O documento discute as ações educativas, culturais e de marketing realizadas por instituições arquivísticas. Apresenta exemplos de programas educativos em arquivos na França, Itália e Brasil. Também descreve modalidades de educação a distância e formas de realizar ações culturais e incentivar o marketing dessas instituições.
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Ação educativa, ações culturais e marketing nas instituições arquivísticas
1. AÇÃO EDUCATIVA, AÇÕES CULTURAIS
E MARKETING NAS INSTITUIÇÕES
ARQUIVÍSTICAS
Carlos Henrique Gonçalves Pinto
2. ARQUIVO (INSTITUIÇÕES
ARQUIVÍSTICAS): CONCEITO INICIAIS
Conceito
• Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos.
Função principal
• Recolher, custodiar, preservar e organizar fundos documentais
originados na área governamental, transferindo-lhes
informação de modo a servir ao administrador, ao cidadão e ao
historiador.
Função secundária
• Serviços editoriais, de difusão cultural e de assistência
educativa.
3. INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS
X
EDUCAÇÃO
• “O desenvolvimento de laços entre os arquivos e
a educação não depende só da compreensão do
papel que a educação deve exercer no mundo
contemporâneo; são igualmente importantes : o
reconhecimento do verdadeiro valor dos
arquivos como fonte educativa e a vontade de
transformar o valor educativo potencial dos
arquivos em programas positivos e realistas”
◦ Hugh W. L. Payne
4. AÇÕES EDUCACIONAIS:
BREVE HISTÓRICO
Brasil
1997 – PCN de
França História e
1912 - Circular Itália Geografia, o
do diretor dos 1976 –Inicio contato se
Archives das relações daria desde o
Nationales. educacionais. primeiro ciclo.
França Brasil
1950 – 1986 – PCN de
Primeiro História
serviço contato com
educativo. documentos é
fundamental
para o
conhecimento.
5. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Conceito
• Atividades extracurriculares, hoje classificadas como trans ou
interdisciplinares, que procuram reconhecer e valorizar as referências
culturais locais, regionais ou nacionais.
Objetivo
• Envolver a comunidade na gestão do Patrimônio, pelo qual ela também
é responsável, levando-a a apropriar-se e usufruir dos bens e valores
que o constituem.
Método
• Provoca-se situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus
produtos e manifestações, que despertem nos alunos o interesse em
resolver questões significativas para a vida pessoal e coletiva.
6. A IMPORTÂNCIA DOS ARQUIVOS
MUNICIPAIS NO PROCESSO EDUCACIONAL
• Charles Braibant, “o melhor meio de aproximar os
alunos dos fatos da história nacional é mostrar-lhes,
pelo documento, a repercussão em sua província,
seu distrito, sua cidade”.
• O. Ermisse, “graças à história local, o aluno se
apodera das referências culturais que lhe permitem
conhecer melhor e amar sua cidade e sua região e,
talvez, interessar-se mais por essa história geral que
lhe parece, muitas vezes, demasiado austera e
afastada do seu meio”.
8. Quantidade de usuários atendidos nas
instituições arquivísticas francesas
(1956/1977)
Arquivos Nacionais
X
Arquivos Departamentais
Axis Title
1956 1972 1973 1976 1977
Arquivos Nacionais 11,000 19,000 20,000 19,000 22,000
Arquivos
16,000 60,000 77,000 90,000 148,000
Departamentais
9. PROFESSOR X ARQUIVISTA: O PAPEL DE
CADA UM NO PROCESSO EDUCACIONAL
Arquivista
• No caso de visitas, cabe a ele os comentários sobre os documentos.
• Acompanhar, principalmente, os alunos de cursos técnicos ou pré-
universitários.
Professor
• Sua presença é fundamental do ponto de vista psicológico e pedagógico.
• Cabe ao professor fazer a correspondência entre a matéria exposta e o
que foi visto no arquivo.
• Incentivar o debate entre alunos e arquivista.
Arquivista e Professor
• Planejamento e organização de exposições, visitas guiadas, aulas no
arquivo, publicação de textos e documentos pedagógicos.
10. Atividades desenvolvidas pelos
serviços educativos dos arquivos
franceses
• Visitas;
• Aula de história no arquivo;
• Atendimento de alunos isoladamente ou em
grupos;
• Concurso Jovem Historiador;
• Divulgação de reproduções de documentos e
publicações;
• Exposição de originais no recinto do arquivo;
• Atividades diversas.
11. EDUCAÇÃO-ARQUIVO: MODALIDADES À
DISTÂNCIA
• Publicação do conteúdo integral de documentos
de arquivos em jornais diários, ou a emissão, do
mesmo conteúdo, por rádio ou televisão.
• Publicação ou apresentação de temas
preparados à base de documentos ou que lhes
explore o conteúdo.
12. MODALIDADES À DISTÂNCIA: EXEMPLOS
DE OUTROS PAÍSES
4 mil artigos em jornais
Exibição dos mais Aulas de história e aproximadamente
conhecidos documentos catalã, pelos 1.500 emissões
históricos. arquivista, na televisão. radiofônicas e 500
televisionadas.
13. AÇÕES EDUCATIVAS EM INSTITUIÇÕES
ARQUIVÍSTICAS NO BRASIL
• As atividades de ação educativa visam aproximar
a prática de ensino do acervo do arquivo
público, ressaltando a importância do
patrimônio histórico documental para a
formação dos cidadãos.
14. AÇÕES EDUCATIVAS
MEIOS:
• Deve ser de forma sistematizada, e não apenas
circunstancial;
• Necessário entusiasmo e perseverança, para não
desistir devido à burocracia, falta de recursos e
apoio;
• Necessidade de incluir as ações nos projetos
políticos pedagógicos das escolas;
• Presidir o contato do aluno com o documento
através de métodos pedagógicos;
• Uso didático, e não só acadêmico;
• Criatividade, conforme características do acervo.
15. AÇÕES EDUCATIVAS
FORMAS:
• Arquivistas e professores (níveis fundamental e
médio) em parceria;
• Visitas monitoradas ao arquivo;
• Oficinas temáticas e cursos;
• Exposições
• Concursos de produção bibliográfica;
• Espetáculos teatrais.
16. ARQUIVO PÚBLICO DE SÃO PAULO
• Núcleo de ação educativa há 10 anos;
• Promoção de atividades de caráter acadêmico;
• Seminários, mesa-redonda com arquivistas;
• Palestras para profissionais e interessados;
• Oficinas técnicas (paleografia, fotografia, suporte
papel) destinadas a troca de experiências e
qualificação profissional.
17. ARQUIVO PÚBLICO DE SÃO PAULO
• Visitas monitoradas, público geral;
• Visitas técnicas, estudantes acadêmicos;
• “Aula no arquivo” para estudantes dos níveis
fundamental e médio;
• Visita institucional, monitor do arquivo vai a
instituições de ensino e esclarece sobre o papel
social e a importância do arquivo.
18. ARQUIVO PÚBLICO DE SÃO PAULO
• Eventos em parceria com outras instituições ou
outros profissionais;
• Em 2008, seminário “Paleografia: a arte de
decifrar” com vários especialistas do Brasil;
• Em 2009, seminário “A luta pela anistia: 30
anos”, em parceria com a PGR;
• Durante todo o ano curso de conservação de
documentos, organização
documental, restauração, etc.
19. ARQUIVO PÚBLICO DE SÃO PAULO
• Exposições virtuais como forma de possibilitar
aos escolares um acesso diferenciado às fontes
históricas;
• Publicações sobre “história da
educação”, métodos pedagógicos, estrutura física
e patrimonial da educação pública no decorrer da
história.
20. ARQUIVO PÚBLICO DA BAHIA
• Projeto Arquivo Escola – proporciona visitas
monitoradas para alunos da rede pública;
• Nas visitas há apresentação de vídeos, exposição
de documentos, aulas sobre história da
Bahia, visita a setores do arquivo
(restauração, pesquisa, etc.);
• Em 2005, projeto Memória e Cidadania;
• Ainda em 2005, “Exposição Malê 170 anos”.
21. AÇÃO CULTURAL NAS
INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS
• Ações e atividades culturais: são um conjunto
de técnicas sociais que, se baseiam na pedagogia
participativa que tem por finalidade a promoção de
práticas e atividades voluntárias que, com a ação
voluntária dos indivíduos, desenvolve-se em um
grupo ou comunidade determinada, e se
manifesta, nos diferentes âmbitos do
desenvolvimento da qualidade de vida de uma
sociedade e dos próprios profissionais arquivísticos.
22. • Comprometimento: as ações culturais nas
instituições arquivísticas são comprometidas
com o desenvolvimento do cenário cultural
sejam melhorando as condições em que a arte é
produzida. Seja facilitando o seu acesso por
parte de uma camada mais ampla da população.
E incentivando as pessoas a conhecerem mais
um pouco da sua própria história através dos
arquivos e os movimentos que essa instituições
promovem.
23. AÇÃO CULTURAL:
PROGRAMAS SISTEMÁTICOS
Palestras.
Conferências. Programas de
Programas de rádio.
Projeções.
TV.
24. AÇÃO CULTURAL:
DUAS LEIS INOVADORAS
• Lei de Robin Hood;
• Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
• Essas duas lei fornecem recursos financeiros
para as instituições que fazem ações culturais na
sua região e até mesmo fora dela.
25. AÇÃO CULTURAL: IDENTIDADE
• “A identidade depende cada vez mais daquilo
que aprendemos, da nossa formação, da nossa
capacidade de produzir ideias, do nosso tempo
de viver o tempo livre”
◦ Domenico de Masi
27. AÇÕES CULTURAIS: INCENTIVOS
• Os prêmios concedidos pelo Governo, por meio
da Secretaria de Estado de Cultura, cumprem
seu papel de estimular e subsidiar manifestações
culturais em áreas específicas.
• Os recursos fornecidos as empresas para
favorecerem as ações culturais nas suas
instituições.
28. • “Um país que não valoriza sua
memória, é um país em estado de
amnésia”
• Paulo Sérgio
• (especialista em restauração de documentos gráficos)
29. MARKETING: CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conceito
• Conjunto de técnicas e atividades
relacionadas com o fluxo de bens e
serviços do produtor para o consumidor.
Objetivo
• Obter e manter clientes e usuários.
30. MARKETING EM ARQUIVOLOGIA
Arquivo
• Preocupação com as informações e a importância dos
arquivos.
Usuários da informação arquivística
• Administrador, historiador, estudiosos em geral e o
cidadão comum.
Papel do arquivista na empresa
• Orientar e incentivar as pesquisas.
31. MARKETING EM ARQUIVOLOGIA
Marketing
• Satisfazer as necessidades dos usuários e demais obrigações
sociais.
Problema
• Aumento da massa documental e dificuldade de localização.
• Falta de divulgação.
Cenário Arquivístico
• Edição elaborada com base nas colaborações enviadas por
profissionais arquivistas ou de áreas afins.
• UEL: Daniella Debertolis cria um blog com a intenção de fazer
marketing dentro da área da Arquivologia.
32. ARQUIVO PÚBLICO DA CIDADE DE BELO
HORIZONTE - APCBH
• Apenas 20 anos;
• Desde 1993 tem o projeto “Novos Registros”, que
reúne trabalhos acadêmicos sobre BH;
• A cada ano letivo, nove palestrantes expõem seus
trabalhos acadêmicos no arquivo;
• Cartilha APCBH, que dá suporte aos educadores
nas visitas monitoradas. Com sugestões de
atividades e conceitos básicos.
33. CONCLUSÃO
• Mesmo não sendo a função primordial do arquivo, essa
nova abertura para a educação pode se constituir numa
forma de aproximação que lhe garantirá um novo espaço
social.
• Quando um arquivo
público, instala, alimenta, desenvolve e expande seus
serviços editoriais, culturais e educativos, alinhando-os à
sua função informacional administrativa e científica, ele
preenche seu lugar por direito e por conquista na
sociedade.
• É através dessa aproximação com o cidadão, seja através
de ações culturais ou educacionais, que o arquivo pode
tornar mais conhecida sua própria função primária. Esse
contato trará como consequência um maior respeito ao
documento escrito.
35. REFERÊNCIAS:
• Arquivo Nacional. www.conarq.arquivonacional.gov.br
• Arquivo Público da Bahia. www.diarq.fpc.ba.gov.br
• Arquivo Público de BH. www.portalpbh.pbh.gov.br
• Arquivo Público de São Paulo www.arquivoestado.sp.gov.br
• BELOTTO, Heloisa Liberalli. Arquivos Permanentes –
Tratamento Documental. 4ª ed.,Rio de Janeiro: FGV, 2006.
320p.
• Faria, Carlos Alberto de. Definição de marketing, objetivo do
marketing. Disponível em
http://www.merkatus.com.br/10_bolrtim/18.html
• Subsídios para um dicionário brasileiro de Terminologia
Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2004.