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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

      Comunicação Social – Gestão da Comunicação Integrada




Presença da Vivo na Internet Social: Análise da
                 operadora no Twitter




                                                Anna Paula Russo Mourão

                                              Camila Florêncio dos Santos

                                               Cássia Vidal da Silva Ferraz

                                          Círio César Bernadino de Oliveira

                                                 Rute Maria de Paula Faria




                         Belo Horizonte
                             2010
Anna Paula Russo Mourão

               Camila Florêncio dos Santos

               Cássia Vidal da Silva Ferraz

             Círio César Bernadino de Oliveira

                Rute Maria de Paula Faria




Presença da Vivo na Internet Social: Análise da
             operadora no Twitter




                                  Pesquisa apresentada à disciplina de
                                  Projeto   Experimental   do   curso   de
                                  Comunicação     Social   da   Pontifícia
                                  Universidade Católica de Minas Gerais,

                                  Orientador: Prof. Caio Cesar G. Oliveira




                     Belo Horizonte

                           2010
Anna Paula Russo Mourão
                    Camila Florêncio dos Santos
                    Cássia Vidal da Silva Ferraz
                  Círio César Bernadino de Oliveira
                     Rute Maria de Paula Faria


  Presença da Vivo na Internet Social: Análise da operadora no
                              Twitter



                                     Pesquisa apresentada à disciplina de
                                     Projeto   Experimental    do   curso   de
                                     Comunicação      Social   da   Pontifícia
                                     Universidade Católica de Minas Gerais,




_____________________________________________________
                    Prof. Caio Cesar G. Oliveira




_____________________________________________________
                          Raquel Furtado




_____________________________________________________
                         Carmem Borges




              Belo Horizonte, 17 de junho de 2010.
Agradecimentos



      Agradecemos a todos que tiveram papel fundamental para a execução dessa
pesquisa. Aos nossos pais, nossa eterna gratidão pela vida. Aos professores, pelo
conhecimento transmitido a nós, em especial a professora Renata Alencar que nos
iniciou nessa caminhada. Especiais agradecimentos à Vivo, pelo atendimento.
Agradecemos nossos colegas de faculdade, que dividiram conosco todas as
dificuldades e alegrias durante todos os anos do curso e, principalmente nos
momentos finais de dedicação a este projeto. Finalmente, agradecemos nosso
orientador Caio Cesar por iluminar o nosso caminho e nos enriquecer com muito
conhecimento durante a execução desse projeto.




Resumo
O presente estudo apresenta uma análise da atuação da operadora Vivo no
Twitter e como a ferramenta é usada como instrumento de comunicação da
empresa. Foi verificado como se estabelecem os processos comunicacionais entre a
operadora e seus públicos com a utilização dessa rede social. Trata-se de uma
abordagem sobre como a Vivo usa o Twitter como uma ferramenta de comunicação
e relacionamento com seus públicos. Com um conteúdo de teor analítico esse
estudo mostra os desafios, alterações e consequências que não só a Vivo, mas
organizações em geral podem enfrentar ao decidir pela utilização das novas
ferramentas sociotécnicas de comunicação: as mídias sociais na web. Essa
pesquisa esclarece os mecanismos em torno das relações das empresas com seus
públicos no ambiente do Twitter e como as opiniões do público presente nesta rede
e o que ele expressa podem e devem ser usados em favor da comunicação da
empresa e da construção de uma imagem positiva na web.


Palavras – chave: Mídia Social. Twitter. Comunicação Corporativa. Vivo.




Sumário
1. Introdução.....................................................................................................10

   1. Problema de pesquisa.......................................................................................13

   1. Problema de pesquisa.......................................................................................13

   1.2 Objetivos...........................................................................................................13

   1.2 Objetivos...........................................................................................................13

      1.2.1 Objetivo Geral...........................................................................................13

      1.2.1 Objetivo Geral...........................................................................................13

      1.2.2 Objetivos Específicos.............................................................................13

      1.2.2 Objetivos Específicos.............................................................................13

   1.3 Justificativa......................................................................................................14

   1.3 Justificativa......................................................................................................14

2. Fundamentação Teórica..............................................................................17

   2.1 Comunicação Corporativa.............................................................................17

   2.1 Comunicação Corporativa.............................................................................17

   2.2 Comunicação Corporativa na web.................................................................22

   2.2 Comunicação Corporativa na web.................................................................22

   2.3 Web 2.0............................................................................................................28

   2.3 Web 2.0............................................................................................................28

   2.4 Mídias Sociais.................................................................................................31

   2.4 Mídias Sociais.................................................................................................31

   2.5 Redes Sociais..................................................................................................37

   2.5 Redes Sociais..................................................................................................37

   2.6 Twitter...............................................................................................................39

   2.6 Twitter...............................................................................................................39

      2.6.1 O Twitter no Brasil....................................................................................42

      2.6.1 O Twitter no Brasil....................................................................................42
2.6.2 Para uso empresarial...............................................................................42

      2.6.2 Para uso empresarial...............................................................................42

3. Metodologia...................................................................................................46

3.1 Corpus Empírico.........................................................................................46

3.2 Procedimentos Metodológicos.................................................................48

4. Resultados.....................................................................................................51

   4.1 Estratégia da Vivo............................................................................................51

   4.1 Estratégia da Vivo............................................................................................51

   4.2 Análise das mensagens do @vivoemrede....................................................54

   4.2 Análise das mensagens do @vivoemrede....................................................54

    4.2.1 Promoção de produtos/serviços................................................................54

    4.2.1 Promoção de produtos/serviços................................................................54

    4.2.2 Concursos Culturais...................................................................................55

    4.2.2 Concursos Culturais...................................................................................55

    4.2.3 Demais mensagens.....................................................................................57

    4.2.3 Demais mensagens.....................................................................................57

   4.3 Análise das mensagens do @vivoblog........................................................59

   4.3 Análise das mensagens do @vivoblog........................................................59

       TABELA 3 59

       TABELA 3 59

       Vivo no perfil @vivoblog..................................................................................59

       Vivo no perfil @vivoblog..................................................................................59

      4.3.1 Detalhamento inicial.................................................................................59

      4.3.1 Detalhamento inicial.................................................................................59

      4.3.2 Demais mensagens..................................................................................61

      4.3.2 Demais mensagens..................................................................................61

       TABELA 7 61
TABELA 7 61

   TABELA 8 62

   TABELA 8 62

   TABELA 9 62

   TABELA 9 62

   TABELA 10........................................................................................................63

   TABELA 10........................................................................................................63

   TABELA 11........................................................................................................63

   TABELA 11........................................................................................................63

4.4 Análise das respostas dos usuários via Twitter.........................................65

4.4 Análise das respostas dos usuários via Twitter.........................................65

  4.4.1 Perfil @vivoemrede..................................................................................65

  4.4.1 Perfil @vivoemrede..................................................................................65

  4.4.1.1 Críticas e Reclamações........................................................................65

  4.4.1.1 Críticas e Reclamações........................................................................65

  4.4.1.2 Elogios....................................................................................................66

  4.4.1.2 Elogios....................................................................................................66

  4.4.2 Perfil @vivoblog........................................................................................66

  4.4.2 Perfil @vivoblog........................................................................................66

  4.4.2.1 Críticas e Reclamações........................................................................66

  4.4.2.1 Críticas e Reclamações........................................................................66

  4.4.2.2 Elogios....................................................................................................67

  4.4.2.2 Elogios....................................................................................................67

4.5 Análise geral sobre o conteúdo deixado pelos usuários - seguidores ou
não - dos perfis @vivoemrede e @vivoblog:......................................................68

4.5 Análise geral sobre o conteúdo deixado pelos usuários - seguidores ou
não - dos perfis @vivoemrede e @vivoblog:......................................................68
4.6 Análise do questionário aplicado a usuários que dialogaram com a Vivo
   pelo Twitter.............................................................................................................69

   4.6 Análise do questionário aplicado a usuários que dialogaram com a Vivo
   pelo Twitter.............................................................................................................69

5. Conclusão......................................................................................................72

   5.1. Limitações e sugestões para novas pesquisas..........................................75

   5.1. Limitações e sugestões para novas pesquisas..........................................75

   5.2. Considerações finais......................................................................................76

   5.2. Considerações finais......................................................................................76

Referências bibliográficas..............................................................................77

Apêndice A – Entrevista vivo.........................................................................84

    Informações retiradas do arquivo para publicação..........................................84

    Informações retiradas do arquivo para publicação..........................................84

APÊNDICE B - Questionário usuários...........................................................84
10




   1. INTRODUÇÃO


      A web, de acordo com ERCILIA E GRAEFF (2008), é o sistema de
informação em hipertexto pela internet. De acordo com dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE) em 2008, a internet está presente em 17,95 milhões de
domicílios brasileiros, número 26,5% maior que o registrado em 2007. O
relacionamento mediado por computador já é uma realidade no Brasil, o que tem
formado um novo tipo de comportamento social.
      Trata-se de uma abordagem da web onde a comunicação e o relacionamento
tornam-se preponderantes. De acordo com O’REILLY (2005), é a chamada web 2.0;
a proposição de uma participação mais ativa do usuário na produção de conteúdo,
o que colabora com o sucesso de redes de interação social. Neste contexto, autores
como LEWIS e BRIDGES (2004) e CASTELLS (2002) notam a emergência de um
novo consumidor: aquele que já conhece o poder da utilização da internet.
      Com esse avanço, os consumidores encontram mais facilidade para enviar e
receber opiniões e sugestões. Segundo NEGROPONTE (1995), a internet exige
cada vez menos que o consumidor esteja em um determinado lugar para que a troca
de informações torne-se realidade. Surge então, um novo espaço de comunicação,
mais interativo, ágil e confiável: as redes sociais na web, agrupamentos sociais
mantidos no ciberespaço e oferecidos por vários sites. De acordo com pesquisa
feita pela consultoria ComScore, em novembro de 2008, 85% dos brasileiros que
tem acesso à internet fazem parte de alguma rede social, o que coloca o Brasil em
segundo lugar no ranking de países que mais acessam redes sociais.
      Para RECUERO (2009) a internet proporcionou diversas mudanças na
sociedade e, o surgimento da possibilidade de estudos sobre estas redes - a partir
do início da década de 1990 - deu um novo fôlego para a compreensão dos grupos
existentes na grande rede. Além disso, o surgimento das mídias sociais propiciou
um espaço aberto para trocas de informações e conhecimentos entre os usuários
da rede. RECUERO (2008) define mídia social como a ferramenta de comunicação
que permite o surgimento das redes sociais, a partir da construção do espaço social
e da interação com outros atores. Sendo assim, as mídias sociais se tornam
11



espaços apropriados para o surgimento das redes sociais, que restringe seus
usuários e que dialogam em um espaço para troca de informações sobre um
interesse em comum. PRIMO (2003) salienta que tais redes vieram para transformar
e ampliar as formas de comunicação à distância, proporcionando assim um
relacionamento cada vez mais presente na realidade das organizações brasileiras.
      As redes sociais da web entraram de vez no meio empresarial. A
comunicação empresarial do início do século XXI está sendo destacada pela
utilização dessas redes como ferramenta de interação com seus públicos. Isso
acontece devido à velocidade da disseminação das informações, que permite a
criação de novos canais e, ao mesmo tempo, uma pluralidade de novas
informações circulando nos grupos sociais. Dessa forma, é possível entender que
além das notícias divulgadas em sites e portais de informações oficiais das
organizações, é fundamental para o desenvolvimento e a sobrevivência dessas
empresas que elas mantenham um relacionamento direto com seu público, o que
pode acontecer através das redes sociais.
      De acordo com o levantamento do IBOPE/NetRatings (2008), campanhas on-
line - partindo de blogs ou outras redes sociais - podem ter impacto 500 vezes
maior do que as feitas a partir dos sites das próprias empresas. A comunicação
mediada por redes sociais proporciona grande proximidade entre empresa e público
visto que a internet tem o poder de demandar respostas tão rápidas quanto de
propagar tais informações.
      Aproximar-se do público através da comunicação nas mídias sociais, pode
fazer com que a transparência seja uma característica marcante na organização. A
partir do momento em que a empresa se abre para discutir soluções com seu
público, e se utiliza de ferramentas que fazem com que essa comunicação se torne
mais direta e eficaz - sem medo de mostrar suas intenções e ambições - um
ambiente positivo pode ser criado. Isso ajuda a fortalecer a imagem da empresa - e
a sua credibilidade, ambas construídas pelo seu público.
      Este projeto buscou entender como é a presença da Vivo no Twitter e o
relacionamento que a empresa mantém com seus públicos através desta
ferramenta. A pesquisa proposta foi fundamentada nos conceitos de comunicação
corporativa em ambientes hipermidiáticos, interatividade e mídias sociais na web.
      O Twitter é um serviço de microblogging, que de acordo com ZAGO (2007) é
uma ferramenta que a partir de um grande e variado número de suportes, permite
12



atualizações rápidas e curtas. Criado pela empresa SoMa, em março de 2006 o
Twitter, de acordo com a própria empresa, cresceu como um serviço de mensagens
curtas em tempo real que trabalha para muitas redes de relacionamentos. O Twitter
possui um espaço com 140 caracteres para que uma mensagem seja enviada. Ele
foi criado com a proposta de responder a seguinte pergunta: “O que você está
fazendo?”. Posteriormente, devido à crescente confusão que a pergunta causava
aos novos usuários - os mais novos a respondiam ao pé da letra e não
compreendiam bem a função interativa da ferramenta – a pergunta foi modificada
para “O que está acontecendo?”.

      A Vivo - empresa líder do mercado de telecomunicações móveis no Brasil
desde sua criação, em abril de 2003 - é o nosso objeto empírico de estudo por ser
uma empresa de forte atuação nas redes sociais na web. Além do site, a Vivo
mantém na web um blog, utilizado como ferramenta de comunicação direta com
seus consumidores e públicos diversos. A empresa também mantém dois perfis no
Twitter, onde repercute os assuntos do blog e as ações promocionais e
institucionais da companhia. A empresa tem mais de 46 milhões de clientes, e este
número pode ser traduzido em uma tarefa de grande responsabilidade para o setor
de comunicação da empresa.

      A partir do cenário apresentado, esta pesquisa também buscou responder a
seguinte pergunta: Como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação
corporativa?

      Para isso, analisamos a presença da Vivo no Twitter, observando como a
empresa se mantém presente no microblog e como os usuários respondem às
ações feitas pela empresa neste ambiente.

      Tal acompanhamento, assim como o contato direto com a empresa, produziu
material suficiente para a resposta do problema de pesquisa proposto.
13



   1. Problema de pesquisa

Como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação corporativa?




   1.2 Objetivos

      1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a presença da empresa de telefonia móvel Vivo no microblog Twitter.



      1.2.2   Objetivos Específicos
    Pesquisar aspectos teóricos referentes à comunicação para compreender os
      processos comunicacionais utilizados pelo nosso objeto empírico.

    Fazer um levantamento teórico acerca da comunicação online e a noção de
      mídia social na web e seu papel na comunicação social.

    Observar e discutir a utilização do Twitter pela empresa Vivo como estratégia
      de comunicação.

    Refletir sobre os desafios que a utilização do Twitter impõe à comunicação e
      de que forma essa comunicação está sendo pensada, planejada e utilizada
      como ferramenta de mídia social.
14



   1.3 Justificativa


      A latente manifestação de usuários que utilizam o espaço democrático da
internet como ferramenta para expressar opiniões, discutir interesses em comum e
até mesmo exigir direitos, provocou nas organizações um alerta de que esse novo
canal comunicacional deveria ser também uma de suas ferramentas empresariais.
Nesse ambiente, as empresas encontram um amplo espaço não só para divulgar
seus serviços, produtos e marcas, mas também para interagir com seus públicos de
maneira   mais   próxima      e    mais    direta.    As    mídias    sociais     permitem      um
acompanhamento fiel da opinião que os consumidores expressam sobre a empresa.
O resultado obtido através desse acompanhamento possibilitou perceber o problema
a ser enfrentado, e, consequentemente a criação de soluções para resolvê-lo.
      A interatividade propiciada por essas redes é um dos objetos de estudo mais
atuais no campo da Comunicação. Trata-se de um termo muito discutido na área,
composto por definições e visões de variados autores. PRIMO (2003) aplica o termo
interatividade, evidenciando a variância de seus espaços de circulação.


                       Hoje, os termos "interatividade", "interativo", "interação" circulam por toda
                       parte: nas campanhas de marketing, nos programas de televisão e rádio,
                       nas embalagens de programas informáticos e jogos eletrônicos, como
                       também nos trabalhos científicos de comunicação e áreas afins. (PRIMO,
                       2003, p. 37)

      Analisar o modo como essa interatividade é utilizada e acontece entre as
empresas e seus clientes é o objetivo deste projeto, já que as redes sociais
tornaram-se um novo meio de comunicação. Além disso, o espaço da web permite
o debate de assuntos diversificados, de forma livre e espontânea. Entender qual a
melhor maneira de inserir uma empresa ou uma marca nesse meio torna-se
imprescindível já que essa inserção, feita de maneira equivocada, pode causar
efeito contrário e gerar sérios riscos para a imagem da empresa. Para pesquisar os
processos deste novo tipo de comunicação, nada melhor do que observar no próprio
meio, ou seja, através do próprio Twitter, como cada um desses processos
acontecem.
      O intuito deste estudo é atender aos profissionais envolvidos na comunicação
feita através das redes sociais na web - sendo eles jornalistas, relações públicas,
publicitários, e todo e qualquer profissional que esteja envolvido direta ou
15



indiretamente com a comunicação corporativa da empresa - especialmente aqueles
que desejam utilizar as redes sociais para estes fins. Para JÚNIOR (2008) quanto
maior a afinidade e proximidade com o público menor será a dispersão deste público
em relação a sua marca e/ou produto e maior será a probabilidade de impactar o
cliente de forma efetiva.
      Visto que o planejamento estratégico de comunicação consiste em aproximar
o comunicador e seu público, as redes sociais na internet ocupam um papel
importante já que nesse ambiente estão os consumidores, satisfeitos ou não com
determinado produto e/ou serviço, interagindo com pessoas diferentes que passam
a ter voz ativa, e se tornam formadores de opinião através dessas redes. As
empresas já estão descobrindo nessas redes um novo caminho para atingir seus
objetivos de forma mais ágil e eficaz a fim de despertar em seus clientes e prospects
o desejo de se expressar voluntariamente sobre sua marca ou produto e também
sobre suas necessidades específicas. Para SPYER (2009), organizações que
começaram a explorar o Twitter encontram várias possibilidades e utilizam a
ferramenta para se conectar com clientes, escutá-los, transmitir informações,
realizar promoções e, de certa forma, humanizar a empresa em seu relacionamento
com o seu público.
      Para obter resultados eficazes é necessário analisar os processos e estudar
de maneira específica aquilo que a empresa espera. Por isso, analisamos a partir da
comunicação – via Twitter - que a empresa Vivo mantém com seu público se há ou
não planejamento prévio, padronização dos procedimentos, enfim, todos os
processos que permeiam o âmbito comunicacional da empresa a fim de esclarecer,
através do estudo de caso da empresa Vivo, como as novas ferramentas midiáticas
são utilizadas para favorecer a comunicação empresarial, apresentando assim os
pontos fortes e fracos desta utilização.
      Dada a factualidade do tema proposto neste projeto – que atinge não só os
interesses corporativos, mas também os comunicacionais – aborda-se aqui um
assunto ainda pouco estudado, que perpassa pelas possibilidades geradas na
utilização das redes sociotécnicas.
      Esta pesquisa se justifica pela importância do tema na atualidade e pela
maneira com que vai colaborar com empresas e profissionais da comunicação. A
análise teórica e prática da presença de uma companhia dentro do Twitter,
16



utilizando a ferramenta como um meio de se comunicar com seus stakeholders, vai
auxiliar corporações novas na web 2.0 a conhecer seus benefícios e riscos.
17



2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




   2.1 Comunicação Corporativa


      A Revolução Industrial foi uma das propulsoras para a expansão das
organizações e, em consequência, para o surgimento da comunicação corporativa
enquanto uma atividade sistêmica. As mudanças que aconteceram na sociedade,
como o fim das relações familiares, o êxodo rural, a produção em massa e a
crescente especialização, trouxeram desafios para estas organizações. Assim, para
sobreviver, as empresas necessitavam de mecanismos que proporcionassem
divulgação dos produtos, tanto para seu público interno quanto externo. Só assim
elas conseguiriam se destacar da concorrência e alcançar as metas de produção e
lucro, vendendo todo o estoque e promovendo uma comunicação interna que
criasse condições para um trabalho coordenado entre todos os setores. A partir
deste cenário, diversas são as definições para comunicação empresarial. Iniciamos
com o entendimento de CAHEN (1990):


                     Atividade sistêmica, de caráter estratégico, ligada aos mais altos escalões
                     da empresa e que tem por objetivos: criar – onde ainda não existir ou for
                     neutra – manter – onde já existir – ou, ainda, mudar para favorável – onde
                     for negativa – a imagem da empresa junto a seus públicos prioritários.
                     (CAHEN, 1990, p. 29)

      CAHEN (1990) subdivide sua definição em três conceitos chave: a
Comunicação Sistêmica - que deve ser permanente e cujos resultados são
observados em longo prazo. Neste caso, portanto, as ações não podem ser
aleatórias. Na Comunicação Estratégica, faz-se necessário um planejamento em
prol do resultado desejado, no caso, a boa imagem da empresa, por exemplo. E, por
último o conceito de Públicos Prioritários, não fazendo referência a público interno
ou externo.
      KUNSCH (1997, p.69) cita outras duas definições de autores clássicos da
comunicação organizacional. Vale ressaltar que ela opta pelo termo organizacional,
pois ele “apresenta maior amplitude, aplicando-se a qualquer tipo de organização e
não só àquilo que se chama ’empresa’”. Nas definições de KUNSCH (1997 p.68) a
comunicação organizacional é traduzida em um “processo dinâmico” onde as
18



empresas se relacionam com o meio conectando as “subpartes” de uma mesma
organização. Para a autora “a comunicação organizacional pode ser vista como o
fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes”.
      Ao citar GOLDHABER (1984) e KREEPS (1990), KUNSCH (1997) reforça a
visão de interação entre várias partes de uma mesma empresa:


                    A comunicação organizacional é considerada como um processo dinâmico
                    por meio do qual as organizações se relacionam com o meio ambiente e
                    por meio do qual as subpartes da organização se conectam entre si. Por
                    conseguinte, a comunicação organizacional pode ser vista como o fluxo de
                    mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes. (KUNSCH
                    citando GOLDHABER apud KUNSCH, 1997, p. 68)

      e


                    O processo pelo qual membros conseguem informações pertinentes sobre
                    sua organização e mudanças que nela ocorrem. (KREEPS apud KUNSCH,
                    1997, p. 68)


      Várias são as definições para comunicação corporativa ou organizacional.
GOLDHABER (1984) e KREEPS (1990) se prendem mais a questão do fluxo de
informações em uma organização. GOLDHABER (1984) fala de ambiente e rede de
relações interdependentes, que podemos entender como o ambiente e as relações
internas ou externas da empresa. Já KREEPS (1990) limita seu conceito aos
membros da organização, e, portanto dá foco a comunicação interna. CAHEN
(1990) por sua vez, faz uma reflexão mais profunda do tema. Além do conceito de
comunicação que se dá entre todos os públicos da organização, ele apresenta
também a comunicação como uma atividade estratégica, permanente, sistêmica e
focada em resultados positivos para a imagem da empresa.
      Outros autores fazem uma explanação mais detalhada sobre este fluxo de
informações dentro de uma organização. Para REGO (1986), por exemplo, deve
haver uma recepção e/ou emissão de informações entre três sistemas para que a
organização se mantenha viva. Os três sistemas são:


                    a) Sistema ambiental: onde são inseridos os padrões sociais, culturais,
                    políticos e econômicos – ambiente de atuação;
                    b) Sistema competitivo: que agrupa a estrutura industrial do ambiente, o
                    relacionamento e os tipos de relações entre a produção e o consumo –
                    ambiente de competição;
19


                      c) Sistema organizacional: que se refere às suas próprias estruturas
                      internas, com objetivos, programas e políticas – ambiente interno da
                      organização. (REGO, 1986, p 58)



         REGO (1986, p111) acrescenta: “incorrem em grave erro os comunicadores e
profissionais que planejam suas atividades sem atentarem para as oportunidades,
riscos, ameaças e tendências do macro-ambiente”. Identificar todos os ambientes
que se relacionam com a organização e suas necessidades é um passo importante
antes de se traçar um planejamento de comunicação.
         Ao analisar a circulação de informações entre estes ambientes, observam-se
dois tipos de redes de comunicação: as formais e as informais. Para KUNSCH
(1997), o sistema informal se dá através do relacionamento social entre as pessoas.
Ela não exige uma estrutura organizada já que não é contratada por uma
organização. Porém, a participação e o monitoramento dessas relações sociais
podem fazer com que a empresa se aproxime de seus públicos filtrando
informações importantes para o crescimento de sua organização. A comunicação
formal, por sua vez, é a que vem da estrutura da organização, de onde partem
informações oficiais dos mais diversos meios. A internet criou a possibilidade de
formação de novos meios de comunicação informal, constituindo, muitas vezes,
uma rede paralela à formal.
         REGO (1986) descreve também as duas categorias da comunicação: a
primeira é voltada para as comunicações geradas no interior da organização e que
são destinadas àqueles que nela trabalham (comunicação interna). A segunda
categoria se refere às comunicações externas (comunicação externa).
         LUPETTI (2006) citando TORQUATO (2002) acrescenta:


                      A comunicação interna é necessária para ajustar o discurso, criar uma
                      linguagem solidária, sistêmica, harmônica e integrada ao objetivo de efetuar
                      a aproximação entre os objetivos da empresa e os de seus participantes.
                      Na comunicação externa, a necessidade reside em tornar a empresa mais
                      conhecida no mercado e entender os consumidores. LUPETTI (2006, p.97)


         Como instrumentos para a realização da comunicação interna e estímulo da
interação do funcionário com a organização, podemos citar os programas de visitas
e   de    Open    House   para     familiares,    como,     organização       de    eventos     e
confraternizações, participação e apoio para as atividades desportivas, mala direta,
20



jornal-mural, banner, folder, caixa de sugestões, jornal da empresa, e-mail, entre
vários outros.
        O jornal-mural como o próprio nome sugere, é um jornal afixado na parede,
que tem o mesmo tratamento de um jornal convencional, inclusive com pauta.
Segundo CESCA (2006) o jornal-mural tem como finalidade: ser um instrumento de
comunicação rápida; ter veiculações diárias; completar as mensagens de outros
veículos; ser um meio para promover campanhas internas; etc. Outro instrumento de
apoio às outras comunicações realizadas pela organização é o folder. Seu
diferencial está no visual mais atraente. Para CESCA (2006) o folder pode ser um
eficiente veículo para comunicação interna, e apesar de poder ser utilizado também
para a comunicação com o publico externo, não é a melhor forma de passar as
informações.
       Como instrumentos mais voltados para a realização da comunicação externa,
podemos citar os comerciais em TV, spots em rádio, outdoor, revistas,
merchandising, entre outros.
       Um mix destes instrumentos de comunicação é aplicado de acordo com o
público que se pretende atingir e com o objetivo da campanha. Segundo LUPETTI
(2006), as campanhas podem ser de vários tipos: institucional; de propaganda;
campanha guarda-chuva; de promoção; de promoção de vendas; de incentivo ou
campanha cooperada.
       A campanha institucional tem como objetivo promover a marca, a reputação
ou os trabalhadores de uma organização. LUPETTI (2006) explica que a campanha
institucional objetiva:


                          Melhoria do relacionamento com todos os públicos com os quais a empresa
                          está envolvida, além de conceituar a marca, fixar a imagem da empresa e
                          identificar o segmento de atuação da organização. (LUPETTI, 2006, p. 98).


       Já a campanha de propaganda é para criar demanda para um produto,
serviço ou evento. Através da informação dos benefícios do que se pretende
promover, este tipo de campanha visa levar o consumidor a ação de compra.
LUPETTI (2006) acrescenta que a campanha publicitária mantém a imagem do
produto em evidência, auxiliando na sustentação das vendas.
       A campanha guarda-chuva ou de linha de produtos como também é
chamada, é utilizada por empresas que têm linhas de produtos diferentes e, desta
21



forma, quando falam da empresa como um todo, fazem campanhas institucionais e
quando se referem a uma linha de produtos está fazendo uma campanha guarda-
chuva. LUPETTI (2006) cita como exemplo os fabricantes de eletrodomésticos.
      A campanha de promoção por sua vez, tem características próximas da
campanha de propaganda, pois também visa criar demanda para um produto,
serviço ou evento, entretanto é de atuação por tempo limitado e tem como objetivo,
gerar vendas rápidas. Existe uma interação com o consumidor. Geralmente é
solicitada alguma coisa do consumidor, que em contra partida recebe algo mais em
troca. Este tipo de campanha coloca a marca em evidência durante o período
promocional.
      Outro tipo é a campanha de promoção de vendas. Sua diferença da
campanha de promoção é que foca sua atuação na redução do preço e aumento
das vendas para redução de estoque. Exemplos citados por LUPETTI (2006):
liquidação, compre 1 e leve 2 e 50% de desconto.
      A campanha de incentivo também se assemelha a campanha de promoção,
entretanto seu objetivo é promover as vendas através do incentivo ao público
interno, como vendedores ou funcionários em geral. Existe neste tipo de campanha
uma disputa pelo melhor prêmio, que vai para aquele que realizar mais vendas.
      A campanha cooperada ou campanha de varejo é realizada por empresas de
varejo que comercializam produtos de diversos fabricantes. Neste tipo de campanha
os custos são divididos entre os envolvidos no anúncio. Seu objetivo é levar o
consumidor ao ponto de venda e gerar a ação de compra para que ocorra o giro dos
produtos da loja.
      Todas estas campanhas são maneiras de manter o relacionamento da
organização com seus públicos, entretanto, frente à emancipação da tecnologia,
este relacionamento tem se estreitado para além das campanhas em rádio, TV,
jornal, revistas, etc. (considerados meios tradicionais) e se expandiram para a
internet. Neste novo meio, o consumidor moderno tem acesso de forma rápida às
informações sobre os produtos ou serviços que pretende consumir e, portanto,
torna-se mais exigente em suas escolhas. E nesse contexto, manter um
relacionamento transparente com seus públicos tornou-se além de um desafio para
as organizações, uma forma de sobrevivência.
22



   2.2 Comunicação Corporativa na web


      O surgimento da internet possibilitou uma mudança na forma de comunicar.
O início do século XXI é marcado pela utilização dos meios hipermidiáticos como
uma nova ferramenta de comunicação. NEGROPONTE (1995 p. 193) já previa esse
crescimento e a utilização das redes sociotécnicas para construir uma “teia do
conhecimento humano e da ajuda mútua”.
      CASTELLS (2002 p. 439), afirma que o crescimento veloz da internet não
pode ser menosprezado já que “os consumidores da Internet também são
produtores, pois fornecem conteúdo e dão forma à teia”. O autor também comenta
que nas redes que se formam dentro deste ambiente é possível observar a
interação de grupos distintos “a coexistência pacífica de vários interesses e culturas”
e “uma rede flexível (...) onde instituições, empresas, associações e pessoas físicas
criam os próprios sítios (sites)”. Isso faz com que a troca de informações,
discussões e debates a respeito dos diversos temas – inclusive opiniões sobre
determinadas marcas e produtos - sejam constantes no meio hipermidiático e,
incentivando um novo tipo de consumidor, mais independente, exigente e informado.
      Para LEMOS (2004, p.25) “compreender os desafios da cibercultura nos
obriga a buscar, nas raízes do fenômeno técnico, a compreensão da cultura
contemporânea”. Sendo assim as empresas que querem entender as necessidades,
desejos e insatisfações do seu público, devem, obrigatoriamente, se inserir nos
novos meios que esses públicos utilizam para se comunicar: as redes sociotécnicas
da web. Assim,
                     O diálogo, regulado e disseminado pela computação digital, tira a ênfase da
                     autoria em favor de ‘mensagens em circuito’ que tomam formas fixas, mas
                     efervescentes e continuadamente variáveis (...) o texto dá a sensação de
                     ter sido dirigido a nós. (SANTAELLA, 2003, p. 93,94).


      As redes sociais utilizadas como fonte de auxílio para definir sobre
determinada marca ou produto, incentivam à liberdade de escolha e independência
quanto à decisão do que comprar e onde comprar. Saber a faixa etária e classe
social do público-alvo já não é o principal no mundo midiático. Torna-se importante,
portanto, o monitoramento do que está sendo dito sobre a marca e a opinião do
consumidor que utiliza as redes sociais para falar sobre ela, seja ele de classe A, B
ou C, sua fala tem valor significativo para empresa já que foi disseminada em um
ambiente de fácil proliferação de mensagens.
23


                      Os novos consumidores verificam rótulos, estudam conteúdos, comparam
                      preços, examinam promessas, ponderam opções, fazem perguntas
                      pertinentes e sabem quais são seus direitos legais. (LEWIS e BRIDGES,
                      2004, p. 16).


      POMERANZ (2007) acrescenta que o novo consumidor está em todos os
lugares ao mesmo tempo, o que aumenta os desafios comunicacionais das
empresas. Por isso mesmo, as empresas não podem se fechar para o que ocorre
fora dela e, principalmente, para o que está sendo falado sobre ela na rede.
Segundo KUNSCH (1997, p.141), “elas têm de assumir posturas cada vez mais
claras, definidas e precisas”.
       Segundo MONTEIRO (2001), a comunicação via internet, ou on-line, deixou
de ser feita de “um para todos”, e passou a ser feita de “todos para todos”, o que
permite uma disseminação de informações mais eficiente e mais rápida. A partir
disso é possível observar que a comunicação corporativa também começa a sofrer
alterações. Para LEWIS E BRIDGES (2004) os “novos consumidores” sabem
exatamente o que querem e, por isso, só consomem aquilo que corresponde às
suas necessidades.
      As empresas, que anteriormente estavam acostumadas a prever as
alterações no mercado, segundo ARGENTI (2006) devem agora voltar suas
preocupações também para as inovações tecnológicas, já que estas podem
oferecer riscos à reputação de uma determinada marca ou produto. Tudo isso sem
abrir mão de seus valores e comprometer sua ideologia.
      CASTELLS (2002) afirma que o sistema eletrônico de comunicação possui
como característica um alcance global e permite a integração entre os demais meios
de comunicação. Tal sistema proporciona interatividade potencial e por isso é
causador de uma mudança que marcará para sempre nossa cultura. Esta mudança
não pode esperar muito tempo e, por isso, as organizações precisam se preocupar
em utilizar as novas ferramentas a seu favor.
      ELLWOOD (2004) afirma que o uso das redes sociotécnicas cria uma forma
eficaz de comunicação rápida não só para as pessoas físicas que as utilizam, mas
também para as organizações que já começam a adotar essas ferramentas como
instrumento de marketing e reposicionamento. A preservação da identidade da
empresa está, segundo KOTLER e KELLER (2006), intimamente ligada ao
posicionamento que ela adota. Tal posicionamento consiste na projeção de
24



determinada marca ou produto, a fim de fazer com que estas ocupem lugar na
mente do consumidor e aumentem a potencialidade da empresa, oferecendo
motivos para que estes consumidores adquiram seus produtos.
      Considerando que a internet como ferramenta de comunicação trata-se de
uma transformação tecnológica de dimensões históricas, tais transformações
afetam diretamente o planejamento estratégico de comunicação das empresas, já
que estas se sentem obrigadas a participar do meio e entender seu funcionamento
para manter a visibilidade e credibilidade que suas marcas e/ou produtos despertou.
      Para RECUERO (2008, p.7) as redes sociais virtuais “funcionam através da
interação social, buscando conectar pessoas e proporcionar sua comunicação e,
portanto, podem ser utilizadas para forjar laços sociais”. CASTELLS (2002, p. 498)
também afirma que “Redes são instrumentos apropriados para a economia
capitalista baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada”. Os
consumidores que utilizam essas redes utilizam-nas como fonte de opiniões e
comentários sobre determinados serviços ou produtos, o que pode afetar
diretamente a credibilidade de uma empresa. LÉVY (2003) afirma que, nesse meio,
os usuários se revelam cidadãos bem informados, politicamente mais ativos e
socialmente mais conscientes do que os cidadãos offline. Trata-se de um espaço
democrático de livre expressão onde o consumidor ‘coleta’ diferentes opiniões sobre
um mesmo produto ou serviço. Para ZANETTI (2006), o novo consumidor sabe que
tem à sua disposição diversas opções e, por isso questiona por que deve ser fiel a
uma determinada marca ou produto. Esse tipo de pensamento chamou a atenção
das organizações que passaram a utilizar as redes como um novo meio de
comunicação corporativa.
      Um elemento da comunicação mediada por computador é o conceito
chamado por PRIMO (2005) de interação, sendo subdividida em dois conceitos:
Mútua e Reativa. Para PRIMO (2005,p.2) interação “é uma ‘ação entre’ os
participantes de um encontro”, ou seja, o foco do encontro não fica restrito somente
ao chamado “emissor”, mas sim em todos os públicos, empresas e meios de
comunicação que com suas manifestações fazem uma comunicação de “todos para
todos”.
      Sobre a interação mútua, PRIMO (2005,p.13) afirma que “os interagentes
reúnem-se em torno de contínuas problematizações. As soluções inventadas são
apenas momentâneas, podendo participar de futuras problematizações”. De acordo
25



com o autor, a relação entre os interagentes é uma situação que motiva um
relacionamento constante, pois cada ação nessa interação tem um significado e
representa um impacto sobre a relação e sobre o comportamento dos interagentes.
Nesse caso, a interação acontece simultaneamente entre todos os participantes,
sendo que a ação de cada um se sobrepõe a anterior causando assim uma contínua
construção de problematizações e discussões. Além disso, segundo PRIMO (2005)
a manifestação do interagente é definida por ele mesmo, sem respostas,
comentários e opiniões pré-estabelecidas por outrem.
      Já na interação reativa, PRIMO (2005, p.13) afirma que a interação “depende
da previsibilidade e da automatização das trocas. Uma interação reativa pode
repetir-se infinitamente numa mesma troca”. Dessa forma, a interação reativa
depende do que foi proposto por, pelo menos, um dos interagentes. Sendo assim, as
propostas iniciais são caracterizadas como estímulos e as ações posteriores são
caracterizadas como respostas, que serão sempre previsíveis, ao contrário das
interações mútuas, em que as ações se sobrepõem. CASTELLS (2002, p.69) afirma
que na comunicação on-line “usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa”,
ou seja, a interação on-line possibilita que os mesmos indivíduos que usam a rede
possam criar conteúdos, expandindo assim as opções de interação e reforçando a
afirmação de PRIMO (2007) de que quanto mais pessoas estiverem presentes na
rede, mais arquivos estarão disponíveis.
      A interação independe da ferramenta utilizada. No Twitter, por exemplo, pode
acontecer tanto a interação reativa quanto a mútua. Assim para definir o tipo da
interação é necessário observar cada caso, isoladamente.
      KENSKI (2004 p.119) salienta que os processos de interação não se
deterioram à medida que novas tecnologias vão surgindo. Pelo contrário, “ainda
assim as pessoas se comunicam trocam ideias e informações”. COSTA (2005, p.8),
por sua vez, discorre sobre a importância que se deve dedicar às novas interações -
uma realidade na sociedade. Ela informa que “para se incrementar os laços sociais
é preciso investir na construção e no desenvolvimento de relações de confiança”. A
autora salienta que é mais fácil destruir a confiança do que construí-la e ainda que
“essa construção requer investimento, pelo menos de tempo e esforço, se não
financeiro”. Neste contexto é válido lembrar que:
26


                   Toda interação contribui para a imagem que se forma sobre a empresa, o
                   serviço, o produto, a comunidade de práticas em que estamos. Ao mesmo
                   tempo em que no ambiente virtual, em decorrência da facilidade e do baixo
                   custo da comunicação, as interações crescem exponencialmente, também a
                   interação fica mais crítica e estratégica para os negócios da organização.
                   (FILHO, 2002 p. 56)


      Assim, seja na relação mútua ou reativa, a importância de manter uma
relação com o público não pode ser desconsiderada, pelo contrário, deve ser
analisada de modo a encontrar a melhor maneira de utilização, observando o perfil
do público, a política organizacional da empresa e os objetivos que se quer atingir
com essa comunicação.
      A expansão da internet tem formado um novo tipo de comportamento social.
Para PINHO (2003, p.58) a internet permite “uma comunicação aberta e dialógica e
o estabelecimento de relacionamentos mais próximos, permanentes e duradouros
entre organização e os diversos públicos que a constituem e com ela interagem”.
Devido a essa expansão, as redes sociais se tornam cada dia um canal mais
importante, que possibilita a interação e manifestação dos mais diversos tipos de
públicos. Tais fatores proporcionam alteração no comportamento sociocultural dos
indivíduos, fazendo com que as empresas voltem o olhar para esse novo público,
mais exigente, informado e detalhista. LEMOS, (2004, p. 25) afirma que “Estamos
assim, obrigados a mudar nosso olhar e buscar novas ferramentas para
compreender o fenômeno técnico-científico contemporâneo”.
      A interatividade e o diálogo aberto entre a organização e seus públicos são
pontos que devem ser levados em consideração quando o objetivo for enfrentar os
desafios comunicacionais gerados por uma sociedade moldada pela globalização. O
século XXI é marcado pelo imediatismo, o compartilhamento de informações on-line
e o grau de repercussão destas mensagens na rede podem gerar impactos para a
reputação da organização. A comunicação realizada através das redes sociais
pode trazer mecanismos para superar estes obstáculos, pois abre portas para as
organizações realizarem uma relação dialógica, interativa e transparente com seus
públicos. VIVAN e VIVAN (2005, p. 4) elucidam essas questões quando afirmam que
“Com a Internet, é possível perceber que as fronteiras geopolíticas, aos poucos, vêm
tornando-se translúcidas e, em muitos casos inexistentes, proporcionando o
potencial humano para comunicar ideias, sentimentos e anseios.”. LÉVY (1999)
ilustra bem a causa dessas mudanças ao citar que:
27


                     As verdadeiras relações, portanto não são criadas entre ‘a’ tecnologia (que
                     seria da ordem da causa) e ‘a’ cultura (que sofreria os efeitos), mas sim
                     entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem,
                     utilizam e interpretam de diferentes formas, as técnicas. (LÉVY 1999, p.23)


      Isso faz com que comunicação fique repleta de subjetividade, e diferentes
opiniões. Um desafio a mais para as empresas que desejam compreender a
necessidade e o pensamento de seu público sobre determinada marca/produto.
      Manter uma relação entre público e empresa através das redes sociais é
fundamental para fazer com que a organização estreite laços com seus públicos,
diminuindo os ruídos que possam ocorrer na veiculação de informações sobre a
empresa. No entanto, é necessário compreender também que as novas relações
não podem ser substituídas pelas relações já existentes, mas sim somadas. LÉVY,
(1999, p. 129) afirma que “É um erro pensar as relações entre antigos e novos
dispositivos de comunicação em termos de substituição”. O autor exemplifica tal
afirmação fazendo uma analogia ao cinema e ao teatro explicando que um não pôs
fim ao outro, foram apenas adaptados às novas tecnologias que vinham surgindo.
SANTAELLA (2003, p. 15) afirma que “Essas tecnologias (...) têm como principal
característica propiciar a escolha e consumo individualizados, em oposição ao
consumo massivo”.
      As relações interativas, mesmo sendo feitas à distância, tornam-se mais
íntimas. MCLUHAN (1974, p.132) já falava sobre esse tema: “Com a implosão de
relações não visualizáveis, fruto da velocidade instantânea, a tecnologia elétrica
destrona o sentido visual e nos restaura no domínio da sinestesia e do
interenvolvimento íntimo dos demais sentidos”.
      HOLLANDA (2009) acredita que a época de vanguarda, oposição e
revoluções – características presentes logo após a Revolução Industrial e início da
modernidade – já acabou. Para ela é tempo de substituir o modo de produção por
serviços, customização e conhecimento do cliente. Segundo a autora, a delicadeza
é, atualmente, um instrumento gerencial muito importante.
      Por delicadeza, entenda-se contato com o público, disponibilidade de tempo
para ouvi-lo e fazê-lo ouvir. HOLLANDA (2009) ressalta ainda que os profissionais
da comunicação têm papel primordial nesse conceito, já que a aproximação ao
cliente deve ser estabelecida através dos canais que o cliente mais utiliza, ou seja a
web. Mas não se trata de uma abordagem simples, superficial. HOLLANDA (2009)
exemplifica dizendo que se uma mensagem autoritária for enviada, o mínimo
28



necessário vai ser respondido, pois o receptor vai perceber que aquilo não foi
dirigido só a ela.




   2.3 Web 2.0
29



      O’REILLY (2005, p. 2) define Web 2.0 como “um conjunto de princípios e
práticas que interligam um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns
ou todos esses princípios que estão a distâncias variadas do centro”. Para O’REILLY
(2005) a contribuição dos usuários, seja através da interação, da publicação de
conteúdos ou da inteligência coletiva, são a chave para a supremacia da Web 2.0. A
medida que os usuários adicionam conteúdos, eles passam a integrar a estrutura da
rede, sendo ainda descobertos por outros usuários, quanto mais usuários
participam, melhor fica o conteúdo e a interação. PRIMO (2007, p. 1) explica que
Web 2.0 “é a segunda geração de serviços na rede, caracterizada por ampliar as
formas de produção cooperada e compartilhamento de informações online”.
      SAMPAIO (2007) define a Web 2.0 como um “Mashup” (combinação de
conteúdo de mais de uma fonte em uma experiência), ou seja, para SAMPAIO
(2007) a Web 2.0 não apresenta grandes inovações, mas sim, a utilização de uma
tecnologia já consagrada, no entanto com um novo enfoque.
      Ainda de acordo com SAMPAIO (2007, p. 7), a Web 2.0 começou a partir da
“percepção de que os Websites deveriam se integrar, deixando de ser estanques e
passando a trocar conteúdo”.
      Devido a essa nova percepção da internet, características como produção
cooperada e o compartilhamento de informações na Web 2.0, formam um novo
ambiente para a comunicação e para a prática de negócios.
      A colaboração entre os usuários permite que a publicação e troca de
conteúdos disponibilizados na web sejam cada vez mais práticos e acessíveis, como
demonstra O’REILLY (2005):


                     A lição da Web 2.0: alavancar o auto-serviço do consumidor e algoritmos
                     de gerenciamento de dados visando atingir a rede em toda sua extensão, e
                     não apenas o centro, até a cauda longa e não apenas a cabeça.
                     (O’REILLY, p. 7, 2005)


      O'REILLY (2005) explica que os pequenos sites constituem a maior parte do
conteúdo disponibilizado na rede, e ressalta a importância de criar links entre esses
sites para que os serviços sejam mais bem disponibilizados na rede.
      Ainda sobre a publicação de conteúdo na Web 2.0 PRIMO (2007, p. 3) afirma
que “na primeira geração da web os sites eram trabalhados como unidades
30



isoladas, passa-se agora para uma estrutura integrada de funcionalidades e
conteúdo”.
      Outra característica da Web 2.0 são os hiperlinks:


                     Os hiperlinks são um fundamento da rede. À medida que os usuários
                     adicionam conteúdos e sites novos, esses passam a integrar a estrutura da
                     rede à medida que outros usuários descobrem o conteúdo e se conectam a
                     ele. (O'Reilly, p. 9, 2005)



      Dessa forma, segundo O’REILLY (2005), a cada link que os usuários criam
entre os diversos conteúdos disponibilizados na web, as opções de navegação
crescem organicamente, fazendo com que os usuários acessem a conteúdos
diversos.
      A Web 2.0 utiliza-se da inteligência coletiva. O'REILLY (2005, p. 15) trata
desse aspecto, citando a rede de weblogs, que segundo o autor equivalem a uma
constante troca de informações acerca de um assunto de interesse comum. Esse
“bate-papo mental” transforma os blogs em filtros da ‘inteligência global’ e criam um
ambiente propício para discussão de vários temas, permitindo assim um
compartilhamento de informações na rede.
      VALENTE E MATTAR (2007) dissertam sobre o uso dos weblogs em favor da
inteligência coletiva exemplificando que alunos podem criar um blog para publicar e
discutir assuntos atuais, textos acadêmicos ou situações do cotidiano.
      A Web 2.0 se mostra um ambiente propício para a comunicação e para a
prática de negócios devido a três principais características citadas anteriormente:
publicação de conteúdo, criação de hiperlinks e uso da inteligência coletiva.
      Utilizando essas características, uma empresa pode disponibilizar seu
conteúdo na web e utilizar-se dos hiperlinks para fazer com que o maior número de
usuários tenha acesso a este conteúdo.
      Já através da utilização dessa inteligência coletiva, as empresas podem se
utilizar do conhecimento e opiniões de seus clientes para criar ou reestruturar um
produto ou até mesmo a imagem de sua empresa.
      Uma pesquisa feita em 2007 pela empresa americana de consultotia
Mckinsey & Company, realizada com 2.847 empresários de todo o mundo, em
janeiro de 2007, com o objetivo de obter informações estatísticas sobre como as
empresas utilizam as tecnologias da internet, mostra que pelo menos 3/4 dos
31



executivos investem em tecnologias de Web 2.0, considerada estratégica, para
estimular a colaboração dentro da empresa.
      Para a maioria dos respondentes da pesquisa, a Web 2.0 auxilia a refinar
estratégias de negócios. Mais da metade dos que investiram nas ferramentas há
mais de cinco anos, estão satisfeitos, e apenas 13% se mostram insatisfeitos.
      Os blogs são utilizados por 1/5 dos respondentes para oferecer serviços e
obter retorno do público. Para se comunicarem com parceiros e fornecedores, as
ferramentas mais utilizadas são RSS (Really Simple Syndication), serviços da Web
e ferramentas que tornam a comunicação mais fácil e inteligência competitiva.
      A Web 2.0 é caracterizada fundamentalmente pela colaboração dos usuários
no desenvolvimento de conteúdos e serviços na internet. Devido a essa
característica, é necessário que as empresas estabeleçam um diálogo com esses
usuários. Segundo SANTAELLA (2003) os diálogos na web são efervescentes e
variáveis, sendo assim, tendem a ser altamente produtivos, principalmente para
empresas que querem manter um relacionamento mais próximo com seus públicos.




   2.4 Mídias Sociais
32



      Em seu artigo “Usuário-Mídia: o quinto poder. – Um estudo sobre as
influências do internauta na comunicação organizacional”, TERRA (2009, p. 1)
define este quinto poder como “o internauta, o usuário de internet que ganhou voz,
que faz barulho, gera boca-a-boca, que ao mesmo em que pressiona organizações,
participa e colabora com conteúdos, informações, opiniões”. Para a autora, estes
usuários modificaram a comunicação tradicional, expondo as organizações e
fizeram com que os processos e modelos vigentes fossem repensados, onde o que
antes era de domínio apenas dos grandes grupos de mídia e das corporações, hoje
também é de posse dos usuários de internet.
      TERRA (2009, p. 2) define a mídia social como “aquela utilizada pelas
pessoas por meio de tecnologias e políticas na web com fins de compartilhamento
de opiniões, ideias, experiências e perspectivas” e afirma ainda que são
consideradas mídias sociais “os textos, imagens, áudio e vídeo em blogs, quadro de
mensagens, podcasts, wikis, blogs e afins que permitem a interação entre os
usuários”. Segundo a autora, o motor que conduz as mídias sociais vem de uma
forma de comunicação existente desde que o homem se encontra organizado em
grupos: o boca-a-boca. Segundo a autora, “mídias sociais, redes sociais online,
conteúdo gerado pelo consumidor, mídia gerada pelo consumidor ou ainda social
media são termos sinônimos que significam que o consumidor está no poder, na
internet, com capacidade de compartilhar seus conteúdos”.
      Já RECUERO (2008), define mídias sociais como a ferramenta de
comunicação que permite o surgimento das redes sociais, sendo que para permitir o
surgimento dessas redes, os meios de comunicação precisam subverter a lógica da
mídia de massa (umtodos) para a lógica da participação (todos todos),
permitindo assim, segundo ela, a apropriação para a sociabilidade a partir,
principalmente da interação com outros autores.
      Ainda segundo RECUERO (2008), as mídias sociais são um tipo diferente de
mídia que não possuem nem as funções nem as características do discurso da
mídia tradicional, por permitir a apropriação para a sociabilidade a partir da
construção do espaço social e da interação com outros autores, de forma individual
e numa escala enorme, estando ainda, diretamente relacionada à internet por conta
da expressiva mudança que a rede proporcionou. Trata-se segundo ela, de “um
meio fundamentalmente social, que atua na informação como conseqüência disso”.
33



      Entre as características da mídia social, RECUERO (2008) aponta alguns
elementos especiais que a diferencia das demais ferramentas de comunicação.
Entre eles, a conversação – que faz com que os usuários possam ter mais do que
uma mera participação, engajando-se de forma coletiva; a diversidade de fluxos de
informações – que permite que diferentes informações circulem através das redes
sociais, podendo gerar grandes mobilizações; e ainda, a emergência das redes
sociais – devido ao fato de que as mídias sociais permitem que os rastros da
interação fiquem visíveis, proporcionando que a interação seja estendida no tempo
e que as redes sociais sejam mais observáveis; entre outras características.
      A participação das organizações nas redes sociais da web, provavelmente, já
foi tida como simples modismo, isso porque algumas empresas aderiram a esses
novos meios, com o simples intuito de manter uma imagem compatível com as
novidades do mercado. Mas segundo TERRA (2009, p. 5), “as redes sociais online
deixaram de servir apenas ao entretenimento de adolescentes para serem cada vez
mais usadas pelas empresas como ferramenta de relacionamento”. Porém, devido
ao nível de exigência mais elevado do novo consumidor, simplesmente fazer parte
de uma rede, sem consciência das singularidades desse espaço, sem inovações e
atrativos, pode tornar essa estratégia totalmente ineficiente. TERRA (2009) afirma
ainda, que com as redes sociais online, os formadores de opinião se tornaram
referência e passaram a constituir-se em comunidades, usando da inteligência
coletiva, que tem muito mais poder do que o pensamento individual. Segundo a
autora, atentar-se para as expressões dos usuários na rede não é mais uma questão
de escolha, mas sim, de necessidade das organizações que precisam estar
preparadas para enfrentar as manifestações positivas e/ou negativas que não tem
data, hora ou lugar para acontecer.
       Algumas empresas já utilizam ferramentas como os Blogs, por exemplo. De
acordo com SOUZA (2008, p. 31) “qualquer registro frequente de informações pode
ser considerado um blog (...) blogs são ferramentas de democratização de
publicação de conteúdo”. Um blog corporativo, por exemplo, sem atualizações e
respostas para os comentários feitos, vai se tornar apenas mais um, entre vários
outros da rede que não são sequer visitados. SANDI (2007) comenta essa situação,
ao afirmar que essa presença não deve acontecer e ser sustentada por modismo.
De acordo com o autor, o novo consumidor é mais exigente, fato que muitas
empresas não levam em consideração ao atuar na rede. O que se observa ainda
34



são muitas páginas estáticas, sem interação com o usuário, sem mostrar um "dia-a-
dia" da organização em sua relação com a sociedade, afirma SANDI (2007).
      Entretanto, a participação de uma organização na rede requer cautela. Quem
utiliza as redes não gosta de sentir seu espaço sendo invadido por propagandas,
spams e conteúdos sem utilidade. Devido a isso, as organizações necessitam de
uma estratégia bem definida para que os objetivos e ações utilizados produzam
resultados satisfatórios, conforme afirma VIVAN (2005):


                     (...) a mudança desse paradigma exige reestruturação dos processos
                     organizacionais, principalmente no que diz respeito à geração de
                     conhecimento na empresa. O universo de informações geradas pelo
                     estreitamento das relações com mercados, fornecedores e clientes não faz
                     sentido se as instituições não proporcionarem mudanças internas em suas
                     estruturas. A começar pela proposta inovadora de gestão, que tem como
                     base a geração de conhecimento a partir da experiência dos próprios
                     funcionários da empresa. (VIVAN, 2005, p.11)


      Para traçar uma estratégia de comunicação via redes sociais na web, as
organizações devem analisar o público e o que está sendo dito no ambiente onde
esse público está. CASTELLS (2003) afirma que a democratização dos meios
virtuais para livre expressão, provoca liberdade e independência no modo de
expressar do consumidor. Não há restrição, todos podem dizer o que quiserem e os
relatos de experiências vividas por pessoas comuns são absorvidos como exemplo
para os demais que tiverem acesso à informação. E como a rede é mundial, o
impacto pode ser grande.
      PINHO (2003) reforça essa situação ao dizer que essa igualdade de papéis
no meio hipermidiático tem um lado negativo, pois as vozes negativas têm a mesma
força de qualquer outra. De acordo com PINHO (2003), mesmo que as críticas e
reclamações sejam infundadas, qualquer pessoa visualiza na internet os mesmos
conteúdos. Tudo o que é dito nas comunidades, blogs, fóruns etc., tem valor para o
público. Todas as vozes na Internet têm força, daí a importância de se acompanhar
tudo o que essas vozes têm a dizer e respondê-las o quanto antes.


                     Monitorar os ‘bate-papos’ e os blogs pode fazer com que a empresa
                     aprenda algo sobre as necessidades atuais de seu público e planejar ações
                     para atender àquelas que pareçam mais vitais para a reputação da
                     empresa e para seus resultados. (ARGENTI, 2006, p.157)
35



       SILVA (2007) em consonância com ARGENTI (2006) acredita que todos estes
canais de comunicação - ou seja, todos os canais que permitem a expressão de
opiniões, desejos e anseios dos consumidores - devem ser monitorados para que,
através deste monitoramento, obtenham-se informações relativas e relevantes ao
mercado.
       Essa situação já era uma realidade em 2009. NEGROPONTE (1995, p. 67)
afirmou que a era digital não pode ser negada. “Ela dispõe de quatro características
muito poderosas, as quais determinarão seu triunfo final: a descentralização, a
globalização, a harmonização e a capacitação”.
       É possível perceber que NEGROPONTE (1995) estava certo em sua
afirmação. Assim como muitos outros autores, suas previsões estão sendo
cumpridas no mundo digital. O poder dado a todos de se expressarem sem
restrições, a possibilidade da descentralização da informação e o poder da
mensagem disponível mundialmente são aspectos favoráveis para o consumidor e
um campo aberto de oportunidades comunicacionais para as organizações.
       Em Julho de 2009, as empresas de tecnologia web Wetpaint e Altimeter
Group, publicaram um relatório que aponta como as empresas estão utilizando as
mídias sociais para criar engajamento com seus públicos. Segundo o registro, as
ações em mídias sociais têm uma relação direta com um maior desempenho
financeiro das empresas. Dentre as organizações avaliadas pelo estudo, as que
apresentam uma maior atividade em redes sociais obtiveram um aumento médio de
18% nas vendas nos últimos 12 meses, enquanto que para as empresas menos
envolvidas com as mídias sociais caíram em torno de 6% no mesmo período. Estas
empresas utilizam um grande número de canais para cuidar do relacionamento com
seus usuários, principalmente blogs, fóruns de discussão e Twitter.
       Ainda segundo o relatório, o nível correto de envolvimento com as mídias
sociais pode ser a chave do sucesso para impulsionar a imagem da organização
frente a seus públicos, mesmo que diante dos milhares de canais de mídias sociais
existentes, avaliar o meio ideal seja uma tarefa difícil.
       Portanto, a utilização das redes sociais na web deve ser tratada com cuidado
pelas empresas, como parte de uma estratégia de comunicação integrada. Como
também já vimos anteriormente, as redes sociotécnicas não podem ser utilizadas
sem que haja objetivos específicos e até mesmo um conhecimento prévio sobre a
área na qual a empresa está sendo inserida. Com o surgimento de um novo público
36



mais exigente, as empresas devem saber interagir e se relacionar para atender suas
demandas.
37



   2.5 Redes Sociais



       As redes sociais na internet são agrupamentos sociais mantidos no
ciberespaço com o suporte da tecnologia dos sites. WELLMAN (2001, p.1) afirmou
em 2001 que as redes sociais sempre existiram; mas segundo o autor,
“desenvolvimentos tecnológicos recentes nas comunicações permitiram seu advento
como uma forma dominante de organização social”. E foi a partir do
desenvolvimento da tecnologia que essas redes passaram a fazer parte do cotidiano
das pessoas e, atualmente, das organizações.
       Segundo MAIA (2008) as redes sociais deixaram de ser apenas um espaço
específico para a troca de ideias de garotos desocupados e estão cada vez mais
sendo utilizadas como ferramenta de relacionamento pelas organizações. E para
este crescimento das empresas nas redes sociais, a autora apresenta um motivo:
segundo ela, a internet atinge 59 milhões de brasileiros que passam 24 horas por dia
– todos os dias do mês – conectados, sendo a maior média do mundo e que
praticamente, 90% deles – os quais ela chama de consumidores 2.0,- interagem nas
redes sociais. MAIA (2008) informa ainda, que é fundamental interagir, conversar e
responder as questões dos internautas e usuários, mesmo que nem sempre este
investimento em redes sociais possa trazer um retorno mensurável. Para ela, o
mercado ainda está aprendendo a ganhar dinheiro com essas ações e, pelo menos
por enquanto, os benefícios chegam principalmente para a imagem da empresa.
       De acordo com RECUERO (2009, p.23), dois elementos compõem uma rede
social. São eles os atores e suas conexões. Na definição da autora, os autores são
“pessoas, instituições; os nós da rede”. Já as conexões são interações ou laços
sociais.
       BOYD e ELLISON (2007) definem redes sociais como sites baseados na web
que permitem que indivíduos construam um perfil em um sistema limitado, definam
uma lista de usuários para compartilhar conexão e atravesse essa lista com outras
feitas dentro do mesmo sistema.
       Segundo RECUERO (2009), as redes sociais são classificadas em dois tipos:
sites de redes sociais propriamente ditos e os sites de redes sociais apropriados.
       Segundo a autora, sites de redes sociais propriamente ditos são “Sistemas
onde há perfis e há espaços específicos para publicização das conexões com os
38



indivíduos. Em geral, esses sites são focados em ampliar e complexificar essas
redes”. (RECUERO, 2009, p. 104)
      Já os sites de redes sociais apropriados, segundo RECUERO (2009) não
foram criados a princípio para suporte de redes sociais, porém os atores sociais o
utilizam para este fim. O Twitter, por exemplo, é um site apropriado, pois não tem
espaços específicos para perfil e para publicação das conexões.
39



   2.6 Twitter


      O Twitter é um microblog - ferramenta que permite atualizações rápidas e
curtas - criado em 2006 por três norte-americanos em um projeto da empresa Odeo.
Nessa ferramenta é disponibilizado ao usuário um espaço de 140 caracteres para
que a pergunta “O que está acontecendo?” (“What’s happening?” em inglês) seja
respondida. Não existe uma definição específica para o microblog, já que de acordo
com SPYER (2009, p.8) “não existem exemplos de serviços online parecidos que
tenham sido adotados massivamente”.
      Trata-se de uma mídia social estruturada por following, que são as pessoas
que você segue e followers, aquelas que te seguem. Cada Twitter – como o usuário
da rede é chamado – pode escolher quem deve seguir e ao fazer essa escolha ele
passa a visualizar as postagens de quem está seguindo na página inicial do
microblog, chamada de “Timeline”. SPYER (2009) considera difícil encontrar outro
meio que permita que pessoas conversem com uma marca ou uma empresa com as
mesmas características do Twitter.




      Imagem 1: Followers, Following e Listas no Twitter. Fonte: Reprodução


      Cada usuário é conhecido por um nome, precedido de um @. Por exemplo, o
twitter deste projeto é caiunaredepeixe. Para enviar mensagens para este perfil, é só
colocar o nome com um @ antes: @caiunaredepeixe. As mensagens vão aparecer
em um espaço no microblog junto com todas as outras enviadas para este perfil.
40



Mas para responder a um tweet que enviam para você o mais indicado é que se
utilize a opção “reply”, disponível na própria mensagem, ao lado direito. Ao utilizar
essa opção, você permite que um histórico de mensagens trocadas seja arquivado.




       Imagem 2: Página de mensagens enviadas ao perfil @caiunaredepeixe e os botões de reply e
retweet. Fonte: Reprodução


       De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), o Twitter é uma boa
ferramenta para obter notícias mais rapidamente, se conectar com amigos e
familiares, dividir experiências, descobrir interesses individuais e de grupos e, ao
mesmo tempo, ter conversas comerciais e corporativas. O microblog criou uma
linguagem própria que já é dominada por quem o utiliza. Cada mensagem é
conhecida como tweet e a replicação dessa mensagem por outros usuários,
precedida das letras RT, é o retweet, maneira mais prática de ‘encaminhar’ aos seus
seguidores uma mensagem que uma pessoa que você segue escreveu. É uma
forma de compartilhamento do tweet, assim quando você dá um retweet em alguma
mensagem significa que você quer que ela ganhe maior repercussão dentro do
microblog. Além disso, é possível se comunicar com os usuários do Twitter de
maneira restrita e confidencial. Para isso basta usar as Direct Messages, ou
mensagens diretas. Só você e a pessoa que recebeu esta mensagem sabem de seu
conteúdo. Para enviar esse tipo de mensagem, o destinatário precisa estar seguindo
o seu perfil no Twitter.
41



      Um mecanismo que ajuda na busca de alguns assuntos é a hashtag, termo
precedido de um #. A hashtag ”FollowFriday”, uma das mais usadas, por exemplo,
aparece em mensagens onde os usuários indicam, nas sextas-feiras, algum outro
usuário para que ele seja seguido ou conhecido por outras pessoas. Geralmente,
após indicar as pessoas que segue o usuário coloca simplesmente as iniciais da
hashtag, #FF. As 10 hashtags ou os termos mais utilizados pelos usuários são
mostrados em um ranking, os Trending Topics, conhecidos também como TT. O
usuário pode escolher visualizar o ranking do mundo, do Brasil, de outros países ou
até de algumas cidades, São Paulo é uma delas.




             Imagem 3: Hashtags e Trending Topics brasileiro. Fonte: Reprodução


      Nesse aspecto, o Twitter é um bom exemplo de um ambiente onde reações
interativas - mútuas e reativas, apresentadas por PRIMO (2005) – acontecem com
frequência. Cabe à empresa analisar essas reações e estudar o comportamento dos
usuários no que diz respeito aos seus interesses, opiniões e necessidades.
      O Twitter ainda é usado, no Brasil e em outros países, por políticos,
candidatos a cargos políticos, jornalistas e especialistas em diversos assuntos.
42



      2.6.1 O Twitter no Brasil


      Dados do Ibope/Net, apresentado por RECUERO (2009), mostram que em
2008, apenas um milhão de usuários brasileiros utilizavam a ferramenta, sendo que,
deste total, 140 mil eram recorrentes. A ferramenta, porém, passou a ser popular
entre os brasileiros após a divulgação na grande mídia, em 2009. Este crescimento
pôde ser comprovado com a pesquisa feita pela empresa Sysomos, a partir de 11,5
milhões de contas e divulgada em junho de 2009. De acordo com os dados, o Brasil
aparece em quinto lugar em termos de crescimento de adesão ao Twitter.
      Em pesquisa publicada em Junho de 2009, a empresa Ibope Nielsen Online
também levantou números sobre o serviço e constatou que 15% dos usuários do
serviço são brasileiros, o que coloca o Brasil como o país com a maior proporção de
usuários no microblog.


      2.6.2 Para uso empresarial


      O uso do Twitter no meio empresarial é o tema principal deste projeto.
SPYER (2009) dá algumas dicas para que este trabalho seja feito dentro da
empresa. Segundo o autor, companhias que decidiram explorar este novo ambiente
têm usado o microblog para, entre outras coisas, estabelecer uma conexão direta
com seus clientes, escutá-los, humanizar a empresa, informar e divulgar
promoções.
      O’REILLY e MILSTEIN (2009) dizem que, para não errar nas ações
realizadas no microblog, a empresa deve saber o que os usuários andam falando
sobre ela. Ao fazer esse monitoramento, a empresa sente o ritmo das conversas e
pode se preparar melhor para atender o público naquilo que ele espera. Segundo os
autores, não importa o segmento, é bem provável que as pessoas estejam falando
de uma marca, produtos e sobre a empresa em geral.
      Para começar, de acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), a empresa
deve agir devagar. Com pelo menos uma mensagem por dia, ou poucas vezes por
semana. As perguntas feitas, porém, devem ser respondidas todos os dias. Então,
caso a ferramenta se mostre útil, a companhia deve começar a dedicar mais tempo
e recursos a ela.
43



       O’REILLY e MILSTEIN (2009) recomendam que, entre escolher uma pessoa
que tenha muitas informações sobre a empresa, mas não gosta ou não sabe mexer
no Twitter e outra que domina a ferramenta, mas não tenha muitas informações,
escolha a última. A empresa deve, então, segundo os autores, dar suporte a essas
pessoas com mais informações sobre a companhia. O’REILLY e MILSTEIN (2009)
não recomendam que uma empresa de marketing ou comunicação seja contratada
para gerenciar a conta. Por mais que a agência possa dispensar mais tempo para
gerenciar o perfil, provavelmente não conseguirá promover o relacionamento que os
clientes da empresa esperam.
       Pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP),
divulgada em abril de 2010, mostrou que as empresas estão atentas a isso. Os
resultados mostraram que a maioria das peças e da estratégia de comunicação
online das empresas é elaborada internamente. O motivo, na visão dos
entrevistados, é melhor aproveitamento de custos e de tempo. Do total, 74% têm
produção caseira, 8% através de consultoria, 8% por agências de publicidade, 8%
pelas mãos dos próprios sócios e proprietários e 2% por empresas terceirizadas.
       Outro grande erro cometido por empresas que ingressam no Twitter, de
acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), é quando estas companhias acham que
o microblog é um espaço que pode ser utilizado apenas para “empurrar”
informações. Segundo os autores, na verdade, o Twitter é um meio melhor para
conversar com o público do que para apenas fazer anúncios. SPYER (2009) sugere
ainda que os usuários não sejam sobrecarregados com excesso de mensagens.
Além disso, o autor aconselha que a empresa seja honesta, acessível, rápida e
divertida.
       A proximidade com o público traz alguns problemas comuns. De acordo com
SPYER (2009):


                    Os consumidores tendem a considerá-lo como parte do atendimento ao
                    cliente. Empresas aéreas, por exemplo, se vêem constantemente tendo que
                    responder a questões como ‘quando é o meu vôo’ (SPYER, p. 47, 2009)


       Segundo O’REILLY e MILSTEIN (2009), porém, se algum dos seguidores do
perfil da empresa tiver perguntas, a companhia deve estar apta para responder com
informação apropriada. Os autores ainda recomendam que, caso o usuário não
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deixe algum contato, este seja solicitado por Direct Message para que o problema
seja solucionado e a questão respondida.
       Os usuários, segundo SPYER (2009), também esperam da empresa pronto-
atendimento, pelo formato e a proposta de rapidez e velocidade do microblog.
Segundo o autor, o ambiente de proximidade ainda permite aumentar o número de
protestos e reclamações sobre a empresa, situação na qual a companhia deve
estar preparada para contornar.
      O Twitter é ótimo para o uso por empresas, mas não faz todo o trabalho
sozinho. De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), para uma comunicação
mais eficiente, a área responsável pela atualização da ferramenta deve estar
integrada com serviços da empresa, relações públicas, marketing, recursos
humanos, desenvolvimento de produtos e todas as outras áreas que utilizam
ferramentas para conectar pessoas. Os autores ainda recomendam que, caso a
empresa tenha perfil em outras redes sociais, como Orkut, Facebook e outras, as
informações     fornecidas   em   cada   um   desses   perfis   seja   consistentes   e
padronizadas.
      Depois de começar a atuação, a empresa deve continuar a monitorar o que é
falado sobre ela para evitar grandes escândalos e opiniões desfavoráveis de
pessoas influentes. De acordo com o estudo ‘O poder do efeito viral’, realizado pelas
empresas de tecnologia web XPLab e E-consulting, no ano de 2009, cada post, seja
ele negativo ou positivo, relacionado a uma empresa, produto ou serviço, impacta
diretamente 10% do total da rede de relacionamento e gera uma ação em
decorrência desta opinião. Caso a mensagem seja negativa, um serviço é
cancelado e uma intenção de compra deixa de existir. Quando positiva, a compra de
produtos ou serviços é estimulada. Já as outras mensagens (90%), segundo a
pesquisa, também geram impacto, mas não necessariamente geram mobilização ou
alguma ação.


          2.6.2.1    Identidade da empresa no microblog



      Uma das grandes oportunidades que o Twitter dá é a de mostrar o lado
humano da organização.        De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), o
45



microblog cria a oportunidade de empresas conversarem com as pessoas e
estabelecer relacionamento com os clientes.
      Porém, segundo O’REILLY e MILSTEIN (2009), as pessoas não têm interesse
em se conectar com um nome e uma identidade empresarial. Então, quando a
empresa decide quem vai ser o funcionário responsável pela conta, ela deve
identificar o twitteiro na sua página. O nome do perfil deve identificar a empresa,
mas a Bio (espaço que dispõe 160 caracteres para identificar o perfil) deve ser
usada para identificar a pessoa que está por trás da conta. Quando o cliente se
conecta com esse Twitter, ele vai saber com quem está falando. Além disso, ao
observar o comportamento dos usuários na rede, percebe-se que quando uma
empresa não responde a um questionamento o efeito é altamente negativo. O
usuário pensa por qual motivo a empresa está ali se não pode estabelecer um
diálogo com seus clientes. Este tipo de pensamento pode levar um dos seguidores
da empresa a desistir de estabelecer contato ou, até mesmo, criar uma grande
resistência à marca e seus produtos/serviços.
46




3. METODOLOGIA




   3.1 CORPUS EMPÍRICO



       O presente estudo analisou a presença da Vivo no Twitter, não só na
condição de uma ferramenta de rede social, mas sim como campo de efetiva
interação entre a organização e seus diversos públicos.
       Este trabalho de pesquisa e análise foi realizado através da observação do
que é publicado através dos Twitters criados pela operadora de telefonia celular
Vivo. O blog oficial da empresa, o Vivo Blog (www.vivoblog.com.br), também foi
acompanhado com o intuito de observamos links no Twitter que direcionam para o
blog, que foi criado para ser um canal de informação, relacionamento e troca de
ideias sobre tecnologias, conforme descrito na própria ferramenta.
       Além disso, todo e qualquer redirecionamento ‘linkado’ no Twitter foi
observado, seja esse redirecionamento para o site corporativo (www.vivo.com.br),
para   a    loja   virtual   (www.vivo.com.br/regional_loja),   hotsites   promocionais
(www.vivo.com.br/conexaocomonenhumaoutra) e afins.




Imagem 4: Mensagem no twitter da Vivo (@vivoblog) com um link que direciona para o blog da
empresa. Fonte: reprodução
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Imagem 5: Mensagem no twitter da Vivo (@vivoemrede) com um link que direciona para o hotsite
promocional da empresa. Fonte: reprodução


       A Vivo é uma operadora de telefonia celular, controlada pelos grupos Portugal
Telecom e Telefônica. Iniciou sua atuação em 2003 e está presente em todos os
estados brasileiros. E segundo dados da Telecom, de agosto de 2009, é a
operadora com a maior fatia do mercado, seguida da operadora Claro. Em 2009, a
Vivo realizou uma mudança em sua postura comunicacional, alterando sua
assinatura de “Vivo. Sinal de Qualidade” para “Vivo. Conexão como nenhuma outra”,
com o objetivo de se apresentar como uma operadora que trabalha em busca de
soluções que permitam a sociedade se manter sempre conectada e assim viver
melhor.
       Ela reforçou este conceito também em sua visão, missão e valores. Sua visão
apresenta a crença da organização de que a sociedade em rede vive melhor e pode
mais. Sua missão traz o compromisso da operadora em prover a sociedade de
ferramentas de qualidade para que ela se mantenha sempre conectada. E por fim
determinou como um de seus valores a “interação”.
       Sendo assim, por se tratar de uma empresa cuja comunicação esta focada na
interação em rede, a Vivo se caracteriza como um pertinente objeto empírico para o
estudo proposto.
       A Vivo faz comunicação na web com publicações em diversas redes como no
Vivo Blog, no Orkut, Facebook e Twitter. Neste trabalho produzimos uma pesquisa
de sua atuação do Twitter.
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   3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS



      Para que seja respondido como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de
comunicação corporativa, uma pesquisa exploratória-qualitativa foi realizada.
      Segundo MIGUELES (2004), o objetivo da pesquisa exploratória é fazer com
que o pesquisador se situe sobre o tema de pesquisa, sobre o qual não tem
informações ou conhecimento suficientes para elaborar hipóteses ou linhas de
pesquisa. Esse tipo de estudo envolve o levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas envolvidas no tema e análise de casos que sirvam de exemplo. A pesquisa
exploratória possui ainda o intuito de clarear conceitos e ideias para análises futuras.
      Já a pesquisa qualitativa, segundo MAANEN (1979), consiste em técnicas
interpretativas para decodificar um sistema, ambiente, repleto de significados. Nela,
o ambiente natural é fonte direta de dados, tem caráter descritivo e, muitas vezes,
enfoque indutivo.
      Para analisar a presença da Vivo no microblog Twitter, foi realizado um
estudo de natureza bibliográfica sobre as características da comunicação. A
evolução das mídias sociais e como elas se apresentam na atualidade também
foram estudados. O resultado deste estudo constitui a fundamentação teórica que
embasou e deu sustentação à pesquisa empírica.
      Além disso, uma entrevista foi realizada com uma jornalista, funcionária da
empresa, atuante na Divisão de Internet, responsável pela atualização do Twitter e
do blog da Vivo. O objetivo da pesquisa foi conhecer o planejamento comunicacional
da organização e compreender quais os motivos que levaram a operadora a
expandir sua comunicação para o Twitter. A entrevista foi realizada ainda para
verificar se os assuntos abordados no microblog estão contemplados neste
planejamento ou se são tratados de forma aleatória.
      Para monitorar as ações comunicacionais realizadas pela Vivo no Twitter e o
retorno que a empresa teve dos seus seguidores, foram tomados como parâmetros
metodológicos os conceitos da “netnografia”, ou etnografia virtual, termo criado a
partir da década de oitenta por KOZINETS (1998), que se trata de:


                      Uma descrição escrita resultante do trabalho de campo que estuda as
                      culturas e comunidades on-line emergentes, mediadas por computador, ou
                      comunicações baseadas na Internet, onde tanto o trabalho de campo como
49


                     a descrição textual são metodologicamente conduzidas pelas tradições e
                     técnicas da antropologia cultural. (KOZINETS, 1998, p. 4)


      Este método proposto por KOZINETS (1998) estabelece alguns passos que
equivalem, com algumas adaptações, à etnografia. São elas: a) entrada ou
“ingresso”; b) coleta e análise de dados; c) confiabilidade nas interpretações; d)
ética de pesquisa e e) checagem dos participantes. Nesta pesquisa foram utilizadas
algumas destas etapas, como por exemplo, a entrada ou “ingresso” que foi realizado
após a entrevista na organização.
      Vale dizer que a adequação das diretrizes metodológicas propostas por
KOZINETS (1998) aos propósitos deste projeto se justifica pelo fato de se pretender
aqui utilizar uma abordagem da cultura organizacional de uma empresa cujo foco se
volta para as interações na web.
      Tal monitoramento realizado entre 07 de dezembro de 2009 e 19 de março
de 2010 após a entrevista com a operadora, com a coleta de todas as mensagens
postadas pela operadora e as respostas dos usuários neste período. Este intervalo
foi escolhido, pois contemplou ações institucionais e promocionais direcionada para
datas como Natal, Ano Novo e os grandes problemas que a rede de telefonia tem
nestas datas e contemplou ainda o Carnaval e o dia Internacional das mulheres. A
pesquisa foi realizada com o objetivo de podermos analisar se a empresa tem um
planejamento específico para a comunicação via Twitter e qual é esse planejamento
e qual a sua forma de execução.
      Conhecer as propostas e conversar com os profissionais responsáveis pela
área, antes mesmo de observar as ações da empresa na rede, foi importante para
que a realização da análise que observou se, na prática, o que foi planejado foi
executado e percebido no monitoramento.
      Os dados obtidos nesta pesquisa consistem nas publicações realizadas pela
Vivo e como os seguidores da empresa no Twitter reagiram a essas ações. Todo o
fluxo de informações no microblog foi observado e as mensagens dos usuários
foram classificadas como críticas/reclamações, sugestões, retwittes, elogios, apenas
citações, perguntas, resposta a promoções e outros. Para responder a pergunta de
pesquisa proposta, foi feito um aprofundamento nas mensagens classificadas como
elogios e reclamações. Já as mensagens enviadas pelos perfis @vivoemrede e
@vivoblog foram classificados como Promoção de produtos/serviços, concursos,
respostas a seguidores, mensagens institucionais, retwittes e informes.
50



      Todos os usuários que enviaram mensagens para os dois perfis pesquisados
foram listados. Os que tiveram maior participação receberam um questionário para
que explicassem as motivações que os levaram a realizar as postagens, o que os
motivou a repercutir as ações promocionais ou institucionais da Vivo e o retorno da
operadora para tais mensagens.
      O estudo deste material coletado visou, a partir do conhecimento dos
assuntos abordados, identificar quais estratégias a Vivo utiliza ao realizar
comunicação através do Twitter e fazer um paralelo com as informações obtidas na
entrevista oficial realizada com a empresa.
      Além disso, a partir de uma análise crítica dos comentários dos usuários às
publicações realizadas pela organização, refletimos sobre os desafios que a
utilização das redes sociais na web impõe à comunicação corporativa.
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  • 1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Comunicação Social – Gestão da Comunicação Integrada Presença da Vivo na Internet Social: Análise da operadora no Twitter Anna Paula Russo Mourão Camila Florêncio dos Santos Cássia Vidal da Silva Ferraz Círio César Bernadino de Oliveira Rute Maria de Paula Faria Belo Horizonte 2010
  • 2. Anna Paula Russo Mourão Camila Florêncio dos Santos Cássia Vidal da Silva Ferraz Círio César Bernadino de Oliveira Rute Maria de Paula Faria Presença da Vivo na Internet Social: Análise da operadora no Twitter Pesquisa apresentada à disciplina de Projeto Experimental do curso de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Orientador: Prof. Caio Cesar G. Oliveira Belo Horizonte 2010
  • 3. Anna Paula Russo Mourão Camila Florêncio dos Santos Cássia Vidal da Silva Ferraz Círio César Bernadino de Oliveira Rute Maria de Paula Faria Presença da Vivo na Internet Social: Análise da operadora no Twitter Pesquisa apresentada à disciplina de Projeto Experimental do curso de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, _____________________________________________________ Prof. Caio Cesar G. Oliveira _____________________________________________________ Raquel Furtado _____________________________________________________ Carmem Borges Belo Horizonte, 17 de junho de 2010.
  • 4. Agradecimentos Agradecemos a todos que tiveram papel fundamental para a execução dessa pesquisa. Aos nossos pais, nossa eterna gratidão pela vida. Aos professores, pelo conhecimento transmitido a nós, em especial a professora Renata Alencar que nos iniciou nessa caminhada. Especiais agradecimentos à Vivo, pelo atendimento. Agradecemos nossos colegas de faculdade, que dividiram conosco todas as dificuldades e alegrias durante todos os anos do curso e, principalmente nos momentos finais de dedicação a este projeto. Finalmente, agradecemos nosso orientador Caio Cesar por iluminar o nosso caminho e nos enriquecer com muito conhecimento durante a execução desse projeto. Resumo
  • 5. O presente estudo apresenta uma análise da atuação da operadora Vivo no Twitter e como a ferramenta é usada como instrumento de comunicação da empresa. Foi verificado como se estabelecem os processos comunicacionais entre a operadora e seus públicos com a utilização dessa rede social. Trata-se de uma abordagem sobre como a Vivo usa o Twitter como uma ferramenta de comunicação e relacionamento com seus públicos. Com um conteúdo de teor analítico esse estudo mostra os desafios, alterações e consequências que não só a Vivo, mas organizações em geral podem enfrentar ao decidir pela utilização das novas ferramentas sociotécnicas de comunicação: as mídias sociais na web. Essa pesquisa esclarece os mecanismos em torno das relações das empresas com seus públicos no ambiente do Twitter e como as opiniões do público presente nesta rede e o que ele expressa podem e devem ser usados em favor da comunicação da empresa e da construção de uma imagem positiva na web. Palavras – chave: Mídia Social. Twitter. Comunicação Corporativa. Vivo. Sumário
  • 6. 1. Introdução.....................................................................................................10 1. Problema de pesquisa.......................................................................................13 1. Problema de pesquisa.......................................................................................13 1.2 Objetivos...........................................................................................................13 1.2 Objetivos...........................................................................................................13 1.2.1 Objetivo Geral...........................................................................................13 1.2.1 Objetivo Geral...........................................................................................13 1.2.2 Objetivos Específicos.............................................................................13 1.2.2 Objetivos Específicos.............................................................................13 1.3 Justificativa......................................................................................................14 1.3 Justificativa......................................................................................................14 2. Fundamentação Teórica..............................................................................17 2.1 Comunicação Corporativa.............................................................................17 2.1 Comunicação Corporativa.............................................................................17 2.2 Comunicação Corporativa na web.................................................................22 2.2 Comunicação Corporativa na web.................................................................22 2.3 Web 2.0............................................................................................................28 2.3 Web 2.0............................................................................................................28 2.4 Mídias Sociais.................................................................................................31 2.4 Mídias Sociais.................................................................................................31 2.5 Redes Sociais..................................................................................................37 2.5 Redes Sociais..................................................................................................37 2.6 Twitter...............................................................................................................39 2.6 Twitter...............................................................................................................39 2.6.1 O Twitter no Brasil....................................................................................42 2.6.1 O Twitter no Brasil....................................................................................42
  • 7. 2.6.2 Para uso empresarial...............................................................................42 2.6.2 Para uso empresarial...............................................................................42 3. Metodologia...................................................................................................46 3.1 Corpus Empírico.........................................................................................46 3.2 Procedimentos Metodológicos.................................................................48 4. Resultados.....................................................................................................51 4.1 Estratégia da Vivo............................................................................................51 4.1 Estratégia da Vivo............................................................................................51 4.2 Análise das mensagens do @vivoemrede....................................................54 4.2 Análise das mensagens do @vivoemrede....................................................54 4.2.1 Promoção de produtos/serviços................................................................54 4.2.1 Promoção de produtos/serviços................................................................54 4.2.2 Concursos Culturais...................................................................................55 4.2.2 Concursos Culturais...................................................................................55 4.2.3 Demais mensagens.....................................................................................57 4.2.3 Demais mensagens.....................................................................................57 4.3 Análise das mensagens do @vivoblog........................................................59 4.3 Análise das mensagens do @vivoblog........................................................59 TABELA 3 59 TABELA 3 59 Vivo no perfil @vivoblog..................................................................................59 Vivo no perfil @vivoblog..................................................................................59 4.3.1 Detalhamento inicial.................................................................................59 4.3.1 Detalhamento inicial.................................................................................59 4.3.2 Demais mensagens..................................................................................61 4.3.2 Demais mensagens..................................................................................61 TABELA 7 61
  • 8. TABELA 7 61 TABELA 8 62 TABELA 8 62 TABELA 9 62 TABELA 9 62 TABELA 10........................................................................................................63 TABELA 10........................................................................................................63 TABELA 11........................................................................................................63 TABELA 11........................................................................................................63 4.4 Análise das respostas dos usuários via Twitter.........................................65 4.4 Análise das respostas dos usuários via Twitter.........................................65 4.4.1 Perfil @vivoemrede..................................................................................65 4.4.1 Perfil @vivoemrede..................................................................................65 4.4.1.1 Críticas e Reclamações........................................................................65 4.4.1.1 Críticas e Reclamações........................................................................65 4.4.1.2 Elogios....................................................................................................66 4.4.1.2 Elogios....................................................................................................66 4.4.2 Perfil @vivoblog........................................................................................66 4.4.2 Perfil @vivoblog........................................................................................66 4.4.2.1 Críticas e Reclamações........................................................................66 4.4.2.1 Críticas e Reclamações........................................................................66 4.4.2.2 Elogios....................................................................................................67 4.4.2.2 Elogios....................................................................................................67 4.5 Análise geral sobre o conteúdo deixado pelos usuários - seguidores ou não - dos perfis @vivoemrede e @vivoblog:......................................................68 4.5 Análise geral sobre o conteúdo deixado pelos usuários - seguidores ou não - dos perfis @vivoemrede e @vivoblog:......................................................68
  • 9. 4.6 Análise do questionário aplicado a usuários que dialogaram com a Vivo pelo Twitter.............................................................................................................69 4.6 Análise do questionário aplicado a usuários que dialogaram com a Vivo pelo Twitter.............................................................................................................69 5. Conclusão......................................................................................................72 5.1. Limitações e sugestões para novas pesquisas..........................................75 5.1. Limitações e sugestões para novas pesquisas..........................................75 5.2. Considerações finais......................................................................................76 5.2. Considerações finais......................................................................................76 Referências bibliográficas..............................................................................77 Apêndice A – Entrevista vivo.........................................................................84 Informações retiradas do arquivo para publicação..........................................84 Informações retiradas do arquivo para publicação..........................................84 APÊNDICE B - Questionário usuários...........................................................84
  • 10. 10 1. INTRODUÇÃO A web, de acordo com ERCILIA E GRAEFF (2008), é o sistema de informação em hipertexto pela internet. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 2008, a internet está presente em 17,95 milhões de domicílios brasileiros, número 26,5% maior que o registrado em 2007. O relacionamento mediado por computador já é uma realidade no Brasil, o que tem formado um novo tipo de comportamento social. Trata-se de uma abordagem da web onde a comunicação e o relacionamento tornam-se preponderantes. De acordo com O’REILLY (2005), é a chamada web 2.0; a proposição de uma participação mais ativa do usuário na produção de conteúdo, o que colabora com o sucesso de redes de interação social. Neste contexto, autores como LEWIS e BRIDGES (2004) e CASTELLS (2002) notam a emergência de um novo consumidor: aquele que já conhece o poder da utilização da internet. Com esse avanço, os consumidores encontram mais facilidade para enviar e receber opiniões e sugestões. Segundo NEGROPONTE (1995), a internet exige cada vez menos que o consumidor esteja em um determinado lugar para que a troca de informações torne-se realidade. Surge então, um novo espaço de comunicação, mais interativo, ágil e confiável: as redes sociais na web, agrupamentos sociais mantidos no ciberespaço e oferecidos por vários sites. De acordo com pesquisa feita pela consultoria ComScore, em novembro de 2008, 85% dos brasileiros que tem acesso à internet fazem parte de alguma rede social, o que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de países que mais acessam redes sociais. Para RECUERO (2009) a internet proporcionou diversas mudanças na sociedade e, o surgimento da possibilidade de estudos sobre estas redes - a partir do início da década de 1990 - deu um novo fôlego para a compreensão dos grupos existentes na grande rede. Além disso, o surgimento das mídias sociais propiciou um espaço aberto para trocas de informações e conhecimentos entre os usuários da rede. RECUERO (2008) define mídia social como a ferramenta de comunicação que permite o surgimento das redes sociais, a partir da construção do espaço social e da interação com outros atores. Sendo assim, as mídias sociais se tornam
  • 11. 11 espaços apropriados para o surgimento das redes sociais, que restringe seus usuários e que dialogam em um espaço para troca de informações sobre um interesse em comum. PRIMO (2003) salienta que tais redes vieram para transformar e ampliar as formas de comunicação à distância, proporcionando assim um relacionamento cada vez mais presente na realidade das organizações brasileiras. As redes sociais da web entraram de vez no meio empresarial. A comunicação empresarial do início do século XXI está sendo destacada pela utilização dessas redes como ferramenta de interação com seus públicos. Isso acontece devido à velocidade da disseminação das informações, que permite a criação de novos canais e, ao mesmo tempo, uma pluralidade de novas informações circulando nos grupos sociais. Dessa forma, é possível entender que além das notícias divulgadas em sites e portais de informações oficiais das organizações, é fundamental para o desenvolvimento e a sobrevivência dessas empresas que elas mantenham um relacionamento direto com seu público, o que pode acontecer através das redes sociais. De acordo com o levantamento do IBOPE/NetRatings (2008), campanhas on- line - partindo de blogs ou outras redes sociais - podem ter impacto 500 vezes maior do que as feitas a partir dos sites das próprias empresas. A comunicação mediada por redes sociais proporciona grande proximidade entre empresa e público visto que a internet tem o poder de demandar respostas tão rápidas quanto de propagar tais informações. Aproximar-se do público através da comunicação nas mídias sociais, pode fazer com que a transparência seja uma característica marcante na organização. A partir do momento em que a empresa se abre para discutir soluções com seu público, e se utiliza de ferramentas que fazem com que essa comunicação se torne mais direta e eficaz - sem medo de mostrar suas intenções e ambições - um ambiente positivo pode ser criado. Isso ajuda a fortalecer a imagem da empresa - e a sua credibilidade, ambas construídas pelo seu público. Este projeto buscou entender como é a presença da Vivo no Twitter e o relacionamento que a empresa mantém com seus públicos através desta ferramenta. A pesquisa proposta foi fundamentada nos conceitos de comunicação corporativa em ambientes hipermidiáticos, interatividade e mídias sociais na web. O Twitter é um serviço de microblogging, que de acordo com ZAGO (2007) é uma ferramenta que a partir de um grande e variado número de suportes, permite
  • 12. 12 atualizações rápidas e curtas. Criado pela empresa SoMa, em março de 2006 o Twitter, de acordo com a própria empresa, cresceu como um serviço de mensagens curtas em tempo real que trabalha para muitas redes de relacionamentos. O Twitter possui um espaço com 140 caracteres para que uma mensagem seja enviada. Ele foi criado com a proposta de responder a seguinte pergunta: “O que você está fazendo?”. Posteriormente, devido à crescente confusão que a pergunta causava aos novos usuários - os mais novos a respondiam ao pé da letra e não compreendiam bem a função interativa da ferramenta – a pergunta foi modificada para “O que está acontecendo?”. A Vivo - empresa líder do mercado de telecomunicações móveis no Brasil desde sua criação, em abril de 2003 - é o nosso objeto empírico de estudo por ser uma empresa de forte atuação nas redes sociais na web. Além do site, a Vivo mantém na web um blog, utilizado como ferramenta de comunicação direta com seus consumidores e públicos diversos. A empresa também mantém dois perfis no Twitter, onde repercute os assuntos do blog e as ações promocionais e institucionais da companhia. A empresa tem mais de 46 milhões de clientes, e este número pode ser traduzido em uma tarefa de grande responsabilidade para o setor de comunicação da empresa. A partir do cenário apresentado, esta pesquisa também buscou responder a seguinte pergunta: Como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação corporativa? Para isso, analisamos a presença da Vivo no Twitter, observando como a empresa se mantém presente no microblog e como os usuários respondem às ações feitas pela empresa neste ambiente. Tal acompanhamento, assim como o contato direto com a empresa, produziu material suficiente para a resposta do problema de pesquisa proposto.
  • 13. 13 1. Problema de pesquisa Como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação corporativa? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Analisar a presença da empresa de telefonia móvel Vivo no microblog Twitter. 1.2.2 Objetivos Específicos  Pesquisar aspectos teóricos referentes à comunicação para compreender os processos comunicacionais utilizados pelo nosso objeto empírico.  Fazer um levantamento teórico acerca da comunicação online e a noção de mídia social na web e seu papel na comunicação social.  Observar e discutir a utilização do Twitter pela empresa Vivo como estratégia de comunicação.  Refletir sobre os desafios que a utilização do Twitter impõe à comunicação e de que forma essa comunicação está sendo pensada, planejada e utilizada como ferramenta de mídia social.
  • 14. 14 1.3 Justificativa A latente manifestação de usuários que utilizam o espaço democrático da internet como ferramenta para expressar opiniões, discutir interesses em comum e até mesmo exigir direitos, provocou nas organizações um alerta de que esse novo canal comunicacional deveria ser também uma de suas ferramentas empresariais. Nesse ambiente, as empresas encontram um amplo espaço não só para divulgar seus serviços, produtos e marcas, mas também para interagir com seus públicos de maneira mais próxima e mais direta. As mídias sociais permitem um acompanhamento fiel da opinião que os consumidores expressam sobre a empresa. O resultado obtido através desse acompanhamento possibilitou perceber o problema a ser enfrentado, e, consequentemente a criação de soluções para resolvê-lo. A interatividade propiciada por essas redes é um dos objetos de estudo mais atuais no campo da Comunicação. Trata-se de um termo muito discutido na área, composto por definições e visões de variados autores. PRIMO (2003) aplica o termo interatividade, evidenciando a variância de seus espaços de circulação. Hoje, os termos "interatividade", "interativo", "interação" circulam por toda parte: nas campanhas de marketing, nos programas de televisão e rádio, nas embalagens de programas informáticos e jogos eletrônicos, como também nos trabalhos científicos de comunicação e áreas afins. (PRIMO, 2003, p. 37) Analisar o modo como essa interatividade é utilizada e acontece entre as empresas e seus clientes é o objetivo deste projeto, já que as redes sociais tornaram-se um novo meio de comunicação. Além disso, o espaço da web permite o debate de assuntos diversificados, de forma livre e espontânea. Entender qual a melhor maneira de inserir uma empresa ou uma marca nesse meio torna-se imprescindível já que essa inserção, feita de maneira equivocada, pode causar efeito contrário e gerar sérios riscos para a imagem da empresa. Para pesquisar os processos deste novo tipo de comunicação, nada melhor do que observar no próprio meio, ou seja, através do próprio Twitter, como cada um desses processos acontecem. O intuito deste estudo é atender aos profissionais envolvidos na comunicação feita através das redes sociais na web - sendo eles jornalistas, relações públicas, publicitários, e todo e qualquer profissional que esteja envolvido direta ou
  • 15. 15 indiretamente com a comunicação corporativa da empresa - especialmente aqueles que desejam utilizar as redes sociais para estes fins. Para JÚNIOR (2008) quanto maior a afinidade e proximidade com o público menor será a dispersão deste público em relação a sua marca e/ou produto e maior será a probabilidade de impactar o cliente de forma efetiva. Visto que o planejamento estratégico de comunicação consiste em aproximar o comunicador e seu público, as redes sociais na internet ocupam um papel importante já que nesse ambiente estão os consumidores, satisfeitos ou não com determinado produto e/ou serviço, interagindo com pessoas diferentes que passam a ter voz ativa, e se tornam formadores de opinião através dessas redes. As empresas já estão descobrindo nessas redes um novo caminho para atingir seus objetivos de forma mais ágil e eficaz a fim de despertar em seus clientes e prospects o desejo de se expressar voluntariamente sobre sua marca ou produto e também sobre suas necessidades específicas. Para SPYER (2009), organizações que começaram a explorar o Twitter encontram várias possibilidades e utilizam a ferramenta para se conectar com clientes, escutá-los, transmitir informações, realizar promoções e, de certa forma, humanizar a empresa em seu relacionamento com o seu público. Para obter resultados eficazes é necessário analisar os processos e estudar de maneira específica aquilo que a empresa espera. Por isso, analisamos a partir da comunicação – via Twitter - que a empresa Vivo mantém com seu público se há ou não planejamento prévio, padronização dos procedimentos, enfim, todos os processos que permeiam o âmbito comunicacional da empresa a fim de esclarecer, através do estudo de caso da empresa Vivo, como as novas ferramentas midiáticas são utilizadas para favorecer a comunicação empresarial, apresentando assim os pontos fortes e fracos desta utilização. Dada a factualidade do tema proposto neste projeto – que atinge não só os interesses corporativos, mas também os comunicacionais – aborda-se aqui um assunto ainda pouco estudado, que perpassa pelas possibilidades geradas na utilização das redes sociotécnicas. Esta pesquisa se justifica pela importância do tema na atualidade e pela maneira com que vai colaborar com empresas e profissionais da comunicação. A análise teórica e prática da presença de uma companhia dentro do Twitter,
  • 16. 16 utilizando a ferramenta como um meio de se comunicar com seus stakeholders, vai auxiliar corporações novas na web 2.0 a conhecer seus benefícios e riscos.
  • 17. 17 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Comunicação Corporativa A Revolução Industrial foi uma das propulsoras para a expansão das organizações e, em consequência, para o surgimento da comunicação corporativa enquanto uma atividade sistêmica. As mudanças que aconteceram na sociedade, como o fim das relações familiares, o êxodo rural, a produção em massa e a crescente especialização, trouxeram desafios para estas organizações. Assim, para sobreviver, as empresas necessitavam de mecanismos que proporcionassem divulgação dos produtos, tanto para seu público interno quanto externo. Só assim elas conseguiriam se destacar da concorrência e alcançar as metas de produção e lucro, vendendo todo o estoque e promovendo uma comunicação interna que criasse condições para um trabalho coordenado entre todos os setores. A partir deste cenário, diversas são as definições para comunicação empresarial. Iniciamos com o entendimento de CAHEN (1990): Atividade sistêmica, de caráter estratégico, ligada aos mais altos escalões da empresa e que tem por objetivos: criar – onde ainda não existir ou for neutra – manter – onde já existir – ou, ainda, mudar para favorável – onde for negativa – a imagem da empresa junto a seus públicos prioritários. (CAHEN, 1990, p. 29) CAHEN (1990) subdivide sua definição em três conceitos chave: a Comunicação Sistêmica - que deve ser permanente e cujos resultados são observados em longo prazo. Neste caso, portanto, as ações não podem ser aleatórias. Na Comunicação Estratégica, faz-se necessário um planejamento em prol do resultado desejado, no caso, a boa imagem da empresa, por exemplo. E, por último o conceito de Públicos Prioritários, não fazendo referência a público interno ou externo. KUNSCH (1997, p.69) cita outras duas definições de autores clássicos da comunicação organizacional. Vale ressaltar que ela opta pelo termo organizacional, pois ele “apresenta maior amplitude, aplicando-se a qualquer tipo de organização e não só àquilo que se chama ’empresa’”. Nas definições de KUNSCH (1997 p.68) a comunicação organizacional é traduzida em um “processo dinâmico” onde as
  • 18. 18 empresas se relacionam com o meio conectando as “subpartes” de uma mesma organização. Para a autora “a comunicação organizacional pode ser vista como o fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes”. Ao citar GOLDHABER (1984) e KREEPS (1990), KUNSCH (1997) reforça a visão de interação entre várias partes de uma mesma empresa: A comunicação organizacional é considerada como um processo dinâmico por meio do qual as organizações se relacionam com o meio ambiente e por meio do qual as subpartes da organização se conectam entre si. Por conseguinte, a comunicação organizacional pode ser vista como o fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes. (KUNSCH citando GOLDHABER apud KUNSCH, 1997, p. 68) e O processo pelo qual membros conseguem informações pertinentes sobre sua organização e mudanças que nela ocorrem. (KREEPS apud KUNSCH, 1997, p. 68) Várias são as definições para comunicação corporativa ou organizacional. GOLDHABER (1984) e KREEPS (1990) se prendem mais a questão do fluxo de informações em uma organização. GOLDHABER (1984) fala de ambiente e rede de relações interdependentes, que podemos entender como o ambiente e as relações internas ou externas da empresa. Já KREEPS (1990) limita seu conceito aos membros da organização, e, portanto dá foco a comunicação interna. CAHEN (1990) por sua vez, faz uma reflexão mais profunda do tema. Além do conceito de comunicação que se dá entre todos os públicos da organização, ele apresenta também a comunicação como uma atividade estratégica, permanente, sistêmica e focada em resultados positivos para a imagem da empresa. Outros autores fazem uma explanação mais detalhada sobre este fluxo de informações dentro de uma organização. Para REGO (1986), por exemplo, deve haver uma recepção e/ou emissão de informações entre três sistemas para que a organização se mantenha viva. Os três sistemas são: a) Sistema ambiental: onde são inseridos os padrões sociais, culturais, políticos e econômicos – ambiente de atuação; b) Sistema competitivo: que agrupa a estrutura industrial do ambiente, o relacionamento e os tipos de relações entre a produção e o consumo – ambiente de competição;
  • 19. 19 c) Sistema organizacional: que se refere às suas próprias estruturas internas, com objetivos, programas e políticas – ambiente interno da organização. (REGO, 1986, p 58) REGO (1986, p111) acrescenta: “incorrem em grave erro os comunicadores e profissionais que planejam suas atividades sem atentarem para as oportunidades, riscos, ameaças e tendências do macro-ambiente”. Identificar todos os ambientes que se relacionam com a organização e suas necessidades é um passo importante antes de se traçar um planejamento de comunicação. Ao analisar a circulação de informações entre estes ambientes, observam-se dois tipos de redes de comunicação: as formais e as informais. Para KUNSCH (1997), o sistema informal se dá através do relacionamento social entre as pessoas. Ela não exige uma estrutura organizada já que não é contratada por uma organização. Porém, a participação e o monitoramento dessas relações sociais podem fazer com que a empresa se aproxime de seus públicos filtrando informações importantes para o crescimento de sua organização. A comunicação formal, por sua vez, é a que vem da estrutura da organização, de onde partem informações oficiais dos mais diversos meios. A internet criou a possibilidade de formação de novos meios de comunicação informal, constituindo, muitas vezes, uma rede paralela à formal. REGO (1986) descreve também as duas categorias da comunicação: a primeira é voltada para as comunicações geradas no interior da organização e que são destinadas àqueles que nela trabalham (comunicação interna). A segunda categoria se refere às comunicações externas (comunicação externa). LUPETTI (2006) citando TORQUATO (2002) acrescenta: A comunicação interna é necessária para ajustar o discurso, criar uma linguagem solidária, sistêmica, harmônica e integrada ao objetivo de efetuar a aproximação entre os objetivos da empresa e os de seus participantes. Na comunicação externa, a necessidade reside em tornar a empresa mais conhecida no mercado e entender os consumidores. LUPETTI (2006, p.97) Como instrumentos para a realização da comunicação interna e estímulo da interação do funcionário com a organização, podemos citar os programas de visitas e de Open House para familiares, como, organização de eventos e confraternizações, participação e apoio para as atividades desportivas, mala direta,
  • 20. 20 jornal-mural, banner, folder, caixa de sugestões, jornal da empresa, e-mail, entre vários outros. O jornal-mural como o próprio nome sugere, é um jornal afixado na parede, que tem o mesmo tratamento de um jornal convencional, inclusive com pauta. Segundo CESCA (2006) o jornal-mural tem como finalidade: ser um instrumento de comunicação rápida; ter veiculações diárias; completar as mensagens de outros veículos; ser um meio para promover campanhas internas; etc. Outro instrumento de apoio às outras comunicações realizadas pela organização é o folder. Seu diferencial está no visual mais atraente. Para CESCA (2006) o folder pode ser um eficiente veículo para comunicação interna, e apesar de poder ser utilizado também para a comunicação com o publico externo, não é a melhor forma de passar as informações. Como instrumentos mais voltados para a realização da comunicação externa, podemos citar os comerciais em TV, spots em rádio, outdoor, revistas, merchandising, entre outros. Um mix destes instrumentos de comunicação é aplicado de acordo com o público que se pretende atingir e com o objetivo da campanha. Segundo LUPETTI (2006), as campanhas podem ser de vários tipos: institucional; de propaganda; campanha guarda-chuva; de promoção; de promoção de vendas; de incentivo ou campanha cooperada. A campanha institucional tem como objetivo promover a marca, a reputação ou os trabalhadores de uma organização. LUPETTI (2006) explica que a campanha institucional objetiva: Melhoria do relacionamento com todos os públicos com os quais a empresa está envolvida, além de conceituar a marca, fixar a imagem da empresa e identificar o segmento de atuação da organização. (LUPETTI, 2006, p. 98). Já a campanha de propaganda é para criar demanda para um produto, serviço ou evento. Através da informação dos benefícios do que se pretende promover, este tipo de campanha visa levar o consumidor a ação de compra. LUPETTI (2006) acrescenta que a campanha publicitária mantém a imagem do produto em evidência, auxiliando na sustentação das vendas. A campanha guarda-chuva ou de linha de produtos como também é chamada, é utilizada por empresas que têm linhas de produtos diferentes e, desta
  • 21. 21 forma, quando falam da empresa como um todo, fazem campanhas institucionais e quando se referem a uma linha de produtos está fazendo uma campanha guarda- chuva. LUPETTI (2006) cita como exemplo os fabricantes de eletrodomésticos. A campanha de promoção por sua vez, tem características próximas da campanha de propaganda, pois também visa criar demanda para um produto, serviço ou evento, entretanto é de atuação por tempo limitado e tem como objetivo, gerar vendas rápidas. Existe uma interação com o consumidor. Geralmente é solicitada alguma coisa do consumidor, que em contra partida recebe algo mais em troca. Este tipo de campanha coloca a marca em evidência durante o período promocional. Outro tipo é a campanha de promoção de vendas. Sua diferença da campanha de promoção é que foca sua atuação na redução do preço e aumento das vendas para redução de estoque. Exemplos citados por LUPETTI (2006): liquidação, compre 1 e leve 2 e 50% de desconto. A campanha de incentivo também se assemelha a campanha de promoção, entretanto seu objetivo é promover as vendas através do incentivo ao público interno, como vendedores ou funcionários em geral. Existe neste tipo de campanha uma disputa pelo melhor prêmio, que vai para aquele que realizar mais vendas. A campanha cooperada ou campanha de varejo é realizada por empresas de varejo que comercializam produtos de diversos fabricantes. Neste tipo de campanha os custos são divididos entre os envolvidos no anúncio. Seu objetivo é levar o consumidor ao ponto de venda e gerar a ação de compra para que ocorra o giro dos produtos da loja. Todas estas campanhas são maneiras de manter o relacionamento da organização com seus públicos, entretanto, frente à emancipação da tecnologia, este relacionamento tem se estreitado para além das campanhas em rádio, TV, jornal, revistas, etc. (considerados meios tradicionais) e se expandiram para a internet. Neste novo meio, o consumidor moderno tem acesso de forma rápida às informações sobre os produtos ou serviços que pretende consumir e, portanto, torna-se mais exigente em suas escolhas. E nesse contexto, manter um relacionamento transparente com seus públicos tornou-se além de um desafio para as organizações, uma forma de sobrevivência.
  • 22. 22 2.2 Comunicação Corporativa na web O surgimento da internet possibilitou uma mudança na forma de comunicar. O início do século XXI é marcado pela utilização dos meios hipermidiáticos como uma nova ferramenta de comunicação. NEGROPONTE (1995 p. 193) já previa esse crescimento e a utilização das redes sociotécnicas para construir uma “teia do conhecimento humano e da ajuda mútua”. CASTELLS (2002 p. 439), afirma que o crescimento veloz da internet não pode ser menosprezado já que “os consumidores da Internet também são produtores, pois fornecem conteúdo e dão forma à teia”. O autor também comenta que nas redes que se formam dentro deste ambiente é possível observar a interação de grupos distintos “a coexistência pacífica de vários interesses e culturas” e “uma rede flexível (...) onde instituições, empresas, associações e pessoas físicas criam os próprios sítios (sites)”. Isso faz com que a troca de informações, discussões e debates a respeito dos diversos temas – inclusive opiniões sobre determinadas marcas e produtos - sejam constantes no meio hipermidiático e, incentivando um novo tipo de consumidor, mais independente, exigente e informado. Para LEMOS (2004, p.25) “compreender os desafios da cibercultura nos obriga a buscar, nas raízes do fenômeno técnico, a compreensão da cultura contemporânea”. Sendo assim as empresas que querem entender as necessidades, desejos e insatisfações do seu público, devem, obrigatoriamente, se inserir nos novos meios que esses públicos utilizam para se comunicar: as redes sociotécnicas da web. Assim, O diálogo, regulado e disseminado pela computação digital, tira a ênfase da autoria em favor de ‘mensagens em circuito’ que tomam formas fixas, mas efervescentes e continuadamente variáveis (...) o texto dá a sensação de ter sido dirigido a nós. (SANTAELLA, 2003, p. 93,94). As redes sociais utilizadas como fonte de auxílio para definir sobre determinada marca ou produto, incentivam à liberdade de escolha e independência quanto à decisão do que comprar e onde comprar. Saber a faixa etária e classe social do público-alvo já não é o principal no mundo midiático. Torna-se importante, portanto, o monitoramento do que está sendo dito sobre a marca e a opinião do consumidor que utiliza as redes sociais para falar sobre ela, seja ele de classe A, B ou C, sua fala tem valor significativo para empresa já que foi disseminada em um ambiente de fácil proliferação de mensagens.
  • 23. 23 Os novos consumidores verificam rótulos, estudam conteúdos, comparam preços, examinam promessas, ponderam opções, fazem perguntas pertinentes e sabem quais são seus direitos legais. (LEWIS e BRIDGES, 2004, p. 16). POMERANZ (2007) acrescenta que o novo consumidor está em todos os lugares ao mesmo tempo, o que aumenta os desafios comunicacionais das empresas. Por isso mesmo, as empresas não podem se fechar para o que ocorre fora dela e, principalmente, para o que está sendo falado sobre ela na rede. Segundo KUNSCH (1997, p.141), “elas têm de assumir posturas cada vez mais claras, definidas e precisas”. Segundo MONTEIRO (2001), a comunicação via internet, ou on-line, deixou de ser feita de “um para todos”, e passou a ser feita de “todos para todos”, o que permite uma disseminação de informações mais eficiente e mais rápida. A partir disso é possível observar que a comunicação corporativa também começa a sofrer alterações. Para LEWIS E BRIDGES (2004) os “novos consumidores” sabem exatamente o que querem e, por isso, só consomem aquilo que corresponde às suas necessidades. As empresas, que anteriormente estavam acostumadas a prever as alterações no mercado, segundo ARGENTI (2006) devem agora voltar suas preocupações também para as inovações tecnológicas, já que estas podem oferecer riscos à reputação de uma determinada marca ou produto. Tudo isso sem abrir mão de seus valores e comprometer sua ideologia. CASTELLS (2002) afirma que o sistema eletrônico de comunicação possui como característica um alcance global e permite a integração entre os demais meios de comunicação. Tal sistema proporciona interatividade potencial e por isso é causador de uma mudança que marcará para sempre nossa cultura. Esta mudança não pode esperar muito tempo e, por isso, as organizações precisam se preocupar em utilizar as novas ferramentas a seu favor. ELLWOOD (2004) afirma que o uso das redes sociotécnicas cria uma forma eficaz de comunicação rápida não só para as pessoas físicas que as utilizam, mas também para as organizações que já começam a adotar essas ferramentas como instrumento de marketing e reposicionamento. A preservação da identidade da empresa está, segundo KOTLER e KELLER (2006), intimamente ligada ao posicionamento que ela adota. Tal posicionamento consiste na projeção de
  • 24. 24 determinada marca ou produto, a fim de fazer com que estas ocupem lugar na mente do consumidor e aumentem a potencialidade da empresa, oferecendo motivos para que estes consumidores adquiram seus produtos. Considerando que a internet como ferramenta de comunicação trata-se de uma transformação tecnológica de dimensões históricas, tais transformações afetam diretamente o planejamento estratégico de comunicação das empresas, já que estas se sentem obrigadas a participar do meio e entender seu funcionamento para manter a visibilidade e credibilidade que suas marcas e/ou produtos despertou. Para RECUERO (2008, p.7) as redes sociais virtuais “funcionam através da interação social, buscando conectar pessoas e proporcionar sua comunicação e, portanto, podem ser utilizadas para forjar laços sociais”. CASTELLS (2002, p. 498) também afirma que “Redes são instrumentos apropriados para a economia capitalista baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada”. Os consumidores que utilizam essas redes utilizam-nas como fonte de opiniões e comentários sobre determinados serviços ou produtos, o que pode afetar diretamente a credibilidade de uma empresa. LÉVY (2003) afirma que, nesse meio, os usuários se revelam cidadãos bem informados, politicamente mais ativos e socialmente mais conscientes do que os cidadãos offline. Trata-se de um espaço democrático de livre expressão onde o consumidor ‘coleta’ diferentes opiniões sobre um mesmo produto ou serviço. Para ZANETTI (2006), o novo consumidor sabe que tem à sua disposição diversas opções e, por isso questiona por que deve ser fiel a uma determinada marca ou produto. Esse tipo de pensamento chamou a atenção das organizações que passaram a utilizar as redes como um novo meio de comunicação corporativa. Um elemento da comunicação mediada por computador é o conceito chamado por PRIMO (2005) de interação, sendo subdividida em dois conceitos: Mútua e Reativa. Para PRIMO (2005,p.2) interação “é uma ‘ação entre’ os participantes de um encontro”, ou seja, o foco do encontro não fica restrito somente ao chamado “emissor”, mas sim em todos os públicos, empresas e meios de comunicação que com suas manifestações fazem uma comunicação de “todos para todos”. Sobre a interação mútua, PRIMO (2005,p.13) afirma que “os interagentes reúnem-se em torno de contínuas problematizações. As soluções inventadas são apenas momentâneas, podendo participar de futuras problematizações”. De acordo
  • 25. 25 com o autor, a relação entre os interagentes é uma situação que motiva um relacionamento constante, pois cada ação nessa interação tem um significado e representa um impacto sobre a relação e sobre o comportamento dos interagentes. Nesse caso, a interação acontece simultaneamente entre todos os participantes, sendo que a ação de cada um se sobrepõe a anterior causando assim uma contínua construção de problematizações e discussões. Além disso, segundo PRIMO (2005) a manifestação do interagente é definida por ele mesmo, sem respostas, comentários e opiniões pré-estabelecidas por outrem. Já na interação reativa, PRIMO (2005, p.13) afirma que a interação “depende da previsibilidade e da automatização das trocas. Uma interação reativa pode repetir-se infinitamente numa mesma troca”. Dessa forma, a interação reativa depende do que foi proposto por, pelo menos, um dos interagentes. Sendo assim, as propostas iniciais são caracterizadas como estímulos e as ações posteriores são caracterizadas como respostas, que serão sempre previsíveis, ao contrário das interações mútuas, em que as ações se sobrepõem. CASTELLS (2002, p.69) afirma que na comunicação on-line “usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa”, ou seja, a interação on-line possibilita que os mesmos indivíduos que usam a rede possam criar conteúdos, expandindo assim as opções de interação e reforçando a afirmação de PRIMO (2007) de que quanto mais pessoas estiverem presentes na rede, mais arquivos estarão disponíveis. A interação independe da ferramenta utilizada. No Twitter, por exemplo, pode acontecer tanto a interação reativa quanto a mútua. Assim para definir o tipo da interação é necessário observar cada caso, isoladamente. KENSKI (2004 p.119) salienta que os processos de interação não se deterioram à medida que novas tecnologias vão surgindo. Pelo contrário, “ainda assim as pessoas se comunicam trocam ideias e informações”. COSTA (2005, p.8), por sua vez, discorre sobre a importância que se deve dedicar às novas interações - uma realidade na sociedade. Ela informa que “para se incrementar os laços sociais é preciso investir na construção e no desenvolvimento de relações de confiança”. A autora salienta que é mais fácil destruir a confiança do que construí-la e ainda que “essa construção requer investimento, pelo menos de tempo e esforço, se não financeiro”. Neste contexto é válido lembrar que:
  • 26. 26 Toda interação contribui para a imagem que se forma sobre a empresa, o serviço, o produto, a comunidade de práticas em que estamos. Ao mesmo tempo em que no ambiente virtual, em decorrência da facilidade e do baixo custo da comunicação, as interações crescem exponencialmente, também a interação fica mais crítica e estratégica para os negócios da organização. (FILHO, 2002 p. 56) Assim, seja na relação mútua ou reativa, a importância de manter uma relação com o público não pode ser desconsiderada, pelo contrário, deve ser analisada de modo a encontrar a melhor maneira de utilização, observando o perfil do público, a política organizacional da empresa e os objetivos que se quer atingir com essa comunicação. A expansão da internet tem formado um novo tipo de comportamento social. Para PINHO (2003, p.58) a internet permite “uma comunicação aberta e dialógica e o estabelecimento de relacionamentos mais próximos, permanentes e duradouros entre organização e os diversos públicos que a constituem e com ela interagem”. Devido a essa expansão, as redes sociais se tornam cada dia um canal mais importante, que possibilita a interação e manifestação dos mais diversos tipos de públicos. Tais fatores proporcionam alteração no comportamento sociocultural dos indivíduos, fazendo com que as empresas voltem o olhar para esse novo público, mais exigente, informado e detalhista. LEMOS, (2004, p. 25) afirma que “Estamos assim, obrigados a mudar nosso olhar e buscar novas ferramentas para compreender o fenômeno técnico-científico contemporâneo”. A interatividade e o diálogo aberto entre a organização e seus públicos são pontos que devem ser levados em consideração quando o objetivo for enfrentar os desafios comunicacionais gerados por uma sociedade moldada pela globalização. O século XXI é marcado pelo imediatismo, o compartilhamento de informações on-line e o grau de repercussão destas mensagens na rede podem gerar impactos para a reputação da organização. A comunicação realizada através das redes sociais pode trazer mecanismos para superar estes obstáculos, pois abre portas para as organizações realizarem uma relação dialógica, interativa e transparente com seus públicos. VIVAN e VIVAN (2005, p. 4) elucidam essas questões quando afirmam que “Com a Internet, é possível perceber que as fronteiras geopolíticas, aos poucos, vêm tornando-se translúcidas e, em muitos casos inexistentes, proporcionando o potencial humano para comunicar ideias, sentimentos e anseios.”. LÉVY (1999) ilustra bem a causa dessas mudanças ao citar que:
  • 27. 27 As verdadeiras relações, portanto não são criadas entre ‘a’ tecnologia (que seria da ordem da causa) e ‘a’ cultura (que sofreria os efeitos), mas sim entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas, as técnicas. (LÉVY 1999, p.23) Isso faz com que comunicação fique repleta de subjetividade, e diferentes opiniões. Um desafio a mais para as empresas que desejam compreender a necessidade e o pensamento de seu público sobre determinada marca/produto. Manter uma relação entre público e empresa através das redes sociais é fundamental para fazer com que a organização estreite laços com seus públicos, diminuindo os ruídos que possam ocorrer na veiculação de informações sobre a empresa. No entanto, é necessário compreender também que as novas relações não podem ser substituídas pelas relações já existentes, mas sim somadas. LÉVY, (1999, p. 129) afirma que “É um erro pensar as relações entre antigos e novos dispositivos de comunicação em termos de substituição”. O autor exemplifica tal afirmação fazendo uma analogia ao cinema e ao teatro explicando que um não pôs fim ao outro, foram apenas adaptados às novas tecnologias que vinham surgindo. SANTAELLA (2003, p. 15) afirma que “Essas tecnologias (...) têm como principal característica propiciar a escolha e consumo individualizados, em oposição ao consumo massivo”. As relações interativas, mesmo sendo feitas à distância, tornam-se mais íntimas. MCLUHAN (1974, p.132) já falava sobre esse tema: “Com a implosão de relações não visualizáveis, fruto da velocidade instantânea, a tecnologia elétrica destrona o sentido visual e nos restaura no domínio da sinestesia e do interenvolvimento íntimo dos demais sentidos”. HOLLANDA (2009) acredita que a época de vanguarda, oposição e revoluções – características presentes logo após a Revolução Industrial e início da modernidade – já acabou. Para ela é tempo de substituir o modo de produção por serviços, customização e conhecimento do cliente. Segundo a autora, a delicadeza é, atualmente, um instrumento gerencial muito importante. Por delicadeza, entenda-se contato com o público, disponibilidade de tempo para ouvi-lo e fazê-lo ouvir. HOLLANDA (2009) ressalta ainda que os profissionais da comunicação têm papel primordial nesse conceito, já que a aproximação ao cliente deve ser estabelecida através dos canais que o cliente mais utiliza, ou seja a web. Mas não se trata de uma abordagem simples, superficial. HOLLANDA (2009) exemplifica dizendo que se uma mensagem autoritária for enviada, o mínimo
  • 28. 28 necessário vai ser respondido, pois o receptor vai perceber que aquilo não foi dirigido só a ela. 2.3 Web 2.0
  • 29. 29 O’REILLY (2005, p. 2) define Web 2.0 como “um conjunto de princípios e práticas que interligam um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou todos esses princípios que estão a distâncias variadas do centro”. Para O’REILLY (2005) a contribuição dos usuários, seja através da interação, da publicação de conteúdos ou da inteligência coletiva, são a chave para a supremacia da Web 2.0. A medida que os usuários adicionam conteúdos, eles passam a integrar a estrutura da rede, sendo ainda descobertos por outros usuários, quanto mais usuários participam, melhor fica o conteúdo e a interação. PRIMO (2007, p. 1) explica que Web 2.0 “é a segunda geração de serviços na rede, caracterizada por ampliar as formas de produção cooperada e compartilhamento de informações online”. SAMPAIO (2007) define a Web 2.0 como um “Mashup” (combinação de conteúdo de mais de uma fonte em uma experiência), ou seja, para SAMPAIO (2007) a Web 2.0 não apresenta grandes inovações, mas sim, a utilização de uma tecnologia já consagrada, no entanto com um novo enfoque. Ainda de acordo com SAMPAIO (2007, p. 7), a Web 2.0 começou a partir da “percepção de que os Websites deveriam se integrar, deixando de ser estanques e passando a trocar conteúdo”. Devido a essa nova percepção da internet, características como produção cooperada e o compartilhamento de informações na Web 2.0, formam um novo ambiente para a comunicação e para a prática de negócios. A colaboração entre os usuários permite que a publicação e troca de conteúdos disponibilizados na web sejam cada vez mais práticos e acessíveis, como demonstra O’REILLY (2005): A lição da Web 2.0: alavancar o auto-serviço do consumidor e algoritmos de gerenciamento de dados visando atingir a rede em toda sua extensão, e não apenas o centro, até a cauda longa e não apenas a cabeça. (O’REILLY, p. 7, 2005) O'REILLY (2005) explica que os pequenos sites constituem a maior parte do conteúdo disponibilizado na rede, e ressalta a importância de criar links entre esses sites para que os serviços sejam mais bem disponibilizados na rede. Ainda sobre a publicação de conteúdo na Web 2.0 PRIMO (2007, p. 3) afirma que “na primeira geração da web os sites eram trabalhados como unidades
  • 30. 30 isoladas, passa-se agora para uma estrutura integrada de funcionalidades e conteúdo”. Outra característica da Web 2.0 são os hiperlinks: Os hiperlinks são um fundamento da rede. À medida que os usuários adicionam conteúdos e sites novos, esses passam a integrar a estrutura da rede à medida que outros usuários descobrem o conteúdo e se conectam a ele. (O'Reilly, p. 9, 2005) Dessa forma, segundo O’REILLY (2005), a cada link que os usuários criam entre os diversos conteúdos disponibilizados na web, as opções de navegação crescem organicamente, fazendo com que os usuários acessem a conteúdos diversos. A Web 2.0 utiliza-se da inteligência coletiva. O'REILLY (2005, p. 15) trata desse aspecto, citando a rede de weblogs, que segundo o autor equivalem a uma constante troca de informações acerca de um assunto de interesse comum. Esse “bate-papo mental” transforma os blogs em filtros da ‘inteligência global’ e criam um ambiente propício para discussão de vários temas, permitindo assim um compartilhamento de informações na rede. VALENTE E MATTAR (2007) dissertam sobre o uso dos weblogs em favor da inteligência coletiva exemplificando que alunos podem criar um blog para publicar e discutir assuntos atuais, textos acadêmicos ou situações do cotidiano. A Web 2.0 se mostra um ambiente propício para a comunicação e para a prática de negócios devido a três principais características citadas anteriormente: publicação de conteúdo, criação de hiperlinks e uso da inteligência coletiva. Utilizando essas características, uma empresa pode disponibilizar seu conteúdo na web e utilizar-se dos hiperlinks para fazer com que o maior número de usuários tenha acesso a este conteúdo. Já através da utilização dessa inteligência coletiva, as empresas podem se utilizar do conhecimento e opiniões de seus clientes para criar ou reestruturar um produto ou até mesmo a imagem de sua empresa. Uma pesquisa feita em 2007 pela empresa americana de consultotia Mckinsey & Company, realizada com 2.847 empresários de todo o mundo, em janeiro de 2007, com o objetivo de obter informações estatísticas sobre como as empresas utilizam as tecnologias da internet, mostra que pelo menos 3/4 dos
  • 31. 31 executivos investem em tecnologias de Web 2.0, considerada estratégica, para estimular a colaboração dentro da empresa. Para a maioria dos respondentes da pesquisa, a Web 2.0 auxilia a refinar estratégias de negócios. Mais da metade dos que investiram nas ferramentas há mais de cinco anos, estão satisfeitos, e apenas 13% se mostram insatisfeitos. Os blogs são utilizados por 1/5 dos respondentes para oferecer serviços e obter retorno do público. Para se comunicarem com parceiros e fornecedores, as ferramentas mais utilizadas são RSS (Really Simple Syndication), serviços da Web e ferramentas que tornam a comunicação mais fácil e inteligência competitiva. A Web 2.0 é caracterizada fundamentalmente pela colaboração dos usuários no desenvolvimento de conteúdos e serviços na internet. Devido a essa característica, é necessário que as empresas estabeleçam um diálogo com esses usuários. Segundo SANTAELLA (2003) os diálogos na web são efervescentes e variáveis, sendo assim, tendem a ser altamente produtivos, principalmente para empresas que querem manter um relacionamento mais próximo com seus públicos. 2.4 Mídias Sociais
  • 32. 32 Em seu artigo “Usuário-Mídia: o quinto poder. – Um estudo sobre as influências do internauta na comunicação organizacional”, TERRA (2009, p. 1) define este quinto poder como “o internauta, o usuário de internet que ganhou voz, que faz barulho, gera boca-a-boca, que ao mesmo em que pressiona organizações, participa e colabora com conteúdos, informações, opiniões”. Para a autora, estes usuários modificaram a comunicação tradicional, expondo as organizações e fizeram com que os processos e modelos vigentes fossem repensados, onde o que antes era de domínio apenas dos grandes grupos de mídia e das corporações, hoje também é de posse dos usuários de internet. TERRA (2009, p. 2) define a mídia social como “aquela utilizada pelas pessoas por meio de tecnologias e políticas na web com fins de compartilhamento de opiniões, ideias, experiências e perspectivas” e afirma ainda que são consideradas mídias sociais “os textos, imagens, áudio e vídeo em blogs, quadro de mensagens, podcasts, wikis, blogs e afins que permitem a interação entre os usuários”. Segundo a autora, o motor que conduz as mídias sociais vem de uma forma de comunicação existente desde que o homem se encontra organizado em grupos: o boca-a-boca. Segundo a autora, “mídias sociais, redes sociais online, conteúdo gerado pelo consumidor, mídia gerada pelo consumidor ou ainda social media são termos sinônimos que significam que o consumidor está no poder, na internet, com capacidade de compartilhar seus conteúdos”. Já RECUERO (2008), define mídias sociais como a ferramenta de comunicação que permite o surgimento das redes sociais, sendo que para permitir o surgimento dessas redes, os meios de comunicação precisam subverter a lógica da mídia de massa (umtodos) para a lógica da participação (todos todos), permitindo assim, segundo ela, a apropriação para a sociabilidade a partir, principalmente da interação com outros autores. Ainda segundo RECUERO (2008), as mídias sociais são um tipo diferente de mídia que não possuem nem as funções nem as características do discurso da mídia tradicional, por permitir a apropriação para a sociabilidade a partir da construção do espaço social e da interação com outros autores, de forma individual e numa escala enorme, estando ainda, diretamente relacionada à internet por conta da expressiva mudança que a rede proporcionou. Trata-se segundo ela, de “um meio fundamentalmente social, que atua na informação como conseqüência disso”.
  • 33. 33 Entre as características da mídia social, RECUERO (2008) aponta alguns elementos especiais que a diferencia das demais ferramentas de comunicação. Entre eles, a conversação – que faz com que os usuários possam ter mais do que uma mera participação, engajando-se de forma coletiva; a diversidade de fluxos de informações – que permite que diferentes informações circulem através das redes sociais, podendo gerar grandes mobilizações; e ainda, a emergência das redes sociais – devido ao fato de que as mídias sociais permitem que os rastros da interação fiquem visíveis, proporcionando que a interação seja estendida no tempo e que as redes sociais sejam mais observáveis; entre outras características. A participação das organizações nas redes sociais da web, provavelmente, já foi tida como simples modismo, isso porque algumas empresas aderiram a esses novos meios, com o simples intuito de manter uma imagem compatível com as novidades do mercado. Mas segundo TERRA (2009, p. 5), “as redes sociais online deixaram de servir apenas ao entretenimento de adolescentes para serem cada vez mais usadas pelas empresas como ferramenta de relacionamento”. Porém, devido ao nível de exigência mais elevado do novo consumidor, simplesmente fazer parte de uma rede, sem consciência das singularidades desse espaço, sem inovações e atrativos, pode tornar essa estratégia totalmente ineficiente. TERRA (2009) afirma ainda, que com as redes sociais online, os formadores de opinião se tornaram referência e passaram a constituir-se em comunidades, usando da inteligência coletiva, que tem muito mais poder do que o pensamento individual. Segundo a autora, atentar-se para as expressões dos usuários na rede não é mais uma questão de escolha, mas sim, de necessidade das organizações que precisam estar preparadas para enfrentar as manifestações positivas e/ou negativas que não tem data, hora ou lugar para acontecer. Algumas empresas já utilizam ferramentas como os Blogs, por exemplo. De acordo com SOUZA (2008, p. 31) “qualquer registro frequente de informações pode ser considerado um blog (...) blogs são ferramentas de democratização de publicação de conteúdo”. Um blog corporativo, por exemplo, sem atualizações e respostas para os comentários feitos, vai se tornar apenas mais um, entre vários outros da rede que não são sequer visitados. SANDI (2007) comenta essa situação, ao afirmar que essa presença não deve acontecer e ser sustentada por modismo. De acordo com o autor, o novo consumidor é mais exigente, fato que muitas empresas não levam em consideração ao atuar na rede. O que se observa ainda
  • 34. 34 são muitas páginas estáticas, sem interação com o usuário, sem mostrar um "dia-a- dia" da organização em sua relação com a sociedade, afirma SANDI (2007). Entretanto, a participação de uma organização na rede requer cautela. Quem utiliza as redes não gosta de sentir seu espaço sendo invadido por propagandas, spams e conteúdos sem utilidade. Devido a isso, as organizações necessitam de uma estratégia bem definida para que os objetivos e ações utilizados produzam resultados satisfatórios, conforme afirma VIVAN (2005): (...) a mudança desse paradigma exige reestruturação dos processos organizacionais, principalmente no que diz respeito à geração de conhecimento na empresa. O universo de informações geradas pelo estreitamento das relações com mercados, fornecedores e clientes não faz sentido se as instituições não proporcionarem mudanças internas em suas estruturas. A começar pela proposta inovadora de gestão, que tem como base a geração de conhecimento a partir da experiência dos próprios funcionários da empresa. (VIVAN, 2005, p.11) Para traçar uma estratégia de comunicação via redes sociais na web, as organizações devem analisar o público e o que está sendo dito no ambiente onde esse público está. CASTELLS (2003) afirma que a democratização dos meios virtuais para livre expressão, provoca liberdade e independência no modo de expressar do consumidor. Não há restrição, todos podem dizer o que quiserem e os relatos de experiências vividas por pessoas comuns são absorvidos como exemplo para os demais que tiverem acesso à informação. E como a rede é mundial, o impacto pode ser grande. PINHO (2003) reforça essa situação ao dizer que essa igualdade de papéis no meio hipermidiático tem um lado negativo, pois as vozes negativas têm a mesma força de qualquer outra. De acordo com PINHO (2003), mesmo que as críticas e reclamações sejam infundadas, qualquer pessoa visualiza na internet os mesmos conteúdos. Tudo o que é dito nas comunidades, blogs, fóruns etc., tem valor para o público. Todas as vozes na Internet têm força, daí a importância de se acompanhar tudo o que essas vozes têm a dizer e respondê-las o quanto antes. Monitorar os ‘bate-papos’ e os blogs pode fazer com que a empresa aprenda algo sobre as necessidades atuais de seu público e planejar ações para atender àquelas que pareçam mais vitais para a reputação da empresa e para seus resultados. (ARGENTI, 2006, p.157)
  • 35. 35 SILVA (2007) em consonância com ARGENTI (2006) acredita que todos estes canais de comunicação - ou seja, todos os canais que permitem a expressão de opiniões, desejos e anseios dos consumidores - devem ser monitorados para que, através deste monitoramento, obtenham-se informações relativas e relevantes ao mercado. Essa situação já era uma realidade em 2009. NEGROPONTE (1995, p. 67) afirmou que a era digital não pode ser negada. “Ela dispõe de quatro características muito poderosas, as quais determinarão seu triunfo final: a descentralização, a globalização, a harmonização e a capacitação”. É possível perceber que NEGROPONTE (1995) estava certo em sua afirmação. Assim como muitos outros autores, suas previsões estão sendo cumpridas no mundo digital. O poder dado a todos de se expressarem sem restrições, a possibilidade da descentralização da informação e o poder da mensagem disponível mundialmente são aspectos favoráveis para o consumidor e um campo aberto de oportunidades comunicacionais para as organizações. Em Julho de 2009, as empresas de tecnologia web Wetpaint e Altimeter Group, publicaram um relatório que aponta como as empresas estão utilizando as mídias sociais para criar engajamento com seus públicos. Segundo o registro, as ações em mídias sociais têm uma relação direta com um maior desempenho financeiro das empresas. Dentre as organizações avaliadas pelo estudo, as que apresentam uma maior atividade em redes sociais obtiveram um aumento médio de 18% nas vendas nos últimos 12 meses, enquanto que para as empresas menos envolvidas com as mídias sociais caíram em torno de 6% no mesmo período. Estas empresas utilizam um grande número de canais para cuidar do relacionamento com seus usuários, principalmente blogs, fóruns de discussão e Twitter. Ainda segundo o relatório, o nível correto de envolvimento com as mídias sociais pode ser a chave do sucesso para impulsionar a imagem da organização frente a seus públicos, mesmo que diante dos milhares de canais de mídias sociais existentes, avaliar o meio ideal seja uma tarefa difícil. Portanto, a utilização das redes sociais na web deve ser tratada com cuidado pelas empresas, como parte de uma estratégia de comunicação integrada. Como também já vimos anteriormente, as redes sociotécnicas não podem ser utilizadas sem que haja objetivos específicos e até mesmo um conhecimento prévio sobre a área na qual a empresa está sendo inserida. Com o surgimento de um novo público
  • 36. 36 mais exigente, as empresas devem saber interagir e se relacionar para atender suas demandas.
  • 37. 37 2.5 Redes Sociais As redes sociais na internet são agrupamentos sociais mantidos no ciberespaço com o suporte da tecnologia dos sites. WELLMAN (2001, p.1) afirmou em 2001 que as redes sociais sempre existiram; mas segundo o autor, “desenvolvimentos tecnológicos recentes nas comunicações permitiram seu advento como uma forma dominante de organização social”. E foi a partir do desenvolvimento da tecnologia que essas redes passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas e, atualmente, das organizações. Segundo MAIA (2008) as redes sociais deixaram de ser apenas um espaço específico para a troca de ideias de garotos desocupados e estão cada vez mais sendo utilizadas como ferramenta de relacionamento pelas organizações. E para este crescimento das empresas nas redes sociais, a autora apresenta um motivo: segundo ela, a internet atinge 59 milhões de brasileiros que passam 24 horas por dia – todos os dias do mês – conectados, sendo a maior média do mundo e que praticamente, 90% deles – os quais ela chama de consumidores 2.0,- interagem nas redes sociais. MAIA (2008) informa ainda, que é fundamental interagir, conversar e responder as questões dos internautas e usuários, mesmo que nem sempre este investimento em redes sociais possa trazer um retorno mensurável. Para ela, o mercado ainda está aprendendo a ganhar dinheiro com essas ações e, pelo menos por enquanto, os benefícios chegam principalmente para a imagem da empresa. De acordo com RECUERO (2009, p.23), dois elementos compõem uma rede social. São eles os atores e suas conexões. Na definição da autora, os autores são “pessoas, instituições; os nós da rede”. Já as conexões são interações ou laços sociais. BOYD e ELLISON (2007) definem redes sociais como sites baseados na web que permitem que indivíduos construam um perfil em um sistema limitado, definam uma lista de usuários para compartilhar conexão e atravesse essa lista com outras feitas dentro do mesmo sistema. Segundo RECUERO (2009), as redes sociais são classificadas em dois tipos: sites de redes sociais propriamente ditos e os sites de redes sociais apropriados. Segundo a autora, sites de redes sociais propriamente ditos são “Sistemas onde há perfis e há espaços específicos para publicização das conexões com os
  • 38. 38 indivíduos. Em geral, esses sites são focados em ampliar e complexificar essas redes”. (RECUERO, 2009, p. 104) Já os sites de redes sociais apropriados, segundo RECUERO (2009) não foram criados a princípio para suporte de redes sociais, porém os atores sociais o utilizam para este fim. O Twitter, por exemplo, é um site apropriado, pois não tem espaços específicos para perfil e para publicação das conexões.
  • 39. 39 2.6 Twitter O Twitter é um microblog - ferramenta que permite atualizações rápidas e curtas - criado em 2006 por três norte-americanos em um projeto da empresa Odeo. Nessa ferramenta é disponibilizado ao usuário um espaço de 140 caracteres para que a pergunta “O que está acontecendo?” (“What’s happening?” em inglês) seja respondida. Não existe uma definição específica para o microblog, já que de acordo com SPYER (2009, p.8) “não existem exemplos de serviços online parecidos que tenham sido adotados massivamente”. Trata-se de uma mídia social estruturada por following, que são as pessoas que você segue e followers, aquelas que te seguem. Cada Twitter – como o usuário da rede é chamado – pode escolher quem deve seguir e ao fazer essa escolha ele passa a visualizar as postagens de quem está seguindo na página inicial do microblog, chamada de “Timeline”. SPYER (2009) considera difícil encontrar outro meio que permita que pessoas conversem com uma marca ou uma empresa com as mesmas características do Twitter. Imagem 1: Followers, Following e Listas no Twitter. Fonte: Reprodução Cada usuário é conhecido por um nome, precedido de um @. Por exemplo, o twitter deste projeto é caiunaredepeixe. Para enviar mensagens para este perfil, é só colocar o nome com um @ antes: @caiunaredepeixe. As mensagens vão aparecer em um espaço no microblog junto com todas as outras enviadas para este perfil.
  • 40. 40 Mas para responder a um tweet que enviam para você o mais indicado é que se utilize a opção “reply”, disponível na própria mensagem, ao lado direito. Ao utilizar essa opção, você permite que um histórico de mensagens trocadas seja arquivado. Imagem 2: Página de mensagens enviadas ao perfil @caiunaredepeixe e os botões de reply e retweet. Fonte: Reprodução De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), o Twitter é uma boa ferramenta para obter notícias mais rapidamente, se conectar com amigos e familiares, dividir experiências, descobrir interesses individuais e de grupos e, ao mesmo tempo, ter conversas comerciais e corporativas. O microblog criou uma linguagem própria que já é dominada por quem o utiliza. Cada mensagem é conhecida como tweet e a replicação dessa mensagem por outros usuários, precedida das letras RT, é o retweet, maneira mais prática de ‘encaminhar’ aos seus seguidores uma mensagem que uma pessoa que você segue escreveu. É uma forma de compartilhamento do tweet, assim quando você dá um retweet em alguma mensagem significa que você quer que ela ganhe maior repercussão dentro do microblog. Além disso, é possível se comunicar com os usuários do Twitter de maneira restrita e confidencial. Para isso basta usar as Direct Messages, ou mensagens diretas. Só você e a pessoa que recebeu esta mensagem sabem de seu conteúdo. Para enviar esse tipo de mensagem, o destinatário precisa estar seguindo o seu perfil no Twitter.
  • 41. 41 Um mecanismo que ajuda na busca de alguns assuntos é a hashtag, termo precedido de um #. A hashtag ”FollowFriday”, uma das mais usadas, por exemplo, aparece em mensagens onde os usuários indicam, nas sextas-feiras, algum outro usuário para que ele seja seguido ou conhecido por outras pessoas. Geralmente, após indicar as pessoas que segue o usuário coloca simplesmente as iniciais da hashtag, #FF. As 10 hashtags ou os termos mais utilizados pelos usuários são mostrados em um ranking, os Trending Topics, conhecidos também como TT. O usuário pode escolher visualizar o ranking do mundo, do Brasil, de outros países ou até de algumas cidades, São Paulo é uma delas. Imagem 3: Hashtags e Trending Topics brasileiro. Fonte: Reprodução Nesse aspecto, o Twitter é um bom exemplo de um ambiente onde reações interativas - mútuas e reativas, apresentadas por PRIMO (2005) – acontecem com frequência. Cabe à empresa analisar essas reações e estudar o comportamento dos usuários no que diz respeito aos seus interesses, opiniões e necessidades. O Twitter ainda é usado, no Brasil e em outros países, por políticos, candidatos a cargos políticos, jornalistas e especialistas em diversos assuntos.
  • 42. 42 2.6.1 O Twitter no Brasil Dados do Ibope/Net, apresentado por RECUERO (2009), mostram que em 2008, apenas um milhão de usuários brasileiros utilizavam a ferramenta, sendo que, deste total, 140 mil eram recorrentes. A ferramenta, porém, passou a ser popular entre os brasileiros após a divulgação na grande mídia, em 2009. Este crescimento pôde ser comprovado com a pesquisa feita pela empresa Sysomos, a partir de 11,5 milhões de contas e divulgada em junho de 2009. De acordo com os dados, o Brasil aparece em quinto lugar em termos de crescimento de adesão ao Twitter. Em pesquisa publicada em Junho de 2009, a empresa Ibope Nielsen Online também levantou números sobre o serviço e constatou que 15% dos usuários do serviço são brasileiros, o que coloca o Brasil como o país com a maior proporção de usuários no microblog. 2.6.2 Para uso empresarial O uso do Twitter no meio empresarial é o tema principal deste projeto. SPYER (2009) dá algumas dicas para que este trabalho seja feito dentro da empresa. Segundo o autor, companhias que decidiram explorar este novo ambiente têm usado o microblog para, entre outras coisas, estabelecer uma conexão direta com seus clientes, escutá-los, humanizar a empresa, informar e divulgar promoções. O’REILLY e MILSTEIN (2009) dizem que, para não errar nas ações realizadas no microblog, a empresa deve saber o que os usuários andam falando sobre ela. Ao fazer esse monitoramento, a empresa sente o ritmo das conversas e pode se preparar melhor para atender o público naquilo que ele espera. Segundo os autores, não importa o segmento, é bem provável que as pessoas estejam falando de uma marca, produtos e sobre a empresa em geral. Para começar, de acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), a empresa deve agir devagar. Com pelo menos uma mensagem por dia, ou poucas vezes por semana. As perguntas feitas, porém, devem ser respondidas todos os dias. Então, caso a ferramenta se mostre útil, a companhia deve começar a dedicar mais tempo e recursos a ela.
  • 43. 43 O’REILLY e MILSTEIN (2009) recomendam que, entre escolher uma pessoa que tenha muitas informações sobre a empresa, mas não gosta ou não sabe mexer no Twitter e outra que domina a ferramenta, mas não tenha muitas informações, escolha a última. A empresa deve, então, segundo os autores, dar suporte a essas pessoas com mais informações sobre a companhia. O’REILLY e MILSTEIN (2009) não recomendam que uma empresa de marketing ou comunicação seja contratada para gerenciar a conta. Por mais que a agência possa dispensar mais tempo para gerenciar o perfil, provavelmente não conseguirá promover o relacionamento que os clientes da empresa esperam. Pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), divulgada em abril de 2010, mostrou que as empresas estão atentas a isso. Os resultados mostraram que a maioria das peças e da estratégia de comunicação online das empresas é elaborada internamente. O motivo, na visão dos entrevistados, é melhor aproveitamento de custos e de tempo. Do total, 74% têm produção caseira, 8% através de consultoria, 8% por agências de publicidade, 8% pelas mãos dos próprios sócios e proprietários e 2% por empresas terceirizadas. Outro grande erro cometido por empresas que ingressam no Twitter, de acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), é quando estas companhias acham que o microblog é um espaço que pode ser utilizado apenas para “empurrar” informações. Segundo os autores, na verdade, o Twitter é um meio melhor para conversar com o público do que para apenas fazer anúncios. SPYER (2009) sugere ainda que os usuários não sejam sobrecarregados com excesso de mensagens. Além disso, o autor aconselha que a empresa seja honesta, acessível, rápida e divertida. A proximidade com o público traz alguns problemas comuns. De acordo com SPYER (2009): Os consumidores tendem a considerá-lo como parte do atendimento ao cliente. Empresas aéreas, por exemplo, se vêem constantemente tendo que responder a questões como ‘quando é o meu vôo’ (SPYER, p. 47, 2009) Segundo O’REILLY e MILSTEIN (2009), porém, se algum dos seguidores do perfil da empresa tiver perguntas, a companhia deve estar apta para responder com informação apropriada. Os autores ainda recomendam que, caso o usuário não
  • 44. 44 deixe algum contato, este seja solicitado por Direct Message para que o problema seja solucionado e a questão respondida. Os usuários, segundo SPYER (2009), também esperam da empresa pronto- atendimento, pelo formato e a proposta de rapidez e velocidade do microblog. Segundo o autor, o ambiente de proximidade ainda permite aumentar o número de protestos e reclamações sobre a empresa, situação na qual a companhia deve estar preparada para contornar. O Twitter é ótimo para o uso por empresas, mas não faz todo o trabalho sozinho. De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), para uma comunicação mais eficiente, a área responsável pela atualização da ferramenta deve estar integrada com serviços da empresa, relações públicas, marketing, recursos humanos, desenvolvimento de produtos e todas as outras áreas que utilizam ferramentas para conectar pessoas. Os autores ainda recomendam que, caso a empresa tenha perfil em outras redes sociais, como Orkut, Facebook e outras, as informações fornecidas em cada um desses perfis seja consistentes e padronizadas. Depois de começar a atuação, a empresa deve continuar a monitorar o que é falado sobre ela para evitar grandes escândalos e opiniões desfavoráveis de pessoas influentes. De acordo com o estudo ‘O poder do efeito viral’, realizado pelas empresas de tecnologia web XPLab e E-consulting, no ano de 2009, cada post, seja ele negativo ou positivo, relacionado a uma empresa, produto ou serviço, impacta diretamente 10% do total da rede de relacionamento e gera uma ação em decorrência desta opinião. Caso a mensagem seja negativa, um serviço é cancelado e uma intenção de compra deixa de existir. Quando positiva, a compra de produtos ou serviços é estimulada. Já as outras mensagens (90%), segundo a pesquisa, também geram impacto, mas não necessariamente geram mobilização ou alguma ação. 2.6.2.1 Identidade da empresa no microblog Uma das grandes oportunidades que o Twitter dá é a de mostrar o lado humano da organização. De acordo com O’REILLY e MILSTEIN (2009), o
  • 45. 45 microblog cria a oportunidade de empresas conversarem com as pessoas e estabelecer relacionamento com os clientes. Porém, segundo O’REILLY e MILSTEIN (2009), as pessoas não têm interesse em se conectar com um nome e uma identidade empresarial. Então, quando a empresa decide quem vai ser o funcionário responsável pela conta, ela deve identificar o twitteiro na sua página. O nome do perfil deve identificar a empresa, mas a Bio (espaço que dispõe 160 caracteres para identificar o perfil) deve ser usada para identificar a pessoa que está por trás da conta. Quando o cliente se conecta com esse Twitter, ele vai saber com quem está falando. Além disso, ao observar o comportamento dos usuários na rede, percebe-se que quando uma empresa não responde a um questionamento o efeito é altamente negativo. O usuário pensa por qual motivo a empresa está ali se não pode estabelecer um diálogo com seus clientes. Este tipo de pensamento pode levar um dos seguidores da empresa a desistir de estabelecer contato ou, até mesmo, criar uma grande resistência à marca e seus produtos/serviços.
  • 46. 46 3. METODOLOGIA 3.1 CORPUS EMPÍRICO O presente estudo analisou a presença da Vivo no Twitter, não só na condição de uma ferramenta de rede social, mas sim como campo de efetiva interação entre a organização e seus diversos públicos. Este trabalho de pesquisa e análise foi realizado através da observação do que é publicado através dos Twitters criados pela operadora de telefonia celular Vivo. O blog oficial da empresa, o Vivo Blog (www.vivoblog.com.br), também foi acompanhado com o intuito de observamos links no Twitter que direcionam para o blog, que foi criado para ser um canal de informação, relacionamento e troca de ideias sobre tecnologias, conforme descrito na própria ferramenta. Além disso, todo e qualquer redirecionamento ‘linkado’ no Twitter foi observado, seja esse redirecionamento para o site corporativo (www.vivo.com.br), para a loja virtual (www.vivo.com.br/regional_loja), hotsites promocionais (www.vivo.com.br/conexaocomonenhumaoutra) e afins. Imagem 4: Mensagem no twitter da Vivo (@vivoblog) com um link que direciona para o blog da empresa. Fonte: reprodução
  • 47. 47 Imagem 5: Mensagem no twitter da Vivo (@vivoemrede) com um link que direciona para o hotsite promocional da empresa. Fonte: reprodução A Vivo é uma operadora de telefonia celular, controlada pelos grupos Portugal Telecom e Telefônica. Iniciou sua atuação em 2003 e está presente em todos os estados brasileiros. E segundo dados da Telecom, de agosto de 2009, é a operadora com a maior fatia do mercado, seguida da operadora Claro. Em 2009, a Vivo realizou uma mudança em sua postura comunicacional, alterando sua assinatura de “Vivo. Sinal de Qualidade” para “Vivo. Conexão como nenhuma outra”, com o objetivo de se apresentar como uma operadora que trabalha em busca de soluções que permitam a sociedade se manter sempre conectada e assim viver melhor. Ela reforçou este conceito também em sua visão, missão e valores. Sua visão apresenta a crença da organização de que a sociedade em rede vive melhor e pode mais. Sua missão traz o compromisso da operadora em prover a sociedade de ferramentas de qualidade para que ela se mantenha sempre conectada. E por fim determinou como um de seus valores a “interação”. Sendo assim, por se tratar de uma empresa cuja comunicação esta focada na interação em rede, a Vivo se caracteriza como um pertinente objeto empírico para o estudo proposto. A Vivo faz comunicação na web com publicações em diversas redes como no Vivo Blog, no Orkut, Facebook e Twitter. Neste trabalho produzimos uma pesquisa de sua atuação do Twitter.
  • 48. 48 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para que seja respondido como a Vivo utiliza o Twitter como ferramenta de comunicação corporativa, uma pesquisa exploratória-qualitativa foi realizada. Segundo MIGUELES (2004), o objetivo da pesquisa exploratória é fazer com que o pesquisador se situe sobre o tema de pesquisa, sobre o qual não tem informações ou conhecimento suficientes para elaborar hipóteses ou linhas de pesquisa. Esse tipo de estudo envolve o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas envolvidas no tema e análise de casos que sirvam de exemplo. A pesquisa exploratória possui ainda o intuito de clarear conceitos e ideias para análises futuras. Já a pesquisa qualitativa, segundo MAANEN (1979), consiste em técnicas interpretativas para decodificar um sistema, ambiente, repleto de significados. Nela, o ambiente natural é fonte direta de dados, tem caráter descritivo e, muitas vezes, enfoque indutivo. Para analisar a presença da Vivo no microblog Twitter, foi realizado um estudo de natureza bibliográfica sobre as características da comunicação. A evolução das mídias sociais e como elas se apresentam na atualidade também foram estudados. O resultado deste estudo constitui a fundamentação teórica que embasou e deu sustentação à pesquisa empírica. Além disso, uma entrevista foi realizada com uma jornalista, funcionária da empresa, atuante na Divisão de Internet, responsável pela atualização do Twitter e do blog da Vivo. O objetivo da pesquisa foi conhecer o planejamento comunicacional da organização e compreender quais os motivos que levaram a operadora a expandir sua comunicação para o Twitter. A entrevista foi realizada ainda para verificar se os assuntos abordados no microblog estão contemplados neste planejamento ou se são tratados de forma aleatória. Para monitorar as ações comunicacionais realizadas pela Vivo no Twitter e o retorno que a empresa teve dos seus seguidores, foram tomados como parâmetros metodológicos os conceitos da “netnografia”, ou etnografia virtual, termo criado a partir da década de oitenta por KOZINETS (1998), que se trata de: Uma descrição escrita resultante do trabalho de campo que estuda as culturas e comunidades on-line emergentes, mediadas por computador, ou comunicações baseadas na Internet, onde tanto o trabalho de campo como
  • 49. 49 a descrição textual são metodologicamente conduzidas pelas tradições e técnicas da antropologia cultural. (KOZINETS, 1998, p. 4) Este método proposto por KOZINETS (1998) estabelece alguns passos que equivalem, com algumas adaptações, à etnografia. São elas: a) entrada ou “ingresso”; b) coleta e análise de dados; c) confiabilidade nas interpretações; d) ética de pesquisa e e) checagem dos participantes. Nesta pesquisa foram utilizadas algumas destas etapas, como por exemplo, a entrada ou “ingresso” que foi realizado após a entrevista na organização. Vale dizer que a adequação das diretrizes metodológicas propostas por KOZINETS (1998) aos propósitos deste projeto se justifica pelo fato de se pretender aqui utilizar uma abordagem da cultura organizacional de uma empresa cujo foco se volta para as interações na web. Tal monitoramento realizado entre 07 de dezembro de 2009 e 19 de março de 2010 após a entrevista com a operadora, com a coleta de todas as mensagens postadas pela operadora e as respostas dos usuários neste período. Este intervalo foi escolhido, pois contemplou ações institucionais e promocionais direcionada para datas como Natal, Ano Novo e os grandes problemas que a rede de telefonia tem nestas datas e contemplou ainda o Carnaval e o dia Internacional das mulheres. A pesquisa foi realizada com o objetivo de podermos analisar se a empresa tem um planejamento específico para a comunicação via Twitter e qual é esse planejamento e qual a sua forma de execução. Conhecer as propostas e conversar com os profissionais responsáveis pela área, antes mesmo de observar as ações da empresa na rede, foi importante para que a realização da análise que observou se, na prática, o que foi planejado foi executado e percebido no monitoramento. Os dados obtidos nesta pesquisa consistem nas publicações realizadas pela Vivo e como os seguidores da empresa no Twitter reagiram a essas ações. Todo o fluxo de informações no microblog foi observado e as mensagens dos usuários foram classificadas como críticas/reclamações, sugestões, retwittes, elogios, apenas citações, perguntas, resposta a promoções e outros. Para responder a pergunta de pesquisa proposta, foi feito um aprofundamento nas mensagens classificadas como elogios e reclamações. Já as mensagens enviadas pelos perfis @vivoemrede e @vivoblog foram classificados como Promoção de produtos/serviços, concursos, respostas a seguidores, mensagens institucionais, retwittes e informes.
  • 50. 50 Todos os usuários que enviaram mensagens para os dois perfis pesquisados foram listados. Os que tiveram maior participação receberam um questionário para que explicassem as motivações que os levaram a realizar as postagens, o que os motivou a repercutir as ações promocionais ou institucionais da Vivo e o retorno da operadora para tais mensagens. O estudo deste material coletado visou, a partir do conhecimento dos assuntos abordados, identificar quais estratégias a Vivo utiliza ao realizar comunicação através do Twitter e fazer um paralelo com as informações obtidas na entrevista oficial realizada com a empresa. Além disso, a partir de uma análise crítica dos comentários dos usuários às publicações realizadas pela organização, refletimos sobre os desafios que a utilização das redes sociais na web impõe à comunicação corporativa.