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@ Eu fui até a porta e a abri, um homem entrou passando, correndo e por trás
dele, apareceu Mellany.
— Temos problemas.
— Este homem...
— Não! Vem comigo!
Ela puxou Tom e eles correram novamente pela escada azul, não havia mais
som, tudo estava em silêncio. Havia um círuculo e muitos murmúrios.
— Makeyourdie.
— É. Aquele homem estava indo vomitar, espero que você não tenha a mesma
reação.
Eles ultrapassaram o círculo e Tom viu a coisa mais horrível, um homem
esquartejado.
— Vamos para casa... acho que acabou por aqui.
— Tom mas...
— Você quer ficar?
— Porque não vamos para um lugar mais tranquilo, um restaurante.
— Ótimo. Faremos isso.
E os dois saíram da boate.

@ Mellany e Tom pegaram outro taxi e seguiram para um restaurante bom em
uma rua desconhecida. Eles conseguiram uma vaga, e se sentaram. Mellany
pediu cogumelos e Tom pediu lasanha.
— Wow. Outra morte. — Exclamou ele pesadamente.
— Você parece estar tenso. Tem algum problema?
— Não Mel... nada. É só... esquece
Os pratos chegaram.
— Me conte, você pode desabafar comigo.
— É sério, não é nada.
— Se você está dizendo.
Eles começaram a comer ruidosamente. Mellany não gostava do silêncio e nem
da tensão de Tom, então, começou a falar.
— Sabe... nós podemos nos esconder no estacionamento segunda e matar a
aula de trigonometria.
Tom quase engasgou com a lasanha ao ouvir isso.
— Você está falando sério?
— Nunca estive falando tão sério em toda a minha vida.
— Pensei que você fosse uma viciada na matéria.
— Pois é, eu sou.
Eles riram e ela começou a comer mais rápido.
— Estou com frio, eu quero ir para casa.
— Mas acabamos de chegar.
— Eu sei...
@ Ele pediu a conta e após pagar, eles se retiraram do restaurante. O táxi não
demorou a chegar, e deixou Mellany na sua casa.
— Tchau Tom, obrigada pela noite. — Disse Mellany com um sorriso torto no
rosto, ela saiu do táxi e o mesmo foi para a casa de Tom.
Ao descer do táxi também, Tom entregou uma nota de cem ao homem e pegou
o troco, entrou no apartamento, chamou o elevador e subiu para o 12° andar.
Estava tudo vazio e era cena de filme de terror. Ele abriu a porta de sua casa e
entrou. A TV estava ligada. Ele esperou ouvir algum comentário irônico de seu
pai, mas ele devia ter cochilado, riu e foi até a TV, a iluminação das imagens
identificou uma sombra diferente largada ao chão. Ele franziu o cenho e se
aproximou ruidosamente.
— Pai! — Chamara ele, acreditando que o mesmo estava no sofá. — Pai, tem
alguém aqui em casa!
Ele se aproximou cada vez mais da sombra, e o choque foi ainda maior. Seu pai
não estava no sofá, era ele que estava largado ao chão. Tom se desesperou e
correu para o corpo frio e imóvel do pai no chão. Botou o ouvido no peito do
pai, fechou os olhos, as lágrimas caíam duras, molhavam seu rosto e o deixavam
em estado de profunda depressão, sentiu as costelas serem esmagadas e o ar
lhe faltar. Observou o corpo do pai, e concluiu: "makeyourdie!" Ele tinha certeza
que fora praga do chefe dele, que logo o demitira. Isso não podia estar
acontecendo para ele. Sua respiração ficou ofegante, os braços tremularam e
tombaram, ele caiu sobre o corpo do pai.

@ Quando deu duas horas da manhã, a mãe de Tom o acordou, ele acabara por
adormecer no corpo do pai, ela havia acabado de chegar da enfermaria.
— Isso não pode estar acontecendo Tom! — Gritara ela várias e várias vezes. —
Diz que isso é mentira Tom, DIZ!
Mas não era, Paul estava mesmo morto.
ㅤ ㅤㅤ
No domingo pela manhã, o clima era horrível no apartamento de Tom, a mãe
dele estava ajeitando tudo para o velório e o enterro, e não fora trabalhar, e de
dois em dois minutos, ela tinha crise de choro. Era triste para Tom aceitar que
seu pai se fora, e ele tinha suspeita de quem entrara neste site. Mas isto era
algo pendente, afinal, se esta pessoa se confessasse, ela iria morrer da mesma
forma... ele iria vingar o seu pai com o mesmo remédio.
ㅤ ㅤㅤ
Quando a tarde chegou, Spettlia, a mãe de Tom, sentou-se na janela da sala,
doze metros abaixo dela, e ela ali a deriva, olhando para o nada, segurando com
força no parapeito para não cair. Tom fez o mesmo na janela do quarto, e ele
descobriu como isso era bom.
ㅤ ㅤㅤ
Pela noite, mãe e filho deprimidos, fizeram um jantar e sentaram-se, não
ligaram TV's, não se falaram.
Estavam deprimidos demais para isso. Enfim era a hora de ir dormir. Amanhã
seria o velório e o enterro.

@ Na segunda pela manhã, Tom se vestiu todo de preto e foi ao velório do pai,
com todas as palavras bonitas, ele observou sua mãe chorar, e acompanhou o
seu ritmo. As lágrimas desciam sem ele querer. Ele sentia um grande nó na
garganta ao ouvir o nome de seu pai, e isto o deixava aflito por algum motivo.
Ele segurou o caixão do pai para levá-lo ao velório. Ele caminhou por todos os
lugares e enfim chegou ao cemitério, o corpo foi deixado em um buraco recém-
escavado, o cheiro de terra dominava suas narinas, era tudo muito recente,
estranho, para ele. Sentiu as narinas captarem um cheiro estranho, mas
ignorara. O "padre" chegara e novamente falar as palavras bonitas e então, com
um último suspiro, todo o caixão afundar na terra, ele saiu do cemitério de
mãos dadas com sua mãe.
— Ele se foi.
— Ele está em algum lugar melhor.
— Eu espero isso.
Tom cerrou os punhos.

@ No dia seguinte, a terça ensolarada, Tom saiu para a escola com uma
monotonia que ele não conhecia. Quando entrou nos terrenos da escola, era
cedo demais, ele sentou-se no banco e ficou vendo o nada. Mellany não
demorou a sentar-se ao seu lado.
— Eu tive que fugir sozinha ontem. — Comentou ela áspera.
— Sério? Meu pai morreu. — Disse ele.
Ela ficou branca, a cor se esvaiu de seu rosto. Tom deu um risinho.
— Não se preocupa com isso. Nem eu mesmo acredito.
— Tom... meus pêsames.
— Tudo bem... Mel... tudo bem.
— De que ele morreu?
— Makeyourdie . com.
Mellany ficou mais branca ainda, seu rosto morreu na hora.
— Mellany, se eu te dissesse que eu sei quem fez isso com meu pai, você me
ajudaria a honrar o nome dele?

@ Mellany engoliu em seco.
— Sim claro.
— Me encontre hoje a tarde em frente ao clube da cidade, eu quero sua ajuda
para uma coisa...
— Ok.
Tom soprou um beijo de leve para ela.
Ansioso, pelo o que ele faria pela tarde, Tom não foi para a aula, ele se
escondeu no estacionamento, e pelo resto da manhã, ficou imaginando
mentalmente, como seria a cena do que ele faria de tarde. Quando os alunos
começaram a serem liberados, ele foi para casa na multidão, tomou um banho
rápido e correu para o clube. Lá, ele mergulhou na piscina e esclareceu as coisas
que aconteciam em sua vida, aceitou a morte do pai, embora isso lhe trouxesse
dor, concluiu mentalmente que Mellany iria morrer, e que ele iria matar uma
pessoa hoje. Mas então, com todas as verdades a tona, ele se sentiu mais
solitário do que nunca. E quando a sua única e atual amiga morresse? Sua mãe,
ele mal via! O que iria acontecer com ele então? Desesperado por este fato, ele
saiu da piscina vestiu a roupa e foi esperar Mellany na porta do clube. Ele teria
que tomar providências!

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  • 1. @ Eu fui até a porta e a abri, um homem entrou passando, correndo e por trás dele, apareceu Mellany. — Temos problemas. — Este homem... — Não! Vem comigo! Ela puxou Tom e eles correram novamente pela escada azul, não havia mais som, tudo estava em silêncio. Havia um círuculo e muitos murmúrios. — Makeyourdie. — É. Aquele homem estava indo vomitar, espero que você não tenha a mesma reação. Eles ultrapassaram o círculo e Tom viu a coisa mais horrível, um homem esquartejado. — Vamos para casa... acho que acabou por aqui. — Tom mas... — Você quer ficar? — Porque não vamos para um lugar mais tranquilo, um restaurante. — Ótimo. Faremos isso. E os dois saíram da boate. @ Mellany e Tom pegaram outro taxi e seguiram para um restaurante bom em uma rua desconhecida. Eles conseguiram uma vaga, e se sentaram. Mellany pediu cogumelos e Tom pediu lasanha. — Wow. Outra morte. — Exclamou ele pesadamente. — Você parece estar tenso. Tem algum problema? — Não Mel... nada. É só... esquece Os pratos chegaram. — Me conte, você pode desabafar comigo. — É sério, não é nada. — Se você está dizendo. Eles começaram a comer ruidosamente. Mellany não gostava do silêncio e nem da tensão de Tom, então, começou a falar. — Sabe... nós podemos nos esconder no estacionamento segunda e matar a aula de trigonometria. Tom quase engasgou com a lasanha ao ouvir isso. — Você está falando sério? — Nunca estive falando tão sério em toda a minha vida. — Pensei que você fosse uma viciada na matéria. — Pois é, eu sou. Eles riram e ela começou a comer mais rápido. — Estou com frio, eu quero ir para casa. — Mas acabamos de chegar. — Eu sei...
  • 2. @ Ele pediu a conta e após pagar, eles se retiraram do restaurante. O táxi não demorou a chegar, e deixou Mellany na sua casa. — Tchau Tom, obrigada pela noite. — Disse Mellany com um sorriso torto no rosto, ela saiu do táxi e o mesmo foi para a casa de Tom. Ao descer do táxi também, Tom entregou uma nota de cem ao homem e pegou o troco, entrou no apartamento, chamou o elevador e subiu para o 12° andar. Estava tudo vazio e era cena de filme de terror. Ele abriu a porta de sua casa e entrou. A TV estava ligada. Ele esperou ouvir algum comentário irônico de seu pai, mas ele devia ter cochilado, riu e foi até a TV, a iluminação das imagens identificou uma sombra diferente largada ao chão. Ele franziu o cenho e se aproximou ruidosamente. — Pai! — Chamara ele, acreditando que o mesmo estava no sofá. — Pai, tem alguém aqui em casa! Ele se aproximou cada vez mais da sombra, e o choque foi ainda maior. Seu pai não estava no sofá, era ele que estava largado ao chão. Tom se desesperou e correu para o corpo frio e imóvel do pai no chão. Botou o ouvido no peito do pai, fechou os olhos, as lágrimas caíam duras, molhavam seu rosto e o deixavam em estado de profunda depressão, sentiu as costelas serem esmagadas e o ar lhe faltar. Observou o corpo do pai, e concluiu: "makeyourdie!" Ele tinha certeza que fora praga do chefe dele, que logo o demitira. Isso não podia estar acontecendo para ele. Sua respiração ficou ofegante, os braços tremularam e tombaram, ele caiu sobre o corpo do pai. @ Quando deu duas horas da manhã, a mãe de Tom o acordou, ele acabara por adormecer no corpo do pai, ela havia acabado de chegar da enfermaria. — Isso não pode estar acontecendo Tom! — Gritara ela várias e várias vezes. — Diz que isso é mentira Tom, DIZ! Mas não era, Paul estava mesmo morto. ㅤ ㅤㅤ No domingo pela manhã, o clima era horrível no apartamento de Tom, a mãe dele estava ajeitando tudo para o velório e o enterro, e não fora trabalhar, e de dois em dois minutos, ela tinha crise de choro. Era triste para Tom aceitar que seu pai se fora, e ele tinha suspeita de quem entrara neste site. Mas isto era algo pendente, afinal, se esta pessoa se confessasse, ela iria morrer da mesma forma... ele iria vingar o seu pai com o mesmo remédio. ㅤ ㅤㅤ Quando a tarde chegou, Spettlia, a mãe de Tom, sentou-se na janela da sala, doze metros abaixo dela, e ela ali a deriva, olhando para o nada, segurando com força no parapeito para não cair. Tom fez o mesmo na janela do quarto, e ele descobriu como isso era bom. ㅤ ㅤㅤ Pela noite, mãe e filho deprimidos, fizeram um jantar e sentaram-se, não ligaram TV's, não se falaram.
  • 3. Estavam deprimidos demais para isso. Enfim era a hora de ir dormir. Amanhã seria o velório e o enterro. @ Na segunda pela manhã, Tom se vestiu todo de preto e foi ao velório do pai, com todas as palavras bonitas, ele observou sua mãe chorar, e acompanhou o seu ritmo. As lágrimas desciam sem ele querer. Ele sentia um grande nó na garganta ao ouvir o nome de seu pai, e isto o deixava aflito por algum motivo. Ele segurou o caixão do pai para levá-lo ao velório. Ele caminhou por todos os lugares e enfim chegou ao cemitério, o corpo foi deixado em um buraco recém- escavado, o cheiro de terra dominava suas narinas, era tudo muito recente, estranho, para ele. Sentiu as narinas captarem um cheiro estranho, mas ignorara. O "padre" chegara e novamente falar as palavras bonitas e então, com um último suspiro, todo o caixão afundar na terra, ele saiu do cemitério de mãos dadas com sua mãe. — Ele se foi. — Ele está em algum lugar melhor. — Eu espero isso. Tom cerrou os punhos. @ No dia seguinte, a terça ensolarada, Tom saiu para a escola com uma monotonia que ele não conhecia. Quando entrou nos terrenos da escola, era cedo demais, ele sentou-se no banco e ficou vendo o nada. Mellany não demorou a sentar-se ao seu lado. — Eu tive que fugir sozinha ontem. — Comentou ela áspera. — Sério? Meu pai morreu. — Disse ele. Ela ficou branca, a cor se esvaiu de seu rosto. Tom deu um risinho. — Não se preocupa com isso. Nem eu mesmo acredito. — Tom... meus pêsames. — Tudo bem... Mel... tudo bem. — De que ele morreu? — Makeyourdie . com. Mellany ficou mais branca ainda, seu rosto morreu na hora. — Mellany, se eu te dissesse que eu sei quem fez isso com meu pai, você me ajudaria a honrar o nome dele? @ Mellany engoliu em seco. — Sim claro. — Me encontre hoje a tarde em frente ao clube da cidade, eu quero sua ajuda para uma coisa... — Ok. Tom soprou um beijo de leve para ela. Ansioso, pelo o que ele faria pela tarde, Tom não foi para a aula, ele se escondeu no estacionamento, e pelo resto da manhã, ficou imaginando mentalmente, como seria a cena do que ele faria de tarde. Quando os alunos
  • 4. começaram a serem liberados, ele foi para casa na multidão, tomou um banho rápido e correu para o clube. Lá, ele mergulhou na piscina e esclareceu as coisas que aconteciam em sua vida, aceitou a morte do pai, embora isso lhe trouxesse dor, concluiu mentalmente que Mellany iria morrer, e que ele iria matar uma pessoa hoje. Mas então, com todas as verdades a tona, ele se sentiu mais solitário do que nunca. E quando a sua única e atual amiga morresse? Sua mãe, ele mal via! O que iria acontecer com ele então? Desesperado por este fato, ele saiu da piscina vestiu a roupa e foi esperar Mellany na porta do clube. Ele teria que tomar providências!