Barreira Cutânea da Pele e Manifestações Alérgicas
1. 19/9/2011
Estrutura da Pele
Barreira Cutânea da Pele
Manifestações Alérgicas na Pele
Substâncias Alergênicas
Importância das Bases Biocompatíveis
Dra Loraine Landgraf
Médica Especialista em Alergia e Imunologia
Funções da Pele Estrutura da Pele
Importante órgão de defesa contra agentes agressores:
Epiderme
Ação Mecânica de Proteção Derme
Mecanismos Imunológicos de Defesa Hipoderme
Epiderme Barreira Cutânea Junções
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Proteínas de Adesão Proteases Exógenas
Stress X Pele Analogia Muro de Tijolos
Matriz Extracelular (Cimento) Matriz Extracelular: Composição
Manutenção da integridade da célula
Hidratação Envelope lipídico
Nutrição Ceramidas
Regulação da diferenciação e renovação celular Ácidos Graxos
Proteção contra perda de água Colesterol
Proteção contra substâncias externas hidrossolúveis Ésteres de Colesterol
Elasticidade à pele Proteínas, peptídeos, aminoácidos livres
NMF ( Natural Moisturizing Factor)
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Barreira Cutânea Alergia aos cosméticos
Disfunção na barreira cutânea: Síndrome da Pele Intolerante
Perda transepidérmica de água Constitucional
Menor retenção hídrica Adquirida
Redução da elasticidade e resistência
Facilita sensibilização aos alérgenos Urticária de Contato
Facilita penetração dos alérgenos
Dermatite de Contato
INFLAMAÇÃO ALÉRGICA Irritativa
Alérgica
Cosmético Suscetibilidade
Todo produto aplicado sobre a superfície do corpo com
a finalidade de limpar, embelezar ou modificar sua
aparência.
Maior contato com diferentes substâncias nas diversas
formulações
Incidência: 10% população reação adversa
Maioria das reações são leves
Síndrome da Pele Intolerante Síndrome da Pele Intolerante
Intolerância Constitucional Intolerância Constitucional
“Pele Sensível” “Pele Sensível”
Reação sensorial: Reação sensorial:
Ardor, queimação, coceira Ardor, queimação, coceira
Ex: Pele com telangiectasias, Ex: Pele com telangiectasias,
eritrodermia eritrodermia
Resposta não Inflamatória Resposta não Inflamatória
Restringe-se à face Restringe-se à face
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Síndrome da Pele Intolerante Síndrome da Pele Intolerante
Adquirida Adquirida
Intolerância Patológica Intolerância Patológica
Doenças prévias de pele Doenças prévias de pele
com disfunção da barreira com disfunção da barreira
cutânea: cutânea:
Dermatite Atópica Dermatite Atópica
Psoríse Psoríse
Síndrome da Pele Intolerante Síndrome da Pele Intolerante
Adquirida
Intolerância Patológica
Doenças prévias de pele
com disfunção da barreira
cutânea:
Dermatite Atópica
Psoríse
Urticária de Contato Urticária de Contato
Reação Alérgica Imediata Manifestações Clínicas:
URTICÁRIA
Inicia-se menos de 1 hora após o Pápulas elevadas eritematosas
contato Prurido intenso
Calor local
Ativação dos mastócitos
Vermelhidão local
Liberação de Histamina
Suspender o cosmético
imediatamente
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Urticária de Contato Urticária de Contato
Manifestações Clínicas:
URTICÁRIA Manifestações Clínicas:
Pápulas elevadas eritematosas ANGIOEDEMA
Prurido intenso
Calor local Edema (Inchaço)
Vermelhidão local Pálpebras
ANGIOEDEMA
Lábios
Edema / Inchaço
Pálpebras, lábios Suspender o cosmético
Suspender o cosmético
imediatamente
imediatamente
Dermatite de Contato Dermatite de Contato Alérgica
Resposta inflamatória da pele à ação de substâncias Reação Tipo IV
externas.
Irritativa (80%) Reação tardia > 48 horas
Substâncias alcalinas, cáusticas ou ácidas
Participação de Linfócitos T
Sabões, detergentes, cimento, ácidos
Alérgica (20%) Não ocorre no primeiro
Substâncias alergênicas penetram na pele e estimulam o contato
sistema imunológico a desenvolver a inflamação alérgica
Período de sensibilização
Fotoalérgica
Dermatite de Contato Alérgica Dermatite de Contato Alérgica
Fase Aguda Fase Aguda
Vermelhidão Vermelhidão
Edema Edema
Vesículas Vesículas
Bolhas Bolhas
Úlceras Úlceras
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Dermatite de Contato Dermatite de Contato
Fase Crônica Fase Crônica
Crostas Crostas
Descamação Descamação
Ressecamento Ressecamento
Espessamento Espessamento
Dermatite de Contato Dermatite de Contato
Fase Crônica Fase Crônica
Crostas Crostas
Descamação Descamação
Ressecamento Ressecamento
Espessamento Espessamento
Diagnóstico Clínico: Anamnese Exame Físico
Localização (Nexo causal) Localização das lesões
Tempo de evolução
Frequência Características das lesões
Duração Aguda: Eritematosas, edemaciadas, exudadas,
Presença de prurido, ardência, queimação vesiculosas, bolhosas
Uso de cosméticos
Atividades domésticas e de lazer (Hobbies) Crônica: Eritematosas, descamativas, ressecadas,
Profissão liquenificadas
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Diagnóstico Definitivo Teste de Contato
TESTE DE CONTATO ou PATCH TEST
Método mais eficiente
Confirma o diagnóstico
Identifica a substância que causa
Teste de Contato Teste de Contato
Teste de Contato Teste de Contato Resultados
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Teste de Contato Substâncias Alergênicas
Resultados: 2004: Grupo Brasileiro de Estudos em Dermatite de
Primeira Leitura 48 horas Contato (GBDEC)
Segunda leitura 96 horas
Bateria Padrão Brasileira: Análise Estatística do conjunto
- Negativo de substâncias alergênicas com maior prevalência no
+ Discreto eritema com algumas pápulas Brasil
++ Eritema, pápulas e vesículas
+++ Intenso eritema, pápulas, vesículas e bolhas
40 Substâncias Alergênicas
Detetive Substâncias Alergênicas
Formaldeído
Irgasan
Kathon CG
Parabenos
Parafenilenodiamina
Propilenoglicol
Quartenium
Clorhexidine
Substâncias Alergênicas Substâncias Alergênicas
Germal 115 (Imidazolidinil urea)
Butil hidroxi tolueno (BHT) Onde estão presentes:
Tonsilamida / Formaldeído (Tolueno) Cosméticos
Bronopol Bases ou veículos
Cloracetamida
Ácido Sórbico
Tioglicolato de amônia
Amerchol
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Bases Bases
Carreadores ou mediadores usados como solventes ou Possuem papel fundamental nos produtos:
diluentes nos quais os ativos medicinais são Absorção
formulados ou administrados Tolerância
Biodisponibilidade
Devem garantir a entrega de ativo no local de ação em Ação
quantidade adequada e pelo tempo necessário. Potência
Bases Bases
Aperfeiçoamento: Influência na ação e absorção dos ativos
Otimizar a absorção dos ativos Características do local a ser aplicado
Liberação dos ativos em alvos específicos (derme) Integridade da barreira cutânea
Promover a retenção do ativo nos tecidos Hidratação do local da aplicação
Sucesso no tratamento escolhido Maior permeabilidade
Otimizando os resultados Solubilidade dos ativos
Minimizando os efeitos adversos Tamanho das moléculas dos ativos
Lipofilia / hidrofilia
Bases Óleo Mineral
Parafina Líquida, Petrolato Líquido, Óleo Branco,
Vaselina Líquida.
As bases devem ser biocompatíveis não devem Derivado da destilação do petróleo
conter as substâncias alergênicas Cosméticos: Hidratante, emoliente
Aumenta sensibilidade cutânea: Risco de Alergia!!
Impede absorção dos ativos
Obstrução dos poros: Comedogênico e acneico
Aumenta oleosidade da pele
Reduz a perda de vapor pela pele: fator oclusivo
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Óleo Mineral Propilenoglicol
Pryce (1989): Prevalência de dermatite de contato ao É um álcool fluido, incolor, higroscópico.
óleo mineral: 30% Solvente
Prevenção do desenvolvimento de dermatite alérgica: Hidratante, umectante
substituição do óleo mineral Conservante, estabilizante
Antisséptico
Potencial irritativo e alergênico
Warshaw F.M., Dermatitis, 2009, 20(1): 14-20
Pryce M. et al, J Soc Occup Med, 1989, 39:93-98
Propilenoglicol Alergia ao Propilenoglicol
Solvente de fácil absorção, altera a estrutura de pele,
permitindo que outros agentes químicos penetrem North American Contact Dermatitis Group
mais profundamente na pele, aumentando a Estudo 1996-2006
quantidade que chega a corrente sanguínea: toxicidade
Pacientes 23.359
Teste de contato positivo propilenoglicol: 810 (3,5%)
Retira lipídeos da camada córnea: cria falha na barreira
cutânea Fontes:
Cosméticos: 53,8%
Medicamentos tópicos: 18,3%
Warshaw F.M. Dermatitis, 2009, 20 (1): 14-20
Alergia ao Propilenoglicol Alergia ao Propilenoglicol
Lessmann (2005) Potencial irritativo para a pele
Concentração do produto
Disfunção da barreira cutânea
Coloe e Zirwas (2008): sete bases de medicamentos de
uso tópico, propilenoglicol maior potencial alergênico
Andersen (2010): 12/84 pacientes com alergia ao
propilenoglicol, cerca de 14%
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Parabenos Dermatite de contato aos conservantes
Metil, Propil, Butil e Etil, Benzil
Período de 1996-2009
Ésteres ácido p-hidroxibenzóico Pacientes 80.000
Testes de contato positivos:
Inibir o crescimento bacteriano e 10 Formaldeído
prolongar durabilidade do 20 Parabenos
produto 30 Bronopol
Alto risco de reações alérgicas
Schnuch A, et al, Br J Dermatol, 2011, 164(6): 1316-2133
Formaldeído Formaldeído e Liberadores de Formol
É um aldeído N= 836 pacientes
Matéria prima para diversos produtos químicos Sexo feminino: 94%
Agente esterilizante Dermatite crônica (>4 meses): 88%
Preservante de cosméticos e produtos de limpeza Face: 47%
Teste Contato Positivo Formaldeído: 148/836 (17,7%)
Carcinogênico humano (pulmão, nariz, cérebro,
Resina Tonsilamida/formaldeído: 78%
leucemia)
Formaldeído: 10%
Quartenium: 11%
Bronopol: 3%
Imidazolinidil Urea: 1%
Lazzarini R. Tese de Mestrado, 2006
Formaldeído e Liberadores Bases Biocompatíveis
Reação Alérgica formaldeído e liberadores: 15-40%
Alergia ao formaldeído associada com maior Na escolha de cosméticos de uso tópico cutâneo, deve-
probabilidade de alergia aos liberadores de se ir além da preocupação com os ativos.
formaldeído
Recomenda-se aos alérgicos ao formaldeído evitar: A escolha da base adequada para o ativo desejado leva
Quartenium a um tratamento mais confortável, efetivo e
Diazolinidil urea principalmente mais seguro com relação ao
Imidazolinidil urea desenvolvimento de alergias.
DMDM hidantoin
Groot A.C., Contact Dermatitis, 2010, 18-31
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Prevenção de Alergia Importância de Bases Biocompatíveis
Regulamentação do uso de substâncias alergênicas Cosméticos ecologicamente corretos
Cosmetovigilância efetiva Componentes biodegradáveis
Documentação dos casos Substituição do óleo mineral pelo óleo vegetal
Investigação dos casos Eliminação de produtos sensibilizantes e alergênicos:
Análise de todas as ocorrências de reações adversas Óleo Mineral e Parafina
Parabenos
Tornar a utilização de cosméticos mais segura Formaldeído e Liberadores de formaldeído
Propilenoglicol
dra.loraine@uol.com.br
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