruxelles: De Boeck, p. 124-126
• www.adote.com.br