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A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S • J U L H O D E 2 0 11




Pioneiros da América
Latina, p. 16
Escolher um Caminho
na Vida, p. 42
A Escritura Que Mudou
Tudo, p. 50
O Boi e o Templo, p. 68
Esperança de Sião, de Miroslava Menssen-Bezakova

   Muitos santos dos últimos dias viajaram para o Vale do Lago    dia em que sereis coroados de muita glória; ainda não é chegada
Salgado em meados do Século XIX. Alguns anos antes, em 1º de      a hora, mas está próxima.
agosto de 1831, o Profeta Joseph Smith falou aos santos do Mis-      Lembrai-vos disto, que eu vos digo de antemão, para que o
souri, dando-lhes esperança para o futuro no Missouri e para      guardeis no coração e recebais o que se seguirá” (D&C 58:4–5).
sua futura jornada rumo ao Oeste.                                    Aqui vemos alguns daqueles que permaneceram fiéis,
   Em uma revelação ao Profeta, o Senhor disse:                   e eles representam todos os que prosseguiram com fé para
   “Pois após muitas tribulações vêm as bênçãos. Portanto vem o   edificar Sião.
A Liahona, Julho de 2011
MENSAGENS
 4 Mensagem da Primeira
    Presidência: Quando Assumo
    Algo, É para Valer
    Presidente Dieter F. Uchtdorf

 7 Mensagem das Professoras
    Visitantes: Venham ao Templo
    e Reivindiquem Suas Bênçãos

ARTIGOS
16 Mi Vida, Mi Historia
    Histórias de fé e conversão de
    dez santos dos últimos dias
    latino-americanos.

22 Fé para Atender ao Chamado
    Élder Jeffrey R. Holland
    A convicção que levou os pionei-
    ros a estabelecerem-se em regiões
    desoladas pode inspirar-nos a
    dar o melhor de nós para a obra
    de Deus.

29 “Como Eu Vos Amei”
    Barbara Thompson
                                                                                                                     22
    Duas qualidades nos distinguem
    como discípulos de Jesus Cristo.

32 Ilhas de Fé: Uma História
    de Diligência
    Adam C. Olson
    A ilha flutuante dos Coilas
                                        12 Nossa Crença: O Trabalho
                                            É um Princípio Eterno
    representa fisicamente o que eles
    procuram edificar espiritual-
    mente para sua família.
                                        14 Servir na Igreja: Chamada
                                            por Deus
36 Sem Medo da Água                         Ramona Dutton

    Adam C. Olson                       15 Nosso Lar, Nossa Família:
    Joseph tinha medo de entrar na          A Missão de Vida de uma
    água para ser batizado. Mas sua         Mãe Amorosa
    família o ajudou a vencer               Peiholani Kauvaka
    o medo.
                                        38 Vozes da Igreja
SEÇÕES                                  75 Notícias da Igreja
 8 Coisas Pequenas e Simples            79 Ideias para a Noite Familiar
10 Falamos de Cristo:                   80 Até Voltarmos a Nos Encon-
    Beber Abundantemente da                 trar: Este Ano, Não É Batata:
    Água da Vida                            É Erva Daninha. Arranque!       NA CAPA
                                                                            Primeira capa: fotografia tirada por
    Matthew Heaps                           Mont Poulsen                    Mark J. Davis. Última capa: fotografia
                                                                            tirada por Kent Miles.

                                                                                             Julho de 2011           1
JOVENS ADULTOS                             JOVENS                                 CRIANÇAS

                                         46 Direto ao Ponto                                                          68
                                         48 Pôster: Fofoca
                                         49 Nosso Espaço
                                         50 Como Eu Sei?: A Resposta
                                             no Versículo Oito
                                             Angelica Nelson

                                         52 Nossa Honrosa Herança
                                             Pioneira
                                             Presidente Thomas S. Monson
                                42           Podemos aprender muito com
                                             nossos antepassados pioneiros.
    42                                                                           61 Testemunha Especial:
         Eles Falaram para Nós:
         Começar a Agir
                                         54 Ajudar Uns aos                           Por que É Importante
                                                                                     Servir aos Outros?
                                             Outros na Índia
         Élder Von G. Keetch                 Élder Charles e Irmã Carol Kewish       Élder Dallin H. Oaks
         Uma história sobre o trabalho
         dos bombeiros em uma monta-
                                             Jovens e jovens adultos ajudam
                                             a aliviar o sofrimento de vítimas
                                                                                 62 Ao Resgate!
         nha nos ensina como receber                                                 Presidente Henry B. Eyring
                                             de enchentes no sul da Índia.
         inspiração em nossa vida.                                                   Nosso amoroso Pai Celestial
                                         56 Do Campo Missionário:                    colocou resgatadores ao longo
                                             O Que para um Homem                     do caminho para ajudar-nos a
                                             É Lixo para Outro É um                  voltar à presença Dele.
                                             Tesouro
                                             Andrej Bozhenov                     64 Trazer a Primária para Casa:
                                                                                     O Templo É a Casa de Deus
                                         58 Continuar a Nadar                        JoAnn Child e Cristina Franco
    Veja se
   consegue
                                             O que fez uma das melhores
                                             nadadoras da Nova Zelândia          66 Dia dos Pioneiros no Taiti
                                             para superar a morte inespe-            Maria T. Moody
  encontrar a
                                             rada do pai?                            Veja como as crianças
Liahona oculta                                                                       taitianas comemoram
 nesta edição.                                                                       o Dia dos Pioneiros.
Dica: Carroções,
    avante!                                                                      67 Nossa Página
                                                                                 68 O Chamado
                                                                                     Corine Pugh
                                                                                     Isaac, Taurus e o Templo
                                                                                     de Nauvoo.
                                                                                 70 Para as Criancinhas
                                                                                 74 Destaques da Conferência
                                                                                     em Cartões




                   58




2   A Liahona
JULHO DE 2011 VOL. 64 Nº 7
A LIAHONA 09687 059
                                                                       Mais na Internet
                                                                       Liahona.LDS.org
Revista Oficial em Português de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Thomas S. Monson,
Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf
Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer,
L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks,
                                                                                              PARA OS ADULTOS
M. Russell Ballard, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook,                                                 A família Coila mora em uma ilha
D. Todd Christofferson e Neil L. Andersen
Editor: Paul B. Pieper
                                                                                                      flutuante no Lago Titicaca. A ilha é feita
Consultores: Stanley G. Ellis, Christoffel Golden Jr.,                                                de junco. Sua manutenção é uma lição
Yoshihiko Kikuchi
Diretor Administrativo: David L. Frischknecht                                                         de diligência (ver página 32). Veja mais
Diretor Editorial: Vincent A. Vaughn
Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg
                                                                                                      fotografias em www.liahona.LDS.org.
Gerente Editorial: R. Val Johnson
Gerentes Editoriais Assistentes: Jenifer L. Greenwood,
Adam C. Olson
Editores Associados: Susan Barrett, Ryan Carr
Equipe Editorial: Brittany Beattie, David A. Edwards,
Matthew D. Flitton, LaRene Porter Gaunt, Larry Hiller,
Carrie Kasten, Jennifer Maddy, Melissa Merrill, Michael R.
                                                                                               PARA OS JOVENS
Morris, Sally J. Odekirk, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan
Pinborough, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Melissa Zenteno                                          Monica Saili, de 12 anos, é uma das
Diretor Administrativo de Arte: J. Scott Knudsen                                                      melhores nadadoras da Nova Zelândia.
Diretor de Arte: Scott Van Kampen
Gerente de Produção: Jane Ann Peters                                                                  Quando seu pai faleceu inesperadamente,
Diagramadores Seniores: C. Kimball Bott, Thomas S. Child,
Colleen Hinckley, Eric P. Johnsen, Scott M. Mooy                                                      ela aprendeu que “coisas difíceis podem
Equipe de Diagramação e Produção: Collette Nebeker Aune,
Howard G. Brown, Julie Burdett, Reginald J. Christensen, Kim                                          tornar-nos mais fortes. Simplesmente
Fenstermaker, Kathleen Howard, Denise Kirby, Ginny J. Nilson,
Ty Pilcher
                                                                                                      temos que continuar a nadar” (ver página
Pré-Impressão: Jeff L. Martin
                                                                                                      58). Veja mais fotografias em www
Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick
Diretor de Distribuição: Evan Larsen                                                                  .liahona.LDS.org.
Tradução: Edson Lopes
Distribuição:                                                                                 PARA AS CRIANÇAS
Corporação do Bispado Presidente de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias. Steinmühlstrasse 16, 61352 Bad
Homburg v.d.H., Alemanha.
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                                                                                                       crianças em www.liahona.LDS.org.
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podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar,
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                                                                       Amor, 29                            Jesus Cristo, 10, 29
copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos             Batismo, 36, 46                     Livro de Mórmon, 38, 49, 56
constantes da obra. As perguntas sobre direitos autorais
devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office,              Boatos e mexericos, 48              Maternidade, 15
50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail:         Chamados, 14, 68                    Mídia, 47
cor-intellectualproperty@LDSchurch.org.
For Readers in the United States and Canada:
                                                                       Compromisso, 4, 22, 50, 58          Obediência, 22, 58, 80
July 2011 Vol. 64 No. 7. LIAHONA (USPS 311-480) Portuguese             Conversão, 16, 40                   Obra missionária, 56
(ISSN 1044-3347) is published monthly by The Church of Jesus
Christ of Latter-day Saints, 50 E. North Temple St., Salt Lake City,   Espírito Santo, 42, 47              Pioneiros, 22, 40, 52, 66
UT 84150. USA subscription price is $10.00 per year; Canada,           Estudo das escrituras, 50           Ressurreição, 39
$12.00 plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt
Lake City, Utah. Sixty days’ notice required for change of address.    Família, 15, 32, 39, 58,            Serviço, 29, 54, 61, 62, 68
Include address label from a recent issue; old and new addresses         67, 70                            Sociedade de Socorro, 7
must be included. Send USA and Canadian subscriptions to Salt
Lake Distribution Center at address below. Subscription help line:     Fé, 22, 32                          Templos, 8, 64, 67, 70
1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American         História da Igreja, 9               Ternas misericórdias, 41
Express) may be taken by phone. (Canada Poste Information:
Publication Agreement #40017431)                                       Inspiração, 42                      Testemunho, 16, 38, 50
POSTMASTER: Send address changes to Salt Lake Distribution             Jejum, 9                            Trabalho, 12, 32
Center, Church Magazines, PO Box 26368,
Salt Lake City, UT 84126-0368.

                                                                                                                                     Julho de 2011   3
MENSAGEM DA PRIMEIR A PRESIDÊNCIA


                                                                                             Presidente
                                                                                      Dieter F. Uchtdorf
                                                                                     Segundo Conselheiro na
                                                                                         Primeira Presidência



            QUANDO ASSUMO ALGO,

    É para Valer
    D
              ois jovens irmãos subiram ao topo de um             erradas, outros, porque não fazemos nada. Quando esta-
              penhasco que se erguia junto às águas cristalinas   mos apenas meio comprometidos com o evangelho pode-
              de um lago azul. Era um lugar de onde muitos sal-   mos sentir frustração, infelicidade e culpa. Isso não deve
    tavam para mergulhar no lago, e os irmãos sempre diziam       acontecer conosco, porque somos um povo do convênio.
    que um dia saltariam dali — como tinham visto outros          Fazemos convênios com o Senhor quando somos batiza-
    fazerem.                                                      dos e quando entramos na casa do Senhor. Os homens
       Embora os dois quisessem saltar, nenhum queria ser o       fazem convênios com o Senhor quando são ordenados
    primeiro. O penhasco não era tão alto assim, mas para os      ao sacerdócio. Nada pode ser mais importante do que o
    dois meninos, parecia que a altura aumentava sempre que       cumprimento de um compromisso que assumimos com o
    começavam a se inclinar para frente — e logo perdiam a        Senhor. Lembrem-se da resposta que Raquel e Lia deram
    coragem.                                                      a Jacó no Velho Testamento. Foi algo simples e direto que
       Por fim, um dos irmãos pôs o pé na beira do penhasco       mostrava o comprometimento delas: “Faze tudo o que
    e impeliu o corpo para frente com determinação. Naquele       Deus te mandou” (Gênesis 31:16).
    momento, o irmão sussurrou: “Talvez seja melhor esperar          Os que estão apenas meio comprometidos só podem
    até o próximo verão”.                                         meio que esperar receber as bênçãos de testemunho, ale-
       O outro irmão, porém, já estava em movimento, caindo       gria e paz. As janelas do céu podem só meio que se abrir
    para frente. “Quando assumo algo”, replicou ele, “é para      para eles. Não seria tolice pensar: “Vou me comprometer
    valer!”                                                       só 50 por cento agora, mas quando Cristo aparecer na
       Mergulhou ruidosamente na água e logo voltou à             Segunda Vinda, vou me comprometer 100 por cento?”
    superfície com um grito de vitória. O irmão que ficou no         O compromisso de cumprir nossos convênios com o
    penhasco o seguiu imediatamente. Mergulhou ruidosa-           Senhor é fruto de nossa conversão. O comprometimento
    mente na água e, assim como seu irmão, logo voltou à          com nosso Salvador e Sua Igreja edifica nosso caráter e for-
    superfície com um grito de vitória. Depois disso, ambos       talece nosso espírito, de modo que, quando nos encontrar-
    riram do que o primeiro menino dissera antes de lançar-se     mos com Cristo, Ele nos abraçará e dirá: “Bem está, servo
    à água: “Quando assumo algo, é para valer”.                   bom e fiel” (Mateus 25:21).
       Um compromisso é como mergulhar na água. Ou você              Há uma diferença entre intenção e ação. Aqueles que
    o assume ou não. Ou você se move para frente ou fica          somente têm a intenção de comprometer-se encontram
    parado onde está. Não há meio-termo. Todos enfrentamos        desculpas a todo o momento. Aqueles que realmente se
    momentos de decisão que mudam todo o restante de              comprometem encaram os desafios e dizem a si mesmos:
    nossa vida. Como membros da Igreja, devemos perguntar         “Sim, esse seria um bom motivo para procrastinar, mas fiz
    a nós mesmos: “Vou mergulhar ou apenas ficar parado na        convênios, por isso farei o que me comprometi a fazer”.
    beira? Vou dar um passo à frente ou vou simplesmente          Eles examinam as escrituras e buscam sinceramente a
    verificar a temperatura da água com a ponta do pé?”           orientação do Pai Celestial. Aceitam e magnificam seus
       Alguns pecados são cometidos porque fazemos coisas         chamados na Igreja. Assistem às reuniões. Fazem visitas

4   A Liahona
de mestre familiar e professoras visitantes.             ENSINAR USANDO ESTA
                                 Um provérbio alemão diz: “As promessas são como       MENSAGEM
                              a lua cheia. Se não forem cumpridas de imediato, vão
                              minguando dia a dia”. Como membros da Igreja de Jesus
                                                                                       U
                                                                                       “    ma forma de ajudar os alunos
                                                                                            a compreenderem os princípios
                                                                                       do evangelho é pedir-lhes que façam
                              Cristo dos Santos dos Últimos Dias, comprometemo-nos     desenhos. Isso lhes dará a oportunidade
                              a trilhar o caminho do discipulado. Comprometemo-nos     de explorar e expressar seu entendi-
                              a seguir o exemplo de nosso Salvador. Imagine como       mento e seus sentimentos a respeito
                                                                                       das histórias e dos princípios do evan-
                              o mundo seria abençoado e muito melhor se todos os
                                                                                       gelho em discussão” (Ensino, Não Há
                              membros da Igreja do Senhor vivessem à altura de seu     Maior Chamado, 2009, p. 166). Você
                              verdadeiro potencial — convertidos do fundo da alma e    pode ler o artigo, discutir o princípio de
                              comprometidos a edificar o reino de Deus.                comprometimento com o evangelho e
ILUSTRAÇÃO BJORN THORKLESON




                                 De algum modo, cada um de nós está passando por       depois pedir aos que assim desejarem
                                                                                       que façam um desenho de uma ativi-
                              um momento de decisão, ao contemplar a água. É minha
                                                                                       dade do evangelho que demonstre esse
                              oração que tenhamos fé, sigamos em frente, enfrentemos   comprometimento. As crianças menores
                              nossos temores e nossas dúvidas com coragem e digamos    podem precisar de sugestões sobre o
                              a nós mesmos: “Quando assumo algo, é para valer!” ◼      que desenhar.

                                                                                                                    Julho de 2011   5
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA


      JOVENS
       Tudo que Posso Dar
       Alyssa Hansen


      E   u estava muito preocupada, sem
          saber como conseguiria arcar com
       os custos de tudo o que queria fazer
                                              descontado relativo a um emprego
                                              em que eu trabalhara no início do
                                              ano, e logo no dia seguinte recebi
                                                                                     gratidão, de louvar a Deus com
                                                                                     todas as minhas forças e de compar-
                                                                                     tilhar aquele sentimento. Há quem
       no verão: cursos, oficinas, acampa-    pelo correio um pequeno prêmio         faça isso compondo uma canção,
       mento de verão, etc. Senti vontade     em dinheiro por tirar o segundo        escrevendo um poema ou pintando
       de chorar. Então, lembrei-me de        lugar em um concurso. Isso foi para    um quadro, mas eu não me sentia
       todas as coisas que me foram ensi-     mim um grande testemunho de que        capaz de fazer essas coisas. Dei-me
       nadas sobre a confiança e a fé que     Deus vive, de que Ele me ama e Se      conta de que a única oferta ade-
       devemos ter no Senhor. Decidi colo-    importa comigo e de que Ele provê      quada que eu poderia fazer em
       car a situação nas mãos do Senhor      as coisas de que necessitamos.         Seu louvor era minha vida — ser “o
       e confiar que, se fosse Sua vontade,      Senti imensa gratidão e amor pelo   exemplo dos fiéis” (I Timóteo 4:12),
       Ele providenciaria um meio.            Pai Celestial e por meu Salvador.      dedicar minha vida a Cristo. Isso é
          Pouco tempo depois, minha           Parecia que eu ia explodir! Fiquei     tudo o que Ele pede, e é tudo que
       mãe descobriu um cheque não            muito desejosa de demonstrar minha     posso dar.



      CRIANÇAS
       Vai Fazer o que
       Prometeu?

      Q     uando prometemos
            seguir Jesus Cristo,
       fazemos o que é certo
       sem dar desculpas.
          Estas quatro crian-
       ças, com sua classe da
       Primária, estão limpando
       um parquinho local. Qual das
       crianças não parece estar com
       vontade de fazer o que pro-
       meteu? Por que não? De que
       modo as outras demonstram
       essa determinação?
          Faça um círculo em volta
       de cinco coisas que ajudariam
       essa criança a participar da
       atividade de serviço com as
       outras. Consegue encontrar
                                                                                                                            ILUSTRAÇÃO DE STEVE KROPP




       um rastelo, um pincel, uma
       escada, um balde e uma pá?




6     A Liahona
M E N S AG E M DA S P R O F E S S O R A S V I S I TA N T E S

                                       Venham ao Templo e                                      Estude este material e, conforme julgar conveniente,
                                                                                               discuta-o com as irmãs que você visitar. Use as pergun-

                                       Reivindiquem Suas                                       tas para ajudar você a fortalecer suas irmãs e para
                                                                                               fazer com que a Sociedade de Socorro seja parte ativa

                                       Bênçãos                                                 de sua própria vida.
                                                                                                                                                         Fé • Família • Auxílio


                                       I rmãs, somos extremamente abençoadas.
                                         O Salvador é o cabeça desta Igreja. Somos guia-
                                       das por profetas vivos. Temos as santas escrituras.
                                                                                              O que Posso
                                                                                              Fazer?
                                                                                                                         De Nossa História
                                                                                                                             O Profeta Joseph discursava com frequência nas
                                                                                                                         reuniões das irmãs da Sociedade de Socorro. Com o
                                                                                              1. Que experiên-           Templo de Nauvoo em construção, o Profeta instruiu
                                       E temos muitos templos sagrados espalhados por         cia pessoal vou
                                       todo o mundo, nos quais podemos receber as             compartilhar para
                                                                                                                         as irmãs na doutrina, preparando-as para receber
                                       ordenanças necessárias para voltarmos à presença       fortalecer as irmãs        mais conhecimento por meio das ordenanças do
                                       de nosso Pai Celestial.                                que visito em sua          templo. Em 1842, ele disse a Mercy Fielding Thomp-
                                          Vamos primeiro ao templo por nós mesmas.            determinação de            son que a investidura “[ia] trazê-la das trevas para a
                                                                                              “ir ao templo”?            maravilhosa luz”. 3
                                       O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze
                                                                                                                             Estima-se que 6.000 santos dos últimos dias
                                       Apóstolos, explicou que “o principal propósito do      2. Como posso ter
                                                                                              direito às bênçãos
                                                                                                                         tenham recebido as ordenanças do templo antes
                                       templo é prover as ordenanças necessárias para                                    do êxodo de Nauvoo. O Presidente Brigham Young
                                                                                              do templo?
                                       nossa exaltação no reino celestial. As ordenanças                                 (1801–1877) disse: “Tamanha era a ansiedade mani-
                                       do templo nos conduzem a nosso Salvador e nos                                     festada pelos santos em receber as ordenanças [do
                                       concedem as bênçãos decorrentes da Expiação de                                    templo] e tamanha era nossa ansiedade em ministrá-
                                       Jesus Cristo. Os templos são a maior universidade                                 las a eles que me entreguei completamente ao traba-
                                       de aprendizado conhecida pelo homem, que nos                                      lho do Senhor no Templo, noite e dia, dormindo em
                                       proporcionam conhecimento e sabedoria sobre a                                     média não mais do que quatro horas por dia e indo
                                       Criação do mundo. As instruções da investidura                                    para casa apenas uma vez por semana”.4 A força e
                                       nos ensinam como devemos conduzir nossa vida                                      o poder dos convênios do templo fortaleceram os
                                       aqui na mortalidade. (…) A ordenança consiste de                                  santos, ao deixarem sua cidade e o templo em uma
                                       uma série de instruções sobre como devemos viver                                  jornada rumo ao desconhecido.
                                       e os convênios que devemos fazer para viver em                                    NOTAS
                                       retidão e seguir nosso Salvador”.1                                                  1. Robert D. Hales, “As Bênçãos do Templo”, A Liahona,
                                                                                                                              outubro de 2009, p. 14.
                                          Mas nosso serviço no templo não termina aí. O                                    2. Boyd K. Packer, livreto Preparação para Entrar no
                                       Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum                                        Templo Sagrado, 2010, p. 35.
                                                                                                                           3. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith,
                                       dos Doze Apóstolos, ensinou: “Ao agir como pro-                                        2007, p. 437.
                                       curador em favor de alguém que foi para o outro                                     4. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham
                                                                                               Acesse www                     Young, 1997, p. 10.
                                       lado do véu, você repassará os convênios que fez.       .reliefsociety.LDS
                                       As grandes bênçãos espirituais relacionadas à casa      .org para mais
                                                                                               informações.
                                       do Senhor ficarão mais fortemente gravadas em sua
                                       mente. (…) Nos convênios e ordenanças se con-
                                       centram as bênçãos que você poderá reivindicar
                                       no templo sagrado”.2
                                          Vão ao templo e depois continuem a ir. A reali-
                                       zação e o cumprimento dos convênios do templo
                                       vão manter-nos no caminho que conduz à maior
                                       de todas as bênçãos: a vida eterna.
                                       Barbara Thompson, segunda conselheira na presidência
                                       geral da Sociedade de Socorro.
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: ATHLEY GLORI




                                       Das Escrituras
                                         Isaías 2:3; I Coríntios 11:11; Apocalipse 7:13–15;
                                       Doutrina e Convênios 109



                                                                                                                                                           Julho de 2011              7
Coisas Pequenas e Simples
    “É por meio de coisas pequenas e simples que
    as grandes são realizadas” (Alma 37:6).

    T E M P LO E M D E STAQ U E


    Templo de Vancouver Colúmbia Britânica
    E   m 2 de maio de 2010, o Templo
        de Vancouver Colúmbia Bri-
    tânica se tornou o 131º templo a
                                                   de 1.200 jovens participaram de
                                                   uma comemoração cultural. Inti-
                                                   tulada “Um Farol para o Mundo”,
    ser dedicado nesta dispensação. O              a apresentação retratou a história
    templo cobre uma área de 2.617 m2              e o povo do Canadá. No início da
    e contém um batistério, uma sala               comemoração, o Presidente Mon-
    celestial, duas salas de investiduras          son trocou o hino de abertura pelo
    e duas salas de selamento. Em seu              hino nacional do Canadá, dizendo:
    interior, o padrão de cores realça             “Estamos aqui para desfrutar o
    o verde, o azul claro e o dou-                 Canadá com vocês”.
    rado, honrando a imponência das                   Na oração dedicatória, o Presi-
    florestas, do mar e do céu da costa            dente Monson disse: “Que todos os
    noroeste do Pacífico. O corniso do             que entrarem tenham as mãos e o
    pacífico, a flor símbolo da província          coração puros. Que sua fé aumente
    da Colúmbia Britânica, é retratada             à medida que trabalharem aqui
    em quadros e tecidos por todo o                em favor dos que já se foram. Que
    edifício.                                      saiam daqui com um sentimento de
        Na véspera da dedicação, mais              paz, louvando Teu santo nome”.1




                                                                                                                                    À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE VANCOUVER COLÚMBIA BRITÂNICA TIRADA POR STEVEN DAVIS; FOTOGRAFIAS DO INTERIOR
                                                                                                                                    TIRADAS POR MATTHEW REIER, © IRI, REPRODUÇÃO PROIBIDA; À DIREITA: ILUSTRAÇÃO DE GLEN HOPKINSON
                                                                                        A partir do alto: Vista do batistério, de
                                                                                        detalhes ornamentais e da sala celes-
                                                                                        tial do Templo de Vancouver Colúmbia
                                                                                        Britânica.




                                                                                        NOTA
                                                                                         1. Thomas S. Monson, “Dedicatory
                                                                                            Prayer”, LDSchurchtemples.com/
                                                                                            vancouver/prayer.


8   A Liahona
LEMBR AR A VIDA DE GR ANDES PESSOAS



Diário                                  Mary Fielding Smith
de Jejum
O     jejum costumava ser muito
      difícil para mim — até que
                                        M       ary Fielding Smith, mem-
                                                bro fiel da Igreja, ficou
                                        sozinha com vários filhos peque-
comecei a manter um diário              nos enquanto o marido estava na
de jejum. Agora, antes de cada          Cadeia de Liberty, no inverno de
jejum, anoto um objetivo espe-          1838–1839. Multidões enfurecidas
cífico para meu jejum. Posso            invadiram sua casa, e seu filho
escrever, por exemplo: “Como            quase foi morto em decorrência do
estou muito apreensiva em rela-         ataque. Como era esposa de Hyrum
ção a meu novo chamado como             Smith, Mary ficou viúva quando o
consultora das Abelhinhas, estou        marido foi assassinado na Cadeia
jejuando e orando para que o            de Carthage, em 27 de junho de
Senhor me abençoe de modo               1844. Ela e Emma Smith passaram
que eu esteja calma, confiante          por muitas provações juntamente
e serena ao dar minha primeira          com Hyrum e Joseph Smith, seus
aula amanhã”.                           respectivos maridos. Hoje, Mary é
    Durante todo o meu jejum,           admirada como uma das mais valo-
anoto coisas relevantes que acon-       rosas pioneiras do início da Igreja.
tecem: pensamentos, sentimentos            Mary casou-se com Hyrum
e impressões que me veem à              Smith em 24 de dezembro de
mente e ao coração, bem como            1837. A primeira esposa de Hyrum,
referências das escrituras que          Jerusha, havia morrido ao dar à
tenham especialmente a ver com          luz, e Mary cuidou dos filhinhos
o propósito de meu jejum.               de Hyrum como se fossem seus.
                                                                                  No alto: Mary       indevidamente que ela não contri-
    Ao compartilhar meus desejos        Hyrum e Mary também tiveram               Fielding Smith      buísse com um décimo das batatas
com o Pai Celestial, Ele geral-         dois filhos, inclusive Joseph F.          cruzando as         colhidas naquele ano, ela respon-
mente me abençoa de maneiras            Smith, que mais tarde se tornou o         planícies. Acima:   deu: “Você devia se envergonhar.
que eu nunca tinha imaginado.           sexto presidente da Igreja.               Joseph F. Smith     Vai-me negar uma bênção? (…)
Certos acontecimentos que                  Quando os santos partiram de           com membros da
                                                                                                      Pago o dízimo não apenas por
poderiam parecer fortuitos em           Nauvoo para o Vale do Lago Sal-           família na casa
                                                                                                      ser uma lei de Deus, mas porque
minha vida se mostram clara-            gado, depois do martírio de Joseph        de Mary Fielding
                                                                                  Smith em Salt
                                                                                                      espero uma bênção por fazê-lo”.2
mente interrelacionados quando          e Hyrum, Mary resolveu fazer a jor-
                                                                                  Lake City, por      Ela estabeleceu uma fazenda no
os anoto e vejo como todos eles         nada. Ela e a família foram designa-
                                                                                  volta de 1910.      Vale do Lago Salgado e ensinou o
contribuíram para meu cresci-           das a um grupo de viagem, mas o
                                                                                                      evangelho aos filhos. O Presidente
mento e desenvolvimento. Desde          capitão disse que ela seria um fardo
                                                                                                      Joseph F. Smith disse, mais tarde:
1996, quando comecei a manter           para os outros e que não deveria
                                                                                                      “Ela ensinou-me honra, virtude,
um diário de jejum, tenho visto         tentar realizar a difícil jornada. Mary
                                                                                                      verdade, integridade ao reino de
como o Pai Celestial abençoou           respondeu: “Vou chegar ao vale
                                                                                                      Deus, e ensinou-me não apenas
minha vida. Presto testemunho           antes de você e nem vou pedir sua
                                                                                                      por preceito, mas também pelo
do incrível poder espiritual do         ajuda”.1 A jornada foi difícil, mas ela
                                                                                                      exemplo”.3
jejum e da oração e considero           chegou com a família a Salt Lake
                                                                                                      NOTAS
o jejum uma oportunidade para           em 23 de setembro de 1848, um dia                              1. Ver Don Cecil Corbett, Mary Fielding
“regozijo e oração” (D&C 59:14).        antes do capitão que duvidara dela.                               Smith: Daughter of Britain, 1966,
                                                                                                          p. 228.
Renee Harding, Carolina do Norte, EUA      Mary Fielding Smith per-                                    2. Mary Fielding Smith, citado por
                                        maneceu fiel até o fim da vida.                                   Joseph F. Smith, em Conference
                                                                                                          Report, abril de 1900, p. 48.
                                        Pagou o dízimo, apesar de ser                                  3. Ensinamentos dos Presidentes da
                                        pobre. Quando alguém sugeriu                                      Igreja: Joseph F. Smith, 1998, p. 36.


                                                                                                                      Julho de 2011               9
FA L A MOS DE CRI S TO




                                      BEBER ABUNDANTEMENTE DA

                                      Água da Vida
                                     “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede”
                                      ( João 4:14).
                                      Matthew Heaps
                                      Serviços de Bem-Estar




                                     M
                                                eu trabalho me leva a comu-       “aquele que beber da água que eu lhe der
   ELE É A ÁGUA VIVA                            nidades no mundo inteiro em       nunca terá sede” ( João 4:14), estaria Ele
   “Desejam partilhar dessa                     que as pessoas não têm acesso     nos ensinando também que Seu evange-
   água da vida [mencio-              a água potável. Nosso grupo trabalha        lho supre — permanentemente — nossas
   nada em João 4:14]                 com os governos e os residentes locais      necessidades mais básicas? Creio que sim.
   e sentir a fonte divina            para prover fontes sustentáveis de água        Sempre serei grato a uma mulher no
   jorrando dentro de vocês           potável e pura, tais como poços, açudes     Quênia, África, que me ensinou algo a
   para a vida eterna?                e reservatórios para captação de água       respeito da disposição de trabalhar para
      Então não tenham                da chuva.                                   obter água. Eu a conheci em uma cele-
   medo. Creiam do fundo                 Esses projetos de fornecimento de água   bração ocorrida logo após a instalação
   do coração. Desenvol-              resultam em uma melhoria significativa      de um poço em sua comunidade. Com
   vam uma fé inabalável
                                      na qualidade de vida. As condições de       gratidão, ela me disse que o novo poço
   no Filho de Deus. Abram
                                      saúde melhoram substancialmente porque      lhe pouparia uma caminhada diária de
   o coração em sincera
                                      a água potável faz com que as pessoas       quatorze quilômetros para buscar água,
   oração. Encham a mente
                                      parem de contrair febre tifoide, cólera e   que ficaria reduzida a um percurso de
   de conhecimento Dele.
   Abandonem suas fra-                outras doenças transmitidas pela água.      menos de dois quilômetros. Ela estava
   quezas. Caminhem em                A situação econômica também melhora         muito animada com todas as oportunida-
   santidade e harmonia               porque os pais e filhos que antes perdiam   des que passaria a ter.
   com os mandamentos.                muito tempo carregando água passam a           Não pude deixar de pensar em como
      Bebam da água da                procurar emprego e instrução. Mesmo nas     me sentiria se eu tivesse que andar dois
   vida do evangelho de               comunidades assoladas pelos problemas       quilômetros para buscar água. Fiquei
   Jesus Cristo.”                     mais variados e complexos, as pessoas       impressionado de ver que ela deixava
   Élder Joseph B. Wirthlin           dizem que a água potável é o que mais       tudo de lado — desde os afazeres
   (1917–2008), do Quórum dos
   Doze Apóstolos, “Vida em
                                      gostariam de ter.                           domésticos até o cuidado da horta — ao
   Abundância”, A Liahona, maio          O Salvador passou Seu ministério ter-    fazer sua caminhada para buscar água.
   de 2006, p. 100.
                                      reno numa época e num lugar em que as       Ela sabia que não poderia concluir as
                                      pessoas tiravam água de poços. Ao ensi-     outras tarefas sem água. Refleti sobre o
                                      nar à mulher junto ao poço, dizendo que     grande fardo que ela tinha que carregar.


10 A L i a h o n a
COMO A ÁGUA VIVA
                                                                                                                                                        NOS ABENÇOA?


                                                                                                                                                        Kathleen H. Hughes, antiga pri-
                                                                                                                                                        meira conselheira na presidência
                                                                                                                                                        geral da Sociedade de Socorro,
                                                                                                                                                        ajudou a responder a essa per-
                                                            O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede,
                                                            porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida           gunta, na conferência geral, em
                                                            eterna” (João 4:14).                                                                        seu discurso “Abençoados pela
                                                                                                                                                        Água Viva” (A Liahona, maio de
                                                            É preciso força e resistência para car-       que estamos dispostos a deixar de lado        2003, p. 13).
                                                            regar água. Ainda assim, pelo bem da          as outras tarefas, até as importantes, para
                                                            família, ela estava disposta a caminhar       procurar conhecer Jesus Cristo e Seu Pai?     1. A água viva nos cura por meio
                                                            quatorze quilômetros todos os dias para          Sei que o poço de água viva que o             do poder do Espírito Santo.
                                                            ir buscá-la.                                  Salvador nos oferece nunca seca, é puro       2. A água viva nutre e sustenta
                                                                Pergunto-me se nós, que podemos           e nos dá sustento à vida. Quando nos             (ver Mateus 11:28).
                                                            tirar água potável das torneiras de casa,     achegamos a Ele com um copo vazio, Ele        3. A água viva proporciona
                                                            muitas vezes não esperamos que o              o enche, muitas vezes nos dando mais             paz e alegria (ver João 14:27;
                                                            esforço de achegar-nos a Cristo seja tão      do que podemos receber. Ele é verdadei-          D&C 101:16).
                                                            fácil quanto o ato de girar um registro       ramente a água viva, uma manifestação
                                                            para pegar um copo de água. Ou será           do amor de Deus. ◼                               Você pode ler 1 Néfi 11:25
                                                                                                                                                        com sua família ou um amigo.
O POÇO DA VIDA, DE ROBERT T. BARRETT, REPRODUÇÃO PROIBIDA




                                                                                                                                                        Discuta a relação existente entre
                                                                                           O QUE É A ÁGUA VIVA?                                         a fonte de águas vivas e a árvore
                                                                                                                                                        da vida.
                                                              •	 A	água	viva	é	o	evangelho	de	Jesus	Cristo.
                                                              •	 “A	fonte	de	águas	vivas	(…)	era	um	símbolo	do	amor	de	Deus”	(1 Néfi	11:25).
                                                              •	 A	água	viva	pode	nos	proporcionar	“vida	eterna”	(João	4:14;	D&C	63:23).




                                                            Para mais informações sobre esse tópico, ver 1 Néfi 8; 11; e Richard G. Scott, “O Poder
                                                            Transformador da Fé e do Caráter”, A Liahona, novembro de 2010, p. 43.


                                                                                                                                                                 Julho de 2011         11
NOSSA CRENÇA




  O TRABALHO
  É UM PRINCÍPIO ETERNO

   N                                                                                 À
            osso Pai Celestial e Jesus       uma boa atitude e habilidades                medida que nos
            Cristo trabalharam para criar    básicas.                                     ajudamos uns
            os céus e a Terra. Criaram o        Também devemos procurar atingir      aos outros e compar-
   sol, a lua e as estrelas. Reuniram os     um equilíbrio adequado entre traba-     tilhamos o fardo de
   mares e fizeram com que a terra seca      lho e descanso. Seis dias por semana,   nosso trabalho, até as
   aparecesse e as plantas crescessem.       podemos receber bênçãos ao lem-         cargas mais pesadas
   Depois, criaram todo ser vivo do mar      brar-nos de entremear o trabalho        se tornam mais leves.
   e da terra (ver Gênesis 1; Moisés 2).     com atividades de lazer. Aos domin-
   O exemplo Deles nos mostra que o          gos, porém, o Senhor nos promete
   trabalho é importante na Terra e no       bênçãos especiais se obedecermos a
   céu (ver também João 5:17; 9:4).          Seu mandamento de abster-nos do
       Quando Deus criou o homem e a         trabalho secular e se santificarmos o
   mulher a Sua própria imagem, colo-        Dia do Senhor (ver Êxodo 20:9–11;
   cou-os no Jardim do Éden (ver Gêne-       D&C 59:9–19).
   sis 1:26–27; 2:8). Mais tarde, quando        O trabalho faz parte do
   foram expulsos do jardim, o Senhor        plano do Pai Celestial para
   disse a Adão: “No suor do teu rosto       nós no céu e na Terra. Se
   comerás o teu pão” (Gênesis 3:19).        formos justos, voltaremos
   Daquela época em diante, Adão e           a viver com Ele. Ali,
   Eva trabalharam para prover suas          continuaremos a ter
   próprias necessidades e as de seus        oportunidades de
   filhos (ver Moisés 5:1).                  trabalho, à medida
       Desde a época de Adão e Eva, o        que edificamos o
   trabalho tem sido um meio de vida         reino de Deus
   para todos nós na Terra. Trabalha-        (ver Moisés
   mos para proporcionar bem-estar           1:39). ◼
   físico, espiritual e emocional para nós
   próprios e nossa família. Os pais se
   esforçam para criar um lar em que
   sejam ensinados os princípios do
   trabalho. As designações de trabalho
   dadas aos filhos, condizentes com a
   capacidade deles, e os elogios feitos
   às tarefas bem-sucedidas são expe-
   riências de trabalho positivas. Como
   resultado disso, eles podem desen-
   volver uma forte ética de trabalho,

12 A L i a h o n a
Temos a responsabili-                                2. Os filhos serão aben-
ILUSTRAÇÕES FOTOGRÁFICAS: JOHN LUKE, WELDEN C. ANDERSEN, JERRY GARNS, DIMOND, ROBERT CASEY E HOWARD COLLETT © IRI




                                                                                                                    dade de cuidar de nós     1. Os pais têm o dever     çoados por cuidar dos
                                                                                                                    mesmos e de nossa         sagrado de cuidar dos      pais idosos (ver I Timóteo       3. Devemos ajudar nossos
                                                                                                                    família.                  filhos (ver D&C 83).       5:3–4, 8).                       parentes quando possível.




                                                                                                                    1. Fortalecemos nosso     2. Sentimos a alegria do
                                                                                                                    caráter e desenvolvemos   plano de Deus para nós
                                                                                                                    aptidões de trabalho.     na Terra.

                                                                                                                    Recebemos
                                                                                                                    bênçãos como
                                                                                                                    fruto do
                                                                                                                    trabalho.



                                                                                                                                                                         3. Tornamo-nos mais bem preparados e autossuficientes ao
                                                                                                                                                                         armazenarmos um suprimento de alimentos, água e outros
                                                                                                                                                                         artigos de primeira necessidade para três meses.

                                                                                                                            “[Que o homem] trabalhe, fazendo
                                                                                                                            com as mãos o que é bom, para
                                                                                                                            que tenha o que repartir com o
                                                                                                                            que tiver necessidade” (Efésios
                                                                                                                                                                         Para mais informações, ver Princípios do Evangelho,
                                                                                                                            4:28).
                                                                                                                                                                         2009, pp. 160–165; e “A Família: Proclamação ao Mundo”,
                                                                                                                                                                         A Liahona, novembro de 2010, última contracapa.

                                                                                                                                                                                                                Julho de 2011         13
SERVIR NA IGREJA




   CHAMADA
   POR DEUS
    Ramona Dutton

   Aprendi por experiência própria o que signi-
   fica ser “chamado por Deus, por profecia e
   pela imposição de mãos, por quem possua
   autoridade” (Regras de Fé 1:5).




   M
                                                                                          BUSCAR A ORIENTAÇÃO
              eu marido e eu acabáramos       habituais. A lista de nomes que o           DO ESPÍRITO
              de nos mudar para uma           bispo me dera estava sobre a mesa da        “Para servir na Igreja, a pessoa
              nova cidade e estávamos         cozinha, e eu dava uma breve olhada         precisa ser chamada por Deus (ver
   animados para frequentar a nova            nela sempre que passava por ali.            Regras de Fé 1:5). Os líderes devem
   ala. Aconteceu que os limites da ala       Depois de ter olhado para ela várias        buscar a orientação do Espírito para
   estavam sendo mudados e a ala foi          vezes, dois nomes me pareceram              determinar quem vão chamar. Eles
   dividida.                                  destacar-se na lista. Peguei a lista e      devem avaliar o grau de dignidade
      Depois das reuniões da Igreja, em       li os nomes. Ao dizer os nomes, fui         que pode ser requerido para o cha-
                                                                                          mado. Também levam em conta as
   nosso segundo domingo, o secretário        tomada por um cálido sentimento.
                                                                                          circunstâncias pessoais e familiares
   da ala marcou para nós uma entrevista      Nunca havia sentido o Espírito Santo
                                                                                          do membro. Todo chamado deve
   com o novo bispo na noite da terça-        com tanta força.
                                                                                          beneficiar as pessoas que serão
   feira. Depois de uma breve conversa, o         Imediatamente me voltei ao Pai
                                                                                          servidas, o membro e a família do
   bispo pediu permissão a meu marido         Celestial em oração, com lágrimas           membro.”
   para chamar-me como presidente da          nos olhos, ao dizer novamente os
                                                                                          Manual 2: Administração da Igreja, 2010,
   Primária da nova ala. Depois, ele me       nomes. Não sabia nada a respeito de         19.1.1.
   fez o chamado. Fiquei atônita, mas         nenhuma daquelas mulheres, mas
   tinha sido ensinada a nunca recusar        soube no coração que elas seriam
   um chamado, por isso concordei em          minhas conselheiras.
   fazer o melhor que podia.                      Mais tarde, naquela noite, repas-
      O bispo me deu uma lista de nomes       sei a lista de nomes na cabeça. Um        medida que chegavam. Ao observar
   e pediu que me reunisse com ele em         nome me veio à mente toda vez que         aquelas irmãs, senti que já as conhe-
   dois dias, já com os nomes definidos       visualizei a lista. Ela se tornou minha   cia. O Espírito novamente me confir-
   para as conselheiras e a secretária.       secretária.                               mou que aquelas mulheres haviam
   Senti que a tarefa era muito difícil           Reuni-me com o bispo no dia           sido chamadas por Deus.
   para mim. Quando cheguei em casa,          seguinte e dei-lhe os nomes para             Soube que poderíamos traba-
   tranquei-me no banheiro e chorei.          minhas conselheiras e secretária. Para    lhar juntas em harmonia, servindo
   Depois, abri o coração ao Pai Celestial,   minha surpresa, eram as mesmas            ao Senhor: e foi o que aconteceu.
   expressando minha preocupação com          mulheres que o bispo achava que           Embora eu não conhecesse aque-
                                                                                                                                     ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: RUTH SIPUS




   meu novo chamado. Não conhecia             trabalhariam muito bem na Primária.       las irmãs, eram perfeitas para seu
   ninguém na nova ala e precisava da         Quando fui à Igreja no domingo,           chamado. O Senhor sabia quem Ele
   ajuda Dele. Quando terminei de orar,       o primeiro conselheiro do bispado         queria chamar. Cresci muito ao passar
   senti o coração cheio de paz.              ficou comigo do lado de fora da           pela experiência de saber por mim
      Na manhã seguinte, orei e depois        capela, mostrando-me quem eram            mesma o que significa ser chamado
   fui realizar as tarefas domésticas         minhas conselheiras e a secretária à      por Deus por profecia. ◼

14 A L i a h o n a
NOSSO L A R , NOSSA FA MÍLIA




                                            A MISSÃO DE
                                            VIDA DE UMA
                                            MÃE AMOROSA
                                            Peiholani Kauvaka




                                            E
                                                    m minha juventude, em Tonga, minha
                                                    mãe às vezes ajudava a dar as aulas do
                                                    seminário. De meus cinco anos aos dez          Acima: O pai    usávamos camisa branca na Igreja e cortáva-
                                            anos de idade, ela sempre me acordava antes do         de Peiholani,   mos o cabelo ao estilo dos missionários. Como
                                            seminário e me levava para a casa onde a classe        Moses; a mãe,   sacerdote, eu abençoava o sacramento, e meus
                                            se reunia. Embora fosse uma caminhada de               Lavinia, e a    irmãos mais novos preparavam e distribuíam o
                                            menos de meio quilômetro pela trilha que atra-         sobrinha no     sacramento, como mestres e diáconos. Eu via
                                            vessava as goiabeiras, ela me perguntava: “Está                        minha mãe e meu pai nos observando, cui-
                                                                                                   terreno do
                                            com medo?” Eu respondia corajosamente: “Não”.                          dando para que cumpríssemos fielmente nossos
                                                                                                   Templo de
                                                Então, ela dizia: “Um dia você terá que ser                        deveres.
                                                                                                   Los Angeles
                                            corajoso e servir a seu Pai Celestial. Ele nos                            Antes de partir para a missão, minha mãe
                                            proveu todas as coisas, até um plano pelo qual         Califórnia,     disse: “Faça sua parte, e eu farei a minha. Vou
                                            podemos voltar a viver com Ele. Um dia você            em 1999.        jejuar e orar por você para que encontre pessoas
                                            irá para a missão e O servirá de todo o cora-                          para ensinar”. Ela continuou a jejuar e a orar por
                                            ção, poder, mente e força. Você precisa come-                          todos nós, seus quatro filhos, durante nossas
                                            çar desde já a preparar-se para ser um bom                             respectivas missões. Todos servimos fielmente e
                                            missionário”.                                                          voltamos para casa com honra.
                                                Meus pais acabaram se mudando com a famí-                             Em minha última conversa com ela antes de
                                            lia para Ontário, Califórnia, EUA. Minha mãe se                        seu falecimento, minha mãe disse: “Peiholani,
                                            viu num país desconhecido, incapaz de falar a                          eu lhe ensinei tudo o que sabia que era mais
                                            língua e sofrendo o choque cultural. Como uma                          importante nesta vida e na vida futura. A saber:
                                            galinha que protege os pintinhos sob as asas, ela                      o evangelho de Jesus Cristo é verdadeiro. O san-
                                            reunia todos nós, seus filhos, e rogava de joelhos                     gue expiatório de Jesus Cristo é salvação para
                                            ao Pai Celestial que nenhum dos filhos que Ele                         sua alma. Honre os convênios que fez com o
                                            lhe dera se afastasse da Igreja de Jesus Cristo dos                    Senhor no templo. Faça isso, e voltaremos a nos
FOTOGRAFIA: CORTESIA DE PEIHOLANI KAUVAKA




                                            Santos dos Últimos Dias. Meus pais usavam a                            reunir em família. Sei disso sem dúvida alguma
                                            oração familiar, a leitura diária das escrituras, os                   porque o Pai Celestial e Jesus Cristo vivem”.
                                            jejuns periódicos da família, as noites familiares                        Meu testemunho foi edificado no evangelho,
                                            semanais e as reuniões da Igreja para buscar a                         por meio de cada palavra que minha mãe e meu
                                            ajuda do Pai Celestial a fim de fortalecer nossa                       pai disseram. Sei que nossa família voltará a se
                                            família.                                                               reunir um dia, porque meus pais cumpriram sua
                                                Meus pais nos incentivavam a comportar-nos                         missão de ensinar-nos o evangelho e de condu-
                                            como missionários desde nossa infância. Sempre                         zir-nos ao Salvador. ◼


                                                                                                                                                Julho de 2011           15
MI VIDA, MI HISTORIA      Histórias de fé e de inspira-
                          ção de membros da Igreja
                          latino-americanos.



                          O
                                   s santos dos últimos dias
                                   destas páginas compar-
                                   tilharam sua história de
                          convicção e crença no evangelho
                          de Jesus Cristo em uma recente
                          exposição do Museu de Histó-
                          ria da Igreja. Coletivamente, eles
                          representam milhões de santos
                          latino-americanos.
                             Vinte e quatro histórias foram
                          expostas no Museu de História
                          da Igreja, em Salt Lake City, Utah,
                          durante o mês de junho de 2011.
                          A exposição multimídia ainda
                          pode ser vista na Internet, no site
                          LDS.org/churchhistory/museum/
                          exhibits/mividamihistoria.


                          Carmen Echeverría Wood
                          Carmen nasceu em uma família reli-
                          giosa, na Cidade da Guatemala, Gua-
                          temala. Quando tinha nove anos, as
                          missionárias SUD ensinaram o evan-
                          gelho a sua família. Ela gostou de fre-
                          quentar a Primária e disse que houve
                          um novo sentimento de felicidade
                          na família. Um ano depois, a famí-
                          lia foi batizada. Ela conta: “Foi uma
                          época simplesmente maravilhosa”.
                          Ela se lembra de quando o Presidente
                          David O. McKay (1873–1970) visitou
                          a Guatemala em 1954 e ensinou às
                          crianças o princípio do dízimo. Aos
                          dezessete anos de idade, ela foi cha-
                          mada para servir na Missão América
                          Central e ficou grata por compartilhar
                          “a esperança de uma vida melhor e
                          de uma união familiar eterna”.


     16 A L i a h o n a
Miriam Puerta
                                                                                           Amato
                                                                                             Miriam nas-
                                                                                            ceu no Brasil.
                                                                                            Quando quis
                                                                                            servir missão,
                                                                                            preencheu os
                                                                                            papéis. Sete
                                                                      semanas depois, com a família reu-
                                                                      nida em casa, ela leu a carta de cha-
                                                                      mado para servir na Missão da Praça
                                                                      do Templo de Salt Lake City, Utah. Ela
                                                                      relata: “Quando li a carta, foi interes-
                                                                      sante ver que minha família gritou
                                                                      da mesma forma que o faz quando a
                                                                      seleção brasileira de futebol marca um
                                                                      gol. Eu também fiquei muito feliz e
                                                                      soube que era o Senhor quem estava
                                                                      me enviando”.




                                                                                           Nelson
                                                                                           Mousqués
                                                                                             Pouco depois
                                                                                            de Nelson nascer,
                                                                                            em Assunção,
                                                                                            Paraguai, seus
                                                                                            pais conheceram
                                                                                            os missionários.
                                                                      “Certo dia, meu pai estava no por-
                                                                      tão de casa e viu o Élder Higbee e
                                                                      o Élder Johnson, mas não sabia que
                                                                      eram missionários”, relembra o irmão
FOTOGRAFIAS: MARK J. DAVIS, CRAIG DIMOND, KENT MILES E CRAIG J. LAW




                                                                      Mousqués. “Ele pediu que minha
                                                                      irmã trouxesse duas cadeiras porque,
                                                                      disse ele, ‘esses rapazes vão mudar
                                                                      nossa vida’. Quando os missionários
                                                                      bateram à porta, ele abriu e disse:
                                                                      ‘Entrem. Estávamos esperando vocês’.
                                                                      Meu pai e toda a família filiaram-se à
                                                                      Igreja.”




                                                                                        Julho de 2011            17
Robin Mendoza
                       Robin foi criado no
                     Equador numa família
                     muito pobre, mas queria
                     melhorar de vida. Certa
                     vez, enquanto traba-
                     lhava em uma plantação
                     doze horas por dia, orou
pedindo orientação, e um relâmpago riscou o
céu durante sua prece. Robin viu nisso uma
mensagem de Deus indicando que sua vida
seria promissora. “Eu sabia que meus senti-
mentos vinham de Deus”, relembra Robin. Ele
veio a saber que por meio da fé poderia mudar
sua vida. Aos dezesseis anos, saiu de casa para
trabalhar em Guayaquil, onde foi batizado. A
inspiração contínua o levou até a Universidade
Brigham Young, onde pôde satisfazer sua ambi-
ção de adquirir instrução.




                     Ursula Binder Brock
                      A irmã Brock lembra-se
                      de ter ponderado a res-
                      peito do significado da
                      vida quando tinha apenas
                      cinco anos. Quando era
                      adolescente, na Venezuela,
                      os missionários ensinaram
o evangelho a ela e a sua família, e eles foram
batizados. Cheia de fé, ela foi chamada para ser
a presidente da Primária do ramo aos dezes-
seis anos de idade. Hoje, depois de uma vida
inteira de serviço, ela se deu conta de que para
ela “a fé é uma decisão”. Ela explica: “Decido
dar lugar para o Salvador em minha vida.
Aprendi que a Expiação foi o mais maravilhoso
e abnegado ato de amor em favor de toda a
humanidade. Meu Salvador e Redentor, que nos
dá a paz, tornou-Se meu melhor amigo, algo
constante em minha vida”.


18 A L i a h o n a
Lincoln Peters
   Lincoln morou com sua
família em Santiago, Chile, até
que sua mãe faleceu, quando
ele tinha dez anos. Depois
disso, ele foi morar com seu
tio e sua tia. Quando Lincoln
tinha dezoito anos, o Élder
Barton e o Élder Bentley foram
à casa de seus tios. A tia e a
avó do Lincoln imediatamente
aceitaram o evangelho, mas
Lincoln fugia dos missionários.
Num domingo de manhã, sua
avó, que geralmente era muito
meiga, foi até o quarto dele,
arrancou a colcha da cama e
anunciou que ele ia à igreja
com elas. Chocado com a con-
duta incomum da avó e por
respeito a ela, ele se levantou
e foi à igreja. Naquele dia, ele
sentiu algo novo e muito forte
dentro da alma que mudou
sua vida. Em breve, tornou-se
um dos primeiros conversos
da Igreja no Chile.




        Julho de 2011        19
Luis e Karla Hernández
Luis e Karla se conheceram
quando eram adolescentes
em Honduras. Começaram a
namorar e logo se casaram.
Luis, que não era membro da
Igreja, admirava os pais de
Karla, que “tratavam um ao
outro com respeito e amor,
e isso o fez querer conhecer
mais sobre os valores deles”.
Em pouco tempo, Luis foi
batizado, e Karla e Luis foram
selados no Templo da Cidade
da Guatemala, Guatemala.
Quando estavam com trinta e
poucos anos, tiveram pro-
blemas de relacionamento,
e Karla saiu de casa, per-
guntando a si mesma se seu
casamento na adolescência
teria sido um erro. Luis jejuou
e orou e pediu a Deus que
“trouxesse Karla de volta para
casa, e Ele o fez. Ele o fez”.
Hoje seu casamento está mais
forte do que nunca.




20 A L i a h o n a
Noemí Guzman
                     de Abrea
                       Noemí nasceu
                      na Argentina,
                      onde sua família
                      se filiou à Igreja.
                      Imigraram para
                      os Estados Unidos
quando ela era adolescente. Embora
adore ser americana, ela se sente mais
feliz quando pode vivenciar a cultura
da Argentina. “Na América Latina, as
pessoas são muitíssimo calorosas.
Elas o aceitam imediatamente, fazem
amizade com você e o integram. Ado-
ram estar com a família e os amigos e
degustar boa comida. Isso é maravi-
lhoso, e a oportunidade de vivenciar
essa parte da cultura é algo que não
trocaria por nada.”




                     Omar Canals
                      No Uruguai, em
                     1948, a mãe de
                     Omar ofereceu seu
                     guarda-chuva para
                     duas missionárias
                     da Igreja. Foi assim
                     que ela começou a
conversar com as missionárias, e a irmã
mais velha de Omar veio a ser bati-
zada tempos depois. Como nasceu em
1948, Omar foi o primeiro bebê a ser
abençoado na Missão Uruguai, que foi
aberta em 1947. Omar e seus pais foram
batizados quando ele tinha oito anos.
Alguns anos depois, Omar casou-se
com sua namorada, e eles imigraram
para os Estados Unidos. Já trabalhando
como locutor, Omar foi contratado pela
Igreja, em 1973, e tornou-se intérprete
de espanhol para a conferência geral. ◼

                   Julho de 2011        21
Fé para Atender ao
 CHAMADO
   Todos devemos ter no coração a ardente convicção de que esta é
   a obra de Deus e que ela exige o melhor que pudermos dar de nós
   para a edificação dos “lugar[es] desolado[s] de Sião”.



   E
            m 1849, apenas dois anos depois da chegada dos
            santos ao Vale do Lago Salgado, o Élder Parley P.
            Pratt, do Quórum dos Doze Apóstolos, liderou uma
   expedição ao sul de Utah. Quanto mais para o sul avança-
   vam, mais difícil se tornava o terreno. Depois de descerem
   quase mil metros abaixo do nível da Grande Bacia até a
   convergência dos rios Virgin e Santa Clara (ao sul da atual
   St. George, Utah), a terra era seca e arenosa, vulcânica
   e áspera. Os batedores não gostaram do que viram. Um
   deles escreveu no diário:
       “Passamos (…) por um trecho acidentado, rochoso e
   quase indescritível, com topografia variada e confusa. (…)
       Surgiu a nossa frente uma vasta área de acidentes
   topográficos caóticos, com altas colinas, desertos [averme-
                                                                   O ÚLTIMO CARROÇÃO, DE LYNN GRIFFIN




   lhados], planícies áridas e tristes, rochas perpendiculares e
   placas de argila soltas, (…) formações de arenito (…) com
   formas inconcebíveis — em suma, uma região caótica,
   com as entranhas à mostra, evisceradas por terríveis con-
   vulsões de uma era antiga”.1
       Porém, por mais acidentada que fosse a região sul, os
   rochedos erodidos e castigados pelo vento e os desfila-
   deiros desérticos da região de San Juan, a leste, pareciam
   ainda mais inóspitos. Os líderes da Igreja sabiam que seria
   difícil dominar aquele quadrante inóspito e desconhecido,
   mas desejavam estabelecer comunidades da Igreja naquele
   lugar. Em 1879, na conferência trimestral da Estaca
   Parowan, cerca de 250 pessoas aceitaram o chamado do
   Presidente John Taylor de estabelecer a Missão San Juan.
   Com 80 carroções e cerca de mil cabeças de gado e cava-
   los, começaram a desbravar o caminho através de territó-
   rio íngreme e inexplorado, com suas montanhas coroadas
   de neve e enormes pináculos de pedra.
       Em busca da rota mais curta até San Juan, aqueles

22 A L i a h o n a
Élder Jeffrey R. Holland
       Do Quórum dos Doze Apóstolos




primeiros exploradores venceram um a um os obs-
táculos, mas logo se depararam com a maior e mais
temida de todas as barreiras: o intransponível abismo
do desfiladeiro do Rio Colorado. Por milagre, seus
esgotados batedores encontraram uma estreita pas-
sagem no desfiladeiro — uma fenda que descia por
mais de seiscentos metros pelas escarpas averme-
lhadas até o Rio Colorado abaixo. Aquele solitário e
quase mortal “buraco na rocha” parecia ser o único
meio de acesso possível para o lado leste.
   A maior parte da fenda, no entanto, era estreita
demais para os cavalos, e em alguns pontos até para
um homem ou uma mulher passar. Havia desní-
veis de até quase 25 metros que pareciam tornar o
obstáculo intransponível até para cabras montesas,
quanto mais para carroções carregados. Mas os
intrépidos santos não tinham intenção de recuar e
assim, com dinamite e ferramentas, trabalharam de
dezembro de 1879 a janeiro de 1880, abrindo uma
estrada precária e primitiva na face do precipício do
desfiladeiro.
   Ao concluírem o leito daquela estrada, tal como
estava, passaram à tarefa de fazer chegar à passa-
gem os primeiros 40 carroções. Os outros carroções
ficaram esperando a oito quilômetros dali, em Fifty-
Mile Spring, para seguirem posteriormente.
   Eles se organizaram de modo que “uma dezena
ou mais de homens ficavam atrás de cada car-
roção” segurando longas cordas para reduzir a
velocidade da descida. As rodas eram travadas
com correntes para que deslizassem sem girar, o
que, se ocorresse, seria uma catástrofe.
   Em um dos momentos grandiosos da história dos

                                  Julho de 2011         23
O que estamos vendo nesses exemplos de pioneiros
                     fiéis? É o mesmo que vimos quando os santos par-
                     tiram de Nova York, da Pensilvânia, de Ohio e do
                     Missouri, e depois quando fugiram de sua amada
                     Nauvoo, atravessando um rio congelado, com o
                     templo em chamas ao fundo.


                     pioneiros, eles fizeram descer, um a um, todos os carro-
                     ções pelo traiçoeiro precipício. Ao chegarem ao fundo do
                     desfiladeiro, começaram animadamente a atravessar o rio,
                     transportando os carroções em uma chata [embarcação
                     de fundo achatado e costado baixo] que construíram para
                     esse fim. A família de Joseph Stanford Smith estava no
                     último carroção a ser baixado naquele dia.
                        O irmão Stanford Smith tinha metodicamente ajudado
                     cada um dos outros carroções a descer, mas os demais
                     pareciam ter esquecido que a família Smith, os últi-
                     mos da fila, ainda precisariam de ajuda. Profundamente
                     preocupado com o fato de que ele e a família tinham
                     aparentemente sido abandonados, Stanford levou seus
                     cavalos, o carroção e a família para a beira do precipício.
                     Uma parelha foi atrelada à frente do carroção, com um
                     terceiro cavalo atrelado atrás, ao eixo traseiro. A família
                     Smith parou por uns instantes, a contemplar o traiçoeiro
                     “buraco”. Stanford virou-se para a mulher, Arabella, e
                     disse: “Acho que não vamos conseguir”.
                        Ela respondeu: “Mas temos de conseguir”.
                        Ele disse: “Se tivéssemos uns poucos homens para
                     segurar o carroção, talvez conseguíssemos”.
                        Então, a esposa disse: “Eu vou segurar o carroção”.
                        Ela estendeu uma colcha no chão e deitou sobre ela seu
                     bebê, deixando-o aos cuidados de seu filho Roy, de três
                     anos, e de Ada, de cinco. “Segurem seu irmãozinho até
                     o papai voltar para pegá-los”, instruiu ela. Depois, Belle
                     Smith se posicionou atrás do carroção e segurou com
                     toda força as rédeas do cavalo atrelado à parte traseira
                     do carroção. Stanford começou a conduzir a parelha para
                     baixo. O carroção inclinou-se para frente. Com o primeiro
                     solavanco, o cavalo de trás caiu. A irmã Smith correu atrás
                     dele e do carroção, puxando as cordas com toda a força e
                     coragem que tinha. Logo, ela também caiu, e ao ser arras-
                     tada junto com o cavalo, uma pedra pontiaguda abriu-lhe

24 A L i a h o n a
um talho na perna, do calcanhar à       Quando Chega o Chamado
                                  cintura. A valente irmã, com as rou-        A expedição Buraco-na-Rocha foi
                                  pas rasgadas e um grave ferimento,      apenas um dos muitos exemplos de
                                  agarrou e puxou as cordas com toda      determinação e devoção demonstra-
                                  força e fé por todo o declive até a     dos pelos primeiros santos ao respon-
                                  margem do rio.                          derem ao chamado de seu profeta.
                                     Ao chegar ao fundo do desfila-       Outro exemplo foi a criação da Mis-
                                  deiro, quase sem crer no que tinham     são Muddy, que ficava no atual estado
                                                                          de Nevada, e os que foram chamados
                                                                          para servir nela. Como aconteceu
                                                                          com muitos dos assentamentos pio-
                                                                          neiros, a região do Rio Muddy prome-
                                                                          tia uma vida muito dura e foi preciso
                                                                          buscar muita força no fundo da alma
                                                                          ao receberem o chamado de instala-
                                                                          rem-se naquele lugar.
                                                                              Alguns dos que foram chamados
                                                                          na década de 1860 sem dúvida devem
                                                                          ter-se perguntado: “Entre todos os
                                                                          lugares do mundo, por que o Muddy?”
                                                                          Bom, de fato havia razões. Primeira-
                                                                          mente, a Guerra Civil norte-americana
                                                                          havia possibilitado o envio de produ-
                                                                          tos pelo Rio Colorado. Em segundo
                                                                          lugar, quando a guerra cortou o fluxo
                                  feito, Stanford imediatamente subiu     tradicional proveniente das fontes
                                  correndo os quase 700 metros até        de produtos têxteis, a Missão Cotton
                                  o topo do penhasco, temeroso pela       [algodão] já tinha sido estabelecida
                                  segurança dos filhos. Ao chegar à       em St. George e Washington, próximo
                                  borda do penhasco, viu os três filhos   dali. Presumia-se que o algodão neces-
                                  exatamente na mesma posição em          sário à tecelagem pudesse ser culti-
Quando seu pai foi chamado
                                  que tinham sido deixados. Com o         vado na região do Muddy. Terceiro, os
para mudar-se com a família       bebê no colo e os dois outros peque-    santos dos últimos dias sentiam forte
para a difícil Missão Muddy, no   nos agarrados às suas roupas, ele       obrigação de trabalhar com as tribos
atual estado de Nevada, EUA,      refez a penosa descida até a mãe que    indígenas da região, de ajudá-las e
Elizabeth Claridge (acima)        os aguardava ansiosa. À distância,      de alimentá-las, com a esperança de
chorou, mas declarou: “Eu não     viram cinco homens caminhando em        educá-las.
                                  sua direção com correntes e cordas.         Mas, apesar de tudo isso, a região
o teria como pai se ele não
                                  Percebendo o apuro em que a família     era uma terra inóspita, árida e solitá-
atendesse ao chamado”.            Smith se encontrava, tinham ido aju-    ria. Parecia não ter nada a oferecer,
                                  dar. Stanford gritou: “Podem deixar,    a não ser calor e trabalho árduo. Era
                                  amigos. Conseguimos nos virar. [A       isolada, quase que desolada, e o rio
                                  Belle] aqui é toda a ajuda de que um    que a identificava [Muddy, que em
                                  homem precisa para [esta jornada]”.2    inglês significa lamacento] tinha um

                                                                                             Julho de 2011          25
nome que lhe caía como uma luva.          o fato de as lágrimas estarem estra-
      No tocante a como e com que            gando [meu] novo vestido branco. O
   determinação e fé a região do Rio         pai da garota que estava a meu lado
   Muddy foi colonizada, vou deixar que      também foi chamado. Ela então me
   uma das pioneiras conte como foi.         disse: ‘Por que está chorando? Não
   Ela representa o caráter, a coragem e     vou chorar. Sei que meu pai não irá’.
   a convicção moral que tanto jovens        ‘Bem, essa é a diferença’, respondi.
   quanto idosos tinham — nesse caso,        ‘Eu sei que meu pai irá e que nada
   especialmente os jovens. Elizabeth
   Claridge McCune escreveu o seguinte
   sobre o chamado do pai para estabe-
   lecer-se na região do Rio Muddy:
      “Nenhum outro lugar na terra me
   parecia tão precioso a meus quinze
   anos quanto Nephi [no condado de
   Juab, em Utah]. Como ansiávamos
   pelas visitas periódicas do Presi-
   dente Brigham Young e de seus
   acompanhantes! (…)
      (…) Os irmãos Brigham, Kimball e
   Wells e [seus] acompanhantes des-
   ceram das carruagens e caminharam
   pelas ruas floridas (…) até nossa casa,
   [onde] o jantar estava preparado e foi
   servido. (…)                              vai fazê-lo mudar de ideia, e eu não    A fé é o cerne de nossa con-
      Todos assistimos à reunião [domi-      o teria por pai se ele não atendesse    vicção não apenas de que a
   nical] da tarde, com as garotas de        ao chamado. ’E então, continuei a       obra deve prosseguir, mas de
   branco sentadas à frente. Os sermões      chorar. (…)
                                                                                     que pode e seguramente há
   foram grandiosos, e estávamos feli-          [Lembrei então] que tínhamos
   zes até o Presidente Young anunciar       acabado de mudar para uma casa          de fazê-lo. Não conheço outra
   que tinha uma lista de nomes de           nova e confortável. Muitos de nossos    razão pela qual mães e pais
   irmãos que haviam sido chamados           amigos tentaram persuadir meu pai       poderiam deixar seus bebês
   e apoiados como missionários para         a manter a casa e a fazenda, indo       em sepulturas improvisadas
   estabelecer-se no (…) ‘Muddy’. A          ao sul por uns tempos para depois       nas planícies e, depois de uma
   notícia quase fez parar o coração         retornar. Mas papai sabia que não
                                                                                     última olhada, retomar o
   dos presentes. Muitos de nosso povo       era para esse tipo de missão que
   tinham sido chamados para esta-           ele fora chamado. ‘Vou vender tudo      caminho de Sião em meio às
   belecer o condado de Dixie, mas o         o que tenho’, disse, ‘e levarei meus    lágrimas.
   Muddy ficava muitos quilômetros           recursos para ajudar a edificar Sião
   mais para o sul! E era um lugar           em outro lugar desolado.’” 3
   muito pior! Oh! Oh! Não escutei
   nenhum outro nome, a não ser              Fé no Trabalho
   ‘Samuel Claridge’. Em seguida, solu-        O que, afinal, tanto naquela época
   cei e chorei, sem me importar com         quanto agora, gera a lealdade e a

26 A L i a h o n a
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A Liahona julho 2011

  • 1. A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S • J U L H O D E 2 0 11 Pioneiros da América Latina, p. 16 Escolher um Caminho na Vida, p. 42 A Escritura Que Mudou Tudo, p. 50 O Boi e o Templo, p. 68
  • 2. Esperança de Sião, de Miroslava Menssen-Bezakova Muitos santos dos últimos dias viajaram para o Vale do Lago dia em que sereis coroados de muita glória; ainda não é chegada Salgado em meados do Século XIX. Alguns anos antes, em 1º de a hora, mas está próxima. agosto de 1831, o Profeta Joseph Smith falou aos santos do Mis- Lembrai-vos disto, que eu vos digo de antemão, para que o souri, dando-lhes esperança para o futuro no Missouri e para guardeis no coração e recebais o que se seguirá” (D&C 58:4–5). sua futura jornada rumo ao Oeste. Aqui vemos alguns daqueles que permaneceram fiéis, Em uma revelação ao Profeta, o Senhor disse: e eles representam todos os que prosseguiram com fé para “Pois após muitas tribulações vêm as bênçãos. Portanto vem o edificar Sião.
  • 3. A Liahona, Julho de 2011 MENSAGENS 4 Mensagem da Primeira Presidência: Quando Assumo Algo, É para Valer Presidente Dieter F. Uchtdorf 7 Mensagem das Professoras Visitantes: Venham ao Templo e Reivindiquem Suas Bênçãos ARTIGOS 16 Mi Vida, Mi Historia Histórias de fé e conversão de dez santos dos últimos dias latino-americanos. 22 Fé para Atender ao Chamado Élder Jeffrey R. Holland A convicção que levou os pionei- ros a estabelecerem-se em regiões desoladas pode inspirar-nos a dar o melhor de nós para a obra de Deus. 29 “Como Eu Vos Amei” Barbara Thompson 22 Duas qualidades nos distinguem como discípulos de Jesus Cristo. 32 Ilhas de Fé: Uma História de Diligência Adam C. Olson A ilha flutuante dos Coilas 12 Nossa Crença: O Trabalho É um Princípio Eterno representa fisicamente o que eles procuram edificar espiritual- mente para sua família. 14 Servir na Igreja: Chamada por Deus 36 Sem Medo da Água Ramona Dutton Adam C. Olson 15 Nosso Lar, Nossa Família: Joseph tinha medo de entrar na A Missão de Vida de uma água para ser batizado. Mas sua Mãe Amorosa família o ajudou a vencer Peiholani Kauvaka o medo. 38 Vozes da Igreja SEÇÕES 75 Notícias da Igreja 8 Coisas Pequenas e Simples 79 Ideias para a Noite Familiar 10 Falamos de Cristo: 80 Até Voltarmos a Nos Encon- Beber Abundantemente da trar: Este Ano, Não É Batata: Água da Vida É Erva Daninha. Arranque! NA CAPA Primeira capa: fotografia tirada por Matthew Heaps Mont Poulsen Mark J. Davis. Última capa: fotografia tirada por Kent Miles. Julho de 2011 1
  • 4. JOVENS ADULTOS JOVENS CRIANÇAS 46 Direto ao Ponto 68 48 Pôster: Fofoca 49 Nosso Espaço 50 Como Eu Sei?: A Resposta no Versículo Oito Angelica Nelson 52 Nossa Honrosa Herança Pioneira Presidente Thomas S. Monson 42 Podemos aprender muito com nossos antepassados pioneiros. 42 61 Testemunha Especial: Eles Falaram para Nós: Começar a Agir 54 Ajudar Uns aos Por que É Importante Servir aos Outros? Outros na Índia Élder Von G. Keetch Élder Charles e Irmã Carol Kewish Élder Dallin H. Oaks Uma história sobre o trabalho dos bombeiros em uma monta- Jovens e jovens adultos ajudam a aliviar o sofrimento de vítimas 62 Ao Resgate! nha nos ensina como receber Presidente Henry B. Eyring de enchentes no sul da Índia. inspiração em nossa vida. Nosso amoroso Pai Celestial 56 Do Campo Missionário: colocou resgatadores ao longo O Que para um Homem do caminho para ajudar-nos a É Lixo para Outro É um voltar à presença Dele. Tesouro Andrej Bozhenov 64 Trazer a Primária para Casa: O Templo É a Casa de Deus 58 Continuar a Nadar JoAnn Child e Cristina Franco Veja se consegue O que fez uma das melhores nadadoras da Nova Zelândia 66 Dia dos Pioneiros no Taiti para superar a morte inespe- Maria T. Moody encontrar a rada do pai? Veja como as crianças Liahona oculta taitianas comemoram nesta edição. o Dia dos Pioneiros. Dica: Carroções, avante! 67 Nossa Página 68 O Chamado Corine Pugh Isaac, Taurus e o Templo de Nauvoo. 70 Para as Criancinhas 74 Destaques da Conferência em Cartões 58 2 A Liahona
  • 5. JULHO DE 2011 VOL. 64 Nº 7 A LIAHONA 09687 059 Mais na Internet Liahona.LDS.org Revista Oficial em Português de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A Primeira Presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, PARA OS ADULTOS M. Russell Ballard, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook, A família Coila mora em uma ilha D. Todd Christofferson e Neil L. Andersen Editor: Paul B. Pieper flutuante no Lago Titicaca. A ilha é feita Consultores: Stanley G. Ellis, Christoffel Golden Jr., de junco. Sua manutenção é uma lição Yoshihiko Kikuchi Diretor Administrativo: David L. Frischknecht de diligência (ver página 32). Veja mais Diretor Editorial: Vincent A. Vaughn Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg fotografias em www.liahona.LDS.org. Gerente Editorial: R. Val Johnson Gerentes Editoriais Assistentes: Jenifer L. Greenwood, Adam C. Olson Editores Associados: Susan Barrett, Ryan Carr Equipe Editorial: Brittany Beattie, David A. Edwards, Matthew D. Flitton, LaRene Porter Gaunt, Larry Hiller, Carrie Kasten, Jennifer Maddy, Melissa Merrill, Michael R. PARA OS JOVENS Morris, Sally J. Odekirk, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Melissa Zenteno Monica Saili, de 12 anos, é uma das Diretor Administrativo de Arte: J. Scott Knudsen melhores nadadoras da Nova Zelândia. Diretor de Arte: Scott Van Kampen Gerente de Produção: Jane Ann Peters Quando seu pai faleceu inesperadamente, Diagramadores Seniores: C. Kimball Bott, Thomas S. Child, Colleen Hinckley, Eric P. Johnsen, Scott M. Mooy ela aprendeu que “coisas difíceis podem Equipe de Diagramação e Produção: Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett, Reginald J. Christensen, Kim tornar-nos mais fortes. Simplesmente Fenstermaker, Kathleen Howard, Denise Kirby, Ginny J. Nilson, Ty Pilcher temos que continuar a nadar” (ver página Pré-Impressão: Jeff L. Martin 58). Veja mais fotografias em www Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick Diretor de Distribuição: Evan Larsen .liahona.LDS.org. Tradução: Edson Lopes Distribuição: PARA AS CRIANÇAS Corporação do Bispado Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Steinmühlstrasse 16, 61352 Bad Homburg v.d.H., Alemanha. Para assinatura ou mudança de endereço, entre em contato Você pode encontrar atividades para as com o Serviço ao Consumidor. Ligação Gratuita: 00800 2950 2950. Telefone: +49 (0) 6172 4928 33/34. E-mail: orderseu@ crianças em www.liahona.LDS.org. ldschurch.org. Online: store.lds.org. Preço da assinatura para um ano: € 3,75 para Portugal, € 3,00 para Açores e CVE 83,5 para Cabo Verde. Envie manuscritos e perguntas para Liahona, Room 2420, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150-0024, USA; ou mande e-mail para: liahona@LDSchurch.org. A Liahona, termo do Livro de Mórmon que significa “bússola” ou “guia”, é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano, cebuano, chinês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego, húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, EM SEU IDIOMA italiano, japonês, letão, lituano, malgaxe, marshalês, mongol, norueguês, polonês, português, quiribati, romeno, russo, A revista A Liahona e outros materiais da Igreja estão disponíveis em samoano, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tcheco, tonganês, muitos idiomas em www.languages.LDS.org. ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de um idioma para outro.) © 2011 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso nos Estados Unidos da América. TÓPICOS DESTA EDIÇÃO Os números representam a primeira página de cada artigo. O texto e o material visual encontrados na revista A Liahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser Amor, 29 Jesus Cristo, 10, 29 copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos Batismo, 36, 46 Livro de Mórmon, 38, 49, 56 constantes da obra. As perguntas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, Boatos e mexericos, 48 Maternidade, 15 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: Chamados, 14, 68 Mídia, 47 cor-intellectualproperty@LDSchurch.org. For Readers in the United States and Canada: Compromisso, 4, 22, 50, 58 Obediência, 22, 58, 80 July 2011 Vol. 64 No. 7. LIAHONA (USPS 311-480) Portuguese Conversão, 16, 40 Obra missionária, 56 (ISSN 1044-3347) is published monthly by The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, Espírito Santo, 42, 47 Pioneiros, 22, 40, 52, 66 UT 84150. USA subscription price is $10.00 per year; Canada, Estudo das escrituras, 50 Ressurreição, 39 $12.00 plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt Lake City, Utah. Sixty days’ notice required for change of address. Família, 15, 32, 39, 58, Serviço, 29, 54, 61, 62, 68 Include address label from a recent issue; old and new addresses 67, 70 Sociedade de Socorro, 7 must be included. Send USA and Canadian subscriptions to Salt Lake Distribution Center at address below. Subscription help line: Fé, 22, 32 Templos, 8, 64, 67, 70 1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American História da Igreja, 9 Ternas misericórdias, 41 Express) may be taken by phone. (Canada Poste Information: Publication Agreement #40017431) Inspiração, 42 Testemunho, 16, 38, 50 POSTMASTER: Send address changes to Salt Lake Distribution Jejum, 9 Trabalho, 12, 32 Center, Church Magazines, PO Box 26368, Salt Lake City, UT 84126-0368. Julho de 2011 3
  • 6. MENSAGEM DA PRIMEIR A PRESIDÊNCIA Presidente Dieter F. Uchtdorf Segundo Conselheiro na Primeira Presidência QUANDO ASSUMO ALGO, É para Valer D ois jovens irmãos subiram ao topo de um erradas, outros, porque não fazemos nada. Quando esta- penhasco que se erguia junto às águas cristalinas mos apenas meio comprometidos com o evangelho pode- de um lago azul. Era um lugar de onde muitos sal- mos sentir frustração, infelicidade e culpa. Isso não deve tavam para mergulhar no lago, e os irmãos sempre diziam acontecer conosco, porque somos um povo do convênio. que um dia saltariam dali — como tinham visto outros Fazemos convênios com o Senhor quando somos batiza- fazerem. dos e quando entramos na casa do Senhor. Os homens Embora os dois quisessem saltar, nenhum queria ser o fazem convênios com o Senhor quando são ordenados primeiro. O penhasco não era tão alto assim, mas para os ao sacerdócio. Nada pode ser mais importante do que o dois meninos, parecia que a altura aumentava sempre que cumprimento de um compromisso que assumimos com o começavam a se inclinar para frente — e logo perdiam a Senhor. Lembrem-se da resposta que Raquel e Lia deram coragem. a Jacó no Velho Testamento. Foi algo simples e direto que Por fim, um dos irmãos pôs o pé na beira do penhasco mostrava o comprometimento delas: “Faze tudo o que e impeliu o corpo para frente com determinação. Naquele Deus te mandou” (Gênesis 31:16). momento, o irmão sussurrou: “Talvez seja melhor esperar Os que estão apenas meio comprometidos só podem até o próximo verão”. meio que esperar receber as bênçãos de testemunho, ale- O outro irmão, porém, já estava em movimento, caindo gria e paz. As janelas do céu podem só meio que se abrir para frente. “Quando assumo algo”, replicou ele, “é para para eles. Não seria tolice pensar: “Vou me comprometer valer!” só 50 por cento agora, mas quando Cristo aparecer na Mergulhou ruidosamente na água e logo voltou à Segunda Vinda, vou me comprometer 100 por cento?” superfície com um grito de vitória. O irmão que ficou no O compromisso de cumprir nossos convênios com o penhasco o seguiu imediatamente. Mergulhou ruidosa- Senhor é fruto de nossa conversão. O comprometimento mente na água e, assim como seu irmão, logo voltou à com nosso Salvador e Sua Igreja edifica nosso caráter e for- superfície com um grito de vitória. Depois disso, ambos talece nosso espírito, de modo que, quando nos encontrar- riram do que o primeiro menino dissera antes de lançar-se mos com Cristo, Ele nos abraçará e dirá: “Bem está, servo à água: “Quando assumo algo, é para valer”. bom e fiel” (Mateus 25:21). Um compromisso é como mergulhar na água. Ou você Há uma diferença entre intenção e ação. Aqueles que o assume ou não. Ou você se move para frente ou fica somente têm a intenção de comprometer-se encontram parado onde está. Não há meio-termo. Todos enfrentamos desculpas a todo o momento. Aqueles que realmente se momentos de decisão que mudam todo o restante de comprometem encaram os desafios e dizem a si mesmos: nossa vida. Como membros da Igreja, devemos perguntar “Sim, esse seria um bom motivo para procrastinar, mas fiz a nós mesmos: “Vou mergulhar ou apenas ficar parado na convênios, por isso farei o que me comprometi a fazer”. beira? Vou dar um passo à frente ou vou simplesmente Eles examinam as escrituras e buscam sinceramente a verificar a temperatura da água com a ponta do pé?” orientação do Pai Celestial. Aceitam e magnificam seus Alguns pecados são cometidos porque fazemos coisas chamados na Igreja. Assistem às reuniões. Fazem visitas 4 A Liahona
  • 7. de mestre familiar e professoras visitantes. ENSINAR USANDO ESTA Um provérbio alemão diz: “As promessas são como MENSAGEM a lua cheia. Se não forem cumpridas de imediato, vão minguando dia a dia”. Como membros da Igreja de Jesus U “ ma forma de ajudar os alunos a compreenderem os princípios do evangelho é pedir-lhes que façam Cristo dos Santos dos Últimos Dias, comprometemo-nos desenhos. Isso lhes dará a oportunidade a trilhar o caminho do discipulado. Comprometemo-nos de explorar e expressar seu entendi- a seguir o exemplo de nosso Salvador. Imagine como mento e seus sentimentos a respeito das histórias e dos princípios do evan- o mundo seria abençoado e muito melhor se todos os gelho em discussão” (Ensino, Não Há membros da Igreja do Senhor vivessem à altura de seu Maior Chamado, 2009, p. 166). Você verdadeiro potencial — convertidos do fundo da alma e pode ler o artigo, discutir o princípio de comprometidos a edificar o reino de Deus. comprometimento com o evangelho e ILUSTRAÇÃO BJORN THORKLESON De algum modo, cada um de nós está passando por depois pedir aos que assim desejarem que façam um desenho de uma ativi- um momento de decisão, ao contemplar a água. É minha dade do evangelho que demonstre esse oração que tenhamos fé, sigamos em frente, enfrentemos comprometimento. As crianças menores nossos temores e nossas dúvidas com coragem e digamos podem precisar de sugestões sobre o a nós mesmos: “Quando assumo algo, é para valer!” ◼ que desenhar. Julho de 2011 5
  • 8. MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA JOVENS Tudo que Posso Dar Alyssa Hansen E u estava muito preocupada, sem saber como conseguiria arcar com os custos de tudo o que queria fazer descontado relativo a um emprego em que eu trabalhara no início do ano, e logo no dia seguinte recebi gratidão, de louvar a Deus com todas as minhas forças e de compar- tilhar aquele sentimento. Há quem no verão: cursos, oficinas, acampa- pelo correio um pequeno prêmio faça isso compondo uma canção, mento de verão, etc. Senti vontade em dinheiro por tirar o segundo escrevendo um poema ou pintando de chorar. Então, lembrei-me de lugar em um concurso. Isso foi para um quadro, mas eu não me sentia todas as coisas que me foram ensi- mim um grande testemunho de que capaz de fazer essas coisas. Dei-me nadas sobre a confiança e a fé que Deus vive, de que Ele me ama e Se conta de que a única oferta ade- devemos ter no Senhor. Decidi colo- importa comigo e de que Ele provê quada que eu poderia fazer em car a situação nas mãos do Senhor as coisas de que necessitamos. Seu louvor era minha vida — ser “o e confiar que, se fosse Sua vontade, Senti imensa gratidão e amor pelo exemplo dos fiéis” (I Timóteo 4:12), Ele providenciaria um meio. Pai Celestial e por meu Salvador. dedicar minha vida a Cristo. Isso é Pouco tempo depois, minha Parecia que eu ia explodir! Fiquei tudo o que Ele pede, e é tudo que mãe descobriu um cheque não muito desejosa de demonstrar minha posso dar. CRIANÇAS Vai Fazer o que Prometeu? Q uando prometemos seguir Jesus Cristo, fazemos o que é certo sem dar desculpas. Estas quatro crian- ças, com sua classe da Primária, estão limpando um parquinho local. Qual das crianças não parece estar com vontade de fazer o que pro- meteu? Por que não? De que modo as outras demonstram essa determinação? Faça um círculo em volta de cinco coisas que ajudariam essa criança a participar da atividade de serviço com as outras. Consegue encontrar ILUSTRAÇÃO DE STEVE KROPP um rastelo, um pincel, uma escada, um balde e uma pá? 6 A Liahona
  • 9. M E N S AG E M DA S P R O F E S S O R A S V I S I TA N T E S Venham ao Templo e Estude este material e, conforme julgar conveniente, discuta-o com as irmãs que você visitar. Use as pergun- Reivindiquem Suas tas para ajudar você a fortalecer suas irmãs e para fazer com que a Sociedade de Socorro seja parte ativa Bênçãos de sua própria vida. Fé • Família • Auxílio I rmãs, somos extremamente abençoadas. O Salvador é o cabeça desta Igreja. Somos guia- das por profetas vivos. Temos as santas escrituras. O que Posso Fazer? De Nossa História O Profeta Joseph discursava com frequência nas reuniões das irmãs da Sociedade de Socorro. Com o 1. Que experiên- Templo de Nauvoo em construção, o Profeta instruiu E temos muitos templos sagrados espalhados por cia pessoal vou todo o mundo, nos quais podemos receber as compartilhar para as irmãs na doutrina, preparando-as para receber ordenanças necessárias para voltarmos à presença fortalecer as irmãs mais conhecimento por meio das ordenanças do de nosso Pai Celestial. que visito em sua templo. Em 1842, ele disse a Mercy Fielding Thomp- Vamos primeiro ao templo por nós mesmas. determinação de son que a investidura “[ia] trazê-la das trevas para a “ir ao templo”? maravilhosa luz”. 3 O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Estima-se que 6.000 santos dos últimos dias Apóstolos, explicou que “o principal propósito do 2. Como posso ter direito às bênçãos tenham recebido as ordenanças do templo antes templo é prover as ordenanças necessárias para do êxodo de Nauvoo. O Presidente Brigham Young do templo? nossa exaltação no reino celestial. As ordenanças (1801–1877) disse: “Tamanha era a ansiedade mani- do templo nos conduzem a nosso Salvador e nos festada pelos santos em receber as ordenanças [do concedem as bênçãos decorrentes da Expiação de templo] e tamanha era nossa ansiedade em ministrá- Jesus Cristo. Os templos são a maior universidade las a eles que me entreguei completamente ao traba- de aprendizado conhecida pelo homem, que nos lho do Senhor no Templo, noite e dia, dormindo em proporcionam conhecimento e sabedoria sobre a média não mais do que quatro horas por dia e indo Criação do mundo. As instruções da investidura para casa apenas uma vez por semana”.4 A força e nos ensinam como devemos conduzir nossa vida o poder dos convênios do templo fortaleceram os aqui na mortalidade. (…) A ordenança consiste de santos, ao deixarem sua cidade e o templo em uma uma série de instruções sobre como devemos viver jornada rumo ao desconhecido. e os convênios que devemos fazer para viver em NOTAS retidão e seguir nosso Salvador”.1 1. Robert D. Hales, “As Bênçãos do Templo”, A Liahona, outubro de 2009, p. 14. Mas nosso serviço no templo não termina aí. O 2. Boyd K. Packer, livreto Preparação para Entrar no Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum Templo Sagrado, 2010, p. 35. 3. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, dos Doze Apóstolos, ensinou: “Ao agir como pro- 2007, p. 437. curador em favor de alguém que foi para o outro 4. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Acesse www Young, 1997, p. 10. lado do véu, você repassará os convênios que fez. .reliefsociety.LDS As grandes bênçãos espirituais relacionadas à casa .org para mais informações. do Senhor ficarão mais fortemente gravadas em sua mente. (…) Nos convênios e ordenanças se con- centram as bênçãos que você poderá reivindicar no templo sagrado”.2 Vão ao templo e depois continuem a ir. A reali- zação e o cumprimento dos convênios do templo vão manter-nos no caminho que conduz à maior de todas as bênçãos: a vida eterna. Barbara Thompson, segunda conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro. ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: ATHLEY GLORI Das Escrituras Isaías 2:3; I Coríntios 11:11; Apocalipse 7:13–15; Doutrina e Convênios 109 Julho de 2011 7
  • 10. Coisas Pequenas e Simples “É por meio de coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma 37:6). T E M P LO E M D E STAQ U E Templo de Vancouver Colúmbia Britânica E m 2 de maio de 2010, o Templo de Vancouver Colúmbia Bri- tânica se tornou o 131º templo a de 1.200 jovens participaram de uma comemoração cultural. Inti- tulada “Um Farol para o Mundo”, ser dedicado nesta dispensação. O a apresentação retratou a história templo cobre uma área de 2.617 m2 e o povo do Canadá. No início da e contém um batistério, uma sala comemoração, o Presidente Mon- celestial, duas salas de investiduras son trocou o hino de abertura pelo e duas salas de selamento. Em seu hino nacional do Canadá, dizendo: interior, o padrão de cores realça “Estamos aqui para desfrutar o o verde, o azul claro e o dou- Canadá com vocês”. rado, honrando a imponência das Na oração dedicatória, o Presi- florestas, do mar e do céu da costa dente Monson disse: “Que todos os noroeste do Pacífico. O corniso do que entrarem tenham as mãos e o pacífico, a flor símbolo da província coração puros. Que sua fé aumente da Colúmbia Britânica, é retratada à medida que trabalharem aqui em quadros e tecidos por todo o em favor dos que já se foram. Que edifício. saiam daqui com um sentimento de Na véspera da dedicação, mais paz, louvando Teu santo nome”.1 À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE VANCOUVER COLÚMBIA BRITÂNICA TIRADA POR STEVEN DAVIS; FOTOGRAFIAS DO INTERIOR TIRADAS POR MATTHEW REIER, © IRI, REPRODUÇÃO PROIBIDA; À DIREITA: ILUSTRAÇÃO DE GLEN HOPKINSON A partir do alto: Vista do batistério, de detalhes ornamentais e da sala celes- tial do Templo de Vancouver Colúmbia Britânica. NOTA 1. Thomas S. Monson, “Dedicatory Prayer”, LDSchurchtemples.com/ vancouver/prayer. 8 A Liahona
  • 11. LEMBR AR A VIDA DE GR ANDES PESSOAS Diário Mary Fielding Smith de Jejum O jejum costumava ser muito difícil para mim — até que M ary Fielding Smith, mem- bro fiel da Igreja, ficou sozinha com vários filhos peque- comecei a manter um diário nos enquanto o marido estava na de jejum. Agora, antes de cada Cadeia de Liberty, no inverno de jejum, anoto um objetivo espe- 1838–1839. Multidões enfurecidas cífico para meu jejum. Posso invadiram sua casa, e seu filho escrever, por exemplo: “Como quase foi morto em decorrência do estou muito apreensiva em rela- ataque. Como era esposa de Hyrum ção a meu novo chamado como Smith, Mary ficou viúva quando o consultora das Abelhinhas, estou marido foi assassinado na Cadeia jejuando e orando para que o de Carthage, em 27 de junho de Senhor me abençoe de modo 1844. Ela e Emma Smith passaram que eu esteja calma, confiante por muitas provações juntamente e serena ao dar minha primeira com Hyrum e Joseph Smith, seus aula amanhã”. respectivos maridos. Hoje, Mary é Durante todo o meu jejum, admirada como uma das mais valo- anoto coisas relevantes que acon- rosas pioneiras do início da Igreja. tecem: pensamentos, sentimentos Mary casou-se com Hyrum e impressões que me veem à Smith em 24 de dezembro de mente e ao coração, bem como 1837. A primeira esposa de Hyrum, referências das escrituras que Jerusha, havia morrido ao dar à tenham especialmente a ver com luz, e Mary cuidou dos filhinhos o propósito de meu jejum. de Hyrum como se fossem seus. No alto: Mary indevidamente que ela não contri- Ao compartilhar meus desejos Hyrum e Mary também tiveram Fielding Smith buísse com um décimo das batatas com o Pai Celestial, Ele geral- dois filhos, inclusive Joseph F. cruzando as colhidas naquele ano, ela respon- mente me abençoa de maneiras Smith, que mais tarde se tornou o planícies. Acima: deu: “Você devia se envergonhar. que eu nunca tinha imaginado. sexto presidente da Igreja. Joseph F. Smith Vai-me negar uma bênção? (…) Certos acontecimentos que Quando os santos partiram de com membros da Pago o dízimo não apenas por poderiam parecer fortuitos em Nauvoo para o Vale do Lago Sal- família na casa ser uma lei de Deus, mas porque minha vida se mostram clara- gado, depois do martírio de Joseph de Mary Fielding Smith em Salt espero uma bênção por fazê-lo”.2 mente interrelacionados quando e Hyrum, Mary resolveu fazer a jor- Lake City, por Ela estabeleceu uma fazenda no os anoto e vejo como todos eles nada. Ela e a família foram designa- volta de 1910. Vale do Lago Salgado e ensinou o contribuíram para meu cresci- das a um grupo de viagem, mas o evangelho aos filhos. O Presidente mento e desenvolvimento. Desde capitão disse que ela seria um fardo Joseph F. Smith disse, mais tarde: 1996, quando comecei a manter para os outros e que não deveria “Ela ensinou-me honra, virtude, um diário de jejum, tenho visto tentar realizar a difícil jornada. Mary verdade, integridade ao reino de como o Pai Celestial abençoou respondeu: “Vou chegar ao vale Deus, e ensinou-me não apenas minha vida. Presto testemunho antes de você e nem vou pedir sua por preceito, mas também pelo do incrível poder espiritual do ajuda”.1 A jornada foi difícil, mas ela exemplo”.3 jejum e da oração e considero chegou com a família a Salt Lake NOTAS o jejum uma oportunidade para em 23 de setembro de 1848, um dia 1. Ver Don Cecil Corbett, Mary Fielding “regozijo e oração” (D&C 59:14). antes do capitão que duvidara dela. Smith: Daughter of Britain, 1966, p. 228. Renee Harding, Carolina do Norte, EUA Mary Fielding Smith per- 2. Mary Fielding Smith, citado por maneceu fiel até o fim da vida. Joseph F. Smith, em Conference Report, abril de 1900, p. 48. Pagou o dízimo, apesar de ser 3. Ensinamentos dos Presidentes da pobre. Quando alguém sugeriu Igreja: Joseph F. Smith, 1998, p. 36. Julho de 2011 9
  • 12. FA L A MOS DE CRI S TO BEBER ABUNDANTEMENTE DA Água da Vida “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede” ( João 4:14). Matthew Heaps Serviços de Bem-Estar M eu trabalho me leva a comu- “aquele que beber da água que eu lhe der ELE É A ÁGUA VIVA nidades no mundo inteiro em nunca terá sede” ( João 4:14), estaria Ele “Desejam partilhar dessa que as pessoas não têm acesso nos ensinando também que Seu evange- água da vida [mencio- a água potável. Nosso grupo trabalha lho supre — permanentemente — nossas nada em João 4:14] com os governos e os residentes locais necessidades mais básicas? Creio que sim. e sentir a fonte divina para prover fontes sustentáveis de água Sempre serei grato a uma mulher no jorrando dentro de vocês potável e pura, tais como poços, açudes Quênia, África, que me ensinou algo a para a vida eterna? e reservatórios para captação de água respeito da disposição de trabalhar para Então não tenham da chuva. obter água. Eu a conheci em uma cele- medo. Creiam do fundo Esses projetos de fornecimento de água bração ocorrida logo após a instalação do coração. Desenvol- resultam em uma melhoria significativa de um poço em sua comunidade. Com vam uma fé inabalável na qualidade de vida. As condições de gratidão, ela me disse que o novo poço no Filho de Deus. Abram saúde melhoram substancialmente porque lhe pouparia uma caminhada diária de o coração em sincera a água potável faz com que as pessoas quatorze quilômetros para buscar água, oração. Encham a mente parem de contrair febre tifoide, cólera e que ficaria reduzida a um percurso de de conhecimento Dele. Abandonem suas fra- outras doenças transmitidas pela água. menos de dois quilômetros. Ela estava quezas. Caminhem em A situação econômica também melhora muito animada com todas as oportunida- santidade e harmonia porque os pais e filhos que antes perdiam des que passaria a ter. com os mandamentos. muito tempo carregando água passam a Não pude deixar de pensar em como Bebam da água da procurar emprego e instrução. Mesmo nas me sentiria se eu tivesse que andar dois vida do evangelho de comunidades assoladas pelos problemas quilômetros para buscar água. Fiquei Jesus Cristo.” mais variados e complexos, as pessoas impressionado de ver que ela deixava Élder Joseph B. Wirthlin dizem que a água potável é o que mais tudo de lado — desde os afazeres (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, “Vida em gostariam de ter. domésticos até o cuidado da horta — ao Abundância”, A Liahona, maio O Salvador passou Seu ministério ter- fazer sua caminhada para buscar água. de 2006, p. 100. reno numa época e num lugar em que as Ela sabia que não poderia concluir as pessoas tiravam água de poços. Ao ensi- outras tarefas sem água. Refleti sobre o nar à mulher junto ao poço, dizendo que grande fardo que ela tinha que carregar. 10 A L i a h o n a
  • 13. COMO A ÁGUA VIVA NOS ABENÇOA? Kathleen H. Hughes, antiga pri- meira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, ajudou a responder a essa per- O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida gunta, na conferência geral, em eterna” (João 4:14). seu discurso “Abençoados pela Água Viva” (A Liahona, maio de É preciso força e resistência para car- que estamos dispostos a deixar de lado 2003, p. 13). regar água. Ainda assim, pelo bem da as outras tarefas, até as importantes, para família, ela estava disposta a caminhar procurar conhecer Jesus Cristo e Seu Pai? 1. A água viva nos cura por meio quatorze quilômetros todos os dias para Sei que o poço de água viva que o do poder do Espírito Santo. ir buscá-la. Salvador nos oferece nunca seca, é puro 2. A água viva nutre e sustenta Pergunto-me se nós, que podemos e nos dá sustento à vida. Quando nos (ver Mateus 11:28). tirar água potável das torneiras de casa, achegamos a Ele com um copo vazio, Ele 3. A água viva proporciona muitas vezes não esperamos que o o enche, muitas vezes nos dando mais paz e alegria (ver João 14:27; esforço de achegar-nos a Cristo seja tão do que podemos receber. Ele é verdadei- D&C 101:16). fácil quanto o ato de girar um registro ramente a água viva, uma manifestação para pegar um copo de água. Ou será do amor de Deus. ◼ Você pode ler 1 Néfi 11:25 com sua família ou um amigo. O POÇO DA VIDA, DE ROBERT T. BARRETT, REPRODUÇÃO PROIBIDA Discuta a relação existente entre O QUE É A ÁGUA VIVA? a fonte de águas vivas e a árvore da vida. • A água viva é o evangelho de Jesus Cristo. • “A fonte de águas vivas (…) era um símbolo do amor de Deus” (1 Néfi 11:25). • A água viva pode nos proporcionar “vida eterna” (João 4:14; D&C 63:23). Para mais informações sobre esse tópico, ver 1 Néfi 8; 11; e Richard G. Scott, “O Poder Transformador da Fé e do Caráter”, A Liahona, novembro de 2010, p. 43. Julho de 2011 11
  • 14. NOSSA CRENÇA O TRABALHO É UM PRINCÍPIO ETERNO N À osso Pai Celestial e Jesus uma boa atitude e habilidades medida que nos Cristo trabalharam para criar básicas. ajudamos uns os céus e a Terra. Criaram o Também devemos procurar atingir aos outros e compar- sol, a lua e as estrelas. Reuniram os um equilíbrio adequado entre traba- tilhamos o fardo de mares e fizeram com que a terra seca lho e descanso. Seis dias por semana, nosso trabalho, até as aparecesse e as plantas crescessem. podemos receber bênçãos ao lem- cargas mais pesadas Depois, criaram todo ser vivo do mar brar-nos de entremear o trabalho se tornam mais leves. e da terra (ver Gênesis 1; Moisés 2). com atividades de lazer. Aos domin- O exemplo Deles nos mostra que o gos, porém, o Senhor nos promete trabalho é importante na Terra e no bênçãos especiais se obedecermos a céu (ver também João 5:17; 9:4). Seu mandamento de abster-nos do Quando Deus criou o homem e a trabalho secular e se santificarmos o mulher a Sua própria imagem, colo- Dia do Senhor (ver Êxodo 20:9–11; cou-os no Jardim do Éden (ver Gêne- D&C 59:9–19). sis 1:26–27; 2:8). Mais tarde, quando O trabalho faz parte do foram expulsos do jardim, o Senhor plano do Pai Celestial para disse a Adão: “No suor do teu rosto nós no céu e na Terra. Se comerás o teu pão” (Gênesis 3:19). formos justos, voltaremos Daquela época em diante, Adão e a viver com Ele. Ali, Eva trabalharam para prover suas continuaremos a ter próprias necessidades e as de seus oportunidades de filhos (ver Moisés 5:1). trabalho, à medida Desde a época de Adão e Eva, o que edificamos o trabalho tem sido um meio de vida reino de Deus para todos nós na Terra. Trabalha- (ver Moisés mos para proporcionar bem-estar 1:39). ◼ físico, espiritual e emocional para nós próprios e nossa família. Os pais se esforçam para criar um lar em que sejam ensinados os princípios do trabalho. As designações de trabalho dadas aos filhos, condizentes com a capacidade deles, e os elogios feitos às tarefas bem-sucedidas são expe- riências de trabalho positivas. Como resultado disso, eles podem desen- volver uma forte ética de trabalho, 12 A L i a h o n a
  • 15. Temos a responsabili- 2. Os filhos serão aben- ILUSTRAÇÕES FOTOGRÁFICAS: JOHN LUKE, WELDEN C. ANDERSEN, JERRY GARNS, DIMOND, ROBERT CASEY E HOWARD COLLETT © IRI dade de cuidar de nós 1. Os pais têm o dever çoados por cuidar dos mesmos e de nossa sagrado de cuidar dos pais idosos (ver I Timóteo 3. Devemos ajudar nossos família. filhos (ver D&C 83). 5:3–4, 8). parentes quando possível. 1. Fortalecemos nosso 2. Sentimos a alegria do caráter e desenvolvemos plano de Deus para nós aptidões de trabalho. na Terra. Recebemos bênçãos como fruto do trabalho. 3. Tornamo-nos mais bem preparados e autossuficientes ao armazenarmos um suprimento de alimentos, água e outros artigos de primeira necessidade para três meses. “[Que o homem] trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios Para mais informações, ver Princípios do Evangelho, 4:28). 2009, pp. 160–165; e “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, novembro de 2010, última contracapa. Julho de 2011 13
  • 16. SERVIR NA IGREJA CHAMADA POR DEUS Ramona Dutton Aprendi por experiência própria o que signi- fica ser “chamado por Deus, por profecia e pela imposição de mãos, por quem possua autoridade” (Regras de Fé 1:5). M BUSCAR A ORIENTAÇÃO eu marido e eu acabáramos habituais. A lista de nomes que o DO ESPÍRITO de nos mudar para uma bispo me dera estava sobre a mesa da “Para servir na Igreja, a pessoa nova cidade e estávamos cozinha, e eu dava uma breve olhada precisa ser chamada por Deus (ver animados para frequentar a nova nela sempre que passava por ali. Regras de Fé 1:5). Os líderes devem ala. Aconteceu que os limites da ala Depois de ter olhado para ela várias buscar a orientação do Espírito para estavam sendo mudados e a ala foi vezes, dois nomes me pareceram determinar quem vão chamar. Eles dividida. destacar-se na lista. Peguei a lista e devem avaliar o grau de dignidade Depois das reuniões da Igreja, em li os nomes. Ao dizer os nomes, fui que pode ser requerido para o cha- mado. Também levam em conta as nosso segundo domingo, o secretário tomada por um cálido sentimento. circunstâncias pessoais e familiares da ala marcou para nós uma entrevista Nunca havia sentido o Espírito Santo do membro. Todo chamado deve com o novo bispo na noite da terça- com tanta força. beneficiar as pessoas que serão feira. Depois de uma breve conversa, o Imediatamente me voltei ao Pai servidas, o membro e a família do bispo pediu permissão a meu marido Celestial em oração, com lágrimas membro.” para chamar-me como presidente da nos olhos, ao dizer novamente os Manual 2: Administração da Igreja, 2010, Primária da nova ala. Depois, ele me nomes. Não sabia nada a respeito de 19.1.1. fez o chamado. Fiquei atônita, mas nenhuma daquelas mulheres, mas tinha sido ensinada a nunca recusar soube no coração que elas seriam um chamado, por isso concordei em minhas conselheiras. fazer o melhor que podia. Mais tarde, naquela noite, repas- O bispo me deu uma lista de nomes sei a lista de nomes na cabeça. Um medida que chegavam. Ao observar e pediu que me reunisse com ele em nome me veio à mente toda vez que aquelas irmãs, senti que já as conhe- dois dias, já com os nomes definidos visualizei a lista. Ela se tornou minha cia. O Espírito novamente me confir- para as conselheiras e a secretária. secretária. mou que aquelas mulheres haviam Senti que a tarefa era muito difícil Reuni-me com o bispo no dia sido chamadas por Deus. para mim. Quando cheguei em casa, seguinte e dei-lhe os nomes para Soube que poderíamos traba- tranquei-me no banheiro e chorei. minhas conselheiras e secretária. Para lhar juntas em harmonia, servindo Depois, abri o coração ao Pai Celestial, minha surpresa, eram as mesmas ao Senhor: e foi o que aconteceu. expressando minha preocupação com mulheres que o bispo achava que Embora eu não conhecesse aque- ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: RUTH SIPUS meu novo chamado. Não conhecia trabalhariam muito bem na Primária. las irmãs, eram perfeitas para seu ninguém na nova ala e precisava da Quando fui à Igreja no domingo, chamado. O Senhor sabia quem Ele ajuda Dele. Quando terminei de orar, o primeiro conselheiro do bispado queria chamar. Cresci muito ao passar senti o coração cheio de paz. ficou comigo do lado de fora da pela experiência de saber por mim Na manhã seguinte, orei e depois capela, mostrando-me quem eram mesma o que significa ser chamado fui realizar as tarefas domésticas minhas conselheiras e a secretária à por Deus por profecia. ◼ 14 A L i a h o n a
  • 17. NOSSO L A R , NOSSA FA MÍLIA A MISSÃO DE VIDA DE UMA MÃE AMOROSA Peiholani Kauvaka E m minha juventude, em Tonga, minha mãe às vezes ajudava a dar as aulas do seminário. De meus cinco anos aos dez Acima: O pai usávamos camisa branca na Igreja e cortáva- anos de idade, ela sempre me acordava antes do de Peiholani, mos o cabelo ao estilo dos missionários. Como seminário e me levava para a casa onde a classe Moses; a mãe, sacerdote, eu abençoava o sacramento, e meus se reunia. Embora fosse uma caminhada de Lavinia, e a irmãos mais novos preparavam e distribuíam o menos de meio quilômetro pela trilha que atra- sobrinha no sacramento, como mestres e diáconos. Eu via vessava as goiabeiras, ela me perguntava: “Está minha mãe e meu pai nos observando, cui- terreno do com medo?” Eu respondia corajosamente: “Não”. dando para que cumpríssemos fielmente nossos Templo de Então, ela dizia: “Um dia você terá que ser deveres. Los Angeles corajoso e servir a seu Pai Celestial. Ele nos Antes de partir para a missão, minha mãe proveu todas as coisas, até um plano pelo qual Califórnia, disse: “Faça sua parte, e eu farei a minha. Vou podemos voltar a viver com Ele. Um dia você em 1999. jejuar e orar por você para que encontre pessoas irá para a missão e O servirá de todo o cora- para ensinar”. Ela continuou a jejuar e a orar por ção, poder, mente e força. Você precisa come- todos nós, seus quatro filhos, durante nossas çar desde já a preparar-se para ser um bom respectivas missões. Todos servimos fielmente e missionário”. voltamos para casa com honra. Meus pais acabaram se mudando com a famí- Em minha última conversa com ela antes de lia para Ontário, Califórnia, EUA. Minha mãe se seu falecimento, minha mãe disse: “Peiholani, viu num país desconhecido, incapaz de falar a eu lhe ensinei tudo o que sabia que era mais língua e sofrendo o choque cultural. Como uma importante nesta vida e na vida futura. A saber: galinha que protege os pintinhos sob as asas, ela o evangelho de Jesus Cristo é verdadeiro. O san- reunia todos nós, seus filhos, e rogava de joelhos gue expiatório de Jesus Cristo é salvação para ao Pai Celestial que nenhum dos filhos que Ele sua alma. Honre os convênios que fez com o lhe dera se afastasse da Igreja de Jesus Cristo dos Senhor no templo. Faça isso, e voltaremos a nos FOTOGRAFIA: CORTESIA DE PEIHOLANI KAUVAKA Santos dos Últimos Dias. Meus pais usavam a reunir em família. Sei disso sem dúvida alguma oração familiar, a leitura diária das escrituras, os porque o Pai Celestial e Jesus Cristo vivem”. jejuns periódicos da família, as noites familiares Meu testemunho foi edificado no evangelho, semanais e as reuniões da Igreja para buscar a por meio de cada palavra que minha mãe e meu ajuda do Pai Celestial a fim de fortalecer nossa pai disseram. Sei que nossa família voltará a se família. reunir um dia, porque meus pais cumpriram sua Meus pais nos incentivavam a comportar-nos missão de ensinar-nos o evangelho e de condu- como missionários desde nossa infância. Sempre zir-nos ao Salvador. ◼ Julho de 2011 15
  • 18. MI VIDA, MI HISTORIA Histórias de fé e de inspira- ção de membros da Igreja latino-americanos. O s santos dos últimos dias destas páginas compar- tilharam sua história de convicção e crença no evangelho de Jesus Cristo em uma recente exposição do Museu de Histó- ria da Igreja. Coletivamente, eles representam milhões de santos latino-americanos. Vinte e quatro histórias foram expostas no Museu de História da Igreja, em Salt Lake City, Utah, durante o mês de junho de 2011. A exposição multimídia ainda pode ser vista na Internet, no site LDS.org/churchhistory/museum/ exhibits/mividamihistoria. Carmen Echeverría Wood Carmen nasceu em uma família reli- giosa, na Cidade da Guatemala, Gua- temala. Quando tinha nove anos, as missionárias SUD ensinaram o evan- gelho a sua família. Ela gostou de fre- quentar a Primária e disse que houve um novo sentimento de felicidade na família. Um ano depois, a famí- lia foi batizada. Ela conta: “Foi uma época simplesmente maravilhosa”. Ela se lembra de quando o Presidente David O. McKay (1873–1970) visitou a Guatemala em 1954 e ensinou às crianças o princípio do dízimo. Aos dezessete anos de idade, ela foi cha- mada para servir na Missão América Central e ficou grata por compartilhar “a esperança de uma vida melhor e de uma união familiar eterna”. 16 A L i a h o n a
  • 19. Miriam Puerta Amato Miriam nas- ceu no Brasil. Quando quis servir missão, preencheu os papéis. Sete semanas depois, com a família reu- nida em casa, ela leu a carta de cha- mado para servir na Missão da Praça do Templo de Salt Lake City, Utah. Ela relata: “Quando li a carta, foi interes- sante ver que minha família gritou da mesma forma que o faz quando a seleção brasileira de futebol marca um gol. Eu também fiquei muito feliz e soube que era o Senhor quem estava me enviando”. Nelson Mousqués Pouco depois de Nelson nascer, em Assunção, Paraguai, seus pais conheceram os missionários. “Certo dia, meu pai estava no por- tão de casa e viu o Élder Higbee e o Élder Johnson, mas não sabia que eram missionários”, relembra o irmão FOTOGRAFIAS: MARK J. DAVIS, CRAIG DIMOND, KENT MILES E CRAIG J. LAW Mousqués. “Ele pediu que minha irmã trouxesse duas cadeiras porque, disse ele, ‘esses rapazes vão mudar nossa vida’. Quando os missionários bateram à porta, ele abriu e disse: ‘Entrem. Estávamos esperando vocês’. Meu pai e toda a família filiaram-se à Igreja.” Julho de 2011 17
  • 20. Robin Mendoza Robin foi criado no Equador numa família muito pobre, mas queria melhorar de vida. Certa vez, enquanto traba- lhava em uma plantação doze horas por dia, orou pedindo orientação, e um relâmpago riscou o céu durante sua prece. Robin viu nisso uma mensagem de Deus indicando que sua vida seria promissora. “Eu sabia que meus senti- mentos vinham de Deus”, relembra Robin. Ele veio a saber que por meio da fé poderia mudar sua vida. Aos dezesseis anos, saiu de casa para trabalhar em Guayaquil, onde foi batizado. A inspiração contínua o levou até a Universidade Brigham Young, onde pôde satisfazer sua ambi- ção de adquirir instrução. Ursula Binder Brock A irmã Brock lembra-se de ter ponderado a res- peito do significado da vida quando tinha apenas cinco anos. Quando era adolescente, na Venezuela, os missionários ensinaram o evangelho a ela e a sua família, e eles foram batizados. Cheia de fé, ela foi chamada para ser a presidente da Primária do ramo aos dezes- seis anos de idade. Hoje, depois de uma vida inteira de serviço, ela se deu conta de que para ela “a fé é uma decisão”. Ela explica: “Decido dar lugar para o Salvador em minha vida. Aprendi que a Expiação foi o mais maravilhoso e abnegado ato de amor em favor de toda a humanidade. Meu Salvador e Redentor, que nos dá a paz, tornou-Se meu melhor amigo, algo constante em minha vida”. 18 A L i a h o n a
  • 21. Lincoln Peters Lincoln morou com sua família em Santiago, Chile, até que sua mãe faleceu, quando ele tinha dez anos. Depois disso, ele foi morar com seu tio e sua tia. Quando Lincoln tinha dezoito anos, o Élder Barton e o Élder Bentley foram à casa de seus tios. A tia e a avó do Lincoln imediatamente aceitaram o evangelho, mas Lincoln fugia dos missionários. Num domingo de manhã, sua avó, que geralmente era muito meiga, foi até o quarto dele, arrancou a colcha da cama e anunciou que ele ia à igreja com elas. Chocado com a con- duta incomum da avó e por respeito a ela, ele se levantou e foi à igreja. Naquele dia, ele sentiu algo novo e muito forte dentro da alma que mudou sua vida. Em breve, tornou-se um dos primeiros conversos da Igreja no Chile. Julho de 2011 19
  • 22. Luis e Karla Hernández Luis e Karla se conheceram quando eram adolescentes em Honduras. Começaram a namorar e logo se casaram. Luis, que não era membro da Igreja, admirava os pais de Karla, que “tratavam um ao outro com respeito e amor, e isso o fez querer conhecer mais sobre os valores deles”. Em pouco tempo, Luis foi batizado, e Karla e Luis foram selados no Templo da Cidade da Guatemala, Guatemala. Quando estavam com trinta e poucos anos, tiveram pro- blemas de relacionamento, e Karla saiu de casa, per- guntando a si mesma se seu casamento na adolescência teria sido um erro. Luis jejuou e orou e pediu a Deus que “trouxesse Karla de volta para casa, e Ele o fez. Ele o fez”. Hoje seu casamento está mais forte do que nunca. 20 A L i a h o n a
  • 23. Noemí Guzman de Abrea Noemí nasceu na Argentina, onde sua família se filiou à Igreja. Imigraram para os Estados Unidos quando ela era adolescente. Embora adore ser americana, ela se sente mais feliz quando pode vivenciar a cultura da Argentina. “Na América Latina, as pessoas são muitíssimo calorosas. Elas o aceitam imediatamente, fazem amizade com você e o integram. Ado- ram estar com a família e os amigos e degustar boa comida. Isso é maravi- lhoso, e a oportunidade de vivenciar essa parte da cultura é algo que não trocaria por nada.” Omar Canals No Uruguai, em 1948, a mãe de Omar ofereceu seu guarda-chuva para duas missionárias da Igreja. Foi assim que ela começou a conversar com as missionárias, e a irmã mais velha de Omar veio a ser bati- zada tempos depois. Como nasceu em 1948, Omar foi o primeiro bebê a ser abençoado na Missão Uruguai, que foi aberta em 1947. Omar e seus pais foram batizados quando ele tinha oito anos. Alguns anos depois, Omar casou-se com sua namorada, e eles imigraram para os Estados Unidos. Já trabalhando como locutor, Omar foi contratado pela Igreja, em 1973, e tornou-se intérprete de espanhol para a conferência geral. ◼ Julho de 2011 21
  • 24. Fé para Atender ao CHAMADO Todos devemos ter no coração a ardente convicção de que esta é a obra de Deus e que ela exige o melhor que pudermos dar de nós para a edificação dos “lugar[es] desolado[s] de Sião”. E m 1849, apenas dois anos depois da chegada dos santos ao Vale do Lago Salgado, o Élder Parley P. Pratt, do Quórum dos Doze Apóstolos, liderou uma expedição ao sul de Utah. Quanto mais para o sul avança- vam, mais difícil se tornava o terreno. Depois de descerem quase mil metros abaixo do nível da Grande Bacia até a convergência dos rios Virgin e Santa Clara (ao sul da atual St. George, Utah), a terra era seca e arenosa, vulcânica e áspera. Os batedores não gostaram do que viram. Um deles escreveu no diário: “Passamos (…) por um trecho acidentado, rochoso e quase indescritível, com topografia variada e confusa. (…) Surgiu a nossa frente uma vasta área de acidentes topográficos caóticos, com altas colinas, desertos [averme- O ÚLTIMO CARROÇÃO, DE LYNN GRIFFIN lhados], planícies áridas e tristes, rochas perpendiculares e placas de argila soltas, (…) formações de arenito (…) com formas inconcebíveis — em suma, uma região caótica, com as entranhas à mostra, evisceradas por terríveis con- vulsões de uma era antiga”.1 Porém, por mais acidentada que fosse a região sul, os rochedos erodidos e castigados pelo vento e os desfila- deiros desérticos da região de San Juan, a leste, pareciam ainda mais inóspitos. Os líderes da Igreja sabiam que seria difícil dominar aquele quadrante inóspito e desconhecido, mas desejavam estabelecer comunidades da Igreja naquele lugar. Em 1879, na conferência trimestral da Estaca Parowan, cerca de 250 pessoas aceitaram o chamado do Presidente John Taylor de estabelecer a Missão San Juan. Com 80 carroções e cerca de mil cabeças de gado e cava- los, começaram a desbravar o caminho através de territó- rio íngreme e inexplorado, com suas montanhas coroadas de neve e enormes pináculos de pedra. Em busca da rota mais curta até San Juan, aqueles 22 A L i a h o n a
  • 25. Élder Jeffrey R. Holland Do Quórum dos Doze Apóstolos primeiros exploradores venceram um a um os obs- táculos, mas logo se depararam com a maior e mais temida de todas as barreiras: o intransponível abismo do desfiladeiro do Rio Colorado. Por milagre, seus esgotados batedores encontraram uma estreita pas- sagem no desfiladeiro — uma fenda que descia por mais de seiscentos metros pelas escarpas averme- lhadas até o Rio Colorado abaixo. Aquele solitário e quase mortal “buraco na rocha” parecia ser o único meio de acesso possível para o lado leste. A maior parte da fenda, no entanto, era estreita demais para os cavalos, e em alguns pontos até para um homem ou uma mulher passar. Havia desní- veis de até quase 25 metros que pareciam tornar o obstáculo intransponível até para cabras montesas, quanto mais para carroções carregados. Mas os intrépidos santos não tinham intenção de recuar e assim, com dinamite e ferramentas, trabalharam de dezembro de 1879 a janeiro de 1880, abrindo uma estrada precária e primitiva na face do precipício do desfiladeiro. Ao concluírem o leito daquela estrada, tal como estava, passaram à tarefa de fazer chegar à passa- gem os primeiros 40 carroções. Os outros carroções ficaram esperando a oito quilômetros dali, em Fifty- Mile Spring, para seguirem posteriormente. Eles se organizaram de modo que “uma dezena ou mais de homens ficavam atrás de cada car- roção” segurando longas cordas para reduzir a velocidade da descida. As rodas eram travadas com correntes para que deslizassem sem girar, o que, se ocorresse, seria uma catástrofe. Em um dos momentos grandiosos da história dos Julho de 2011 23
  • 26. O que estamos vendo nesses exemplos de pioneiros fiéis? É o mesmo que vimos quando os santos par- tiram de Nova York, da Pensilvânia, de Ohio e do Missouri, e depois quando fugiram de sua amada Nauvoo, atravessando um rio congelado, com o templo em chamas ao fundo. pioneiros, eles fizeram descer, um a um, todos os carro- ções pelo traiçoeiro precipício. Ao chegarem ao fundo do desfiladeiro, começaram animadamente a atravessar o rio, transportando os carroções em uma chata [embarcação de fundo achatado e costado baixo] que construíram para esse fim. A família de Joseph Stanford Smith estava no último carroção a ser baixado naquele dia. O irmão Stanford Smith tinha metodicamente ajudado cada um dos outros carroções a descer, mas os demais pareciam ter esquecido que a família Smith, os últi- mos da fila, ainda precisariam de ajuda. Profundamente preocupado com o fato de que ele e a família tinham aparentemente sido abandonados, Stanford levou seus cavalos, o carroção e a família para a beira do precipício. Uma parelha foi atrelada à frente do carroção, com um terceiro cavalo atrelado atrás, ao eixo traseiro. A família Smith parou por uns instantes, a contemplar o traiçoeiro “buraco”. Stanford virou-se para a mulher, Arabella, e disse: “Acho que não vamos conseguir”. Ela respondeu: “Mas temos de conseguir”. Ele disse: “Se tivéssemos uns poucos homens para segurar o carroção, talvez conseguíssemos”. Então, a esposa disse: “Eu vou segurar o carroção”. Ela estendeu uma colcha no chão e deitou sobre ela seu bebê, deixando-o aos cuidados de seu filho Roy, de três anos, e de Ada, de cinco. “Segurem seu irmãozinho até o papai voltar para pegá-los”, instruiu ela. Depois, Belle Smith se posicionou atrás do carroção e segurou com toda força as rédeas do cavalo atrelado à parte traseira do carroção. Stanford começou a conduzir a parelha para baixo. O carroção inclinou-se para frente. Com o primeiro solavanco, o cavalo de trás caiu. A irmã Smith correu atrás dele e do carroção, puxando as cordas com toda a força e coragem que tinha. Logo, ela também caiu, e ao ser arras- tada junto com o cavalo, uma pedra pontiaguda abriu-lhe 24 A L i a h o n a
  • 27. um talho na perna, do calcanhar à Quando Chega o Chamado cintura. A valente irmã, com as rou- A expedição Buraco-na-Rocha foi pas rasgadas e um grave ferimento, apenas um dos muitos exemplos de agarrou e puxou as cordas com toda determinação e devoção demonstra- força e fé por todo o declive até a dos pelos primeiros santos ao respon- margem do rio. derem ao chamado de seu profeta. Ao chegar ao fundo do desfila- Outro exemplo foi a criação da Mis- deiro, quase sem crer no que tinham são Muddy, que ficava no atual estado de Nevada, e os que foram chamados para servir nela. Como aconteceu com muitos dos assentamentos pio- neiros, a região do Rio Muddy prome- tia uma vida muito dura e foi preciso buscar muita força no fundo da alma ao receberem o chamado de instala- rem-se naquele lugar. Alguns dos que foram chamados na década de 1860 sem dúvida devem ter-se perguntado: “Entre todos os lugares do mundo, por que o Muddy?” Bom, de fato havia razões. Primeira- mente, a Guerra Civil norte-americana havia possibilitado o envio de produ- tos pelo Rio Colorado. Em segundo lugar, quando a guerra cortou o fluxo feito, Stanford imediatamente subiu tradicional proveniente das fontes correndo os quase 700 metros até de produtos têxteis, a Missão Cotton o topo do penhasco, temeroso pela [algodão] já tinha sido estabelecida segurança dos filhos. Ao chegar à em St. George e Washington, próximo borda do penhasco, viu os três filhos dali. Presumia-se que o algodão neces- exatamente na mesma posição em sário à tecelagem pudesse ser culti- Quando seu pai foi chamado que tinham sido deixados. Com o vado na região do Muddy. Terceiro, os para mudar-se com a família bebê no colo e os dois outros peque- santos dos últimos dias sentiam forte para a difícil Missão Muddy, no nos agarrados às suas roupas, ele obrigação de trabalhar com as tribos atual estado de Nevada, EUA, refez a penosa descida até a mãe que indígenas da região, de ajudá-las e Elizabeth Claridge (acima) os aguardava ansiosa. À distância, de alimentá-las, com a esperança de chorou, mas declarou: “Eu não viram cinco homens caminhando em educá-las. sua direção com correntes e cordas. Mas, apesar de tudo isso, a região o teria como pai se ele não Percebendo o apuro em que a família era uma terra inóspita, árida e solitá- atendesse ao chamado”. Smith se encontrava, tinham ido aju- ria. Parecia não ter nada a oferecer, dar. Stanford gritou: “Podem deixar, a não ser calor e trabalho árduo. Era amigos. Conseguimos nos virar. [A isolada, quase que desolada, e o rio Belle] aqui é toda a ajuda de que um que a identificava [Muddy, que em homem precisa para [esta jornada]”.2 inglês significa lamacento] tinha um Julho de 2011 25
  • 28. nome que lhe caía como uma luva. o fato de as lágrimas estarem estra- No tocante a como e com que gando [meu] novo vestido branco. O determinação e fé a região do Rio pai da garota que estava a meu lado Muddy foi colonizada, vou deixar que também foi chamado. Ela então me uma das pioneiras conte como foi. disse: ‘Por que está chorando? Não Ela representa o caráter, a coragem e vou chorar. Sei que meu pai não irá’. a convicção moral que tanto jovens ‘Bem, essa é a diferença’, respondi. quanto idosos tinham — nesse caso, ‘Eu sei que meu pai irá e que nada especialmente os jovens. Elizabeth Claridge McCune escreveu o seguinte sobre o chamado do pai para estabe- lecer-se na região do Rio Muddy: “Nenhum outro lugar na terra me parecia tão precioso a meus quinze anos quanto Nephi [no condado de Juab, em Utah]. Como ansiávamos pelas visitas periódicas do Presi- dente Brigham Young e de seus acompanhantes! (…) (…) Os irmãos Brigham, Kimball e Wells e [seus] acompanhantes des- ceram das carruagens e caminharam pelas ruas floridas (…) até nossa casa, [onde] o jantar estava preparado e foi servido. (…) vai fazê-lo mudar de ideia, e eu não A fé é o cerne de nossa con- Todos assistimos à reunião [domi- o teria por pai se ele não atendesse vicção não apenas de que a nical] da tarde, com as garotas de ao chamado. ’E então, continuei a obra deve prosseguir, mas de branco sentadas à frente. Os sermões chorar. (…) que pode e seguramente há foram grandiosos, e estávamos feli- [Lembrei então] que tínhamos zes até o Presidente Young anunciar acabado de mudar para uma casa de fazê-lo. Não conheço outra que tinha uma lista de nomes de nova e confortável. Muitos de nossos razão pela qual mães e pais irmãos que haviam sido chamados amigos tentaram persuadir meu pai poderiam deixar seus bebês e apoiados como missionários para a manter a casa e a fazenda, indo em sepulturas improvisadas estabelecer-se no (…) ‘Muddy’. A ao sul por uns tempos para depois nas planícies e, depois de uma notícia quase fez parar o coração retornar. Mas papai sabia que não última olhada, retomar o dos presentes. Muitos de nosso povo era para esse tipo de missão que tinham sido chamados para esta- ele fora chamado. ‘Vou vender tudo caminho de Sião em meio às belecer o condado de Dixie, mas o o que tenho’, disse, ‘e levarei meus lágrimas. Muddy ficava muitos quilômetros recursos para ajudar a edificar Sião mais para o sul! E era um lugar em outro lugar desolado.’” 3 muito pior! Oh! Oh! Não escutei nenhum outro nome, a não ser Fé no Trabalho ‘Samuel Claridge’. Em seguida, solu- O que, afinal, tanto naquela época cei e chorei, sem me importar com quanto agora, gera a lealdade e a 26 A L i a h o n a