SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 28
Downloaden Sie, um offline zu lesen
  ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ § £ ¨ ©  
- Revista Cafeicultura |

        !    # $ !    %  !     '
    %       ( $    ) 0  ! 
1  ! 2 !   3   4  ! $ ) ) 
1  ! 5 $ ) %  4 $ 6 ! 
7 8 9 @ A B C D E F 8 G H I 9 A P 8 Q 8 G R G @ 8 S @ D T A U A V
W
D
W
8 R Q D X R 8 G @ Y I
W
8 C I S ` 8 9 P a S C A D
8 G @ 9 D @ b P A C D
c
I U 8 @ A Q 7 I S d R S @ R 9 D U
W
I e 8 9 C D
W
I
W
I
7 D f b 8 Q g P I G @ I
W
8 h i p q
r $ 6  s    5 $ ! !    t   $  !  u
   %   v ! $ 0 $ ! !   !   w !  %  )
5  ( x %   ( $ ! $       %   w !  %  )
   %  )       #  %  $ !     %
7 I S y 8 C A
W
D € I 9 G R D G f I S @ 8 G
W
8  P R D G
Q A S 8 9 D A G H € I G G R A R Q D C I Q T A S D E Y I
€ D 9 D € 9 I
W
R E Y I
W
8 C D f b G 8 G € 8 C A D A G ‚
g S A Q D A G G Y I Q D U @ 9 D @ D
W
I G € D 9 D € 9 I
W
R V
ƒ
A 9 C D f b Q D A G C D 9 I
W
I Q R S
W
I
1  ! „  % $  … $ 0 
† ‡ ˆ ‰ ‡ ˆ  ‘ ‡ ’ “ ” ” •
– 0  )  3  — s    5  ) 4  ! 6 $  2  )  '
  0      5  ( $ $  ! 
S
eguindo os caminhos abertos pela Região do Cerrado Minei-
ro, a Mantiqueira de Minas está prestes a ser a primeira re-
gião cafeeira com Denominação de Origem. Graças trabalho
realizado por um grupo de pesquisadores coordenados pelo
professor Flávio Meira Borém, que realizou um trabalho de rara com-
plexidade e detalhamento, que envolveu diversas competências em
torno de um foco de pesquisa comum. Vimos nesta edição uma serie
de matérias que tratam da certificação e a produção de cafés especiais.
Vemos também que nem sempre é 100%, que enfoca o atual momen-
to da utilização e formação de blends pelas indústrias de torrefação.
Com enforque no mercado de cafés, temos uma analise muito bem
embasada de Celso Vegro sobre o desenho míope do mercado de cafés.
E temos uma analise completa do mercado de café no mês de Agosto .
Republicamos uma reportagem da BBC que flagrou cenas de cruelda-
de com animais durante a produção de um tipo de café considerado o
mais caro do mundo. Com enfoque técnico temos um artigo que trata
da utilização da cal virgem dolomitica no Cafeeiro.
Saudações cafeeiras e boa leitura !
˜
| Revista Cafeicultura -
™ d e f g h i j f k l m n
N
as últimas semanas de
agosto, devido à en-
trada de frentes frias, a
temperatura no Mato
Grosso e no Paraná ficaram abai-
xo da média do período, sendo que
neste último foi registrado inclusive
a ocorrência de geadas, que de al-
gum modo prejudicou o trigo de
inverno. Todavia, na última semana
a colheita de trigo de inverno foi
favorecida pelo calor, que foi mais
marcante nas regiões do Sul, assim
como também na parte central do
Brasil.
Nas últimas semanas em
quase todo o país, com exceção do
Rio Grande do Sul e do Litoral Nor-
destino, as chuvas foram poucas,
sendo o período considerado mais
seco e quente contribuindo para o
final da colheita do Café no Sul de
Minas e em São Paulo, onde tam-
bém favoreceu a colheita e o plantio
da cana.
Ao longo do mês de agos-
to a temperatura da superfície do
Oceano Pacífico apresentou pou-
quíssima variação assegurando a
continuidade da neutralidade do
ENOS (EL Niño Oscilação Sul), ou
seja, sem ocorrência do fenômeno
El Niño, caracterizado por tempe-
raturas anormalmente quentes, ou
La Niña, caracterizado por tempe-
raturas anormalmente frias, na re-
gião equatorial do Oceano Pacifico.
Situação essa que deve permanecer
ainda pelos próximos meses.
Tal condição favorece a
ocorrência da normalidade climáti-
ca para as estações do ano no Brasil.
Todavia, com a chegada da prima-
vera, no dia 22 de Setembro, às 17 h
44 (horário de Brasília) - (Equinó-
cio de Primavera), marcando o fim
do inverno 2013, é esperado para o
mês de outubro que as chuvas ocor-
ram acima da média para a região
Central, Metropolitana de Belo Ho-
rizonte, Norte e Noroeste de Minas
Gerais. O mês deve, entretanto, ser
mais chuvoso nas regiões do Jequi-
tinhonha, Vale do Mucuri e Vale do
Rio Doce em Minas, assim como no
Noroeste e Litoral Norte do Espírito
Santo.
Considerada como estação
climática de transição, é nesta esta-
ção que a mudança no regime de
chuvas e temperatura é mais mar-
cante, pois é o período em que au-
mentam a ocorrência de chuvas em
forma de pancadas, principalmente
no final do dia, sendo também o pe-
ríodo de chuvas mais intensas com
maior ocorrência de descargas elé-
tricas, os raios.
Apesar de ainda não ter
iniciado a primavera, quando tem
início a estação chuvosa para a
maior parte do país, nas últimas
semanas as chuvas no nordeste tem
favorecido o solo aumentando as
reservas hídricas para as culturas do
cacau e da cana, que normalmente
ocorre a partir de setembro. Para o
início da primavera há probabilida-
de de que as chuvas ocorram acima
da média normal do período na
região de Alta Floresta, na porção
norte do Mato Grosso e no Panta-
nal Sul Matogrossense, no Médio
Araguaia, no nordeste do Mato
Grosso, e na porção mais a Oeste do
Paraná o que irá favorecer o plantio
da soja no Paraná e Mato Grosso do
Sul a partir de outubro.
A maior probabilidade de
que as chuvas ocorram abaixo da
média é para as regiões do Baixo
Amazonas e Sul de Roraima, Centro
Norte e Norte do Piauí, bem como
a Leste do Maranhão, Litoral norte
do Rio Grande do Sul e Santa Cata-
rina.
A probabilidade de que
as temperatura fiquem acima da
média são para todo o Nordeste
do Brasil com exceção do Oeste do
Maranhão e da porção Centro Sul
da Bahia, assim como para o Je-
quitinhonha, em Minas, e a porção
Norte do Espírito Santo.
Temperaturas abaixo da
média poderão ocorrer na região de
Presidente Prudente, em São Paulo,
bem como a porção Leste e Sudoes-
te do Mato Grosso do Sul.
Para o cafeicultor, o mo-
mento é de atenção com o manejo
preventivo de doenças do cafeeiro
comuns do período, entre as quais
está a Phoma, que acontece prin-
cipalmente em regiões de maior al-
titude com umidade mais elevada,
como ocorre em parte do Espírito
Santo e a Região da Zona da Mata
Mineira, onde essa doença tem apa-
recido com grande frequência.
O uso de fungicidas para
controle dessa doença deve ocorrer
logo após as primeiras chuvas, que
são os períodos de maior incidência
das doenças,e continuado pelos três
meses seguintes. A ocorrência des-
sas reduz a produção da planta pois
provoca a morte dos botões florais,
das brotações novas, queda dos
chumbinhos, produzindo a chama-
da “roseta banguela” além da má
granação dos frutos devido à des-
folha da planta. A análise e o prog-
nóstico climático aqui apresentado
foram elaborados com base na esta-
tística e no histórico da ocorrência
de fenômenos climáticos globais,
principalmente naqueles atuantes
na América do Sul, e são de caráter
experimental. Foram consideradas
ainda as informações disponibiliza-
das livremente pelo NOAA, Institu-
to Internacional de Pesquisas sobre
Clima e Sociedade - IRI, Met Office
Hadley Centre, Centro Europeu de
Previsão de Tempo de Médio Prazo
- ECMWF, pelo Boletim Climático
da Amazônia elaborado pela Divi-
são de Meteorologia (DIVMET) do
Sistema de Proteção da Amazônia
(SIPAM) e dados climáticos do IN-
MET/INPE.
o p q r s t u v w x s y z p { | s q p } p ~ p  v z v v s | € } ~ p  s ‚ u ƒ ‚ t v ~ „
| s t y u „ q ‚ q … † u v ƒ v t v q ‡ p v p u | ~ ˆ  p ‡ v s † ‚ ‰ | ~ ˆ  p ‡ v y
z v z v | ‚ ~ v Š ‹ o Œ  Ž „ v  † v ~ q x s { ‚ t ‚ { | s q { v } p ~ p  v | ‚ ~ s
† { s p q z ‚  p z s „ | s t | v t ‡ ‚ z ‚ ‡ ‚ t  ‚ p t s { „ z v { p q r s t u v w ‘ ‚ {
v  † p z p { | s q p } p ~ p  v z v { ’
Williams Ferreira1
“ ” • – — ˜ • ™ š › œ š ™  ž Ÿ œ ™   ™ ¡  “ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ™ § œ ” ™ š ”
¢ ¨ œ › ž ” © ” › œ › ª › ¨ ˜ ™ ” « ª ˜ ž ™ © › ª › ¨ ˜ ™
Antônio Alves Pereira2
“ ” • – — ˜ • ™ š › œ š ™  “ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ™ § œ ” ™ š ” ¬ ˜ © › © ” ­ ®
¦ ˜ ™ ¯ ™ © — ™ ” ž   ” • – — ˜ • ™ • ­ › ž ™ ­ — ª © — œ ™ š › ­ ™ ° ±
²
‹ ‚ {  † p { v z s t z v Š u } t v | v ³ Š ‹ o Œ  Ž q v ´ t ‚ v z ‚
o ƒ t s u ‚ ‡ ‚ s t s ~ s ƒ p v ‚ µ ~ p u v ‡ s ~ s ƒ p v „ v ‡ † v | t p q  p | v ~ ¶
u ‚ q ‡ ‚ ‚ u | ‚ {  † p { v {  s ~ ‡ v z v { | v t v s ‡ ‚ u v Œ † z v q w v {
µ ~ p u ´ ‡ p  v { Ž ~ s } v p { ’ · ¸ p ~ ~ p v u { ’ r ‚ t t ‚ p t v ¹ ‚ u } t v | v ’ } t º
s † · ¸ p ~ ~ p v u { ’ r ‚ t t ‚ p t v ¹ ‚ | v u p ƒ ’ } t º
»
‹ ‚ {  † p { v z s t z v Š ‹ o Œ  Ž q v ´ t ‚ v z ‚ ¼ p ‡ s ‡ ‚  q p v „ v ‡ † v
‚ u | ‚ {  † p { v {  s u v  † ~ ‡ † t v z s  v r y ’ · | ‚ t ‚ p t v ¹
‚ | v u p ƒ ’ } t º
½ ¾ ¿ À Á Â Ã Ä À Å Æ Ç È - Revista Cafeicultura | É
A
cafeína é a única droga
psicoativa que pode-
mos usar sem o menor
sentimento de culpa.
Há um ano, fiz essa afirmação
nesta coluna depois de ler um ar-
tigo do The New England Jour-
nal of Medicine, a revista médi-
ca de maior circulação mundial.
Semanas atrás, a Folha resumiu
um estudo publicado na revista
Mayo Clinic Proceedings que
aponta em outra direção.
Com base nessa aparen-
te contradição, João Luiz Neves,
de Curitiba, enviou para o Pai-
nel do Leitor a pergunta a mim
dirigida: E agora, doutor, como
proceder?.
Somos bombardeados
diariamente com mensagens de
saúde conflitantes.A internet está
abarrotada de sites e de e-mails
que se propagam feito vírus, para
exaltar os benefícios do alho, do
limão, da maçã, do tomate orgâ-
nico, da berinjela e até da urino-
terapia. O risco dessas informa-
ções médicas desencontradas é
deixar o leitor descrente de todas.
Por essa razão, e pela
importância do café em nossas
vidas, vou comparar as duas pes-
quisas.
O estudo do New En-
gland foi patrocinado pelos
Institutos Nacionais de Saúde,
dos Estados Unidos. Nele, fo-
ram incluídos 229.119 homens e
173.141 mulheres saudáveis, com
idades entre 50 e 71 anos.
De acordo com o núme-
ro de xícaras tomadas diariamen-
te, o grupo foi dividido em dez
categorias.
Durante os 14 anos de
acompanhamento, foram a óbito
33.731 homens e 18.784 mulhe-
res. Depois de eliminar fatores
como cigarro (especialmente),
sedentarismo e obesidade, ficou
claro haver uma relação inversa:
quanto mais café, menor o nú-
mero de mortes.
Além de diminuir a mor-
talidade geral, tomar café reduziu
o número de óbitos por diabetes,
doenças cardiorrespiratórias, der-
rames cerebrais, ferimentos, aci-
dentes e infecções. As mortes por
câncer não foram afetadas.
O efeito protetor foi dire-
tamente proporcional ao número
de xícaras ingeridas diariamente.
A diminuição mais acentuada da
mortalidade aconteceu no sub-
grupo de seis xícaras ou mais por
dia: redução de 10% nos homens e
15% nas mulheres.
Essa associação foi independen-
te da preferência por café desca-
feinado ou não, sugerindo que a
proteção não ocorre por conta da
cafeína.
Vamos à publicação da re-
vista da Mayo Clinic. Durante 17
anos, foram acompanhados 43.727
participantes. Nesse período, ocor-
reram 2.512 mortes, das quais 32%
por doenças cardiovasculares.
Comparados com os que
não tomavam café, entre os bebe-
dores contumazes do sexo mas-
culino --definidos como aqueles
que consumiam diariamente mais
de quatro canecas de oito onças
(equivalentes a cerca de 240 mili-
litros)-- houve aumento da mor-
talidade geral. Nas mulheres, não
houve diferença estatisticamente
significativa.
Entre os participantes
com menos de 55 anos, no entan-
to, tomar mais do que as quatro
canecas por dia aumentou a mor-
talidade em 56% entre os homens
e 113% entre as mulheres.
Não houve associação entre con-
sumo de café e mortalidade por
doenças cardiovasculares. Nesse
caso, como relacioná-lo com as
mortes por infecções, acidentes
automobilísticos ou câncer?
Na comparação, o pri-
meiro estudo tem evidências mais
confiáveis: incluiu dez vezes mais
participantes, acompanhados por
período semelhante (14 versus 17
anos), que foram divididos em
dez grupos em ordem crescente
da quantidade de café ingerido
por dia. Todos eles se beneficia-
ram.
No segundo estudo, só
tiveram a mortalidade aumenta-
da aqueles que tomavam mais de
quatro canecas de 240 mililitros
por dia. Ou seja, foi prejudicado
apenas quem tomou mais de um
litro por dia, durante 17 anos, em
média.
É inexplicável porque
as mulheres, quando analisadas
globalmente, não apresentaram
mortalidade mais alta, enquanto
no subgrupo com menos de 55
anos o aumento foi de 113%.
O problema com ambos
os estudos é que são retrospec-
tivos: a decisão de tomar ou não
café foi tomada no passado, de
acordo com a vontade pessoal. O
ideal é que fossem prospectivos,
nos quais os participantes seriam
acompanhados só depois de sor-
teados ao acaso para fazer parte
do grupo dos abstêmios ou dos
tomadores de café. Por razões ób-
vias, uma pesquisa com essas ca-
racterísticas jamais será realizada.
Por isso, caro João Luiz,
pode tomar seu café sem remor-
sos. Por via das dúvidas, faça
como eu e todas as pessoas de
bom senso: evite beber mais do
que um litro por dia.
Ê Ë Ì Í Î Ï Ð Ñ Ò Ó Ó Ô Ï Õ Ï Ö Ñ Î × Ø Ö Ù Ø Ö Ñ Ú Ó Î Û Ñ Ò Ø Ü Ý Ó Ë Ñ Ì Î Ó Þ
ß à á â ã ä å
æ ç æ è é ê ë
ê ì í ê î ï ë ð ë ñ é ò ó ì ô
õ
ë ï ö ÷ ì í ë ò
è é ï é ñ é ø ë ò î ï ù é ú ë
è î û ç ø í ë ð ë ñ é ì
è ë ü ë ò ý é ó ì ð è ë
þ ÿ
í ê î ï ô   ë é ø ç
è ë ò ý é ë í î é ï ë ò
í ë ó ï ì ó ì ç î í ó ë
è ì ¡ é è ò í ë
¢
ï ì ò é ð î è ë
ó ï ì £ ì ð ¤ ë î ç
ý ï î ò ¥ è é ë ò ¦ ì ë
§
ø ì ð ò î è î è é ê ì
ì é í è ì ¤ ë ¨ î ô ©
ì ø ó ë ï è ë ð é ù ï ë
 
ò ó ì ú  ë
þ
ì ï ì í 
è é ï ø  
þ
ë ç 
ý ì í ¤ é ì è ì ò

î ó ï ì ò  ô

ò ê ï î ù î
ì ë ò ò  £ ì è ë ò ¦
ì ê ì è ì è ø ì ò
ò î ç ì í ì ò ¦ í ì
ù î ï ò  ë é ç ý ï î ò ò ì
è î

û ð ø ò ó ï ì è ì 
è ì   ë ð ¤ ì è î   ë
õ
ì ø ð ë ô
Drauzio Varella *
| Revista Cafeicultura -
!  # $ %  ' ( $ ) 0 1 2
C
om a plena globalização
dos sistemas agroali-
mentares, o esforço dos
police makers ganhou
imensa complexidade. A finan-
ceirização dos mercados de com-
modities, com a interveniência
de multiplicidade de títulos deri-
vativos, minimizou as possibili-
dades analíticas pautadas exclu-
sivamente pela trajetória de seus
fundamentos (oferta; demanda/
consumo e estoques). Conco-
mitantemente, os formuladores
de políticas públicas se vêem na
condição de arquitetar estratégias
estando permanentemente con-
frontados com Estado que padece
de crise fiscal (amplificadas pelas
ações contracíclicas disparadas
pós-2008) enfrentado, ainda, o
tenso debate sobre reforma tri-
butária em que todos concordam,
porém a análise do gasto público
já demonstrou não haver em que
cortar, pois as despesas públicas
estão justas (amortização + pgto
de juros da dívida interna; benefí-
cios sociais; gastos com educação
e saúde; gestão da máquina públi-
ca, indexação do salário mínimo
ao PIB e investimentos).
Nesse ambiente político-
-econômico surgem demandas de
segmentos produtivos. No agro-
negócio, tais clamores são relati-
vamente freqüentes e, em geral,
aderentes aos ciclos econômicos
específicos de cada produto. Nou-
tros casos são as relações comer-
ciais desproporcionais os desen-
cadeadores do descontentamento
e a mobilização pela tomada de
posição do governo (citricultores
x esmagadoras; pecuaristas x fri-
goríficos; fornecedores x usinei-
ros, etc..).
Em meados de 2011ocor-
reu escalada nas cotações do café
arábica. Desde então o mercado
mergulhou num sem fundo, tra-
zendo apreensão para todos os
cinturões produtores do país. A
gravidade do atual declínio nas
cotações varia conforme a zona
produtiva em que se encontram
os talhões e o perfil tecnológico
adotado nas lavouras: topografia;
mecanização; adensamento e ir-
rigação. Outros fatores são igual-
mente decisivos como: a minucio-
sa gestão dos empreendimentos
(Projeto Educampo do SEBRAE/
MG exibe resultados formidá-
veis na melhoria desse quesito); o
grau de diversificação produtiva
conduzido no estabelecimento; a
participação em organizações so-
ciais (cooperativas e associações)
e, ainda, o reconhecimento de al-
guma das agências certificadoras
(selos) ou de mecanismos de ras-
treabilidade (nucoffee).
Frente à trajetória de
depreciação continuada do pro-
duto, passa a ocorrer legítima
mobilização dos cafeicultores e
de suas lideranças. Produziram-se
manifestações e documentos di-
recionados as esferas de governo,
especialmente, federal. No escopo
desses pleitos, inseriu-se a oferta
pública de contratos de opção de
venda.
As opções são títulos fi-
nanceiros em que se negocia o
direito de comprar ou vender de-
terminado ativo em data futura
por preço predeterminado (preço
de exercício). O comprador - titu-
lar da opção – adquire direito de
exercer sua opção e o vendedor –
lançador – assume a obrigação de
comprar ou vender o ativo caso o
titular venha a exercer sua opção.
O mercado de opções ocorre nos
dias úteis nas bolsas de valores e,
eventualmente, agentes públicos
escolhem esse título na estrutura-
ção de programas de garantia de
preços e/ou de transferência de
renda para os produtores rurais
fragilizados pelos baixos preços
decorrentes ou não do excesso de
produção.
Por intermédio da Porta-
ria Interministerial no 842 publi-
cada no Diário Oficial da União
no 173 de 06/09/2013, desenhou-
-se lançamento de contratos de
opção de venda público opera-
cionalizados pela CONAB com os
seguintes parâmetros: para café
arábica, tipo 6, bebida dura para
melhor com até 86 defeitos, pe-
neira 13, admitindo até 10% de
vazamento e teor de umidade de
até 12,5%, colhido em 2013. Os
compradores das opções serão di-
retamente os cafeicultores ou por
meio de suas cooperativas (cadas-
tro regular no CADIN) com ven-
cimento em 31/03/2014 e a preço
de exercício de R$343,00/sc. Cada
contrato equivale a 100sc (6t).
Para a efetivação dessa política
será disponibilizado o montante
de R$1,050 bilhão (suficiente para
a realização de três pregões com
10 mil contratos cada) oriundo
das Operações Oficiais de Crédito,
na rubrica Formação de Estoques
Públicos.
Detalhes adicionais estão
contemplados na portaria como:
a) estabelecer poder discricio-
nário (MAPA) quanto ao limite
de aquisição de contratos para
os compradores (cafeicultor ou
cooperativa); produto entregue
em sacos (novos ou usados) cujo
3 4 5 6 7 8 9
@ A B C D B E D F G H
I
C G H B H P H D
Q
D R S G D D P T D U
R D B V H W V F P D B S H X
I
C G F Y ` W S ` G a D
b
H Y F D c a c D d
I
S ` a
Y H P H
e
D R f ` F R a c H G
g
F D B S h i Y H c H
p
A
I
U
p
B R S F S ` S H
c D A Y H B H P F a
I
C G h Y H W a
Celso Luis Rodrigues Vegro *
q r s t r u v w x y r €  ‚ ƒ  u w t  „ v
… † ‡ ˆ ‰  ‘ ’ ˆ “ ” • – - Revista Cafeicultura | —
valor será reembolsado pela CONAB
(R$3,0232 e R$3,3880 para as novas e
R$1,9219 e R$2,0328 para as usadas –
para sacaria de juta e malva respectiva-
mente).
Ao contrário do desejável, per-
mitiu-se que as cooperativas adquiris-
sem contratos oferecidos em leilão. No
passado a permissão para que essas en-
tidades participassem de políticas pú-
blicas foi desastrosa e, credita-se a esse
fato, a suspensão definitiva da política
de PEPRO para a cafeicultura. Muito
mais transparente se os leilões fossem
arrematados apenas por cafeicultores
mediante o emprego de seu CPF. So-
mente no exercício desses contratos,
haverá condições de se avaliar o destino
efetivo dado pelas cooperativas aos re-
cursos obtidos com as opções.
O desenho da política, aparen-
temente, carece de ajustes. O mais rele-
vante deles está no preço de exercício,
pois aparentemente não acompanhou
parâmetros indicados pelas cotações fu-
turas (em segunda ou terceira posição)
e tampouco o deságio relativo ao custo
financeiro da estocagem. Assim, anteci-
pa-se ao mercado a decisão política do
gestor em garantir o exercício por parte
dos titulares. Mesmo sendo a CONAB a
entidade mais capacitada no Brasil para
administração dos estoques de alimen-
tos, o recebimento dessa quantidade
de produto poderá gerar dificuldades
logísticas e perdas/deterioração (des-
merecimento) durante o período de seu
carregamento.
O critério adotado no cálculo
do preço de exercício conduz a outra
dificuldade. Serão necessários mais de
um bilhão para a execução plena da
ação estabelecida. Como a decisão po-
lítica depois de ter sido definido o Or-
çamento Geral da União, em que não se
empenhou tal quantia, portanto, não há
como mobilizar tal recurso não estan-
do o mesmo explicitado no orçamento
(empenhado). Acreditar que os police
makers do governo federal tenham as-
sumido postura especulativa, jogando
com a remotíssima possibilidade desses
contratos não entrarem em exercício
por ocasião de seu desfecho, parece hi-
pótese plausível.
Detalhes adicionais consistem
na determinação da tabela de descon-
to relativo ao frete no preço de exercí-
cio segundo a região de originação do
produto e sua distância até o armazém
credenciado. Isso pode trazer insatisfa-
ções dos titulares pois não constava nas
regras da portaria publicada se o preço
de exercício é FOB-armazém. Aquilo
que não está na lei pode ensejar passivos
judiciais. Ademais, não é prática usual
nas opções privadas o reembolso de sa-
carias (novas ou usadas).
Em 13/09/2013, houve o pri-
meiro leilão de opções públicas segun-
do os critérios estabelecidos pela por-
taria. Em 13/08/2013 ocorreu o pregão
em que foram postos a venda 10 mil
contratos (1 contrato = 100sc) sendo
comercializados 8.565, ou seja, 85,6%
do total. Os contratos lançados para os
Estados de Minas Gerais e São Paulo
foram integralmente adquiridos não
havendo demanda nos demais estados
produtores (Espírito Santo, Paraná e
Bahia). O prêmio pago pelo titular3
do
contrato foi de R$171,50/contrato, ou
seja, R$1,715/sc.
Na mesma data do pregão pú-
blico, a BMF negociava os prêmios
para opções de café arábica, entrega em
março de 2014, segundo os seguintes
parâmetros:
“Posição em Nova Iorque para março
no Contrato C4
era em 13/03/2013 de
123,55 ¢USD/lbp que convertido para
R$/sc alcançaria R$372,275
. Desconta-
dos os 15% relativos a qualidade do na-
tural brasileiro (arbitragem), chega-se
a R$316,42/sc. Com o desconto do frete
(média de R$12,00/sc), o valor da opção
seria de R$304,43/sc. Portanto, ajustado
ao mercado o prêmio pago pelo exercício
de posição estabelecida pelo vendedor
a R$343,00/sc seria de R$38,57. Entre-
tanto, nas opções públicas os contratos
foram negociados pelo prêmio simbólico
de R$171,50/contrato, ou seja, R$1,715/
sc, diferença de R$36,85/sc.”
Com o primeiro leilão ten-
do comercializado 8.565 contratos, o
montante em prêmio arrecadado foi de
R$1,47 milhão, quando o esperado se-
ria R$33,04 milhões caso o prêmio fosse
calculado numa operação de mercado.
Assim, embute-se um subsídio disfarça-
do de R$36,85/sc (R$38,57 – R$1,715),
ou, R$3.685,50/contrato, pois foi esse o
valor que os cafeicultores e suas coope-
rativas deixaram de pagar ao lançador
(CONAB). Na verdade cada saca de café
a ser entregue em 31/03/2014 valerá os
R$343,00 do exercício mais a diferença
do prêmio de mercado e o efetivamente
recolhido calculado em R$36,85/sc, re-
sultando em preço final de R$379,85!
A impressão que deixa esse pri-
meiro pregão é a de que os gestores pú-
blicos foram pouco cautelosos na apli-
cação de recursos do tesouro, pois além
de estabelecerem preço de exercício re-
lativamente elevado, aceitaram prêmio
simbólico para a venda dos contratos6
.
Seria mais transparente reabilitar o PE-
PRO oferecendo R$36,85/sc para cada
cafeicultor, diretamente em sua conta
corrente, ao invés de embutir o subsídio
dentro de um prêmio aquém daquele
exigido pelo mercado.
Desenhar políticas públicas
eficazes, eficientes e que contemplem
ampla efetividade consiste no maior dos
desafios atuais para os gestores públi-
cos. Retirar 3 milhões de sacas da safra
2013/14 é esforço louvável, mas poderá
não afetar a ascensão das cotações, pois
há existências decorrentes do financia-
mento da armazenagem do último tri-
mestre de 2012 que se somarão as dis-
ponibilidades da safra cheia de 2014/15,
ou seja, é remota tal possibilidade.
A tarefa de fazer políticas pú-
blicas se torna absolutamente inalcan-
çável se lentes que corrijam eventuais
miopias não sejam empregadas a partir
de abalizados receituários.
1
O autor agradece os comentários e sugestões
do Eng. Agr. Antônio Luis Jamas e do Econo-
mista Felix Schouchana.
2
Não podemos nos opor ao reembolso dos
custos com sacarias, aspecto mais que justo,
porém o objetivo aqui foi alcançar o preço
efetivamente pago pelo produto pela CONAB.
3
Prêmio é o valor da opção negociado entre as
partes.
4
Foi empregado a cotação em Nova Iorque
pela perda de liquidez dos contratos de café
arábica negociados na BMF.
5
Fechamento do câmbio em 13/09/2013 foi de
1US$ = 2,2779R$. 1sc 60kg = 132,276lbp
6
Esse expediente em nada difere do que ocor-
reu nas duas versões anteriores dos leilões de
opções públicas para café. Apenas no primeiro
deles o prêmio ficou ligeiramente acima dos
R$9,00/sc.
˜
| Revista Cafeicultura -
™ d e f g h i j f k l m n
E
ntre Agosto e Setembro
deste ano de 2013 algu-
mas notícias e aconte-
cimentos muito inte-
ressantes passaram quase que
despercebidos pelo agronegócio
café brasileiro.A torrefadora ale-
mã Tchibo foi a primeira com-
pradora de cafés arábica com
o selo “Certifica Minas Café”,
programa governamental coor-
denado pela Secretaria de Es-
tado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais
e executado pela Empresa de
Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater-MG) e pelo Ins-
tituto Mineiro de Agropecuária
(IMA).
Foram 50 mil sacas de
60 quilos, um volume pequeno
se comparado ao volume expor-
tado anualmente pelo estado de
Minas Gerais, mas que pode se
tornar muito significativo na
nova caminhada estratégica que
deverá ser trilhada pelos cafei-
cultores mineiros. Ainda não se
sabe como a identidade “Certi-
fica Minas Café” será utilizada
pela empresa alemã em embala-
gens (e mesmo se será utilizada),
mas pode representar o primeiro
passo para que a origem “Minas
Gerais” chegue ao consumidor
conduzida por um programa
governamental e que represen-
te toda a cafeicultura do estado.
Para constar positivamente na
promoção mineira, as iniciati-
vas das indicações geográficas
do Cerrado Mineiro e da Serra
da Mantiqueira de Minas Gerais
promovem suas regiões especifi-
camente e agregam em sua men-
sagem o “sufixo” Minas Gerais.
O momento é oportu-
no. Outra notícia importante
foi anunciada pela Federação
dos Cafeicultores do Cerrado,
segundo os quais, a expectativa
para 2013 é vender cerca de 100
mil sacas lacradas com o selo
de Indicação de Procedência no
mercado interno e para o exte-
rior. As regiões do Norte Pio-
neiro e da Serra da Mantiquei-
ra de Minas Gerais articulam
sua estrutura para coordenar a
emissão dos certificados, e neste
mês de setembro, o Instituto Na-
cional de Propriedade Industrial
(INPI) anunciou a mais nova
indicação de procedência para o
café, a região Alta Mogiana em
São Paulo. Os projetos da região
do Oeste da Bahia e da Mogiana
de Pinhal em São Paulo também
caminham.
Em termos de marke-
ting estes movimentos são mui-
to significativos, muito mais do
que o diferencial de preço de R$
3,00 a saca pago por ocasião da
exportação do café mineiro com
o selo Certifica Minas Café. No
caso mineiro é ainda mais sig-
nificativo porque na mente de
importadores e consumidores
europeus e estadunidenses a ori-
gem Minas Gerais praticamente
não existe. Quando muito, ve-
mos um “South Minas” (Sul de
Minas) perdido nas prateleiras
de algumas cafeterias. E neste
caso específico, quem promove
a origem é o torrador ou dono
de cafeteria, e não existe nenhum
prêmio pago aos produtores de
café. Os elos mais fortes da ca-
deia se apropriam do valor da
marca de origem.
Já no caso dos cafeicul-
tores da região do Cerrado Mi-
neiro a estratégia é de fortaleci-
mento da marca e ampliação de
mercado, já que gozam de boa
reputação no mercado japonês.
Analisando um pouco mais a
fundo a ação da empresa alemã
Tchibo, vemos que ela adota esta
prática com o Certifica Minas
Café de forma muito estratégi-
ca, já se antecipando ao apagão
de cafés certificados que ocorre-
Paulo Henrique Leme *
o p q r s r t u v r w x y v w z {
| } ~  €  ‚
ƒ „ … † „ ‡ ˆ ‰ Š ˆ … ‹ ‰
Œ 
… „ ‹
 Ž
‡ ‰  ƒ
„ †
Ž 
 „ … …
 Ž 
‰
‘
Œ
ˆ ’ „
Ž
… ˆ

‰

„
“
„

„
Ž
‰ Š

„
”
‰ ’
Ž
‰ … •
–
—
˜ ™
š ›
œ 
ž
›
—
Ÿ
 
¡ ¢
£
— ¤
›
¥
¦
™
§ ¨ © ª « ¬ ­ ® ª ¯ ° ± ² - Revista Cafeicultura | ³
rá no mercado mundial de café
nos próximos anos (a se confir-
mar pela palavra dos torrefado-
res internacionais).Em verdade,
é provavelmente um teste que a
torrefadora realiza para direcio-
nar suas ações futuras. Os olhos
das indústrias internacionais
se voltam para o único país, o
único estado e o único sistema
de certificação que pode em
pouco tempo aumentar signi-
ficativamente a oferta de cafés
sustentáveis no mundo. Uma
oportunidade de ouro para a
nova dinâmica de mercado que
o agronegócio café mineiro e
brasileiro terá que enfrentar.
Os cafés arábicas de
Minas Gerais (25 milhões de
sacas em 2013) deixam grada-
tivamente de ser a base de sus-
tentação do preço internacional
da commodity. Os Robustas
asiáticos, por uma série de fa-
tores, começam a ocupar este
espaço. E nada indica que isto
mudará no curto e médio pra-
´ µ ¶ · ¸ ¹ º µ » ¼ ¶ ½
¾
¸ ¶ µ » ¿
À Á Â Ã Ä Å Á Â À Â Ã
Â Æ Ç È À É Ê Ç Â Æ
Ë Ì
À Ç Á Í Ã Ç Å Î
Ç Ã Ä Â Æ Ï Æ Ä Ç Å
Ì Ð Ñ
Ò
 À Â Ã É Æ
Ì Ó
À
 Á Ç Ô Ã
Ì
Ç À Õ Æ Ç
 Á Ö Ã
Ì
Ç Æ Ç À Å Æ
Ì
à Ç
Â Æ À ×
Ì
Æ Ä Ã × Ø Ï Á Æ
Ï À É Ê Ô
Ì
Ã Ï Á Ç À
Ó
Â Ã Ï Æ Ä Ö Ã
Ì
× Ù Ä
Ñ
Ï Á À Ã Ç Å
Ì
À Å Ê × Á Ï À Ú
Û Ü
Ý
Þ
ß à
Þ á
â ã
ä
å
æ
â ç
è
é ê
Ü
ë
ì
ä
zo. Portanto, uma das alterna-
tivas estratégicas dos “Cafés de
Minas Gerais” é construir um
novo mercado para suas diver-
sas origens e cafés sustentáveis.
Literalmente, construir. As ou-
tras origens brasileiras também
devem trilhar este caminho.
A explosão da coorde-
nação das origens brasileiras
em movimentos regionais, mi-
crorregionais e macrorregio-
nais é um importante fato para
o marketing dos Cafés do Brasil.
Engana-se aquele que pensa que
os movimentos de origem se re-
ferem única e exclusivamente
à Indicação de Procedência ou
Denominação de Origem. Ele é
muito mais profundo.
Durante a I Semana In-
ternacional do Café e 8° Espaço
Café Brasil em Belo Horizonte
o que vimos foi a explosão do
marketing de origens no Bra-
sil. O estandes do Sebrae-MG,
Sebrae Nacional e Ministério
do Desenvolvimento Agrário
(MDA) estavam abarrotados de
origens, micro, macro... Ao gosto
do freguês! Cafés da agricultura
familiar, com origem, as regiões
mineiras, algumas regiões bra-
sileiras, Chapada Diamantina, o
Oeste da Bahia em seu próprio
estande. Além disso, cafeicultores
investiram muito na promoção
de suas fazendas e seus lotes úni-
cos. É a origem brasileira, a iden-
í î ï ð ñ ò ó ô õ ö ÷ ø ù ú ú ÷ ö û ü ý þ ÿ   ¡ õ ü ¢ ù ú £ ö ü û £ ù ù
¤
÷ û ú ¥ ¢ £ ÷ ö ù ¦ ¦ ü ö § ù £ ¨ û © ù ú £ ö ü £ ô © ¨
¤
÷ û ÷   © ö ÷ 
û ù © 
¤
¨ ÷
¤
ü ø ô 
¤
ù ö £ ¨ 
¤
ü   ù ú   ù   ¡   ÷ ö ¨ © ù ¦ ù
¨ û ¨
¤
ü   ù ú © ù ÷ © ö ! 
¤
ü ú ¡  ¦ ü ¨ ¢ # $ % ¢ ù ¦ ù  ü ù ¡
¥ ' ü ¡  ö ( ù ¢ ù ø ÷ û ù # ) 0 1 2 0 3  4  4 1 5 3
tidade dos Cafés do Brasil sendo
construída de forma dispersa,
sem coordenação, mas crescen-
do com força.
E para esta construção,
os diversos atores do agrone-
gócio café precisam de conver-
gência estratégica. O significado
deste termo é emblemático, e
muito diferente do simples ali-
nhamento estratégico, ele signi-
fica que não importa onde este-
jam os produtores, quais sejam
seus interesses, de suas associa-
ções e cooperativas, dos comer-
ciantes de cafés, torrefadores,
governo, instituições governa-
mentais e privadas... Todos pre-
cisam convergir para o mesmo
ponto, para o mesmo objetivo:
estruturar um novo posiciona-
mento para as origens brasilei-
ras no mercado mundial... E na-
cional também!
Para atingir este obje-
tivo, é necessário compreender
como se formam estes mercados
6 ¶ 7 µ 8
¾
8 9 ¸
@ A Ì
Æ Â
Ð B
Á Â Æ Ä À
C
À
B
Ã Ä Â Á Ä D À  Æ
E
Æ Ö F Õ Ä À
Ì
Ã × Á G Æ
 à H
Ì
Ù Ç
A
Æ Ä Å À Ç Õ
Ä Æ Ç
Ð
Í Â Ã I Á Ä À Ç
P
Ã
Ì
À Á Ç Õ À
Ð Ó
À
À Í Å Á Å
Ð
 Ã
Ó
Ê Â Á À
 à Q R S
Ó
À Ï Á
Ó
À
Â Æ Ä
Ò
Ö Ã Í Â Æ
Ó
À
Ì
Õ Æ È À É Ê
T Ó
Ê
Ì
Á Ï Æ Ê
Ð Ó
à U Ï Ã Í Ã Ä Å Ã
Ì
à Ô
Ì
Ã Ç Ã Ä Å À Ä Å Ã
 À V
Ð
À Í Á Â À Â Ã Ã
Â Æ Ï
Ð
Á Â À Â Æ Ä À
Ô
Ì
Æ Â
Ð W
G Æ Â Ã
Ï À É Ê Ç Ã Ç Ô Ã Ï Á À Á Ç
À Â Æ Å À Â À Ä Æ Ç
Ï À É Ã
B
À Á Ç Â Ã
I Á Ä À Ç
P
Ã
Ì
À Á Ç Ú X
de produtos especiais, diferen-
ciados, de origem e sustentáveis.
Compreender a balança
de forças e o modo como os di-
versos atores constroem signifi-
cados para marcas e qualidades
de cafés. Compreender e ofere-
cer ferramentas de marketing
para valorizar a marca na emba-
lagem das indústrias internacio-
nais.
Compreender estes pro-
fissionais de mercado, em seu
dia a dia, como modificam suas
práticas de marketing e de com-
pras para atingir seus diversos e
contraditórios interesses.
Paralelamente, logo ao
lado existem 21 milhões de con-
sumidores brasileiro que tomam
café... E o problema é este. Não
tomam “Cafés de Minas Gerais”,
“o café da Chapada Diamanti-
na”, os cafés de comércio justo e
solidário de Poço Fundo-MG, os
cafés das montanhas capixabas,
ou mesmo o Conilon Especial
do Espírito Santo! Por quê? Café
mineiro só é “bão” nas paradas
da Fernão Dias? Porque os pau-
listanos não tomam o legítimo
café de sua histórica região Mo-
giana?
A cafeicultura brasilei-
ra terá imensos desafios neste
futuro tão próximo. As regiões
produtoras crescem em termos
populacionais e de oportunida-
des de emprego para a já escassa
mão-de-obra. As condições le-
gais de produção apertam o cer-
co. E a concorrência internacio-
nal acirra a queda de braço pelos
preços internacionais. A busca
pela convergência estratégica
deve estar na pauta de todos.
Tomara que em pou-
cos anos possamos marcar este
momento histórico do Certifi-
ca Minas Café como o pequeno
grande passo dos “Cafés de Mi-
nas Gerais”. E marcar a I Semana
Internacional do Café e 8° Espa-
ço Café Brasil como o ponto de
explosão do marketing de ori-
gens dos Cafés do Brasil.
Y ` | Revista Cafeicultura -
a b c d e f g h d i
` Y p
O
anúncio oficial dos
instrumentos de
política cafeeira
que vigorarão na
safra 2013/14 do Brasil, aliado
às previsões de frio intenso na
região Sul do País, ajudaram a
sustentar as cotações do café
arábica na Bolsa de Nova York
na primeira quinzena de agos-
to. No entanto, a forte valoriza-
ção do dólar observada a partir
da terceira semana pressionou
o Contrato C, cujo vencimen-
to setembro encerrou o mês
no patamar de US$ 1,12 por
libra-peso, acumulando per-
das de 650 pontos. O aumento
dos estoques certificados na
ICE Futures US também me-
receu atenção, pois se elevaram
38.345 sacas. Em 31 de agosto,
os estoques certificados soma-
vam 2,79 milhões de sacas, o
maior nível registrado no en-
cerramento de um mês, desde
fevereiro de 2010.
A valorização do dó-
lar é uma tendência mundial,
em função da recuperação da
economia norte-americana
e da proximidade da suspen-
são do programa de estímulos
do Banco Central dos Estados
Unidos. No entanto, em função
das incertezas dos investidores
quanto aos rumos da economia
brasileira, o real foi uma das
moedas que mais se desvalori-
zou ante o dólar, com efeito so-
bre o mercado de café, uma vez
que o Brasil é o maior exporta-
dor mundial dessa commodity.
Na terceira semana de agosto,
o câmbio brasileiro superou a
barreira dos R$ 2,40 e atingiu o
maior fechamento dos últimos
56 meses, no dia 21, a R$ 2,451.
No acumulado do mês, a alta
do câmbio foi de 4,6%.
Houve contenção da
desvalorização do real a partir
de 22 de agosto, com o anún-
cio de um programa do Banco
Central do Brasil, que injetará
US$ 60 bilhões no mercado
até o final de 2013. Os recursos
serão ofertados em leilões diá-
rios até 31 de dezembro, com
o objetivo de reduzir especula-
ções e atenuar a desvalorização
da moeda nacional. Todas as
sextas-feiras serão disponibili-
zados US$ 1 bilhão, com com-
promisso de recompra futura.
De segunda a quinta-feira, a
estratégia do BC será de venda
de títulos, garantindo proteção
às empresas contra variações
bruscas no câmbio. A estra-
tégia teve resultado positivo,
uma vez que o dólar encerrou
o mês abaixo dos R$ 2,40, mes-
mo com a tendência externa de
alta, frente às expectativas de
uma possível operação militar
na Síria.
O mercado futuro da
variedade robusta apresentou
comportamento semelhante
ao do café arábica, com sus-
tentação de preços na primei-
ra quinzena de agosto e forte
desvalorização no segundo
período do mês. O vencimen-
to setembro do contrato 409 da
Bolsa de Londres apresentou
perda acumulada de US$ 124
por tonelada, mesmo com os
estoques certificados atingin-
do o menor nível dos últimos
13 anos (1,32 milhão de sa-
cas). O baixo nível do volume
armazenado é resultado da re-
dução das entregas do café da
Indonésia, cuja produção tem
sido afetada pelas fortes chu-
Material elaborado pela assessoria técnica do Conselho Nacional do Café (CNC).
q r s t u v w x t y €  ‚ - Revista Cafeicultura |  
vas, e também pela retra-
ção de oferta de café do
Vietnã, cujos produtores
tentam negociar prêmios
maiores pela saca. Segun-
do a agência Bloomberg,
os produtores vietnamitas
ainda têm em estoque cer-
ca de 2,3 milhões de sacas
de café da última tempo-
rada. Porém as cotações
futuras antecipam uma
safra abundante no país,
cuja colheita será iniciada
em outubro e as entregas a
partir de novembro.
Estatísticas de ex-
portações mundiais ela-
boradas pela Organiza-
ção Internacional do Café
(OIC) mostram que a de-
manda pelo robusta conti-
nua aquecida. No período
de agosto de 2012 a julho
de 2013 foram exportadas
44,18 milhões de sacas da
variedade, representando
39,2% das exportações
mundiais de café. Nota-se
discreto crescimento da
participação dessa varie-
dade no comércio mun-
dial, pois, no período an-
terior (agosto de 2011 a
julho de 2012), foram ex-
portadas 41,06 milhões de
sacas de robusta (38,5%
das vendas globais de
café).
No mercado do-
méstico, os indicadores
de preços do Centro de
Estudos Avançados em
Economia Aplicada apre-
sentaram tendência de es-
tabilidade para o arábica e
de queda para o conilon,
que tiveram variação de,
respectivamente, -0,1% e
-2,9%, no acumulado do
mês. Como a queda de
preços do robusta foi mais
acentuada, o diferencial de
preços entre as varieda-
des passou de R$ 25/saca,
no início do mês, para R$
38,9/saca, em 30 de agosto.
Quanto ao andamento da
safra brasileira, a Somar
Meteorologia estima que,
até o fim do mês passado,
haviam sido colhidos 80%
dos cafezais em São Paulo
e 78%, em Minas Gerais.
Porém, é grande a preo-
cupação com a perda de
qualidade, já que 30% dos
grãos colhidos apresenta-
vam algum tipo de defeito,
consequência do inverno
chuvoso que predominou
nas origens brasileiras.
Em relação à política ca-
feeira, no mês de agosto
houve a ratificação, pelo
Conselho Deliberativo da
Política do Café (CDPC),
da distribuição dos recur-
sos do Fundo de Defesa da
Economia Cafeeira (Fun-
café) para a safra 2013/14.
Além disso, foram oficial-
mente anunciadas: (i) a
implantação de um pro-
grama de Opções Públicas
de Venda que envolverá 3
milhões de sacas de 60 kg
de café, para exercício em
março de 2014, a um pre-
ço unitário de R$ 343; e
(ii) a destinação de recur-
sos próprios do Banco do
Brasil, a taxa de juros do
crédito rural, no valor de
R$ 1,614 bilhão, conforme
detalhado no Quadro 1.
Em agosto tam-
bém foi iniciado o repasse
dos recursos do Funcafé
aos agentes financeiros.
Dos R$ 3,16 bilhões auto-
rizados, foram liberados
R$ 957,616 milhões no to-
tal do mês. De acordo com
publicações no Diário
Oficial da União, os agen-
tes que assinaram contra-
to com o Departamento
do Café, da Secretaria de
Produção e Agroenergia
do Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abasteci-
mento, foram, por ordem
de tomada de recursos,
Bancoob, Itaú BBA, Ban-
co Votorantim, Rabobank,
Bicbanco, Banco Original,
BPN Brasil e Banco Ribei-
rão Preto. A maior con-
centração da liberação dos
recursos foi para a linha
de estocagem, conforme
pode ser observado nos
gráficos abaixo.
ƒ „ | Revista Cafeicultura -
… † ‡ ˆ ‰  ‘ ’ ˆ
„ “ ƒ ”
A
Região do Cerrado
Mineiro é uma Indi-
cação Geográfica na
Modalidade Indica-
ção de Procedência reconheci-
da pelo Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual – INPI,
a primeira em cafés em todo o
Brasil, tendo este titulo outorga-
do em 2005.
A exemplo das mais
tradicionais regiões de vinhos,
queijos entre outros produtos
europeus, como Bordeaux na
França, Parma na Itália, Ryoja
na Espanha que demarcam e re-
gistram seus territórios pelo re-
conhecimento e valorização de
seus produtos e pessoas,a Região
do Cerrado Mineiro é um terri-
tório demarcado e reconhecido
pela produção de cafés de alta
qualidade, o que lhe possibilitou
portanto o reconhecimento e
notoriedade como Primeira In-
dicação Geográfica em Cafés no
Brasil, a segunda entre todos os
produtos vindo depois do Vale
dos Vinhedos, que é uma Indi-
cação Geográfica para Vinhos.
Essas “porções de terra”
intituladas como Indicação Ge-
ográfica, na França são chama-
das de Terroir. O Terroir é nada
mais que a combinação entre
três fatores: território, homem e
o saber fazer.
O Território diz respei-
to a combinação do clima, solo,
temperatura, altitude, regime de
chuvas e a todas as condições
naturais proporcionadas pela
• – — ˜ ™ d e
f g h i j h k j l m n
o
i m p h n q n
j r l m j s n m r j
t u
m v j s l h i
w
j r j m
u x y
n r n z
{ u |
j l } ~  s n m j z
r n
{
j m m
u
r n €
Juliano Tarabal *
 ‚
ƒ
„
… †
‡ †
ˆ
‚
‰
‰
Š
‡
†
‹
„ Œ
‚
„
‰
†

Ž
„ 

‘
ƒ
Š
’
… †
natureza, que são os fatores eda-
foclimáticos.
O fator homem, diz res-
peito as pessoas que vivem na-
quele território, que carregam
consigo sua cultura, sua tradição
e costumes, os fatores andróge-
nos.
O “saber fazer” diz res-
peito a todo o conhecimento
acumulado do homem que atua
naquele território, que são as
praticas e o processo de produ-
ção que tornam único e singular
o produto produzido naquele
território.
Pois bem, a Região do
Cerrado Mineiro tem todos es-
tes elementos que compões um
nobre terroir: Território, ho-
mem e saber fazer.
Geograficamente, o
Cerrado Mineiro é constituído
de 55 municípios, sendo 170.000
hectares de café em produção,
cerca de 4.500 produtores que
juntos produzem aproximada-
mente 5 milhões de sacas, que
correspondem a 10% da produ-
ção nacional. Nesta área demar-
cada o município de Patrocínio
merece destaque, pois possui
35.000 hectares de café em pro-
dução, que lhe concede o titulo
de maior município produtor de
café do Brasil, sendo hoje refe-
rencia em organização, qualida-
de e produtividade, sendo sede
de importantes empresas e orga-
nizações como EXPOCACCER,
COOPA,Acarpa e Federação dos
Cafeicultores do Cerrado, que é
a Gestora da Região do Cerrado
Mineiro.
A Região do Cerrado
Mineiro é hoje um dos territó-
rios mais importantes e reco-
nhecidos em todo o Brasil, e isso
só foi possível ser construído
pois carregamos conosco as três
características que compõem os
mais nobres terroirs em todo
mundo: Território, homem e sa-
ber fazer.
“ ” • – — ˜ ™ š – › œ  ž - Revista Cafeicultura |  ž
A
tualmente pratica-
mente todas as regi-
ões cafeeiras do Bra-
sil produzem grãos
especiais, como o Cerrado,
Zona da Mata e Sul de Minas
Gerais, Serra do Espírito Santo,
Bahia, São Paulo e Paraná. Se-
gundo Flávio Borém, é possível
encontrar várias definições para
café especial, refletindo muitas
vezes os efeitos da cultura, cos-
tumes e valores de cada povo,
região ou país e estando asso-
ciado ao prazer que a bebida
proporciona. “O café especial é
aquele que se distingue por uma
característica peculiar ou grupo
de atributos singulares possuin-
do, portanto, uma especialidade
ou especificidade na percepção
de seus atributos sensoriais e de
seu sistema de produção. O café
pode ser especial por possuir
sabor e aroma únicos e distin-
tos do café comum, por ser pro-
duzido em sistema orgânico,
ser de origem controlada ou até
mesmo por ser raro e exótico”,
explica.
Segundo dados da
BSCA, a demanda pelos grãos
especiais cresce em torno de
15% ao ano, contra um cresci-
mento de cerca de 2% do café
commodity. O segmento re-
presenta hoje cerca de 12% do
mercado internacional da bebi-
da. O valor de venda atual para
alguns cafés diferenciados tem
um sobrepreço que varia entre
30% e 40% a mais em relação
ao café cultivado de modo con-
vencional. Em alguns casos,
pode ultrapassar a barreira dos
100%.
Segundo o ex-presi-
dente da BSCA, Luiz Paulo Dias
Pereira Filho, os principais mer-
cados consumidores dos cafés es-
peciais brasileiros são, na ordem,
Japão, Estados Unidos e União
Europeia, havendo crescimento
muito grande por parte da Coreia
e Austrália. No que diz respeito
ao consumo interno do produto,
das 19,7 milhões de sacas consu-
midas no mercado interno, um
milhão é de cafés especiais. “O
Brasil está assumindo o posto
de fornecedor de cafés especiais
para o mundo”, garante.
Variedade de regiões,
cultura e sabores
Segundo Borém, a cafei-
cultura brasileira, por sua exten-
são territorial e peculiar variação
ambiental, tem sua produção
distribuída em diferentes regiões
que se distinguem pelas caracte-
rísticas marcantes dos seus am-
bientes, tanto em relação ao meio
físico quanto às condições climá-
ticas e socioeconômicas. “Essas
regiões são marcadas por grandes
variações no solo, na temperatu-
ra, umidade relativa e altitude
fazendo com que a qualidade do
café possua expressões distintas”,
destaca.
Recentemente, novas
tendências têm demandado a
garantia da originalidade geo-
gráfica dos produtos agrícolas.
“Esses são os casos das certifi-
cações de origem conhecidas no
Brasil como Indicação Geográ-
fica – IG nas modalidades de
Indicação de Procedência - IP e
Denominação de Origem - DO.
Já existem no Brasil duas regiões
com Indicação de Procedência
reconhecidas pelo Instituto Na-
cional de Propriedade Industrial
- INPI: o Cerrado Mineiro e a
Ÿ   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¡
¦ § ¨ © ª « ¨ ¨ §
¬ ­
§ ® ¯ ° ± ² ³ ´
­
¨ µ
­
« ¯ ² ¶ ° © ª ² · ²
¸
§ ¹ « ² º ²
¬
² » ¦ ¼
Flávia Bessa *
½ ¾ ¿ À Á Â Ã Ä Å Æ Ç Â À È ¾ É Ê Ã Ë Ì Ä È ¿ Í ¾ Ã Æ Å È Ã È ¿ ¿ Î Ê ¿ Ç Ê Å À Ï Ã Æ Ï Ð À Ì
Ï À Ñ Å È Ã È ¿ Ò Ï À Ñ À Ì À Ä ¿ Ó À Â Ç Â À È ¾ Ó Å Ñ À Ã Ô ¾ Õ Ã Â Ã Ñ Å Ä Ð À È ¿ Ö ¿ Â Ê Ã ×
È À Ò Ø È Å É À Ç Â À Ë ¿ Ä Ä À Â Ù Æ Ú Ñ Å À Á À Â Ì Ö Û
Mantiqueira de Minas”, explica
o professor.“Além disso, o Norte
Pioneiro do Paraná e a Mogiana
Paulista estão trabalhando para
conquistar também IG”, acres-
centa o pesquisador do IAC.
Para embasar as solici-
tações de IG, estudos científicos
são imprescindíveis, pois é o que
validam ou não a existência de
uma condição ambiental privi-
legiada e um modo de cultivo
semelhante com potencial para
produção de cafés finos, ou
seja, a relação entre o ambiente
e a qualidade da bebida. Atu-
almente, o Consórcio Pesquisa
Café tem em seu programa de
pesquisa algumas linhas de pes-
quisa na área de cafés especiais,
como projetos dos pesquisado-
res Flávio Borém, da Universi-
dade de Lavras (Ufla), e Helena
Maria Ramos Alves, da Embrapa
Café, que têm desempenhado
papel relevante na caracteriza-
ção detalhada da região da Serra
da Mantiqueira, que conquistou
a IP ano passado e está em busca
da DO.
Ü Ý ¤ ¥ ¡ Þ ¡ ß
à á â ã ä å á æ ã
ç è é ê è
æ á ë á ì í á
î
á å å
è ï
á æ á
î
ã ð
ä ð á ñ ã å á æ á
ä ò í ó ã å ð
è ô
î
ã ð
ä
é
ã æ
è è é ê
å
è é õ
é è
ì í æ å í
î
ã ö
÷ ø
ù ø
ú
û ü
ý
þø
ÿ
  ¡
¢
£
ø
¤ ¥
| Revista Cafeicultura -
¦ § ¨ ©     ©  
¤ 
P
arte integrante do Sul do estado de minas, a
Mantiqueira de Minas está situada na face
mineira da Serra da Mantiqueira. Apresen-
ta altitudes que variam de 900 a 1400 me-
tros, possui relevo montanhoso, e é composta por 25
municípios, com as condições climáticas propicias à
produção de cafés especiais a região é reconhecida
pela busca constante da excelência na produção de
cafés raros e surpreendentes, equilibrados e apresen-
tam sabores complexos com notas de chocolate, fru-
tado, cítrico e caramelo e são encorpados com do-
çura elevada e apresentam sabor residual marcante.
O café chegou a região da Mantiqueira de Minas en-
tre os anos de 1848 e 1850, de acordo com registros
de livro caixa de Joaquim José Ribeiro de Carvalho,
inventário de Alferes Manoel Carneiro Santiago
datado de 1856 e com entrevistas elaboradas junta-
mente com os mais velhos moradores e de acordo
com histórias contadas por seus antepassados. A ex-
pansão da cafeicultura na Serra da Mantiqueira se
deu entre os anos de 1913 e 1925.
A partir de 1996, iniciou-se um processo
gradativo de aprimoramento da tecnologia cafeeira
regional, com a busca de novos cultivares e insta-
lação de infraestrutura para melhoria da qualidade
do café, como colheita altamente seletiva usando as
características de maturação dos cultivares precoces,
médios e tardios, uso de lavadores, separadores e
Antônio Sérgio Souza
!  # $ %  ' ( - Revista Cafeicultura | ' )
descascamento do café cereja.
Atualmente a região conta com cerca de 7,8 mil pro-
dutores, sendo 82% agricultores familiares, juntos
produzem em torno de 1,34 milhão de sacas de café
ao ano, cultivadas em 69 mil hectares. A geração de
empregos é de aproximadamente 150 mil diretos e
indiretos. O parque cafeeiro encontra-se em fase de
expansão com substituição de cultivares e adequa-
ção de novas variedades. A região tem cerca de 95
milhões de pés de café, cultivados em aproximada-
mente 40 mil hectares.
A região abrange os municípios de Baepen-
di, Brasópolis, Cachoeira de Minas, Cambuquira,
Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Concei-
ção das Pedras, Conceição do Rio Verde, Cristina,
Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, Natér-
cia, Olímpio Noronha, Paraisópolis, Pedralva, Pouso
Alto, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço e Soleda-
de de Minas.
“O cafeicultor da região, que é montanhosa,
precisa manter os investimentos na cultura, princi-
palmente para aumentar a produtividade e a qua-
lidade final da bebida. Por ser dependente de mão
de obra para os tratos e colheita, os custos são mais
altos, por isso é necessário que os grãos sejam de alta
qualidade para ter no mercado um preço diferencia-
do”, avalia Antônio José Junqueira Villela, que é vi-
ce-presidente da Associação dos Produtores de Café
da Mantiqueira - APROCAM.
Certificação
Seguindo os caminhos abertos pela região
do Café do Cerrado, hoje Região do Cerrado Mi-
neiro, os produtores da Mantiqueira no ano 2000,
através da consultoria de Ensei Neto, iniciaram um
trabalho de diferenciação na produção dos cafés da
região. O trabalho de consultoria identificou que a
localidade possuía todos os requisitos para o desen-
volvimento de uma Indicação Geográfica, tais como
clima, solo, altitude e características sensoriais dife-
renciadas do café.
Na sequência foram difundidos novos co-
nhecimentos e tecnologias atualizadas para o apri-
moramento no processo de produção dos cafés da
região. Contando com as condições propícias para a
produção de cafés especiais, em função da altitude,
condições de solo, clima e estações do ano bem de-
finidas. Com boas chuvas no verão e inverno seco,
período no qual há maturação dos frutos e colheita.
Desde 2002 os produtores da região con-
quistam resultados de destaque nos diversos con-
cursos de café, construindo a notoriedade da região.
Em 2005, um lote com 22 sacas de café, do
produtor Francisco Isidro Dias Pereira, da fazenda
Santa Inês do município de Carmo de Minas, al-
cançou nota 95,85 pontos e conquistou o Prêmio
Especial Gold Cup of Excellence e o maior valor al-
cançado por saca de 60 quilos - R$ 15 mil reais. Em
média, a região chega a registrar cafés com notas de
80 a 85 pontos pela escala da tabela da Associação
Americana de Cafés Especiais - SCAA sigla em in-
glês.
Os prêmios alcançados pelos cafés da região
serviram de estimulo para adoção de uma nova pos-
tura de manejo e cuidados no pós-colheita. “Ainda
no pé, todo café é de qualidade, o que o tornará es-
pecial será a forma como esses frutos serão tratados
0
1
2
3
4
0
5
6
7
8 9
@
A B
C
D
E F
G H | Revista Cafeicultura -
I P Q R S T U V R W X
G Y
a partir de então. Não é uma lavoura como de soja
ou milho, por exemplo, que chega uma máquina e
colhe tudo. Esse café tem todo um processo de co-
lheita, descanso, secagem, beneficiamento, tudo fei-
to de maneira bem correta e com muita dedicação
para isso”, explica Hélcio Carneiro Pinto da APRO-
CAM.
Em 2007, com a publicação pelo Instituto
Mineiro de Agropecuária - IMA da delimitação ter-
ritorial da região, o processo de pedido de Indicação
Geográfica foi depositado no Instituto Nacional da
Propriedade Industrial - INPI que o aprovou em
maio de 2011 concedendo a Indicação de Procedên-
cia - IP aos cafés produzidos na região da Manti-
queira de Minas.
Denominação de origem
O Projeto de Indicação Geográfica - IG, na
modalidade Denominação de Origem - DO para a
Serra da Mantiqueira de Minas Gerais é amplo e au-
dacioso e busca um conjunto de informações sobre
uma área demarcada envolvendo 22 municípios da
Mantiqueira de Minas.
Coordenado pelo professor Flávio Meira
Borém, do Departamento de Engenharia da Uni-
versidade Federal de Lavras - UFLA, o projeto conta
com o aporte financeiro do CNPq (Ministério da
Agricultura / SDA), Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia do Café (INCT – Café) e do Consórcio
Pesquisa Café.
Essa região, conhecida pelos cafés de exce-
lente qualidade, já possui a IG na modalidade Indi-
cação de Procedência (IP), oficializada em maio de
2011, e agora busca avançar para a DO, o que exige
uma identidade única, com a comprovação científi-
ca da relação entre as características do café e o am-
biente onde é produzido.
Na avaliação do professor Borém, o traba-
lho que está em fase de finalização é a soma de in-
dicadores de diferenciação e qualidade, resultado de
um trabalho de rara complexidade e detalhamento,
que envolveu diversas competências em torno de
um foco de pesquisa comum. Os resultados de di-
versos estudos deverão embasar os produtores da
região na elaboração do pedido de DO ao Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Para o professor, o desafio agora é reunir to-
das as informações para que, de fato, todo o esforço
de caracterização seja transformado em um diferen-
cial de valor real no mercado além da colaboração
na compreensão do fenômeno da distribuição espa-
ço temporal de qualidade do café.
Os resultados dos trabalhos de pesquisa
foram obtidos em diferentes áreas do conhecimen-
to, envolvendo os seguintes estudos: caracterização
ambiental; caracterização sócia econômica; análises
fenológicas, análises químicas e isótopos estáveis,
análise sensorial com diferentes abordagens usando
ferramentas de regressão logística e análise de cor-
respondência, análises proteômicas e expressão gê-
nica.
`
a
b
c
d
a
e
f
g h
i
p q
r
s
t u
v w x y €  ‚ ƒ y „ … † ‡ - Revista Cafeicultura | † ˆ
Q
uando se avista as montanhas na Serra
da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais,
vê-se com facilidade as plantações secu-
lares de café, a uma altitude de mais de
1.100 metros. Lá, onde a máquina não vai, a colhei-
ta é feita à mão, o que impacta em 60% o custo da
produção, diz o presidente da Cooperativa Regional
dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive),
Ralph Junqueira. Por isso, a opção pelo café especial,
que remunera melhor, tem aumentado na região na
última década. Enquanto o preço pago ao produtor
por uma saca de café especial vai de R$ 400 a R$ 800,
o café commodity vale R$ 290.
Mas ainda tem muito espaço para crescer.
Das 200 mil sacas de 600 produtores de café de 18
municípios que a Cocarive vai receber nesta safra,
20% a 30% é formada por café especial e o restan-
te pelo café commodity. Com 150 mil sacas de 500
produtores, o vice-presidente da Cooperativa Agro-
pecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass), Leonar-
do Brandão, diz que o café especial está estimulando
o produtor a permanecer na atividade cafeeira.
Há oito anos, Pedro Ferraz, da Fazenda Jun-
queira Reis, em Carmo de Minas, investiu em reno-
vação de lavouras de cafés mais finos. Agora, ele tem
até 30% da produção de mil sacas no café especial
onde consegue R$ 600 pela saca. “Quero chegar a
mais de 50% no café especial”. José Wagner Junquei-
ra, 74, produtor há mais de 50 anos na fazenda Serra
das Três Barras, também em Carmo de Minas, tem
mais de 50% das 1.200 sacas em café especial. “Se
não fosse isso, eu já tinha acabado com a fazenda”.
Com 200 mil pés de café, Otaviano Ribeiro
mostra orgulhoso as três posições conquistadas en-
tre os dez primeiros lugares no concurso de quali-
dade do Brasil da Associação Brasileira de Cafés Es-
peciais (BSCA sigla em inglês), em 2011. A colheita
deste ano será de 2.100 sacas na fazenda Granja São
Francisco, em Carmo de Minas, que está com a fa-
mília desde 1937. “Vou descascar 60% (1.260 sacos)
e o restante, 40%, será o café commodity”, calcula
para os 50 hectares de plantação.
Propriedades centenárias passam por vá-
rias gerações
Tudo começou com os bisavós Pedro e
Cornélia, passou para o avô Luciano, foi para o pai
Maurício até chegar ao filho Luiz Flávio de Castro,
43, que tem cem mil pés de café e produz até 700
sacas por safra no Sítio Colinas, em Carmo de Mi-
nas. Do total, até 40% da safra são das variedades
bourbon amarelo, catuaí amarelo e acaiá, todos ca-
fés especiais. “A saída é a qualidade”, diz Castro, que
optou pela produção dos especiais a partir de 2000.
Em 2011, alcançou o primeiro lugar do concurso da
Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
O presidente do conselho da Aprocam,
Gláucio Carneiro, diz que o mercado consumidor
dos especiais está nos Estados Unidos, Japão e Eu-
ropa. “Queremos que a região da Mantiqueira seja
conhecida internacionalmente como produtora de
cafés especiais”.
O poder da região
- Localização: face mineira da Serra da Mantiqueira,
no Sul de Minas Gerais
- Composição: 25 municípios
- Diferencial: Tem Indicação Geográfica (IG). Dada
pelo INPI, é uma forma de proteção instituída a
uma região conhecida por ter um determinado pro-
duto famoso
- Produtores: 7.800
- Perfil: 89% deles são de pequeno porte
- Área plantada: engloba 69.500 hectares
- Produção anual: são 1,34 milhão de sacas de café
Helenice Laguardia | O Tempo*
‰  ‘ ’ “ ” • ‘ – — ˜ ™ • d ‘ e f g f ” e ‘ ™ h i j k – f l
m n o p q r s p p t r u u v v v w n p q x t n w y n x w z { u x | o p } ~  q } { | €  q € x } o | ‚ € p q x € o n ƒ n € {  x n € y n x € y | €
„ … † ‡ … ˆ ‰
€ q ‚ t q y } | Š € ‹ w Œ ‹ Œ
‡ ‰
Œ

Ž


‘
Ž
’
“
” •
–
— ˜
™
š
› œ
 ž | Revista Cafeicultura -
Ÿ   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ¢ § ¨
 ©
O
Kopi Luwak, ou café de
civeta, é feito a partir de
grãos de café extraídos
das fezes do civeta - um
animal pequeno, de uma família de
mamíferos carnívoros, com pela-
gem manchada e focinho pontia-
gudo, que vivem em palmeiras na
Indonésia.
Repórteres disfarçados
encontraram civetas mantidos pre-
sos em gaiolas para produzir o café
na Ilha de Sumatra. E especialistas
afirmam que os grãos produzidos
por esses animais são vendidos
como iguarias em diversas partes
do mundo.
A popularidade do Kopi
Luwak explodiu após o café apare-
cer em um programa da apresen-
tadora americana Oprah Winfrey e
no filme Antes de Partir, estrelado
por Morgan Freeman e Jack Ni-
cholson, em 2007.
Muitos revendedores promovem o
produto como um artigo silvestre,
colhido nas florestas a partir de ex-
crementos de animais livres na na-
tureza.
Em restaurantes, o preço
da xícara do café pode chegar a cer-
ca de US$ 95 (R$ 215), e parte do
valor é atribuida à dificuldade de se
conseguir os grãos.
Disfarçados como compradores,
repórteres da BBC visitaram pro-
dutores que vendem os grãos em
Sumatra. Nas fazendas, eles en-
contraram gaiolas mal cuidadas e
apertadas e um civeta gravemente
ferido - em cenas que contrariam a
imagem vendida aos consumidores
de “produto silvestre”.
Produtores em Takengon,
no norte de Sumatra, contaram
à BBC que vendem os grãos para
exportadores, que comercializam
o produto na Europa e em outros
países asiáticos.
Enjaulados
Depois de ver as imagens
dos civetas engaiolados gravadas
secretamente, o pesquisador Neil
D’Cruze, da Sociedade Mundial
para Proteção de Animais, disse que
os bichos pareciam “totalmente de-
primidos e infelizes”
“Esses animais silvestres
têm comportamentos que preci-
sam e querem expressar”, afirmou
D’Cruze. “As gaiolas são completa-
mente secas, imundas e sem lugar
para eles subirem.”
O ex-empresário do setor
de cafés Tony Wild, autor do livro
Coffee: A Dark History (“Café:
Uma História Sombria”, em tra-
dução livre), diz estar “totalmente
convencido” de que os grãos pro-
duzidos por animais enjaulados são
vendidos em Londres.
Wild diz acreditar que
muitas vezes é enganoso vender o
produto como um artigo silvestre.
“O motivo por que tantas pessoas
reproduzem essa história é que, por
ser incrivelmente raro, você pode
manter um preço ridiculamente
alto”, afirma.
Sem controle
Durante a reportagem em
Takengon, a BBC conversou com
produtores que mantinham os ani-
mais engaiolados e diziam vender
grãos do Kopi Luwak para a Sari
Makmur - uma empresa de expor-
tação baseada na cidade indonésia
de Medan - usá-los na produção do
café comercializado com o nome de
Wild Luwak.
O vice-presidente da Sari
Makmur, Andry Spranoto, admitiu
para os repórteres disfarçados da
BBC que a empresa não tem como
controlar os ingredientes do Wild
Luwak.
A companhia disse que
perguntava aos produtores se os
grãos eram silvestres e eles diziam
que sim, mas a empresa não checa-
va a informação.
“Pra ser sincero, não es-
tamos empenhados em vender o
Wild Luwak porque não podemos
controlá-lo”, afirmou Spranoto.
Guy Lynn e Chris Rogersª « ¬ ¬ ­ ® ¯ ° ±
² ³ ´ µ ¶ · ¸ ¹ º » ¼ ½ ¾ ¹ » ¿ » À » ¼ ´ Á º Â Ã Ä ½ ¾
Å Æ
Ç
Æ
È
É Ê
Ë
Ì
Ë
Í
Í
Î
Ï
Ð Ñ
Ò Ó
Ô Æ
Õ
ÎÑ
Ó
Ö
×
×
Ï
Å
Æ
Ç Æ
È
É Ê
Ë
Ì
Ë
Í
Í
Î
Ï
Ð Ñ
Ò Ó
Ô Æ
Õ
Î
Ñ
Ó
Ö
×
×
Ï
Ø Ù Ú Û Ü Ý
Þ ¼ ¹ º ¿ ¸ ß ¶ ¼ ¸ ¶ ¿
à
¸ á Á ¸ ¹ º ¿ â » µ ¸
Á » â º Á À ¸ á » ¼ ¹ ¸
ã ã ä ß ¸ å µ æ ¸ ¹ »
ç ³ ¼ ¸ À Á ¸ » ¿ À ¸ è ¸
á Á ¸ è » ¼ » ß À »
é
» Á ¶ ¹ º ê
ë ì í î ï ð ì ï ì ñ ì ò ó ô ò ð ï õ ï õ ö õ ò ÷ ö õ ÷ ñ ì ö ø õ ÷ ô ù õ ñ õ í ì ï ð õ ú õ ñ ì ö õ ù ó û ÷ ú õ ú õ ñ
ü ý þ ÿ   ¡ ¢ £ ÿ ¤ ¥ ¦ §
- Revista Cafeicultura | ¦ ¨
Sem maus-tratos
Pesquisadores disfarçados
como compradores também visi-
taram uma propriedade da empre-
sa perto da cidade de Sidikalang,
também em Sumatra. Alega-se que
lá os grãos são colhidos de animais
livres na natureza.
A propriedade, chamada
Wahana, não tem relação com as
fazendas de civetas ou com as cenas
de crueldade observadas pela BBC
em Sumatra.
O café premium produzido na
propriedade, o Wahana Luwak, é
vendido como artigo silvestre na
luxuosa loja de departamentos
Harrods, uma das mais conhecidas
de Londres.
Os grãos do café chegam
à capital britânica por meio de
uma cadeia formada por uma im-
portadora independente e um ou-
tro fornecedor.
“É silvestre, claro que é
silvestre”, diz Spranoto, sobre o
Wahana Luwak.“Mas esse café vem
com 100% de certeza de Wahana
porque nós o monitoramos.”
O vice-presidente da
empresa garantiu aos repórteres
disfarçados que não havia animais
encarcerados em Wahana e que um
programa de reprodução conduzi-
do na propriedade foi concluído em
2007.
A BBC também entrou em
contato com duas importadoras do
café da Sari Makmur que confirma-
ram ter visitado a propriedade em
2011 e não ter visto nenhum civeta
enjaulado.
Mas um funcionário da proprieda-
de, que pediu para não ser identifi-
cado, revelou a presença de animais
encarcerados em Wahana. Segundo
ele, os civetas eram bem tratados no
local.
“Nós colocamos cada ci-
veta em um espaço próprio”, disse o
funcionário. “O espaço tem três me-
tros quadrados e um chão de cimen-
to, que é limpo e lavado todo dia.”
Não há sinais de animais maltrata-
dos na propriedade.
Casas de madeira e frutas
Quando a BBC mais tar-
de entrou em contato com a Sari
Makmur para revelar sua apuração,
a empresa confirmou a presença de
animais encarcerados em Wahana,
mas insistiu que os grãos extraídos
de civetas em cativeiro não são ven-
didos.
A companhia afirma que toda a
produção comercializada a partir
da propriedade tem origem em ani-
mais silvestres.
“Colocamos casas de ma-
deiras e frutas na vizinhança para
atrair os civetas silvestres para cir-
cular em nossa propriedade Waha-
na e produzir o café”, disse a empre-
sa, em um comunicado.
“No nosso programa de
civetas em cativeiro, nós estudamos
o comportamento animal, a sua
dieta e o seu comportamento para
reprodução”, acrescenta o texto.
“Para atender a demanda
deste mercado, nós criamos nossos
próprios civetas e os soltamos na
nossa propriedade quando eles es-
tão maduros o suficiente.”
“Não vendemos nenhum
dos grãos de café dos civetas em ca-
tiveiro já que isso vai contra o nosso
modelo de negócios”, conclui o co-
municado.
A BBC também pergun-
tou à Harrods se a loja se preocupa
com os sinais de que a Sari Makmur
mantém animais em cativeiro longe
dos olhares de visitantes ocidentais.
“A Harrods trabalha com
todos os seus fornecedores para
garantir que os mais altos padrões
éticos de abastecimento, produção e
venda sejam mantidos”, respondeu
a loja. “Isso se realiza por meio de
rigorosos procedimentos de audito-
ria.”
“Nosso fornecedor exclu-
sivo (a Sari Makmur) deu à Har-
rods todas as garantias de que o café
que recebemos é orgânico e colhido
de civetas de palmeiras silvestres”,
acrescenta o comunicado.
A Harrods disse ainda que
está trabalhando com seu fornece-
dor para investigar as informações
da reportagem da BBC.“Se necessá-
rio, vamos rever a venda do produ-
to”, afirmou uma porta-voz da loja.
O café Wild Luwak, que
o vice-presidente da Sari Makmur
admitiu não ter como controlar,
não é vendido na Harrods.
© 



 







!
 #
$

%

!
#

'
'

©




 







!
 #
$

%

!
#

'
'

( ) 0 1 ) 2
3 4 5 6 7 8 9 @ A 7 @
B
9 @ C 7 5 D 7
B
4 @ E 9 @ 9 F
A 7 5 7 G C 7 H I 6
B
7 @
I G P Q I 7 6 9 G 7 9 @
I 5 7 G G 7 6 A 9
B
4 @
I G R I P Q I 6 7 @
S
7 Q 8 7 @ T U V W
2 2
W X Y
2 ` a
W b
) c c d e
f g g h i p p q q q r s s t r t u r v w p h u x g v y v €  € p ‚ u g ƒ „
t ƒ …  p † ‡ ˆ ‰ p ‡  p ˆ ‰ ‡  ˆ ‰ ‘ t … ’ € ‘ … ‚ ƒ “ … ƒ  ‘ ” g r  f g “ •
– —
| Revista Cafeicultura -
˜ ™ d e f g h i e
– — j k
Hoje, o Mundo do Café e seus Produtores está
polarizado nestes grandes grupos: cafeiculto-
res de Coffea arabica e de Coffea canephora.
Apesar de existirem dezenas e dezenas de es-
pécies de cafeeiros, as que realmente contam para o mercado
são essencialmente estas duas.
Até o início dos anos
90, a oferta de Robusta mal pas-
sava de 10% do total produzi-
do mundialmente, considerada
matéria prima exclusiva para a
indústria de café solúvel. Porém,
depois das grandes geadas de
94 que dizimaram boa parte do
parque cafeeiro do Brasil e que,
por conseqüência, jogou as cota-
ções de parcos US$ 86 para mais
de US$ 300 a saca de 60 kg no
Brasil, o estímulo ao plantio de
novas áreas foi inevitável.
Nesse meio tempo, qua-
se que despercebidamente pela
maioria do mercado, surgia um
“Tigre Asiático do Café”: o Viet-
nan. Com o estímulo governa-
mental, os produtores daquele
país se puseram a trabalhar com
uma nova cultura que dava ace-
nos de prosperidade. O agricul-
tor de qualquer parte do mundo
tem como marca registrada o
apego à terra e o poder de trans-
formá-la rapidamente a partir
de uma cultura escolhida. E foi o
que se passou: em pouco menos
de 12 anos, o Vietnan desbancou
a Colômbia do posto de segun-
do maior produtor mundial de
café, que vinha sofrendo com os
problemas climáticos que afeta-
ram as montanhosas lavouras e
a gradativa transferência de sua
população rural para as áreas
urbanas.
O bárbaro crescimen-
to vietnamita assombrou a to-
dos, em boa parte pelo fato de
que até quase o final dos anos
2.000 pouco havia sido feito de
infraestrutura de armazenagem
e portuária. Muitas das grandes
empresas de comércio de café
iniciaram a construção de ar-
mazéns por conta própria para
ordenarem o escoamento das
safras compradas por lá.
Se os cafeicultores al-
cançaram a gigantesca produ-
ção de 140 milhões de sacas de
café (já convertidas no padrão
brasileiro de 60 kg), a parte do
Robusta e seus primos chegou
a aproximadamente 30% desse
total, algo como impressionan-
tes 42 milhões de sacas!
As plantas do canepho-
ra são muito estáveis em sua
produção, muito produtivas e
com boa tolerância a diversos
problemas que afligem os arabi-
cas como a Cercospora, a Ferru-
gem e até a nematóides. Daí vem
que seu custo de produção na
parte agrícola é bastante baixo,
tornando-o rentável ou, no mí-
nimo viável, mesmo em épocas
de magras cotações. Sol e água
abundantes são suficientes para
essas lavouras fazerem festa.
O componente genéti-
co é determinante para explicar
boa parte do excelente desempe-
nho nas lavouras de robusta. Ter
a metade do número de cromos-
somos em relação aos Mundo
Novo e Bourbon confere o ex-
Ensei Neto *l m n o p m q r s s o o t m r u v q r w v l n
x y z { | } ~
 €  ‚ ‚ ƒ ƒ
„ … † ‡
ƒ ˆ ‰ Š ƒ ‹
‡
ˆ ƒ
Œ
ƒ   ˆ ˆ Ž ƒ

‹  ƒ ‘ ’ Ž “ ’ ‹
‡
Ž
ƒ ”

Œ
…
‘ Ž • – 
—
ƒ
†
‹  ˆ ’ Ž “ ˜
celente desempenho produtivo
mesmo sob condições restriti-
vas. Mas isso traz contraparti-
das: sua variabilidade no tocante
aos atributos sensoriais é mais
restrita.
Sempre digo que a Na-
tureza é refinadamente sábia,
fazendo tudo convergir, ao final,
para o equilíbrio. É o tal do “Ca-
minho do Meio” que Buda pre-
gava como uma das chaves da
felicidade: “Nem muito lá, nem
muito cá; o melhor é o caminho
do meio”...
Nada é infindavelmente
dominante na Natureza. Exis-
tem os diferentes reinados, mas
que passam.
O maior número de
cromossomos das variedades
arabicas é que permitem a exis-
tência da exuberante paleta de
sabores e aromas que podem
surgir numa excelente xícara de
café. Portanto, apesar da maior
exigência para sua produção,
seus resultados sensoriais po-
dem ser extremamente ricos.
Só para lembrar, as va-
riedades mais famosas de ca-
nephora cá entre nós são o Ro-
busta e o Conilon, enquanto que
de arabica temos o Bourbon, o
Mundo Novo e o Catuaí.
Recentemente, algumas
™ š › œ  ž Ÿ   œ ¡ ¢ £ ¤
- Revista Cafeicultura | ¡ £
entidades de cafeicultores vem
levantando a bandeira da rotula-
gem das variedades empregadas
nos blends de cafés da indústria
brasileira. Na verdade, são pro-
dutores de arabica preocupados
com o agressivo avanço do Coni-
lon nos produtos da indústria de
torrefação do Brasil. Defendem a
pureza de uso dos arabicas como
forma de se garantir a qualidade
dos blends comuns encontrados
em cada supermercado.
De novo, um sofisma.
Não é o fato do Conilon ocupar
espaço na composição dos blends
industriais frente ao arabica que
necessariamente torna o produto
ruim. O que o faz ruim de sabor é
o uso de grãos de baixa qualidade.
Não tem milagre.
Arroz quebrado é arroz
de segunda classe. Pacote de fei-
jão com grãos manchados, que-
brados, cheio de “bandinhas”
e outros atacados por fungos, é
mais barato porque tem todos es-
ses defeitos juntos.
Mas, se o movimento ga-
nhar corpo, bom barulho pode
fazer. Mas aí surge outro pro-
blema: todas as variedades que
costumo denominar de moder-
nas são resultado de cruzamento
com os Híbridos de Timor ou
de Vila Sarchi. Esses dois são re-
sultado de hibridização natural
ocorrido, como por exemplo, na
pequena ilha do Timor (onde se
fala o Português de Portugal e a
religião predominante é o Isla-
mismo). Ou seja, são plantas que
tem a genética mista dos arabicas
e dos canephoras. Se estes exem-
plares foram usados para mode-
lar variedades como Obatan, IA-
PAR-59, Icatu e Catucaí, sem falar
na prole que saiu de cada um e
que recebem nomes de pedras
preciosas e aves, claro está que
todas essas variedades modernas
não são mais Coffea arabica ge-
nuínas. Que coisa, não?!
Portanto, muitos dos ca-
fés especiais rotulados por varie-
dades que estão à disposição no
mercado, torrados por microtor-
refações especializadas, ao colo-
car que usam 100% arabica, caso
usem qualquer uma dessas varie-
dades, não estão sendo corretos
com os consumidores.
A lição que fica é que a
Natureza é dinâmica, assim como
o que parece sólido e definitivo
hoje, pode se tornar etérea fuma-
ça amanhã. Discutir sobre qual
variedade ou espécie é a melhor, é
como discutir sobre futebol com
dois torcedores fervorosos: todos
sempre tem razão.
A bem da verdade, o que
show tem que continuar e fica
mais interessante quando todas
as torcidas vão assistir maciça-
mente os jogos. Tudo se torna
celebração, pois é quando cada
um dá o melhor de si para mos-
trar que é o melhor. Nem que isso
dure apenas um jogo...
¥ ¥
| Revista Cafeicultura -
¦ § ¨ © ª « ¬ ­ ©
¥ ® ¯ °
A Jacto leva para a 21º edição
do Seminário do Café seu mais
novo lançamento para cafeicul-
tura: a colhedora KTR 3500.
O modelo vem completar as so-
lução da Jacto em mecanização
para cafeicultura e traz evoluções
que atendem às necessidades do
produtor, aliando melhor perfor-
mance e otimização de recursos.
A nova KTR 3500 foi desenvol-
vida com reservatório de café
com capacidade efetiva de 1.800
litros. Com o novo reservatório,
associado ao sistema de descarga
‘on the go’, o equipamento não
precisa parar a operação de colheita quando seu reservatório
esta cheio. Dessa forma, é possível realizar a operação de des-
carga do café colhido simultaneamente à operação de colheita.
“Isso significa otimização dos recursos produtivos da fazenda
cafeeira, com redução de custos em ativos imobilizados com
trator ou carreta, ou seja, um único conjunto trator cafeeiro e
carreta podem acompanhar até três colhedoras KTR 3500 sem
interrupção na sua operação de colheita”, explica Walmi Go-
mes Martins, gerente de produto da Jacto.
Entre outras novidades, a KTR 3500 apresenta cambão com
ajuste hidráulico de altura, com altura máxima de colheita de
3,50 metros, comandos de operação acoplados ao trator, siste-
ma de automação da direção, maior recurso de nivelamento,
sistema de câmeras para melhor visualização das operações e
pneus de baixa compactação.
INVESTIMENTO: Aquisição de má-
quinas, implementos, armazenagem
e animais:
• Pronaf: 2% a.a até 10 anos;
• Pronamp: 4,5% a.a até 8 anos;
• Finame Rural PSI: 3,5% a.a, até 10
anos;
• Armazenagem: 3,5% a.a, até 15
anos;
• MCR: 5,5% a.a. Até cinco anos.
CUSTEIO: Aquisição de insumos:
• Pronaf: de 1% a 3% a.a.;
• Pronamp: 4,5% a.a.;
• MCR: 5,5% a.a
A Associação Brasileira dos Produtores de Mogno
Africano está no Seminário divulgando que hoje já
existe mais de 10.000 hectares plantados em várias
regiões do Brasil. E será a melhor alternativa de for-
necimento de madeira nobre do Brasil nos próximos
7 a 10 anos. Além de todo este extenso assunto que
é o mogno africano no Brasil, estamos tendo muito
sucesso no plantio de Mogno Africano e Café. É um
consórcio altamente vantajoso para o produtor que
além de produzir um café de melhor qualidade, com
menos variação climática na lavoura, tem alto retor-
no financeiro no corte da madeira.
A CAFEBRAS terá o desafio de pro-
mover os cafés brasileiros,suas origens
produtoras suas diferentes qualidades
e sabores. Com sede em Patrocínio,
coração do Cerrado Mineiro, a CAFE-
BRAS optou por se instalar numa das
mais reconhecidas regiões produtoras
de Cafés do Brasil, visando estabelecer
uma aproximação cada vez maior en-
tre a produção no Brasil, indústrias e
consumidores por todo o mundo.
Lithothamnium é um fertilizante de
origem orgânico, catalisador e corre-
tivo de solo, totalmente natural, pro-
veniente de algas marinhas calcifica-
das que tem na sua composição mais
de 40 elementos equilibrados e de alta
solubilidade.
± ² ³ ´ µ ¶ · ¸ ´ ¹ º » ¼
- Revista Cafeicultura | ¹ ¼
Retorna este ano com a recolhedora
de café terra 2013. Recolhedora que
trabalha na retirada do café do chão
que é hoje uma das maiores dificulda-
des dos produtores, com seu excelente
rendimento chega a fazer 01 hectare a
cada 03 horas em média, trabalhando
no centro da rua do café melhorando
o rendimento da colheita. A recolhe-
dora de café terra é 100% hidraulica,
bastante resistente e com baixo custo
de manutenção.
Um dos destaques da STIHL é a mul-
tifuncional KA 85 R –a ferramenta do
cafeicultor–, com implementos capa-
zes de realizar quatro tarefas: roçar,
esqueletar, podar (decote ou recepa)
e colher. Outra atração é a nova linha
de produtos a bateria.
Companhia aproveita evento para explicar ao público as
vantagens da embalagem de juta na con-
servação café e seu histórico de sustenta-
bilidade.
A Castanhal, maior fabricante de produ-
tos de juta das Américas, está mostrando
ao público em geral porque os sacos de
juta são os únicos que garantem a quali-
dade do café que chega à xícara do con-
sumidor e ainda por cima tem uma longa
história de sustentabilidade e preservação
do meio ambiente.
A Castanhal apresentará em seu estande
a melhor opção para embalar café: a sa-
caria de juta. Por ser 100% natural, sua
fibra atua como um regulador de umidade: se o ambiente
estiver úmido, ela mantém os grãos frescos e arejados. Já em
ambientes secos, evita o ressecamento dos grãos através do
fornecimento da umidade de suas fibras.
“A participação da Castanhal é essencial para mostrar aos
nossos clientes que a juta é a melhor opção para embalar o
café. Além de ser sustentável, não é utilizado nenhum com-
ponente químico durante a confecção da sacaria, garantindo
a qualidade do produto embalado”, afirma Flávio Junqueira
Smith, presidente da Castanhal.
A empresa segue os rigorosos padrões internacionais de
qualidade estabelecidos pela Organização Internacional do
Café (ICO), International Cocoa Organization (ICCO) e
pela Norma Européia 767.
Prova da qualidade da sacaria de juta da Castanhal foi a
conquista do selo internacional de qualidade que permite a
embalagem de produtos alimentícios orgânicos: o BCS ÖKO
– Garantie, reconhecido na Europa, EUA e Japão.
A IWCA BRASIL - Aliança Internacional das Mu-
lheres do Café é uma rede formada por mulheres
envolvidas em toda a cadeia do negócio café foi
fundada em 2012, após quase dois anos de traba-
lho voluntário e de intensa mobilização, mulheres
de diferentes regiões produtoras do país.
½ ½ ½ ¾ ¿ ½ À Á Â Ã Á Ä ¿ Å ¾ À Æ Ç ¾ Â Ã
È É
| Revista Cafeicultura -
Ê Ë Ì Í Î Ï Ð Ñ Í
È Ò Ó Ô
O
s solos de cerrado
são naturalmente
ácidos, devido à pró-
pria natureza de sua
formação. Áreas antes conside-
radas marginais, por problemas
de fertilidade natural, através da
correção da fertilidade e uso de
irrigação em zonas de elevado
déficit hídrico passaram a ter
interesse econômico na explora-
ção agrícola.
Para que os cafezais ir-
rigados implantado nessas áre-
as apresentem produtividades
satisfatórias e compensadoras
com uma bienalidade pequena,
é imprescindível uma boa corre-
ção. Porém observa-se que mes-
mo fazendo uso dessas práticas,
muitas vezes não atingem altas
produtividades, pois o benefi-
cio da fertilização e da calagem
ocorre camada arável (0-20 cm),
assim, o sistema radicular do ca-
feeiro se limita a uma camada
pequena do solo.
O não desenvolvimen-
to radicular em profundidade
ocorre devido à problemas de
ordem física (compactação) e ou
baixa disponibilidade de Cálcio
e Magnésio em profundidade. O
problema de compactação pode
ser resolvido através da subsola-
gem e uso de plantas de cobertu-
ra na entrelinha do cafeeiro, en-
quanto o problema de correção
com Ca e Mg em profundidade
só é possível através da incorpo-
ração mecânica de corretivos, ou
uso de fontes solúveis, que uma
vez aplicadas em superfície per-
colam e corrigem em profundi-
dade.
O calcário é o princi-
pal corretivo de pH e fonte de
Ca e Mg utilizado na agricul-
tura brasileira, porém sua mo-
vimentação no perfil do solo é
baixa, restringindo basicamen-
te à correção superficial. Urge
a necessidade de buscar fontes
alternativas de Ca e Mg com
características de solubilidade e
movimentação mais acentuadas
do que o calcário, para ocorrer
um bom fornecimento de Ca e
Mg e a tão desejada correção em
profundidade sem a necessidade
da incorporação.
Muitas vezes o agri-
cultor não faz monitoramento
nutricional através de análises
foliares, com isso não consegue
detectar se está ocorrendo absor-
ção de Ca e Mg. É comum obser-
var solos muito bem corrigidos,
porém os teores foliares de Ca e
Mg estão abaixo do adequado,
então não entende a razão de
uma baixa produtividade mes-
mo em solos corrigidos.
Quando adota um ma-
nejo onde prioriza fontes mais
solúveis, a produtividade sobe,
pois o cálcio tem papel impor-
tantíssimo no pegamento, fi-
xação da florada e um sistema
radicular mais desenvolvido em
solo corrigido profundamente,
que absorve muito mais água e
Marcos Pimenta 1
Ronaldo Cabrera 2 Õ Ö
×
Ö
Ø
Ù Ú
Û
Ü
Ö
Ý
Þ ß
à
á
Ö
â ã ä å æ ç è é ê å è ê ê ã ë é ì ê í î ï è ï ð ñ ò ó ô õ ô ô ö é å å î ï è ô ÷ ï ë ø ê å ù ï õ ê å ú
õ ô û è ô ü ô å ì ý û ê ú ì ï ö ä ó é ö ï ì û ô å ì é ö ô ù ó ï è ï å þ û î ï å è ô ì ê ÷ ÿ
  ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ § £ ¨ ©   - Revista Cafeicultura | ¨ 
nutrientes. Raízes profundas re-
duzem impactos climáticos, es-
tabilizam a produtividade com
menor bienalidade. Vale lembrar
que o cafeicultor faz “duas safras”
no mesmo ano, ou seja, ele pre-
cisa cuidar da safra que está na
planta e ainda fazer ramos novos
para produzir no próximo ano,
o sucesso desta prática só é con-
seguida com um bom equilíbrio
nutricional e uma boa relação
parte aérea x sistema radicular.
Existem no mercado alguns in-
sumos com maior solubilidade
e maior mobilidade, como por
exemplo, o gesso agrícola (CaO
26% e S 15%), a magnesita (MgO
95%), cal virgem dolomitica
(CVD) com 60% de CaO e 30%
de MgO e o próprio nitrato de
cálcio (19 % de Ca e 15% de N).
Por outro lado existem muitos
calcários de baixa reatividade e
solubilidade, que limitam o for-
necimento imediato de Ca e Mg.
No oeste baiano, na re-
gião de Luis Eduardo Magalhães
e Barreiras, foram feitas algumas
observações com uso de fontes
mais solúveis de Ca e Mg. Na
Fazenda Milano, localizada no
município de Barreiras – BA,
aplicou-se a CVD, buscando-se
uma melhor disponibilização de
Ca e Mg, pois já havia sido apli-
cado por dois anos consecutivos
1,0 Tonelada/ha de calcário do-
lomitico sem incorporação, não
havendo melhoria esperada nos
solos e nas plantas. A foto a direi-
ta na próxima página retrata a la-
voura antes da aplicação da CVD
e a tabela 1 reporta as caracterís-
ticas químicas da CVD.
Após 65 dias de aplicado,
percebeu-se a campo uma gran-
de emissão de folhas novas, com
uma coloração agora mais verde-
-escura, com ótimo crescimento
dos grãos de café, percebendo
que houve uma melhoria no solo
após a aplicação da CVD, fato este
atestado pelas análises de solo.
Um problema sério observado na
região é a escaldadura por inso-
lação, que também foi amenizada
após a aplicação de fonte mais so-
lúvel de Ca e Mg.
Devido ao seu valor alto
do PRNT (Poder Relativo de
Neutralização Total), a CVD traz
como principal beneficio a dis-
ponibilização imediata de cálcio
e magnésio ao solo, aumentando
o pH com diminuição do hidro-
gênio e alumínio, aumentando
a soma de bases no solo. Outro
fator importante é a solubilida-
de da CVD, que pode ser aplica-
da via pivô central, permitindo
à disponibilização imediata as
plantas, em dosagens fracionadas,
com um custo menor de aplica-
ção. Outra forma de aplicação da
CVD é na forma de drench (es-
guicho sob a copa das plantas),
testado em plantios de maçã e
ameixa na Chapada Diamantina
– BA.
Resultados obtidos nas
lavouras de café irrigadas do oes-
te baiano corroboram com os
resultados obtidos por Matiello
em Pirapora – MG, onde houve
aumento significativo dos níveis
de cálcio, magnésio e potássio no
solo, dando assim melhores con-
dições de desenvolvimento das
plantas.
Ao lado segue tabela 2
descrevendo os resultados das
análises de solo, antes e depois da
aplicação de CVD via solo.
Percebe-se nos resultados
da análise de solo retirada recen-
te que houve aumento nos teores
de Ca, Mg e da saturação de bases
(V%), de 28% para 48%, tendo
assim no solo melhores condi-
ções de crescimento das raízes e
aproveitamento dos fertilizantes.
Em São Paulo, na cultura
da cana de açúcar, Cabrera  Bis-
po obtiveram excelentes resulta-
dos em termos de produtividade
e correção de solo em profundi-
dade com uso de Gesso Agrícola
associado à Magnesita quando
comparado com calcário. Estas
| Revista Cafeicultura -
     !  
 # $ %
informações conduzem a um
manejo de fertilidade buscando
o aprofundamento das raízes e a
melhor eficiência e eficácia dos
insumos.
Com a instabilidade
climática, onde está cada vez
mais comum o déficit hídrico,
e os altos custos de produção a
competitividade agrícola come-
ça ficar vulnerável, pois o poten-
cial produtivo das plantas está
limitado a um sistema radicular
pouco desenvolvido e um sub-
solo pouco explorado que não
permite maiores incrementos de
produtividade
A lucratividade da agri-
cultura brasileira não pode estar
associada às altas cotações das
commodities e sim a uma pro-
dutividade embasada em uma
fertilidade de solo corrigida em
profundidade. O potencial pro-
dutivo das plantas já foi exaurido
com o solo corrigido na camada
superficial, para que ocorra um
salto de produtividade é neces-
sário corrigir o solo a pelo me-
 ' ( ) 0 1 2 3 0 4 5 )
6 7 8 9 @ A 7 6 9
@ 9 B C D E 9 F G H I P 6 9
9 Q @ R S 9 T U C 6 9 V W X Y
( ) 5 ` 4 0 ` a ) ' b
c
C 8 C 6 9 @ 9 B C D E 9
d e f g
F P
f
I h i
g
P
6 9 9 Q @ R S 9 T U C 6 9
V W X
p q r s t u v w
x y €  ‚ € ƒ ‚ „ … † ‡  … ˆ € † ‰ †  † ‰ ‘ ’ “ ”  … • ”
– —
• €
–
† ‚ ‰ ˜ • ™ ‚ „ 
— d e —
… • f … … „  •
–
• g
‰ • …  † “ h i „ ‰ ‚ €
e
• g •  … g j …
k q r s t u v w
x y €  ‚ € ƒ ‚ „ … † ‡  … ˆ € † ‰ † l g m  g n … g
… •
–
 • j … ‚ … • h o • ƒ † † g  † ‰ g j …
nos um metro de profundidade,
ai sim haverá ganho de produti-
vidade e lucratividade, e menor
dependência de altos preços das
commodities.
Na Prática
Vilmon Passos de Deus
é gerente da Faz Milano, locali-
zada no município de Barreiras
– BA. Lá se produz café, feijão,
milho e soja. Nestas terras ele
aplicou a cal virgem dolomitica
(CVD) pela primeira vez na cul-
tura do café nesse ano, em janei-
ro.
Um pouco desta aplica-
ção (30,0 Kg) aconteceu via pivô
e o restante via calcariadeira, to-
talizando 200,0 Kg/ ha. Nos 600
hectares de plantio de café, o ge-
rente observou que a absorção
da planta foi melhor quando a
aplicação foi feita via fertirriga-
ção.
Investimento
O investimento no pro-
duto não foi muito alto, segundo
Vilmon. “O que mais encareceu
foi o frete. E o resultado com-
pensou, com uma boa resposta
comprovada pela análise de solo.
Com a aplicação a lavoura teve
seu aspecto melhorado especial-
mente o solo. A saturação de ba-
ses hoje é de 43%, visto que an-
tes tínhamos apenas 15 ou 16%”,
pontua.
Ainda segundo ele, a la-
voura criou mais folha. “O cal-
cário demora para reagir, mas
a CVD é mais solúvel. Por isso
conseguimos um resultado mais
rápido do que a aplicação de
calcário comum. E aplicando a
CVD, após o aumento da satu-
ração de bases e regulagem do
pH do solo não é preciso aplicar
calcário em seguida”, diz.
MAIOR POTENCIAL
DAS FLORES E FRUTOS
Cantus®
Você pode mais. Sua lavoura pode mais.
0800 0192 500
www.agro.basf.com.br
Para mais sanidade
e maior retenção
de flores e frutos,
vá direto ao ponto.
Sistema AgCelence Café
Cantus® aliado a Opera® e Comet® - excelente controle
de importantes doenças para um café turbinado de
colheita a colheita.
www.w.agagroro.basf.f.cocom.m.br
Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de
controle de doenças/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biológico etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas
(MIP) quando disponíveis e apropriados. Para maiores informações referentes às recomendações de uso do produto e ao descarte
correto de embalagens, leia atentamente o rótulo, a bula e o receituário agronômico do produto. Produtos registrados no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob os seguintes números: Opera®
nº 08601, Cantus®
nº 07503 e Comet®
nº 08801.

Weitere ähnliche Inhalte

Mehr von Revista Cafeicultura

Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)
Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)
Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)Revista Cafeicultura
 
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagens
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagensGotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagens
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagensRevista Cafeicultura
 
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...Revista Cafeicultura
 
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...Revista Cafeicultura
 
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio Heitor Cantarella IAC
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio  Heitor Cantarella  IACAdubação do cafeeiro: Nitrogênio  Heitor Cantarella  IAC
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio Heitor Cantarella IACRevista Cafeicultura
 
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico Eng Agr José Br...
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico  Eng Agr José Br...Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico  Eng Agr José Br...
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico Eng Agr José Br...Revista Cafeicultura
 
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...Revista Cafeicultura
 
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...Revista Cafeicultura
 
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...Revista Cafeicultura
 
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...Revista Cafeicultura
 
Fernando cunha Palestra fale melhor e venda mais
Fernando cunha  Palestra fale melhor e venda maisFernando cunha  Palestra fale melhor e venda mais
Fernando cunha Palestra fale melhor e venda maisRevista Cafeicultura
 
Cecafé Relatório das Exportações de café mensal-janeiro-2019
Cecafé Relatório das  Exportações de café mensal-janeiro-2019Cecafé Relatório das  Exportações de café mensal-janeiro-2019
Cecafé Relatório das Exportações de café mensal-janeiro-2019Revista Cafeicultura
 
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...Revista Cafeicultura
 
Regulamento Cup of Excellence 2018
Regulamento Cup of Excellence 2018Regulamento Cup of Excellence 2018
Regulamento Cup of Excellence 2018Revista Cafeicultura
 
Uso racional da água na agricultura
Uso racional da água na agriculturaUso racional da água na agricultura
Uso racional da água na agriculturaRevista Cafeicultura
 
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-café
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-caféCampanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-café
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-caféRevista Cafeicultura
 
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017Revista Cafeicultura
 
Roberto Felicor Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...
Roberto Felicor  Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...Roberto Felicor  Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...
Roberto Felicor Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...Revista Cafeicultura
 
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca Adubação no cafeeiro: Teorias...
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca  Adubação no cafeeiro: Teorias...Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca  Adubação no cafeeiro: Teorias...
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca Adubação no cafeeiro: Teorias...Revista Cafeicultura
 

Mehr von Revista Cafeicultura (20)

Acb denuncia tc e mm 2019
Acb denuncia  tc e mm 2019Acb denuncia  tc e mm 2019
Acb denuncia tc e mm 2019
 
Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)
Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)
Cup of Excellence - 2019 resultado-final (1)
 
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagens
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagensGotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagens
Gotejo enterrado na cafeicultura, vantagens e desvantagens
 
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...
CIRCULAR SUP/ADIG N° 41/2019-BNDES Programa BNDES para Composição de Dívidas ...
 
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...
Novas cultivares de café: resistência aos fatores bióticos e abióticos e qual...
 
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio Heitor Cantarella IAC
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio  Heitor Cantarella  IACAdubação do cafeeiro: Nitrogênio  Heitor Cantarella  IAC
Adubação do cafeeiro: Nitrogênio Heitor Cantarella IAC
 
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico Eng Agr José Br...
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico  Eng Agr José Br...Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico  Eng Agr José Br...
Ferrugem do Cafeeiro no Brasil - Evolução e controle químico Eng Agr José Br...
 
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...
Técnicas para melhorar a fração biológica do solo para a utilização na cafeic...
 
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...
Como construir o perfil do solo e os benefícios fisiológicos na planta ng. ag...
 
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...
Tecnologia: Modernidade operacional da cafeicultura do Futuro Dr. rouverson p...
 
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...
Do viveiro ao campo: Manejo e identificação dos principais nematoides do cafe...
 
Fernando cunha Palestra fale melhor e venda mais
Fernando cunha  Palestra fale melhor e venda maisFernando cunha  Palestra fale melhor e venda mais
Fernando cunha Palestra fale melhor e venda mais
 
Cecafé Relatório das Exportações de café mensal-janeiro-2019
Cecafé Relatório das  Exportações de café mensal-janeiro-2019Cecafé Relatório das  Exportações de café mensal-janeiro-2019
Cecafé Relatório das Exportações de café mensal-janeiro-2019
 
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...
Resultado da fase da Pré-Seleção do Cup of Excellence - Brazil Excellence - B...
 
Regulamento Cup of Excellence 2018
Regulamento Cup of Excellence 2018Regulamento Cup of Excellence 2018
Regulamento Cup of Excellence 2018
 
Uso racional da água na agricultura
Uso racional da água na agriculturaUso racional da água na agricultura
Uso racional da água na agricultura
 
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-café
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-caféCampanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-café
Campanha de combate a Broca-do-café - Vazio Sanitário da broca-do-café
 
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017
Panorama macroeconômico do Brasil em Outubro de 2017
 
Roberto Felicor Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...
Roberto Felicor  Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...Roberto Felicor  Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...
Roberto Felicor Coocatrel Estratégias para um manejo sustentável da Broca-do...
 
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca Adubação no cafeeiro: Teorias...
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca  Adubação no cafeeiro: Teorias...Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca  Adubação no cafeeiro: Teorias...
Marcelo Jordão da Silva Filho – Procafé Franca Adubação no cafeeiro: Teorias...
 

Kürzlich hochgeladen

Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLaseVasconcelos1
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.HildegardeAngel
 
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024GleyceMoreiraXWeslle
 
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024SamiraMiresVieiradeM
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?MrciaRocha48
 
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxPOETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxJMTCS
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdfCarlosRodrigues832670
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxJMTCS
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxFree-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxkarinasantiago54
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileirosMary Alvarenga
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 
Sistema de Bibliotecas UCS - A descoberta da terra
Sistema de Bibliotecas UCS  - A descoberta da terraSistema de Bibliotecas UCS  - A descoberta da terra
Sistema de Bibliotecas UCS - A descoberta da terraBiblioteca UCS
 
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxQUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxAntonioVieira539017
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
 
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
 
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024
PLANO ANUAL 1ª SÉRIE - Língua portuguesa 2024
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
 
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxPOETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxFree-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 
Sistema de Bibliotecas UCS - A descoberta da terra
Sistema de Bibliotecas UCS  - A descoberta da terraSistema de Bibliotecas UCS  - A descoberta da terra
Sistema de Bibliotecas UCS - A descoberta da terra
 
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxQUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
 

Revista Cafeicultura nº13 2013 - Edição Especial Seminário do Café

  • 1.
  • 2.
  • 3.   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ § £ ¨ © - Revista Cafeicultura | ! # $ ! % ! ' % ( $ ) 0 ! 1 ! 2 ! 3 4 ! $ ) ) 1 ! 5 $ ) % 4 $ 6 ! 7 8 9 @ A B C D E F 8 G H I 9 A P 8 Q 8 G R G @ 8 S @ D T A U A V W D W 8 R Q D X R 8 G @ Y I W 8 C I S ` 8 9 P a S C A D 8 G @ 9 D @ b P A C D c I U 8 @ A Q 7 I S d R S @ R 9 D U W I e 8 9 C D W I W I 7 D f b 8 Q g P I G @ I W 8 h i p q r $ 6 s 5 $ ! ! t $ ! u % v ! $ 0 $ ! ! ! w ! % ) 5 ( x % ( $ ! $ % w ! % ) % ) # % $ ! % 7 I S y 8 C A W D € I 9 G R D G f I S @ 8 G W 8  P R D G Q A S 8 9 D A G H € I G G R A R Q D C I Q T A S D E Y I € D 9 D € 9 I W R E Y I W 8 C D f b G 8 G € 8 C A D A G ‚ g S A Q D A G G Y I Q D U @ 9 D @ D W I G € D 9 D € 9 I W R V ƒ A 9 C D f b Q D A G C D 9 I W I Q R S W I 1 ! „ % $ … $ 0 † ‡ ˆ ‰ ‡ ˆ  ‘ ‡ ’ “ ” ” • – 0 ) 3 — s 5 ) 4 ! 6 $ 2 ) ' 0 5 ( $ $ ! S eguindo os caminhos abertos pela Região do Cerrado Minei- ro, a Mantiqueira de Minas está prestes a ser a primeira re- gião cafeeira com Denominação de Origem. Graças trabalho realizado por um grupo de pesquisadores coordenados pelo professor Flávio Meira Borém, que realizou um trabalho de rara com- plexidade e detalhamento, que envolveu diversas competências em torno de um foco de pesquisa comum. Vimos nesta edição uma serie de matérias que tratam da certificação e a produção de cafés especiais. Vemos também que nem sempre é 100%, que enfoca o atual momen- to da utilização e formação de blends pelas indústrias de torrefação. Com enforque no mercado de cafés, temos uma analise muito bem embasada de Celso Vegro sobre o desenho míope do mercado de cafés. E temos uma analise completa do mercado de café no mês de Agosto . Republicamos uma reportagem da BBC que flagrou cenas de cruelda- de com animais durante a produção de um tipo de café considerado o mais caro do mundo. Com enfoque técnico temos um artigo que trata da utilização da cal virgem dolomitica no Cafeeiro. Saudações cafeeiras e boa leitura !
  • 4. ˜ | Revista Cafeicultura - ™ d e f g h i j f k l m n N as últimas semanas de agosto, devido à en- trada de frentes frias, a temperatura no Mato Grosso e no Paraná ficaram abai- xo da média do período, sendo que neste último foi registrado inclusive a ocorrência de geadas, que de al- gum modo prejudicou o trigo de inverno. Todavia, na última semana a colheita de trigo de inverno foi favorecida pelo calor, que foi mais marcante nas regiões do Sul, assim como também na parte central do Brasil. Nas últimas semanas em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul e do Litoral Nor- destino, as chuvas foram poucas, sendo o período considerado mais seco e quente contribuindo para o final da colheita do Café no Sul de Minas e em São Paulo, onde tam- bém favoreceu a colheita e o plantio da cana. Ao longo do mês de agos- to a temperatura da superfície do Oceano Pacífico apresentou pou- quíssima variação assegurando a continuidade da neutralidade do ENOS (EL Niño Oscilação Sul), ou seja, sem ocorrência do fenômeno El Niño, caracterizado por tempe- raturas anormalmente quentes, ou La Niña, caracterizado por tempe- raturas anormalmente frias, na re- gião equatorial do Oceano Pacifico. Situação essa que deve permanecer ainda pelos próximos meses. Tal condição favorece a ocorrência da normalidade climáti- ca para as estações do ano no Brasil. Todavia, com a chegada da prima- vera, no dia 22 de Setembro, às 17 h 44 (horário de Brasília) - (Equinó- cio de Primavera), marcando o fim do inverno 2013, é esperado para o mês de outubro que as chuvas ocor- ram acima da média para a região Central, Metropolitana de Belo Ho- rizonte, Norte e Noroeste de Minas Gerais. O mês deve, entretanto, ser mais chuvoso nas regiões do Jequi- tinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce em Minas, assim como no Noroeste e Litoral Norte do Espírito Santo. Considerada como estação climática de transição, é nesta esta- ção que a mudança no regime de chuvas e temperatura é mais mar- cante, pois é o período em que au- mentam a ocorrência de chuvas em forma de pancadas, principalmente no final do dia, sendo também o pe- ríodo de chuvas mais intensas com maior ocorrência de descargas elé- tricas, os raios. Apesar de ainda não ter iniciado a primavera, quando tem início a estação chuvosa para a maior parte do país, nas últimas semanas as chuvas no nordeste tem favorecido o solo aumentando as reservas hídricas para as culturas do cacau e da cana, que normalmente ocorre a partir de setembro. Para o início da primavera há probabilida- de de que as chuvas ocorram acima da média normal do período na região de Alta Floresta, na porção norte do Mato Grosso e no Panta- nal Sul Matogrossense, no Médio Araguaia, no nordeste do Mato Grosso, e na porção mais a Oeste do Paraná o que irá favorecer o plantio da soja no Paraná e Mato Grosso do Sul a partir de outubro. A maior probabilidade de que as chuvas ocorram abaixo da média é para as regiões do Baixo Amazonas e Sul de Roraima, Centro Norte e Norte do Piauí, bem como a Leste do Maranhão, Litoral norte do Rio Grande do Sul e Santa Cata- rina. A probabilidade de que as temperatura fiquem acima da média são para todo o Nordeste do Brasil com exceção do Oeste do Maranhão e da porção Centro Sul da Bahia, assim como para o Je- quitinhonha, em Minas, e a porção Norte do Espírito Santo. Temperaturas abaixo da média poderão ocorrer na região de Presidente Prudente, em São Paulo, bem como a porção Leste e Sudoes- te do Mato Grosso do Sul. Para o cafeicultor, o mo- mento é de atenção com o manejo preventivo de doenças do cafeeiro comuns do período, entre as quais está a Phoma, que acontece prin- cipalmente em regiões de maior al- titude com umidade mais elevada, como ocorre em parte do Espírito Santo e a Região da Zona da Mata Mineira, onde essa doença tem apa- recido com grande frequência. O uso de fungicidas para controle dessa doença deve ocorrer logo após as primeiras chuvas, que são os períodos de maior incidência das doenças,e continuado pelos três meses seguintes. A ocorrência des- sas reduz a produção da planta pois provoca a morte dos botões florais, das brotações novas, queda dos chumbinhos, produzindo a chama- da “roseta banguela” além da má granação dos frutos devido à des- folha da planta. A análise e o prog- nóstico climático aqui apresentado foram elaborados com base na esta- tística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente naqueles atuantes na América do Sul, e são de caráter experimental. Foram consideradas ainda as informações disponibiliza- das livremente pelo NOAA, Institu- to Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade - IRI, Met Office Hadley Centre, Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo - ECMWF, pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divi- são de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e dados climáticos do IN- MET/INPE. o p q r s t u v w x s y z p { | s q p } p ~ p  v z v v s | € } ~ p  s ‚ u ƒ ‚ t v ~ „ | s t y u „ q ‚ q … † u v ƒ v t v q ‡ p v p u | ~ ˆ  p ‡ v s † ‚ ‰ | ~ ˆ  p ‡ v y z v z v | ‚ ~ v Š ‹ o Œ  Ž „ v  † v ~ q x s { ‚ t ‚ { | s q { v } p ~ p  v | ‚ ~ s † { s p q z ‚  p z s „ | s t | v t ‡ ‚ z ‚ ‡ ‚ t  ‚ p t s { „ z v { p q r s t u v w ‘ ‚ { v  † p z p { | s q p } p ~ p  v z v { ’ Williams Ferreira1 “ ” • – — ˜ • ™ š › œ š ™  ž Ÿ œ ™   ™ ¡  “ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ™ § œ ” ™ š ” ¢ ¨ œ › ž ” © ” › œ › ª › ¨ ˜ ™ ” « ª ˜ ž ™ © › ª › ¨ ˜ ™ Antônio Alves Pereira2 “ ” • – — ˜ • ™ š › œ š ™  “ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ™ § œ ” ™ š ” ¬ ˜ © › © ” ­ ® ¦ ˜ ™ ¯ ™ © — ™ ” ž   ” • – — ˜ • ™ • ­ › ž ™ ­ — ª © — œ ™ š › ­ ™ ° ± ² ‹ ‚ {  † p { v z s t z v Š u } t v | v ³ Š ‹ o Œ  Ž q v ´ t ‚ v z ‚ o ƒ t s u ‚ ‡ ‚ s t s ~ s ƒ p v ‚ µ ~ p u v ‡ s ~ s ƒ p v „ v ‡ † v | t p q  p | v ~ ¶ u ‚ q ‡ ‚ ‚ u | ‚ {  † p { v {  s ~ ‡ v z v { | v t v s ‡ ‚ u v Œ † z v q w v { µ ~ p u ´ ‡ p  v { Ž ~ s } v p { ’ · ¸ p ~ ~ p v u { ’ r ‚ t t ‚ p t v ¹ ‚ u } t v | v ’ } t º s † · ¸ p ~ ~ p v u { ’ r ‚ t t ‚ p t v ¹ ‚ | v u p ƒ ’ } t º » ‹ ‚ {  † p { v z s t z v Š ‹ o Œ  Ž q v ´ t ‚ v z ‚ ¼ p ‡ s ‡ ‚  q p v „ v ‡ † v ‚ u | ‚ {  † p { v {  s u v  † ~ ‡ † t v z s  v r y ’ · | ‚ t ‚ p t v ¹ ‚ | v u p ƒ ’ } t º
  • 5. ½ ¾ ¿ À Á Â Ã Ä À Å Æ Ç È - Revista Cafeicultura | É A cafeína é a única droga psicoativa que pode- mos usar sem o menor sentimento de culpa. Há um ano, fiz essa afirmação nesta coluna depois de ler um ar- tigo do The New England Jour- nal of Medicine, a revista médi- ca de maior circulação mundial. Semanas atrás, a Folha resumiu um estudo publicado na revista Mayo Clinic Proceedings que aponta em outra direção. Com base nessa aparen- te contradição, João Luiz Neves, de Curitiba, enviou para o Pai- nel do Leitor a pergunta a mim dirigida: E agora, doutor, como proceder?. Somos bombardeados diariamente com mensagens de saúde conflitantes.A internet está abarrotada de sites e de e-mails que se propagam feito vírus, para exaltar os benefícios do alho, do limão, da maçã, do tomate orgâ- nico, da berinjela e até da urino- terapia. O risco dessas informa- ções médicas desencontradas é deixar o leitor descrente de todas. Por essa razão, e pela importância do café em nossas vidas, vou comparar as duas pes- quisas. O estudo do New En- gland foi patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos. Nele, fo- ram incluídos 229.119 homens e 173.141 mulheres saudáveis, com idades entre 50 e 71 anos. De acordo com o núme- ro de xícaras tomadas diariamen- te, o grupo foi dividido em dez categorias. Durante os 14 anos de acompanhamento, foram a óbito 33.731 homens e 18.784 mulhe- res. Depois de eliminar fatores como cigarro (especialmente), sedentarismo e obesidade, ficou claro haver uma relação inversa: quanto mais café, menor o nú- mero de mortes. Além de diminuir a mor- talidade geral, tomar café reduziu o número de óbitos por diabetes, doenças cardiorrespiratórias, der- rames cerebrais, ferimentos, aci- dentes e infecções. As mortes por câncer não foram afetadas. O efeito protetor foi dire- tamente proporcional ao número de xícaras ingeridas diariamente. A diminuição mais acentuada da mortalidade aconteceu no sub- grupo de seis xícaras ou mais por dia: redução de 10% nos homens e 15% nas mulheres. Essa associação foi independen- te da preferência por café desca- feinado ou não, sugerindo que a proteção não ocorre por conta da cafeína. Vamos à publicação da re- vista da Mayo Clinic. Durante 17 anos, foram acompanhados 43.727 participantes. Nesse período, ocor- reram 2.512 mortes, das quais 32% por doenças cardiovasculares. Comparados com os que não tomavam café, entre os bebe- dores contumazes do sexo mas- culino --definidos como aqueles que consumiam diariamente mais de quatro canecas de oito onças (equivalentes a cerca de 240 mili- litros)-- houve aumento da mor- talidade geral. Nas mulheres, não houve diferença estatisticamente significativa. Entre os participantes com menos de 55 anos, no entan- to, tomar mais do que as quatro canecas por dia aumentou a mor- talidade em 56% entre os homens e 113% entre as mulheres. Não houve associação entre con- sumo de café e mortalidade por doenças cardiovasculares. Nesse caso, como relacioná-lo com as mortes por infecções, acidentes automobilísticos ou câncer? Na comparação, o pri- meiro estudo tem evidências mais confiáveis: incluiu dez vezes mais participantes, acompanhados por período semelhante (14 versus 17 anos), que foram divididos em dez grupos em ordem crescente da quantidade de café ingerido por dia. Todos eles se beneficia- ram. No segundo estudo, só tiveram a mortalidade aumenta- da aqueles que tomavam mais de quatro canecas de 240 mililitros por dia. Ou seja, foi prejudicado apenas quem tomou mais de um litro por dia, durante 17 anos, em média. É inexplicável porque as mulheres, quando analisadas globalmente, não apresentaram mortalidade mais alta, enquanto no subgrupo com menos de 55 anos o aumento foi de 113%. O problema com ambos os estudos é que são retrospec- tivos: a decisão de tomar ou não café foi tomada no passado, de acordo com a vontade pessoal. O ideal é que fossem prospectivos, nos quais os participantes seriam acompanhados só depois de sor- teados ao acaso para fazer parte do grupo dos abstêmios ou dos tomadores de café. Por razões ób- vias, uma pesquisa com essas ca- racterísticas jamais será realizada. Por isso, caro João Luiz, pode tomar seu café sem remor- sos. Por via das dúvidas, faça como eu e todas as pessoas de bom senso: evite beber mais do que um litro por dia. Ê Ë Ì Í Î Ï Ð Ñ Ò Ó Ó Ô Ï Õ Ï Ö Ñ Î × Ø Ö Ù Ø Ö Ñ Ú Ó Î Û Ñ Ò Ø Ü Ý Ó Ë Ñ Ì Î Ó Þ ß à á â ã ä å æ ç æ è é ê ë ê ì í ê î ï ë ð ë ñ é ò ó ì ô õ ë ï ö ÷ ì í ë ò è é ï é ñ é ø ë ò î ï ù é ú ë è î û ç ø í ë ð ë ñ é ì è ë ü ë ò ý é ó ì ð è ë þ ÿ í ê î ï ô   ë é ø ç è ë ò ý é ë í î é ï ë ò í ë ó ï ì ó ì ç î í ó ë è ì ¡ é è ò í ë ¢ ï ì ò é ð î è ë ó ï ì £ ì ð ¤ ë î ç ý ï î ò ¥ è é ë ò ¦ ì ë § ø ì ð ò î è î è é ê ì ì é í è ì ¤ ë ¨ î ô © ì ø ó ë ï è ë ð é ù ï ë ò ó ì ú ë þ ì ï ì í è é ï ø þ ë ç ý ì í ¤ é ì è ì ò î ó ï ì ò ô ò ê ï î ù î ì ë ò ò £ ì è ë ò ¦ ì ê ì è ì è ø ì ò ò î ç ì í ì ò ¦ í ì ù î ï ò ë é ç ý ï î ò ò ì è î û ð ø ò ó ï ì è ì è ì   ë ð ¤ ì è î ë õ ì ø ð ë ô Drauzio Varella *
  • 6. | Revista Cafeicultura - ! # $ % ' ( $ ) 0 1 2 C om a plena globalização dos sistemas agroali- mentares, o esforço dos police makers ganhou imensa complexidade. A finan- ceirização dos mercados de com- modities, com a interveniência de multiplicidade de títulos deri- vativos, minimizou as possibili- dades analíticas pautadas exclu- sivamente pela trajetória de seus fundamentos (oferta; demanda/ consumo e estoques). Conco- mitantemente, os formuladores de políticas públicas se vêem na condição de arquitetar estratégias estando permanentemente con- frontados com Estado que padece de crise fiscal (amplificadas pelas ações contracíclicas disparadas pós-2008) enfrentado, ainda, o tenso debate sobre reforma tri- butária em que todos concordam, porém a análise do gasto público já demonstrou não haver em que cortar, pois as despesas públicas estão justas (amortização + pgto de juros da dívida interna; benefí- cios sociais; gastos com educação e saúde; gestão da máquina públi- ca, indexação do salário mínimo ao PIB e investimentos). Nesse ambiente político- -econômico surgem demandas de segmentos produtivos. No agro- negócio, tais clamores são relati- vamente freqüentes e, em geral, aderentes aos ciclos econômicos específicos de cada produto. Nou- tros casos são as relações comer- ciais desproporcionais os desen- cadeadores do descontentamento e a mobilização pela tomada de posição do governo (citricultores x esmagadoras; pecuaristas x fri- goríficos; fornecedores x usinei- ros, etc..). Em meados de 2011ocor- reu escalada nas cotações do café arábica. Desde então o mercado mergulhou num sem fundo, tra- zendo apreensão para todos os cinturões produtores do país. A gravidade do atual declínio nas cotações varia conforme a zona produtiva em que se encontram os talhões e o perfil tecnológico adotado nas lavouras: topografia; mecanização; adensamento e ir- rigação. Outros fatores são igual- mente decisivos como: a minucio- sa gestão dos empreendimentos (Projeto Educampo do SEBRAE/ MG exibe resultados formidá- veis na melhoria desse quesito); o grau de diversificação produtiva conduzido no estabelecimento; a participação em organizações so- ciais (cooperativas e associações) e, ainda, o reconhecimento de al- guma das agências certificadoras (selos) ou de mecanismos de ras- treabilidade (nucoffee). Frente à trajetória de depreciação continuada do pro- duto, passa a ocorrer legítima mobilização dos cafeicultores e de suas lideranças. Produziram-se manifestações e documentos di- recionados as esferas de governo, especialmente, federal. No escopo desses pleitos, inseriu-se a oferta pública de contratos de opção de venda. As opções são títulos fi- nanceiros em que se negocia o direito de comprar ou vender de- terminado ativo em data futura por preço predeterminado (preço de exercício). O comprador - titu- lar da opção – adquire direito de exercer sua opção e o vendedor – lançador – assume a obrigação de comprar ou vender o ativo caso o titular venha a exercer sua opção. O mercado de opções ocorre nos dias úteis nas bolsas de valores e, eventualmente, agentes públicos escolhem esse título na estrutura- ção de programas de garantia de preços e/ou de transferência de renda para os produtores rurais fragilizados pelos baixos preços decorrentes ou não do excesso de produção. Por intermédio da Porta- ria Interministerial no 842 publi- cada no Diário Oficial da União no 173 de 06/09/2013, desenhou- -se lançamento de contratos de opção de venda público opera- cionalizados pela CONAB com os seguintes parâmetros: para café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor com até 86 defeitos, pe- neira 13, admitindo até 10% de vazamento e teor de umidade de até 12,5%, colhido em 2013. Os compradores das opções serão di- retamente os cafeicultores ou por meio de suas cooperativas (cadas- tro regular no CADIN) com ven- cimento em 31/03/2014 e a preço de exercício de R$343,00/sc. Cada contrato equivale a 100sc (6t). Para a efetivação dessa política será disponibilizado o montante de R$1,050 bilhão (suficiente para a realização de três pregões com 10 mil contratos cada) oriundo das Operações Oficiais de Crédito, na rubrica Formação de Estoques Públicos. Detalhes adicionais estão contemplados na portaria como: a) estabelecer poder discricio- nário (MAPA) quanto ao limite de aquisição de contratos para os compradores (cafeicultor ou cooperativa); produto entregue em sacos (novos ou usados) cujo 3 4 5 6 7 8 9 @ A B C D B E D F G H I C G H B H P H D Q D R S G D D P T D U R D B V H W V F P D B S H X I C G F Y ` W S ` G a D b H Y F D c a c D d I S ` a Y H P H e D R f ` F R a c H G g F D B S h i Y H c H p A I U p B R S F S ` S H c D A Y H B H P F a I C G h Y H W a Celso Luis Rodrigues Vegro * q r s t r u v w x y r €  ‚ ƒ  u w t  „ v
  • 7. … † ‡ ˆ ‰  ‘ ’ ˆ “ ” • – - Revista Cafeicultura | — valor será reembolsado pela CONAB (R$3,0232 e R$3,3880 para as novas e R$1,9219 e R$2,0328 para as usadas – para sacaria de juta e malva respectiva- mente). Ao contrário do desejável, per- mitiu-se que as cooperativas adquiris- sem contratos oferecidos em leilão. No passado a permissão para que essas en- tidades participassem de políticas pú- blicas foi desastrosa e, credita-se a esse fato, a suspensão definitiva da política de PEPRO para a cafeicultura. Muito mais transparente se os leilões fossem arrematados apenas por cafeicultores mediante o emprego de seu CPF. So- mente no exercício desses contratos, haverá condições de se avaliar o destino efetivo dado pelas cooperativas aos re- cursos obtidos com as opções. O desenho da política, aparen- temente, carece de ajustes. O mais rele- vante deles está no preço de exercício, pois aparentemente não acompanhou parâmetros indicados pelas cotações fu- turas (em segunda ou terceira posição) e tampouco o deságio relativo ao custo financeiro da estocagem. Assim, anteci- pa-se ao mercado a decisão política do gestor em garantir o exercício por parte dos titulares. Mesmo sendo a CONAB a entidade mais capacitada no Brasil para administração dos estoques de alimen- tos, o recebimento dessa quantidade de produto poderá gerar dificuldades logísticas e perdas/deterioração (des- merecimento) durante o período de seu carregamento. O critério adotado no cálculo do preço de exercício conduz a outra dificuldade. Serão necessários mais de um bilhão para a execução plena da ação estabelecida. Como a decisão po- lítica depois de ter sido definido o Or- çamento Geral da União, em que não se empenhou tal quantia, portanto, não há como mobilizar tal recurso não estan- do o mesmo explicitado no orçamento (empenhado). Acreditar que os police makers do governo federal tenham as- sumido postura especulativa, jogando com a remotíssima possibilidade desses contratos não entrarem em exercício por ocasião de seu desfecho, parece hi- pótese plausível. Detalhes adicionais consistem na determinação da tabela de descon- to relativo ao frete no preço de exercí- cio segundo a região de originação do produto e sua distância até o armazém credenciado. Isso pode trazer insatisfa- ções dos titulares pois não constava nas regras da portaria publicada se o preço de exercício é FOB-armazém. Aquilo que não está na lei pode ensejar passivos judiciais. Ademais, não é prática usual nas opções privadas o reembolso de sa- carias (novas ou usadas). Em 13/09/2013, houve o pri- meiro leilão de opções públicas segun- do os critérios estabelecidos pela por- taria. Em 13/08/2013 ocorreu o pregão em que foram postos a venda 10 mil contratos (1 contrato = 100sc) sendo comercializados 8.565, ou seja, 85,6% do total. Os contratos lançados para os Estados de Minas Gerais e São Paulo foram integralmente adquiridos não havendo demanda nos demais estados produtores (Espírito Santo, Paraná e Bahia). O prêmio pago pelo titular3 do contrato foi de R$171,50/contrato, ou seja, R$1,715/sc. Na mesma data do pregão pú- blico, a BMF negociava os prêmios para opções de café arábica, entrega em março de 2014, segundo os seguintes parâmetros: “Posição em Nova Iorque para março no Contrato C4 era em 13/03/2013 de 123,55 ¢USD/lbp que convertido para R$/sc alcançaria R$372,275 . Desconta- dos os 15% relativos a qualidade do na- tural brasileiro (arbitragem), chega-se a R$316,42/sc. Com o desconto do frete (média de R$12,00/sc), o valor da opção seria de R$304,43/sc. Portanto, ajustado ao mercado o prêmio pago pelo exercício de posição estabelecida pelo vendedor a R$343,00/sc seria de R$38,57. Entre- tanto, nas opções públicas os contratos foram negociados pelo prêmio simbólico de R$171,50/contrato, ou seja, R$1,715/ sc, diferença de R$36,85/sc.” Com o primeiro leilão ten- do comercializado 8.565 contratos, o montante em prêmio arrecadado foi de R$1,47 milhão, quando o esperado se- ria R$33,04 milhões caso o prêmio fosse calculado numa operação de mercado. Assim, embute-se um subsídio disfarça- do de R$36,85/sc (R$38,57 – R$1,715), ou, R$3.685,50/contrato, pois foi esse o valor que os cafeicultores e suas coope- rativas deixaram de pagar ao lançador (CONAB). Na verdade cada saca de café a ser entregue em 31/03/2014 valerá os R$343,00 do exercício mais a diferença do prêmio de mercado e o efetivamente recolhido calculado em R$36,85/sc, re- sultando em preço final de R$379,85! A impressão que deixa esse pri- meiro pregão é a de que os gestores pú- blicos foram pouco cautelosos na apli- cação de recursos do tesouro, pois além de estabelecerem preço de exercício re- lativamente elevado, aceitaram prêmio simbólico para a venda dos contratos6 . Seria mais transparente reabilitar o PE- PRO oferecendo R$36,85/sc para cada cafeicultor, diretamente em sua conta corrente, ao invés de embutir o subsídio dentro de um prêmio aquém daquele exigido pelo mercado. Desenhar políticas públicas eficazes, eficientes e que contemplem ampla efetividade consiste no maior dos desafios atuais para os gestores públi- cos. Retirar 3 milhões de sacas da safra 2013/14 é esforço louvável, mas poderá não afetar a ascensão das cotações, pois há existências decorrentes do financia- mento da armazenagem do último tri- mestre de 2012 que se somarão as dis- ponibilidades da safra cheia de 2014/15, ou seja, é remota tal possibilidade. A tarefa de fazer políticas pú- blicas se torna absolutamente inalcan- çável se lentes que corrijam eventuais miopias não sejam empregadas a partir de abalizados receituários. 1 O autor agradece os comentários e sugestões do Eng. Agr. Antônio Luis Jamas e do Econo- mista Felix Schouchana. 2 Não podemos nos opor ao reembolso dos custos com sacarias, aspecto mais que justo, porém o objetivo aqui foi alcançar o preço efetivamente pago pelo produto pela CONAB. 3 Prêmio é o valor da opção negociado entre as partes. 4 Foi empregado a cotação em Nova Iorque pela perda de liquidez dos contratos de café arábica negociados na BMF. 5 Fechamento do câmbio em 13/09/2013 foi de 1US$ = 2,2779R$. 1sc 60kg = 132,276lbp 6 Esse expediente em nada difere do que ocor- reu nas duas versões anteriores dos leilões de opções públicas para café. Apenas no primeiro deles o prêmio ficou ligeiramente acima dos R$9,00/sc.
  • 8. ˜ | Revista Cafeicultura - ™ d e f g h i j f k l m n E ntre Agosto e Setembro deste ano de 2013 algu- mas notícias e aconte- cimentos muito inte- ressantes passaram quase que despercebidos pelo agronegócio café brasileiro.A torrefadora ale- mã Tchibo foi a primeira com- pradora de cafés arábica com o selo “Certifica Minas Café”, programa governamental coor- denado pela Secretaria de Es- tado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais e executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e pelo Ins- tituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Foram 50 mil sacas de 60 quilos, um volume pequeno se comparado ao volume expor- tado anualmente pelo estado de Minas Gerais, mas que pode se tornar muito significativo na nova caminhada estratégica que deverá ser trilhada pelos cafei- cultores mineiros. Ainda não se sabe como a identidade “Certi- fica Minas Café” será utilizada pela empresa alemã em embala- gens (e mesmo se será utilizada), mas pode representar o primeiro passo para que a origem “Minas Gerais” chegue ao consumidor conduzida por um programa governamental e que represen- te toda a cafeicultura do estado. Para constar positivamente na promoção mineira, as iniciati- vas das indicações geográficas do Cerrado Mineiro e da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais promovem suas regiões especifi- camente e agregam em sua men- sagem o “sufixo” Minas Gerais. O momento é oportu- no. Outra notícia importante foi anunciada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, segundo os quais, a expectativa para 2013 é vender cerca de 100 mil sacas lacradas com o selo de Indicação de Procedência no mercado interno e para o exte- rior. As regiões do Norte Pio- neiro e da Serra da Mantiquei- ra de Minas Gerais articulam sua estrutura para coordenar a emissão dos certificados, e neste mês de setembro, o Instituto Na- cional de Propriedade Industrial (INPI) anunciou a mais nova indicação de procedência para o café, a região Alta Mogiana em São Paulo. Os projetos da região do Oeste da Bahia e da Mogiana de Pinhal em São Paulo também caminham. Em termos de marke- ting estes movimentos são mui- to significativos, muito mais do que o diferencial de preço de R$ 3,00 a saca pago por ocasião da exportação do café mineiro com o selo Certifica Minas Café. No caso mineiro é ainda mais sig- nificativo porque na mente de importadores e consumidores europeus e estadunidenses a ori- gem Minas Gerais praticamente não existe. Quando muito, ve- mos um “South Minas” (Sul de Minas) perdido nas prateleiras de algumas cafeterias. E neste caso específico, quem promove a origem é o torrador ou dono de cafeteria, e não existe nenhum prêmio pago aos produtores de café. Os elos mais fortes da ca- deia se apropriam do valor da marca de origem. Já no caso dos cafeicul- tores da região do Cerrado Mi- neiro a estratégia é de fortaleci- mento da marca e ampliação de mercado, já que gozam de boa reputação no mercado japonês. Analisando um pouco mais a fundo a ação da empresa alemã Tchibo, vemos que ela adota esta prática com o Certifica Minas Café de forma muito estratégi- ca, já se antecipando ao apagão de cafés certificados que ocorre- Paulo Henrique Leme * o p q r s r t u v r w x y v w z { | } ~  €  ‚ ƒ „ … † „ ‡ ˆ ‰ Š ˆ … ‹ ‰ Œ  … „ ‹  Ž ‡ ‰  ƒ „ † Ž   „ … …  Ž  ‰ ‘ Œ ˆ ’ „ Ž … ˆ  ‰  „ “ „  „ Ž ‰ Š  „ ” ‰ ’ Ž ‰ … • – — ˜ ™ š › œ  ž › — Ÿ   ¡ ¢ £ — ¤ › ¥ ¦ ™
  • 9. § ¨ © ª « ¬ ­ ® ª ¯ ° ± ² - Revista Cafeicultura | ³ rá no mercado mundial de café nos próximos anos (a se confir- mar pela palavra dos torrefado- res internacionais).Em verdade, é provavelmente um teste que a torrefadora realiza para direcio- nar suas ações futuras. Os olhos das indústrias internacionais se voltam para o único país, o único estado e o único sistema de certificação que pode em pouco tempo aumentar signi- ficativamente a oferta de cafés sustentáveis no mundo. Uma oportunidade de ouro para a nova dinâmica de mercado que o agronegócio café mineiro e brasileiro terá que enfrentar. Os cafés arábicas de Minas Gerais (25 milhões de sacas em 2013) deixam grada- tivamente de ser a base de sus- tentação do preço internacional da commodity. Os Robustas asiáticos, por uma série de fa- tores, começam a ocupar este espaço. E nada indica que isto mudará no curto e médio pra- ´ µ ¶ · ¸ ¹ º µ » ¼ ¶ ½ ¾ ¸ ¶ µ » ¿ À Á Â Ã Ä Å Á Â À Â Ã Â Æ Ç È À É Ê Ç Â Æ Ë Ì À Ç Á Í Ã Ç Å Î Ç Ã Ä Â Æ Ï Æ Ä Ç Å Ì Ð Ñ Ò Â À Â Ã É Æ Ì Ó À Â Á Ç Ô Ã Ì Ç À Õ Æ Ç Â Á Ö Ã Ì Ç Æ Ç À Å Æ Ì Ã Ç Â Æ À × Ì Æ Ä Ã × Ø Ï Á Æ Ï À É Ê Ô Ì Ã Ï Á Ç À Ó Â Ã Ï Æ Ä Ö Ã Ì × Ù Ä Ñ Ï Á À Ã Ç Å Ì À Å Ê × Á Ï À Ú Û Ü Ý Þ ß à Þ á â ã ä å æ â ç è é ê Ü ë ì ä zo. Portanto, uma das alterna- tivas estratégicas dos “Cafés de Minas Gerais” é construir um novo mercado para suas diver- sas origens e cafés sustentáveis. Literalmente, construir. As ou- tras origens brasileiras também devem trilhar este caminho. A explosão da coorde- nação das origens brasileiras em movimentos regionais, mi- crorregionais e macrorregio- nais é um importante fato para o marketing dos Cafés do Brasil. Engana-se aquele que pensa que os movimentos de origem se re- ferem única e exclusivamente à Indicação de Procedência ou Denominação de Origem. Ele é muito mais profundo. Durante a I Semana In- ternacional do Café e 8° Espaço Café Brasil em Belo Horizonte o que vimos foi a explosão do marketing de origens no Bra- sil. O estandes do Sebrae-MG, Sebrae Nacional e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estavam abarrotados de origens, micro, macro... Ao gosto do freguês! Cafés da agricultura familiar, com origem, as regiões mineiras, algumas regiões bra- sileiras, Chapada Diamantina, o Oeste da Bahia em seu próprio estande. Além disso, cafeicultores investiram muito na promoção de suas fazendas e seus lotes úni- cos. É a origem brasileira, a iden- í î ï ð ñ ò ó ô õ ö ÷ ø ù ú ú ÷ ö û ü ý þ ÿ   ¡ õ ü ¢ ù ú £ ö ü û £ ù ù ¤ ÷ û ú ¥ ¢ £ ÷ ö ù ¦ ¦ ü ö § ù £ ¨ û © ù ú £ ö ü £ ô © ¨ ¤ ÷ û ÷   © ö ÷ û ù © ¤ ¨ ÷ ¤ ü ø ô ¤ ù ö £ ¨ ¤ ü ù ú ù ¡ ÷ ö ¨ © ù ¦ ù ¨ û ¨ ¤ ü ù ú © ù ÷ © ö ! ¤ ü ú ¡ ¦ ü ¨ ¢ # $ % ¢ ù ¦ ù ü ù ¡ ¥ ' ü ¡ ö ( ù ¢ ù ø ÷ û ù # ) 0 1 2 0 3 4 4 1 5 3 tidade dos Cafés do Brasil sendo construída de forma dispersa, sem coordenação, mas crescen- do com força. E para esta construção, os diversos atores do agrone- gócio café precisam de conver- gência estratégica. O significado deste termo é emblemático, e muito diferente do simples ali- nhamento estratégico, ele signi- fica que não importa onde este- jam os produtores, quais sejam seus interesses, de suas associa- ções e cooperativas, dos comer- ciantes de cafés, torrefadores, governo, instituições governa- mentais e privadas... Todos pre- cisam convergir para o mesmo ponto, para o mesmo objetivo: estruturar um novo posiciona- mento para as origens brasilei- ras no mercado mundial... E na- cional também! Para atingir este obje- tivo, é necessário compreender como se formam estes mercados 6 ¶ 7 µ 8 ¾ 8 9 ¸ @ A Ì Æ Â Ð B Á Â Æ Ä À C À B Ã Ä Â Á Ä D À Â Æ E Æ Ö F Õ Ä À Ì Ã × Á G Æ Â Ã H Ì Ù Ç A Æ Ä Å À Ç Õ Ä Æ Ç Ð Í Â Ã I Á Ä À Ç P Ã Ì À Á Ç Õ À Ð Ó À À Í Å Á Å Ð Â Ã Ó Ê Â Á À Â Ã Q R S Ó À Ï Á Ó À Â Æ Ä Ò Ö Ã Í Â Æ Ó À Ì Õ Æ È À É Ê T Ó Ê Ì Á Ï Æ Ê Ð Ó Ã U Ï Ã Í Ã Ä Å Ã Ì Ã Ô Ì Ã Ç Ã Ä Å À Ä Å Ã Â À V Ð À Í Á Â À Â Ã Ã Â Æ Ï Ð Á Â À Â Æ Ä À Ô Ì Æ Â Ð W G Æ Â Ã Ï À É Ê Ç Ã Ç Ô Ã Ï Á À Á Ç À Â Æ Å À Â À Ä Æ Ç Ï À É Ã B À Á Ç Â Ã I Á Ä À Ç P Ã Ì À Á Ç Ú X de produtos especiais, diferen- ciados, de origem e sustentáveis. Compreender a balança de forças e o modo como os di- versos atores constroem signifi- cados para marcas e qualidades de cafés. Compreender e ofere- cer ferramentas de marketing para valorizar a marca na emba- lagem das indústrias internacio- nais. Compreender estes pro- fissionais de mercado, em seu dia a dia, como modificam suas práticas de marketing e de com- pras para atingir seus diversos e contraditórios interesses. Paralelamente, logo ao lado existem 21 milhões de con- sumidores brasileiro que tomam café... E o problema é este. Não tomam “Cafés de Minas Gerais”, “o café da Chapada Diamanti- na”, os cafés de comércio justo e solidário de Poço Fundo-MG, os cafés das montanhas capixabas, ou mesmo o Conilon Especial do Espírito Santo! Por quê? Café mineiro só é “bão” nas paradas da Fernão Dias? Porque os pau- listanos não tomam o legítimo café de sua histórica região Mo- giana? A cafeicultura brasilei- ra terá imensos desafios neste futuro tão próximo. As regiões produtoras crescem em termos populacionais e de oportunida- des de emprego para a já escassa mão-de-obra. As condições le- gais de produção apertam o cer- co. E a concorrência internacio- nal acirra a queda de braço pelos preços internacionais. A busca pela convergência estratégica deve estar na pauta de todos. Tomara que em pou- cos anos possamos marcar este momento histórico do Certifi- ca Minas Café como o pequeno grande passo dos “Cafés de Mi- nas Gerais”. E marcar a I Semana Internacional do Café e 8° Espa- ço Café Brasil como o ponto de explosão do marketing de ori- gens dos Cafés do Brasil.
  • 10. Y ` | Revista Cafeicultura - a b c d e f g h d i ` Y p O anúncio oficial dos instrumentos de política cafeeira que vigorarão na safra 2013/14 do Brasil, aliado às previsões de frio intenso na região Sul do País, ajudaram a sustentar as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York na primeira quinzena de agos- to. No entanto, a forte valoriza- ção do dólar observada a partir da terceira semana pressionou o Contrato C, cujo vencimen- to setembro encerrou o mês no patamar de US$ 1,12 por libra-peso, acumulando per- das de 650 pontos. O aumento dos estoques certificados na ICE Futures US também me- receu atenção, pois se elevaram 38.345 sacas. Em 31 de agosto, os estoques certificados soma- vam 2,79 milhões de sacas, o maior nível registrado no en- cerramento de um mês, desde fevereiro de 2010. A valorização do dó- lar é uma tendência mundial, em função da recuperação da economia norte-americana e da proximidade da suspen- são do programa de estímulos do Banco Central dos Estados Unidos. No entanto, em função das incertezas dos investidores quanto aos rumos da economia brasileira, o real foi uma das moedas que mais se desvalori- zou ante o dólar, com efeito so- bre o mercado de café, uma vez que o Brasil é o maior exporta- dor mundial dessa commodity. Na terceira semana de agosto, o câmbio brasileiro superou a barreira dos R$ 2,40 e atingiu o maior fechamento dos últimos 56 meses, no dia 21, a R$ 2,451. No acumulado do mês, a alta do câmbio foi de 4,6%. Houve contenção da desvalorização do real a partir de 22 de agosto, com o anún- cio de um programa do Banco Central do Brasil, que injetará US$ 60 bilhões no mercado até o final de 2013. Os recursos serão ofertados em leilões diá- rios até 31 de dezembro, com o objetivo de reduzir especula- ções e atenuar a desvalorização da moeda nacional. Todas as sextas-feiras serão disponibili- zados US$ 1 bilhão, com com- promisso de recompra futura. De segunda a quinta-feira, a estratégia do BC será de venda de títulos, garantindo proteção às empresas contra variações bruscas no câmbio. A estra- tégia teve resultado positivo, uma vez que o dólar encerrou o mês abaixo dos R$ 2,40, mes- mo com a tendência externa de alta, frente às expectativas de uma possível operação militar na Síria. O mercado futuro da variedade robusta apresentou comportamento semelhante ao do café arábica, com sus- tentação de preços na primei- ra quinzena de agosto e forte desvalorização no segundo período do mês. O vencimen- to setembro do contrato 409 da Bolsa de Londres apresentou perda acumulada de US$ 124 por tonelada, mesmo com os estoques certificados atingin- do o menor nível dos últimos 13 anos (1,32 milhão de sa- cas). O baixo nível do volume armazenado é resultado da re- dução das entregas do café da Indonésia, cuja produção tem sido afetada pelas fortes chu- Material elaborado pela assessoria técnica do Conselho Nacional do Café (CNC).
  • 11. q r s t u v w x t y €  ‚ - Revista Cafeicultura |   vas, e também pela retra- ção de oferta de café do Vietnã, cujos produtores tentam negociar prêmios maiores pela saca. Segun- do a agência Bloomberg, os produtores vietnamitas ainda têm em estoque cer- ca de 2,3 milhões de sacas de café da última tempo- rada. Porém as cotações futuras antecipam uma safra abundante no país, cuja colheita será iniciada em outubro e as entregas a partir de novembro. Estatísticas de ex- portações mundiais ela- boradas pela Organiza- ção Internacional do Café (OIC) mostram que a de- manda pelo robusta conti- nua aquecida. No período de agosto de 2012 a julho de 2013 foram exportadas 44,18 milhões de sacas da variedade, representando 39,2% das exportações mundiais de café. Nota-se discreto crescimento da participação dessa varie- dade no comércio mun- dial, pois, no período an- terior (agosto de 2011 a julho de 2012), foram ex- portadas 41,06 milhões de sacas de robusta (38,5% das vendas globais de café). No mercado do- méstico, os indicadores de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada apre- sentaram tendência de es- tabilidade para o arábica e de queda para o conilon, que tiveram variação de, respectivamente, -0,1% e -2,9%, no acumulado do mês. Como a queda de preços do robusta foi mais acentuada, o diferencial de preços entre as varieda- des passou de R$ 25/saca, no início do mês, para R$ 38,9/saca, em 30 de agosto. Quanto ao andamento da safra brasileira, a Somar Meteorologia estima que, até o fim do mês passado, haviam sido colhidos 80% dos cafezais em São Paulo e 78%, em Minas Gerais. Porém, é grande a preo- cupação com a perda de qualidade, já que 30% dos grãos colhidos apresenta- vam algum tipo de defeito, consequência do inverno chuvoso que predominou nas origens brasileiras. Em relação à política ca- feeira, no mês de agosto houve a ratificação, pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), da distribuição dos recur- sos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Fun- café) para a safra 2013/14. Além disso, foram oficial- mente anunciadas: (i) a implantação de um pro- grama de Opções Públicas de Venda que envolverá 3 milhões de sacas de 60 kg de café, para exercício em março de 2014, a um pre- ço unitário de R$ 343; e (ii) a destinação de recur- sos próprios do Banco do Brasil, a taxa de juros do crédito rural, no valor de R$ 1,614 bilhão, conforme detalhado no Quadro 1. Em agosto tam- bém foi iniciado o repasse dos recursos do Funcafé aos agentes financeiros. Dos R$ 3,16 bilhões auto- rizados, foram liberados R$ 957,616 milhões no to- tal do mês. De acordo com publicações no Diário Oficial da União, os agen- tes que assinaram contra- to com o Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricul- tura, Pecuária e Abasteci- mento, foram, por ordem de tomada de recursos, Bancoob, Itaú BBA, Ban- co Votorantim, Rabobank, Bicbanco, Banco Original, BPN Brasil e Banco Ribei- rão Preto. A maior con- centração da liberação dos recursos foi para a linha de estocagem, conforme pode ser observado nos gráficos abaixo.
  • 12. ƒ „ | Revista Cafeicultura - … † ‡ ˆ ‰  ‘ ’ ˆ „ “ ƒ ” A Região do Cerrado Mineiro é uma Indi- cação Geográfica na Modalidade Indica- ção de Procedência reconheci- da pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, a primeira em cafés em todo o Brasil, tendo este titulo outorga- do em 2005. A exemplo das mais tradicionais regiões de vinhos, queijos entre outros produtos europeus, como Bordeaux na França, Parma na Itália, Ryoja na Espanha que demarcam e re- gistram seus territórios pelo re- conhecimento e valorização de seus produtos e pessoas,a Região do Cerrado Mineiro é um terri- tório demarcado e reconhecido pela produção de cafés de alta qualidade, o que lhe possibilitou portanto o reconhecimento e notoriedade como Primeira In- dicação Geográfica em Cafés no Brasil, a segunda entre todos os produtos vindo depois do Vale dos Vinhedos, que é uma Indi- cação Geográfica para Vinhos. Essas “porções de terra” intituladas como Indicação Ge- ográfica, na França são chama- das de Terroir. O Terroir é nada mais que a combinação entre três fatores: território, homem e o saber fazer. O Território diz respei- to a combinação do clima, solo, temperatura, altitude, regime de chuvas e a todas as condições naturais proporcionadas pela • – — ˜ ™ d e f g h i j h k j l m n o i m p h n q n j r l m j s n m r j t u m v j s l h i w j r j m u x y n r n z { u | j l } ~  s n m j z r n { j m m u r n € Juliano Tarabal *  ‚ ƒ „ … † ‡ † ˆ ‚ ‰ ‰ Š ‡ † ‹ „ Œ ‚ „ ‰ †  Ž „   ‘ ƒ Š ’ … † natureza, que são os fatores eda- foclimáticos. O fator homem, diz res- peito as pessoas que vivem na- quele território, que carregam consigo sua cultura, sua tradição e costumes, os fatores andróge- nos. O “saber fazer” diz res- peito a todo o conhecimento acumulado do homem que atua naquele território, que são as praticas e o processo de produ- ção que tornam único e singular o produto produzido naquele território. Pois bem, a Região do Cerrado Mineiro tem todos es- tes elementos que compões um nobre terroir: Território, ho- mem e saber fazer. Geograficamente, o Cerrado Mineiro é constituído de 55 municípios, sendo 170.000 hectares de café em produção, cerca de 4.500 produtores que juntos produzem aproximada- mente 5 milhões de sacas, que correspondem a 10% da produ- ção nacional. Nesta área demar- cada o município de Patrocínio merece destaque, pois possui 35.000 hectares de café em pro- dução, que lhe concede o titulo de maior município produtor de café do Brasil, sendo hoje refe- rencia em organização, qualida- de e produtividade, sendo sede de importantes empresas e orga- nizações como EXPOCACCER, COOPA,Acarpa e Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que é a Gestora da Região do Cerrado Mineiro. A Região do Cerrado Mineiro é hoje um dos territó- rios mais importantes e reco- nhecidos em todo o Brasil, e isso só foi possível ser construído pois carregamos conosco as três características que compõem os mais nobres terroirs em todo mundo: Território, homem e sa- ber fazer.
  • 13. “ ” • – — ˜ ™ š – › œ  ž - Revista Cafeicultura |  ž A tualmente pratica- mente todas as regi- ões cafeeiras do Bra- sil produzem grãos especiais, como o Cerrado, Zona da Mata e Sul de Minas Gerais, Serra do Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Paraná. Se- gundo Flávio Borém, é possível encontrar várias definições para café especial, refletindo muitas vezes os efeitos da cultura, cos- tumes e valores de cada povo, região ou país e estando asso- ciado ao prazer que a bebida proporciona. “O café especial é aquele que se distingue por uma característica peculiar ou grupo de atributos singulares possuin- do, portanto, uma especialidade ou especificidade na percepção de seus atributos sensoriais e de seu sistema de produção. O café pode ser especial por possuir sabor e aroma únicos e distin- tos do café comum, por ser pro- duzido em sistema orgânico, ser de origem controlada ou até mesmo por ser raro e exótico”, explica. Segundo dados da BSCA, a demanda pelos grãos especiais cresce em torno de 15% ao ano, contra um cresci- mento de cerca de 2% do café commodity. O segmento re- presenta hoje cerca de 12% do mercado internacional da bebi- da. O valor de venda atual para alguns cafés diferenciados tem um sobrepreço que varia entre 30% e 40% a mais em relação ao café cultivado de modo con- vencional. Em alguns casos, pode ultrapassar a barreira dos 100%. Segundo o ex-presi- dente da BSCA, Luiz Paulo Dias Pereira Filho, os principais mer- cados consumidores dos cafés es- peciais brasileiros são, na ordem, Japão, Estados Unidos e União Europeia, havendo crescimento muito grande por parte da Coreia e Austrália. No que diz respeito ao consumo interno do produto, das 19,7 milhões de sacas consu- midas no mercado interno, um milhão é de cafés especiais. “O Brasil está assumindo o posto de fornecedor de cafés especiais para o mundo”, garante. Variedade de regiões, cultura e sabores Segundo Borém, a cafei- cultura brasileira, por sua exten- são territorial e peculiar variação ambiental, tem sua produção distribuída em diferentes regiões que se distinguem pelas caracte- rísticas marcantes dos seus am- bientes, tanto em relação ao meio físico quanto às condições climá- ticas e socioeconômicas. “Essas regiões são marcadas por grandes variações no solo, na temperatu- ra, umidade relativa e altitude fazendo com que a qualidade do café possua expressões distintas”, destaca. Recentemente, novas tendências têm demandado a garantia da originalidade geo- gráfica dos produtos agrícolas. “Esses são os casos das certifi- cações de origem conhecidas no Brasil como Indicação Geográ- fica – IG nas modalidades de Indicação de Procedência - IP e Denominação de Origem - DO. Já existem no Brasil duas regiões com Indicação de Procedência reconhecidas pelo Instituto Na- cional de Propriedade Industrial - INPI: o Cerrado Mineiro e a Ÿ   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¡ ¦ § ¨ © ª « ¨ ¨ § ¬ ­ § ® ¯ ° ± ² ³ ´ ­ ¨ µ ­ « ¯ ² ¶ ° © ª ² · ² ¸ § ¹ « ² º ² ¬ ² » ¦ ¼ Flávia Bessa * ½ ¾ ¿ À Á Â Ã Ä Å Æ Ç Â À È ¾ É Ê Ã Ë Ì Ä È ¿ Í ¾ Ã Æ Å È Ã È ¿ ¿ Î Ê ¿ Ç Ê Å À Ï Ã Æ Ï Ð À Ì Ï À Ñ Å È Ã È ¿ Ò Ï À Ñ À Ì À Ä ¿ Ó À Â Ç Â À È ¾ Ó Å Ñ À Ã Ô ¾ Õ Ã Â Ã Ñ Å Ä Ð À È ¿ Ö ¿ Â Ê Ã × È À Ò Ø È Å É À Ç Â À Ë ¿ Ä Ä À Â Ù Æ Ú Ñ Å À Á À Â Ì Ö Û Mantiqueira de Minas”, explica o professor.“Além disso, o Norte Pioneiro do Paraná e a Mogiana Paulista estão trabalhando para conquistar também IG”, acres- centa o pesquisador do IAC. Para embasar as solici- tações de IG, estudos científicos são imprescindíveis, pois é o que validam ou não a existência de uma condição ambiental privi- legiada e um modo de cultivo semelhante com potencial para produção de cafés finos, ou seja, a relação entre o ambiente e a qualidade da bebida. Atu- almente, o Consórcio Pesquisa Café tem em seu programa de pesquisa algumas linhas de pes- quisa na área de cafés especiais, como projetos dos pesquisado- res Flávio Borém, da Universi- dade de Lavras (Ufla), e Helena Maria Ramos Alves, da Embrapa Café, que têm desempenhado papel relevante na caracteriza- ção detalhada da região da Serra da Mantiqueira, que conquistou a IP ano passado e está em busca da DO. Ü Ý ¤ ¥ ¡ Þ ¡ ß à á â ã ä å á æ ã ç è é ê è æ á ë á ì í á î á å å è ï á æ á î ã ð ä ð á ñ ã å á æ á ä ò í ó ã å ð è ô î ã ð ä é ã æ è è é ê å è é õ é è ì í æ å í î ã ö ÷ ø ù ø ú û ü ý þø ÿ   ¡ ¢ £ ø
  • 14. ¤ ¥ | Revista Cafeicultura - ¦ § ¨ © © ¤ P arte integrante do Sul do estado de minas, a Mantiqueira de Minas está situada na face mineira da Serra da Mantiqueira. Apresen- ta altitudes que variam de 900 a 1400 me- tros, possui relevo montanhoso, e é composta por 25 municípios, com as condições climáticas propicias à produção de cafés especiais a região é reconhecida pela busca constante da excelência na produção de cafés raros e surpreendentes, equilibrados e apresen- tam sabores complexos com notas de chocolate, fru- tado, cítrico e caramelo e são encorpados com do- çura elevada e apresentam sabor residual marcante. O café chegou a região da Mantiqueira de Minas en- tre os anos de 1848 e 1850, de acordo com registros de livro caixa de Joaquim José Ribeiro de Carvalho, inventário de Alferes Manoel Carneiro Santiago datado de 1856 e com entrevistas elaboradas junta- mente com os mais velhos moradores e de acordo com histórias contadas por seus antepassados. A ex- pansão da cafeicultura na Serra da Mantiqueira se deu entre os anos de 1913 e 1925. A partir de 1996, iniciou-se um processo gradativo de aprimoramento da tecnologia cafeeira regional, com a busca de novos cultivares e insta- lação de infraestrutura para melhoria da qualidade do café, como colheita altamente seletiva usando as características de maturação dos cultivares precoces, médios e tardios, uso de lavadores, separadores e Antônio Sérgio Souza
  • 15. ! # $ % ' ( - Revista Cafeicultura | ' ) descascamento do café cereja. Atualmente a região conta com cerca de 7,8 mil pro- dutores, sendo 82% agricultores familiares, juntos produzem em torno de 1,34 milhão de sacas de café ao ano, cultivadas em 69 mil hectares. A geração de empregos é de aproximadamente 150 mil diretos e indiretos. O parque cafeeiro encontra-se em fase de expansão com substituição de cultivares e adequa- ção de novas variedades. A região tem cerca de 95 milhões de pés de café, cultivados em aproximada- mente 40 mil hectares. A região abrange os municípios de Baepen- di, Brasópolis, Cachoeira de Minas, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Concei- ção das Pedras, Conceição do Rio Verde, Cristina, Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, Natér- cia, Olímpio Noronha, Paraisópolis, Pedralva, Pouso Alto, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço e Soleda- de de Minas. “O cafeicultor da região, que é montanhosa, precisa manter os investimentos na cultura, princi- palmente para aumentar a produtividade e a qua- lidade final da bebida. Por ser dependente de mão de obra para os tratos e colheita, os custos são mais altos, por isso é necessário que os grãos sejam de alta qualidade para ter no mercado um preço diferencia- do”, avalia Antônio José Junqueira Villela, que é vi- ce-presidente da Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira - APROCAM. Certificação Seguindo os caminhos abertos pela região do Café do Cerrado, hoje Região do Cerrado Mi- neiro, os produtores da Mantiqueira no ano 2000, através da consultoria de Ensei Neto, iniciaram um trabalho de diferenciação na produção dos cafés da região. O trabalho de consultoria identificou que a localidade possuía todos os requisitos para o desen- volvimento de uma Indicação Geográfica, tais como clima, solo, altitude e características sensoriais dife- renciadas do café. Na sequência foram difundidos novos co- nhecimentos e tecnologias atualizadas para o apri- moramento no processo de produção dos cafés da região. Contando com as condições propícias para a produção de cafés especiais, em função da altitude, condições de solo, clima e estações do ano bem de- finidas. Com boas chuvas no verão e inverno seco, período no qual há maturação dos frutos e colheita. Desde 2002 os produtores da região con- quistam resultados de destaque nos diversos con- cursos de café, construindo a notoriedade da região. Em 2005, um lote com 22 sacas de café, do produtor Francisco Isidro Dias Pereira, da fazenda Santa Inês do município de Carmo de Minas, al- cançou nota 95,85 pontos e conquistou o Prêmio Especial Gold Cup of Excellence e o maior valor al- cançado por saca de 60 quilos - R$ 15 mil reais. Em média, a região chega a registrar cafés com notas de 80 a 85 pontos pela escala da tabela da Associação Americana de Cafés Especiais - SCAA sigla em in- glês. Os prêmios alcançados pelos cafés da região serviram de estimulo para adoção de uma nova pos- tura de manejo e cuidados no pós-colheita. “Ainda no pé, todo café é de qualidade, o que o tornará es- pecial será a forma como esses frutos serão tratados 0 1 2 3 4 0 5 6 7 8 9 @ A B C D E F
  • 16. G H | Revista Cafeicultura - I P Q R S T U V R W X G Y a partir de então. Não é uma lavoura como de soja ou milho, por exemplo, que chega uma máquina e colhe tudo. Esse café tem todo um processo de co- lheita, descanso, secagem, beneficiamento, tudo fei- to de maneira bem correta e com muita dedicação para isso”, explica Hélcio Carneiro Pinto da APRO- CAM. Em 2007, com a publicação pelo Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA da delimitação ter- ritorial da região, o processo de pedido de Indicação Geográfica foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI que o aprovou em maio de 2011 concedendo a Indicação de Procedên- cia - IP aos cafés produzidos na região da Manti- queira de Minas. Denominação de origem O Projeto de Indicação Geográfica - IG, na modalidade Denominação de Origem - DO para a Serra da Mantiqueira de Minas Gerais é amplo e au- dacioso e busca um conjunto de informações sobre uma área demarcada envolvendo 22 municípios da Mantiqueira de Minas. Coordenado pelo professor Flávio Meira Borém, do Departamento de Engenharia da Uni- versidade Federal de Lavras - UFLA, o projeto conta com o aporte financeiro do CNPq (Ministério da Agricultura / SDA), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT – Café) e do Consórcio Pesquisa Café. Essa região, conhecida pelos cafés de exce- lente qualidade, já possui a IG na modalidade Indi- cação de Procedência (IP), oficializada em maio de 2011, e agora busca avançar para a DO, o que exige uma identidade única, com a comprovação científi- ca da relação entre as características do café e o am- biente onde é produzido. Na avaliação do professor Borém, o traba- lho que está em fase de finalização é a soma de in- dicadores de diferenciação e qualidade, resultado de um trabalho de rara complexidade e detalhamento, que envolveu diversas competências em torno de um foco de pesquisa comum. Os resultados de di- versos estudos deverão embasar os produtores da região na elaboração do pedido de DO ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para o professor, o desafio agora é reunir to- das as informações para que, de fato, todo o esforço de caracterização seja transformado em um diferen- cial de valor real no mercado além da colaboração na compreensão do fenômeno da distribuição espa- ço temporal de qualidade do café. Os resultados dos trabalhos de pesquisa foram obtidos em diferentes áreas do conhecimen- to, envolvendo os seguintes estudos: caracterização ambiental; caracterização sócia econômica; análises fenológicas, análises químicas e isótopos estáveis, análise sensorial com diferentes abordagens usando ferramentas de regressão logística e análise de cor- respondência, análises proteômicas e expressão gê- nica. ` a b c d a e f g h i p q r s t u
  • 17. v w x y €  ‚ ƒ y „ … † ‡ - Revista Cafeicultura | † ˆ Q uando se avista as montanhas na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais, vê-se com facilidade as plantações secu- lares de café, a uma altitude de mais de 1.100 metros. Lá, onde a máquina não vai, a colhei- ta é feita à mão, o que impacta em 60% o custo da produção, diz o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), Ralph Junqueira. Por isso, a opção pelo café especial, que remunera melhor, tem aumentado na região na última década. Enquanto o preço pago ao produtor por uma saca de café especial vai de R$ 400 a R$ 800, o café commodity vale R$ 290. Mas ainda tem muito espaço para crescer. Das 200 mil sacas de 600 produtores de café de 18 municípios que a Cocarive vai receber nesta safra, 20% a 30% é formada por café especial e o restan- te pelo café commodity. Com 150 mil sacas de 500 produtores, o vice-presidente da Cooperativa Agro- pecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass), Leonar- do Brandão, diz que o café especial está estimulando o produtor a permanecer na atividade cafeeira. Há oito anos, Pedro Ferraz, da Fazenda Jun- queira Reis, em Carmo de Minas, investiu em reno- vação de lavouras de cafés mais finos. Agora, ele tem até 30% da produção de mil sacas no café especial onde consegue R$ 600 pela saca. “Quero chegar a mais de 50% no café especial”. José Wagner Junquei- ra, 74, produtor há mais de 50 anos na fazenda Serra das Três Barras, também em Carmo de Minas, tem mais de 50% das 1.200 sacas em café especial. “Se não fosse isso, eu já tinha acabado com a fazenda”. Com 200 mil pés de café, Otaviano Ribeiro mostra orgulhoso as três posições conquistadas en- tre os dez primeiros lugares no concurso de quali- dade do Brasil da Associação Brasileira de Cafés Es- peciais (BSCA sigla em inglês), em 2011. A colheita deste ano será de 2.100 sacas na fazenda Granja São Francisco, em Carmo de Minas, que está com a fa- mília desde 1937. “Vou descascar 60% (1.260 sacos) e o restante, 40%, será o café commodity”, calcula para os 50 hectares de plantação. Propriedades centenárias passam por vá- rias gerações Tudo começou com os bisavós Pedro e Cornélia, passou para o avô Luciano, foi para o pai Maurício até chegar ao filho Luiz Flávio de Castro, 43, que tem cem mil pés de café e produz até 700 sacas por safra no Sítio Colinas, em Carmo de Mi- nas. Do total, até 40% da safra são das variedades bourbon amarelo, catuaí amarelo e acaiá, todos ca- fés especiais. “A saída é a qualidade”, diz Castro, que optou pela produção dos especiais a partir de 2000. Em 2011, alcançou o primeiro lugar do concurso da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). O presidente do conselho da Aprocam, Gláucio Carneiro, diz que o mercado consumidor dos especiais está nos Estados Unidos, Japão e Eu- ropa. “Queremos que a região da Mantiqueira seja conhecida internacionalmente como produtora de cafés especiais”. O poder da região - Localização: face mineira da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais - Composição: 25 municípios - Diferencial: Tem Indicação Geográfica (IG). Dada pelo INPI, é uma forma de proteção instituída a uma região conhecida por ter um determinado pro- duto famoso - Produtores: 7.800 - Perfil: 89% deles são de pequeno porte - Área plantada: engloba 69.500 hectares - Produção anual: são 1,34 milhão de sacas de café Helenice Laguardia | O Tempo* ‰  ‘ ’ “ ” • ‘ – — ˜ ™ • d ‘ e f g f ” e ‘ ™ h i j k – f l m n o p q r s p p t r u u v v v w n p q x t n w y n x w z { u x | o p } ~  q } { | €  q € x } o | ‚ € p q x € o n ƒ n € {  x n € y n x € y | € „ … † ‡ … ˆ ‰ € q ‚ t q y } | Š € ‹ w Œ ‹ Œ ‡ ‰ Œ  Ž   ‘ Ž ’ “ ” • – — ˜ ™ š › œ
  • 18.  ž | Revista Cafeicultura - Ÿ   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ ¢ § ¨  © O Kopi Luwak, ou café de civeta, é feito a partir de grãos de café extraídos das fezes do civeta - um animal pequeno, de uma família de mamíferos carnívoros, com pela- gem manchada e focinho pontia- gudo, que vivem em palmeiras na Indonésia. Repórteres disfarçados encontraram civetas mantidos pre- sos em gaiolas para produzir o café na Ilha de Sumatra. E especialistas afirmam que os grãos produzidos por esses animais são vendidos como iguarias em diversas partes do mundo. A popularidade do Kopi Luwak explodiu após o café apare- cer em um programa da apresen- tadora americana Oprah Winfrey e no filme Antes de Partir, estrelado por Morgan Freeman e Jack Ni- cholson, em 2007. Muitos revendedores promovem o produto como um artigo silvestre, colhido nas florestas a partir de ex- crementos de animais livres na na- tureza. Em restaurantes, o preço da xícara do café pode chegar a cer- ca de US$ 95 (R$ 215), e parte do valor é atribuida à dificuldade de se conseguir os grãos. Disfarçados como compradores, repórteres da BBC visitaram pro- dutores que vendem os grãos em Sumatra. Nas fazendas, eles en- contraram gaiolas mal cuidadas e apertadas e um civeta gravemente ferido - em cenas que contrariam a imagem vendida aos consumidores de “produto silvestre”. Produtores em Takengon, no norte de Sumatra, contaram à BBC que vendem os grãos para exportadores, que comercializam o produto na Europa e em outros países asiáticos. Enjaulados Depois de ver as imagens dos civetas engaiolados gravadas secretamente, o pesquisador Neil D’Cruze, da Sociedade Mundial para Proteção de Animais, disse que os bichos pareciam “totalmente de- primidos e infelizes” “Esses animais silvestres têm comportamentos que preci- sam e querem expressar”, afirmou D’Cruze. “As gaiolas são completa- mente secas, imundas e sem lugar para eles subirem.” O ex-empresário do setor de cafés Tony Wild, autor do livro Coffee: A Dark History (“Café: Uma História Sombria”, em tra- dução livre), diz estar “totalmente convencido” de que os grãos pro- duzidos por animais enjaulados são vendidos em Londres. Wild diz acreditar que muitas vezes é enganoso vender o produto como um artigo silvestre. “O motivo por que tantas pessoas reproduzem essa história é que, por ser incrivelmente raro, você pode manter um preço ridiculamente alto”, afirma. Sem controle Durante a reportagem em Takengon, a BBC conversou com produtores que mantinham os ani- mais engaiolados e diziam vender grãos do Kopi Luwak para a Sari Makmur - uma empresa de expor- tação baseada na cidade indonésia de Medan - usá-los na produção do café comercializado com o nome de Wild Luwak. O vice-presidente da Sari Makmur, Andry Spranoto, admitiu para os repórteres disfarçados da BBC que a empresa não tem como controlar os ingredientes do Wild Luwak. A companhia disse que perguntava aos produtores se os grãos eram silvestres e eles diziam que sim, mas a empresa não checa- va a informação. “Pra ser sincero, não es- tamos empenhados em vender o Wild Luwak porque não podemos controlá-lo”, afirmou Spranoto. Guy Lynn e Chris Rogersª « ¬ ¬ ­ ® ¯ ° ± ² ³ ´ µ ¶ · ¸ ¹ º » ¼ ½ ¾ ¹ » ¿ » À » ¼ ´ Á º Â Ã Ä ½ ¾ Å Æ Ç Æ È É Ê Ë Ì Ë Í Í Î Ï Ð Ñ Ò Ó Ô Æ Õ ÎÑ Ó Ö × × Ï Å Æ Ç Æ È É Ê Ë Ì Ë Í Í Î Ï Ð Ñ Ò Ó Ô Æ Õ Î Ñ Ó Ö × × Ï Ø Ù Ú Û Ü Ý Þ ¼ ¹ º ¿ ¸ ß ¶ ¼ ¸ ¶ ¿ à ¸ á Á ¸ ¹ º ¿ â » µ ¸ Á » â º Á À ¸ á » ¼ ¹ ¸ ã ã ä ß ¸ å µ æ ¸ ¹ » ç ³ ¼ ¸ À Á ¸ » ¿ À ¸ è ¸ á Á ¸ è » ¼ » ß À » é » Á ¶ ¹ º ê ë ì í î ï ð ì ï ì ñ ì ò ó ô ò ð ï õ ï õ ö õ ò ÷ ö õ ÷ ñ ì ö ø õ ÷ ô ù õ ñ õ í ì ï ð õ ú õ ñ ì ö õ ù ó û ÷ ú õ ú õ ñ
  • 19. ü ý þ ÿ   ¡ ¢ £ ÿ ¤ ¥ ¦ § - Revista Cafeicultura | ¦ ¨ Sem maus-tratos Pesquisadores disfarçados como compradores também visi- taram uma propriedade da empre- sa perto da cidade de Sidikalang, também em Sumatra. Alega-se que lá os grãos são colhidos de animais livres na natureza. A propriedade, chamada Wahana, não tem relação com as fazendas de civetas ou com as cenas de crueldade observadas pela BBC em Sumatra. O café premium produzido na propriedade, o Wahana Luwak, é vendido como artigo silvestre na luxuosa loja de departamentos Harrods, uma das mais conhecidas de Londres. Os grãos do café chegam à capital britânica por meio de uma cadeia formada por uma im- portadora independente e um ou- tro fornecedor. “É silvestre, claro que é silvestre”, diz Spranoto, sobre o Wahana Luwak.“Mas esse café vem com 100% de certeza de Wahana porque nós o monitoramos.” O vice-presidente da empresa garantiu aos repórteres disfarçados que não havia animais encarcerados em Wahana e que um programa de reprodução conduzi- do na propriedade foi concluído em 2007. A BBC também entrou em contato com duas importadoras do café da Sari Makmur que confirma- ram ter visitado a propriedade em 2011 e não ter visto nenhum civeta enjaulado. Mas um funcionário da proprieda- de, que pediu para não ser identifi- cado, revelou a presença de animais encarcerados em Wahana. Segundo ele, os civetas eram bem tratados no local. “Nós colocamos cada ci- veta em um espaço próprio”, disse o funcionário. “O espaço tem três me- tros quadrados e um chão de cimen- to, que é limpo e lavado todo dia.” Não há sinais de animais maltrata- dos na propriedade. Casas de madeira e frutas Quando a BBC mais tar- de entrou em contato com a Sari Makmur para revelar sua apuração, a empresa confirmou a presença de animais encarcerados em Wahana, mas insistiu que os grãos extraídos de civetas em cativeiro não são ven- didos. A companhia afirma que toda a produção comercializada a partir da propriedade tem origem em ani- mais silvestres. “Colocamos casas de ma- deiras e frutas na vizinhança para atrair os civetas silvestres para cir- cular em nossa propriedade Waha- na e produzir o café”, disse a empre- sa, em um comunicado. “No nosso programa de civetas em cativeiro, nós estudamos o comportamento animal, a sua dieta e o seu comportamento para reprodução”, acrescenta o texto. “Para atender a demanda deste mercado, nós criamos nossos próprios civetas e os soltamos na nossa propriedade quando eles es- tão maduros o suficiente.” “Não vendemos nenhum dos grãos de café dos civetas em ca- tiveiro já que isso vai contra o nosso modelo de negócios”, conclui o co- municado. A BBC também pergun- tou à Harrods se a loja se preocupa com os sinais de que a Sari Makmur mantém animais em cativeiro longe dos olhares de visitantes ocidentais. “A Harrods trabalha com todos os seus fornecedores para garantir que os mais altos padrões éticos de abastecimento, produção e venda sejam mantidos”, respondeu a loja. “Isso se realiza por meio de rigorosos procedimentos de audito- ria.” “Nosso fornecedor exclu- sivo (a Sari Makmur) deu à Har- rods todas as garantias de que o café que recebemos é orgânico e colhido de civetas de palmeiras silvestres”, acrescenta o comunicado. A Harrods disse ainda que está trabalhando com seu fornece- dor para investigar as informações da reportagem da BBC.“Se necessá- rio, vamos rever a venda do produ- to”, afirmou uma porta-voz da loja. O café Wild Luwak, que o vice-presidente da Sari Makmur admitiu não ter como controlar, não é vendido na Harrods. © ! # $ % ! # ' ' © ! # $ % ! # ' ' ( ) 0 1 ) 2 3 4 5 6 7 8 9 @ A 7 @ B 9 @ C 7 5 D 7 B 4 @ E 9 @ 9 F A 7 5 7 G C 7 H I 6 B 7 @ I G P Q I 7 6 9 G 7 9 @ I 5 7 G G 7 6 A 9 B 4 @ I G R I P Q I 6 7 @ S 7 Q 8 7 @ T U V W 2 2 W X Y 2 ` a W b ) c c d e f g g h i p p q q q r s s t r t u r v w p h u x g v y v €  € p ‚ u g ƒ „ t ƒ …  p † ‡ ˆ ‰ p ‡  p ˆ ‰ ‡  ˆ ‰ ‘ t … ’ € ‘ … ‚ ƒ “ … ƒ  ‘ ” g r  f g “ •
  • 20. – — | Revista Cafeicultura - ˜ ™ d e f g h i e – — j k Hoje, o Mundo do Café e seus Produtores está polarizado nestes grandes grupos: cafeiculto- res de Coffea arabica e de Coffea canephora. Apesar de existirem dezenas e dezenas de es- pécies de cafeeiros, as que realmente contam para o mercado são essencialmente estas duas. Até o início dos anos 90, a oferta de Robusta mal pas- sava de 10% do total produzi- do mundialmente, considerada matéria prima exclusiva para a indústria de café solúvel. Porém, depois das grandes geadas de 94 que dizimaram boa parte do parque cafeeiro do Brasil e que, por conseqüência, jogou as cota- ções de parcos US$ 86 para mais de US$ 300 a saca de 60 kg no Brasil, o estímulo ao plantio de novas áreas foi inevitável. Nesse meio tempo, qua- se que despercebidamente pela maioria do mercado, surgia um “Tigre Asiático do Café”: o Viet- nan. Com o estímulo governa- mental, os produtores daquele país se puseram a trabalhar com uma nova cultura que dava ace- nos de prosperidade. O agricul- tor de qualquer parte do mundo tem como marca registrada o apego à terra e o poder de trans- formá-la rapidamente a partir de uma cultura escolhida. E foi o que se passou: em pouco menos de 12 anos, o Vietnan desbancou a Colômbia do posto de segun- do maior produtor mundial de café, que vinha sofrendo com os problemas climáticos que afeta- ram as montanhosas lavouras e a gradativa transferência de sua população rural para as áreas urbanas. O bárbaro crescimen- to vietnamita assombrou a to- dos, em boa parte pelo fato de que até quase o final dos anos 2.000 pouco havia sido feito de infraestrutura de armazenagem e portuária. Muitas das grandes empresas de comércio de café iniciaram a construção de ar- mazéns por conta própria para ordenarem o escoamento das safras compradas por lá. Se os cafeicultores al- cançaram a gigantesca produ- ção de 140 milhões de sacas de café (já convertidas no padrão brasileiro de 60 kg), a parte do Robusta e seus primos chegou a aproximadamente 30% desse total, algo como impressionan- tes 42 milhões de sacas! As plantas do canepho- ra são muito estáveis em sua produção, muito produtivas e com boa tolerância a diversos problemas que afligem os arabi- cas como a Cercospora, a Ferru- gem e até a nematóides. Daí vem que seu custo de produção na parte agrícola é bastante baixo, tornando-o rentável ou, no mí- nimo viável, mesmo em épocas de magras cotações. Sol e água abundantes são suficientes para essas lavouras fazerem festa. O componente genéti- co é determinante para explicar boa parte do excelente desempe- nho nas lavouras de robusta. Ter a metade do número de cromos- somos em relação aos Mundo Novo e Bourbon confere o ex- Ensei Neto *l m n o p m q r s s o o t m r u v q r w v l n x y z { | } ~  €  ‚ ‚ ƒ ƒ „ … † ‡ ƒ ˆ ‰ Š ƒ ‹ ‡ ˆ ƒ Œ ƒ   ˆ ˆ Ž ƒ  ‹  ƒ ‘ ’ Ž “ ’ ‹ ‡ Ž ƒ ”  Œ … ‘ Ž • –  — ƒ † ‹  ˆ ’ Ž “ ˜ celente desempenho produtivo mesmo sob condições restriti- vas. Mas isso traz contraparti- das: sua variabilidade no tocante aos atributos sensoriais é mais restrita. Sempre digo que a Na- tureza é refinadamente sábia, fazendo tudo convergir, ao final, para o equilíbrio. É o tal do “Ca- minho do Meio” que Buda pre- gava como uma das chaves da felicidade: “Nem muito lá, nem muito cá; o melhor é o caminho do meio”... Nada é infindavelmente dominante na Natureza. Exis- tem os diferentes reinados, mas que passam. O maior número de cromossomos das variedades arabicas é que permitem a exis- tência da exuberante paleta de sabores e aromas que podem surgir numa excelente xícara de café. Portanto, apesar da maior exigência para sua produção, seus resultados sensoriais po- dem ser extremamente ricos. Só para lembrar, as va- riedades mais famosas de ca- nephora cá entre nós são o Ro- busta e o Conilon, enquanto que de arabica temos o Bourbon, o Mundo Novo e o Catuaí. Recentemente, algumas
  • 21. ™ š › œ  ž Ÿ   œ ¡ ¢ £ ¤ - Revista Cafeicultura | ¡ £ entidades de cafeicultores vem levantando a bandeira da rotula- gem das variedades empregadas nos blends de cafés da indústria brasileira. Na verdade, são pro- dutores de arabica preocupados com o agressivo avanço do Coni- lon nos produtos da indústria de torrefação do Brasil. Defendem a pureza de uso dos arabicas como forma de se garantir a qualidade dos blends comuns encontrados em cada supermercado. De novo, um sofisma. Não é o fato do Conilon ocupar espaço na composição dos blends industriais frente ao arabica que necessariamente torna o produto ruim. O que o faz ruim de sabor é o uso de grãos de baixa qualidade. Não tem milagre. Arroz quebrado é arroz de segunda classe. Pacote de fei- jão com grãos manchados, que- brados, cheio de “bandinhas” e outros atacados por fungos, é mais barato porque tem todos es- ses defeitos juntos. Mas, se o movimento ga- nhar corpo, bom barulho pode fazer. Mas aí surge outro pro- blema: todas as variedades que costumo denominar de moder- nas são resultado de cruzamento com os Híbridos de Timor ou de Vila Sarchi. Esses dois são re- sultado de hibridização natural ocorrido, como por exemplo, na pequena ilha do Timor (onde se fala o Português de Portugal e a religião predominante é o Isla- mismo). Ou seja, são plantas que tem a genética mista dos arabicas e dos canephoras. Se estes exem- plares foram usados para mode- lar variedades como Obatan, IA- PAR-59, Icatu e Catucaí, sem falar na prole que saiu de cada um e que recebem nomes de pedras preciosas e aves, claro está que todas essas variedades modernas não são mais Coffea arabica ge- nuínas. Que coisa, não?! Portanto, muitos dos ca- fés especiais rotulados por varie- dades que estão à disposição no mercado, torrados por microtor- refações especializadas, ao colo- car que usam 100% arabica, caso usem qualquer uma dessas varie- dades, não estão sendo corretos com os consumidores. A lição que fica é que a Natureza é dinâmica, assim como o que parece sólido e definitivo hoje, pode se tornar etérea fuma- ça amanhã. Discutir sobre qual variedade ou espécie é a melhor, é como discutir sobre futebol com dois torcedores fervorosos: todos sempre tem razão. A bem da verdade, o que show tem que continuar e fica mais interessante quando todas as torcidas vão assistir maciça- mente os jogos. Tudo se torna celebração, pois é quando cada um dá o melhor de si para mos- trar que é o melhor. Nem que isso dure apenas um jogo...
  • 22. ¥ ¥ | Revista Cafeicultura - ¦ § ¨ © ª « ¬ ­ © ¥ ® ¯ ° A Jacto leva para a 21º edição do Seminário do Café seu mais novo lançamento para cafeicul- tura: a colhedora KTR 3500. O modelo vem completar as so- lução da Jacto em mecanização para cafeicultura e traz evoluções que atendem às necessidades do produtor, aliando melhor perfor- mance e otimização de recursos. A nova KTR 3500 foi desenvol- vida com reservatório de café com capacidade efetiva de 1.800 litros. Com o novo reservatório, associado ao sistema de descarga ‘on the go’, o equipamento não precisa parar a operação de colheita quando seu reservatório esta cheio. Dessa forma, é possível realizar a operação de des- carga do café colhido simultaneamente à operação de colheita. “Isso significa otimização dos recursos produtivos da fazenda cafeeira, com redução de custos em ativos imobilizados com trator ou carreta, ou seja, um único conjunto trator cafeeiro e carreta podem acompanhar até três colhedoras KTR 3500 sem interrupção na sua operação de colheita”, explica Walmi Go- mes Martins, gerente de produto da Jacto. Entre outras novidades, a KTR 3500 apresenta cambão com ajuste hidráulico de altura, com altura máxima de colheita de 3,50 metros, comandos de operação acoplados ao trator, siste- ma de automação da direção, maior recurso de nivelamento, sistema de câmeras para melhor visualização das operações e pneus de baixa compactação. INVESTIMENTO: Aquisição de má- quinas, implementos, armazenagem e animais: • Pronaf: 2% a.a até 10 anos; • Pronamp: 4,5% a.a até 8 anos; • Finame Rural PSI: 3,5% a.a, até 10 anos; • Armazenagem: 3,5% a.a, até 15 anos; • MCR: 5,5% a.a. Até cinco anos. CUSTEIO: Aquisição de insumos: • Pronaf: de 1% a 3% a.a.; • Pronamp: 4,5% a.a.; • MCR: 5,5% a.a A Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano está no Seminário divulgando que hoje já existe mais de 10.000 hectares plantados em várias regiões do Brasil. E será a melhor alternativa de for- necimento de madeira nobre do Brasil nos próximos 7 a 10 anos. Além de todo este extenso assunto que é o mogno africano no Brasil, estamos tendo muito sucesso no plantio de Mogno Africano e Café. É um consórcio altamente vantajoso para o produtor que além de produzir um café de melhor qualidade, com menos variação climática na lavoura, tem alto retor- no financeiro no corte da madeira. A CAFEBRAS terá o desafio de pro- mover os cafés brasileiros,suas origens produtoras suas diferentes qualidades e sabores. Com sede em Patrocínio, coração do Cerrado Mineiro, a CAFE- BRAS optou por se instalar numa das mais reconhecidas regiões produtoras de Cafés do Brasil, visando estabelecer uma aproximação cada vez maior en- tre a produção no Brasil, indústrias e consumidores por todo o mundo. Lithothamnium é um fertilizante de origem orgânico, catalisador e corre- tivo de solo, totalmente natural, pro- veniente de algas marinhas calcifica- das que tem na sua composição mais de 40 elementos equilibrados e de alta solubilidade.
  • 23. ± ² ³ ´ µ ¶ · ¸ ´ ¹ º » ¼ - Revista Cafeicultura | ¹ ¼ Retorna este ano com a recolhedora de café terra 2013. Recolhedora que trabalha na retirada do café do chão que é hoje uma das maiores dificulda- des dos produtores, com seu excelente rendimento chega a fazer 01 hectare a cada 03 horas em média, trabalhando no centro da rua do café melhorando o rendimento da colheita. A recolhe- dora de café terra é 100% hidraulica, bastante resistente e com baixo custo de manutenção. Um dos destaques da STIHL é a mul- tifuncional KA 85 R –a ferramenta do cafeicultor–, com implementos capa- zes de realizar quatro tarefas: roçar, esqueletar, podar (decote ou recepa) e colher. Outra atração é a nova linha de produtos a bateria. Companhia aproveita evento para explicar ao público as vantagens da embalagem de juta na con- servação café e seu histórico de sustenta- bilidade. A Castanhal, maior fabricante de produ- tos de juta das Américas, está mostrando ao público em geral porque os sacos de juta são os únicos que garantem a quali- dade do café que chega à xícara do con- sumidor e ainda por cima tem uma longa história de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. A Castanhal apresentará em seu estande a melhor opção para embalar café: a sa- caria de juta. Por ser 100% natural, sua fibra atua como um regulador de umidade: se o ambiente estiver úmido, ela mantém os grãos frescos e arejados. Já em ambientes secos, evita o ressecamento dos grãos através do fornecimento da umidade de suas fibras. “A participação da Castanhal é essencial para mostrar aos nossos clientes que a juta é a melhor opção para embalar o café. Além de ser sustentável, não é utilizado nenhum com- ponente químico durante a confecção da sacaria, garantindo a qualidade do produto embalado”, afirma Flávio Junqueira Smith, presidente da Castanhal. A empresa segue os rigorosos padrões internacionais de qualidade estabelecidos pela Organização Internacional do Café (ICO), International Cocoa Organization (ICCO) e pela Norma Européia 767. Prova da qualidade da sacaria de juta da Castanhal foi a conquista do selo internacional de qualidade que permite a embalagem de produtos alimentícios orgânicos: o BCS ÖKO – Garantie, reconhecido na Europa, EUA e Japão. A IWCA BRASIL - Aliança Internacional das Mu- lheres do Café é uma rede formada por mulheres envolvidas em toda a cadeia do negócio café foi fundada em 2012, após quase dois anos de traba- lho voluntário e de intensa mobilização, mulheres de diferentes regiões produtoras do país. ½ ½ ½ ¾ ¿ ½ À Á Â Ã Á Ä ¿ Å ¾ À Æ Ç ¾ Â Ã
  • 24. È É | Revista Cafeicultura - Ê Ë Ì Í Î Ï Ð Ñ Í È Ò Ó Ô O s solos de cerrado são naturalmente ácidos, devido à pró- pria natureza de sua formação. Áreas antes conside- radas marginais, por problemas de fertilidade natural, através da correção da fertilidade e uso de irrigação em zonas de elevado déficit hídrico passaram a ter interesse econômico na explora- ção agrícola. Para que os cafezais ir- rigados implantado nessas áre- as apresentem produtividades satisfatórias e compensadoras com uma bienalidade pequena, é imprescindível uma boa corre- ção. Porém observa-se que mes- mo fazendo uso dessas práticas, muitas vezes não atingem altas produtividades, pois o benefi- cio da fertilização e da calagem ocorre camada arável (0-20 cm), assim, o sistema radicular do ca- feeiro se limita a uma camada pequena do solo. O não desenvolvimen- to radicular em profundidade ocorre devido à problemas de ordem física (compactação) e ou baixa disponibilidade de Cálcio e Magnésio em profundidade. O problema de compactação pode ser resolvido através da subsola- gem e uso de plantas de cobertu- ra na entrelinha do cafeeiro, en- quanto o problema de correção com Ca e Mg em profundidade só é possível através da incorpo- ração mecânica de corretivos, ou uso de fontes solúveis, que uma vez aplicadas em superfície per- colam e corrigem em profundi- dade. O calcário é o princi- pal corretivo de pH e fonte de Ca e Mg utilizado na agricul- tura brasileira, porém sua mo- vimentação no perfil do solo é baixa, restringindo basicamen- te à correção superficial. Urge a necessidade de buscar fontes alternativas de Ca e Mg com características de solubilidade e movimentação mais acentuadas do que o calcário, para ocorrer um bom fornecimento de Ca e Mg e a tão desejada correção em profundidade sem a necessidade da incorporação. Muitas vezes o agri- cultor não faz monitoramento nutricional através de análises foliares, com isso não consegue detectar se está ocorrendo absor- ção de Ca e Mg. É comum obser- var solos muito bem corrigidos, porém os teores foliares de Ca e Mg estão abaixo do adequado, então não entende a razão de uma baixa produtividade mes- mo em solos corrigidos. Quando adota um ma- nejo onde prioriza fontes mais solúveis, a produtividade sobe, pois o cálcio tem papel impor- tantíssimo no pegamento, fi- xação da florada e um sistema radicular mais desenvolvido em solo corrigido profundamente, que absorve muito mais água e Marcos Pimenta 1 Ronaldo Cabrera 2 Õ Ö × Ö Ø Ù Ú Û Ü Ö Ý Þ ß à á Ö â ã ä å æ ç è é ê å è ê ê ã ë é ì ê í î ï è ï ð ñ ò ó ô õ ô ô ö é å å î ï è ô ÷ ï ë ø ê å ù ï õ ê å ú õ ô û è ô ü ô å ì ý û ê ú ì ï ö ä ó é ö ï ì û ô å ì é ö ô ù ó ï è ï å þ û î ï å è ô ì ê ÷ ÿ
  • 25.   ¡ ¢ £ ¤ ¥ ¦ § £ ¨ © - Revista Cafeicultura | ¨ nutrientes. Raízes profundas re- duzem impactos climáticos, es- tabilizam a produtividade com menor bienalidade. Vale lembrar que o cafeicultor faz “duas safras” no mesmo ano, ou seja, ele pre- cisa cuidar da safra que está na planta e ainda fazer ramos novos para produzir no próximo ano, o sucesso desta prática só é con- seguida com um bom equilíbrio nutricional e uma boa relação parte aérea x sistema radicular. Existem no mercado alguns in- sumos com maior solubilidade e maior mobilidade, como por exemplo, o gesso agrícola (CaO 26% e S 15%), a magnesita (MgO 95%), cal virgem dolomitica (CVD) com 60% de CaO e 30% de MgO e o próprio nitrato de cálcio (19 % de Ca e 15% de N). Por outro lado existem muitos calcários de baixa reatividade e solubilidade, que limitam o for- necimento imediato de Ca e Mg. No oeste baiano, na re- gião de Luis Eduardo Magalhães e Barreiras, foram feitas algumas observações com uso de fontes mais solúveis de Ca e Mg. Na Fazenda Milano, localizada no município de Barreiras – BA, aplicou-se a CVD, buscando-se uma melhor disponibilização de Ca e Mg, pois já havia sido apli- cado por dois anos consecutivos 1,0 Tonelada/ha de calcário do- lomitico sem incorporação, não havendo melhoria esperada nos solos e nas plantas. A foto a direi- ta na próxima página retrata a la- voura antes da aplicação da CVD e a tabela 1 reporta as caracterís- ticas químicas da CVD. Após 65 dias de aplicado, percebeu-se a campo uma gran- de emissão de folhas novas, com uma coloração agora mais verde- -escura, com ótimo crescimento dos grãos de café, percebendo que houve uma melhoria no solo após a aplicação da CVD, fato este atestado pelas análises de solo. Um problema sério observado na região é a escaldadura por inso- lação, que também foi amenizada após a aplicação de fonte mais so- lúvel de Ca e Mg. Devido ao seu valor alto do PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), a CVD traz como principal beneficio a dis- ponibilização imediata de cálcio e magnésio ao solo, aumentando o pH com diminuição do hidro- gênio e alumínio, aumentando a soma de bases no solo. Outro fator importante é a solubilida- de da CVD, que pode ser aplica- da via pivô central, permitindo à disponibilização imediata as plantas, em dosagens fracionadas, com um custo menor de aplica- ção. Outra forma de aplicação da CVD é na forma de drench (es- guicho sob a copa das plantas), testado em plantios de maçã e ameixa na Chapada Diamantina – BA. Resultados obtidos nas lavouras de café irrigadas do oes- te baiano corroboram com os resultados obtidos por Matiello em Pirapora – MG, onde houve aumento significativo dos níveis de cálcio, magnésio e potássio no solo, dando assim melhores con- dições de desenvolvimento das plantas. Ao lado segue tabela 2 descrevendo os resultados das análises de solo, antes e depois da aplicação de CVD via solo. Percebe-se nos resultados da análise de solo retirada recen- te que houve aumento nos teores de Ca, Mg e da saturação de bases (V%), de 28% para 48%, tendo assim no solo melhores condi- ções de crescimento das raízes e aproveitamento dos fertilizantes. Em São Paulo, na cultura da cana de açúcar, Cabrera Bis- po obtiveram excelentes resulta- dos em termos de produtividade e correção de solo em profundi- dade com uso de Gesso Agrícola associado à Magnesita quando comparado com calcário. Estas
  • 26. | Revista Cafeicultura - ! # $ % informações conduzem a um manejo de fertilidade buscando o aprofundamento das raízes e a melhor eficiência e eficácia dos insumos. Com a instabilidade climática, onde está cada vez mais comum o déficit hídrico, e os altos custos de produção a competitividade agrícola come- ça ficar vulnerável, pois o poten- cial produtivo das plantas está limitado a um sistema radicular pouco desenvolvido e um sub- solo pouco explorado que não permite maiores incrementos de produtividade A lucratividade da agri- cultura brasileira não pode estar associada às altas cotações das commodities e sim a uma pro- dutividade embasada em uma fertilidade de solo corrigida em profundidade. O potencial pro- dutivo das plantas já foi exaurido com o solo corrigido na camada superficial, para que ocorra um salto de produtividade é neces- sário corrigir o solo a pelo me- ' ( ) 0 1 2 3 0 4 5 ) 6 7 8 9 @ A 7 6 9 @ 9 B C D E 9 F G H I P 6 9 9 Q @ R S 9 T U C 6 9 V W X Y ( ) 5 ` 4 0 ` a ) ' b c C 8 C 6 9 @ 9 B C D E 9 d e f g F P f I h i g P 6 9 9 Q @ R S 9 T U C 6 9 V W X p q r s t u v w x y €  ‚ € ƒ ‚ „ … † ‡  … ˆ € † ‰ †  † ‰ ‘ ’ “ ”  … • ” – — • € – † ‚ ‰ ˜ • ™ ‚ „  — d e — … • f … … „  • – • g ‰ • …  † “ h i „ ‰ ‚ € e • g •  … g j … k q r s t u v w x y €  ‚ € ƒ ‚ „ … † ‡  … ˆ € † ‰ † l g m  g n … g … • –  • j … ‚ … • h o • ƒ † † g  † ‰ g j … nos um metro de profundidade, ai sim haverá ganho de produti- vidade e lucratividade, e menor dependência de altos preços das commodities. Na Prática Vilmon Passos de Deus é gerente da Faz Milano, locali- zada no município de Barreiras – BA. Lá se produz café, feijão, milho e soja. Nestas terras ele aplicou a cal virgem dolomitica (CVD) pela primeira vez na cul- tura do café nesse ano, em janei- ro. Um pouco desta aplica- ção (30,0 Kg) aconteceu via pivô e o restante via calcariadeira, to- talizando 200,0 Kg/ ha. Nos 600 hectares de plantio de café, o ge- rente observou que a absorção da planta foi melhor quando a aplicação foi feita via fertirriga- ção. Investimento O investimento no pro- duto não foi muito alto, segundo Vilmon. “O que mais encareceu foi o frete. E o resultado com- pensou, com uma boa resposta comprovada pela análise de solo. Com a aplicação a lavoura teve seu aspecto melhorado especial- mente o solo. A saturação de ba- ses hoje é de 43%, visto que an- tes tínhamos apenas 15 ou 16%”, pontua. Ainda segundo ele, a la- voura criou mais folha. “O cal- cário demora para reagir, mas a CVD é mais solúvel. Por isso conseguimos um resultado mais rápido do que a aplicação de calcário comum. E aplicando a CVD, após o aumento da satu- ração de bases e regulagem do pH do solo não é preciso aplicar calcário em seguida”, diz.
  • 27.
  • 28. MAIOR POTENCIAL DAS FLORES E FRUTOS Cantus® Você pode mais. Sua lavoura pode mais. 0800 0192 500 www.agro.basf.com.br Para mais sanidade e maior retenção de flores e frutos, vá direto ao ponto. Sistema AgCelence Café Cantus® aliado a Opera® e Comet® - excelente controle de importantes doenças para um café turbinado de colheita a colheita. www.w.agagroro.basf.f.cocom.m.br Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle de doenças/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biológico etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Para maiores informações referentes às recomendações de uso do produto e ao descarte correto de embalagens, leia atentamente o rótulo, a bula e o receituário agronômico do produto. Produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob os seguintes números: Opera® nº 08601, Cantus® nº 07503 e Comet® nº 08801.