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Semˆntica Formal
   a
Carlos A. P. Campani

 22 de julho de 2005
2




Copyright c 2005 Carlos A. P. Campani.
´
E garantida a permiss˜o para copiar, distribuir e/ou
                       a
modificar este documento sob os termos da Licen¸a de
                                                  c
Documenta¸ao Livre GNU (GNU Free Documentation
            c˜
License), Vers˜o 1.2 ou qualquer vers˜o posterior
               a                     a
publicada pela Free Software Foundation; sem Se¸oes
                                                  c˜
Invariantes, Textos de Capa Frontal, e sem Textos de
Quarta Capa. Uma c´pia da licen¸a ´ inclu´ na se¸ao
                      o           c e      ıda       c˜
intitulada “GNU Free Documentation License”.
veja: http://www.ic.unicamp.br/~norton/fdl.html.
3




S´ mula
 u
1. Introdu¸ao
          c˜
2. Abordagens de semˆntica formal
                    a
3. Linguagem exemplo While
4. Sintaxe abstrata
4




5. Revis˜o de Prova de Teoremas
        a
 (a) Prova de Implica¸ao
                     c˜
 (b) Prova por Redu¸˜o ao Absurdo
                   ca
  (c) Prova por Indu¸˜o
                    ca
      i. Indu¸˜o Sobre os Naturais
             ca
     ii. Indu¸ao Sobre o Tamanho de uma Seq¨ˆncia
             c˜                            ue
    iii. Indu¸ao Estrutural
             c˜
5




6. Semˆntica de express˜es
      a                o
 (a) N´meros e Numerais
      u
 (b) Descrevendo Estados
  (c) Express˜es aritm´ticas
             o        e
 (d) Express˜es booleanas
            o
7. Propriedades da Semˆntica
                      a
 (a) Vari´veis Livres
         a
 (b) Substitui¸ao
              c˜
6




8. Semˆntica Operacional
      a
 (a) Semˆntica Natural
        a
     i. Propriedades da Semˆntica
                           a
    ii. Fun¸˜o Semˆntica
           ca      a
 (b) Semˆntica Operacional Estruturada
        a
     i. Propriedades da Semˆntica
                           a
    ii. Fun¸˜o Semˆntica
           ca      a
  (c) Um Resultado de Equivalˆncia
                             e
7




9. Semˆntica Denotacional
      a
 (a) Composicionalidade
 (b) Ponto Fixo
  (c) Defini¸ao da Semˆntica
           c˜        a
 (d) Requisitos sobre o Ponto Fixo
  (e) Teoria de Pontos Fixos
  (f) Existˆncia
           e
 (g) Um Resultado de Equivalˆncia
                            e
8




10. Semˆntica Axiom´tica
       a           a
  (a) Provas Diretas de Corre¸˜o de Programas
                             ca
       i. Semˆntica Natural
             a
      ii. Semˆntica Operacional Estruturada
             a
     iii. Semˆntica Denotacional
             a
  (b) Asser¸oes para Corre¸ao Parcial
           c˜             c˜
   (c) Corre¸ao e Completude do Sistema Formal
            c˜
  (d) Asser¸oes para Corre¸ao Total
           c˜             c˜
9




Bibliografia
 • Nielson, H. & Nielson, F. Semantics with
   Applications: a formal introduction. dispon´ em:
                                              ıvel
   http://www.daimi.au.dk/~bra8130/Wiley_book/
   wiley.html;
 • lˆminas para impress˜o: http:
    a                  a
   //www.ufpel.edu.br/~campani/semantica4.ps.gz.
1          ¸˜
    INTRODUCAO                                            10




     1    Introdu¸˜o
                 ca
     Semˆntica formal preocupa-se em especificar
         a
     rigorosamente o significado ou comportamento de
     programas, partes de hardware, etc.
     Sintaxe descreve as estruturas de uma linguagem;
     Semˆntica descreve o significado destas estruturas.
        a
1          ¸˜
    INTRODUCAO                                               11




     A necessidade de uma semˆntica formal (matem´tica)
                              a                     a
     para linguagens de programa¸ao justifica-se pois:
                                c˜
      • pode revelar ambig¨idades na defini¸˜o da linguagem
                          u                ca
        (o que uma descri¸˜o n˜o formal n˜o permitiria
                         ca a            a
        revelar);
      • ´ uma base para implementa¸ao (s´
        e                         c˜    ıntese), an´lise e
                                                   a
        verifica¸ao formal.
               c˜
2   ABORDAGENS                                                 12


     2    Abordagens
     Semˆntica Operacional Significado de uma constru¸˜o
         a                                               ca
        da linguagem ´ especificado pela computa¸ao que ela
                      e                          c˜
        induz quando executada em uma m´quina hipot´tica
                                           a          e
        (interessa como o efeito da computa¸ao ´ produzido);
                                           c˜ e
     Semˆntica Denotacional Significados modelados por
         a
        objetos matem´ticos que representam o efeito de
                      a
        executar uma estrutura (somente o efeito interessa,
        n˜o como ´ produzido);
         a        e
     Semˆntica Axiom´tica Especifica propriedades do
         a              a
        efeito da execu¸ao das estruturas como asser¸˜es
                       c˜                           co
        (alguns aspectos da execu¸ao s˜o ignorados).
                                  c˜ a
2   ABORDAGENS                                              13




     Tipos de Semˆntica Operacional:
                 a
      • Semˆntica Operacional Estruturada (especifica mais
            a
        detalhes da execu¸ao);
                         c˜
      • Semˆntica Natural (simplifica a nota¸ao e esconde
            a                               c˜
        detalhes, ao tomar um passo maior).
3   LINGUAGEM EXEMPLO WHILE             14




     3    Linguagem Exemplo While

                          n ∈ Num
                              x ∈ Var
                          a ∈ Aexp
                          b ∈ Bexp
                              S ∈ Stm
3   LINGUAGEM EXEMPLO WHILE                                        15




                  a ::= n|x|a1 + a2 |a1 ∗ a2 |a1 − a2
            b ::= true|false|a1 = a2 |a1 ≤ a2 |¬b|b1 ∧ b2
     S ::= x:=a|skip|S1 ; S2 |if b then S1 else S2 |while b do S
3   LINGUAGEM EXEMPLO WHILE                          16




     ex1: z:=x; x:=y; y:=z
     ex2: y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1)
4   SINTAXE ABSTRATA                                                        17




     4    Sintaxe Abstrata

                            z:=x; x:=y; y:=z


                             S ƒƒƒƒƒ
                          ÐÐ       ƒƒƒƒ
                        ÐÐ              ƒƒƒA
                      S bb ;                  S www
                    Ò                       Ð      www
                ÐÒÒ  b0
                   Ò       b             ÐÐÐ         w8
               z := a                 S bb ;             S aa
                                       ÑÑ   bb1             ÑÑ    a
                                                                   a0
                                   ÐÑÑ                  ÐÑ
                           x    x      :=         a   y      :=         a
                                                                       
                                                  y                     z
4   SINTAXE ABSTRATA                                            18




                                     S „„„„„
                                   ÓÓ      „„„„
                                 ÑÓ             „„„A
                               S ww ;
                                    www              S`
                               Ð
                            ÐÐÐ        ww8      ÐÒÒÒ  ``0
                                                        `
                         Sd ;               S b y := a
                     ÐÐÐ  dd1          ~
                                      ~~  b1
                                      
                                               b
                                                            
                 z      :=     a    x    :=     a          z
                                               
                               x                y
4   SINTAXE ABSTRATA                             19




     Usando nota¸ao linear:
                c˜
       • z:=x; (x:=y; y:=z) (mais ` direita);
                                  a
       • (z:=x; x:=y); y:=z (mais ` esquerda).
                                  a
4   SINTAXE ABSTRATA                              20




     Exerc´ıcio: Construa a ´rvore sint´tica de
                            a          a
     y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1).
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                          21


     5     Revis˜o de Prova de Teoremas
                a

     5.1    Prova de Implica¸˜o
                            ca
     Para provar A → B, assuma A (hip´tese) e deduza B.
                                     o


                          A (hip´tese)
                                o
                          ...
                          ...
                          .
                          .
                          .
                          B
                              A→B
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                          22



     ex: Provar que se um n´mero inteiro ´ divis´ por 6
                           u             e      ıvel
     ent˜o tamb´m o ´ por 2.
        a       e    e
     Seja n ∈ Z, tal que n ´ divis´ por 6:
                           e      ıvel
      1. n ´ divis´ por 6 (hip´tese);
           e      ıvel        o
      2. n = 6.k, onde k ∈ N;
      3. n = 2.3.k;
      4. n = 2.k , onde k = 3.k e k ∈ N
      5. n ´ divis´ por 2;
           e      ıvel
      6. Logo, vale o enunciado.
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                              23


     5.2     Prova por Redu¸˜o ao Absurdo
                           ca

     Para provar A, suponha ¬A e mostre que isto resulta em
     uma contradi¸ao (absurdo).
                 c˜
     ex: Provar que se um n´mero somado a si mesmo resulta
                             u
     o n´mero original, ent˜o este n´mero ´ zero.
        u                  a        u     e
     Suponha que este n´mero ´ x e que:
                       u     e

                        x+x=x∧x=0

     ent˜o
        a
                         2x = x ∧ x = 0
     Logo, 2 = 1 (absurdo).
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                        24



     5.3     Prova por Indu¸˜o
                           ca

     5.3.1    Indu¸˜o Sobre os Naturais
                  ca

                           P (0)    P (n) → P (n + 1)
               n∈N
                                    ∀nP (n)
     Base P (0);
     Passo P (n) → P (n + 1);
           • P (n) ´ a hip´tese indutiva;
                   e      o
           • Ent˜o, tenta-se provar P (n + 1);
                a
     Conclus˜o ∀nP (n).
            a
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                             25




     ex: Provar que o quadrado de um n´mero natural sempre
                                      u
     ´ maior ou igual ao n´mero.
     e                    u
     Base 0 ≤ 02 ;
     Passo Assumir n ≤ n2 . Ent˜o:
                               a

               n + 1 ≤ n2 + 1 ≤ n2 + 1 + 2n = (n + 1)2

     Conclus˜o ∀n ∈ N n ≤ n2 .
            a
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                               26




          ıcio: Prove que para todo n ∈ N, 2n  n.
     Exerc´
                                                    n(n+1)
     Exerc´
          ıcio: Prove que 1 + 2 + 3 + · · · + n =      2
                                                           .
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                                 27




     5.3.2   Indu¸˜o Sobre o Tamanho de uma
                 ca
             Seq¨ˆncia
                ue

      1. Prove que a propriedade vale para todas as
         seq¨ˆncias de comprimento 0 (base);
            ue
      2. Prove que a propriedade vale para todas as outras
         seq¨ˆncias: Assuma que a propriedade vale para
            ue
         todas as seq¨ˆncias de tamanho menor ou igual a k
                     ue
         (hip´tese indutiva) e mostre que vale para seq¨ˆncias
             o                                         ue
         de tamanho k + 1.
5        ˜
    REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS                                    28




     5.3.3   Indu¸˜o Estrutural
                 ca

     Aplica-se sobre as estruturas de uma linguagem:
      1. Prove que a propriedade vale para todas as
         estruturas atˆmicas (ex: P (x:=a) e P (skip));
                      o
      2. Prove que a propriedade vale para qualquer
         programa: Assuma que vale para as estruturas que
         formam um comando, e mostre que vale para o
         comando composto (ex: P (S1 ) ∧ P (S2 ) → P (S1 ; S2 )).
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                                       29




     6     Semˆntica de Express˜es
              a                o

     6.1    N´ meros e Numerais
             u

                          N : Num → Z

     Se n ∈ Num ent˜o escrevemos N [[n]], e usamos [[ e ]] para
                     a
     enfatizar que N ´ uma fun¸˜o semˆntica.
                     e        ca     a
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                               30




                      N [[0]] = 0
                      N [[1]] = 1
                     N [[n 0]] = 2∗N [[n]]
                     N [[n 1]] = 2∗N [[n]]+1

     Observa¸˜o: 0 ´ o numeral (0 ∈ Num) e 0 ´ o n´mero
             ca    e                         e    u
     (0 ∈ Z).
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                                    31




     6.2    Descrevendo Estados

     Estado representa uma associa¸ao entre vari´veis e seus
                                  c˜            a
     valores.


                        State = Var → Z

     ex: [x → 5, y → 7, z → 0].
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                             32



     6.3    Express˜es aritm´ticas
                   o        e

                   A : Aexp → (State → Z)



                      A[[n]]s = N [[n]]
                      A[[x]]s = s x
                A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s+A[[a2 ]]s
                 A[[a1 ∗ a2 ]]s = A[[a1 ]]s∗A[[a2 ]]s
                A[[a1 − a2 ]]s = A[[a1 ]]s−A[[a2 ]]s

     Observa¸˜o: s ´ um estado.
            ca     e
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                                      33




     ex: seja s x = 3:

                   A[[x + 1]]s = A[[x]]s+A[[1]]s
                               = (s x)+N [[1]]
                               = 3+1
                               = 4

     Observa¸˜o: na primeira linha, + dentro do [[.]] pertence
             ca
     ` linguagem, + ` direita ´ a opera¸ao soma. 1 ´ o
     a              a         e        c˜            e
     numeral (1 ∈ Num) e 1 ´ o n´mero (1 ∈ Z).
                              e    u
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                 34




     6.4    Express˜es booleanas
                   o

                   B : Bexp → (State → T)


                          T = {tt, ff }
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                                    35




              B[[true]]s = tt
              B[[false]]s = ff
                            
                               tt se A[[a1 ]]s = A[[a2 ]]s
           B[[a1 = a2 ]]s =
                               ff se A[[a1 ]]s = A[[a2 ]]s
                            
                               tt se A[[a1 ]]s ≤ A[[a2 ]]s
           B[[a1 ≤ a2 ]]s =
                               ff   se A[[a1 ]]s  A[[a2 ]]s
                            
                               tt se B[[b]]s = ff
                B[[¬b]]s =
                               ff se B[[b]]s = tt
6      ˆ                ˜
    SEMANTICA DE EXPRESSOES                                     36




                        
                         tt se B[[b ]]s = tt e B[[b ]]s = tt
                                    1               2
       B[[b1 ∧ b2 ]]s =
                         ff se B[[b1 ]]s = ff ou B[[b2 ]]s = ff
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                  37


     7     Propriedades da Semˆntica
                              a

     7.1    Vari´veis Livres
                a
     As vari´veis livres de uma express˜o a ´ definida como o
            a                          a    e
     conjunto de vari´veis que ocorrem em a.
                      a


                     FV(n) = ∅
                     FV(x) = {x}
                FV(a1 + a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 )
                FV(a1 ∗ a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 )
                FV(a1 − a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 )
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                       38




     Teorema 1 Sejam s e s dois estados satisfazendo que
     s x = s x para todo x em FV(a). Ent˜o, A[[a]]s = A[[a]]s .
                                        a
     Prova: (por indu¸˜o sobre as express˜es aritm´ticas)
                     ca                  o        e
      1. Base:
         caso n Sabemos que A[[a]]s = N [[n]] e A[[a]]s = N [[n]]
            e assim A[[a]]s = A[[a]]s ;
         caso x n´s temos A[[x]]s = s x e A[[x]]s = s x e, pela
                   o
            hip´tese, s x = s x, j´ que x ∈ FV(x). Logo,
               o                  a
            A[[a]]s = A[[a]]s ;
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                       39




      2. Passo: (supomos que o enunciado vale para a1 e a2 )
         caso a1 + a2 Sabemos que
            A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s + A[[a2 ]]s e
            A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s + A[[a2 ]]s . Al´m disto,
                                                       e
            FV(a1) ⊆ FV(a1 + a2 ) e FV(a2) ⊆ FV(a1 + a2 ).
            Usando a hip´tese indutiva, A[[a1 ]]s = A[[a1 ]]s e
                            o
            A[[a2 ]]s = A[[a2 ]]s , e ´ f´cil ver que o enunciado
                                      e a
            vale para a1 + a2 ;
         casos a1 ∗ a2 e a1 − a2 similares ao anterior.
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                     40




     Exerc´
          ıcio: Definir o conjunto FV(b) das vari´veis livres
                                                a
     em uma express˜o booleana b.
                    a
     Exerc´ıcio: Provar que, dados s e s satisfazendo s x = s x
     para todo x ∈ FV(b), B[[b]]s = B[[b]]s .
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                              41




     7.2    Substitui¸˜o
                     ca

     Substitui¸˜o denota a opera¸˜o em que se troca cada
              ca                ca
     ocorrˆncia de uma vari´vel y de uma express˜o a por
          e                a                    a
     uma outra express˜o a0 .
                       a
     Nota¸ao: a[y → a0 ].
         c˜
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                    42




                n[y → a0 ] = n
                             
                              a se x = y
                                0
                x[y → a0 ] =
                              x se x = y

         (a1 + a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) + (a2 [y → a0 ])
         (a1 ∗ a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) ∗ (a2 [y → a0 ])
        (a1 − a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) − (a2 [y → a0 ])
7                      ˆ
    PROPRIEDADES DA SEMANTICA                                    43




     Exerc´ıcio: Prove que
     A[[a[y → a0 ]]]s = A[[a]](s[y → A[[a0 ]]s]), para todo s.
     Exerc´
          ıcio: Defina a substitui¸ao para express˜es
                                 c˜              o
     booleanas.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     44




     8    Semˆntica Operacional
             a
       • Express˜es aritm´ticas e booleanas apenas produzem
                o         e
         um valor, mas n˜o mudam os estados;
                         a
       • Comandos de programas While mudam o estado;
       • Semˆntica operacional preocupa-se mais em como os
             a
         programas s˜o executados do que meramente com os
                     a
         resultados destas computa¸oes;
                                  c˜
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  45




       • Abordagens:
         Semˆntica natural descreve como os resultados
             a
           gerais s˜o obtidos;
                   a
         Semˆntica operacional estruturada descreve como
             a
           passos individuais da computa¸˜o ocorrem;
                                        ca
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     46




       • Os significados dos comandos da linguagem ser˜oa
         descritos por meio de um sistema de transi¸˜es;
                                                   co
       • Existem dois tipos de configura¸oes:
                                       c˜
          S, s significando que o comando S ser´ executado a
                                              a
             partir do estado s;
         s representando um estado terminal (ou final).
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                                  47




     8.1      Semˆntica Natural
                 a

            [assns ]            x:=a, s → s[x → A[[a]]s]
           [skipns ]                    skip, s → s
                                      S1 ,s →s , S2 ,s →s
           [compns ]                       S1 ;S2 ,s →s
                                  S1 ,s →s
             [if tt ]
                 ns      if b then S1 else S2 ,s →s
                                                        se B[[b]]s = tt
                                  S2 ,s →s
             [if ff ]
                 ns      if b then S1 else S2 ,s →s
                                                        se B[[b]]s = ff
                        S,s →s , while b do S,s →s
           [whilett ]
                 ns          while b do S,s →s
                                                         se B[[b]]s = tt
           [whileff ]
                 ns      while b do S, s → s se B[[b]]s = ff
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     48




     esquema de axioma ou axioma como em [assns ];
     regra como em [compns ];
     ´rvore de deriva¸˜o ´ a aplica¸ao dos axiomas e regras
     a                ca e         c˜
        para deduzir uma transi¸˜o S, s → s .
                               ca
     Observa¸˜o: x ´ uma meta-vari´vel.
            ca     e              a
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                        49




     ex: (´rvore de deriva¸˜o)
          a               ca

         (z:=x; x:=y); y:=z         s0 = [x → 5, y → 7, z → 0]


             z:=x,s0 →s1      x:=y,s1 →s2
                   z:=x;x:=y,s0 →s2
                                            y:=z, s2 → s3
                     (z:=x; x:=y); y:=z, s0 → s3

     Observa¸˜o: s1 = s0 [z → 5], s2 = s1 [x → 7] e
              ca
     s3 = s2 [y → 5].
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                      50




     Como construir uma ´rvore de deriva¸˜o?
                        a               ca
     Resposta: da raiz para as folhas.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                             51




     ex: y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1) e
     s = [x → 3, y → 0]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                 52




     Raiz:
      y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s → s61


                     s61 = s[y → 6][x → 1]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  53


     ´rvore T :
     a


                  y:=1, s → s13            T1
       y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s → s61


                           s13 = s[y → 1]

     ´rvore T1 :
     a


                        T2            T3
         while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x − 1), s13 → s61

     Pois B[[¬(x = 1)]]s13 = tt
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  54




     ´rvore T2 :
     a


          y:=y∗x, s13 → s33            x:=x−1, s33 → s32
                    y:=y∗x; x:=x − 1, s13 → s32


              s33 = s[y → 3]   s32 = s[y → 3][x → 2]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                   55




     ´rvore T3 :
     a


              y:=y∗x,s32 →s62        x:=x−1,s62 →s61
                      y:=y∗x;x:=x−1,s32 →s61
                                                       T4
          while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s32 → s61


                         s62 = s[y → 6][x → 2]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                56




     ´rvore T4 (folha):
     a



         while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s61 → s61

     Pois B[[¬(x = 1)]]s61 = ff
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                        57




     Exerc´
          ıcio: Construa a ´rvore de deriva¸˜o para o seguinte
                           a               ca
     programa:

            z:=0; while y ≤ x do (z:=z+1; x:=x−y)

     com s = [x → 17, y → 5].
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                       58




     A execu¸ao de um comando S no estado s:
            c˜
       • termina se e somente se existe um estado s tal que
          S, s → s ;
       • entra em loop se e somente se n˜o existe um estado s
                                        a
         tal que S, s → s .
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                             59




     8.1.1   Propriedades da Semˆntica
                                a

     S1 e S2 s˜o semanticamente equivalentes se
              a

              S1 , s → s se e somente se S2 , s → s

     para todos os estados s e s .
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     60


     Provar que while b do S ´ semanticamente equivalente a
                              e
     if b then (S; while b do S) else skip.
     Prova: (⇒) Se while b do S, s → s ent˜o   a
      if b then (S; while b do S) else skip, s → s


                          while b do S, s → s

     Poss´
         ıveis ´rvores:
               a

                            T1           T2
                          while b do S, s → s
     Onde T1 ´ a ´rvore com raiz S, s → s e T2 ´ a ´rvore
             e a                               e a
     com raiz while b do S, s → s e B[[b]]s = tt.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  61




                         S1 , s → s           S2 , s → s
          [compns ]
                                 S1 ; S2 , s → s

     Usando T1 e T2 como premissas da regra [compns ]:

                           T1        T2
                      S; while b do S, s → s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                          62




                           S1 , s → s
      [if tt ]
          ns                                     Se B[[b]]s = tt
                  if b then S1 else S2 , s → s

     Obtemos:


                             T1            T2
                           S;while b do S,s →s
             if b then (S; while b do S) else skip, s → s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                63




     Falta provar o caso B[[b]]s = ff . Neste caso, T ´
                                                     e
     simplesmente:

                         while b do S, s    →s

     Usando [skipns ]:
                             skip, s   →s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                         64




     Usando [if ff ]:
                ns



                           S2 , s → s
      [if ff ]
          ns                                     Se B[[b]]s = ff
                  if b then S1 else S2 , s → s


                           skip, s → s
           if b then (S; while b do S) else skip, s   →s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  65




     (⇐) Se if b then (S; while b do S) else skip, s → s
     ent˜o while b do S, s → s
        a
     Usando [if tt ]:
                ns

                      S; while b do S, s → s
           if b then (S; while b do S) else skip, s → s
     e B[[b]]s = tt
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                 66




     Usando [compns ]:
                    S,s →s           while b do S,s →s
                             S;while b do S,s →s
           if b then (S; while b do S) else skip, s → s

     Usando [whilett ]:
                  ns

              S, s → s        while b do S, s → s
                      while b do S, s → s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                 67




     No caso B[[b]]s = ff :
                           skip, s → s
           if b then (S; while b do S) else skip, s → s
     es=s .
     Usando [whileff ]:
                  ns

                         while b do S, s   →s

     Isto completa a prova.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                        68




     Exerc´
          ıcio: Prove que S1 ; (S2 ; S3 ) e (S1 ; S2 ); S3 s˜o
                                                            a
     semanticamente equivalentes.
     Exerc´
          ıcio: Mostre que S1 ; S2 , no geral, n˜o ´
                                                a e
     semanticamente equivalente a S2 ; S1 .
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                       69




     Uma semˆntica ´ determin´stica se, para todos S, s, s e
            a      e         ı
     s :
              S, s → s e S, s → s implica s = s .

     Isto significa que para todo comando S e estado inicial s
     n´s podemos determinar um unico estado final s se a
      o                           ´
     execu¸ao de S termina.
           c˜
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                              70




     Teorema 2 A semˆntica natural ´ determin´
                    a              e         ıstica.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                   71


     8.1.2   Fun¸˜o Semˆntica
                ca     a

                    Sns : Smt → (State → State)
     Observa¸˜o: usa-se → para fun¸oes parciais. Ou seja:
            ca                    c˜

                       Sns [[S]] ∈ State → State

     dado por:
                                
                                   s    Se S, s → s
                 Sns [[S]]s =
                                 undef caso contr´rio
                                                  a

     Observa¸˜o: Sns [[while true do skip]]s = undef para
             ca
     todo s (fun¸˜o parcial).
                ca
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     72


     8.2     Semˆntica Operacional Estruturada
                a
         ˆ
       • Enfase nos passos individuais da computa¸˜o;
                                                 ca
       • Rela¸˜o de transi¸˜o: S, s ⇒ γ (a transi¸ao
             ca            ca                    c˜
         expressa o primeiro passo da computa¸ao), com dois
                                             c˜
         poss´
             ıveis resultados:
           – γ = S , s significando que a execu¸˜o de S n˜o
                                              ca        a
             est´ completa e S , s ´ uma configura¸˜o
                a                  e              ca
             intermedi´ria;
                      a
           – γ = s significando que a execu¸ao de S terminou
                                          c˜
             e o estado final ´ s ;
                             e
       • Se diz que S, s emperrou se n˜o existe γ tal que
                                      a
          S, s ⇒ γ.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                      73



       [assSOS ]            x:=a, s ⇒ s[x → A[[a]]s]
       [skipSOS ]                 skip, s ⇒ s
                                   S1 ,s ⇒ S1 ,s
      [comp1 ]
           SOS                  S1 ;S2 ,s ⇒ S1 ;S2 ,s
                                       S1 ,s ⇒s
      [comp2 ]
           SOS                    S1 ;S2 ,s ⇒ S2 ,s

        [if tt ]
            SOS        if b then S1 else S2 , s ⇒ S1 , s
                                 Se B[[b]]s = tt
        [if ff ]
            SOS        if b then S1 else S2 , s ⇒ S2 , s
                                 Se B[[b]]s = ff
      [whileSOS ]             while b do S, s ⇒
                    if b then (S; while b do S) else skip, s
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     74


     Uma seq¨ˆncia de deriva¸˜o de um comando S iniciando
             ue             ca
     no estado s ´:
                 e
       • uma seq¨ˆncia finita
                ue

                            γ0 , γ 1 , γ 2 , . . . , γ k

         de configura¸oes satisfazendo γ0 = S, s , γi ⇒ γi+1
                     c˜
         para 0 ≤ i  k, e k ≥ 0, e ou γk ´ uma configura¸˜o
                                          e             ca
         terminal ou ´ uma configura¸˜o emperrada; ou
                     e                ca
       • uma seq¨ˆncia infinita
                ue

                               γ0 , γ 1 , γ 2 , . . .

         de configura¸oes satisfazendo γ0 = S, s e γi ⇒ γi+1
                     c˜
         para i ≥ 0.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                75




     Nota¸ao: Usamos γ0 ⇒i γi para indicar i passos na
          c˜
     seq¨ˆncia. Usamos γ0 ⇒∗ γi para indicar um n´mero
        ue                                        u
     finito de passos.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                       76




     ex: (z:=x; x:=y); y:=z e s0 = [x → 5, y → 7, z → 0].
     Seq¨ˆncia de deriva¸ao:
         ue              c˜

      (z:=x; x:=y); y:=z, s0   ⇒   x:=y; y:=z, s0 [z → 5]
                               ⇒   y:=z, (s0 [z → 5])[x → 7]
                               ⇒ ((s0 [z → 5])[x → 7])[y → 5]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  77




     Cada passo da deriva¸˜o corresponde a uma ´rvore de
                         ca                       a
     deriva¸˜o. Assim, para o primeiro passo ter´
           ca                                   ıamos:


                           z:=x,s0 ⇒s0 [z→5]
                     z:=x;x:=y,s0 ⇒ x:=y,s0 [z→5]
         (z:=x; x:=y); y:=z, s0 ⇒ x:=y; y:=z, s0 [z → 5]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                   78




     ex: Seja s x = 3 e
     y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1). O primeiro
     passo ´:
           e



         y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s ⇒

          while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                79




     ´
     Arvore:
                        y:=1, s ⇒ s[y → 1]
         y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s ⇒
          while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1]

     Observa¸˜o: usa-se [assSOS ] e [comp2 ].
            ca                           SOS
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                  80




     Reescrevendo o la¸o como um condicional:
                      c

           if ¬(x = 1) then ((y:=y∗x; x:=x−1); while

       ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1)) else skip, s[y → 1]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                               81




     Segundo [if tt ], o passo seguinte resultar´ em:
                 SOS                            a

                         (y:=y∗x; x:=x−1);

         while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     82




     Usando-se [assSOS ], [comp2 ] e [comp1 ], obtem-se a
                               SOS        SOS
     transi¸ao:
           c˜

                         (y:=y∗x; x:=x−1);
         while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1] ⇒
       x:=x−1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                83




     ´
     Arvore:
                         y:=y∗x,s[y→1] ⇒s[y→3]
                 y:=y∗x;x:=x−1,s[y→1] ⇒ x:=x−1,s[y→3]

                        (y:=y∗x; x:=x−1);
        while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1] ⇒
                              x:=x−1;
         while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3]
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                      84




     Usando [assSOS ] e [comp2 ] obtemos a pr´xima
                             SOS             o
     configura¸ao:
             c˜

      while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3][x → 2]

     Continuando, chegaremos ao estado final s[y → 6][x → 1].
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                               85




     Exerc´ıcio: Seja s = [x → 17, y → 5]. Construa a
     seq¨ˆncia de deriva¸ao do comando:
        ue               c˜

             z:=0; while y ≤ x do (z:=z+1; x:=x−y)
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     86


     Importante observar que a linguagem exemplo While n˜o
                                                        a
     possui configura¸˜es emperradas.
                    co
     A execu¸ao de um comando S no estado s:
            c˜
       • termina se e somente se existe uma seq¨ˆncia de
                                               ue
         deriva¸ao finita come¸ando com S, s ;
               c˜            c
       • entra em loop se e somente se existe uma seq¨ˆncia
                                                     ue
         de deriva¸˜o infinita come¸ando com S, s .
                  ca              c
     Dizemos que s execu¸ao de S em s termina com sucesso
                         c˜
     se S, s ⇒∗ s , para algum estado s . Na linguagem
     exemplo While a execu¸ao termina com sucesso se e
                            c˜
     somente se termina pois n˜o existem configura¸˜es
                               a                  co
     emperradas.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                      87



     8.2.1   Propriedades da Semˆntica
                                a

     Lema 1 Se S1 ; S2 , s ⇒k s , ent˜o existe um estado s e
                                        a
     n´meros naturais k1 e k2 tal que S1 , s ⇒k1 s e
      u
      S2 , s ⇒k2 s , onde k = k1 + k2 .
     Prova: (por indu¸˜o sobre o tamanho da seq¨ˆncia de
                     ca                        ue
     deriva¸˜o)
           ca
     Base: k = 0 (por vacuidade)
     Passo: Assumimos como hip´tese que o enunciado vale
                                  o
     para todo k ≤ k0 . Assumimos S1 ; S2 , s ⇒k0 +1 s ou
      S1 ; S2 , s ⇒ γ ⇒k0 s para alguma configura¸˜o γ.
                                                  ca
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                       88


     O primeiro passo pode ser resultado de [comp1 ] ou
                                                 SOS
     [comp2 ]:
          SOS

      1. [comp1 ] e γ = S1 ; S2 , s , ou seja
              SOS

                         S1 ; S2 , s ⇒ S1 ; S2 , s

         Logo, S1 , s ⇒ S1 , s e S1 ; S2 , s ⇒k0 s .
         Esta segunda seq¨ˆncia satisfaz a hip´tese indutiva.
                         ue                   o
         Assim, existe um estado s0 e n´meros k1 e k2 tal que
                                        u

                    S1 , s ⇒k1 s0 e S2 , s0 ⇒k2 s

         onde k1 + k2 = k0 . Logo, S1 , s ⇒k1 +1 s0 e
          S2 , s0 ⇒k2 s , e como (k1 + 1) + k2 = k0 + 1, est´
                                                            a
         provado o resultado;
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                     89




      2. [comp2 ] e γ = s . Assim, S1 , s ⇒ s e
                SOS
          S2 , s ⇒k0 s . O resultado fica provado fazendo-se
         k1 = 1 e k2 = k0 .
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                      90




     Exerc´ ıcio: Prove que se S1 , s ⇒k s ent˜o a
      S1 ; S2 , s ⇒k S2 , s , isto ´, a execu¸˜o de S1 n˜o ´
                                   e         ca         a e
     influenciada pelo comando que o segue.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                              91




     Teorema 3 A semˆntica operacional estruturada ´
                     a                             e
     determin´
             ıstica.
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                92




     8.2.2   Fun¸˜o Semˆntica
                ca     a

                 SSOS : Smt → (State → State) ,
     dado por:
                              
                                 s     Se S, s ⇒∗ s
              SSOS [[S]]s =
                               undef   caso contr´rio
                                                  a
8      ˆ
    SEMANTICA OPERACIONAL                                         93



     8.3    Um Resultado de Equivalˆncia
                                   e

     Teorema 4 Para todo comando S da linguagem exemplo
     While n´s temos Sns [[S]] = SSOS [[S]].
            o
     Este teorema expressa duas propriedades:
      1. Se a execu¸˜o de S, come¸ando em algum estado,
                   ca              c
         termina em uma semˆntica, ent˜o ela tamb´m
                              a          a           e
         termina na outra, e os estados resultantes s˜o iguais;
                                                     a
      2. Se a execu¸˜o de S, para algum estado, entra em
                   ca
         loop em uma semˆntica ent˜o tamb´m entra em loop
                          a         a      e
         na outra.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                             94




     9    Semˆntica Denotacional
             a
     Semˆntica Operacional Como ocorre a execu¸˜o do
         a                                    ca
        comando;
     Semˆntica Denotacional O efeito da execu¸ao do
         a                                   c˜
        comando.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    95




      • Na abordagem denotacional cada constru¸ao sint´tica
                                              c˜      a
        ´ mapeada, por uma fun¸˜o semˆntica, para um
        e                      ca     a
        objeto matem´tico (de um modo geral uma fun¸ao);
                    a                                c˜
      • Exemplos de fun¸oes semˆnticas denotacionais: A
                        c˜      a
        (mapeia express˜es aritm´ticas para fun¸oes em
                       o        e              c˜
        State → Z) e B (mapeia express˜es booleanas para
                                        o
        fun¸˜es em State → T);
           co
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   96




      • Fun¸oes Sns e SSOS s˜o exemplos de fun¸˜es
            c˜              a                  co
        semˆnticas que mapeiam comandos em fun¸oes em
            a                                     c˜
        State → State, no entanto, elas n˜o s˜o exemplos
                                          a a
        de fun¸oes denotacionais porque elas n˜o s˜o
               c˜                             a a
        definidas de forma composicional ;
      • Na semˆntica denotacional, estruturas de la¸o de
                a                                  c
        repeti¸˜o s˜o interpretadas usando-se pontos fixos:
              ca a
         – pontos fixos s˜o ra´ de uma equa¸˜o funcional ;
                        a    ızes         ca
         – um funcional ´ uma fun¸˜o que mapeia uma fun¸ao
                        e        ca                    c˜
           em outra fun¸˜o.
                       ca
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    97




     9.1     Composicionalidade

     Significa expressar uma propriedade de uma estrutura em
     fun¸ao da composi¸ao das propriedades de suas
        c˜             c˜
     sub-estruturas.
     ex: A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s+A[[a2 ]]s
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   98


     9.2   Ponto Fixo
     Um funcional mapeia uma fun¸˜o em outra fun¸ao.
                                ca              c˜
     Seja F um funcional, ent˜o:
                             a
                     F g1 = g2
                     F g0 = g0 (ponto fixo)
                    F k g0 = g0

     ex: F g = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x∗g(x − 1),
                              a              a
     e o ponto fixo de F ´ a fun¸˜o fatorial. Ou seja,
                          e     ca
     F g0 = g0 e g0 ´ a fun¸ao fatorial.
                    e       c˜
     Observa¸˜o: usamos uma linguagem de programa¸˜o
             ca                                  ca
     funcional hipot´tica neste exemplo.
                    e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      99




     Seja g1 (x) = x2 . Ent˜o:
                           a

     F g1 = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x ∗ (x − 1)2 = g2
                        a              a

     e g1 = g2 .
     Seja g0 (x) = x!. Ent˜o:
                          a

     F g0 = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x ∗ ((x − 1)!) =
                        a              a

           se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x! = x! = g0
                       a              a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                                    100




     9.3     Defini¸˜o
                  ca

                      Sds [[x:=a]]s = s[x → A[[a]]s]
                        Sds [[skip]] = id
                      Sds [[S1 ; S2 ]] = Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]]
     Sds [[if b then S1 else S2 ]] = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]])
             Sds [[while b do S]] = FIX F

     Onde F g = cond(B[[b]], g ◦ Sds [[S]], id).
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                             101




     Explica¸ao:
            c˜


                     Sds [[x:=a]]s = s[x → A[[a]]s]

     Observa¸˜o: corresponde a [assns ] e [assSOS ].
            ca


                            Sds [[skip]] = id

     Observa¸˜o: id ´ a fun¸˜o identidade.
            ca      e      ca
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       102




                  Sds [[S1 ; S2 ]] = Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]]

     Observa¸˜o: isto significa que o efeito da execu¸ao de
               ca                                    c˜
     S1 ; S2 ´ a composi¸ao funcional do efeito da execu¸ao de
             e          c˜                              c˜
     S1 com o efeito da execu¸˜o de S2 .
                              ca
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                                    103




     Sds [[S1 ; S2 ]]s = (Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]])s =
                         
                          s
                                               se existe s tal que
                         
                         
                         
                         
                         
                                       Sds [[S1 ]]s = s e Sds [[S2 ]]s = s
                         
                         
                         
                          undef              se Sds [[S1 ]]s = undef ou
                       =
                         
                                               se existe s tal que
                         
                         
                         
                         
                         
                                                   Sds [[S1 ]]s = s e
                         
                         
                         
                                                Sds [[S2 ]]s = undef
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                                     104




      Sds [[if b then S1 else S2 ]] = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]])

     Observa¸˜o: a fun¸˜o auxiliar cond tem funcionalidade
            ca        ca

           cond : (State → T) × (State → State) ×
                (State → State) → (State → State)

     e ´ definida por:
       e
                                     
                                      g s se p s = tt
                                        1
                cond(p, g1 , g2 )s =
                                      g2 s se p s = ff
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      105




                  Sds [[if b then S1 else S2 ]]s =

        = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]])s
          
           s
                       se B[[b]]s = tt e Sds [[S1 ]]s = s ou
          
          
          
                           se B[[b]]s = ff e Sds [[S2 ]]s = s
        =
           undef se B[[b]]s = tt e Sds [[S1 ]]s = undef ou
          
          
          
          
          
                        se B[[b]]s = ff e Sds [[S2 ]]s = undef
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                        106




                    Sds [[while b do S]] = FIX F

     Observe que:

     while b do S = if b then (S; while b do S) else skip

     e aplicando a defini¸ao de Sds ao lado direito resulta em:
                        c˜

                        Sds [[while b do S]] =

           = cond(B[[b]], Sds [[while b do S]] ◦ Sds [[S]], id)
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       107



      • N˜o podemos usar esta ultima express˜o, pois ela
         a                     ´            a
        n˜o est´ definida de forma composicional ;
         a     a
      • No entanto, isto expressa que Sds [[while b do S]] ´ o
                                                           e
        ponto fixo do funcional definido por:

                    F g = cond(B[[b]], g ◦ Sds [[S]], id)

         ou seja,

              Sds [[while b do S]] = F (Sds [[while b do S]])

      • Agora, esta nova defini¸ao respeita a
                              c˜
        composicionalidade.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                            108




                   Sds [[while b do S]] = FIX F
     e a funcionalidade da fun¸˜o auxiliar FIX ´
                              ca               e

        FIX : ((State → State) → (State → State)) →

                        (State → State)
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                     109




     ex: Seja o seguinte comando:

                    while ¬(x = 0) do skip

     O funcional correspondente ´:
                                e
                            
                             g s se s x = 0
                   (F g)s =
                             s se s x = 0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  110


     Determina¸ao do funcional:
              c˜

            Sds [[while ¬(x = 0) do skip]]s = (FIX F )s

      (F g)s = cond(B[[¬(x = 0)]], g ◦ Sds [[skip]], id)s
               
                g ◦ S [[skip]]s se B[[¬(x = 0)]]s = tt
                       ds
             =
                      id s        se B[[¬(x = 0)]]s = ff
               
                g s se s x = 0
             =
                s se s x = 0

     Observa¸˜o: g ◦ Sds [[skip]]s = g ◦ id s = g s, pois
              ca
     g ◦ id = g.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                     111


     A fun¸ao g1 definida como:
          c˜
                          
                           undef se s x = 0
                   g1 s =
                           s     se s x = 0

     ´ ponto fixo de F porque
     e
                           
                            g s se s   x=0
                               1
               (F g1 )s =
                            s se s     x=0
                           
                            undef se   sx=0
                        =
                            s     se   sx=0
                        = g1 s
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                          112




     J´, por sua vez, g2 , definida como:
      a

                     g2 s = undef para todo s

     n˜o ´ ponto fixo de F porque se s x = 0 ent˜o
      a e                                      a
     (F g2 )s = s , enquanto que g2 s = undef.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 113



      • Existem funcionais com mais de um ponto fixo. Um
        exemplo ´ F , j´ que qualquer fun¸˜o g de
                e      a                 ca
        State → State satisfazendo g s = s se s x = 0 ´
                                                      e
        ponto fixo de F ;
      • Existem tamb´m funcionais que n˜o tem ponto fixo.
                     e                  a
        Considere F1 definido como:
                          
                           g      se g = g2
                              1
                   F1 g =
                           g2 caso contr´rio
                                           a

         Se g1 = g2 ent˜o n˜o existe fun¸ao g0 tal que
                       a a              c˜
         F1 g0 = g0 .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                             114




     Exerc´
          ıcio: Determine o funcional F associado ao
     comando:
                  while ¬(x = 0) do x:=x − 1
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     115




     Solu¸ao:
         c˜

         Sds [[while ¬(x = 0) do x:=x − 1]]s = (FIX F )s

     (F g)s = cond(B[[¬(x = 0)]], g ◦ Sds [[x:=x − 1]], id)s
              
               g ◦ S [[x:=x − 1]]s se B[[¬(x = 0)]]s = tt
                      ds
            =
                        id s          se B[[¬(x = 0)]]s = ff
              
               g s[x → s x − 1] se s x = 0
            =
                         s          se s x = 0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 116


     Exerc´
          ıcio: Considere as seguintes fun¸˜es parciais:
                                          co
      1. g1 s = undef para todo s
      2.                   
                            s[x → 0] se s x ≥ 0
                    g2 s =
                            undef se s x  0

      3.                   
                            s[x → 0] se s x ≥ 0
                    g3 s =
                                s    se s x  0
      4. g4 s = s[x → 0] para todo s
      5. g5 s = s para todo s
     Determine quais s˜o pontos fixos de F .
                      a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    117




     Exerc´
          ıcio: Considere o seguinte fragmento de programa:

             while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x − 1)

     Determine o funcional F associado ao programa.
     Determine tamb´m ao menos dois pontos fixos de F .
                    e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      118




     9.4   Requisitos sobre o Ponto Fixo

     Perante o problema de haver mais de um ponto fixo, ou
     de n˜o existir nenhum, se faz necess´rio:
         a                               a
      • Definir os requisitos de um ponto fixo e mostrar que
        ao menos um ponto fixo preenche estes requisitos;
      • Mostrar que todos os funcionais obtidos da linguagem
        While tem um ponto fixo que satisfaz estes requisitos.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     119




     Seja o comando while b do S. Quanto a termina¸ao,
                                                  c˜
     existem trˆs possibilidades:
               e
      1. Ele termina;
      2. Ele entra em loop localmente, ou seja, S entra em
         loop;
      3. Ele entra em loop globalmente, ou seja, a estrutura
         while entra em loop.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   120




      1. Caso em que o la¸o termina: Assim, existe uma
                           c
         seq¨ˆncia de estados s0 , s1 , . . . , sn tal que
            ue
                                  
                                   tt se i  n
                       B[[b]]si =
                                   ff se i = n

         e
                      Sds [[S]]si = si+1 para i  n
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    121


         Seja g0 um ponto fixo de F . Logo, no caso i  n
         temos:
                g0 si = (F g0 )si
                       = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)si
                       = g0 (Sds [[S]]si )
                       = g0 si+1

         No caso i = n, temos:
                g0 sn = (F g0 )sn
                       = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)sn
                       = id sn
                       = sn
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 122




         Conclui-se que todos os pontos fixos satisfazem
         g0 s0 = sn , n˜o sendo poss´ tirar daqui nenhum
                       a            ıvel
         requisito.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 123




      2. Caso em que o la¸o entra em loop localmente, ou
                                 c
         seja, S entra em loop: Existe uma seq¨ˆncia de
                                              ue
         estados s0 , s1 , . . . , sn tal que

                       B[[b]]si = tt para i ≤ n

         e                      
                                 s     para i  n
                                    i+1
                  Sds [[S]]si =
                                 undef para i = n
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     124




         Seja g0 um ponto fixo do funcional F . No caso i  n
         obtemos:
                             g0 si = g0 si+1
         e no caso i = n obtemos:

                g0 sn = (F g0 )sn
                       = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)sn
                       = (g0 ◦ Sds [[S]])sn
                       = undef

         E novamente n˜o se obtem nenhum requisito.
                      a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                           125


      3. Caso em que o la¸o entra em loop globalmente, ou
                           c
         seja, a estrutura while entra em loop: Existe um
         seq¨ˆncia infinita de estados s0 , s1 , s2 , . . . tal que
            ue

                          B[[b]]si = tt para todo i

         e
                        Sds [[S]]si = si+1 para todo i

         Seja g0 um ponto fixo de F , ent˜o
                                        a

                               g0 si = g0 si+1

         para todo i ≥ 0. E temos g0 s0 = g0 si para todo i.
         Esta ´ a situa¸ao em que podemos ter v´rios pontos
              e        c˜                        a
         fixos diferentes.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       126

         ex:
                     S = while ¬(x = 0) do skip
         cujo funcional ´
                        e
                              
                               g s se s x = 0
                     (F g)s =
                               s se s x = 0

         Sabemos que qualquer fun¸ao g de State → State
                                     c˜
         satisfazendo g s = s se s x = 0 ´ ponto fixo de F . No
                                         e
         entanto, nossa experiˆncia computacional nos diz que
                                 e
                                 
                                  undef se s x = 0
                                              0
                   Sds [[S]]s0 =
                                  s0     se s0 x = 0

         de forma a representar o comportamento do loop.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     127




         Assim, nosso ponto fixo preferencial ´
                                             e
                            
                             undef se s x = 0
                     g0 s =
                             s       se s x = 0

         A propriedade distintiva deste ponto fixo ´ que para
                                                  e
         qualquer outro ponto fixo g de F , se g0 s = s ent˜o
                                                           a
         g s = s , mas n˜o o contr´rio.
                        a          a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   128




         Generalizando para qualquer funcional F : O ponto
         fixo desejado deve ser alguma fun¸ao parcial
                                         c˜
         g0 : State → State tal que:
         • g0 ´ um ponto fixo de F ;
              e
         • se g ´ outro ponto fixo de F , ent˜o g0 s = s
                e                           a
           implica g s = s , para todos os s e s .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 129




     9.5   Teoria de Pontos Fixos
      • Desenvolver uma teoria que permita tratar com
        funcionais e pontos fixos;
      • Garantir a existˆncia do ponto fixo preferencial.
                        e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       130




     Seja a ordem    sobre as fun¸oes parciais State → State:
                                 c˜

                              g1   g2

     quando a fun¸˜o parcial g1 compartilha seus resultados
                   ca
     com a fun¸˜o parcial g2 , ou seja, se g1 s = s ent˜o
                ca                                     a
     g2 s = s , para todo s e s .
     g1 g2 significa que em todos os pontos em que g1 ´   e
     definido, g2 tamb´m o ´, e os seus valores s˜o iguais, mas
                      e     e                   a
     o inverso n˜o ´ exigido. g1 g2 pode ser lido como g1 ´
                a e                                         e
     menos ou igualmente definido que g2 ou g1 aproxima g2 .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL               131


                             g
                                 1
             1                       a

             2                       b

             3                       c




                             g
                                 2
              1                      a

              2                      b

              3                      c
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                      132




     ex:
                      g1 s = s para todo s
                       
                        s         se s x ≥ 0
                g2 s =
                        undef caso contr´rio
                                           a
                         
                            s   se s x = 0
                g3 s =
                        undef caso contr´rio
                                         a
                       
                        s       se s x ≤ 0
                g4 s =
                        undef caso contr´rio
                                         a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                             133




                              g1   g1
                         g2   g1   g2   g2
               g3   g1   g3   g2   g3   g3   g3   g4
                         g4   g1   g4   g4
                         g2   g4   g4   g2
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   134




     Diagrama de Hasse:

                                        g1 e
                                    }        ee
                                  }}           ee
                               }}}               ee
                             }}                    e
                          g2 e                          g4
                              ee                    }
                                ee               }}}
                                  ee           }}
                                    e        }}
                                        g3
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       135


     Exerc´
          ıcio: Sejam g1 , g2 e g3 , como a seguir definidos:
                       
                        s             se s x ´ par
                                               e
              g1 s =
                        undef caso contr´rio    a
                       
                        s           se s x ´ um primo
                                             e
              g2 s =
                        undef          caso contr´rio
                                                   a
              g3 s = s
      1. Determine a ordem entre estas fun¸˜es;
                                          co
      2. Determine uma fun¸˜o parcial g4 tal que g4
                          ca                              g1 ,
         g4 g2 e g4 g3 ;
      3. Determine uma fun¸˜o parcial g5 tal que g1 g5 ,
                          ca
         g2 g5 e g5 g3 , e g5 n˜o ´ igual a g1 , g2 nem a g3 .
                               a e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  136




     Uma caracteriza¸ao alternativa da ordem
                    c˜                           em
     State → State ´e

          g1   g2 se e somente se graph(g1 ) ⊆ graph(g2 )

     onde graph(f ) = { x, y ∈ X × Y |f (x) = y} e
     f :X →Y.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                            137




     O conjunto State → State munido da ordem ´ um e
     exemplo de um conjunto parcialmente ordenado.
     Seja D um conjunto e d, d1 , d2 , d3 ∈ D. Um conjunto
     parcialmente ordenado ´ um par (D, D ), onde D ´
                           e                              e
     uma rela¸ao em D satisfazendo:
             c˜
      1. d    D   d (reflexividade);
      2. d1 D d2 e d2 D d3 implica d1          D   d3
         (transitividade);
      3. d1   D   d2 e d2   D   d1 implica d1 = d2 (anti-simetria).
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  138




     Um elemento d ∈ D satisfazendo d d para todo d ∈ D
     ´ chamado de elemento m´nimo de D. Podemos dizer que
     e                        ı
     ele n˜o cont´m informa¸˜o.
          a      e         ca
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  139




     Teorema 5 Se um conjunto parcialmente ordenado
     (D, D ) tem um elemento m´nimo d, ent˜o d ´ unico.
                              ı           a    e´
     Prova: Assuma que D tem dois elementos m´nimos d1 e
                                              ı
     d2 . Desde que d1 ´ elemento m´nimo, d1 d2 . Como d2
                       e           ı
     tamb´m ´ elemento m´nimo, d2 d1 . Pela propriedade
           e e              ı
     da anti-simetria de obtemos d1 = d2 .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    140




                                 1 aa
                            ÑÑ        aa
                          ÑÑ            aa
                       ÑÑÑ                a
                     2 aa                      3 aa
                         aa              ÑÑÑ      aa
                           aa          ÑÑ           aa
                             a       ÑÑ               a
                                 4                        5
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 141


     ex: Seja S um conjunto n˜o vazio e defina:
                             a

                      P(S) = {K|K ⊆ S}

     chamado conjunto das partes.
     Ent˜o (P(S), ⊆) ´ um conjunto parcialmente ordenado
        a            e
     porque
      • ⊆ ´ reflexiva: K ⊆ K;
          e
      • ⊆ ´ transitiva: se K1 ⊆ K2 e K2 ⊆ K3 ent˜o
          e                                     a
        K1 ⊆ K3 ;
      • ⊆ ´ anti-sim´trica: se K1 ⊆ K2 e K2 ⊆ K1 ent˜o
          e         e                               a
        K1 = K2 .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                             142


     No caso em que S = {a, b, c},
     P(S) = {∅, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c}, {a, b, c}}, e
     temos:
                                   {a, b, c}
                                  t            tt
                                tt               tt
                               t                   tt
                            ttt                      tt
                          tt                           t
                    {a, b}          {a, c}               {b, c}
                          tt                   tt
                             tt ttt              tt ttt
                                                    tt
                               tt
                              ttt t
                            tt t tt               t
                                                     t
                                                   tt ttt
                          tt                   ttt       t
                     {a} t            {b}                    {c}
                             tt                         t
                               tt                    ttt
                                 tt
                                   tt             ttt
                                     tt         tt
                                              tt
                                          ∅
     (P(S), ⊆) tem um elemento m´
                                ınimo, ∅.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   143




     Exerc´ıcio: Mostre que (P(S), ⊇) ´ um conjunto
                                      e
     parcialmente ordenado e determine o elemento m´ınimo.
     Desenhe o diagrama de Hasse no caso em que
     S = {a, b, c}.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                     144




     Lema 2 (State → State, ) ´ um conjunto
                                  e
     parcialmente ordenado. A fun¸˜o parcial
                                 ca
     ⊥ : State → State definida como

                    ⊥ s = undef para todo s

     ´ o elemento m´nimo de State → State.
     e             ı
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    145


     Prova: Primeiro provamos que    ´ ordem parcial:
                                     e
     Reflexiva Trivialmente g     g, porque g s = s implica
        g s=s;
     Transitiva Assumimos g1 g2 e g2 g3 . Assumimos
        g1 s = s e de g1 g2 concluimos g2 s = s , e ent˜o
                                                       a
        g2 g3 fornece g3 s = s ;
     Anti-sim´trica Assumimos g1 g2 e g2 g1 .
              e
        Assumimos que g1 s = s . Ent˜o, g2 s = s segue de
                                      a
        g1 g2 , e neste caso ambas as fun¸˜es d˜o valores
                                          co     a
        iguais. No caso em que g1 s = undef, ´ necess´rio
                                               e      a
        que g2 s = undef, j´ que caso contr´rio, g2 s = s e
                           a               a
        de g2 g1 obteriamos g1 s = s , que ´ uma
                                             e
        contradi¸˜o.
                ca
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                146




     Finalmente, temos que provar que ⊥ ´ o elemento
                                         e
       ı                         ´ a
     m´nimo de State → State. E f´cil ver que ⊥ ´ um
                                                  e
     elemento de State → State e trivialmente ⊥ g vale
     para todos g, dado que ⊥ s = s implica g s = s por
     vacuidade.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      147




     Formalizando os requisitos de FIX F :
      • FIX F ´ ponto fixo de F , isto ´, F (FIX F ) = FIX F ;
              e                       e
      • FIX F ´ o menor ponto fixo de F , isto ´, se F g = g
               e                              e
        ent˜o FIX F g.
           a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    148




     Exerc´
          ıcio: Mostre que se F tem um menor ponto fixo g0
     ent˜o g0 ´ unico.
        a     e´
     Exerc´ıcio: Determine o menor ponto fixo dos funcionais
     associados aos programas:
      1. while ¬(x = 0) do x:=x − 1
      2. while ¬(x = 1) do (y:=y ∗ x; x:=x − 1)
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    149


      • Seja (D, ), e assumimos um subconjunto Y ⊆ D;
      • Existe um elemento de D que resume toda a
        informa¸˜o de Y ;
                ca
      • Um elemento d ´ chamado de limite superior de Y se:
                      e

                             ∀d ∈ Y d   d

      • Um limite superior d de Y ´ um menor limite
                                   e
        superior (ou supremo) se e somente se

             d ´ limite superior de Y implica que d
               e                                      d

      • O supremo de Y tem pouca informa¸ao a mais que a
                                        c˜
        presente nos elementos de Y .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     150




     Exerc´ıcio: Mostre que se Y tem um supremo, ent˜o ele ´
                                                    a      e
     unico.
     ´
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 151




     Nota¸ao: o (´nico) supremo de Y ´ denotado por
         c˜      u                   e                Y.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      152




     Um subconjunto Y ´ chamado de cadeia se ele ´
                         e                          e
     consistente no sentido que quaisquer dois elementos de Y
     compartilham informa¸ao um com o outro, ou seja,
                            c˜

                  ∀d1 , d2 ∈ Y d1   d2 ∨ d2   d1
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      153




     ex: Considere o conjunto parcialmente ordenado
     (P({a, b, c}), ⊆). Ent˜o, o subconjunto
                           a

                        Y0 = {∅, {a}, {a, c}}

     ´ uma cadeia. Neste caso, {a, b, c} e {a, c} s˜o limites
     e                                             a
     superiores de Y0 e {a, c} ´ o supremo.
                               e
     contra-ex: O subconjunto {∅, {a}, {c}, {a, c}} n˜o ´ uma
                                                     a e
     cadeia. Por que?
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      154


     ex: Seja gn : State → State definido como:
                    
                     undef
                                    se s x  n
                    
            gn s =    s[x → −1] se 0 ≤ s x e s x ≤ n
                    
                    
                    
                          s          se s x  0

     e gn   gm se n ≤ m.
     Seja Y0 = {gn |n ≥ 0}. Y0 ´ uma cadeia porque gn
                               e                        gm se
     n ≤ m. A fun¸ao parcial
                   c˜
                        
                         s[x → −1] se 0 ≤ s x
                 gs=
                               s     se s x  0

     ´ o supremo de Y0 .
     e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     155




     Exerc´
          ıcio: Seja gn a fun¸ao parcial definida por:
                             c˜
             
              s[y → (s x)!][x → 1] se 0  s x e s x ≤ n
      gn s =
                       undef          se s x ≤ 0 ou s x  n

     Definimos Y0 = {gn |n ≥ 0}. Mostre que Y0 ´ uma cadeia.
                                                 e
     Caracterize os limites superiores de Y0 e determine o
     supremo.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      156




     Um conjunto parcialmente ordenado (D, ) ´ chamado
                                                 e
     de cadeia completa parcialmente ordenada (ccpo) se Y
     existe para todas as cadeias Y de D. Ele ´ um reticulado
                                              e
     completo se Y existe para todos os subconjuntos Y de
     D.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      157




     Exerc´
          ıcio: Mostre que (P(S), ⊆) ´ um reticulado
                                     e
     completo e um ccpo para todos os conjuntos n˜o vazios S.
                                                  a
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                                   158




     Contra-exemplo de ccpo: Seja
     Pfin (S) = {K ⊆ S|K ´ finito}. Considere (Pfin (N), ⊆).
                         e
     Ent˜o
         a

         Y = {{0}, {0, 1}, {0, 1, 2}, . . . , {0, 1, 2, . . . , n}, . . .}

     ´ cadeia. A uni˜o cont´vel dos elementos Ai da cadeia ´
     e              a      a                               e
                                  ∞
                                       Ai = N ,
                                 i=1

     por´m ele n˜o pode ser o supremo da cadeia pois n˜o
        e        a                                    a
     pertence a ela.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       159




     Teorema 6 Se (D, ) ´ um ccpo ent˜o existe um
                          e          a
     elemento m´nimo ⊥ dado por ⊥ = ∅.
               ı
     Prova:
      1. ∅ ´ uma cadeia pois ∀d1 , d2 ∈ ∅ d1
           e                                   d2 ∨ d2   d1
         (por vacuidade);
      2. Como (D, ) ´ uma ccpo ent˜o existe
                      e           a               ∅ pois ∅ ⊆ D
         ´ cadeia de D;
         e
      3.   ∅   d, d ∈ D, ent˜o
                            a      ∅ ´ elemento m´
                                     e           ınimo de D.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    160



     Lema 3 (State → State, ) ´ um ccpo. O supremo
                                e
       Y da cadeia Y de State → State ´ dado por:
                                      e

               graph(   Y)=      {graph(g)|g ∈ Y }

     isto ´, ( Y ) s = s se e somente se g s = s para algum
          e
     g ∈Y.
     Observa¸˜es:
            co
      • graph(f ) = { x, y ∈ X × Y |f (x) = y} e
        f :X →Y;
      • State → State n˜o ´ um reticulado, mas ´ um ccpo
                          a e                  e
        e suas cadeias possuem supremo.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   161




     Sejam (D, ) e (D , ) duas ccpo’s e considere a fun¸ao
                                                        c˜
     (total) f : D → D . f ´ monotˆnica se e somente se
                           e      o

                   d1    d2 implica f (d1 )   f (d2 )

     para todos os d1 e d2 .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     162




     Exerc´ıcio: Considere o ccpo (P(N), ⊆). Determine quais
     das seguintes fun¸˜es em P(N) → P(N) s˜o
                       co                     a
     monotˆnicas:
            o
      • f1 (X) = NX
      • f2 (X) = X    {27}
      • f3 (X) = X    {7, 9, 13}
      • f4 (X) = {n ∈ X|n ´ primo}
                          e
      • f5 (X) = {2∗n|n ∈ X}
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    163




     Exerc´
          ıcio: Determine quais dos seguintes funcionais em
     (State → State) → (State → State) s˜o monotˆnicos:
                                             a        o
      • F0 g = g
               
                g     se g = g2
                  1
      • F1 g =                     onde g1 = g2
                g2 caso contr´rio
                               a
                  
                   g s se s x = 0
      • (F g) s =
                   s se s x = 0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    164




     Teorema 7 Sejam (D, ), (D , ) e (D , ) trˆs e
     ccpo’s e sejam f : D → D e f : D → D duas fun¸˜es
                                                   co
     monotˆnicas. Ent˜o, f ◦ f : D → D ´ uma fun¸˜o
            o          a               e        ca
     monotˆnica.
            o
     Prova: Assumimos que d1 d2 . A monotonicidade de f
     resulta em f (d1 )    f (d2 ). A monotonicidade de f
     resulta em f (f (d1 ))     f (f (d2 )), como queriamos
     provar.
     Observa¸˜o: Isto significa que a opera¸˜o de composi¸ao
             ca                           ca            c˜
     de fun¸oes preserva a monotonicidade.
           c˜
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  165




     Lema 4 Sejam (D, ) e (D , ) duas ccpo’s e seja
     f : D → D uma fun¸˜o monotˆnica. Se Y ´ cadeia de D
                          ca       o            e
     ent˜o {f (d)|d ∈ Y } ´ uma cadeia de D . Al´m disto,
         a                e                     e

                       {f (d)|d ∈ Y }   f( Y )

     Observa¸˜o: Isto significa que:
            ca
      • a imagem de uma cadeia sob uma fun¸ao monotˆnica
                                          c˜       o
        tamb´m ´ uma cadeia;
             e e
      • o supremo desta segunda cadeia aproxima a imagem
        do supremo da primeira.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      166




     Prova: Se Y = ∅ o enunciado ´ trivialmente v´lido porque
                                 e               a

                      {f (d)|d ∈ ∅}     f (⊥)
                                 ∅      f (⊥)
                                ⊥       f (⊥)
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                           167




     Assumimos Y = ∅. Seja A = {f (d)|d ∈ Y } e sejam
     d1 , d2 ∈ A. Ent˜o, existe d1 , d2 ∈ Y tal que d1 = f (d1 ) e
                     a
     d2 = f (d2 ). Desde que Y ´ cadeia ent˜o d1 d2 ou
                                e             a
     d2 d1 .
     Pela monotonicidade de f vale o mesmo entre d1 e d2 .
     Ou seja, A ´ cadeia de D .
                e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                       168




     Para a segunda parte da prova, assumimos d ∈ Y . Ent˜o, a
     d     Y , e pela monotonicidade de f , f (d)   f ( Y ).
     Desde que isto vale para todos os d ∈ Y , ent˜o f ( Y ) ´
                                                  a          e
     limite superior de A.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                           169




     Estamos interessados em fun¸oes f que preservem os
                                   c˜
     limites superiores de cadeias, ou seja, que satisfazem:

                        {f (d)|d ∈ Y } = f ( Y )               (1)

     Uma fun¸ao f : D → D definida sobre duas ccpo’s
              c˜
     (D, ) e (D , ) ´ cont´nua se ela ´ monotˆnica e (1)
                      e     ı           e      o
     vale para todas as cadeias n˜o vazias Y .
                                 a
     Observa¸˜o: Isto significa que obtemos a mesma
             ca
     informa¸ao independente de determinarmos o supremo
            c˜
     antes ou depois de aplicar f .
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     170




     Se vale tamb´m ⊥ = f (⊥) ent˜o dizemos que f ´ estrita.
                 e               a                e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                 171




     Lema 5 Sejam (D, ),(D , ) e (D , )trˆs ccpo’s e
                                             e
     sejam f : D → D e f : D → D duas fun¸˜es cont´
                                           co     ınuas.
     Ent˜o, f ◦ f : D → D ´ uma fun¸˜o cont´
         a                 e       ca      ınua.
     Prova: Do Teorema 7 sabemos que f ◦ f ´ monotˆnica.
                                           e      o
     Da continuidade de f obtemos:

                      {f (d)|d ∈ Y } = f ( Y )
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     172




     Desde que {f (d)|d ∈ Y } ´ uma cadeia n˜o vazia de D e
                              e             a
     usando a continuidade de f obtemos:

           {f (d )|d ∈ {f (d)|d ∈ Y }} = f ( {f (d)|d ∈ Y })

     que ´ equivalente a
         e

                    {f (f (d))|d ∈ Y } = f (f ( Y ))

     provando o resultado.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                      173




     Exerc´
          ıcio: Prove que se f e f s˜o estritas, f ◦ f tamb´m
                                    a                      e
     o ´.
       e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                     174




     Exerc´
          ıcio: Mostre que o funcional associado ao programa

                   while ¬(x = 0) do x:=x − 1

     ´ cont´
     e     ınuo.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                  175



     Contra-exemplo de fun¸˜o cont´
                          ca      ınua: Seja
     (P(N ∪ {a}), ⊆) um ccpo. Considere a fun¸˜o
                                              ca
     f : P(N ∪ {a}) → P(N ∪ {a}) definida como:
                      
                          X        se X ´ finito
                                         e
               f X=
                       X ∪ {a} se X ´ infinito
                                        e

     f ´ monotˆnica, j´ que X1 ⊆ X2 implica f X1 ⊆ f X2 .
       e       o          a
     No entanto, n˜o ´ cont´
                     a e       ınua. Considere
     Y = {{0, 1, . . . , n}|n ≥ 0} que ´ uma cadeia, com
                                       e
      Y = N. Aplicando f obtemos:
      {f X|X ∈ Y } = Y = N e f ( Y ) = f N = N ∪ {a}.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                176




     Teorema 8 Seja f : D → D uma fun¸˜o cont´nua sobre
                                      ca     ı
     um ccpo (D, ) com elemento m´nimo ⊥. Ent˜o,
                                 ı           a

                    FIX f =      {f n (⊥)|n ≥ 0}

     define um elemento de D e este elemento ´ o menor
                                            e
     ponto fixo de f .
     Observa¸˜es:
            co
      • f 0 = id e f n+1 = f ◦ f n para n ≥ 0;
      • Esta ´ a defini¸ao de ponto fixo desejado.
             e        c˜
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   177




     Prova:
      1. f 0 (⊥) = ⊥, e ⊥ d para todo d ∈ D. Por indu¸˜o
                                                       ca
         podemos mostrar que f n (⊥) f n (d), j´ que f ´
                                               a       e
         monotˆnica. Segue que f n (⊥) f m (⊥) para n ≤ m.
                 o
         Assim, {f n (⊥)|n ≥ 0} ´ uma cadeia de D e FIX f
                                e
         existe porque D ´ um ccpo;
                          e
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                   178




      2. Precisamos mostrar que FIX f ´ um ponto fixo, isto
                                      e
         ´, f (FIX f ) = FIX f :
         e

               f (FIX f ) = f ( {f n (⊥)|n ≥ 0})
                         =    {f (f n (⊥))|n ≥ 0}
                         =    {f n (⊥)|n ≥ 1}
                         =    ({f n (⊥)|n ≥ 1} ∪ {⊥})
                         =    {f n (⊥)|n ≥ 0}
                         = FIX f
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                    179




      3. Para mostrar que FIX f ´ o menor ponto fixo basta
                                  e
         assumir que d ´ algum outro ponto fixo. Assim,
                        e
         ⊥ d e pela monotonicidade de f obtemos
         f n (⊥) f n (d), para n ≥ 0. Como d ´ ponto fixo,
                                             e
         f n (⊥) d, e sabendo que FIX f ´ supremo da cadeia
                                         e
         {f n (⊥)|n ≥ 0}, FIX f d, o que prova o resultado.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                            180




     ex: Considere o funcional:
                             
                              g s se s x = 0
                  (F g) s =
                              s se s x = 0

     Tomamos ⊥ s = undef para todo s, que ´ o menor
                                          e
     elemento de State → State, para determinar os
     elementos de {F n (⊥)|n ≥ 0}.
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                         181




                   0
              (F       ⊥) s = (id ⊥) s
                            = undef
                   1
              (F       ⊥) s = (F ⊥) s
                              
                               ⊥ s se s x = 0
                            =
                               s se s x = 0
                              
                               undef se s x = 0
                            =
                               s     se s x = 0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                              182




                 2
            (F       ⊥) s = F (F 1 ⊥) s
                            
                             (F 1 ⊥) s    se s x = 0
                          =
                                  s       se s x = 0
                            
                             undef se     sx=0
                          =
                             s       se   sx=0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                                              183




                                    n          n+1
     No caso geral, nos temos F         ⊥=F             ⊥ para n  0.
     Al´m disto,
       e
                    n                   0          1            1
            {F          ⊥|n ≥ 0} = {F       ⊥, F       ⊥} = F       ⊥
                0
     porque F       ⊥ = ⊥. Assim, o menor ponto fixo de F ´ a
                                                         e
     fun¸ao
        c˜                     
                                undef se s x = 0
                        g1 s =
                                s     se s x = 0
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                              184




     Exerc´ıcio: Determine o ponto fixo dos funcionais
     associados aos seguintes comandos:
      1. while ¬(x = 0) do x:=x − 1
      2. while ¬(x = 1) do (y:=y ∗ x; x:=x − 1)
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                             185




     9.6   Existˆncia
                e

     Teorema 9 As equa¸˜es da semˆntica denotacional
                       co          a
     definem uma fun¸˜o total Sds em
                   ca
     Stm → (State → State).
9      ˆ
    SEMANTICA DENOTACIONAL                              186




     9.7   Um Resultado de Equivalˆncia
                                  e

     Teorema 10 Para todo comando S da linguagem
     exemplo While, n´s temos SSOS [[S]] = Sds [[S]].
                     o
10      ˆ           ´
     SEMANTICA AXIOMATICA                                        187




     10     Semˆntica Axiom´tica
               a           a
       • Corre¸˜o parcial: estabelece certa rela¸ao entre os
               ca                                 c˜
         valores iniciais e finais das vari´veis (se o programa
                                          a
         terminar);
       • Corre¸˜o parcial+termina¸ao=corre¸˜o total
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Semântica Formal

  • 1. 1 Semˆntica Formal a Carlos A. P. Campani 22 de julho de 2005
  • 2. 2 Copyright c 2005 Carlos A. P. Campani. ´ E garantida a permiss˜o para copiar, distribuir e/ou a modificar este documento sob os termos da Licen¸a de c Documenta¸ao Livre GNU (GNU Free Documentation c˜ License), Vers˜o 1.2 ou qualquer vers˜o posterior a a publicada pela Free Software Foundation; sem Se¸oes c˜ Invariantes, Textos de Capa Frontal, e sem Textos de Quarta Capa. Uma c´pia da licen¸a ´ inclu´ na se¸ao o c e ıda c˜ intitulada “GNU Free Documentation License”. veja: http://www.ic.unicamp.br/~norton/fdl.html.
  • 3. 3 S´ mula u 1. Introdu¸ao c˜ 2. Abordagens de semˆntica formal a 3. Linguagem exemplo While 4. Sintaxe abstrata
  • 4. 4 5. Revis˜o de Prova de Teoremas a (a) Prova de Implica¸ao c˜ (b) Prova por Redu¸˜o ao Absurdo ca (c) Prova por Indu¸˜o ca i. Indu¸˜o Sobre os Naturais ca ii. Indu¸ao Sobre o Tamanho de uma Seq¨ˆncia c˜ ue iii. Indu¸ao Estrutural c˜
  • 5. 5 6. Semˆntica de express˜es a o (a) N´meros e Numerais u (b) Descrevendo Estados (c) Express˜es aritm´ticas o e (d) Express˜es booleanas o 7. Propriedades da Semˆntica a (a) Vari´veis Livres a (b) Substitui¸ao c˜
  • 6. 6 8. Semˆntica Operacional a (a) Semˆntica Natural a i. Propriedades da Semˆntica a ii. Fun¸˜o Semˆntica ca a (b) Semˆntica Operacional Estruturada a i. Propriedades da Semˆntica a ii. Fun¸˜o Semˆntica ca a (c) Um Resultado de Equivalˆncia e
  • 7. 7 9. Semˆntica Denotacional a (a) Composicionalidade (b) Ponto Fixo (c) Defini¸ao da Semˆntica c˜ a (d) Requisitos sobre o Ponto Fixo (e) Teoria de Pontos Fixos (f) Existˆncia e (g) Um Resultado de Equivalˆncia e
  • 8. 8 10. Semˆntica Axiom´tica a a (a) Provas Diretas de Corre¸˜o de Programas ca i. Semˆntica Natural a ii. Semˆntica Operacional Estruturada a iii. Semˆntica Denotacional a (b) Asser¸oes para Corre¸ao Parcial c˜ c˜ (c) Corre¸ao e Completude do Sistema Formal c˜ (d) Asser¸oes para Corre¸ao Total c˜ c˜
  • 9. 9 Bibliografia • Nielson, H. & Nielson, F. Semantics with Applications: a formal introduction. dispon´ em: ıvel http://www.daimi.au.dk/~bra8130/Wiley_book/ wiley.html; • lˆminas para impress˜o: http: a a //www.ufpel.edu.br/~campani/semantica4.ps.gz.
  • 10. 1 ¸˜ INTRODUCAO 10 1 Introdu¸˜o ca Semˆntica formal preocupa-se em especificar a rigorosamente o significado ou comportamento de programas, partes de hardware, etc. Sintaxe descreve as estruturas de uma linguagem; Semˆntica descreve o significado destas estruturas. a
  • 11. 1 ¸˜ INTRODUCAO 11 A necessidade de uma semˆntica formal (matem´tica) a a para linguagens de programa¸ao justifica-se pois: c˜ • pode revelar ambig¨idades na defini¸˜o da linguagem u ca (o que uma descri¸˜o n˜o formal n˜o permitiria ca a a revelar); • ´ uma base para implementa¸ao (s´ e c˜ ıntese), an´lise e a verifica¸ao formal. c˜
  • 12. 2 ABORDAGENS 12 2 Abordagens Semˆntica Operacional Significado de uma constru¸˜o a ca da linguagem ´ especificado pela computa¸ao que ela e c˜ induz quando executada em uma m´quina hipot´tica a e (interessa como o efeito da computa¸ao ´ produzido); c˜ e Semˆntica Denotacional Significados modelados por a objetos matem´ticos que representam o efeito de a executar uma estrutura (somente o efeito interessa, n˜o como ´ produzido); a e Semˆntica Axiom´tica Especifica propriedades do a a efeito da execu¸ao das estruturas como asser¸˜es c˜ co (alguns aspectos da execu¸ao s˜o ignorados). c˜ a
  • 13. 2 ABORDAGENS 13 Tipos de Semˆntica Operacional: a • Semˆntica Operacional Estruturada (especifica mais a detalhes da execu¸ao); c˜ • Semˆntica Natural (simplifica a nota¸ao e esconde a c˜ detalhes, ao tomar um passo maior).
  • 14. 3 LINGUAGEM EXEMPLO WHILE 14 3 Linguagem Exemplo While n ∈ Num x ∈ Var a ∈ Aexp b ∈ Bexp S ∈ Stm
  • 15. 3 LINGUAGEM EXEMPLO WHILE 15 a ::= n|x|a1 + a2 |a1 ∗ a2 |a1 − a2 b ::= true|false|a1 = a2 |a1 ≤ a2 |¬b|b1 ∧ b2 S ::= x:=a|skip|S1 ; S2 |if b then S1 else S2 |while b do S
  • 16. 3 LINGUAGEM EXEMPLO WHILE 16 ex1: z:=x; x:=y; y:=z ex2: y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1)
  • 17. 4 SINTAXE ABSTRATA 17 4 Sintaxe Abstrata z:=x; x:=y; y:=z S ƒƒƒƒƒ ÐÐ ƒƒƒƒ ÐÐ ƒƒƒA S bb ; S www Ò Ð www ÐÒÒ b0 Ò b ÐÐÐ w8 z := a S bb ; S aa ÑÑ bb1 ÑÑ a a0 ÐÑÑ ÐÑ x x := a y := a y z
  • 18. 4 SINTAXE ABSTRATA 18 S „„„„„ ÓÓ „„„„ ÑÓ „„„A S ww ; www S` Ð ÐÐÐ ww8 ÐÒÒÒ ``0 ` Sd ; S b y := a ÐÐÐ dd1 ~ ~~ b1  b z := a x := a z x y
  • 19. 4 SINTAXE ABSTRATA 19 Usando nota¸ao linear: c˜ • z:=x; (x:=y; y:=z) (mais ` direita); a • (z:=x; x:=y); y:=z (mais ` esquerda). a
  • 20. 4 SINTAXE ABSTRATA 20 Exerc´ıcio: Construa a ´rvore sint´tica de a a y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1).
  • 21. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 21 5 Revis˜o de Prova de Teoremas a 5.1 Prova de Implica¸˜o ca Para provar A → B, assuma A (hip´tese) e deduza B. o A (hip´tese) o ... ... . . . B A→B
  • 22. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 22 ex: Provar que se um n´mero inteiro ´ divis´ por 6 u e ıvel ent˜o tamb´m o ´ por 2. a e e Seja n ∈ Z, tal que n ´ divis´ por 6: e ıvel 1. n ´ divis´ por 6 (hip´tese); e ıvel o 2. n = 6.k, onde k ∈ N; 3. n = 2.3.k; 4. n = 2.k , onde k = 3.k e k ∈ N 5. n ´ divis´ por 2; e ıvel 6. Logo, vale o enunciado.
  • 23. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 23 5.2 Prova por Redu¸˜o ao Absurdo ca Para provar A, suponha ¬A e mostre que isto resulta em uma contradi¸ao (absurdo). c˜ ex: Provar que se um n´mero somado a si mesmo resulta u o n´mero original, ent˜o este n´mero ´ zero. u a u e Suponha que este n´mero ´ x e que: u e x+x=x∧x=0 ent˜o a 2x = x ∧ x = 0 Logo, 2 = 1 (absurdo).
  • 24. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 24 5.3 Prova por Indu¸˜o ca 5.3.1 Indu¸˜o Sobre os Naturais ca P (0) P (n) → P (n + 1) n∈N ∀nP (n) Base P (0); Passo P (n) → P (n + 1); • P (n) ´ a hip´tese indutiva; e o • Ent˜o, tenta-se provar P (n + 1); a Conclus˜o ∀nP (n). a
  • 25. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 25 ex: Provar que o quadrado de um n´mero natural sempre u ´ maior ou igual ao n´mero. e u Base 0 ≤ 02 ; Passo Assumir n ≤ n2 . Ent˜o: a n + 1 ≤ n2 + 1 ≤ n2 + 1 + 2n = (n + 1)2 Conclus˜o ∀n ∈ N n ≤ n2 . a
  • 26. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 26 ıcio: Prove que para todo n ∈ N, 2n n. Exerc´ n(n+1) Exerc´ ıcio: Prove que 1 + 2 + 3 + · · · + n = 2 .
  • 27. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 27 5.3.2 Indu¸˜o Sobre o Tamanho de uma ca Seq¨ˆncia ue 1. Prove que a propriedade vale para todas as seq¨ˆncias de comprimento 0 (base); ue 2. Prove que a propriedade vale para todas as outras seq¨ˆncias: Assuma que a propriedade vale para ue todas as seq¨ˆncias de tamanho menor ou igual a k ue (hip´tese indutiva) e mostre que vale para seq¨ˆncias o ue de tamanho k + 1.
  • 28. 5 ˜ REVISAO DE PROVA DE TEOREMAS 28 5.3.3 Indu¸˜o Estrutural ca Aplica-se sobre as estruturas de uma linguagem: 1. Prove que a propriedade vale para todas as estruturas atˆmicas (ex: P (x:=a) e P (skip)); o 2. Prove que a propriedade vale para qualquer programa: Assuma que vale para as estruturas que formam um comando, e mostre que vale para o comando composto (ex: P (S1 ) ∧ P (S2 ) → P (S1 ; S2 )).
  • 29. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 29 6 Semˆntica de Express˜es a o 6.1 N´ meros e Numerais u N : Num → Z Se n ∈ Num ent˜o escrevemos N [[n]], e usamos [[ e ]] para a enfatizar que N ´ uma fun¸˜o semˆntica. e ca a
  • 30. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 30 N [[0]] = 0 N [[1]] = 1 N [[n 0]] = 2∗N [[n]] N [[n 1]] = 2∗N [[n]]+1 Observa¸˜o: 0 ´ o numeral (0 ∈ Num) e 0 ´ o n´mero ca e e u (0 ∈ Z).
  • 31. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 31 6.2 Descrevendo Estados Estado representa uma associa¸ao entre vari´veis e seus c˜ a valores. State = Var → Z ex: [x → 5, y → 7, z → 0].
  • 32. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 32 6.3 Express˜es aritm´ticas o e A : Aexp → (State → Z) A[[n]]s = N [[n]] A[[x]]s = s x A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s+A[[a2 ]]s A[[a1 ∗ a2 ]]s = A[[a1 ]]s∗A[[a2 ]]s A[[a1 − a2 ]]s = A[[a1 ]]s−A[[a2 ]]s Observa¸˜o: s ´ um estado. ca e
  • 33. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 33 ex: seja s x = 3: A[[x + 1]]s = A[[x]]s+A[[1]]s = (s x)+N [[1]] = 3+1 = 4 Observa¸˜o: na primeira linha, + dentro do [[.]] pertence ca ` linguagem, + ` direita ´ a opera¸ao soma. 1 ´ o a a e c˜ e numeral (1 ∈ Num) e 1 ´ o n´mero (1 ∈ Z). e u
  • 34. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 34 6.4 Express˜es booleanas o B : Bexp → (State → T) T = {tt, ff }
  • 35. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 35 B[[true]]s = tt B[[false]]s = ff   tt se A[[a1 ]]s = A[[a2 ]]s B[[a1 = a2 ]]s =  ff se A[[a1 ]]s = A[[a2 ]]s   tt se A[[a1 ]]s ≤ A[[a2 ]]s B[[a1 ≤ a2 ]]s =  ff se A[[a1 ]]s A[[a2 ]]s   tt se B[[b]]s = ff B[[¬b]]s =  ff se B[[b]]s = tt
  • 36. 6 ˆ ˜ SEMANTICA DE EXPRESSOES 36   tt se B[[b ]]s = tt e B[[b ]]s = tt 1 2 B[[b1 ∧ b2 ]]s =  ff se B[[b1 ]]s = ff ou B[[b2 ]]s = ff
  • 37. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 37 7 Propriedades da Semˆntica a 7.1 Vari´veis Livres a As vari´veis livres de uma express˜o a ´ definida como o a a e conjunto de vari´veis que ocorrem em a. a FV(n) = ∅ FV(x) = {x} FV(a1 + a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 ) FV(a1 ∗ a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 ) FV(a1 − a2 ) = FV(a1 ) ∪ FV(a2 )
  • 38. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 38 Teorema 1 Sejam s e s dois estados satisfazendo que s x = s x para todo x em FV(a). Ent˜o, A[[a]]s = A[[a]]s . a Prova: (por indu¸˜o sobre as express˜es aritm´ticas) ca o e 1. Base: caso n Sabemos que A[[a]]s = N [[n]] e A[[a]]s = N [[n]] e assim A[[a]]s = A[[a]]s ; caso x n´s temos A[[x]]s = s x e A[[x]]s = s x e, pela o hip´tese, s x = s x, j´ que x ∈ FV(x). Logo, o a A[[a]]s = A[[a]]s ;
  • 39. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 39 2. Passo: (supomos que o enunciado vale para a1 e a2 ) caso a1 + a2 Sabemos que A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s + A[[a2 ]]s e A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s + A[[a2 ]]s . Al´m disto, e FV(a1) ⊆ FV(a1 + a2 ) e FV(a2) ⊆ FV(a1 + a2 ). Usando a hip´tese indutiva, A[[a1 ]]s = A[[a1 ]]s e o A[[a2 ]]s = A[[a2 ]]s , e ´ f´cil ver que o enunciado e a vale para a1 + a2 ; casos a1 ∗ a2 e a1 − a2 similares ao anterior.
  • 40. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 40 Exerc´ ıcio: Definir o conjunto FV(b) das vari´veis livres a em uma express˜o booleana b. a Exerc´ıcio: Provar que, dados s e s satisfazendo s x = s x para todo x ∈ FV(b), B[[b]]s = B[[b]]s .
  • 41. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 41 7.2 Substitui¸˜o ca Substitui¸˜o denota a opera¸˜o em que se troca cada ca ca ocorrˆncia de uma vari´vel y de uma express˜o a por e a a uma outra express˜o a0 . a Nota¸ao: a[y → a0 ]. c˜
  • 42. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 42 n[y → a0 ] = n   a se x = y 0 x[y → a0 ] =  x se x = y (a1 + a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) + (a2 [y → a0 ]) (a1 ∗ a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) ∗ (a2 [y → a0 ]) (a1 − a2 )[y → a0 ] = (a1 [y → a0 ]) − (a2 [y → a0 ])
  • 43. 7 ˆ PROPRIEDADES DA SEMANTICA 43 Exerc´ıcio: Prove que A[[a[y → a0 ]]]s = A[[a]](s[y → A[[a0 ]]s]), para todo s. Exerc´ ıcio: Defina a substitui¸ao para express˜es c˜ o booleanas.
  • 44. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 44 8 Semˆntica Operacional a • Express˜es aritm´ticas e booleanas apenas produzem o e um valor, mas n˜o mudam os estados; a • Comandos de programas While mudam o estado; • Semˆntica operacional preocupa-se mais em como os a programas s˜o executados do que meramente com os a resultados destas computa¸oes; c˜
  • 45. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 45 • Abordagens: Semˆntica natural descreve como os resultados a gerais s˜o obtidos; a Semˆntica operacional estruturada descreve como a passos individuais da computa¸˜o ocorrem; ca
  • 46. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 46 • Os significados dos comandos da linguagem ser˜oa descritos por meio de um sistema de transi¸˜es; co • Existem dois tipos de configura¸oes: c˜ S, s significando que o comando S ser´ executado a a partir do estado s; s representando um estado terminal (ou final).
  • 47. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 47 8.1 Semˆntica Natural a [assns ] x:=a, s → s[x → A[[a]]s] [skipns ] skip, s → s S1 ,s →s , S2 ,s →s [compns ] S1 ;S2 ,s →s S1 ,s →s [if tt ] ns if b then S1 else S2 ,s →s se B[[b]]s = tt S2 ,s →s [if ff ] ns if b then S1 else S2 ,s →s se B[[b]]s = ff S,s →s , while b do S,s →s [whilett ] ns while b do S,s →s se B[[b]]s = tt [whileff ] ns while b do S, s → s se B[[b]]s = ff
  • 48. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 48 esquema de axioma ou axioma como em [assns ]; regra como em [compns ]; ´rvore de deriva¸˜o ´ a aplica¸ao dos axiomas e regras a ca e c˜ para deduzir uma transi¸˜o S, s → s . ca Observa¸˜o: x ´ uma meta-vari´vel. ca e a
  • 49. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 49 ex: (´rvore de deriva¸˜o) a ca (z:=x; x:=y); y:=z s0 = [x → 5, y → 7, z → 0] z:=x,s0 →s1 x:=y,s1 →s2 z:=x;x:=y,s0 →s2 y:=z, s2 → s3 (z:=x; x:=y); y:=z, s0 → s3 Observa¸˜o: s1 = s0 [z → 5], s2 = s1 [x → 7] e ca s3 = s2 [y → 5].
  • 50. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 50 Como construir uma ´rvore de deriva¸˜o? a ca Resposta: da raiz para as folhas.
  • 51. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 51 ex: y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1) e s = [x → 3, y → 0]
  • 52. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 52 Raiz: y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s → s61 s61 = s[y → 6][x → 1]
  • 53. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 53 ´rvore T : a y:=1, s → s13 T1 y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s → s61 s13 = s[y → 1] ´rvore T1 : a T2 T3 while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x − 1), s13 → s61 Pois B[[¬(x = 1)]]s13 = tt
  • 54. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 54 ´rvore T2 : a y:=y∗x, s13 → s33 x:=x−1, s33 → s32 y:=y∗x; x:=x − 1, s13 → s32 s33 = s[y → 3] s32 = s[y → 3][x → 2]
  • 55. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 55 ´rvore T3 : a y:=y∗x,s32 →s62 x:=x−1,s62 →s61 y:=y∗x;x:=x−1,s32 →s61 T4 while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s32 → s61 s62 = s[y → 6][x → 2]
  • 56. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 56 ´rvore T4 (folha): a while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s61 → s61 Pois B[[¬(x = 1)]]s61 = ff
  • 57. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 57 Exerc´ ıcio: Construa a ´rvore de deriva¸˜o para o seguinte a ca programa: z:=0; while y ≤ x do (z:=z+1; x:=x−y) com s = [x → 17, y → 5].
  • 58. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 58 A execu¸ao de um comando S no estado s: c˜ • termina se e somente se existe um estado s tal que S, s → s ; • entra em loop se e somente se n˜o existe um estado s a tal que S, s → s .
  • 59. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 59 8.1.1 Propriedades da Semˆntica a S1 e S2 s˜o semanticamente equivalentes se a S1 , s → s se e somente se S2 , s → s para todos os estados s e s .
  • 60. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 60 Provar que while b do S ´ semanticamente equivalente a e if b then (S; while b do S) else skip. Prova: (⇒) Se while b do S, s → s ent˜o a if b then (S; while b do S) else skip, s → s while b do S, s → s Poss´ ıveis ´rvores: a T1 T2 while b do S, s → s Onde T1 ´ a ´rvore com raiz S, s → s e T2 ´ a ´rvore e a e a com raiz while b do S, s → s e B[[b]]s = tt.
  • 61. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 61 S1 , s → s S2 , s → s [compns ] S1 ; S2 , s → s Usando T1 e T2 como premissas da regra [compns ]: T1 T2 S; while b do S, s → s
  • 62. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 62 S1 , s → s [if tt ] ns Se B[[b]]s = tt if b then S1 else S2 , s → s Obtemos: T1 T2 S;while b do S,s →s if b then (S; while b do S) else skip, s → s
  • 63. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 63 Falta provar o caso B[[b]]s = ff . Neste caso, T ´ e simplesmente: while b do S, s →s Usando [skipns ]: skip, s →s
  • 64. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 64 Usando [if ff ]: ns S2 , s → s [if ff ] ns Se B[[b]]s = ff if b then S1 else S2 , s → s skip, s → s if b then (S; while b do S) else skip, s →s
  • 65. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 65 (⇐) Se if b then (S; while b do S) else skip, s → s ent˜o while b do S, s → s a Usando [if tt ]: ns S; while b do S, s → s if b then (S; while b do S) else skip, s → s e B[[b]]s = tt
  • 66. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 66 Usando [compns ]: S,s →s while b do S,s →s S;while b do S,s →s if b then (S; while b do S) else skip, s → s Usando [whilett ]: ns S, s → s while b do S, s → s while b do S, s → s
  • 67. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 67 No caso B[[b]]s = ff : skip, s → s if b then (S; while b do S) else skip, s → s es=s . Usando [whileff ]: ns while b do S, s →s Isto completa a prova.
  • 68. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 68 Exerc´ ıcio: Prove que S1 ; (S2 ; S3 ) e (S1 ; S2 ); S3 s˜o a semanticamente equivalentes. Exerc´ ıcio: Mostre que S1 ; S2 , no geral, n˜o ´ a e semanticamente equivalente a S2 ; S1 .
  • 69. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 69 Uma semˆntica ´ determin´stica se, para todos S, s, s e a e ı s : S, s → s e S, s → s implica s = s . Isto significa que para todo comando S e estado inicial s n´s podemos determinar um unico estado final s se a o ´ execu¸ao de S termina. c˜
  • 70. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 70 Teorema 2 A semˆntica natural ´ determin´ a e ıstica.
  • 71. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 71 8.1.2 Fun¸˜o Semˆntica ca a Sns : Smt → (State → State) Observa¸˜o: usa-se → para fun¸oes parciais. Ou seja: ca c˜ Sns [[S]] ∈ State → State dado por:   s Se S, s → s Sns [[S]]s =  undef caso contr´rio a Observa¸˜o: Sns [[while true do skip]]s = undef para ca todo s (fun¸˜o parcial). ca
  • 72. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 72 8.2 Semˆntica Operacional Estruturada a ˆ • Enfase nos passos individuais da computa¸˜o; ca • Rela¸˜o de transi¸˜o: S, s ⇒ γ (a transi¸ao ca ca c˜ expressa o primeiro passo da computa¸ao), com dois c˜ poss´ ıveis resultados: – γ = S , s significando que a execu¸˜o de S n˜o ca a est´ completa e S , s ´ uma configura¸˜o a e ca intermedi´ria; a – γ = s significando que a execu¸ao de S terminou c˜ e o estado final ´ s ; e • Se diz que S, s emperrou se n˜o existe γ tal que a S, s ⇒ γ.
  • 73. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 73 [assSOS ] x:=a, s ⇒ s[x → A[[a]]s] [skipSOS ] skip, s ⇒ s S1 ,s ⇒ S1 ,s [comp1 ] SOS S1 ;S2 ,s ⇒ S1 ;S2 ,s S1 ,s ⇒s [comp2 ] SOS S1 ;S2 ,s ⇒ S2 ,s [if tt ] SOS if b then S1 else S2 , s ⇒ S1 , s Se B[[b]]s = tt [if ff ] SOS if b then S1 else S2 , s ⇒ S2 , s Se B[[b]]s = ff [whileSOS ] while b do S, s ⇒ if b then (S; while b do S) else skip, s
  • 74. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 74 Uma seq¨ˆncia de deriva¸˜o de um comando S iniciando ue ca no estado s ´: e • uma seq¨ˆncia finita ue γ0 , γ 1 , γ 2 , . . . , γ k de configura¸oes satisfazendo γ0 = S, s , γi ⇒ γi+1 c˜ para 0 ≤ i k, e k ≥ 0, e ou γk ´ uma configura¸˜o e ca terminal ou ´ uma configura¸˜o emperrada; ou e ca • uma seq¨ˆncia infinita ue γ0 , γ 1 , γ 2 , . . . de configura¸oes satisfazendo γ0 = S, s e γi ⇒ γi+1 c˜ para i ≥ 0.
  • 75. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 75 Nota¸ao: Usamos γ0 ⇒i γi para indicar i passos na c˜ seq¨ˆncia. Usamos γ0 ⇒∗ γi para indicar um n´mero ue u finito de passos.
  • 76. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 76 ex: (z:=x; x:=y); y:=z e s0 = [x → 5, y → 7, z → 0]. Seq¨ˆncia de deriva¸ao: ue c˜ (z:=x; x:=y); y:=z, s0 ⇒ x:=y; y:=z, s0 [z → 5] ⇒ y:=z, (s0 [z → 5])[x → 7] ⇒ ((s0 [z → 5])[x → 7])[y → 5]
  • 77. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 77 Cada passo da deriva¸˜o corresponde a uma ´rvore de ca a deriva¸˜o. Assim, para o primeiro passo ter´ ca ıamos: z:=x,s0 ⇒s0 [z→5] z:=x;x:=y,s0 ⇒ x:=y,s0 [z→5] (z:=x; x:=y); y:=z, s0 ⇒ x:=y; y:=z, s0 [z → 5]
  • 78. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 78 ex: Seja s x = 3 e y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1). O primeiro passo ´: e y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s ⇒ while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1]
  • 79. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 79 ´ Arvore: y:=1, s ⇒ s[y → 1] y:=1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s ⇒ while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1] Observa¸˜o: usa-se [assSOS ] e [comp2 ]. ca SOS
  • 80. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 80 Reescrevendo o la¸o como um condicional: c if ¬(x = 1) then ((y:=y∗x; x:=x−1); while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1)) else skip, s[y → 1]
  • 81. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 81 Segundo [if tt ], o passo seguinte resultar´ em: SOS a (y:=y∗x; x:=x−1); while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1]
  • 82. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 82 Usando-se [assSOS ], [comp2 ] e [comp1 ], obtem-se a SOS SOS transi¸ao: c˜ (y:=y∗x; x:=x−1); while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1] ⇒ x:=x−1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3]
  • 83. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 83 ´ Arvore: y:=y∗x,s[y→1] ⇒s[y→3] y:=y∗x;x:=x−1,s[y→1] ⇒ x:=x−1,s[y→3] (y:=y∗x; x:=x−1); while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 1] ⇒ x:=x−1; while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3]
  • 84. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 84 Usando [assSOS ] e [comp2 ] obtemos a pr´xima SOS o configura¸ao: c˜ while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x−1), s[y → 3][x → 2] Continuando, chegaremos ao estado final s[y → 6][x → 1].
  • 85. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 85 Exerc´ıcio: Seja s = [x → 17, y → 5]. Construa a seq¨ˆncia de deriva¸ao do comando: ue c˜ z:=0; while y ≤ x do (z:=z+1; x:=x−y)
  • 86. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 86 Importante observar que a linguagem exemplo While n˜o a possui configura¸˜es emperradas. co A execu¸ao de um comando S no estado s: c˜ • termina se e somente se existe uma seq¨ˆncia de ue deriva¸ao finita come¸ando com S, s ; c˜ c • entra em loop se e somente se existe uma seq¨ˆncia ue de deriva¸˜o infinita come¸ando com S, s . ca c Dizemos que s execu¸ao de S em s termina com sucesso c˜ se S, s ⇒∗ s , para algum estado s . Na linguagem exemplo While a execu¸ao termina com sucesso se e c˜ somente se termina pois n˜o existem configura¸˜es a co emperradas.
  • 87. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 87 8.2.1 Propriedades da Semˆntica a Lema 1 Se S1 ; S2 , s ⇒k s , ent˜o existe um estado s e a n´meros naturais k1 e k2 tal que S1 , s ⇒k1 s e u S2 , s ⇒k2 s , onde k = k1 + k2 . Prova: (por indu¸˜o sobre o tamanho da seq¨ˆncia de ca ue deriva¸˜o) ca Base: k = 0 (por vacuidade) Passo: Assumimos como hip´tese que o enunciado vale o para todo k ≤ k0 . Assumimos S1 ; S2 , s ⇒k0 +1 s ou S1 ; S2 , s ⇒ γ ⇒k0 s para alguma configura¸˜o γ. ca
  • 88. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 88 O primeiro passo pode ser resultado de [comp1 ] ou SOS [comp2 ]: SOS 1. [comp1 ] e γ = S1 ; S2 , s , ou seja SOS S1 ; S2 , s ⇒ S1 ; S2 , s Logo, S1 , s ⇒ S1 , s e S1 ; S2 , s ⇒k0 s . Esta segunda seq¨ˆncia satisfaz a hip´tese indutiva. ue o Assim, existe um estado s0 e n´meros k1 e k2 tal que u S1 , s ⇒k1 s0 e S2 , s0 ⇒k2 s onde k1 + k2 = k0 . Logo, S1 , s ⇒k1 +1 s0 e S2 , s0 ⇒k2 s , e como (k1 + 1) + k2 = k0 + 1, est´ a provado o resultado;
  • 89. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 89 2. [comp2 ] e γ = s . Assim, S1 , s ⇒ s e SOS S2 , s ⇒k0 s . O resultado fica provado fazendo-se k1 = 1 e k2 = k0 .
  • 90. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 90 Exerc´ ıcio: Prove que se S1 , s ⇒k s ent˜o a S1 ; S2 , s ⇒k S2 , s , isto ´, a execu¸˜o de S1 n˜o ´ e ca a e influenciada pelo comando que o segue.
  • 91. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 91 Teorema 3 A semˆntica operacional estruturada ´ a e determin´ ıstica.
  • 92. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 92 8.2.2 Fun¸˜o Semˆntica ca a SSOS : Smt → (State → State) , dado por:   s Se S, s ⇒∗ s SSOS [[S]]s =  undef caso contr´rio a
  • 93. 8 ˆ SEMANTICA OPERACIONAL 93 8.3 Um Resultado de Equivalˆncia e Teorema 4 Para todo comando S da linguagem exemplo While n´s temos Sns [[S]] = SSOS [[S]]. o Este teorema expressa duas propriedades: 1. Se a execu¸˜o de S, come¸ando em algum estado, ca c termina em uma semˆntica, ent˜o ela tamb´m a a e termina na outra, e os estados resultantes s˜o iguais; a 2. Se a execu¸˜o de S, para algum estado, entra em ca loop em uma semˆntica ent˜o tamb´m entra em loop a a e na outra.
  • 94. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 94 9 Semˆntica Denotacional a Semˆntica Operacional Como ocorre a execu¸˜o do a ca comando; Semˆntica Denotacional O efeito da execu¸ao do a c˜ comando.
  • 95. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 95 • Na abordagem denotacional cada constru¸ao sint´tica c˜ a ´ mapeada, por uma fun¸˜o semˆntica, para um e ca a objeto matem´tico (de um modo geral uma fun¸ao); a c˜ • Exemplos de fun¸oes semˆnticas denotacionais: A c˜ a (mapeia express˜es aritm´ticas para fun¸oes em o e c˜ State → Z) e B (mapeia express˜es booleanas para o fun¸˜es em State → T); co
  • 96. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 96 • Fun¸oes Sns e SSOS s˜o exemplos de fun¸˜es c˜ a co semˆnticas que mapeiam comandos em fun¸oes em a c˜ State → State, no entanto, elas n˜o s˜o exemplos a a de fun¸oes denotacionais porque elas n˜o s˜o c˜ a a definidas de forma composicional ; • Na semˆntica denotacional, estruturas de la¸o de a c repeti¸˜o s˜o interpretadas usando-se pontos fixos: ca a – pontos fixos s˜o ra´ de uma equa¸˜o funcional ; a ızes ca – um funcional ´ uma fun¸˜o que mapeia uma fun¸ao e ca c˜ em outra fun¸˜o. ca
  • 97. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 97 9.1 Composicionalidade Significa expressar uma propriedade de uma estrutura em fun¸ao da composi¸ao das propriedades de suas c˜ c˜ sub-estruturas. ex: A[[a1 + a2 ]]s = A[[a1 ]]s+A[[a2 ]]s
  • 98. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 98 9.2 Ponto Fixo Um funcional mapeia uma fun¸˜o em outra fun¸ao. ca c˜ Seja F um funcional, ent˜o: a F g1 = g2 F g0 = g0 (ponto fixo) F k g0 = g0 ex: F g = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x∗g(x − 1), a a e o ponto fixo de F ´ a fun¸˜o fatorial. Ou seja, e ca F g0 = g0 e g0 ´ a fun¸ao fatorial. e c˜ Observa¸˜o: usamos uma linguagem de programa¸˜o ca ca funcional hipot´tica neste exemplo. e
  • 99. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 99 Seja g1 (x) = x2 . Ent˜o: a F g1 = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x ∗ (x − 1)2 = g2 a a e g1 = g2 . Seja g0 (x) = x!. Ent˜o: a F g0 = se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x ∗ ((x − 1)!) = a a se x = 0 ent˜o 1 caso contr´rio x! = x! = g0 a a
  • 100. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 100 9.3 Defini¸˜o ca Sds [[x:=a]]s = s[x → A[[a]]s] Sds [[skip]] = id Sds [[S1 ; S2 ]] = Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]] Sds [[if b then S1 else S2 ]] = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]]) Sds [[while b do S]] = FIX F Onde F g = cond(B[[b]], g ◦ Sds [[S]], id).
  • 101. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 101 Explica¸ao: c˜ Sds [[x:=a]]s = s[x → A[[a]]s] Observa¸˜o: corresponde a [assns ] e [assSOS ]. ca Sds [[skip]] = id Observa¸˜o: id ´ a fun¸˜o identidade. ca e ca
  • 102. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 102 Sds [[S1 ; S2 ]] = Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]] Observa¸˜o: isto significa que o efeito da execu¸ao de ca c˜ S1 ; S2 ´ a composi¸ao funcional do efeito da execu¸ao de e c˜ c˜ S1 com o efeito da execu¸˜o de S2 . ca
  • 103. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 103 Sds [[S1 ; S2 ]]s = (Sds [[S2 ]] ◦ Sds [[S1 ]])s =   s  se existe s tal que       Sds [[S1 ]]s = s e Sds [[S2 ]]s = s     undef se Sds [[S1 ]]s = undef ou =   se existe s tal que       Sds [[S1 ]]s = s e     Sds [[S2 ]]s = undef
  • 104. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 104 Sds [[if b then S1 else S2 ]] = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]]) Observa¸˜o: a fun¸˜o auxiliar cond tem funcionalidade ca ca cond : (State → T) × (State → State) × (State → State) → (State → State) e ´ definida por: e   g s se p s = tt 1 cond(p, g1 , g2 )s =  g2 s se p s = ff
  • 105. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 105 Sds [[if b then S1 else S2 ]]s = = cond(B[[b]], Sds [[S1 ]], Sds [[S2 ]])s   s  se B[[b]]s = tt e Sds [[S1 ]]s = s ou     se B[[b]]s = ff e Sds [[S2 ]]s = s =  undef se B[[b]]s = tt e Sds [[S1 ]]s = undef ou      se B[[b]]s = ff e Sds [[S2 ]]s = undef
  • 106. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 106 Sds [[while b do S]] = FIX F Observe que: while b do S = if b then (S; while b do S) else skip e aplicando a defini¸ao de Sds ao lado direito resulta em: c˜ Sds [[while b do S]] = = cond(B[[b]], Sds [[while b do S]] ◦ Sds [[S]], id)
  • 107. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 107 • N˜o podemos usar esta ultima express˜o, pois ela a ´ a n˜o est´ definida de forma composicional ; a a • No entanto, isto expressa que Sds [[while b do S]] ´ o e ponto fixo do funcional definido por: F g = cond(B[[b]], g ◦ Sds [[S]], id) ou seja, Sds [[while b do S]] = F (Sds [[while b do S]]) • Agora, esta nova defini¸ao respeita a c˜ composicionalidade.
  • 108. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 108 Sds [[while b do S]] = FIX F e a funcionalidade da fun¸˜o auxiliar FIX ´ ca e FIX : ((State → State) → (State → State)) → (State → State)
  • 109. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 109 ex: Seja o seguinte comando: while ¬(x = 0) do skip O funcional correspondente ´: e   g s se s x = 0 (F g)s =  s se s x = 0
  • 110. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 110 Determina¸ao do funcional: c˜ Sds [[while ¬(x = 0) do skip]]s = (FIX F )s (F g)s = cond(B[[¬(x = 0)]], g ◦ Sds [[skip]], id)s   g ◦ S [[skip]]s se B[[¬(x = 0)]]s = tt ds =  id s se B[[¬(x = 0)]]s = ff   g s se s x = 0 =  s se s x = 0 Observa¸˜o: g ◦ Sds [[skip]]s = g ◦ id s = g s, pois ca g ◦ id = g.
  • 111. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 111 A fun¸ao g1 definida como: c˜   undef se s x = 0 g1 s =  s se s x = 0 ´ ponto fixo de F porque e   g s se s x=0 1 (F g1 )s =  s se s x=0   undef se sx=0 =  s se sx=0 = g1 s
  • 112. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 112 J´, por sua vez, g2 , definida como: a g2 s = undef para todo s n˜o ´ ponto fixo de F porque se s x = 0 ent˜o a e a (F g2 )s = s , enquanto que g2 s = undef.
  • 113. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 113 • Existem funcionais com mais de um ponto fixo. Um exemplo ´ F , j´ que qualquer fun¸˜o g de e a ca State → State satisfazendo g s = s se s x = 0 ´ e ponto fixo de F ; • Existem tamb´m funcionais que n˜o tem ponto fixo. e a Considere F1 definido como:   g se g = g2 1 F1 g =  g2 caso contr´rio a Se g1 = g2 ent˜o n˜o existe fun¸ao g0 tal que a a c˜ F1 g0 = g0 .
  • 114. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 114 Exerc´ ıcio: Determine o funcional F associado ao comando: while ¬(x = 0) do x:=x − 1
  • 115. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 115 Solu¸ao: c˜ Sds [[while ¬(x = 0) do x:=x − 1]]s = (FIX F )s (F g)s = cond(B[[¬(x = 0)]], g ◦ Sds [[x:=x − 1]], id)s   g ◦ S [[x:=x − 1]]s se B[[¬(x = 0)]]s = tt ds =  id s se B[[¬(x = 0)]]s = ff   g s[x → s x − 1] se s x = 0 =  s se s x = 0
  • 116. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 116 Exerc´ ıcio: Considere as seguintes fun¸˜es parciais: co 1. g1 s = undef para todo s 2.   s[x → 0] se s x ≥ 0 g2 s =  undef se s x 0 3.   s[x → 0] se s x ≥ 0 g3 s =  s se s x 0 4. g4 s = s[x → 0] para todo s 5. g5 s = s para todo s Determine quais s˜o pontos fixos de F . a
  • 117. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 117 Exerc´ ıcio: Considere o seguinte fragmento de programa: while ¬(x = 1) do (y:=y∗x; x:=x − 1) Determine o funcional F associado ao programa. Determine tamb´m ao menos dois pontos fixos de F . e
  • 118. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 118 9.4 Requisitos sobre o Ponto Fixo Perante o problema de haver mais de um ponto fixo, ou de n˜o existir nenhum, se faz necess´rio: a a • Definir os requisitos de um ponto fixo e mostrar que ao menos um ponto fixo preenche estes requisitos; • Mostrar que todos os funcionais obtidos da linguagem While tem um ponto fixo que satisfaz estes requisitos.
  • 119. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 119 Seja o comando while b do S. Quanto a termina¸ao, c˜ existem trˆs possibilidades: e 1. Ele termina; 2. Ele entra em loop localmente, ou seja, S entra em loop; 3. Ele entra em loop globalmente, ou seja, a estrutura while entra em loop.
  • 120. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 120 1. Caso em que o la¸o termina: Assim, existe uma c seq¨ˆncia de estados s0 , s1 , . . . , sn tal que ue   tt se i n B[[b]]si =  ff se i = n e Sds [[S]]si = si+1 para i n
  • 121. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 121 Seja g0 um ponto fixo de F . Logo, no caso i n temos: g0 si = (F g0 )si = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)si = g0 (Sds [[S]]si ) = g0 si+1 No caso i = n, temos: g0 sn = (F g0 )sn = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)sn = id sn = sn
  • 122. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 122 Conclui-se que todos os pontos fixos satisfazem g0 s0 = sn , n˜o sendo poss´ tirar daqui nenhum a ıvel requisito.
  • 123. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 123 2. Caso em que o la¸o entra em loop localmente, ou c seja, S entra em loop: Existe uma seq¨ˆncia de ue estados s0 , s1 , . . . , sn tal que B[[b]]si = tt para i ≤ n e   s para i n i+1 Sds [[S]]si =  undef para i = n
  • 124. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 124 Seja g0 um ponto fixo do funcional F . No caso i n obtemos: g0 si = g0 si+1 e no caso i = n obtemos: g0 sn = (F g0 )sn = cond(B[[b]], g0 ◦ Sds [[S]], id)sn = (g0 ◦ Sds [[S]])sn = undef E novamente n˜o se obtem nenhum requisito. a
  • 125. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 125 3. Caso em que o la¸o entra em loop globalmente, ou c seja, a estrutura while entra em loop: Existe um seq¨ˆncia infinita de estados s0 , s1 , s2 , . . . tal que ue B[[b]]si = tt para todo i e Sds [[S]]si = si+1 para todo i Seja g0 um ponto fixo de F , ent˜o a g0 si = g0 si+1 para todo i ≥ 0. E temos g0 s0 = g0 si para todo i. Esta ´ a situa¸ao em que podemos ter v´rios pontos e c˜ a fixos diferentes.
  • 126. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 126 ex: S = while ¬(x = 0) do skip cujo funcional ´ e   g s se s x = 0 (F g)s =  s se s x = 0 Sabemos que qualquer fun¸ao g de State → State c˜ satisfazendo g s = s se s x = 0 ´ ponto fixo de F . No e entanto, nossa experiˆncia computacional nos diz que e   undef se s x = 0 0 Sds [[S]]s0 =  s0 se s0 x = 0 de forma a representar o comportamento do loop.
  • 127. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 127 Assim, nosso ponto fixo preferencial ´ e   undef se s x = 0 g0 s =  s se s x = 0 A propriedade distintiva deste ponto fixo ´ que para e qualquer outro ponto fixo g de F , se g0 s = s ent˜o a g s = s , mas n˜o o contr´rio. a a
  • 128. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 128 Generalizando para qualquer funcional F : O ponto fixo desejado deve ser alguma fun¸ao parcial c˜ g0 : State → State tal que: • g0 ´ um ponto fixo de F ; e • se g ´ outro ponto fixo de F , ent˜o g0 s = s e a implica g s = s , para todos os s e s .
  • 129. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 129 9.5 Teoria de Pontos Fixos • Desenvolver uma teoria que permita tratar com funcionais e pontos fixos; • Garantir a existˆncia do ponto fixo preferencial. e
  • 130. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 130 Seja a ordem sobre as fun¸oes parciais State → State: c˜ g1 g2 quando a fun¸˜o parcial g1 compartilha seus resultados ca com a fun¸˜o parcial g2 , ou seja, se g1 s = s ent˜o ca a g2 s = s , para todo s e s . g1 g2 significa que em todos os pontos em que g1 ´ e definido, g2 tamb´m o ´, e os seus valores s˜o iguais, mas e e a o inverso n˜o ´ exigido. g1 g2 pode ser lido como g1 ´ a e e menos ou igualmente definido que g2 ou g1 aproxima g2 .
  • 131. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 131 g 1 1 a 2 b 3 c g 2 1 a 2 b 3 c
  • 132. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 132 ex: g1 s = s para todo s   s se s x ≥ 0 g2 s =  undef caso contr´rio a   s se s x = 0 g3 s =  undef caso contr´rio a   s se s x ≤ 0 g4 s =  undef caso contr´rio a
  • 133. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 133 g1 g1 g2 g1 g2 g2 g3 g1 g3 g2 g3 g3 g3 g4 g4 g1 g4 g4 g2 g4 g4 g2
  • 134. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 134 Diagrama de Hasse: g1 e } ee }} ee }}} ee }} e g2 e g4 ee } ee }}} ee }} e }} g3
  • 135. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 135 Exerc´ ıcio: Sejam g1 , g2 e g3 , como a seguir definidos:   s se s x ´ par e g1 s =  undef caso contr´rio a   s se s x ´ um primo e g2 s =  undef caso contr´rio a g3 s = s 1. Determine a ordem entre estas fun¸˜es; co 2. Determine uma fun¸˜o parcial g4 tal que g4 ca g1 , g4 g2 e g4 g3 ; 3. Determine uma fun¸˜o parcial g5 tal que g1 g5 , ca g2 g5 e g5 g3 , e g5 n˜o ´ igual a g1 , g2 nem a g3 . a e
  • 136. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 136 Uma caracteriza¸ao alternativa da ordem c˜ em State → State ´e g1 g2 se e somente se graph(g1 ) ⊆ graph(g2 ) onde graph(f ) = { x, y ∈ X × Y |f (x) = y} e f :X →Y.
  • 137. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 137 O conjunto State → State munido da ordem ´ um e exemplo de um conjunto parcialmente ordenado. Seja D um conjunto e d, d1 , d2 , d3 ∈ D. Um conjunto parcialmente ordenado ´ um par (D, D ), onde D ´ e e uma rela¸ao em D satisfazendo: c˜ 1. d D d (reflexividade); 2. d1 D d2 e d2 D d3 implica d1 D d3 (transitividade); 3. d1 D d2 e d2 D d1 implica d1 = d2 (anti-simetria).
  • 138. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 138 Um elemento d ∈ D satisfazendo d d para todo d ∈ D ´ chamado de elemento m´nimo de D. Podemos dizer que e ı ele n˜o cont´m informa¸˜o. a e ca
  • 139. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 139 Teorema 5 Se um conjunto parcialmente ordenado (D, D ) tem um elemento m´nimo d, ent˜o d ´ unico. ı a e´ Prova: Assuma que D tem dois elementos m´nimos d1 e ı d2 . Desde que d1 ´ elemento m´nimo, d1 d2 . Como d2 e ı tamb´m ´ elemento m´nimo, d2 d1 . Pela propriedade e e ı da anti-simetria de obtemos d1 = d2 .
  • 140. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 140 1 aa ÑÑ aa ÑÑ aa ÑÑÑ a 2 aa 3 aa aa ÑÑÑ aa aa ÑÑ aa a ÑÑ a 4 5
  • 141. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 141 ex: Seja S um conjunto n˜o vazio e defina: a P(S) = {K|K ⊆ S} chamado conjunto das partes. Ent˜o (P(S), ⊆) ´ um conjunto parcialmente ordenado a e porque • ⊆ ´ reflexiva: K ⊆ K; e • ⊆ ´ transitiva: se K1 ⊆ K2 e K2 ⊆ K3 ent˜o e a K1 ⊆ K3 ; • ⊆ ´ anti-sim´trica: se K1 ⊆ K2 e K2 ⊆ K1 ent˜o e e a K1 = K2 .
  • 142. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 142 No caso em que S = {a, b, c}, P(S) = {∅, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c}, {a, b, c}}, e temos: {a, b, c} t tt tt tt t tt ttt tt tt t {a, b} {a, c} {b, c} tt tt tt ttt tt ttt tt tt ttt t tt t tt t t tt ttt tt ttt t {a} t {b} {c} tt t tt ttt tt tt ttt tt tt tt ∅ (P(S), ⊆) tem um elemento m´ ınimo, ∅.
  • 143. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 143 Exerc´ıcio: Mostre que (P(S), ⊇) ´ um conjunto e parcialmente ordenado e determine o elemento m´ınimo. Desenhe o diagrama de Hasse no caso em que S = {a, b, c}.
  • 144. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 144 Lema 2 (State → State, ) ´ um conjunto e parcialmente ordenado. A fun¸˜o parcial ca ⊥ : State → State definida como ⊥ s = undef para todo s ´ o elemento m´nimo de State → State. e ı
  • 145. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 145 Prova: Primeiro provamos que ´ ordem parcial: e Reflexiva Trivialmente g g, porque g s = s implica g s=s; Transitiva Assumimos g1 g2 e g2 g3 . Assumimos g1 s = s e de g1 g2 concluimos g2 s = s , e ent˜o a g2 g3 fornece g3 s = s ; Anti-sim´trica Assumimos g1 g2 e g2 g1 . e Assumimos que g1 s = s . Ent˜o, g2 s = s segue de a g1 g2 , e neste caso ambas as fun¸˜es d˜o valores co a iguais. No caso em que g1 s = undef, ´ necess´rio e a que g2 s = undef, j´ que caso contr´rio, g2 s = s e a a de g2 g1 obteriamos g1 s = s , que ´ uma e contradi¸˜o. ca
  • 146. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 146 Finalmente, temos que provar que ⊥ ´ o elemento e ı ´ a m´nimo de State → State. E f´cil ver que ⊥ ´ um e elemento de State → State e trivialmente ⊥ g vale para todos g, dado que ⊥ s = s implica g s = s por vacuidade.
  • 147. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 147 Formalizando os requisitos de FIX F : • FIX F ´ ponto fixo de F , isto ´, F (FIX F ) = FIX F ; e e • FIX F ´ o menor ponto fixo de F , isto ´, se F g = g e e ent˜o FIX F g. a
  • 148. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 148 Exerc´ ıcio: Mostre que se F tem um menor ponto fixo g0 ent˜o g0 ´ unico. a e´ Exerc´ıcio: Determine o menor ponto fixo dos funcionais associados aos programas: 1. while ¬(x = 0) do x:=x − 1 2. while ¬(x = 1) do (y:=y ∗ x; x:=x − 1)
  • 149. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 149 • Seja (D, ), e assumimos um subconjunto Y ⊆ D; • Existe um elemento de D que resume toda a informa¸˜o de Y ; ca • Um elemento d ´ chamado de limite superior de Y se: e ∀d ∈ Y d d • Um limite superior d de Y ´ um menor limite e superior (ou supremo) se e somente se d ´ limite superior de Y implica que d e d • O supremo de Y tem pouca informa¸ao a mais que a c˜ presente nos elementos de Y .
  • 150. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 150 Exerc´ıcio: Mostre que se Y tem um supremo, ent˜o ele ´ a e unico. ´
  • 151. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 151 Nota¸ao: o (´nico) supremo de Y ´ denotado por c˜ u e Y.
  • 152. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 152 Um subconjunto Y ´ chamado de cadeia se ele ´ e e consistente no sentido que quaisquer dois elementos de Y compartilham informa¸ao um com o outro, ou seja, c˜ ∀d1 , d2 ∈ Y d1 d2 ∨ d2 d1
  • 153. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 153 ex: Considere o conjunto parcialmente ordenado (P({a, b, c}), ⊆). Ent˜o, o subconjunto a Y0 = {∅, {a}, {a, c}} ´ uma cadeia. Neste caso, {a, b, c} e {a, c} s˜o limites e a superiores de Y0 e {a, c} ´ o supremo. e contra-ex: O subconjunto {∅, {a}, {c}, {a, c}} n˜o ´ uma a e cadeia. Por que?
  • 154. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 154 ex: Seja gn : State → State definido como:   undef  se s x n  gn s = s[x → −1] se 0 ≤ s x e s x ≤ n    s se s x 0 e gn gm se n ≤ m. Seja Y0 = {gn |n ≥ 0}. Y0 ´ uma cadeia porque gn e gm se n ≤ m. A fun¸ao parcial c˜   s[x → −1] se 0 ≤ s x gs=  s se s x 0 ´ o supremo de Y0 . e
  • 155. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 155 Exerc´ ıcio: Seja gn a fun¸ao parcial definida por: c˜   s[y → (s x)!][x → 1] se 0 s x e s x ≤ n gn s =  undef se s x ≤ 0 ou s x n Definimos Y0 = {gn |n ≥ 0}. Mostre que Y0 ´ uma cadeia. e Caracterize os limites superiores de Y0 e determine o supremo.
  • 156. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 156 Um conjunto parcialmente ordenado (D, ) ´ chamado e de cadeia completa parcialmente ordenada (ccpo) se Y existe para todas as cadeias Y de D. Ele ´ um reticulado e completo se Y existe para todos os subconjuntos Y de D.
  • 157. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 157 Exerc´ ıcio: Mostre que (P(S), ⊆) ´ um reticulado e completo e um ccpo para todos os conjuntos n˜o vazios S. a
  • 158. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 158 Contra-exemplo de ccpo: Seja Pfin (S) = {K ⊆ S|K ´ finito}. Considere (Pfin (N), ⊆). e Ent˜o a Y = {{0}, {0, 1}, {0, 1, 2}, . . . , {0, 1, 2, . . . , n}, . . .} ´ cadeia. A uni˜o cont´vel dos elementos Ai da cadeia ´ e a a e ∞ Ai = N , i=1 por´m ele n˜o pode ser o supremo da cadeia pois n˜o e a a pertence a ela.
  • 159. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 159 Teorema 6 Se (D, ) ´ um ccpo ent˜o existe um e a elemento m´nimo ⊥ dado por ⊥ = ∅. ı Prova: 1. ∅ ´ uma cadeia pois ∀d1 , d2 ∈ ∅ d1 e d2 ∨ d2 d1 (por vacuidade); 2. Como (D, ) ´ uma ccpo ent˜o existe e a ∅ pois ∅ ⊆ D ´ cadeia de D; e 3. ∅ d, d ∈ D, ent˜o a ∅ ´ elemento m´ e ınimo de D.
  • 160. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 160 Lema 3 (State → State, ) ´ um ccpo. O supremo e Y da cadeia Y de State → State ´ dado por: e graph( Y)= {graph(g)|g ∈ Y } isto ´, ( Y ) s = s se e somente se g s = s para algum e g ∈Y. Observa¸˜es: co • graph(f ) = { x, y ∈ X × Y |f (x) = y} e f :X →Y; • State → State n˜o ´ um reticulado, mas ´ um ccpo a e e e suas cadeias possuem supremo.
  • 161. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 161 Sejam (D, ) e (D , ) duas ccpo’s e considere a fun¸ao c˜ (total) f : D → D . f ´ monotˆnica se e somente se e o d1 d2 implica f (d1 ) f (d2 ) para todos os d1 e d2 .
  • 162. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 162 Exerc´ıcio: Considere o ccpo (P(N), ⊆). Determine quais das seguintes fun¸˜es em P(N) → P(N) s˜o co a monotˆnicas: o • f1 (X) = NX • f2 (X) = X {27} • f3 (X) = X {7, 9, 13} • f4 (X) = {n ∈ X|n ´ primo} e • f5 (X) = {2∗n|n ∈ X}
  • 163. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 163 Exerc´ ıcio: Determine quais dos seguintes funcionais em (State → State) → (State → State) s˜o monotˆnicos: a o • F0 g = g   g se g = g2 1 • F1 g = onde g1 = g2  g2 caso contr´rio a   g s se s x = 0 • (F g) s =  s se s x = 0
  • 164. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 164 Teorema 7 Sejam (D, ), (D , ) e (D , ) trˆs e ccpo’s e sejam f : D → D e f : D → D duas fun¸˜es co monotˆnicas. Ent˜o, f ◦ f : D → D ´ uma fun¸˜o o a e ca monotˆnica. o Prova: Assumimos que d1 d2 . A monotonicidade de f resulta em f (d1 ) f (d2 ). A monotonicidade de f resulta em f (f (d1 )) f (f (d2 )), como queriamos provar. Observa¸˜o: Isto significa que a opera¸˜o de composi¸ao ca ca c˜ de fun¸oes preserva a monotonicidade. c˜
  • 165. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 165 Lema 4 Sejam (D, ) e (D , ) duas ccpo’s e seja f : D → D uma fun¸˜o monotˆnica. Se Y ´ cadeia de D ca o e ent˜o {f (d)|d ∈ Y } ´ uma cadeia de D . Al´m disto, a e e {f (d)|d ∈ Y } f( Y ) Observa¸˜o: Isto significa que: ca • a imagem de uma cadeia sob uma fun¸ao monotˆnica c˜ o tamb´m ´ uma cadeia; e e • o supremo desta segunda cadeia aproxima a imagem do supremo da primeira.
  • 166. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 166 Prova: Se Y = ∅ o enunciado ´ trivialmente v´lido porque e a {f (d)|d ∈ ∅} f (⊥) ∅ f (⊥) ⊥ f (⊥)
  • 167. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 167 Assumimos Y = ∅. Seja A = {f (d)|d ∈ Y } e sejam d1 , d2 ∈ A. Ent˜o, existe d1 , d2 ∈ Y tal que d1 = f (d1 ) e a d2 = f (d2 ). Desde que Y ´ cadeia ent˜o d1 d2 ou e a d2 d1 . Pela monotonicidade de f vale o mesmo entre d1 e d2 . Ou seja, A ´ cadeia de D . e
  • 168. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 168 Para a segunda parte da prova, assumimos d ∈ Y . Ent˜o, a d Y , e pela monotonicidade de f , f (d) f ( Y ). Desde que isto vale para todos os d ∈ Y , ent˜o f ( Y ) ´ a e limite superior de A.
  • 169. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 169 Estamos interessados em fun¸oes f que preservem os c˜ limites superiores de cadeias, ou seja, que satisfazem: {f (d)|d ∈ Y } = f ( Y ) (1) Uma fun¸ao f : D → D definida sobre duas ccpo’s c˜ (D, ) e (D , ) ´ cont´nua se ela ´ monotˆnica e (1) e ı e o vale para todas as cadeias n˜o vazias Y . a Observa¸˜o: Isto significa que obtemos a mesma ca informa¸ao independente de determinarmos o supremo c˜ antes ou depois de aplicar f .
  • 170. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 170 Se vale tamb´m ⊥ = f (⊥) ent˜o dizemos que f ´ estrita. e a e
  • 171. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 171 Lema 5 Sejam (D, ),(D , ) e (D , )trˆs ccpo’s e e sejam f : D → D e f : D → D duas fun¸˜es cont´ co ınuas. Ent˜o, f ◦ f : D → D ´ uma fun¸˜o cont´ a e ca ınua. Prova: Do Teorema 7 sabemos que f ◦ f ´ monotˆnica. e o Da continuidade de f obtemos: {f (d)|d ∈ Y } = f ( Y )
  • 172. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 172 Desde que {f (d)|d ∈ Y } ´ uma cadeia n˜o vazia de D e e a usando a continuidade de f obtemos: {f (d )|d ∈ {f (d)|d ∈ Y }} = f ( {f (d)|d ∈ Y }) que ´ equivalente a e {f (f (d))|d ∈ Y } = f (f ( Y )) provando o resultado.
  • 173. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 173 Exerc´ ıcio: Prove que se f e f s˜o estritas, f ◦ f tamb´m a e o ´. e
  • 174. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 174 Exerc´ ıcio: Mostre que o funcional associado ao programa while ¬(x = 0) do x:=x − 1 ´ cont´ e ınuo.
  • 175. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 175 Contra-exemplo de fun¸˜o cont´ ca ınua: Seja (P(N ∪ {a}), ⊆) um ccpo. Considere a fun¸˜o ca f : P(N ∪ {a}) → P(N ∪ {a}) definida como:   X se X ´ finito e f X=  X ∪ {a} se X ´ infinito e f ´ monotˆnica, j´ que X1 ⊆ X2 implica f X1 ⊆ f X2 . e o a No entanto, n˜o ´ cont´ a e ınua. Considere Y = {{0, 1, . . . , n}|n ≥ 0} que ´ uma cadeia, com e Y = N. Aplicando f obtemos: {f X|X ∈ Y } = Y = N e f ( Y ) = f N = N ∪ {a}.
  • 176. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 176 Teorema 8 Seja f : D → D uma fun¸˜o cont´nua sobre ca ı um ccpo (D, ) com elemento m´nimo ⊥. Ent˜o, ı a FIX f = {f n (⊥)|n ≥ 0} define um elemento de D e este elemento ´ o menor e ponto fixo de f . Observa¸˜es: co • f 0 = id e f n+1 = f ◦ f n para n ≥ 0; • Esta ´ a defini¸ao de ponto fixo desejado. e c˜
  • 177. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 177 Prova: 1. f 0 (⊥) = ⊥, e ⊥ d para todo d ∈ D. Por indu¸˜o ca podemos mostrar que f n (⊥) f n (d), j´ que f ´ a e monotˆnica. Segue que f n (⊥) f m (⊥) para n ≤ m. o Assim, {f n (⊥)|n ≥ 0} ´ uma cadeia de D e FIX f e existe porque D ´ um ccpo; e
  • 178. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 178 2. Precisamos mostrar que FIX f ´ um ponto fixo, isto e ´, f (FIX f ) = FIX f : e f (FIX f ) = f ( {f n (⊥)|n ≥ 0}) = {f (f n (⊥))|n ≥ 0} = {f n (⊥)|n ≥ 1} = ({f n (⊥)|n ≥ 1} ∪ {⊥}) = {f n (⊥)|n ≥ 0} = FIX f
  • 179. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 179 3. Para mostrar que FIX f ´ o menor ponto fixo basta e assumir que d ´ algum outro ponto fixo. Assim, e ⊥ d e pela monotonicidade de f obtemos f n (⊥) f n (d), para n ≥ 0. Como d ´ ponto fixo, e f n (⊥) d, e sabendo que FIX f ´ supremo da cadeia e {f n (⊥)|n ≥ 0}, FIX f d, o que prova o resultado.
  • 180. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 180 ex: Considere o funcional:   g s se s x = 0 (F g) s =  s se s x = 0 Tomamos ⊥ s = undef para todo s, que ´ o menor e elemento de State → State, para determinar os elementos de {F n (⊥)|n ≥ 0}.
  • 181. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 181 0 (F ⊥) s = (id ⊥) s = undef 1 (F ⊥) s = (F ⊥) s   ⊥ s se s x = 0 =  s se s x = 0   undef se s x = 0 =  s se s x = 0
  • 182. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 182 2 (F ⊥) s = F (F 1 ⊥) s   (F 1 ⊥) s se s x = 0 =  s se s x = 0   undef se sx=0 =  s se sx=0
  • 183. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 183 n n+1 No caso geral, nos temos F ⊥=F ⊥ para n 0. Al´m disto, e n 0 1 1 {F ⊥|n ≥ 0} = {F ⊥, F ⊥} = F ⊥ 0 porque F ⊥ = ⊥. Assim, o menor ponto fixo de F ´ a e fun¸ao c˜   undef se s x = 0 g1 s =  s se s x = 0
  • 184. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 184 Exerc´ıcio: Determine o ponto fixo dos funcionais associados aos seguintes comandos: 1. while ¬(x = 0) do x:=x − 1 2. while ¬(x = 1) do (y:=y ∗ x; x:=x − 1)
  • 185. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 185 9.6 Existˆncia e Teorema 9 As equa¸˜es da semˆntica denotacional co a definem uma fun¸˜o total Sds em ca Stm → (State → State).
  • 186. 9 ˆ SEMANTICA DENOTACIONAL 186 9.7 Um Resultado de Equivalˆncia e Teorema 10 Para todo comando S da linguagem exemplo While, n´s temos SSOS [[S]] = Sds [[S]]. o
  • 187. 10 ˆ ´ SEMANTICA AXIOMATICA 187 10 Semˆntica Axiom´tica a a • Corre¸˜o parcial: estabelece certa rela¸ao entre os ca c˜ valores iniciais e finais das vari´veis (se o programa a terminar); • Corre¸˜o parcial+termina¸ao=corre¸˜o total ca c˜ ca