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@ Tom encarou ela, tendo certeza de que seu queixo estava no chão. Ele a
olhou e comentou em sua defesa:
— Eu não uso máscaras, elas fazem cócegas.
O resto da aula fora silencioso. Tom ficara com raiva e quando o sinal batera, ele
correra para a aula de química, a ousadia da menina era enorme que, ele se
esquecera de seu plano, ao ouvir o professor Galileu falar, ele se recompôs, se
lembrou do que iria fazer. O sinal novamente tocara, e ele saíra, fora para o
estacionamento, embora não tivesse carro. Ali era um lugar legal para se
pensar, era vazio, tinha cheiro de gasolina. Ficou sentado ali pelo resto da tarde,
ate que decidiu ir para o clube. Era fato que a natação ajudava sua cabeça a
esclarecer várias coisas que ele não tinham respostas. Mas o dia no clube só o
deixara mais tenso, ansioso pelo dia seguinte, e também formulou várias
perguntas na sua cabeça: quem controlava o makeyourdie? Que super-
computador tinha todos os dados? Com essas perguntas, ao anoitecer ele
voltou para casa e se sentou diante de seu computador, analisou o site do
makeyourdie por completo, fez uma pesquisa no google, mas nãp haviam
indícios de nada. Quando ele ia fechar a página e ir dormir, ele leu uma notícia
urgente em um site. Postada a dois segundos atrás, ela dizia: "URGENTE!
Makeyourdie vira epidemia e é motivo de pânico", este era o título, curioso, ele
leu toda a manchete no site: "Nesta tarde de quinta-feira os peritos e os
policiais confirmaram: a epidemia makeyourdie pode fazer a raça humana se
auto- exterminar! O professor Charles Hopkins afirma que, todos os policiais
tentaram tirar o site do ar, mas isto foi tarefa impossível. Os humanos agora
dependem de si próprios para sobreviver, eles precisam se auto-ajudar, pois se
a guerra continuar. Não vai demorar muito para todos estarem mortos."

@ Na escola no dia seguinte, Tom não estava somente decidido a falar com ela,
mas faria com que ela falasse com ele, antes do começo da aula, ele arrastou
sua mochila até o banco onde ela estava sentada, próxima ao estacionamento.
— Eu já tirei a minha máscara.
— Eu não te vi com seus amigos hoje. — Retrucou ela.
— Não estou falando com eles.
— Porque?
Esta pergunta deixou Tom em uma saia justa! O garoto largou a mochila no
banco e sentou-se sem pedir permissão.
— Brigas. — Respondeu ele por fim, sem dar mais descrições.
— Porque vocês brigaram?
Tom bufou de asco, a curiosidade daquela garota lhe faria deixar escapar a
verdade, e isto não era bom para ninguém.
— Competições. Coisas de meninos.
— Sei... é, parece que você quer tirar a máscara, mas ela está grudada em você.
— Olha só, suas metáforas não são atraentes, e é minha vez de falar, você
nunca vai conseguir falar com um menino se for assim.
— Eu não mudo pelos outros.
Tom ficou sem falar, era como um crivo no qual ele havia se metido, não tinha o
que falar. A sineta tocou bem na hora.
— Eu te vejo.
E foi embora.

@ Tom rumou para a aula de biologia, o professor o encarou de forma
misteriosa. Ele não deu atenção, somente se sentou, estava perdido em
pensamentos. A aula seguiu da forma mais monótona possível. Ele encarou o
professor por um instante e depois, desviou o seu olhar para a página em
branco do caderno. "Porque ela não fala comigo?", pensou ele. De repente, um
grito feminino encheu os ouvidos de todos, eram agoniantes e terríveis. Ele
correu para fora da sala no mesmo instante em que o professor mandou todos
ficarem quietos. Ele seguiu o grito que não parava e foi até o estacionamento,
onde uma garota estava agarrada na grade, muita gente tentava soltá-la. Tom
ficou aliviado por não ser Mellany, mas com medo porque o que ele lera no site
estava se realizando, ela não estava ferida, então só podia ser obra do terrível
makeyourdie. Ele se aproximou da rodinha em volta dela, os professores
tentavam tirá-la da grada mais ela só gritava e pedia por socorro. Ele foi até
Daniel que estava parado ali com os olhos arregalados.
— O que houve?
— Ela chegou correndo aqui e grudou na grade gritando.
— O que diabos está acontecendo?
— Eu acho que ela está sufocando com tanto ar que está entrando pela boca
dela.
O berro da menina era terrível. O diretor da escola chegou na rodinha no
mesmo instante, Tom se virou para vê-lo.
— Mas o que diabos é isso aqui.
— Makeyourdie . com — Tom murmurou baixinho, para ele mesmo.

@ Tom contornou até perto da garota, seu ouvido pulsava, ele olhava fixo para
ela.
— Fique conosco. — Ele pediu balançando o corpo da garota. Um professor
tentou impedi-lo. Ele se virou áspero para o mesmo e disse: — Cale a boca!
O professor o ignorou e tentou o puxar para longe, ele segurou na grade
também, ele sentia total vontade de ajudar a salvar aquela garota.
— Cale a boca garota! Feche a boca! — Ele deu um soco forte nas costelas da
garota e a mesma pegou uma última lufada de ar e fechou a boca, olhando para
ele assustada e agradecida ao mesmo tempo. Todos ficaram surpresos. Tom
rapidamente se explicou:
— Meu pai é médico, e se ela estava sufocando com tanto ar que ela estava
engolindo, não se sabe porque, eu soquei as costelas dela e todo o ar foi filtrado
devido a puta falta de ar que ela deve ter sentido. Ou algo assim.
Todos bateram palmas para Tom, e a garota se levantou.
— Obrigada.
— Não há de que.
Ela sorriu para todas e inspirou profundamente, então ela caiu de joelhos e
começou a se debater, gritando.
— Chute as costelas dela!
— Você tá maluco?
Tom ficou agoniado, não tinha solução, experimentos médicos não evitavam a
morte da pessoa, não havia saida.
A garota gritante, não demorou a ter a boca seca e os lábios pararam, ela
sufocou e morreu.

@ Ele olhou o cadáver da desconhecida ali no chão. Era fato que não havia
salvação, então era impossível fazer isso com Mellany. Ele seguiu de cabeça
baixa para fora do estacionamento e sentou-se em um banco. Não iria conseguir
salvar ela! Era uma promessa particular, havia apostado sua vida nisso, e ele iria
mesmo tentar de tudo. Ele tentara na verdade... Alguém se sentou ao seu lado,
e ele virou a cabeça para ver, era Mellany.
— Foi lindo ver você tentar salva-la.
— Foi horrível.
— Você mostrou quem você é de verdade. — Ela falou com ternura.
— Me poupe de seus discursos metafóricos! Eu não quero saber. Eu não
consegui salvar a garota em total agonia.
Ele se levantou e andando.
— Ela ficou grata a você — Disse Mellany correndo desajeitada atrás dele. —
Você tirou-a da agonia por alguns minutos.
— E surpresa! Ela novamente ficou agoniada. Me deixe sozinho por favor.
Tom sabia que fazendo isso, ele estava indo contra os seus princípios, que
diziam que ele deveria se aproximar de Mellany, mas ele não havia salvo a
estranha, e isso era o fato que comprovava que não havia maneira de salvar
alguém do makeyourdie.
E Mellany iria morrer da forma mais brutal de todas, nada poderia impedir.

@ Quando Tom chegou em casa, seu pai estava sentado no sofá, por um
milagre. Ele franziu o cenho ao notar que o pai estava com o olho roxo.
— Pai?! — Perguntou ele. — O que houve com você?
— Eu briguei no trabalho. Com meu chefe! Fui demitido! — Disse ele com raiva.
— Porque diabos você fez isso? — Perguntou Tom exasperado.
— Ele me provocou, falou da minha mulher, falou da sua mãe.
— Que viado.
— Pois é. — Disse ele... — Mas, ele deu este soco quando eu chutei ele, depois
que ele me socou eu chutei ele mais três vezes, quebrei o nariz dele e abrir uma
fratura na cabeça dele.
— Nossa pai, você é o máximo. — Tom falou com desânimo.
Ele foi para a cama e não demorou a adormecer, a sua série de pesadelos
terríveis logo o encontraram, e ele viu a morte de Mellany novamente, mas
desta vez, ela morrera como a menina que ele não conseguira salvar. Ao
despertar pela manhã, ele sabia que não poderia deixar sua missão morrer,
teria que continuar tentando. Ele apostara a sua vida nisso não é?

@ Era sexta. Tom foi para a escola mais animado porque no fim de semana teria
um descanso no fim de semana, poderia sair e se divertir. Abrir a mente para
paquerar e enfim deslocar de si esta tensão. Ele chegou na escola e sentou-se
no mesmo banco com Mellany, como no dia anterior.
— Olá. — Ele falou de modo gentil.
— Você tem TB? — Perguntou ela.
— Tuberculose? — Ele a encarou.
— Não... — Mellany virou-se para ele áspera. — Transtorno Bipolar
— Ah... entenda Mell, ontem eu estava mal. Eu já tirei a máscara se lembra? Só
mostrei os meus sentimentos.
— Mell? Que intimidade é esta garoto? — Ela ficou enfurecida.
— Calma Mellany, é só um apelido.
— Vou deixar passar, mas não somos amigos. Não me venha com apelidos.
Afinal, eu nem ao menos sei seu nome.
— Thomas, mas não me chame assim, eu sou Tom. — Ele deu um sorrisinho
leve.
— Ok Thomas. Não somos amigos, eu já disse que não quero ter intimidade com
você. Então não me chame de Mel, e eu não te chamo de Tom. :]
— Mas eu gosto do apelido. — Disse Tom, sorrindo.
A sineta tocou.
— Tchau Thomas.
Ele se levantou e foi atrás dela.
— Quer sair comigo no sábado a noite?

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Epidemia Makeyourdie ameaça estudantes

  • 1. @ Tom encarou ela, tendo certeza de que seu queixo estava no chão. Ele a olhou e comentou em sua defesa: — Eu não uso máscaras, elas fazem cócegas. O resto da aula fora silencioso. Tom ficara com raiva e quando o sinal batera, ele correra para a aula de química, a ousadia da menina era enorme que, ele se esquecera de seu plano, ao ouvir o professor Galileu falar, ele se recompôs, se lembrou do que iria fazer. O sinal novamente tocara, e ele saíra, fora para o estacionamento, embora não tivesse carro. Ali era um lugar legal para se pensar, era vazio, tinha cheiro de gasolina. Ficou sentado ali pelo resto da tarde, ate que decidiu ir para o clube. Era fato que a natação ajudava sua cabeça a esclarecer várias coisas que ele não tinham respostas. Mas o dia no clube só o deixara mais tenso, ansioso pelo dia seguinte, e também formulou várias perguntas na sua cabeça: quem controlava o makeyourdie? Que super- computador tinha todos os dados? Com essas perguntas, ao anoitecer ele voltou para casa e se sentou diante de seu computador, analisou o site do makeyourdie por completo, fez uma pesquisa no google, mas nãp haviam indícios de nada. Quando ele ia fechar a página e ir dormir, ele leu uma notícia urgente em um site. Postada a dois segundos atrás, ela dizia: "URGENTE! Makeyourdie vira epidemia e é motivo de pânico", este era o título, curioso, ele leu toda a manchete no site: "Nesta tarde de quinta-feira os peritos e os policiais confirmaram: a epidemia makeyourdie pode fazer a raça humana se auto- exterminar! O professor Charles Hopkins afirma que, todos os policiais tentaram tirar o site do ar, mas isto foi tarefa impossível. Os humanos agora dependem de si próprios para sobreviver, eles precisam se auto-ajudar, pois se a guerra continuar. Não vai demorar muito para todos estarem mortos." @ Na escola no dia seguinte, Tom não estava somente decidido a falar com ela, mas faria com que ela falasse com ele, antes do começo da aula, ele arrastou sua mochila até o banco onde ela estava sentada, próxima ao estacionamento. — Eu já tirei a minha máscara. — Eu não te vi com seus amigos hoje. — Retrucou ela. — Não estou falando com eles. — Porque? Esta pergunta deixou Tom em uma saia justa! O garoto largou a mochila no banco e sentou-se sem pedir permissão. — Brigas. — Respondeu ele por fim, sem dar mais descrições. — Porque vocês brigaram? Tom bufou de asco, a curiosidade daquela garota lhe faria deixar escapar a verdade, e isto não era bom para ninguém. — Competições. Coisas de meninos. — Sei... é, parece que você quer tirar a máscara, mas ela está grudada em você. — Olha só, suas metáforas não são atraentes, e é minha vez de falar, você nunca vai conseguir falar com um menino se for assim. — Eu não mudo pelos outros.
  • 2. Tom ficou sem falar, era como um crivo no qual ele havia se metido, não tinha o que falar. A sineta tocou bem na hora. — Eu te vejo. E foi embora. @ Tom rumou para a aula de biologia, o professor o encarou de forma misteriosa. Ele não deu atenção, somente se sentou, estava perdido em pensamentos. A aula seguiu da forma mais monótona possível. Ele encarou o professor por um instante e depois, desviou o seu olhar para a página em branco do caderno. "Porque ela não fala comigo?", pensou ele. De repente, um grito feminino encheu os ouvidos de todos, eram agoniantes e terríveis. Ele correu para fora da sala no mesmo instante em que o professor mandou todos ficarem quietos. Ele seguiu o grito que não parava e foi até o estacionamento, onde uma garota estava agarrada na grade, muita gente tentava soltá-la. Tom ficou aliviado por não ser Mellany, mas com medo porque o que ele lera no site estava se realizando, ela não estava ferida, então só podia ser obra do terrível makeyourdie. Ele se aproximou da rodinha em volta dela, os professores tentavam tirá-la da grada mais ela só gritava e pedia por socorro. Ele foi até Daniel que estava parado ali com os olhos arregalados. — O que houve? — Ela chegou correndo aqui e grudou na grade gritando. — O que diabos está acontecendo? — Eu acho que ela está sufocando com tanto ar que está entrando pela boca dela. O berro da menina era terrível. O diretor da escola chegou na rodinha no mesmo instante, Tom se virou para vê-lo. — Mas o que diabos é isso aqui. — Makeyourdie . com — Tom murmurou baixinho, para ele mesmo. @ Tom contornou até perto da garota, seu ouvido pulsava, ele olhava fixo para ela. — Fique conosco. — Ele pediu balançando o corpo da garota. Um professor tentou impedi-lo. Ele se virou áspero para o mesmo e disse: — Cale a boca! O professor o ignorou e tentou o puxar para longe, ele segurou na grade também, ele sentia total vontade de ajudar a salvar aquela garota. — Cale a boca garota! Feche a boca! — Ele deu um soco forte nas costelas da garota e a mesma pegou uma última lufada de ar e fechou a boca, olhando para ele assustada e agradecida ao mesmo tempo. Todos ficaram surpresos. Tom rapidamente se explicou: — Meu pai é médico, e se ela estava sufocando com tanto ar que ela estava engolindo, não se sabe porque, eu soquei as costelas dela e todo o ar foi filtrado devido a puta falta de ar que ela deve ter sentido. Ou algo assim. Todos bateram palmas para Tom, e a garota se levantou. — Obrigada.
  • 3. — Não há de que. Ela sorriu para todas e inspirou profundamente, então ela caiu de joelhos e começou a se debater, gritando. — Chute as costelas dela! — Você tá maluco? Tom ficou agoniado, não tinha solução, experimentos médicos não evitavam a morte da pessoa, não havia saida. A garota gritante, não demorou a ter a boca seca e os lábios pararam, ela sufocou e morreu. @ Ele olhou o cadáver da desconhecida ali no chão. Era fato que não havia salvação, então era impossível fazer isso com Mellany. Ele seguiu de cabeça baixa para fora do estacionamento e sentou-se em um banco. Não iria conseguir salvar ela! Era uma promessa particular, havia apostado sua vida nisso, e ele iria mesmo tentar de tudo. Ele tentara na verdade... Alguém se sentou ao seu lado, e ele virou a cabeça para ver, era Mellany. — Foi lindo ver você tentar salva-la. — Foi horrível. — Você mostrou quem você é de verdade. — Ela falou com ternura. — Me poupe de seus discursos metafóricos! Eu não quero saber. Eu não consegui salvar a garota em total agonia. Ele se levantou e andando. — Ela ficou grata a você — Disse Mellany correndo desajeitada atrás dele. — Você tirou-a da agonia por alguns minutos. — E surpresa! Ela novamente ficou agoniada. Me deixe sozinho por favor. Tom sabia que fazendo isso, ele estava indo contra os seus princípios, que diziam que ele deveria se aproximar de Mellany, mas ele não havia salvo a estranha, e isso era o fato que comprovava que não havia maneira de salvar alguém do makeyourdie. E Mellany iria morrer da forma mais brutal de todas, nada poderia impedir. @ Quando Tom chegou em casa, seu pai estava sentado no sofá, por um milagre. Ele franziu o cenho ao notar que o pai estava com o olho roxo. — Pai?! — Perguntou ele. — O que houve com você? — Eu briguei no trabalho. Com meu chefe! Fui demitido! — Disse ele com raiva. — Porque diabos você fez isso? — Perguntou Tom exasperado. — Ele me provocou, falou da minha mulher, falou da sua mãe. — Que viado. — Pois é. — Disse ele... — Mas, ele deu este soco quando eu chutei ele, depois que ele me socou eu chutei ele mais três vezes, quebrei o nariz dele e abrir uma fratura na cabeça dele. — Nossa pai, você é o máximo. — Tom falou com desânimo. Ele foi para a cama e não demorou a adormecer, a sua série de pesadelos terríveis logo o encontraram, e ele viu a morte de Mellany novamente, mas
  • 4. desta vez, ela morrera como a menina que ele não conseguira salvar. Ao despertar pela manhã, ele sabia que não poderia deixar sua missão morrer, teria que continuar tentando. Ele apostara a sua vida nisso não é? @ Era sexta. Tom foi para a escola mais animado porque no fim de semana teria um descanso no fim de semana, poderia sair e se divertir. Abrir a mente para paquerar e enfim deslocar de si esta tensão. Ele chegou na escola e sentou-se no mesmo banco com Mellany, como no dia anterior. — Olá. — Ele falou de modo gentil. — Você tem TB? — Perguntou ela. — Tuberculose? — Ele a encarou. — Não... — Mellany virou-se para ele áspera. — Transtorno Bipolar — Ah... entenda Mell, ontem eu estava mal. Eu já tirei a máscara se lembra? Só mostrei os meus sentimentos. — Mell? Que intimidade é esta garoto? — Ela ficou enfurecida. — Calma Mellany, é só um apelido. — Vou deixar passar, mas não somos amigos. Não me venha com apelidos. Afinal, eu nem ao menos sei seu nome. — Thomas, mas não me chame assim, eu sou Tom. — Ele deu um sorrisinho leve. — Ok Thomas. Não somos amigos, eu já disse que não quero ter intimidade com você. Então não me chame de Mel, e eu não te chamo de Tom. :] — Mas eu gosto do apelido. — Disse Tom, sorrindo. A sineta tocou. — Tchau Thomas. Ele se levantou e foi atrás dela. — Quer sair comigo no sábado a noite?