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   MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA




   PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR (ATM): INDICAÕES
       E TÉCNICAS CIRÚRGICAS


                   Monografia apresentada ao Hospital
                   Municipal Dr. Mário Gatti para obtenção do
                   certificado de conclusão do programa de
                   Residência Odontológica em Cirurgia e
                   Traumatologia Bucomaxilofacial.




       ORIENTADOR: Dr. NILTON PROVENZANO

                   CAMPINAS
                     2010
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   MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA




   PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR (ATM): INDICAÇÕES
       E TÉCNICAS CIRÚRGICAS


                    Monografia apresentada ao Hospital
                    Municipal Dr. Mário Gatti para obtenção do
                    certificado de conclusão do programa de
                    Residência Odontológica em Cirurgia e
                    Traumatologia Bucomaxilofacial.




        ORIENTADOR: Dr. NILTON PROVENZANO

                    CAMPINAS
                      2010
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                   HOSPITAL MUNICIPAL DR. MÁRIO GATTI




NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA APRESENTAÇÃO DA MONOGRAFIA




                         MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA




 TÍTULO: PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR:
                         INDICAÇÃO E TÉCNICA CIRÚRGICA




Data da Defesa: 25 /11/ 2010.
Notas: MB (Muito bom), B (Bom), R (Regular) e I (Insuficiente).




                                 Banca Examinadora




Prof. Dr. Bruno Livani
Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________




Prof. Dr. Francisco Azevedo
Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________




Prof. Dr. Nilton Provenzano
Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________
4




                             AGRADECIMENTOS



 Primeiramente agradeço a Deus por me dar força, perseverança, saúde, inteligência para

                   enfrentar e conquistar mais essa etapa da minha vida.



 A minha família, especialmente a minha mãe, que com todos os problemas que teve que

   enfrentar em sua vida, nunca deixou de dar carinho, amor, paciência e me ensinar o

caminho certo da vida, mostrando-me que na maioria das vezes, fazer o bem e o certo, não

é a trajetória mais fácil e rápida, mas sim um caminho de dificuldades, “batalhas” e que ser

            uma pessoa de valor, é o fundamental, o sucesso é consequência.



 Agradeço aos assistentes e preceptores: Francisco Azevedo, Gabriel Sordi, Eder Magno,

Rodrigo Calado, Domeni, Antonio Augusto, Luiz Toledo, Sérgio Maia e Silas que cada um

com sua particularidade na forma de ensinar, mas que hoje, não só nos tornaremos colegas

      de profissão, mas, com muito prazer, considero-os como verdadeiros amigos.



   Aos meus colegas residentes George, Antônio Garcia, Tiago, Olavo, Antônio Simão,

 Beneval, Nauber, Paulo, Renato, não só pelo aprendizado que tivemos juntos, mas sim

    pelo companheirismo, profissionalismo e pela compreensão da minha impaciência,

               nervosismo, mas, por serem hoje e sempre, grandes amigos.

    Aos colegas residentes médicos, das demais especialidades existentes no Hospital

 Municipal Dr Mário Gatti, em especial ao assistente da Ortopedia, Dr. Bruno Livani e a
5




 Cirurgia de Cabeça e Pescoço onde estivemos envolvidos na conquista do bem estar dos

                                        pacientes.

Aos demais funcionários médicos, enfermeiros, auxiliares, cirurgiões dentistas, técnicos e

                       todos envolvidos em minha capacitação.

    Aos pacientes, que são os principais responsáveis pela minha habilitação, por toda

             satisfação com meus sucessos e compreensão pelos insucessos.

A instituição Hospital Municipal Dr. Mario Gatti que foi minha casa, meu trabalho e que

           além de me transformar profissionalmente, criei aqui, uma família.

E em especial ao Dr. Nilton, que além da paciência com minhas dificuldades em fazer este

   trabalho, colaborou assiduamente para sua conclusão e minha formação cirúrgica.
6




                                       RESUMO



As falhas no tratamento das disfunções temporomandibulares sejam na forma não

cirúrgicas como cirúrgicas, têm aumentado o número de intervenções cirúrgicas na

articulação e, consequentemente, gerando alterações morfológicas e dor na articulação

temporomandibular. Certas ocasiões só podem ser corrigidas com a substituição total da

articulação por uma prótese. Apesar de ser um procedimento de escolha em certas

situações, a sua utilização deve ser a última escolha. Estudos sobre longevidade, desgaste

e um design que permita a mandíbula realizar os mais variados movimentos devem ser

realizados.
7




                                                            Tabela
Tabela 1: ........................................................................................................................13




                                                      Figuras e Fotos
Figura 1: (Prótese de Robson)......................................................................................15

Figura 2: (Prótese Vitek-Kent).....................................................................................17


Imagem 1: (Prótese de Côndilo)...................................................................................20

Imagem 2: (Erosão da fossa mandibular por prótese)...............................................21

Imagem 3: (Prótese W. Lorenz Surgical®)..................................................................23

Imagem 4: (Prótese TMJ Implants®)...........................................................................25

Imagem 5: (Prótese TMJ Concept®)............................................................................26




                                              Símbolos e Abreviações
8




Articulação Temporomandibular....................................................................ATM

Artrite Reumatóide..............................................................................................AR

Disfunção Temporomandibular......................................................................DTM

Polietileno Ultra Alto Peso Molecular....................................................UHMWPE

Polimetilmetacrilato......................................................................................PMMA

Megapascal.......................................................................................................MPa

Bloqueio Maxilo-Mandibular...........................................................................BMM

Tomografia Computadorizada...........................................................................TC

Politetrafluoretileno .....................................................................................Teflon

Polidimetilsiloxano.....................................................................................Silicone

Marca Registrada.................................................................................................. ®

Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen / Association for the Study of

Internal Fixation....................................................................................... AO/ ASIF




                                                  SUMÁRIO
9




1- INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 09


2- REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 11


3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 52




     1-INTRODUÇÃO
10




           As síndromes das disfunções temporomandibulares (DTMs) estão cada vez

mais presentes no cotidiano dos nossos pacientes. Elas se manifestam ou são

diagnosticadas em idades cada vez mais precoces, devido às mais diversas causas. Até

um passado não muito distante, as DTMs eram atribuídas a fatores dentários

(interferências oclusais, ausências dentárias, más posições), entretanto, sabe-se hoje

que suas causas são multifatoriais, variando desde problemas dentários, passando por

problemas emocionais, psicológicos e distúrbios do sono. A falta de consenso sobre os

critérios de classificação, diagnóstico e tratamento adequado para tais problemas, se

devem, provavelmente, ao pobre entendimento a respeito da etiologia envolvida.

Embora muitos destes pacientes sejam controlados com terapias não-cirúrgicas, há

ainda um grupo de pacientes que necessita de intervenção cirúrgica 1;2;3.

           A intervenção cirúrgica na articulação temporomandibular (ATM) quando

necessária, pode ser de reparação ou de reconstrução com tecidos autógenos ou

materiais aloplásticos. No entanto, existem certas condições patológicas específicas da

ATM que exigem a reconstrução total da articulação por meio de prótese, para

proporcionar uma melhor previsibilidade dos resultados         do tratamento. Algumas

destas condições são: 1) múltiplas cirurgias na ATM; 2) falhas de instalação de

implantes aloplásticos contendo: A) politetrafluoretileno (Teflon); B) Proplast/Teflon

(que contem fibras de carbono); 3) Polidimetilsiloxano (Silicone) Silastic®; 4) cimento

acrílico ou osso; 5) reativa ou retrospectiva patologia da ATM (inflamatórias ou

infecciosas); 6) doença auto-imune dos tecidos conjuntivos ( artrite reumatóide, artrite

psoriática, esclerodermia, síndrome Sjögrens, lúpus, espondilite anquilosante, etc); 7)
11




  fibroses ou anquiloses ósseas; 8) ausência de estruturas da ATM devido à patologia,

  trauma ou deformidade congênita e 9) tumores que envolvam a fossa e / ou côndilo

  mandibular e/ou região do ramo4;5.

             Como afirmou Laskin (1969) em seu artigo clássico: “a chave para o

  tratamento de qualquer disfunção é a compreensão da sua etiologia”1.

          O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre prótese

  total da Articulação Temporomandibular, suas indicações e técnicas cirúrgicas.




2- REVISÃO DE LITERATURA
12




          Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), a articulação temporomandibular

(ATM) é a que mais se movimenta durante o dia, chegando a 2000 ciclos diários nos

movimentos de mastigação, deglutição, dicção e inclusive no ronco. A anatomia e

fisiologia da ATM foram negligenciadas durante o início do século 20, mas

dispositivos como a fossa mandibular foram incluídos na lista de considerações para a

reconstrução da ATM desde 1946. Hoje, a substituição aloplásica da ATM pode ser

organizada em fornecer componentes de substituição de somente prótese fossa, placas

de reconstrução para a substituição do côndilo, e próteses para a substituição do

conjunto fossa e côndilo, segundo Driemel et al. (2009)3;6.

          Os pacientes com necessidade de reconstrução total aloplástica da ATM,

apresentam uma das seguintes situações: 1) articulações com anquilose, degenerações

ou reabsorvidas; 2) falhas nos enxertos autógenos ósseos ou de tecidos moles,

resultando em uma área articular pouco vascularizada; 3) destruição do enxerto

autógeno, como resultado de patologia prévia; 4) fossas e côndilos reabsorvidos com

graves discrepâncias anatômicas e funcionais devido à falha de interposição de

implantes Vitek, Proplast/teflon, onde tecidos moles circundantes mostraram em longo

prazo, incapacidade para suportar um enxerto de osso autógeno devido a reação de

células gigantes provocas pelos implantes; 5) falha das próteses articulares parciais e 6)

doença inflamatória severa em que a reconstrução do tecido autógeno seria

imprevisível (por exemplo, artrite reumatóide, artrite psoriática, etc) 3;6;7; 8;9;10;11;12.

           Mercuri et al. (1995) relataram em seu trabalho um aumento do número de

cirurgias na ATM ao longo das duas últimas décadas na tentativa de corrigir
13




cirurgicamente, muitos dos problemas mal conduzidos pelos procedimentos não

cirúrgicos. Embora muitos pacientes apresentem melhora com intervenções cirúrgicas,

as falhas das mesmas têm adicionado a uma lista crescente de múltiplas intervenções,
                                                                                    3;7
acarretando em alterações morfológicas, resultando em pacientes com dor na ATM            .

Neste contexto, apesar das primeiras experiências com materiais aloplásticos e sistemas

protéticos para a reabilitação da ATM terem sido catastróficas (Proplast-

Teflon/Silastic), nos últimos anos, novos sistemas protéticos para ATM têm sido

introduzidos como uma opção de tratamento de pacientes que foram submetidos a

múltiplas cirurgias na ATM, ou seja, fracasso de terapia não cirúrgica, como também

das terapias cirúrgicas.

         Segundo Driemel et al. (2009), a substituição cirúrgica      reconstrutiva da

articulação temporomandibular (ATM) é rara. Por conseguinte, os cirurgiões

bucomaxilofaciais têm poucas oportunidades para ganhar experiência neste domínio.

Isto está em contraste com a variedade de próteses de ATM e placas de reconstruções

condilares descritas ao longo dos últimos 60 anos 6.

         No trabalho de Franklin (2006), ele relata que a ATM é suscetível a todas as

condições que afetam outras articulações no corpo, incluindo a anquilose, artrite,

trauma, luxações, anomalias de desenvolvimento e neoplasias. Dor e disfunção da

ATM também são comuns e podem resultar de uma ampla variedade de fatores

etiológicos. Devido à acessibilidade, as investigações das patologias da ATM são

feitas principalmente através de imagens ao invés de biópsia, embora claramente, a

biópsia possa ser essencial em certas ocasiões. A artroscopia atualmente, como todos

os exames de imagens para a ATM, se tornou muito mais sofisticados, de alta
14




qualidade, tornando o diagnóstico mais satisfatório. Uma classificação básica das

desordens temporomandibulares é apresentada na tabela 1 13.




Tabela 1: Classificação das Desordens Temporomandibulares
15




 Anomalias do desenvolvimento (por exemplo, hiperplasia condilar, hipoplasia,
 aplasia)
 Osteoartrose
 A artrite reumatoide
 Artrite inflamatória (por exemplo, a psoríase, lúpus eritematoso sistêmico)
 Artrite infecciosa
       Infecção do ouvido médio
     Infecção sistêmica
 Neoplasia
 Doenças metabólicas
 Doença sinovial
 Condições diversas, como por exemplo, a Doença do Paget e acromegalia
Fonte- Current Diagnostic Pathology (2006) 12, 31–39




           O primeiro relato descrito de cirurgia articular foi por um cirurgião francês,

famoso do Renascimento, Ambrose Pare, que em 1536 realizou a primeira excisão de

articulação em um paciente com uma infecção destrutiva do cotovelo 9.

           Segundo Guarda-Nardini et al. (2008)3, a prevalência de patologias da ATM é

mais frequente no gênero feminino, podendo chegar à proporção 3:1. A idade mais

frequente de diagnóstico e tratamento com reconstruções aloplásticas da ATM é de

20-40 anos segundo . Já nos estudos realizados por Mercuri et al. (1995), a idade média

foi de 40,9 anos 7.



           No início de 1990, experiência negativa com a prótese Vitek-Kent, trouxe o

descrédito sobre todas as substituições aloplásticas da ATM, isto levou com que a

reconstrução da ATM fosse abandonada e incentivou o uso de procedimentos como

reconstrução autógena. Novas placas condilares de reconstrução e próteses para a

substituição total da ATM apresentadas desde o ano 2000, aumentaram a demanda para
16




a substituição da ATM por materiais aloplásticos, especialmente na Europa segundo

Driemel et al. (2009) 6.

         A reconstrução total aloplástica da articulação temporomandibular (ATM) é

uma solução biomecânica ao invés de um tratamento biológico de grave doença

articular. Ela fornece um meio de lidar com a anatomia articular distorcida, evitando o

importante suporte sanguíneo em volta dos tecidos periarticulares tão essenciais na

reconstrução autógena, eliminando assim, a necessidade de um segundo sítio cirúrgico

e toda morbidade envolvida 4;7;9.

         O primeiro cirurgião a colocar um material aloplástico entre o crânio e a

mandíbula humana foi Eggers (1946). A cirurgia consistiu em interpor uma folha de

tântalo sobre a base do crânio bem como sobre o coto mandibular para prevenir uma

reincidência de uma anquilose extensa em uma menina com quatro anos de idade 14.

Smith e Robinson (1957) resolveram o problema de recidiva de anquilose óssea,

interpondo uma chapa de aço inoxidável entre o crânio e a mandíbula. A placa tinha

uma curvatura para criar um ponto virtual de rotação simulando um antigo côndilo.

Três anos mais tarde, Robinson (1960) descreveu uma "falsa" prótese com fossa de aço

inoxidável com um tipo de caixa inserida na fossa e na eminência (Figura 1). Embora o

paciente não tivesse funcionamento dos músculos pterigóideos laterais, devido a

condilectomia, alguns movimentos anteriores da mandíbula foram observados. A idéia

de uma prótese fossa de Robinson foi o ponto de partida para muitos outros

pesquisadores 6;9;14



         Figura 1- Prótese “falsa”de Robson
17




             Fonte: J. Oral Maxillofac. Sur. 953:984-996, 1995.




                              15
        Small et al.(1964)         em experiências com o uso de Teflon e Silastic® na

reconstrução de     mandíbula, relataram que o Teflon parecia mais adaptável à

restauração de ressecções mandibulares e, consideraram o Silastic®, como sendo mais

adequado para a substituição do côndilo . O Teflon foi introduzido como material
18




auxiliar nas reabilitações articulares por Charnley em 1958, ele acreditava que esse

material por ser inerte e apresentar baixo atrito, seria uma solução para patologias

articulares. Porém, suas propriedades físicas como o desgaste falharam, provocando

uma intensa reação tecidual devido aos resíduos 5.

        O Proplast/teflon foi um novo material promissor que poderia permitir a rápida

neoformação de tecidos duros e moles, melhorando assim, a fixação e também

facilitava o crescimento de tecido circunvizinho no revestimento Proplast, porém, a

imobilização, bloqueio maxilomandibular (BMM), era necessário. No entanto, as

próteses Vitek-Kent (Figura 2), que era composta de um componente fossa construído

de um laminado com espessura de 4 a 6 mm de Proplast (camada superior), e 2

milímetros de espessura (Camada inferior) de Teflon , mostraram in vivo, taxas de

desgaste maiores medidas a partir de próteses totais articulares recuperadas (removidas
                            11
cirurgicamente por falha)    . Estas próteses apresentaram uma vida útil de apenas 3

anos e com grandes quantidades de detritos de desgaste do polímero, causando uma

reação corpo estranho de células gigantes e reabsorção óssea. Para diminuir a taxa

desgaste, a superfície articular do componente fossa da prótese foi alterado de Teflon

para polietileno de alta densidade em 1.986 segundo Guarda-Nardini et al. (2008) 3. No

entanto, o Proplast mostrou não ser capaz de resistir a cargas de compressão e foi

encontrado com deformações plásticas. Os fragmentos de Proplast causaram a

reabsorção óssea e uma extensa reação corpo estranho de células gigantes. A venda da

prótese Vitek-Kent foi interrompido em 19903;6;14.




        Figura 2- Prótese de Vitek-Kent
19




            Fonte: J. Oral. Maxillofac. Sur. 953:984-996, 1995.




        Spiessl (1976) usou uma prótese condilar no tratamento da anquilose da

ATM, conhecida como prótese AO / ASIF. A cabeça esférica articulava contra a fossa

natural. A prótese foi presa ao ramo mandibular por 5 a 7 parafusos 16. Um adicional

apoio foi realizado por uma placa que foi colocada no coto condilar. No entanto, um

estudo de Lindqvist et al. (1992) 17 de 11 articulações operadas, pelo menos uma parte
20




da fossa apresentou reabsorção. Concluiram que: "Reabsorção óssea provavelmente

não pode ser impedida sem o uso de um implante de fossa glenóide", assim sendo,

uma indicação para reconstrução total da articulação dos pacientes que apresentam

falhas dessas próteses condilares 16. Próteses AO / ASIF de ATM (Synthes®) estão

disponíveis como modelos curtos e longos (Imagem 1). O modelo curto é implantado

principalmente no caso de doença articular primária (pós-traumático ou artrite

reumatóide, tumores condilares). A placa longa de reconstrução condilar AO / ASIF

são empregadas como reconstrução temporária após ressecções extensas. A

reconstrução com placa longa de reconstrução condilar deve ser substituída por

material autógeno ou substituição total da articulação com prótese no prazo de dois

anos. Isto se deve ao fato de que foram observadas erosões na fossa glenóide e

penetração da cabeça do côndilo na fossa craniana média. O cirurgião tem que avaliar

com cuidado as possíveis indicações sobre as complicações e a extensão da ressecção

para reconstruir com placas condilar AO / ASIF, pois podem ser usadas para

substituição visando longa duração, em especial quando o disco articular é preservado

ou a fossa é revestida com um retalho pediculado do músculo temporal 6;14;16.
21




Imagem 1- Prótese de côndilo
22




                        Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920.




        O trabalho de Westermark et al. (2006) 10 já relatava que estudos realizados
                              17
por Lindqvist et al. (1992)     , demonstraram que somente a substituição condilar

aloplástica resultou em erosão da fossa e formação óssea heterotópica (Imagem 2). Eles

sugeriram que a reconstrução protética da ATM não deve ser realizada somente com a

substituição condilar, mas em combinação com um componente fossa.



        Imagem 2- Erosão da fossa mandibular por prótese
23




                         Fonte: Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2006; 35: 488–492.




        Kiehn et al. (1974) 18 utilizaram cimento de polimetilmetacrilato (PMMA) para

o ajuste da fixação de uma prótese total, realizando múltiplos orifícios na parte lateral

do componente fossa e no componente do ramo que envolve o ramo mandibular para

melhorarem a retenção do cimento na interface óssea. A falta de movimento lateral da
24




mandíbula foi observada, "possivelmente, devido à ausência da função do músculo

pterigóideo lateral, que não pode ser preservado”14;18. O PMMA também foi associado

a falhas catastróficas quando utilizado na ATM porque a abrasão que ocorria nesse

material proporcionava áreas de instabilidade e consequentemente fratura do material.

Os detritos da abrasão desencadeavam uma osteólise e afrouxamento dos parafusos,

além disto, o calor gerado pela polimerização ou mesmo das partículas residuais que

não se polimerizavam, desencadeavam reação de corpo estranho 5 .

         A W. Lorenz Surgical® desenvolveu uma prótese que utiliza polietileno de

ultra alto peso molecular na fossa que é fixada ao arco zigomático. O         implante

condilar é feito de cromo-cobalto- molibdênio (28% de cromo, 64%cobalto, 7%

molibdênio e 1% níquel) que tem um revestimento de plasma de titânio sobre a

superfície virada para ramo (Imagem 3). Este produto apresenta-se disponível em 3

tamanhos para ambos componentes, fossa e ramo segundo Driemel et al. 2009 6.
                                 19
          Tauras et al. (1972)        foram os primeiros a relatar o uso de prótese sob

medida, feita de ouro, para um hemiarticulação, reconstruindo côndilo-ramo de uma

ATM. Assim surgiu a idéia de confeccionar próteses personalizadas .




        Imagem 3- Prótese da W. Lorenz Surgical®
25




        Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920.




          Em contraste com a Lorenz®, os implantes da TMJ Concepts® são construído

individualmente, com base em modelos TC 3D do paciente (Foto 4). O componente

fossa é reforçado com malha de titânio que se adapta ao osso. O componente do

côndilo-ramo apresenta cromo-cobalto na cabeça, enquanto o restante do ramo é feita

de titânio segundo Guarrda-Nardini et al. (2008) 3.
26




        Nenhum artigo foi encontrado demonstrando uma revisão para a prótese

Biomet/ Lorenz® . Os resultados terapêuticos tem sido avaliados por Quinn (2000) 20,

que registrou significativas   melhorias em três anos em um grupo de pacientes

reabilitados, em um total de 69 articulações temporomandibulares 19 .

        Christensen (1963) 21 refinou a idéia de Robinson cobrindo a fossa glenóide e

eminência articular com uma superfície 0,5 mm de Vitálio. Ele superou o problema de

"como saber a forma individual do osso antes da cirurgia ", selecionando vários crânios

diferentes e formou 20 (depois 33) padrões fossa-próteses de cada lado. A prótese mais

adequada foi fixada por meio de parafusos na parte lateral do tubérculo articular e arco

zigomático. Christensen (1971) 21 acrescentou um componente ramo-côndilo com uma

cabeça polimetilmetacrilato (PMMA) ao componente ramo, para criar uma prótese

total da articulação. Atualmente as próteses de Christensen® são chamadas de TMJ

implants®, que apresenta 30 tamanhos de fossa e 3 tamanhos condilares (Imagem 4a),

e, recentemente, apresentaram suas próteses personalizadas (Imagem 4b).3;6;9;14.




        Imagem 4- TMJ implants® (a)Pré-fabricada (b)Personalizada
27




        Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920.




        Atualmente, a prótese de Christensen® é o único sistema utilizado nos E.U.A.

que oferece ambas as substituições totais e parciais da ATM. Esta prótese foi

certificada como um dispositivo médico na União Européia em 1998 e em 2001 foi

aprovado pela Food E.U. and Drug Administration (FDA)6.

        Segundo Wolford et al, (1994) a Techmedica ® , atualmente chamada de TMJ

Concepts®, resolvia os problemas de               instalação, utilizando modelos plásticos

individualizados    de     cada     paciente,     fabricados        a   partir   de   tomografias

computadorizadas. No modelo, uma lâmina (malha) de titânio era construída em

conformidade com a borda lateral e eminência articular da fossa. A malha permite

neoformação de osso e tecido mole em sua superfície para maximizar estabilização 22.

A malha caudal foi utilizada para fixar a superfície articular construída a partir de

polietileno de ultra alto peso molecular (UHMWPE). A prótese fossa foi fixada ao arco

zigomático, com três ou quatro parafusos (Imagem 5). A prótese condilar foi produzida
28




com muitos furos para facilitar o                correto posicionamento com seis ou mais

parafusos7;10;14;22.



          Imagem 5- Prótese da Techmedica® atual TMJ Concepts®




          Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2006; 35: 488–492.




          Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), o argumento apresentado pelo

fabricante TMJ Concepts® sobre a personalização das próteses é válido e justificável.

No entanto, não há nenhuma evidência de que esse sistema de prótese é superior aos

demais para qualquer uma das indicações acima descritas, isto se deve a escassez de

estudos comparativos 3.
29




        Falkenstrom (1993) 23 calculou a influência de uma prótese unilateral sobre os

movimentos da articulação natural. Concluiu que a sua idéia de colocar o ponto de

rotação da prótese substancialmente inferior, em uma tentativa de reproduzir o

movimento de translação quando a boca está aberta, mesmo se o paciente não é capaz

de executar movimentos reais protrusivos, iria melhorar a função mandibular e evitar a

sobrecarga da articulação natural do lado contra lateral. Nos casos de substituição da

articulação unilateral, a limitação dos movimentos de translação força a mandíbula para

o lado da prótese, levando a movimentos anormais da articulação natural. Acredita-se

que esses movimentos anormais podem causar sobrecarga da articulação natural e,

portanto, são uma das principais razões de desenvolvimento de           osteoartrose e

desarranjos internos na articulação natural. Eventualmente, estes problemas podem

levar à substituição também da articulação natural. Em casos de substituição bilateral

das articulações, movimentos de translação de toda a mandíbula são limitados. Isso

resulta em redução anterior e médio-lateral dos movimentos e diminuição da função

mastigatória. Além disso, a abertura inter-incisal é reduzida, principalmente devido ao

movimento de abertura em conjunto das articulações .

         Após a instalação de uma prótese condilar, a perda dos movimentos de

translação do côndilo é observada com frequência, especialmente na direção anterior.

Alguns pesquisadores atribuem esse efeito a perda da inserção do músculo pterigóideo

lateral, causada pela condilectomia quando a prótese é colocada em posição. No

entanto, vários outros fatores podem ser responsáveis pela perda dos movimentos de

translação. Os pacientes que sofrem de problemas de ATM por um considerável tempo,

muitas vezes têm movimentos limitados devido à constrição dos tecidos moles. Estes

movimentos mandibulares cronicamente reduzidos frequentemente permanecem,
30




apesar da implantação de uma prótese, isso porque os tecidos moles das áreas

articulares e adjacentes também são afetados. Além disso, as cicatrizes irão restringir

os movimentos condilares. É razoável supor que os pacientes que se submeteram a

muitas cirurgias da ATM apresentam restrições nos movimentos o que foi verificado
                                           24
pelos resultados do Wolford et al.(2003)     . Geralmente, os movimentos da cabeça

condilar da prótese foi de 2 mm ou menos em qualquer direção. O reposicionamento do

músculo pterigóide lateral à prótese condilar não melhorou os movimentos de forma

significativa7;10;14;24.

           Mercuri et al. (1995) realizaram a substituição aloplástica da ATM com

prótese customizada em 215 pacientes e que 67 substituições foram unilaterais e 296

bilateral em um total de 363 implantes. Sendo que 202 do gênero feminino e 13 do

masculino, acompanhados por um período médio de 48 meses. Os                resultados

mostraram-se favoráveis quanto à melhora da dor, dieta e função mandibular. A média

da população foi de 40,9 anos de idade, o que significa que a longevidade da prótese é

uma variável importante e que essa longevidade, independente do material implantado,

baseia-se na indicação adequada para a sua utilização, instalação, manutenção correta,

biocompatibilidade dos materiais envolvidos, estabilidade do implante in situ, bem

como a capacidade do paciente compreender as limitações envolvidas com a prótese 7.

           Os materiais que compõem as próteses têm sido utilizadas como componentes

ortopédicos       dos sistemas articulares há décadas e têm sido objeto de muita

investigação durante esse tempo 7.

           O estudo sobre stress e desgaste sob cargas muito maiores do que aquelas

que podem ser desenvolvidas na ATM têm mostrado, particularmente no polietileno de
31




Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), importante perda de massa óssea, com

consequente soltura e fracasso final de algumas próteses ortopédicas 7.

         A biocompatibilidade da liga de titânio comercialmente puro, UHMWPE,

cromo-cobalto-molibdênio estão bem documentados na literatura ortopédica. O exame

microscópico dos tecidos moles intra-articulares retirados entre o côndilo e a fossa de

próteses em funcionamento de 2 a 3 anos, não mostraram nenhuma evidência de reação

de corpo estranho, inflamatória, ou reação de células gigantes típicos daqueles vistos

em resposta aos matériais aloplásticos que falharam. Segundo Mercuri et al. (1995) 7, a

essência da customização das próteses torna atraente por duas razões: Primeiro porque

ela é personalizada para a anatomia específica de cada caso, raramente existe uma

necessidade de alterar tanto a anatomia ou a prótese na cirurgia. Isso resulta em menor

tempo cirúrgico e menor exposição da prótese as tentativas de adaptação e possíveis

contaminações. Em segundo lugar, e mais importante, a natureza personalizada destas

próteses, permite um ajuste mais próximo ao osso e são, portanto, muito mais estáveis

in situ que as próteses que são manipuladas para se adaptar ao leito receptor. A

personalização da prótese à anatomia específica do paciente, resulta em aumento da

longevidade da prótese 7.
                                                                                      7
         Um estudo de próteses customizadas realizados por Mercuri et al. (1995)

mostrou que a reconstrução com esse tipo de prótese resultou em uma importante

melhora da dor, função, dieta, conforme relatado pelos pacientes e um aumento na

abertura inter-incisal máxima. Os movimentos de lateralidade tanto para direita como

para esquerda ficaram reduzidos devido ao descolamento do músculo pterigóideo

lateral 9. Porém, um estudo de Mercuri et al. (2007) 25 com pacientes reconstruidos com

prótese total da ATM com história de falha de implantes Proplast-teflon ou silicone
32




utilizados na ATM, com um acompanhamento de 60,2 meses, não apresentaram

melhora subjetiva quanto a dor, função mandibular e na consistência da dieta, quando

comparado a pacientes que não tiveram material aloplásticos na ATM11;25.

         Segundo Mercuri (1998) os dispositivos aloplásticos apresentam uma opção

no arsenal para reconstrução da ATM, mas somente nos casos em que estes

dispositivos estão projetados corretamente, construídos com materiais adequados,

rigidamente estabilizados e, mais importante, usado em casos selecionados. Antes de

ser utilizado, qualquer dispositivo deve ter um design adequado, provar ser seguro e

eficaz em estudos de acompanhamento a longo prazo 9.

         Buscando melhor estabilidade das próteses, o cimento de PMMA foi utilizado

para solucionar esse problema e melhorar a longevidade das mesmas inserindo-o entre

a prótese e a base do crânio. Este método de instalação tem resultados interessantes,

mas existem algumas questões sobre o perigo do calor liberado durante a polimerização
                                                            26
porque o cérebro fica nas proximidades. Mercuri (1992)           mediu o aumento da

temperatura, resultante da polimerização de um camada de 2 mm de espessura de

cimento de PMMA e encontrou um aumento de 2 a 6 °C na interface osso-prótese. O

pequeno grau de aumento da temperatura foi atribuído a uma pequena quantidade de

PMMA. Nos pacientes com um bom fluxo sanguíneo na região em contato com a

cimento e uma boa irrigação com soro fisiológico no momento de presa do cimento,

limitam o aumento da temperatura 9;14;.

        Teoricamente, uma prótese sob medida, fabricada a partir de um modelo de

estereolitografia individualizado e confeccionado através de         uma tomografia

computadorizada (TC), parece ser uma solução perfeita para o problema de ajuste.

Mercuri et al. (1995) 7, relataram que as próteses sob medida são importantes porque
33




"significativas deformidades estéticas e funcionais da mandíbula muitas vezes

acompanham a patologia da ATM complexa”. Entretanto, esta técnica tem algumas

desvantagens: próteses metálicas sem êxito devem ser retiradas, ocasionando uma

cirurgia extra para o paciente. Isto se deve ao metal da prótese que faz com que ocorra

distorção na TC, manchando a imagem. Em caso de anquilose óssea, a área cranial da

articulação tem de ser adaptada durante a cirurgia, para ajustar à prótese, que torna o

procedimento difícil. A questão é sobre o grau de adaptação que pode ser atingido, pois

é conhecido que a precisão das curvas, definidas pela TC, é da ordem de 0,5 mm.

Mercuri et al. (1995), abordando esta questão afirmaram que: "Maleabilidade facilita a

adaptação às estruturas anatômicas”. Além disso, fabricar uma prótese customizada,

com base em um modelo feito de uma tomografia computadorizada é um método muito

caro e o problema de encaixe da prótese à eminência e fossa no crânio não está

completamente resolvido.

         Para a realização de uma prótese aloplástica customizada, é necessária uma

tomografia computadorizada em oclusão. Nos casos em que houver parafusos, próteses

com fossa e / ou ramo metálicos ou se for preferência do cirurgião, em casos de grave

degeneração devido ao uso de uma falha dos implantes Proplast-Teflon, enxerto ósseo

autógeno, ou incapacidade de alcançar uma oclusão funcional, o procedimento é

planejado da seguinte forma: fase I: remoção cirúrgica dos materiais metálicos ou

outros materiais estranhos, debridamento completo e a realização do bloqueio maxilo-

mandibular BMM em uma oclusão funcional; fase II: tomografia computadorizada

(TC) e prototipagem. De posse da prototipagem, o cirurgião realiza as modificações

como cirurgias de modelo, condilectomia, coronoidectomia, reposicionamento da

mandíbula ou maxila para o projeto personalizado da prótese definitiva. A
34




prototipagem modificada pelo cirurgião e utilizando engenharia biomecânica é

confeccionado o modelo de prótese persolinalizada. Opós aprovação do modelo de

prótese pelo cirurgião, a prótese definitiva personalizada e confeccionada e enviada ao

hospital do cirurgião para esterilização7.

         Usando a classificação ortopédica de Schmalzried et al. (1995) 27, das falhas

dos dispositivos aloplásticos articulares, como sendo resultante de um ou mais dos

seguintes fatores: 1) falha do conceito; 2) falha no embotimento; 3) falha da técnica de

implantação ou 4) limitações da tecnologia. Esta definição e aplicação de cada um

destes princípios podem ser utilizados para a reconstrução aloplástica da ATM sendo

apropriada e esclarecedora segundo Mercori et al. (2003) 5.

         As falhas do conceito ocorrem porque o dispositivo não pode satisfazer os

princípios fundamentais de anatomia, fisiologia, imunobiologia e / ou mecânica.

           As falhas no embotimento ocorrem devido as variações no desenho do

implante, nos materiais que são feitos, fabricação e acabamento de superfícies, mas não

a qualidade da fixação. A falha de um único elemento do embotimento pode resultar

em falha da reconstrução, embora as demais variáveis forem satisfatórias 5.

         Nas falhas relacionadas à técnica de implantação, os requisitos a serem

avaliados são a posição dos componentes, biomecânica e a fixação inicial. Como esse

princípio é dominado pelo cirurgião, vai depender da experiência e do grau de

dificuldade relacionado à patologia envolvida 5.

         Nos casos que envolvam limitações tecnológicas, ou seja, patologias extensas

ou grandes defeitos ósseos, a estabilidade in-situ desse implante é um fator

fundamental pra o sucesso em longo prazo e também requisito para adesão dos tecidos

moles ao implante 5.
35




         Utilizando os princípios proposto por Bourne (1997)28 para revisão de prótese

de joelho, Mercuri et al. (2003)5 relacionaram estes com os da revisão das próteses

aloplásticas da ATM. Se a revisão for mesmo necessária, o mecanismo de falha deve

ser identificado e corrigido na revisão. Se isto não ocorrer o fracasso da revisão será

eminente. Outro mecanismo de falha está relacionada a cadeia asséptica no momento

de instalação. Poucos relatos existem a respeito de infecções das próteses. Isto se deve

à abundante vascularização da região da cabeça e pescoço. Quando estas infecções

estão presentes, o debridamento minucioso deve ocorrer juntamente com uma

antibioticoterapia adequada.
                                                   29
         Baseado na obra de Hanssen (1997)              e citado por Mercuri et al.(2003) 5,

existem manejos para tratar próteses aloplásticas infectadas de ATM. A utilização de

antibioticoterapia crônica para a supressão da infecção pode ser utilizada quando: 1)

condição clínica do paciente impede a cirurgia; 2) microorganismos de baixa virulência

e susceptíveis aos antibióticos orais; 3) baixa toxicidade sistêmica ou efeitos

secundários graves; 4) prótese fixa e estável. Somente o uso de antibióticos não irão

eliminar a infecção profunda periprotética mas ocasionalmente será útil quando todos

os critérios supracitados estiverem incluídos 5.

         O tratamento aberto de infecção pode ser indicado nos casos agudos, quer no

período pós-operatório imediato ou tardio. Este procedimento é realizado com

finalidade de cessar a fase aguda da infecção e prevenir infecções metastáticas, seja por

espaços faciais ou por via hematogênica. Esta indicação segue alguns princípios: 1)

curta duração da infecção (menos de 2-3 semanas); 2) organismos sensíveis Gram-

positivos; 3) ausência de drenagem prolongada ou trajeto sinusal; 4) não afrouxamento

dos componentes segundo Mercuri et al. (2006)11.
36




          O reimplante após um debridamento adequado e o uso de antibioticoterapia

parece ser a melhor solução. A literatura parece favorável a uso de antibioticoterapia

intravenosa por 6 semanas, mantendo a titulação de bactérias 1:8 para erradicar a

infecção e, consequentemente, a substituição da prótese ao realizar a troca direta da

prótese após a regresão dos sinais e sintomas 5.

          O desgaste é uma das mais importantes causas de fracasso de próteses

articulares de quadril e joelho. Isto também é motivo de preocupação para próteses

total de ATM porque os pacientes são relativamente jovens (30 a 35 anos de idade em

média nos EUA) e uma prótese total da ATM deve ter vida muito longa. Alguns

pesquisadores afirmam que as superfícies das articulações de suas próteses serão

cobertas por uma camada de tecido fibroso, dificultando o desgaste. No entanto,

quando dois materiais repetidamente se esfregam uns aos outros com alguma força, a

formação de uma camada fibrosa não é possível. Portanto, uma camada fibrosa em

alguma parte de uma superfície articular significa que esta parte não está sobre carga 14.

          Mercuri et al. (2003), relataram em seu trabalho que o fracasso de próteses de

metal contra metal estão atribuídos a: 1) pobre controle da esfericidade e folgas

superiores a 200µm (auto desgaste); 2) pobre desenho do implante e técnica de

implantação; 3) espaço livre entre a cabeça e a taça (apreensão e alta fricção); 4)

irregularidades e fricção resultantes do desgaste. Seguindo essa filosofia, somente

próteses de quadril “metal-metal” é que atendem a esses requisitos para serem

utilizadas 5.

          Gerad 1994 31 publicou um resumo de um teste in vitro de desgaste. De acordo

com este, após 10 milhões de ciclos, 1 mm de altura ou 15 mg de peso do côndilo
37




PMMA é perdido. Este número de ciclos corresponde a 13 anos de função no corpo, no

entanto, o método do ensaio não foram bem descritos .

         A taxa de desgaste de polietileno contra o metal aumenta substancialmente

quando a carga torna-se superior a 10 megapascal (Mpa), portanto, em próteses da

articulação do quadril a adaptação da cabeça da prótese com a taça ocorre

completamente, dando uma grande superfície de deslizamento. Em contraste com isso,

a cabeça das próteses Osteomed® e da Techmedica® entram em contato em apenas um

ponto na interface com o polietileno, colocando toda carga em uma pequena área.

Portanto, as forças aplicadas sobre uma próteses de ATM podem exceder 100 N, e o

limite postulado pode ser facilmente ultrapassado, conduzindo ao aumento da taxa de

desgaste 14.

         Mercuri et al. (2003) 5, relatam que estudos de Ghelman (1995) 31 para revisão

de próteses totais de joelho podem ser utilizados para próteses totais da ATM. Além

disso, este relata que existem duas causas para a dor em pacientes com prótese

articulares aloplásticas: 1) mecânicas e 2) biológicas. As dores envolvidas com o

componente mecânico geralmente estão associadas a implantes frouxos durante a

atividade articular. As causas mais comuns para essas falhas é o desgaste, que pode

levar a fratura do componente, osteólise e a parafusos soltos. Já as dores relacionadas

aos componentes biológicos podem ser por: a) infecção: que apresenta dor continua, e

ao exame físico apresenta eritema e drenagem tardia. Exames imagiológicos não são

muito úteis. A confirmação ocorre com aspiração contendo contagem de leucócitos

superior a 25.000 com predominância de polimorfonucleares,          culturas contendo

microrganismos aeróbicos, anaeróbicos e fungos. Exames como a taxa de sedimentação

de proteína C reativa e medicina núclear com Índio 111 podem ajudar na confirmação;
38




b) outro fator biológico são problemas neurológicos, como hipersensibilidade cutânea

que é diagnosticada com bloqueio nervoso, formação de neuroma e Síndrome de

Frey5;31.

            Muitos fatores influenciam a taxa de desgaste, incluindo a porosidade da

superfície, velocidade de deslizamento, pressão na superfície e geometria da superfície

da articulação. Os ensaios de desgaste in vitro devem ser realizados e a superfície

articular deve suportar as mais indesejáveis situações possíveis. Além disso, é

conhecido da prótese articular de quadril, apresentar taxa de desgaste em vivo maior

do que o desgaste in vitro, assim, testes de desgaste devem prever uma vida mais do

que suficiente. Se essas exigências não forem cumpridas, não é aconselhável a

utilização de tais próteses em pacientes 14.

            No trabalho de Mercuri et al. (2003) 5, onde verificou os princípios de revisão

das próteses de ATM, eles relatam que todas as próteses aloplásticos articulares irão

desenvolver desgaste sob uma carga funcional. O afrouxamento ou osteólise ocorrerá

secundária a partículas de resíduos de desgaste. Estes fatores são as principais causas

do fracasso de implantes ortopédicos e o desgaste pode ser diminuído para prolongar a

vida útil destes      dispositivos, usando     materiais adequados,    especialmente nas

interfaces da articulação. Também um apropiado desenho e geometria articular,

desenvolvimento de osseointegração dos componentes com fixação estáveis desde o

momento da implantação e eliminação das cargas parafuncionais devem ser buscados5.

            Mais de 500 mil próteses articulares do quadril foram instaladas nos últimos

63 anos, bem como um grande número de próteses de joelho. Os pacientes que

necessitam de prótese total da ATM não apresentam esses números. Portanto, a

experiência com o efeito de materiais utilizados em próteses articulares de quadril e
39




joelho é muito maior que as próteses de ATM. Isto faz mais sentido para seguir a

evolução das próteses de quadril e de joelho do que tentar descobrir outras

possibilidades. Na maioria das próteses articulares de quadril e joelho, suas superfícies

articulares são constituídas de uma liga de cromo-cobalto ou liga de titânio contra um

polietileno de ultra alto peso molecular (UHMWPE). Ultimamente, os materiais

cerâmicos têm demonstrado resultados promissores, principalmente como cabeças

articulares nas próteses de quadril 14.

         A maioria das próteses da articulação do quadril são montados e fixados no

fêmur com uso de cimento PMMA. Embora este método tenha sido muito bem

sucedido, existem algumas desvantagens relatadas, incluindo necrose devido à geração

de calor durante a polimerização, citotoxicidade dos monômeros metilmetacrilato e

fratura por fadiga do cimento25. Van Loon et al.(1995)     14
                                                                relatam em seu trabalho a

utilização de PMMA entre o componte fossa e o osso para aumentar a estabilidade da

prótese fossa, porém estudos experiências relatados por Mercori (1995)8 sobre o

PMMA, mostraram que o mesmo não resiste ao estress gerado pela atividade articular,

além disso, gera relação de corpo estranho, absorção óssea e, consequentemente, perda

da estabilidade da prótese. O mesmo autor sugere a utilização de hidroxiapatita para

esse fim e também argumenta que mais estudos devem existir para essa finalidade 8;14.

         Os pacientes com necessidade de substituição da ATM por prótese total

aloplástica são relativamente jovens e, uma vez a prótese implantada, não há caminho

de volta. Para prótese articular de quadril, uma vida útil de 15 anos é normal, mas em

pacientes com menos de 55 anos de idade, sua vida útil é menor. Em relação a prótese

de ATM com uma duração de 15 anos significa, em muitos casos, que pelo menos,

duas ré-intervenções cirúrgicas serão necessárias. Entretanto, os resultados são
40




melhores quando os pacientes nunca foram operados ou apenas uma vez. Por esta

razão, uma meia vida-longa é um requisito essencial. Assim, um acompanhamento de

pelo menos 10 anos são importantes 14.

         Como no mecanismo de estabilidade biologica dos implantes dentários, os

dispositivos da ATM devem apresentar osseointegração para que ocorra sucesso a

longo prazo. A osseointegração só pode ocorrer se a implantação do dispositivo tenha

contato íntimo com o osso e esteja rigidamente estabilizado, eliminando assim, os

micromovimentos. Se os dispositivos não estiverem em íntimo contato com a

superficie óssea, eles devem ser manipulados ou o osso deve ser desgastado para que

isso ocorra . Nos casos onde o paciente tenha hábitos parafuncionais como o bruxismo

e/ou apertamento, isso pode aumentar o desgaste da prótese, diminuir a vida útil,

ocorrer fraturas dos componentes ou soltar os parafusos de fixação 5.

         A perda de movimento de translação é uma grande desvantagem das próteses

de ATM. Portanto, no futuro, as próteses devem imitar o movimento anterior do

côndilo quando a boca está aberta e, também, permitir que alguma excursão médio-

lateral exista. Tais exigências só podem ser preenchidas por um design que conduzirá a

uma prótese total da articulação 14.

         Coronoidectomia é recomendado em reconstrução aloplásticos totais da ATM,

pois múltiplas cirurgias na ATM geralmente proporciona uma diminuição da abertura

inter-incisal, resultante tanto da fibrose muscular como pela hiperplasia reacional do

coronóide. Como o músculo temporal é um dos elevadores da mandíbula, a

coronoidectomia pode resultar em diminuição da força mastigatória vertical 5.

         Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), em seu trabalho de conhecimento e

considerações para futuro das próteses de ATM, relatam que a indicação de
41




substituição da ATM por motivo de varias intervenções cirúrgicas na ATM sem

sucesso é bem contraditória na literatura 3.

         Zanakis et al. (2009), relataram uma reconstrução com prótese de ATM

customizada (TMJ Concepts®) em um paciente com Microssomia Hemifacial que, após

oito anos de tentativa de reconstruir o ramo e côndilo com um enxerto livre de ilíaco, a

absorção do enxerto foi observada 32.

         Numerosas técnicas reconstrutivas autógenas (enxertos ósseos livres

microvasculares ou não) e aloplásticas foram descritas. Segundo Zanakis et al.(2009),

reconstrução do ramo e ATM com técnica microvascular não são adequadamente

apoiadas na literatura, por não apresentar estudos a longo prazo e longevidade do

tratamento 32.

         A Artrite Reumatóide (AR) é a mais frequente das doenças inflamatórias

sistêmicas envolvendo as articulações temporomandibulares (ATMs). Outras doenças

inflamatórias sistêmicas que podem afetar a ATM incluem artrite psoriática, lúpus

eritematoso sistêmico, espondilite, anquilosante e gota. A incidência de envolvimento

da ATM em pacientes com AR tem variado, com estimativas de 34% para 75%. O grau

de envolvimento da ATM, o significado clínico, e o impacto variam. As manifestações

e o curso da AR na ATM são geralmente mais leves do que em outras articulações

afetadas, mas estão intrinsicamente ligadas à gravidade da doença. Os sintomas nas

ATMs frequentemente surgem no final do processo da doença. Um terço a metade dos

pacientes com AR na ATM apresentam alguma             experiência com dor durante o

processo da doença. Cerca de 10% dos pacientes com AR desenvolvem danos

permanentes à ATM e alterações oclusais, levando a necessidade de reconstrução total

da articulação com prótese segundo Mehra e Wolford. (2009) 33.
42




         Segundo Driemel et al. (2009)6, independente da indicação específica da

reconstrução da ATM, ela visa o restabelecimento da forma e função da articulação, o

alívio da dor é um benefício secundário2;6;11;12.
                                     34
         Mehra e Wolford (2008)           realizaram um estudo verificando os niveis séricos

de beta-caroteno (vitamina A), folato, ferro, ferritina, zinco, magnésio e vitaminas B1,

B6, B12 e C, em pacientes que foram submetidos a implantes de proplast/teflon na

ATM e posteriormente a substituição total da ATM por prótese e que manteve dor

crônica irredutível. Este estudo incluiram 23 pacientes, todos do gênero fêminino, com

idade média de 40,6 anos (18-55anos). Eles observaram que ao menos um ítem desses

elementos estava alterado e que em média 3,3 elementos estavam alterados. Estas

alterações podem estar relacionadas com inadequada ingestão alimentar, má absorção,

disfunção na utilização, maiores exigências ou interações medicamentosas e

concluíram que esses pacientes poderiam estar sofrendo de um estado de desnutrição

não reconhecido, aumentando substâncialmente à morbidade e que, uma avaliação

nutricional, orientação dietética e tratamento médico adequado, poderiam melhorar os

resultados do tratamento para estes pacientes.

          As patologias ou disfunções da articulação temporomandibular que exigem a

cirurgia, muitas vezes coexistem com más oclusões e deformidades músculo-

esqueléticas. A relação entre cirurgia ortognática e disfunção da ATM tem sido

extensivamente estudada e continua a ser objeto de discussão. Embora alguns

pesquisadores acreditem que somente a cirurgia ortognática ajude na redução de

sintomas da ATM, outros têm mostrado que o desempenho da cirurgia ortognática, na

presença de disfunção da ATM, provoca efeitos deletérios a mesma. Recomendações
43




de que, concomitantemente cirurgia ortognática e da ATM nos casos em que ambos os

tipos de cirurgia são necessários tem sido um assunto de debate 35.

         Duas filosofias muito diferentes existem no tratamento de doentes que

necessitem de cirurgia ortognática que pré-existe uma disfunção da ATM: a primeira

são aqueles que defendem que a cirurgia ortognática é suficiente para a correção das

disfunções da ATM; a segunda, as que defendem que a correção dos problemas da

ATM devem ser corrigidos antes ou ao mesmo tempo com a cirurgia ortognática. A

primeira filosofia é baseada no conceito de que, o estabelecimento de harmonia oclusal,

leva a resolução dos sintomas da ATM. A segunda filosofia baseia-se em estudos que

mostram que, a menos que a patologia da ATM seja corrigida, a cirurgia ortognática só

provoca efeitos negativos na mesma, resultando em instabilidade oclusal e esquelética,

agravamento da disfunção, aumento dos níveis de dor, e a possibilidade de absorção

condilar. As ATMs são a base para a cirurgia ortognática, e se a correção cirúrgica de

qualquer patologia da ATM é necessária, a cirurgia da ATM deve ser realizada antes

ou no mesmo tempo que a cirurgia ortognática. Assim, os resultados em relação à

estabilidade oclusal, articular, redução ou eliminação da dor, são mais previsíveis 36.

         Vantagens de uma abordagem em um estágio (ATM & Ortognática) são as

seguintes: 1) uma única anestesia geral; 2) as estruturas da mandíbula como oclusão,

ATM, e músculos são equilibradas ao mesmo tempo; 3) o tempo total de tratamento é

reduzido; 4) as sequelas indesejáveis que podem ocorrer com somente a cirurgia

ortognática (dor, disfunção da ATM, reabsorção condilar, maloclusão e assim por

diante) são reduzidas e, uma má oclusão secundária a cirurgia de reposicionamento do

disco da ATM pode ser evitada 35.
44




         As desvantagens da cirurgia combinada ( ATM & Ortognática) incluem o

seguinte: 1) o paciente está sob anestesia geral por um longo tempo; 2) a operação é

mais estressante e cansativa para o cirurgião e 3) a cirurgia combinada é tecnicamente

mais difícil de realizar do que cirurgia isolada de ATM e/ou ortognática. Outros riscos

potenciais e complicações de procedimentos combinados incluem aderências e fibrose

da ATM, diminuição da função da mandíbula e da amplitude dos movimentos, má

oclusão, infecção e dor residual 35 .

         Segundo Mercuri (1998; 2006), 9;11 independentemente do que é reconstruída a

ATM, se com material aloplástico, autógeno ou alógeno, os objetivos do tratamento

são os seguintes: 1) reduzir o sofrimento do paciente e melhorar a função da ATM; 2)

reduzir deformidades; 3) conter custo e tratamento excessivo e 4) evitar a morbidade5;9.

         Um dado importante é que, em pacientes com história de mais de quatro anos

de sintomas nas ATMs, a taxa de sucesso para cirurgia concomitante da ATM e

ortognática caiu substancialmente para 60%. Isto é provavelmente devido a

deterioração contínua, a distorção do disco articular e alterações degenerativas

associadas com o côndilo e fossa glenóide. Nickerson e Boerin (1989) têm mostrado

que o deslocamento do disco articular leva a uma cascata de eventos que resultam em

alterações como doenças artríticas na ATM e que quanto mais cedo o disco é

reposicionado, menores alterações degenerativas e maiores são as chances de bons

resultados 35.

          Ao longo do tempo as tentativas de reconstrução da ATM com enxerto

costocondral foi o tratamento de escolha para maioria dos cirurgiões maxilofaciais.

Saeed e Kent (2003) 36 observaram que os pacientes com diagnóstico pré-operatório de

anquilose tiveram maiores complicações com enxerto costocondral e mais cirurgias, do
45




que os pacientes com outras indicações. Eles também descobriram que a reanquilose é

um grande problema após o enxerto costocondral, mesmo seguindo um rigoroso

protocolo de tratamento. Em um estudo onde compara reconstrução da ATM com

material autógeno ou aloplástico, realizado por Saeed et al (2002) 37 observaram que,

ambos os grupos apresentaram melhora em seus sintomas, mas, os pacientes do grupo

autógeno, foram mais ré-operados10;33.

         A reconstrução aloplástica da articulação é uma solução biomecânica para as

patologias anatômicas graves das articulações. A utilização de materiais autógenos

sempre que possível, devem ser preferidos. Segundo Mercuri (2006), as indicações

para reconstruções aloplásticas das articulações são: 1) anquilose ou re-anquilose com

severas anormalidades anatômicas; 2) a falha de enxerto autógeno em pacientes que

têm submetido a várias operações. Em seu trabalho, Robert Marx (1994) 38 relatou que

capilares possuem a capacidade de penetrar uma espessura máxima de tecido fibroso de

180 a 220µm de tecido, e que múltiplas cirurgias apresenta 440µm de espessura. Isto

pode explicar a observação clínica que enxertos de tecidos autógenos, tais como

costocondral e enxerto esternoclavicular falharam em pacientes com vários

procedimentos cirúrgicos. Para o sucesso do enxerto autógeno, é necessário um local

receptor bastante vascularizado. As cicatrizes que se desenvolvem em pacientes que

sofreram vários procedimentos cirúrgicos, não fornecem um ambiente propício ao

sucesso de um enxerto autógeno.

         Mercuri (2006) relata que exitem alguns trabalhos de recontrução da ATM

com enxerto livre microvascularizado de metatarso-falangel e de ilíaco, porém nenhum

trabalho publicado demostrou sucesso em longo prazo11. Henry e Wolford (1993)

relataram menor sucesso com enxerto de tecido mole e ósseo em pacientes que tiveram
46




instalação de Proplast-Teflon na ATM. Falha de Proplast-Teflon resulta em grave

mutilação anatômica da articulação dificultando a adaptação e fixação dos materiais

autógenos nos remanescentes da fossa e do ramo. Além disso, o trabalho de Henry e

Wolford (1993) indica que a reconstrução com materiais autógenos são menos

previsível em tais casos10; 11; 13.

          Severas doenças inflamatórias na ATM, tais como artrite reumatóide, que

resulta na mutilação anatômica dos componentes articulares e incapacidade funcional,

normalmente têm os melhores resultados com substituição aloplástica da ATM 11.

          Segundo Mercuri (1998), as contra-indicaçãoes relativas à utilização de

materiais aloplásticos na reconstrução da ATM são: 1) pacientes em crescimento: Esses

materiais, ao contrário de tecido autógeno, são inertes e não apresenta potencial de

crescimento, os benefícios de usá-los em pacientes em crescimento devem ser

considerados com cuidado; 2) falta de compreensão por parte do paciente e em

pacientes psicologicamente despreparados para lidar com a perda definitiva de uma

parte do corpo; 3) pacientes que não conseguem entender que a revisão e / ou

substituição cirurgia no futuro pode ser necessária; 4) pacientes com expectativas

irreais de completo alívio da dor e função normal da mandíbula após reconstrução

aloplástica da ATM; 5) pacientes que se submeteram a múltiplas cirurgias nas ATM e

exigem um aconselhamento pré-psicológico para que possam aceitar as limitações de

uma nova cirurgia; 6) patologias de base descompensadas; 7) alergia aos materiais que

são usados em dispositivos a serem implantados e 8) infecção ativa no local a ser

implantado 11.

          Vantagens da reconstrução aloplástica da ATM são: 1) início da fisioterapia

imediatamente após a cirurgia; 2) capacidade de a mandíbula funcionar imediatamente
47




após o implante é essencial em casos de doenças graves de anatomia articular. Isto

ocorre porque a função muscular em tais casos tem sido comprometida pelo tempo.

Salter (1993), em seu trabalho, mostrou que contínuos movimentos passivos após a

cirurgia ortopédica articular, tem mostrado uma importante melhora no resultado

funcional da cirurgia articular; 3) ausência de local doador secundário, menor tempo

cirúrgico; 4) menor morbidade; 5) menores custos cirúrgicos, mesmo quando o custo

do dispositivo é elevado. Isto se deve a ausência de sítio doador secundário e porque os

cirurgiões articulares estejam familiarizados com a tecnologia de placas e parafusos

apresentando maior experiência devido a suas experiências com dispositivos no

tratamento de casos de trauma e cirurgia ortognática, e também devido o tempo

cirúrgico real ser geralmente diminuído. Materiais aloplásticos podem ser construídos

de tal forma a imitar os contornos normais das estruturas anatômicas que serão

substituídas e que, muitas vezes, será mais bem adaptados e fixados às superfícies

ósseas, o que não pode ocorrer nos enxertos autógenos. Eles, portanto, podem ser

estabilizados melhor do que os materiais autógenos e o paciente pode ser autorizado a

iniciar ativamente os movimentos mandibulares após a cirurgia o que não acontece nos
                                                                                      39
casos como reconstrução com enxerto autógeno costocondral onde Kaban (2009)

sugere o bloqueio maxilo-mandibular por 10 dias. Em casos de mutilações graves,

como a completa destruição da fossa glenóide ou processo zigomático do osso

temporal, um design personalizado completo da fossa que inclui estas estruturas

podem ser construídas 11;13;39.

         Desvantagens da reconstrução aloplástica da ATM são: 1) custo das próteses;

2) material aloplástico é geralmente mais caro do que o tecido autógeno. No entanto, o

procedimento cirúrgico para obtenção do tecido autógeno, envolve um tempo cirúrgico
48




extra e um potencial maior para morbidade e possíveis complicações na área doadora,

bem como um aumento do tempo de internação hospitalar. Quando estes fatores são

levados em consideração, o custo global de implantes aloplásticos pode ser inferior ao

custo de enxerto autógeno; 3) falha do material e desgaste. A biomecânica aloplástica

não é como tecido biológico. Pode haver uma necessidade no futuro, de uma revisão

cirúrgica dos componentes dos implantes articulares, ou mesmo para a substituição do

implante, por conta do desgaste de material ou falha ao longo do tempo; 4) estabilidade

em longo prazo. Parafusos podem-se soltar com a função e tempo, e assim, exigir a sua

substituição. Atualmente, os parafusos de fixação dos componentes fossa ao arco

zigomático e do componente côndilo-ramo é a forma mais previsível de estabilização

que foi desenvolvido na história das reconstruções aloplásticas. A estabilidade de uma

articulação aloplástica não depende apenas da fixação, mas também sobre a adaptação

dos implantes ao osso em que ele é fixado. Assim, quanto maior a adaptação, mais

estável será os implantes e sua sobrevida em função; 5) incapacidade de acompanhar o

crescimento de um paciente. Dispositivos aloplásticos geralmente não são utilizados

nos pacientes em crescimento; sua utilidade em tais pacientes é limitada porque eles

não vão acompanhar o seu crescimento. Os benefícios da sua utilização em tais

pacientes devem ser cuidadosamente ponderados 11.

           Critérios de sucesso para dispositivos aloplásticos articulares são: 1) os

materiais devem ser biocompatívies; 2) dispositivos devem ser confeccionados para

resistir a toda gama de cargas distribuídas pela função articular; 3) os dispositivos

devem ser estáveis in situ. A movimentação de uma prótese de reconstrução sobre

cargas funcionais ou parafuncionais fará com que o osso circundante se degenere,

levando a um maior afrouxamento do dispositivo e, finalmente, ao fracasso; 4) a
49




cirurgia de implantação da prótese deve ser realizada quando as indicações adequadas

estão presentes, e for realizada em condições assépticas 11.

         Em resposta às questões levantadas sobre o uso de Proplast/Teflon na ATM,

um workshop foi convocado pela Associação Americana de Cirurgiões Oral e

Maxilofacial (AAOMS) em novembro 1992. Nessa oficina, os resultados foram

publicados no Jornal de Cirurgia Oral e Maxilofacial. Sendo assim, as recomendações

para manejo de pacientes com implantes aloplásticos em ATM são: 1) com relação ao

Silastic, foi consenso dos participantes do workshop que, não deve mais ser usado

como uma interposição de material na ATM, exceto nos casos em que é necessário

para prevenir a recorrência de anquilose. Foi uma grande diversidade de opiniões sobre

o uso temporário de Silastic após discectomia, no entanto, no início em 1993, foi

interrompida a produção e venda do Silastic devido ao grande numero de complicações

quando utilizado como substituto do disco articular; 2) com relação à Proplast/Teflon:

foi consenso dos participantes do seminário que o uso deste implante de interposição

deve ser interrompido porque o material é inadequado para essa finalidade; 3) com

relação a substituição aloplásticas total da ATM, foi consenso dos participantes do

seminário que, em pacientes com doença extensa da ATM, a substituição aloplástica

total da articulação deve ser considerada uma opção. Os participantes argumentaram

que, por não existir resultados em longo prazo com os dispositivos aloplásticos, estes

devem ser usados somente após a sua segurança e eficácia serem estabelecidas pela

Food and Drug E.U.Administration (FDA) 11.

         Segundo Wolford et al. (2003), há muitos fatores conhecidos que contribuem

para o sucesso ou insucesso das próteses totais articulares. A dificuldade surge quando

se tenta minimizar esses fatores. Esses fatores incluem: 1) hipersensibilidade ao metal;
50




2) prótese com micromovimentos; 3) afrouxamento dos componentes protéticos; 4)

desgaste do material, avaria e/ou corrosão; 5) biocompatibilidade e compatibilidade

funcional entre os materiais; 6) reação de corpo estranho de células gigantes (FBGCR);

7) falha da prótese; 8) contaminação bacteriana; 9) desenvolvimento de osso

heterotópico em torno dos revestimentos protéticos 4.

         Mercuri et al. (2003), relataram que Bourne (1997)28 sugere que as indicações

de revisão de implantes aloplásticos para reconstrução totais da ATM deve ocorrer

quando: 1) falha do componente ou entre os componentes; 2) quebra de um ou mais

componentes e /ou parafusos de fixação; 3) afrouxamento asséptico; 4 ) infecção sub-

aguda ou crônica; 5) osteólise; 6) fratura óssea periprotética e 7) anquilose 5.

         Um importante, mas geralmente ignorado fator que contribui para falha do

implante metálico é sensibilidade alérgica ao metal. Hipersensibilidade pode estar

presente antes da cirurgia ou se desenvolver após a colocação do implante. Geralmente,

algumas pessoas são conhecidas por terem hipersensibilidade ou alergia a vários

metais. Esta hipersensibilidade (do tipo IV, hipersensibilidade tardia) pode levar a

alteração no resultado cirúrgico. Os metais mais comuns em desencadear uma reação

alérgica são o níquel e cromo, assim, torna-se uma contra-indicação provável a

utilização de componente protéticos a base desses materiais 4.

         Wolford (1997)41 realizou um estudo avaliando a eficácia do enxerto autógeno

de gordura ao redor do complemento condilar da prótese da articulação

temporomandibular (ATM). Sua intenção foi de prevenir a formação de fibrose e osso

heterotópico e determinar os seus efeitos sobre a mobilidade articular pós-operatória.

Ele concluiu que seu uso parece minimizar a ocorrência de fibrose articular excessiva e
51




calcificação heterotópico, consequentemente, fornecendo melhor amplitude nos

movimentos articulares 41;42.

         A irradiação da área operada dentro de 4 dias da reconstrução protética do

quadril, é uma prática comum e parece oferecer um meio eficaz de controlar formação

de osso heterotópico em ortopedia. No entanto, irradiação local da ATM, levanta

preocupações em relação a seus efeitos sobre estruturas vitais adjacentes (olhos,

cérebro, ouvido médio, glândula parótida) e pode ser ineficaz por causa da abundante

vascularização da face. Embora não foi observada diferença significativa no trabalho

de Wolford (1997) 41 nos pacientes que se submeteram a radioterapia pós-operatóira

após substituição protética articular, entre os grupos controle e experimental nos níveis

de dor ou na percepção dos pacientes sobre a sua função da mandíbula, diferença

estatisticamente foi observada nas medições da amplitude de movimento mandibular

Wolford et al (1997) .

         Rattan (2006), relata uma técnica de obtenção de gordura (Coxim) facilmente

abordada por meio do mesmo acesso pré-auricular usado para a exposição da ATM. A

justificativa para colocação de gordura ao redor da articulação é obliterar o espaço

morto ao redor da articulação, evitando assim a formação e organização do hematoma.

Esta técnica pode isolar qualquer tecido ativo residual como periósteo, resposta

inflamatória aos detritos de desgaste de implantes aloplásticos que falharam nas

articulações que apresentam fibrose devido a múltiplas cirurgias, diminuindo assim as

chances de fibrose e formação óssea42.

         Como opção de tratamento de tumores, traumas, anquilose e doença articular

degenerativa da ATM, Schwartz et al.(2008) 43 realizaram distração osteogênica para

recosntrução da ATM. Eles obteveram sucesso de 7 a 59 meses de acompanhamento no
52




tratamento de 12 pacientes com 13 ATMs recontruídas. Somente ocorreu degeneração

novamente, em um côndilo recontruído em um paciente com AR34. Segundo Schwartz

(2009)44,     a distração osteogênica é uma técnica muito eficaz que oferece uma

alternativa ao enxerto ósseo autógeno e substituição total por prótese articular, onde

foram observadas formações de fibrocartilagens na extremidade do coto côndilo

recostruído.

            A engenharia de tecido cartilaginoso parece ser uma opção de tratamento

recém introduzida nas estratégias de reconstrução da cartilagem para curar defeitos

cartilaginosos na ATM. Mais avançadas e complexas opções terapêuticas (engenharia

da cartilagem extracorpórea, engenharia genética), não atingiram o nível de ensaios

clínicos, mas pode ser abordado em um futuro próximo. A engenharia de tecidos de

cartilagem como nova opção de tratamento são relatadas por Naujoks et al.(2008) 45.

            Segundo Mercuri (1995), uma das lições que todos os envolvidos na área

desafiadora e complexa do manejo de problemas articulares, é que devemos nos tornar

menos limitados na nossa abordagem a este problema. Temos de nos tornar mais

familiarizado com os nossos colegas em cirurgia ortopédica e engenharia biomédica

que estão investigando a substituição da articulação e biomateriais. A leitura de sua

literatura e recorrer à sofisticada tecnologia que estão disponíveis para estudar a

cinesiologia e fisiologia articular. Mas acima de tudo, precisamos compreender nossas

limitações para lidar com dor crônica e da ATM 8.
53




3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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reconstruction. Head & Face Medicine, 4:3 :10.1186/1746-160, 2008.

46. MERCORI L.G. The Use of Alloplastic Prostheses for Temporomandibular
Joint Reconstruction. J. Oral. Maxillofac Surg 58:70 75, 2000.

47. BJORNLAND T.; MAGNUS R.; HAANASS H.R.; TEIGE J. Degenerative changes
in the temporomandibular joint after diagnostic arthroscopy. Int. J. Oral Maxillofac.
Surg.; 23:41-45, 1994.

48. SANO T, YAMAMOTO M.O, OTONARI T, YAJIMA A,. Osseous Abnormalities
Related to the Temporomandibular Joint. Neuroimag Clin N Am;13:573-595, 2003.

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  • 1. 1 MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM): INDICAÕES E TÉCNICAS CIRÚRGICAS Monografia apresentada ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti para obtenção do certificado de conclusão do programa de Residência Odontológica em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. ORIENTADOR: Dr. NILTON PROVENZANO CAMPINAS 2010
  • 2. 2 MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM): INDICAÇÕES E TÉCNICAS CIRÚRGICAS Monografia apresentada ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti para obtenção do certificado de conclusão do programa de Residência Odontológica em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. ORIENTADOR: Dr. NILTON PROVENZANO CAMPINAS 2010
  • 3. 3 HOSPITAL MUNICIPAL DR. MÁRIO GATTI NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA APRESENTAÇÃO DA MONOGRAFIA MAURO HENRIQUE MELO DA COSTA TÍTULO: PRÓTESE TOTAL DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: INDICAÇÃO E TÉCNICA CIRÚRGICA Data da Defesa: 25 /11/ 2010. Notas: MB (Muito bom), B (Bom), R (Regular) e I (Insuficiente). Banca Examinadora Prof. Dr. Bruno Livani Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________ Prof. Dr. Francisco Azevedo Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________ Prof. Dr. Nilton Provenzano Avaliação: ___________________________ Assinatura _______________________
  • 4. 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por me dar força, perseverança, saúde, inteligência para enfrentar e conquistar mais essa etapa da minha vida. A minha família, especialmente a minha mãe, que com todos os problemas que teve que enfrentar em sua vida, nunca deixou de dar carinho, amor, paciência e me ensinar o caminho certo da vida, mostrando-me que na maioria das vezes, fazer o bem e o certo, não é a trajetória mais fácil e rápida, mas sim um caminho de dificuldades, “batalhas” e que ser uma pessoa de valor, é o fundamental, o sucesso é consequência. Agradeço aos assistentes e preceptores: Francisco Azevedo, Gabriel Sordi, Eder Magno, Rodrigo Calado, Domeni, Antonio Augusto, Luiz Toledo, Sérgio Maia e Silas que cada um com sua particularidade na forma de ensinar, mas que hoje, não só nos tornaremos colegas de profissão, mas, com muito prazer, considero-os como verdadeiros amigos. Aos meus colegas residentes George, Antônio Garcia, Tiago, Olavo, Antônio Simão, Beneval, Nauber, Paulo, Renato, não só pelo aprendizado que tivemos juntos, mas sim pelo companheirismo, profissionalismo e pela compreensão da minha impaciência, nervosismo, mas, por serem hoje e sempre, grandes amigos. Aos colegas residentes médicos, das demais especialidades existentes no Hospital Municipal Dr Mário Gatti, em especial ao assistente da Ortopedia, Dr. Bruno Livani e a
  • 5. 5 Cirurgia de Cabeça e Pescoço onde estivemos envolvidos na conquista do bem estar dos pacientes. Aos demais funcionários médicos, enfermeiros, auxiliares, cirurgiões dentistas, técnicos e todos envolvidos em minha capacitação. Aos pacientes, que são os principais responsáveis pela minha habilitação, por toda satisfação com meus sucessos e compreensão pelos insucessos. A instituição Hospital Municipal Dr. Mario Gatti que foi minha casa, meu trabalho e que além de me transformar profissionalmente, criei aqui, uma família. E em especial ao Dr. Nilton, que além da paciência com minhas dificuldades em fazer este trabalho, colaborou assiduamente para sua conclusão e minha formação cirúrgica.
  • 6. 6 RESUMO As falhas no tratamento das disfunções temporomandibulares sejam na forma não cirúrgicas como cirúrgicas, têm aumentado o número de intervenções cirúrgicas na articulação e, consequentemente, gerando alterações morfológicas e dor na articulação temporomandibular. Certas ocasiões só podem ser corrigidas com a substituição total da articulação por uma prótese. Apesar de ser um procedimento de escolha em certas situações, a sua utilização deve ser a última escolha. Estudos sobre longevidade, desgaste e um design que permita a mandíbula realizar os mais variados movimentos devem ser realizados.
  • 7. 7 Tabela Tabela 1: ........................................................................................................................13 Figuras e Fotos Figura 1: (Prótese de Robson)......................................................................................15 Figura 2: (Prótese Vitek-Kent).....................................................................................17 Imagem 1: (Prótese de Côndilo)...................................................................................20 Imagem 2: (Erosão da fossa mandibular por prótese)...............................................21 Imagem 3: (Prótese W. Lorenz Surgical®)..................................................................23 Imagem 4: (Prótese TMJ Implants®)...........................................................................25 Imagem 5: (Prótese TMJ Concept®)............................................................................26 Símbolos e Abreviações
  • 8. 8 Articulação Temporomandibular....................................................................ATM Artrite Reumatóide..............................................................................................AR Disfunção Temporomandibular......................................................................DTM Polietileno Ultra Alto Peso Molecular....................................................UHMWPE Polimetilmetacrilato......................................................................................PMMA Megapascal.......................................................................................................MPa Bloqueio Maxilo-Mandibular...........................................................................BMM Tomografia Computadorizada...........................................................................TC Politetrafluoretileno .....................................................................................Teflon Polidimetilsiloxano.....................................................................................Silicone Marca Registrada.................................................................................................. ® Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen / Association for the Study of Internal Fixation....................................................................................... AO/ ASIF SUMÁRIO
  • 9. 9 1- INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 09 2- REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 11 3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 52 1-INTRODUÇÃO
  • 10. 10 As síndromes das disfunções temporomandibulares (DTMs) estão cada vez mais presentes no cotidiano dos nossos pacientes. Elas se manifestam ou são diagnosticadas em idades cada vez mais precoces, devido às mais diversas causas. Até um passado não muito distante, as DTMs eram atribuídas a fatores dentários (interferências oclusais, ausências dentárias, más posições), entretanto, sabe-se hoje que suas causas são multifatoriais, variando desde problemas dentários, passando por problemas emocionais, psicológicos e distúrbios do sono. A falta de consenso sobre os critérios de classificação, diagnóstico e tratamento adequado para tais problemas, se devem, provavelmente, ao pobre entendimento a respeito da etiologia envolvida. Embora muitos destes pacientes sejam controlados com terapias não-cirúrgicas, há ainda um grupo de pacientes que necessita de intervenção cirúrgica 1;2;3. A intervenção cirúrgica na articulação temporomandibular (ATM) quando necessária, pode ser de reparação ou de reconstrução com tecidos autógenos ou materiais aloplásticos. No entanto, existem certas condições patológicas específicas da ATM que exigem a reconstrução total da articulação por meio de prótese, para proporcionar uma melhor previsibilidade dos resultados do tratamento. Algumas destas condições são: 1) múltiplas cirurgias na ATM; 2) falhas de instalação de implantes aloplásticos contendo: A) politetrafluoretileno (Teflon); B) Proplast/Teflon (que contem fibras de carbono); 3) Polidimetilsiloxano (Silicone) Silastic®; 4) cimento acrílico ou osso; 5) reativa ou retrospectiva patologia da ATM (inflamatórias ou infecciosas); 6) doença auto-imune dos tecidos conjuntivos ( artrite reumatóide, artrite psoriática, esclerodermia, síndrome Sjögrens, lúpus, espondilite anquilosante, etc); 7)
  • 11. 11 fibroses ou anquiloses ósseas; 8) ausência de estruturas da ATM devido à patologia, trauma ou deformidade congênita e 9) tumores que envolvam a fossa e / ou côndilo mandibular e/ou região do ramo4;5. Como afirmou Laskin (1969) em seu artigo clássico: “a chave para o tratamento de qualquer disfunção é a compreensão da sua etiologia”1. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre prótese total da Articulação Temporomandibular, suas indicações e técnicas cirúrgicas. 2- REVISÃO DE LITERATURA
  • 12. 12 Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), a articulação temporomandibular (ATM) é a que mais se movimenta durante o dia, chegando a 2000 ciclos diários nos movimentos de mastigação, deglutição, dicção e inclusive no ronco. A anatomia e fisiologia da ATM foram negligenciadas durante o início do século 20, mas dispositivos como a fossa mandibular foram incluídos na lista de considerações para a reconstrução da ATM desde 1946. Hoje, a substituição aloplásica da ATM pode ser organizada em fornecer componentes de substituição de somente prótese fossa, placas de reconstrução para a substituição do côndilo, e próteses para a substituição do conjunto fossa e côndilo, segundo Driemel et al. (2009)3;6. Os pacientes com necessidade de reconstrução total aloplástica da ATM, apresentam uma das seguintes situações: 1) articulações com anquilose, degenerações ou reabsorvidas; 2) falhas nos enxertos autógenos ósseos ou de tecidos moles, resultando em uma área articular pouco vascularizada; 3) destruição do enxerto autógeno, como resultado de patologia prévia; 4) fossas e côndilos reabsorvidos com graves discrepâncias anatômicas e funcionais devido à falha de interposição de implantes Vitek, Proplast/teflon, onde tecidos moles circundantes mostraram em longo prazo, incapacidade para suportar um enxerto de osso autógeno devido a reação de células gigantes provocas pelos implantes; 5) falha das próteses articulares parciais e 6) doença inflamatória severa em que a reconstrução do tecido autógeno seria imprevisível (por exemplo, artrite reumatóide, artrite psoriática, etc) 3;6;7; 8;9;10;11;12. Mercuri et al. (1995) relataram em seu trabalho um aumento do número de cirurgias na ATM ao longo das duas últimas décadas na tentativa de corrigir
  • 13. 13 cirurgicamente, muitos dos problemas mal conduzidos pelos procedimentos não cirúrgicos. Embora muitos pacientes apresentem melhora com intervenções cirúrgicas, as falhas das mesmas têm adicionado a uma lista crescente de múltiplas intervenções, 3;7 acarretando em alterações morfológicas, resultando em pacientes com dor na ATM . Neste contexto, apesar das primeiras experiências com materiais aloplásticos e sistemas protéticos para a reabilitação da ATM terem sido catastróficas (Proplast- Teflon/Silastic), nos últimos anos, novos sistemas protéticos para ATM têm sido introduzidos como uma opção de tratamento de pacientes que foram submetidos a múltiplas cirurgias na ATM, ou seja, fracasso de terapia não cirúrgica, como também das terapias cirúrgicas. Segundo Driemel et al. (2009), a substituição cirúrgica reconstrutiva da articulação temporomandibular (ATM) é rara. Por conseguinte, os cirurgiões bucomaxilofaciais têm poucas oportunidades para ganhar experiência neste domínio. Isto está em contraste com a variedade de próteses de ATM e placas de reconstruções condilares descritas ao longo dos últimos 60 anos 6. No trabalho de Franklin (2006), ele relata que a ATM é suscetível a todas as condições que afetam outras articulações no corpo, incluindo a anquilose, artrite, trauma, luxações, anomalias de desenvolvimento e neoplasias. Dor e disfunção da ATM também são comuns e podem resultar de uma ampla variedade de fatores etiológicos. Devido à acessibilidade, as investigações das patologias da ATM são feitas principalmente através de imagens ao invés de biópsia, embora claramente, a biópsia possa ser essencial em certas ocasiões. A artroscopia atualmente, como todos os exames de imagens para a ATM, se tornou muito mais sofisticados, de alta
  • 14. 14 qualidade, tornando o diagnóstico mais satisfatório. Uma classificação básica das desordens temporomandibulares é apresentada na tabela 1 13. Tabela 1: Classificação das Desordens Temporomandibulares
  • 15. 15 Anomalias do desenvolvimento (por exemplo, hiperplasia condilar, hipoplasia, aplasia) Osteoartrose A artrite reumatoide Artrite inflamatória (por exemplo, a psoríase, lúpus eritematoso sistêmico) Artrite infecciosa  Infecção do ouvido médio  Infecção sistêmica Neoplasia Doenças metabólicas Doença sinovial Condições diversas, como por exemplo, a Doença do Paget e acromegalia Fonte- Current Diagnostic Pathology (2006) 12, 31–39 O primeiro relato descrito de cirurgia articular foi por um cirurgião francês, famoso do Renascimento, Ambrose Pare, que em 1536 realizou a primeira excisão de articulação em um paciente com uma infecção destrutiva do cotovelo 9. Segundo Guarda-Nardini et al. (2008)3, a prevalência de patologias da ATM é mais frequente no gênero feminino, podendo chegar à proporção 3:1. A idade mais frequente de diagnóstico e tratamento com reconstruções aloplásticas da ATM é de 20-40 anos segundo . Já nos estudos realizados por Mercuri et al. (1995), a idade média foi de 40,9 anos 7. No início de 1990, experiência negativa com a prótese Vitek-Kent, trouxe o descrédito sobre todas as substituições aloplásticas da ATM, isto levou com que a reconstrução da ATM fosse abandonada e incentivou o uso de procedimentos como reconstrução autógena. Novas placas condilares de reconstrução e próteses para a substituição total da ATM apresentadas desde o ano 2000, aumentaram a demanda para
  • 16. 16 a substituição da ATM por materiais aloplásticos, especialmente na Europa segundo Driemel et al. (2009) 6. A reconstrução total aloplástica da articulação temporomandibular (ATM) é uma solução biomecânica ao invés de um tratamento biológico de grave doença articular. Ela fornece um meio de lidar com a anatomia articular distorcida, evitando o importante suporte sanguíneo em volta dos tecidos periarticulares tão essenciais na reconstrução autógena, eliminando assim, a necessidade de um segundo sítio cirúrgico e toda morbidade envolvida 4;7;9. O primeiro cirurgião a colocar um material aloplástico entre o crânio e a mandíbula humana foi Eggers (1946). A cirurgia consistiu em interpor uma folha de tântalo sobre a base do crânio bem como sobre o coto mandibular para prevenir uma reincidência de uma anquilose extensa em uma menina com quatro anos de idade 14. Smith e Robinson (1957) resolveram o problema de recidiva de anquilose óssea, interpondo uma chapa de aço inoxidável entre o crânio e a mandíbula. A placa tinha uma curvatura para criar um ponto virtual de rotação simulando um antigo côndilo. Três anos mais tarde, Robinson (1960) descreveu uma "falsa" prótese com fossa de aço inoxidável com um tipo de caixa inserida na fossa e na eminência (Figura 1). Embora o paciente não tivesse funcionamento dos músculos pterigóideos laterais, devido a condilectomia, alguns movimentos anteriores da mandíbula foram observados. A idéia de uma prótese fossa de Robinson foi o ponto de partida para muitos outros pesquisadores 6;9;14 Figura 1- Prótese “falsa”de Robson
  • 17. 17 Fonte: J. Oral Maxillofac. Sur. 953:984-996, 1995. 15 Small et al.(1964) em experiências com o uso de Teflon e Silastic® na reconstrução de mandíbula, relataram que o Teflon parecia mais adaptável à restauração de ressecções mandibulares e, consideraram o Silastic®, como sendo mais adequado para a substituição do côndilo . O Teflon foi introduzido como material
  • 18. 18 auxiliar nas reabilitações articulares por Charnley em 1958, ele acreditava que esse material por ser inerte e apresentar baixo atrito, seria uma solução para patologias articulares. Porém, suas propriedades físicas como o desgaste falharam, provocando uma intensa reação tecidual devido aos resíduos 5. O Proplast/teflon foi um novo material promissor que poderia permitir a rápida neoformação de tecidos duros e moles, melhorando assim, a fixação e também facilitava o crescimento de tecido circunvizinho no revestimento Proplast, porém, a imobilização, bloqueio maxilomandibular (BMM), era necessário. No entanto, as próteses Vitek-Kent (Figura 2), que era composta de um componente fossa construído de um laminado com espessura de 4 a 6 mm de Proplast (camada superior), e 2 milímetros de espessura (Camada inferior) de Teflon , mostraram in vivo, taxas de desgaste maiores medidas a partir de próteses totais articulares recuperadas (removidas 11 cirurgicamente por falha) . Estas próteses apresentaram uma vida útil de apenas 3 anos e com grandes quantidades de detritos de desgaste do polímero, causando uma reação corpo estranho de células gigantes e reabsorção óssea. Para diminuir a taxa desgaste, a superfície articular do componente fossa da prótese foi alterado de Teflon para polietileno de alta densidade em 1.986 segundo Guarda-Nardini et al. (2008) 3. No entanto, o Proplast mostrou não ser capaz de resistir a cargas de compressão e foi encontrado com deformações plásticas. Os fragmentos de Proplast causaram a reabsorção óssea e uma extensa reação corpo estranho de células gigantes. A venda da prótese Vitek-Kent foi interrompido em 19903;6;14. Figura 2- Prótese de Vitek-Kent
  • 19. 19 Fonte: J. Oral. Maxillofac. Sur. 953:984-996, 1995. Spiessl (1976) usou uma prótese condilar no tratamento da anquilose da ATM, conhecida como prótese AO / ASIF. A cabeça esférica articulava contra a fossa natural. A prótese foi presa ao ramo mandibular por 5 a 7 parafusos 16. Um adicional apoio foi realizado por uma placa que foi colocada no coto condilar. No entanto, um estudo de Lindqvist et al. (1992) 17 de 11 articulações operadas, pelo menos uma parte
  • 20. 20 da fossa apresentou reabsorção. Concluiram que: "Reabsorção óssea provavelmente não pode ser impedida sem o uso de um implante de fossa glenóide", assim sendo, uma indicação para reconstrução total da articulação dos pacientes que apresentam falhas dessas próteses condilares 16. Próteses AO / ASIF de ATM (Synthes®) estão disponíveis como modelos curtos e longos (Imagem 1). O modelo curto é implantado principalmente no caso de doença articular primária (pós-traumático ou artrite reumatóide, tumores condilares). A placa longa de reconstrução condilar AO / ASIF são empregadas como reconstrução temporária após ressecções extensas. A reconstrução com placa longa de reconstrução condilar deve ser substituída por material autógeno ou substituição total da articulação com prótese no prazo de dois anos. Isto se deve ao fato de que foram observadas erosões na fossa glenóide e penetração da cabeça do côndilo na fossa craniana média. O cirurgião tem que avaliar com cuidado as possíveis indicações sobre as complicações e a extensão da ressecção para reconstruir com placas condilar AO / ASIF, pois podem ser usadas para substituição visando longa duração, em especial quando o disco articular é preservado ou a fossa é revestida com um retalho pediculado do músculo temporal 6;14;16.
  • 21. 21 Imagem 1- Prótese de côndilo
  • 22. 22 Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920. O trabalho de Westermark et al. (2006) 10 já relatava que estudos realizados 17 por Lindqvist et al. (1992) , demonstraram que somente a substituição condilar aloplástica resultou em erosão da fossa e formação óssea heterotópica (Imagem 2). Eles sugeriram que a reconstrução protética da ATM não deve ser realizada somente com a substituição condilar, mas em combinação com um componente fossa. Imagem 2- Erosão da fossa mandibular por prótese
  • 23. 23 Fonte: Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2006; 35: 488–492. Kiehn et al. (1974) 18 utilizaram cimento de polimetilmetacrilato (PMMA) para o ajuste da fixação de uma prótese total, realizando múltiplos orifícios na parte lateral do componente fossa e no componente do ramo que envolve o ramo mandibular para melhorarem a retenção do cimento na interface óssea. A falta de movimento lateral da
  • 24. 24 mandíbula foi observada, "possivelmente, devido à ausência da função do músculo pterigóideo lateral, que não pode ser preservado”14;18. O PMMA também foi associado a falhas catastróficas quando utilizado na ATM porque a abrasão que ocorria nesse material proporcionava áreas de instabilidade e consequentemente fratura do material. Os detritos da abrasão desencadeavam uma osteólise e afrouxamento dos parafusos, além disto, o calor gerado pela polimerização ou mesmo das partículas residuais que não se polimerizavam, desencadeavam reação de corpo estranho 5 . A W. Lorenz Surgical® desenvolveu uma prótese que utiliza polietileno de ultra alto peso molecular na fossa que é fixada ao arco zigomático. O implante condilar é feito de cromo-cobalto- molibdênio (28% de cromo, 64%cobalto, 7% molibdênio e 1% níquel) que tem um revestimento de plasma de titânio sobre a superfície virada para ramo (Imagem 3). Este produto apresenta-se disponível em 3 tamanhos para ambos componentes, fossa e ramo segundo Driemel et al. 2009 6. 19 Tauras et al. (1972) foram os primeiros a relatar o uso de prótese sob medida, feita de ouro, para um hemiarticulação, reconstruindo côndilo-ramo de uma ATM. Assim surgiu a idéia de confeccionar próteses personalizadas . Imagem 3- Prótese da W. Lorenz Surgical®
  • 25. 25 Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920. Em contraste com a Lorenz®, os implantes da TMJ Concepts® são construído individualmente, com base em modelos TC 3D do paciente (Foto 4). O componente fossa é reforçado com malha de titânio que se adapta ao osso. O componente do côndilo-ramo apresenta cromo-cobalto na cabeça, enquanto o restante do ramo é feita de titânio segundo Guarrda-Nardini et al. (2008) 3.
  • 26. 26 Nenhum artigo foi encontrado demonstrando uma revisão para a prótese Biomet/ Lorenz® . Os resultados terapêuticos tem sido avaliados por Quinn (2000) 20, que registrou significativas melhorias em três anos em um grupo de pacientes reabilitados, em um total de 69 articulações temporomandibulares 19 . Christensen (1963) 21 refinou a idéia de Robinson cobrindo a fossa glenóide e eminência articular com uma superfície 0,5 mm de Vitálio. Ele superou o problema de "como saber a forma individual do osso antes da cirurgia ", selecionando vários crânios diferentes e formou 20 (depois 33) padrões fossa-próteses de cada lado. A prótese mais adequada foi fixada por meio de parafusos na parte lateral do tubérculo articular e arco zigomático. Christensen (1971) 21 acrescentou um componente ramo-côndilo com uma cabeça polimetilmetacrilato (PMMA) ao componente ramo, para criar uma prótese total da articulação. Atualmente as próteses de Christensen® são chamadas de TMJ implants®, que apresenta 30 tamanhos de fossa e 3 tamanhos condilares (Imagem 4a), e, recentemente, apresentaram suas próteses personalizadas (Imagem 4b).3;6;9;14. Imagem 4- TMJ implants® (a)Pré-fabricada (b)Personalizada
  • 27. 27 Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2009; 38: 909–920. Atualmente, a prótese de Christensen® é o único sistema utilizado nos E.U.A. que oferece ambas as substituições totais e parciais da ATM. Esta prótese foi certificada como um dispositivo médico na União Européia em 1998 e em 2001 foi aprovado pela Food E.U. and Drug Administration (FDA)6. Segundo Wolford et al, (1994) a Techmedica ® , atualmente chamada de TMJ Concepts®, resolvia os problemas de instalação, utilizando modelos plásticos individualizados de cada paciente, fabricados a partir de tomografias computadorizadas. No modelo, uma lâmina (malha) de titânio era construída em conformidade com a borda lateral e eminência articular da fossa. A malha permite neoformação de osso e tecido mole em sua superfície para maximizar estabilização 22. A malha caudal foi utilizada para fixar a superfície articular construída a partir de polietileno de ultra alto peso molecular (UHMWPE). A prótese fossa foi fixada ao arco zigomático, com três ou quatro parafusos (Imagem 5). A prótese condilar foi produzida
  • 28. 28 com muitos furos para facilitar o correto posicionamento com seis ou mais parafusos7;10;14;22. Imagem 5- Prótese da Techmedica® atual TMJ Concepts® Fonte: Int. J. Oral. Maxillofac. Surg. 2006; 35: 488–492. Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), o argumento apresentado pelo fabricante TMJ Concepts® sobre a personalização das próteses é válido e justificável. No entanto, não há nenhuma evidência de que esse sistema de prótese é superior aos demais para qualquer uma das indicações acima descritas, isto se deve a escassez de estudos comparativos 3.
  • 29. 29 Falkenstrom (1993) 23 calculou a influência de uma prótese unilateral sobre os movimentos da articulação natural. Concluiu que a sua idéia de colocar o ponto de rotação da prótese substancialmente inferior, em uma tentativa de reproduzir o movimento de translação quando a boca está aberta, mesmo se o paciente não é capaz de executar movimentos reais protrusivos, iria melhorar a função mandibular e evitar a sobrecarga da articulação natural do lado contra lateral. Nos casos de substituição da articulação unilateral, a limitação dos movimentos de translação força a mandíbula para o lado da prótese, levando a movimentos anormais da articulação natural. Acredita-se que esses movimentos anormais podem causar sobrecarga da articulação natural e, portanto, são uma das principais razões de desenvolvimento de osteoartrose e desarranjos internos na articulação natural. Eventualmente, estes problemas podem levar à substituição também da articulação natural. Em casos de substituição bilateral das articulações, movimentos de translação de toda a mandíbula são limitados. Isso resulta em redução anterior e médio-lateral dos movimentos e diminuição da função mastigatória. Além disso, a abertura inter-incisal é reduzida, principalmente devido ao movimento de abertura em conjunto das articulações . Após a instalação de uma prótese condilar, a perda dos movimentos de translação do côndilo é observada com frequência, especialmente na direção anterior. Alguns pesquisadores atribuem esse efeito a perda da inserção do músculo pterigóideo lateral, causada pela condilectomia quando a prótese é colocada em posição. No entanto, vários outros fatores podem ser responsáveis pela perda dos movimentos de translação. Os pacientes que sofrem de problemas de ATM por um considerável tempo, muitas vezes têm movimentos limitados devido à constrição dos tecidos moles. Estes movimentos mandibulares cronicamente reduzidos frequentemente permanecem,
  • 30. 30 apesar da implantação de uma prótese, isso porque os tecidos moles das áreas articulares e adjacentes também são afetados. Além disso, as cicatrizes irão restringir os movimentos condilares. É razoável supor que os pacientes que se submeteram a muitas cirurgias da ATM apresentam restrições nos movimentos o que foi verificado 24 pelos resultados do Wolford et al.(2003) . Geralmente, os movimentos da cabeça condilar da prótese foi de 2 mm ou menos em qualquer direção. O reposicionamento do músculo pterigóide lateral à prótese condilar não melhorou os movimentos de forma significativa7;10;14;24. Mercuri et al. (1995) realizaram a substituição aloplástica da ATM com prótese customizada em 215 pacientes e que 67 substituições foram unilaterais e 296 bilateral em um total de 363 implantes. Sendo que 202 do gênero feminino e 13 do masculino, acompanhados por um período médio de 48 meses. Os resultados mostraram-se favoráveis quanto à melhora da dor, dieta e função mandibular. A média da população foi de 40,9 anos de idade, o que significa que a longevidade da prótese é uma variável importante e que essa longevidade, independente do material implantado, baseia-se na indicação adequada para a sua utilização, instalação, manutenção correta, biocompatibilidade dos materiais envolvidos, estabilidade do implante in situ, bem como a capacidade do paciente compreender as limitações envolvidas com a prótese 7. Os materiais que compõem as próteses têm sido utilizadas como componentes ortopédicos dos sistemas articulares há décadas e têm sido objeto de muita investigação durante esse tempo 7. O estudo sobre stress e desgaste sob cargas muito maiores do que aquelas que podem ser desenvolvidas na ATM têm mostrado, particularmente no polietileno de
  • 31. 31 Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), importante perda de massa óssea, com consequente soltura e fracasso final de algumas próteses ortopédicas 7. A biocompatibilidade da liga de titânio comercialmente puro, UHMWPE, cromo-cobalto-molibdênio estão bem documentados na literatura ortopédica. O exame microscópico dos tecidos moles intra-articulares retirados entre o côndilo e a fossa de próteses em funcionamento de 2 a 3 anos, não mostraram nenhuma evidência de reação de corpo estranho, inflamatória, ou reação de células gigantes típicos daqueles vistos em resposta aos matériais aloplásticos que falharam. Segundo Mercuri et al. (1995) 7, a essência da customização das próteses torna atraente por duas razões: Primeiro porque ela é personalizada para a anatomia específica de cada caso, raramente existe uma necessidade de alterar tanto a anatomia ou a prótese na cirurgia. Isso resulta em menor tempo cirúrgico e menor exposição da prótese as tentativas de adaptação e possíveis contaminações. Em segundo lugar, e mais importante, a natureza personalizada destas próteses, permite um ajuste mais próximo ao osso e são, portanto, muito mais estáveis in situ que as próteses que são manipuladas para se adaptar ao leito receptor. A personalização da prótese à anatomia específica do paciente, resulta em aumento da longevidade da prótese 7. 7 Um estudo de próteses customizadas realizados por Mercuri et al. (1995) mostrou que a reconstrução com esse tipo de prótese resultou em uma importante melhora da dor, função, dieta, conforme relatado pelos pacientes e um aumento na abertura inter-incisal máxima. Os movimentos de lateralidade tanto para direita como para esquerda ficaram reduzidos devido ao descolamento do músculo pterigóideo lateral 9. Porém, um estudo de Mercuri et al. (2007) 25 com pacientes reconstruidos com prótese total da ATM com história de falha de implantes Proplast-teflon ou silicone
  • 32. 32 utilizados na ATM, com um acompanhamento de 60,2 meses, não apresentaram melhora subjetiva quanto a dor, função mandibular e na consistência da dieta, quando comparado a pacientes que não tiveram material aloplásticos na ATM11;25. Segundo Mercuri (1998) os dispositivos aloplásticos apresentam uma opção no arsenal para reconstrução da ATM, mas somente nos casos em que estes dispositivos estão projetados corretamente, construídos com materiais adequados, rigidamente estabilizados e, mais importante, usado em casos selecionados. Antes de ser utilizado, qualquer dispositivo deve ter um design adequado, provar ser seguro e eficaz em estudos de acompanhamento a longo prazo 9. Buscando melhor estabilidade das próteses, o cimento de PMMA foi utilizado para solucionar esse problema e melhorar a longevidade das mesmas inserindo-o entre a prótese e a base do crânio. Este método de instalação tem resultados interessantes, mas existem algumas questões sobre o perigo do calor liberado durante a polimerização 26 porque o cérebro fica nas proximidades. Mercuri (1992) mediu o aumento da temperatura, resultante da polimerização de um camada de 2 mm de espessura de cimento de PMMA e encontrou um aumento de 2 a 6 °C na interface osso-prótese. O pequeno grau de aumento da temperatura foi atribuído a uma pequena quantidade de PMMA. Nos pacientes com um bom fluxo sanguíneo na região em contato com a cimento e uma boa irrigação com soro fisiológico no momento de presa do cimento, limitam o aumento da temperatura 9;14;. Teoricamente, uma prótese sob medida, fabricada a partir de um modelo de estereolitografia individualizado e confeccionado através de uma tomografia computadorizada (TC), parece ser uma solução perfeita para o problema de ajuste. Mercuri et al. (1995) 7, relataram que as próteses sob medida são importantes porque
  • 33. 33 "significativas deformidades estéticas e funcionais da mandíbula muitas vezes acompanham a patologia da ATM complexa”. Entretanto, esta técnica tem algumas desvantagens: próteses metálicas sem êxito devem ser retiradas, ocasionando uma cirurgia extra para o paciente. Isto se deve ao metal da prótese que faz com que ocorra distorção na TC, manchando a imagem. Em caso de anquilose óssea, a área cranial da articulação tem de ser adaptada durante a cirurgia, para ajustar à prótese, que torna o procedimento difícil. A questão é sobre o grau de adaptação que pode ser atingido, pois é conhecido que a precisão das curvas, definidas pela TC, é da ordem de 0,5 mm. Mercuri et al. (1995), abordando esta questão afirmaram que: "Maleabilidade facilita a adaptação às estruturas anatômicas”. Além disso, fabricar uma prótese customizada, com base em um modelo feito de uma tomografia computadorizada é um método muito caro e o problema de encaixe da prótese à eminência e fossa no crânio não está completamente resolvido. Para a realização de uma prótese aloplástica customizada, é necessária uma tomografia computadorizada em oclusão. Nos casos em que houver parafusos, próteses com fossa e / ou ramo metálicos ou se for preferência do cirurgião, em casos de grave degeneração devido ao uso de uma falha dos implantes Proplast-Teflon, enxerto ósseo autógeno, ou incapacidade de alcançar uma oclusão funcional, o procedimento é planejado da seguinte forma: fase I: remoção cirúrgica dos materiais metálicos ou outros materiais estranhos, debridamento completo e a realização do bloqueio maxilo- mandibular BMM em uma oclusão funcional; fase II: tomografia computadorizada (TC) e prototipagem. De posse da prototipagem, o cirurgião realiza as modificações como cirurgias de modelo, condilectomia, coronoidectomia, reposicionamento da mandíbula ou maxila para o projeto personalizado da prótese definitiva. A
  • 34. 34 prototipagem modificada pelo cirurgião e utilizando engenharia biomecânica é confeccionado o modelo de prótese persolinalizada. Opós aprovação do modelo de prótese pelo cirurgião, a prótese definitiva personalizada e confeccionada e enviada ao hospital do cirurgião para esterilização7. Usando a classificação ortopédica de Schmalzried et al. (1995) 27, das falhas dos dispositivos aloplásticos articulares, como sendo resultante de um ou mais dos seguintes fatores: 1) falha do conceito; 2) falha no embotimento; 3) falha da técnica de implantação ou 4) limitações da tecnologia. Esta definição e aplicação de cada um destes princípios podem ser utilizados para a reconstrução aloplástica da ATM sendo apropriada e esclarecedora segundo Mercori et al. (2003) 5. As falhas do conceito ocorrem porque o dispositivo não pode satisfazer os princípios fundamentais de anatomia, fisiologia, imunobiologia e / ou mecânica. As falhas no embotimento ocorrem devido as variações no desenho do implante, nos materiais que são feitos, fabricação e acabamento de superfícies, mas não a qualidade da fixação. A falha de um único elemento do embotimento pode resultar em falha da reconstrução, embora as demais variáveis forem satisfatórias 5. Nas falhas relacionadas à técnica de implantação, os requisitos a serem avaliados são a posição dos componentes, biomecânica e a fixação inicial. Como esse princípio é dominado pelo cirurgião, vai depender da experiência e do grau de dificuldade relacionado à patologia envolvida 5. Nos casos que envolvam limitações tecnológicas, ou seja, patologias extensas ou grandes defeitos ósseos, a estabilidade in-situ desse implante é um fator fundamental pra o sucesso em longo prazo e também requisito para adesão dos tecidos moles ao implante 5.
  • 35. 35 Utilizando os princípios proposto por Bourne (1997)28 para revisão de prótese de joelho, Mercuri et al. (2003)5 relacionaram estes com os da revisão das próteses aloplásticas da ATM. Se a revisão for mesmo necessária, o mecanismo de falha deve ser identificado e corrigido na revisão. Se isto não ocorrer o fracasso da revisão será eminente. Outro mecanismo de falha está relacionada a cadeia asséptica no momento de instalação. Poucos relatos existem a respeito de infecções das próteses. Isto se deve à abundante vascularização da região da cabeça e pescoço. Quando estas infecções estão presentes, o debridamento minucioso deve ocorrer juntamente com uma antibioticoterapia adequada. 29 Baseado na obra de Hanssen (1997) e citado por Mercuri et al.(2003) 5, existem manejos para tratar próteses aloplásticas infectadas de ATM. A utilização de antibioticoterapia crônica para a supressão da infecção pode ser utilizada quando: 1) condição clínica do paciente impede a cirurgia; 2) microorganismos de baixa virulência e susceptíveis aos antibióticos orais; 3) baixa toxicidade sistêmica ou efeitos secundários graves; 4) prótese fixa e estável. Somente o uso de antibióticos não irão eliminar a infecção profunda periprotética mas ocasionalmente será útil quando todos os critérios supracitados estiverem incluídos 5. O tratamento aberto de infecção pode ser indicado nos casos agudos, quer no período pós-operatório imediato ou tardio. Este procedimento é realizado com finalidade de cessar a fase aguda da infecção e prevenir infecções metastáticas, seja por espaços faciais ou por via hematogênica. Esta indicação segue alguns princípios: 1) curta duração da infecção (menos de 2-3 semanas); 2) organismos sensíveis Gram- positivos; 3) ausência de drenagem prolongada ou trajeto sinusal; 4) não afrouxamento dos componentes segundo Mercuri et al. (2006)11.
  • 36. 36 O reimplante após um debridamento adequado e o uso de antibioticoterapia parece ser a melhor solução. A literatura parece favorável a uso de antibioticoterapia intravenosa por 6 semanas, mantendo a titulação de bactérias 1:8 para erradicar a infecção e, consequentemente, a substituição da prótese ao realizar a troca direta da prótese após a regresão dos sinais e sintomas 5. O desgaste é uma das mais importantes causas de fracasso de próteses articulares de quadril e joelho. Isto também é motivo de preocupação para próteses total de ATM porque os pacientes são relativamente jovens (30 a 35 anos de idade em média nos EUA) e uma prótese total da ATM deve ter vida muito longa. Alguns pesquisadores afirmam que as superfícies das articulações de suas próteses serão cobertas por uma camada de tecido fibroso, dificultando o desgaste. No entanto, quando dois materiais repetidamente se esfregam uns aos outros com alguma força, a formação de uma camada fibrosa não é possível. Portanto, uma camada fibrosa em alguma parte de uma superfície articular significa que esta parte não está sobre carga 14. Mercuri et al. (2003), relataram em seu trabalho que o fracasso de próteses de metal contra metal estão atribuídos a: 1) pobre controle da esfericidade e folgas superiores a 200µm (auto desgaste); 2) pobre desenho do implante e técnica de implantação; 3) espaço livre entre a cabeça e a taça (apreensão e alta fricção); 4) irregularidades e fricção resultantes do desgaste. Seguindo essa filosofia, somente próteses de quadril “metal-metal” é que atendem a esses requisitos para serem utilizadas 5. Gerad 1994 31 publicou um resumo de um teste in vitro de desgaste. De acordo com este, após 10 milhões de ciclos, 1 mm de altura ou 15 mg de peso do côndilo
  • 37. 37 PMMA é perdido. Este número de ciclos corresponde a 13 anos de função no corpo, no entanto, o método do ensaio não foram bem descritos . A taxa de desgaste de polietileno contra o metal aumenta substancialmente quando a carga torna-se superior a 10 megapascal (Mpa), portanto, em próteses da articulação do quadril a adaptação da cabeça da prótese com a taça ocorre completamente, dando uma grande superfície de deslizamento. Em contraste com isso, a cabeça das próteses Osteomed® e da Techmedica® entram em contato em apenas um ponto na interface com o polietileno, colocando toda carga em uma pequena área. Portanto, as forças aplicadas sobre uma próteses de ATM podem exceder 100 N, e o limite postulado pode ser facilmente ultrapassado, conduzindo ao aumento da taxa de desgaste 14. Mercuri et al. (2003) 5, relatam que estudos de Ghelman (1995) 31 para revisão de próteses totais de joelho podem ser utilizados para próteses totais da ATM. Além disso, este relata que existem duas causas para a dor em pacientes com prótese articulares aloplásticas: 1) mecânicas e 2) biológicas. As dores envolvidas com o componente mecânico geralmente estão associadas a implantes frouxos durante a atividade articular. As causas mais comuns para essas falhas é o desgaste, que pode levar a fratura do componente, osteólise e a parafusos soltos. Já as dores relacionadas aos componentes biológicos podem ser por: a) infecção: que apresenta dor continua, e ao exame físico apresenta eritema e drenagem tardia. Exames imagiológicos não são muito úteis. A confirmação ocorre com aspiração contendo contagem de leucócitos superior a 25.000 com predominância de polimorfonucleares, culturas contendo microrganismos aeróbicos, anaeróbicos e fungos. Exames como a taxa de sedimentação de proteína C reativa e medicina núclear com Índio 111 podem ajudar na confirmação;
  • 38. 38 b) outro fator biológico são problemas neurológicos, como hipersensibilidade cutânea que é diagnosticada com bloqueio nervoso, formação de neuroma e Síndrome de Frey5;31. Muitos fatores influenciam a taxa de desgaste, incluindo a porosidade da superfície, velocidade de deslizamento, pressão na superfície e geometria da superfície da articulação. Os ensaios de desgaste in vitro devem ser realizados e a superfície articular deve suportar as mais indesejáveis situações possíveis. Além disso, é conhecido da prótese articular de quadril, apresentar taxa de desgaste em vivo maior do que o desgaste in vitro, assim, testes de desgaste devem prever uma vida mais do que suficiente. Se essas exigências não forem cumpridas, não é aconselhável a utilização de tais próteses em pacientes 14. No trabalho de Mercuri et al. (2003) 5, onde verificou os princípios de revisão das próteses de ATM, eles relatam que todas as próteses aloplásticos articulares irão desenvolver desgaste sob uma carga funcional. O afrouxamento ou osteólise ocorrerá secundária a partículas de resíduos de desgaste. Estes fatores são as principais causas do fracasso de implantes ortopédicos e o desgaste pode ser diminuído para prolongar a vida útil destes dispositivos, usando materiais adequados, especialmente nas interfaces da articulação. Também um apropiado desenho e geometria articular, desenvolvimento de osseointegração dos componentes com fixação estáveis desde o momento da implantação e eliminação das cargas parafuncionais devem ser buscados5. Mais de 500 mil próteses articulares do quadril foram instaladas nos últimos 63 anos, bem como um grande número de próteses de joelho. Os pacientes que necessitam de prótese total da ATM não apresentam esses números. Portanto, a experiência com o efeito de materiais utilizados em próteses articulares de quadril e
  • 39. 39 joelho é muito maior que as próteses de ATM. Isto faz mais sentido para seguir a evolução das próteses de quadril e de joelho do que tentar descobrir outras possibilidades. Na maioria das próteses articulares de quadril e joelho, suas superfícies articulares são constituídas de uma liga de cromo-cobalto ou liga de titânio contra um polietileno de ultra alto peso molecular (UHMWPE). Ultimamente, os materiais cerâmicos têm demonstrado resultados promissores, principalmente como cabeças articulares nas próteses de quadril 14. A maioria das próteses da articulação do quadril são montados e fixados no fêmur com uso de cimento PMMA. Embora este método tenha sido muito bem sucedido, existem algumas desvantagens relatadas, incluindo necrose devido à geração de calor durante a polimerização, citotoxicidade dos monômeros metilmetacrilato e fratura por fadiga do cimento25. Van Loon et al.(1995) 14 relatam em seu trabalho a utilização de PMMA entre o componte fossa e o osso para aumentar a estabilidade da prótese fossa, porém estudos experiências relatados por Mercori (1995)8 sobre o PMMA, mostraram que o mesmo não resiste ao estress gerado pela atividade articular, além disso, gera relação de corpo estranho, absorção óssea e, consequentemente, perda da estabilidade da prótese. O mesmo autor sugere a utilização de hidroxiapatita para esse fim e também argumenta que mais estudos devem existir para essa finalidade 8;14. Os pacientes com necessidade de substituição da ATM por prótese total aloplástica são relativamente jovens e, uma vez a prótese implantada, não há caminho de volta. Para prótese articular de quadril, uma vida útil de 15 anos é normal, mas em pacientes com menos de 55 anos de idade, sua vida útil é menor. Em relação a prótese de ATM com uma duração de 15 anos significa, em muitos casos, que pelo menos, duas ré-intervenções cirúrgicas serão necessárias. Entretanto, os resultados são
  • 40. 40 melhores quando os pacientes nunca foram operados ou apenas uma vez. Por esta razão, uma meia vida-longa é um requisito essencial. Assim, um acompanhamento de pelo menos 10 anos são importantes 14. Como no mecanismo de estabilidade biologica dos implantes dentários, os dispositivos da ATM devem apresentar osseointegração para que ocorra sucesso a longo prazo. A osseointegração só pode ocorrer se a implantação do dispositivo tenha contato íntimo com o osso e esteja rigidamente estabilizado, eliminando assim, os micromovimentos. Se os dispositivos não estiverem em íntimo contato com a superficie óssea, eles devem ser manipulados ou o osso deve ser desgastado para que isso ocorra . Nos casos onde o paciente tenha hábitos parafuncionais como o bruxismo e/ou apertamento, isso pode aumentar o desgaste da prótese, diminuir a vida útil, ocorrer fraturas dos componentes ou soltar os parafusos de fixação 5. A perda de movimento de translação é uma grande desvantagem das próteses de ATM. Portanto, no futuro, as próteses devem imitar o movimento anterior do côndilo quando a boca está aberta e, também, permitir que alguma excursão médio- lateral exista. Tais exigências só podem ser preenchidas por um design que conduzirá a uma prótese total da articulação 14. Coronoidectomia é recomendado em reconstrução aloplásticos totais da ATM, pois múltiplas cirurgias na ATM geralmente proporciona uma diminuição da abertura inter-incisal, resultante tanto da fibrose muscular como pela hiperplasia reacional do coronóide. Como o músculo temporal é um dos elevadores da mandíbula, a coronoidectomia pode resultar em diminuição da força mastigatória vertical 5. Segundo Guarda-Nardini et al. (2008), em seu trabalho de conhecimento e considerações para futuro das próteses de ATM, relatam que a indicação de
  • 41. 41 substituição da ATM por motivo de varias intervenções cirúrgicas na ATM sem sucesso é bem contraditória na literatura 3. Zanakis et al. (2009), relataram uma reconstrução com prótese de ATM customizada (TMJ Concepts®) em um paciente com Microssomia Hemifacial que, após oito anos de tentativa de reconstruir o ramo e côndilo com um enxerto livre de ilíaco, a absorção do enxerto foi observada 32. Numerosas técnicas reconstrutivas autógenas (enxertos ósseos livres microvasculares ou não) e aloplásticas foram descritas. Segundo Zanakis et al.(2009), reconstrução do ramo e ATM com técnica microvascular não são adequadamente apoiadas na literatura, por não apresentar estudos a longo prazo e longevidade do tratamento 32. A Artrite Reumatóide (AR) é a mais frequente das doenças inflamatórias sistêmicas envolvendo as articulações temporomandibulares (ATMs). Outras doenças inflamatórias sistêmicas que podem afetar a ATM incluem artrite psoriática, lúpus eritematoso sistêmico, espondilite, anquilosante e gota. A incidência de envolvimento da ATM em pacientes com AR tem variado, com estimativas de 34% para 75%. O grau de envolvimento da ATM, o significado clínico, e o impacto variam. As manifestações e o curso da AR na ATM são geralmente mais leves do que em outras articulações afetadas, mas estão intrinsicamente ligadas à gravidade da doença. Os sintomas nas ATMs frequentemente surgem no final do processo da doença. Um terço a metade dos pacientes com AR na ATM apresentam alguma experiência com dor durante o processo da doença. Cerca de 10% dos pacientes com AR desenvolvem danos permanentes à ATM e alterações oclusais, levando a necessidade de reconstrução total da articulação com prótese segundo Mehra e Wolford. (2009) 33.
  • 42. 42 Segundo Driemel et al. (2009)6, independente da indicação específica da reconstrução da ATM, ela visa o restabelecimento da forma e função da articulação, o alívio da dor é um benefício secundário2;6;11;12. 34 Mehra e Wolford (2008) realizaram um estudo verificando os niveis séricos de beta-caroteno (vitamina A), folato, ferro, ferritina, zinco, magnésio e vitaminas B1, B6, B12 e C, em pacientes que foram submetidos a implantes de proplast/teflon na ATM e posteriormente a substituição total da ATM por prótese e que manteve dor crônica irredutível. Este estudo incluiram 23 pacientes, todos do gênero fêminino, com idade média de 40,6 anos (18-55anos). Eles observaram que ao menos um ítem desses elementos estava alterado e que em média 3,3 elementos estavam alterados. Estas alterações podem estar relacionadas com inadequada ingestão alimentar, má absorção, disfunção na utilização, maiores exigências ou interações medicamentosas e concluíram que esses pacientes poderiam estar sofrendo de um estado de desnutrição não reconhecido, aumentando substâncialmente à morbidade e que, uma avaliação nutricional, orientação dietética e tratamento médico adequado, poderiam melhorar os resultados do tratamento para estes pacientes. As patologias ou disfunções da articulação temporomandibular que exigem a cirurgia, muitas vezes coexistem com más oclusões e deformidades músculo- esqueléticas. A relação entre cirurgia ortognática e disfunção da ATM tem sido extensivamente estudada e continua a ser objeto de discussão. Embora alguns pesquisadores acreditem que somente a cirurgia ortognática ajude na redução de sintomas da ATM, outros têm mostrado que o desempenho da cirurgia ortognática, na presença de disfunção da ATM, provoca efeitos deletérios a mesma. Recomendações
  • 43. 43 de que, concomitantemente cirurgia ortognática e da ATM nos casos em que ambos os tipos de cirurgia são necessários tem sido um assunto de debate 35. Duas filosofias muito diferentes existem no tratamento de doentes que necessitem de cirurgia ortognática que pré-existe uma disfunção da ATM: a primeira são aqueles que defendem que a cirurgia ortognática é suficiente para a correção das disfunções da ATM; a segunda, as que defendem que a correção dos problemas da ATM devem ser corrigidos antes ou ao mesmo tempo com a cirurgia ortognática. A primeira filosofia é baseada no conceito de que, o estabelecimento de harmonia oclusal, leva a resolução dos sintomas da ATM. A segunda filosofia baseia-se em estudos que mostram que, a menos que a patologia da ATM seja corrigida, a cirurgia ortognática só provoca efeitos negativos na mesma, resultando em instabilidade oclusal e esquelética, agravamento da disfunção, aumento dos níveis de dor, e a possibilidade de absorção condilar. As ATMs são a base para a cirurgia ortognática, e se a correção cirúrgica de qualquer patologia da ATM é necessária, a cirurgia da ATM deve ser realizada antes ou no mesmo tempo que a cirurgia ortognática. Assim, os resultados em relação à estabilidade oclusal, articular, redução ou eliminação da dor, são mais previsíveis 36. Vantagens de uma abordagem em um estágio (ATM & Ortognática) são as seguintes: 1) uma única anestesia geral; 2) as estruturas da mandíbula como oclusão, ATM, e músculos são equilibradas ao mesmo tempo; 3) o tempo total de tratamento é reduzido; 4) as sequelas indesejáveis que podem ocorrer com somente a cirurgia ortognática (dor, disfunção da ATM, reabsorção condilar, maloclusão e assim por diante) são reduzidas e, uma má oclusão secundária a cirurgia de reposicionamento do disco da ATM pode ser evitada 35.
  • 44. 44 As desvantagens da cirurgia combinada ( ATM & Ortognática) incluem o seguinte: 1) o paciente está sob anestesia geral por um longo tempo; 2) a operação é mais estressante e cansativa para o cirurgião e 3) a cirurgia combinada é tecnicamente mais difícil de realizar do que cirurgia isolada de ATM e/ou ortognática. Outros riscos potenciais e complicações de procedimentos combinados incluem aderências e fibrose da ATM, diminuição da função da mandíbula e da amplitude dos movimentos, má oclusão, infecção e dor residual 35 . Segundo Mercuri (1998; 2006), 9;11 independentemente do que é reconstruída a ATM, se com material aloplástico, autógeno ou alógeno, os objetivos do tratamento são os seguintes: 1) reduzir o sofrimento do paciente e melhorar a função da ATM; 2) reduzir deformidades; 3) conter custo e tratamento excessivo e 4) evitar a morbidade5;9. Um dado importante é que, em pacientes com história de mais de quatro anos de sintomas nas ATMs, a taxa de sucesso para cirurgia concomitante da ATM e ortognática caiu substancialmente para 60%. Isto é provavelmente devido a deterioração contínua, a distorção do disco articular e alterações degenerativas associadas com o côndilo e fossa glenóide. Nickerson e Boerin (1989) têm mostrado que o deslocamento do disco articular leva a uma cascata de eventos que resultam em alterações como doenças artríticas na ATM e que quanto mais cedo o disco é reposicionado, menores alterações degenerativas e maiores são as chances de bons resultados 35. Ao longo do tempo as tentativas de reconstrução da ATM com enxerto costocondral foi o tratamento de escolha para maioria dos cirurgiões maxilofaciais. Saeed e Kent (2003) 36 observaram que os pacientes com diagnóstico pré-operatório de anquilose tiveram maiores complicações com enxerto costocondral e mais cirurgias, do
  • 45. 45 que os pacientes com outras indicações. Eles também descobriram que a reanquilose é um grande problema após o enxerto costocondral, mesmo seguindo um rigoroso protocolo de tratamento. Em um estudo onde compara reconstrução da ATM com material autógeno ou aloplástico, realizado por Saeed et al (2002) 37 observaram que, ambos os grupos apresentaram melhora em seus sintomas, mas, os pacientes do grupo autógeno, foram mais ré-operados10;33. A reconstrução aloplástica da articulação é uma solução biomecânica para as patologias anatômicas graves das articulações. A utilização de materiais autógenos sempre que possível, devem ser preferidos. Segundo Mercuri (2006), as indicações para reconstruções aloplásticas das articulações são: 1) anquilose ou re-anquilose com severas anormalidades anatômicas; 2) a falha de enxerto autógeno em pacientes que têm submetido a várias operações. Em seu trabalho, Robert Marx (1994) 38 relatou que capilares possuem a capacidade de penetrar uma espessura máxima de tecido fibroso de 180 a 220µm de tecido, e que múltiplas cirurgias apresenta 440µm de espessura. Isto pode explicar a observação clínica que enxertos de tecidos autógenos, tais como costocondral e enxerto esternoclavicular falharam em pacientes com vários procedimentos cirúrgicos. Para o sucesso do enxerto autógeno, é necessário um local receptor bastante vascularizado. As cicatrizes que se desenvolvem em pacientes que sofreram vários procedimentos cirúrgicos, não fornecem um ambiente propício ao sucesso de um enxerto autógeno. Mercuri (2006) relata que exitem alguns trabalhos de recontrução da ATM com enxerto livre microvascularizado de metatarso-falangel e de ilíaco, porém nenhum trabalho publicado demostrou sucesso em longo prazo11. Henry e Wolford (1993) relataram menor sucesso com enxerto de tecido mole e ósseo em pacientes que tiveram
  • 46. 46 instalação de Proplast-Teflon na ATM. Falha de Proplast-Teflon resulta em grave mutilação anatômica da articulação dificultando a adaptação e fixação dos materiais autógenos nos remanescentes da fossa e do ramo. Além disso, o trabalho de Henry e Wolford (1993) indica que a reconstrução com materiais autógenos são menos previsível em tais casos10; 11; 13. Severas doenças inflamatórias na ATM, tais como artrite reumatóide, que resulta na mutilação anatômica dos componentes articulares e incapacidade funcional, normalmente têm os melhores resultados com substituição aloplástica da ATM 11. Segundo Mercuri (1998), as contra-indicaçãoes relativas à utilização de materiais aloplásticos na reconstrução da ATM são: 1) pacientes em crescimento: Esses materiais, ao contrário de tecido autógeno, são inertes e não apresenta potencial de crescimento, os benefícios de usá-los em pacientes em crescimento devem ser considerados com cuidado; 2) falta de compreensão por parte do paciente e em pacientes psicologicamente despreparados para lidar com a perda definitiva de uma parte do corpo; 3) pacientes que não conseguem entender que a revisão e / ou substituição cirurgia no futuro pode ser necessária; 4) pacientes com expectativas irreais de completo alívio da dor e função normal da mandíbula após reconstrução aloplástica da ATM; 5) pacientes que se submeteram a múltiplas cirurgias nas ATM e exigem um aconselhamento pré-psicológico para que possam aceitar as limitações de uma nova cirurgia; 6) patologias de base descompensadas; 7) alergia aos materiais que são usados em dispositivos a serem implantados e 8) infecção ativa no local a ser implantado 11. Vantagens da reconstrução aloplástica da ATM são: 1) início da fisioterapia imediatamente após a cirurgia; 2) capacidade de a mandíbula funcionar imediatamente
  • 47. 47 após o implante é essencial em casos de doenças graves de anatomia articular. Isto ocorre porque a função muscular em tais casos tem sido comprometida pelo tempo. Salter (1993), em seu trabalho, mostrou que contínuos movimentos passivos após a cirurgia ortopédica articular, tem mostrado uma importante melhora no resultado funcional da cirurgia articular; 3) ausência de local doador secundário, menor tempo cirúrgico; 4) menor morbidade; 5) menores custos cirúrgicos, mesmo quando o custo do dispositivo é elevado. Isto se deve a ausência de sítio doador secundário e porque os cirurgiões articulares estejam familiarizados com a tecnologia de placas e parafusos apresentando maior experiência devido a suas experiências com dispositivos no tratamento de casos de trauma e cirurgia ortognática, e também devido o tempo cirúrgico real ser geralmente diminuído. Materiais aloplásticos podem ser construídos de tal forma a imitar os contornos normais das estruturas anatômicas que serão substituídas e que, muitas vezes, será mais bem adaptados e fixados às superfícies ósseas, o que não pode ocorrer nos enxertos autógenos. Eles, portanto, podem ser estabilizados melhor do que os materiais autógenos e o paciente pode ser autorizado a iniciar ativamente os movimentos mandibulares após a cirurgia o que não acontece nos 39 casos como reconstrução com enxerto autógeno costocondral onde Kaban (2009) sugere o bloqueio maxilo-mandibular por 10 dias. Em casos de mutilações graves, como a completa destruição da fossa glenóide ou processo zigomático do osso temporal, um design personalizado completo da fossa que inclui estas estruturas podem ser construídas 11;13;39. Desvantagens da reconstrução aloplástica da ATM são: 1) custo das próteses; 2) material aloplástico é geralmente mais caro do que o tecido autógeno. No entanto, o procedimento cirúrgico para obtenção do tecido autógeno, envolve um tempo cirúrgico
  • 48. 48 extra e um potencial maior para morbidade e possíveis complicações na área doadora, bem como um aumento do tempo de internação hospitalar. Quando estes fatores são levados em consideração, o custo global de implantes aloplásticos pode ser inferior ao custo de enxerto autógeno; 3) falha do material e desgaste. A biomecânica aloplástica não é como tecido biológico. Pode haver uma necessidade no futuro, de uma revisão cirúrgica dos componentes dos implantes articulares, ou mesmo para a substituição do implante, por conta do desgaste de material ou falha ao longo do tempo; 4) estabilidade em longo prazo. Parafusos podem-se soltar com a função e tempo, e assim, exigir a sua substituição. Atualmente, os parafusos de fixação dos componentes fossa ao arco zigomático e do componente côndilo-ramo é a forma mais previsível de estabilização que foi desenvolvido na história das reconstruções aloplásticas. A estabilidade de uma articulação aloplástica não depende apenas da fixação, mas também sobre a adaptação dos implantes ao osso em que ele é fixado. Assim, quanto maior a adaptação, mais estável será os implantes e sua sobrevida em função; 5) incapacidade de acompanhar o crescimento de um paciente. Dispositivos aloplásticos geralmente não são utilizados nos pacientes em crescimento; sua utilidade em tais pacientes é limitada porque eles não vão acompanhar o seu crescimento. Os benefícios da sua utilização em tais pacientes devem ser cuidadosamente ponderados 11. Critérios de sucesso para dispositivos aloplásticos articulares são: 1) os materiais devem ser biocompatívies; 2) dispositivos devem ser confeccionados para resistir a toda gama de cargas distribuídas pela função articular; 3) os dispositivos devem ser estáveis in situ. A movimentação de uma prótese de reconstrução sobre cargas funcionais ou parafuncionais fará com que o osso circundante se degenere, levando a um maior afrouxamento do dispositivo e, finalmente, ao fracasso; 4) a
  • 49. 49 cirurgia de implantação da prótese deve ser realizada quando as indicações adequadas estão presentes, e for realizada em condições assépticas 11. Em resposta às questões levantadas sobre o uso de Proplast/Teflon na ATM, um workshop foi convocado pela Associação Americana de Cirurgiões Oral e Maxilofacial (AAOMS) em novembro 1992. Nessa oficina, os resultados foram publicados no Jornal de Cirurgia Oral e Maxilofacial. Sendo assim, as recomendações para manejo de pacientes com implantes aloplásticos em ATM são: 1) com relação ao Silastic, foi consenso dos participantes do workshop que, não deve mais ser usado como uma interposição de material na ATM, exceto nos casos em que é necessário para prevenir a recorrência de anquilose. Foi uma grande diversidade de opiniões sobre o uso temporário de Silastic após discectomia, no entanto, no início em 1993, foi interrompida a produção e venda do Silastic devido ao grande numero de complicações quando utilizado como substituto do disco articular; 2) com relação à Proplast/Teflon: foi consenso dos participantes do seminário que o uso deste implante de interposição deve ser interrompido porque o material é inadequado para essa finalidade; 3) com relação a substituição aloplásticas total da ATM, foi consenso dos participantes do seminário que, em pacientes com doença extensa da ATM, a substituição aloplástica total da articulação deve ser considerada uma opção. Os participantes argumentaram que, por não existir resultados em longo prazo com os dispositivos aloplásticos, estes devem ser usados somente após a sua segurança e eficácia serem estabelecidas pela Food and Drug E.U.Administration (FDA) 11. Segundo Wolford et al. (2003), há muitos fatores conhecidos que contribuem para o sucesso ou insucesso das próteses totais articulares. A dificuldade surge quando se tenta minimizar esses fatores. Esses fatores incluem: 1) hipersensibilidade ao metal;
  • 50. 50 2) prótese com micromovimentos; 3) afrouxamento dos componentes protéticos; 4) desgaste do material, avaria e/ou corrosão; 5) biocompatibilidade e compatibilidade funcional entre os materiais; 6) reação de corpo estranho de células gigantes (FBGCR); 7) falha da prótese; 8) contaminação bacteriana; 9) desenvolvimento de osso heterotópico em torno dos revestimentos protéticos 4. Mercuri et al. (2003), relataram que Bourne (1997)28 sugere que as indicações de revisão de implantes aloplásticos para reconstrução totais da ATM deve ocorrer quando: 1) falha do componente ou entre os componentes; 2) quebra de um ou mais componentes e /ou parafusos de fixação; 3) afrouxamento asséptico; 4 ) infecção sub- aguda ou crônica; 5) osteólise; 6) fratura óssea periprotética e 7) anquilose 5. Um importante, mas geralmente ignorado fator que contribui para falha do implante metálico é sensibilidade alérgica ao metal. Hipersensibilidade pode estar presente antes da cirurgia ou se desenvolver após a colocação do implante. Geralmente, algumas pessoas são conhecidas por terem hipersensibilidade ou alergia a vários metais. Esta hipersensibilidade (do tipo IV, hipersensibilidade tardia) pode levar a alteração no resultado cirúrgico. Os metais mais comuns em desencadear uma reação alérgica são o níquel e cromo, assim, torna-se uma contra-indicação provável a utilização de componente protéticos a base desses materiais 4. Wolford (1997)41 realizou um estudo avaliando a eficácia do enxerto autógeno de gordura ao redor do complemento condilar da prótese da articulação temporomandibular (ATM). Sua intenção foi de prevenir a formação de fibrose e osso heterotópico e determinar os seus efeitos sobre a mobilidade articular pós-operatória. Ele concluiu que seu uso parece minimizar a ocorrência de fibrose articular excessiva e
  • 51. 51 calcificação heterotópico, consequentemente, fornecendo melhor amplitude nos movimentos articulares 41;42. A irradiação da área operada dentro de 4 dias da reconstrução protética do quadril, é uma prática comum e parece oferecer um meio eficaz de controlar formação de osso heterotópico em ortopedia. No entanto, irradiação local da ATM, levanta preocupações em relação a seus efeitos sobre estruturas vitais adjacentes (olhos, cérebro, ouvido médio, glândula parótida) e pode ser ineficaz por causa da abundante vascularização da face. Embora não foi observada diferença significativa no trabalho de Wolford (1997) 41 nos pacientes que se submeteram a radioterapia pós-operatóira após substituição protética articular, entre os grupos controle e experimental nos níveis de dor ou na percepção dos pacientes sobre a sua função da mandíbula, diferença estatisticamente foi observada nas medições da amplitude de movimento mandibular Wolford et al (1997) . Rattan (2006), relata uma técnica de obtenção de gordura (Coxim) facilmente abordada por meio do mesmo acesso pré-auricular usado para a exposição da ATM. A justificativa para colocação de gordura ao redor da articulação é obliterar o espaço morto ao redor da articulação, evitando assim a formação e organização do hematoma. Esta técnica pode isolar qualquer tecido ativo residual como periósteo, resposta inflamatória aos detritos de desgaste de implantes aloplásticos que falharam nas articulações que apresentam fibrose devido a múltiplas cirurgias, diminuindo assim as chances de fibrose e formação óssea42. Como opção de tratamento de tumores, traumas, anquilose e doença articular degenerativa da ATM, Schwartz et al.(2008) 43 realizaram distração osteogênica para recosntrução da ATM. Eles obteveram sucesso de 7 a 59 meses de acompanhamento no
  • 52. 52 tratamento de 12 pacientes com 13 ATMs recontruídas. Somente ocorreu degeneração novamente, em um côndilo recontruído em um paciente com AR34. Segundo Schwartz (2009)44, a distração osteogênica é uma técnica muito eficaz que oferece uma alternativa ao enxerto ósseo autógeno e substituição total por prótese articular, onde foram observadas formações de fibrocartilagens na extremidade do coto côndilo recostruído. A engenharia de tecido cartilaginoso parece ser uma opção de tratamento recém introduzida nas estratégias de reconstrução da cartilagem para curar defeitos cartilaginosos na ATM. Mais avançadas e complexas opções terapêuticas (engenharia da cartilagem extracorpórea, engenharia genética), não atingiram o nível de ensaios clínicos, mas pode ser abordado em um futuro próximo. A engenharia de tecidos de cartilagem como nova opção de tratamento são relatadas por Naujoks et al.(2008) 45. Segundo Mercuri (1995), uma das lições que todos os envolvidos na área desafiadora e complexa do manejo de problemas articulares, é que devemos nos tornar menos limitados na nossa abordagem a este problema. Temos de nos tornar mais familiarizado com os nossos colegas em cirurgia ortopédica e engenharia biomédica que estão investigando a substituição da articulação e biomateriais. A leitura de sua literatura e recorrer à sofisticada tecnologia que estão disponíveis para estudar a cinesiologia e fisiologia articular. Mas acima de tudo, precisamos compreender nossas limitações para lidar com dor crônica e da ATM 8.
  • 53. 53 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.RANIERI R.F.P.; GARCIA A.R.; JUNQUEIRA J.M.P.C.; VEDOVELLO FILHO M. Avaliação da presença de disfunção temporomandibular em crianças: RGO, Porto Alegre, v. 55, n.3, p. 229-237, jul./set. 2007. 2. MOLINARI F.; MANICONE P.F.; RAFFAELLI L.; RAFFAELLI R.; PIRRONTI T.; BONOMO L. Temporomandibular Joint Soft-Tissue Pathology, I: Disc Abnormalities. Elsevier Inc. All rights reserved. doi:10.1053/j.sult.2007.02.004. 3. GUARRDA-NARDINI L.; MANFREDINI D.; FERRONATO G.Temporomandibular joint total replacement prosthesis: current knowledge and considerations for the future. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 37: 103–110, 2008. 4. WOLFORD L.W; DINGWERTH D.J.; TALWAR R.M, PITTA M.C. Comparison of 2 Temporomandibu a Joint Total Joint Prosthesis Systems. J. Oral Maxillofac. Surg. 61:685-690, 2003. 5. MERCURI L.G.; ANSPACH W.E. Principles for the revision of total alloplastic TMJ prostheses. Int. J. Oral Maxillofac. Surg.; 32: 353–359, 2003. 6. DRIEMEL O.; BRAUN S.; MULLER-RICHTER U.D.A.; BEHR M.; REICHERT T.E.; KUNKEL M.; REICH R. Historical development of alloplastic temporomandibular joint replacement after 1945 and state of the art. Int. J. Oral Maxillofac. Surg.; 38: 909– 920, 2009. 7. MERCURI L.G.; WOLFORD L.W.; SANDERS B.; DEAN WHITE R.; HURDER A.; HENDERSON W. Custom CAD CAM Total Temporomandibular Joint Reconstruction System:Preliminary Multicenter Report. J Oral Maxillofac. Surg. 53:106-115, 1995 8. MERCORI L.G. Discussion: Evaluation of Temporomandibular Joint Prostheses: Review of the Literature From 1946 to 1994 and Implications for Future Prosthesis Designs. J Oral Maxillofac. Surg. 53:996-997, 1995. 9. MERCORI L.G. Alloplastic temporomandibular joint reconstruction. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology v. 85, n.6. 1998. 10. WESTERMARK A, KOPPEL D, LEIGGENER D,. Condylar replacement alone is not sufficient for prosthetic reconstruction of the temporomandibular joint. Int. J. Oral Maxillofac. Surg.; 35: 488–492, 2006. 11. MERCURI L.G,. Total Joint Reconstruction Autologous or Alloplastic. Oral Maxillofacial Surg Clin N Am 18.; 399–410, 2006.
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