2. A escola enquanto um espaço social. Teoria funcionalista e o exagero na questão da meritocracia. Os teóricos do conflito, dos quais Bourdieu faz parte, argumentam que a escola distribuem os benefícios da educação de forma desigual. Isso significa que, em vez de funcionar como sistema meritocrático, as escolas tendem a reproduzir o sistema de estratificação geração após geração.
3. Bourdieu Dentre todas as soluções apresentadas (...) para o problema da transmissão do poder e dos privilégios, provavelmente nenhuma foi melhor dissimulada e, consequentemente, melhor adaptada a sociedades que tendem a rejeitar as formas mais patentes de transmissão hereditária de poder e privilégios, do que a solução dada pelo sistema educacional para reprodução da estrutura de relação de classes e para a dissimulação do fato de que ela preenche esta função sob aparência de neutralidade.
4. Capital econômico, escola e reprodução da desigualdade. Em parte reproduzem a desigualdade em função da grande variação em termos de qualidade. Se considerarmos apenas o ensino público temos diferenças muito grande em relação à riqueza dos municípios e um sistema de financiamento educacional baseado em impostos municipais. O que faz crianças de municípios pobres freqüentarem escolas mal equipadas, enquanto aquelas de regiões mais ricas freqüentam escolas com mais recursos.
5. Reprodução da desigualdade. As disparidades de qualidade não se limitam a recursos físicos. As escolas públicas e privadas, de localidades mais desfavorecidas, inclusive bairros mais pobres, tendem a ter diversos alunos oriundo de famílias em situação de pobreza, repetentes e com problemas disciplinares, além de alto grau de violência. Dependendo do município as escolas, públicas e privadas, podem pagar menos que as outras e ter professores menos qualificados.
6. Capital social e reprodução das desigualdades. Sendo assim elas são menos propícias à aprendizagem do que escolas que tenham menos alunos em situação de pobreza, expostos a violência, com problemas disciplinares e professores mais bem formados. Além, da distribuição de recursos educacionais, o tipo de estudante e a qualidade do professor (ou “composição social” das escolas). Afetam a qualidade das escolas.
7. Capital cultural e reprodução das desigualdades. Um outro fator que influencia o sucesso escolar dos indivíduos e explica o papel da escola na reprodução das desigualdades é o que Bourdieu chamou de capital cultural. Para o autor o espaço social é construído de tal modo que os agentes e ou grupos são distribuídos em função de sua posição, de acordo com alguns princípios de diferenciação, sendo que os mais importantes são o capital econômico e o capital cultural.
8. Capital econômico e cultural O capital econômico: recursos materiais, bens, dinheiro e renda. O Capital cultural: sinais de status (atitudes, preferências, conhecimento formal, comportamentos, objetivos e credenciais) amplamente compartilhados e que são usados para distinguir ou diferenciá-los. Assim, as pessoas que tem muito capital cultural tendem a ter gostos “sofisticados” em literatura, arte, música e mesmo esporte (esgrima e tênis, por exemplo). Essas pessoas também se comportam de acordo com regras de etiqueta da cultura dominante, que tende a ser percebida como “superior”.
9. Transmissão do capital cultural O capital cultural tende a ser transmitido por diferentes agentes de socialização (família, os grupos de colegas e a escola). Todos eles acabam reproduzindo a desigualdade ou o capital global (econômico e cultural) dos diversos grupos que ocupam um espaço social.
10. A escola E como a escola faz isso? Certamente elas não fazem discriminações diretas em favor das crianças dos grupos dominantes. Ao contrário, todos são avaliados de maneira “imparcial” em relação as suas habilidades e ao seu desempenho de acordo com os mesmos critérios de excelência. O ponto importante é que os critérios de excelência derivam das classes dominantes e, e nesse sentido, as crianças que adquiriram maior grau de capital cultural, com informações e habilidades na família, já ingressam na escola com com diferentes níveis de competência.
11. A escola Em outras palavras, o sucesso escolar de uma criança não depende não apenas de características de características como QI ou qualidade da escola, mas também do grau de consciência do que é positivamente valorizado em casa e na escola, isto é, entre o capital cultural da família de origem (que pode variar muito) e a cultura dominante valorizada na escola. E tudo isso ocorre com aparência de grande neutralidade.
12. Bourdieu e a Educação Com risco de simplificar excessivamente o pensamento de Bourdieu, pode-se resumir seus principais argumentos acerca do papel da educação na reprodução das desigualdades sociais da seguinte forma: 1) a possessão de alto nível de capital cultural está intimamente relacionado ao fato de ser nascido numa família de status elevado.
13. Bourdieu e a Educação 2) Um capital cultural elevado aumenta as chances de sucesso escolar e, consequentemente, de se obter um bom emprego no mercado de trabalho remunerado. 3) um bom emprego contribui para (embora não determine) um capital econômico mais elevado. Críticas: Peso excessivo a herança cultural familiar.
14. Temas para a prova Habitus capital cultural : em estado objetivo em estado institucionalizado em estado incorporado campo social conceito de classe social capital econômico e capital econômico configuração em Elias. dicotomia indivíduo e sociedade