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185185185185185Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
www.fsp.usp.br/rsp
Resumo
Objetivo
Analisar o uso do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde
(SIH/SUS) no ajuste de risco das taxas de mortalidade hospitalar e avaliar a utilidade
do índice de comorbidade de Charlson (ICC) no ajuste de risco de indicadores de
desempenho.
Métodos
Foram selecionadas 40.299 internações ocorridas no Município do Rio de Janeiro
entre dezembro de 1994 e dezembro de 1996. A medida de gravidade foi testada pelo
ICC, que atribui pesos a 17 condições clínicas presentes nos diagnósticos secundários,
a fim de obter a carga de morbidade do paciente (gravidade) independentemente do
diagnóstico principal. Utilizou-se a regressão logística para avaliar o impacto do ICC
na estimativa da chance de morrer no hospital.
Resultados
Nas internações selecionadas, observou-se que o ICC foi igual ou superior a um em
apenas 5,7 % dos casos. Quando se aplicou o ICC combinado à idade, o percentual
de casos com pontuação diferente de zero aumentou substancialmente. Os modelos
testados apresentaram reduzida sensibilidade.
Conclusões
Apesar de a presença de comorbidade ser importante na predição do risco de morrer,
essa variável pouco discriminou a gravidade dos casos na base de dados do SIH/SUS,
o que é explicado pela qualidade da informação diagnóstica nessa base de dados, na
qual a idade é o preditor mais importante do risco de morrer, afora o diagnóstico
principal. Apesar das limitações ainda existentes na qualidade da informação
diagnóstica disponível no SIH/SUS, sugere-se o uso do ICC combinado como medida
para ajuste do risco de morrer nas taxas calculadas a partir desses dados.
Abstract
Objective
To analyze the use of the Brazilian Hospital Database (SIH/SUS) on risk adjustment
of hospital mortality, and to evaluate the usefulness of the Charlson comorbidity
index (CCI) for risk adjustment of indicators calculated with the available data from
the SIH/SUS.
Sistema de Informações Hospitalares como
ajuste de risco em índices de desempenho*
Brazilian Hospital Database System as risk
adjustment in performance indicators
Mônica Martinsa
, Claudia Travassosb
e José Carvalho de Noronhac
a
Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública,
Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. b
Departamento de Informações em Saúde, Centro
de Informação Científica e Tecnológica, Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. c
Instituto
de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Correspondência para/Correspondence to:
Mônica Martins
DAPS/Escola Nacional de Saúde Pública
(FIOCRUZ)
Rua Leopoldo Bulhões, 1480, 7o
andar,
Manguinhos
21042-210 Rio de Janeiro, RJ, Brasil
E-mail: martins@ensp.fiocruz.br
Descritores
Risco ajustado.#
Avaliação de
resultados (cuidados de saúde).#
Mortalidade hospitalar.#
Índice de
gravidade da doença.#
Sistemas de
informação hospitalar, utilização.#
Comorbidade. Coeficiente de
mortalidade. Medição do risco.
*Subvencionado pelo Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica/PAPES, Fundação Oswaldo Cruz. (Projeto n. 113).
Recebido em 12/1/2000. Reapresentado em 24/10/2000.Aprovado em 1/11/2000.
Keywords
Risk adjustment.#
Outcome
assessment (health care).#
Hospital
mortality.#
Severity of illness index.#
Hospital information systems,
utilization.#
Risk assessment.
Comorbidity. Mortality rate.
186186186186186 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
www.fsp.usp.br/rsp
Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
Methods
The comorbidity index was applied on 40,299 patients admitted in hospital in Rio de
Janeiro, Brazil. CCI determines specific values to 17 clinical conditions to measure
theburdenofthepatient’scomorbidity,nottakingintoconsiderationthemaindiagnosis.
Multiple logistic regression was applied to assess the impact of CCI in estimating the
probability of dying.
Results
CCI was greater than zero in only 5.7% admissions. When combined with age
(combined CCI), the percentage of cases with a value greater than zero increased
considerably. These models, however, showed to have a low sensitivity.
Conclusions
Despite comorbidity is an important predictor for the risk of dying, it was observed
that this is not a good discriminatory variable of case severity in the studied database.
This maybe due to incomplete diagnostic information in the database. In the SIH/SUS
data, age is the most important predictor of the risk of dying. However, despite the
limited quality of diagnostic information in SIH/SUS, the use of CCI combined with
age for adjustment of the risk of dying is recommended in measures using this
database.
INTRODUÇÃO
A análise comparativa de indicadores de resultado
dos cuidados de saúde constitui importante
instrumento para o monitoramento do desempenho
dos prestadores de serviços, sobretudo daqueles que
prestam cuidado hospitalar. O resultado do cuidado é
conseqüência do somatório das características dos
pacientes, da adequação do tratamento e de efeitos
aleatórios. Variações no cuidado hospitalar explicam-
se primeiramente por diferenças no perfil de pacientes
atendidos, na comparação de indicadores de
resultados, nos custos ou no consumo de recursos
entre prestadores de serviços e requerem a
caracterização e mensuração do perfil de casos
atendidos (case mix) e da gravidade destes.1,7-9
Desta
forma, no uso de medidas de desempenho é
imprescindível a adoção de estratégias específicas de
ajuste do risco, a fim de controlar variáveis
(características do paciente) que, independentemente
da qualidade do cuidado prestado, afetam o
resultado.22
O conceito de risco é multidimensional, incluindo
diversos atributos do paciente: idade, sexo,
instabilidade clínica, diagnóstico principal, extensão
e gravidade das comorbidades, estado funcional do
paciente, funcionamento psicológico, cognitivo e
psicossocial, comportamentos e atributos culturais,
étnicos e socioeconômicos, situação de saúde e
qualidade de vida, atitudes e preferências do
paciente.9
Grandes bancos de dados administrativos vêm
sendo cada vez mais empregados na avaliação do
desempenho dos serviços de saúde. Esses bancos
possuem vantagens e desvantagens,15,23
sendo a
reduzida disponibilidade de dados clínicos dos
pacientes uma das importantes desvantagens, na
medida em que restringe o número de variáveis de
risco a serem computadas para o ajuste de medidas de
desempenho.
Embora, atualmente, poucos discordem da
necessidade de ajustar os indicadores de resultado
por diferenças quanto ao perfil de gravidade dos casos,
todas as estratégias de ajuste desenvolvidas até o
presente momento apresentam problemas de
validade.10-13,20
A intensidade (número e gravidade) das doenças
coexistentes constitui importante preditor de
complicações e de resultados desfavoráveis. Os
métodos de ajuste de risco que se baseiam na presença
de comorbidade podem ser aplicados quando se dispõe
apenas de dados de bases administrativos, pois, ape-
sar de não conterem outras informações clínicas, sem-
pre fornecem informação diagnóstica. Contudo, sua
utilidade depende da completitude e precisão dessas
informações.
O índice de comorbidade de Charlson (ICC)2
é uma
classificação de gravidade que pode ser aplicada em
dados de bases administrativos. Esse método emprega
condições clínicas selecionadas, registradas como di-
agnóstico secundário – comorbidades – no cálculo do
risco de morrer. O índice calcula a carga de morbidade
do paciente, independentemente do diagnóstico
principal. Considerações sobre a validade desse método
estão presentes em vários artigos.3-6,17,18,19
No que diz respeito ao Brasil, o uso de medidas de
risco para o ajuste de indicadores de resultado dos
cuidados de saúde é pouco freqüente, sendo também
187187187187187Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
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Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
Tabela 1 - Índice de Comorbidade de Charlson (ICC) – ponderação de condições clínicas presentes entre os diagnósticos
secundários.
Peso Condição clínica CID-9*
1 Infarto do miocárdio 410, 411
Insuficiência cardíaca congestiva 398, 402, 428
Doença vascular periférica 440-447
Demência 290, 291, 294
Doença cerebrovascular 430-433, 435
Doença pulmonar crônica 491-493
Doença tecido conjuntivo 710, 714, 725
Úlcera 531-534
Doença crônica do fígado ou cirrose 571, 573
2 Hemiplegia 342, 434, 436, 437
Doença renal severa ou moderada 403, 404, 580-586
Diabetes 250
Tumor 140-195
Leucemia 204-208
Linfoma 200, 202, 203
3 Doença do fígado severa ou moderada 070, 570, 572
6 Tumor maligno, metástase 196-199
*Tradução das condições clínicas propostas por Charlson2
para a CID-9 realizada por D’Hoore et al4
Exemplo: Um paciente tendo como diagnósticos secundários de doença pulmonar crônica (1) e linfoma (2) tem pontuação
total de 3; se este paciente tem 70 anos de idade (pontuação=3), o ICC final equivaleria a 5.u
recente o emprego de base de dados administrativos
para avaliar a qualidade dos serviços de saúde. O
presente artigo avalia o emprego dos dados do Sistema
de Informações Hospitalares do Sistema Único de
Saúde (SIH/SUS) no ajuste de risco das taxas de
mortalidade hospitalar e a utilidade do ICC para o ajuste
de risco de indicadores de desempenho.
MÉTODOS
O universo de estudo correspondeu às hospita-
lizações financiadas pelo SUS no Município do Rio de
Janeiro ocorridas entre dezembro de 1994 e dezembro
de 1996. Utilizou-se a base de dados do SIH/SUS, mais
especificamente o arquivo “Movimento Mensal das
Autorizações de Internação Hospitalar”, que contém
a variável diagnóstico secundário. O SIH/SUS permi-
te apenas o registro de um único diagnóstico secun-
dário cujo registro não é obrigatório para o reembolso
dos hospitais, finalidade principal desse sistema de
informação.
Foram consideradas somente as internações de
pacientes agudos – os registros classificados como
Autorização de Internação Hospitalar (AIH) de tipo
um ou principal nas especialidades de cirurgia, clínica
médica, obstetrícia e pediatria. Internações de
pacientes menores de 19 anos foram excluídas da
análise.
As seguintes variáveis foram selecionadas: ano e
mês de apresentação, especialidade médica, Cadastro
Geral Contribuinte do hospital, número e tipo da AIH,
código de endereçamento postal (e) da moradia do
paciente, sexo, procedimento solicitado e realizado,
caráter da internação, dias de uso da unidade de terapia
intensiva (UTI) total e no mês da internação e valor
pago, valor total pago pela internação, diagnósticos
principal e secundário, cobrança ou tipo de saída, na-
tureza jurídica do hospital, idade do paciente, dias
de permanência e número do prontuário.
Foram selecionadas 40.299 internações, correspon-
dentes às internações com diagnóstico principal de
pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, doen-
ça isquêmica do coração e doença cerebrovascular.
Os critérios de seleção foram a alta freqüência e a ocor-
rência de óbito.
A medida de gravidade testada foi o ICC.2
Charlson
et al2
definiram 17 condições clínicas (comorbidades)
que fazem parte do ICC (Tabela 1). O peso de cada
condição clínica foi calculado com base no risco
relativo de morrer e posteriormente listado com os
seguintes valores: 0, 1, 2, 3 e 6. Esse índice foi
concebido empiricamente com base numa coorte de
604 pacientes de um hospital de Nova Iorque (EUA) e
também pode ser calculado combinando-se a idade e
a comorbidade em um único índice. Nesse caso, o risco
de morrer relacionado à idade do paciente é
incorporado da seguinte forma: à pontuação descrita
na Tabela 1 para as comorbidades, agrega-se uma
ponderação específica correspondente à idade, que
atribui um peso para cada período de 10 anos de vida
a partir dos 50 anos. Por exemplo, a um paciente com
70 anos é atribuído peso 3 no ICC, independentemente
da classificação que lhe seria atribuída caso
apresentasse uma ou mais comorbidades dentre as
listadas na Tabela 1.
Em geral, a utilização do ICC considera as
comorbidades existentes em internações anteriores,
pois foi originalmente construído para estudos
longitudinais de doenças crônicas.2,3
Entretanto,
existem estudos que utilizaram com sucesso esse índice
na análise de uma única hospitalização.4-6,18,19
188188188188188 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
www.fsp.usp.br/rsp
Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
Charlson et al2,3
não identificam os códigos especí-
ficos da Internacional Classification of Diseases (ICD)
para os diagnósticos selecionados como comorbida-
des no ICC. Alguns autores6,18,19
classificaram esses
diagnósticos em códigos da ICD – 9th
edition – Clinical
Modifications (ICD-9-CM), usada nos EUA. Roma-
no15,16
sublinhou que as traduções de diferentes auto-
res para os códigos da ICD-9-CM variam. O presente
artigo, entretanto, não se propõe a discutir as discre-
pâncias entre diferentes traduções para os códigos
de doença. Desta forma, a versão empregada aqui foi
aquela realizada por D’Hoore et al,4
que se aplica à
tradução para o português – Classificação Internacio-
nal de Doenças, nona revisão (CID-9) – adotada no
Brasil no período estudado (Tabela 1). Utilizou-se a
regressão logística para avaliar o impacto do ICC na
estimativa da chance de morrer no hospital. O ajuste
do modelo de previsão de óbito foi julgado com base
no percentual de melhoria do modelo com relação à
deviance inicial (razão de verossimilhança), nas esta-
tísticas C e Sommer’s D e na sensibilidade do modelo.
Testou-se o impacto da introdução da idade (modelo
2), do ICC simples (modelo 3) e do ICC combinado à
idade (modelo 4) no ajuste do modelo inicial compos-
to pelas variáveis sexo e diagnóstico principal, variá-
veis-controle. Do modelo 4, que testa o impacto do
ICC combinado no ajuste, foi retirada a variável idade,
por já estar esta incorporada ao índice.
A variável diagnóstico principal foi tratada com uma
variável dummy com 17 categorias discriminadas na
Tabela 5, cuja categoria de referência foi Doença
Cardíaca Hipertensiva (CID-402), por apresentar essa
doença/síndrome a menor letalidade. A variável sexo
tomou o sexo masculino como categoria de referência.
A variável idade foi tratada como dummy, com as
seguintes categorias: menor de 50 anos; 50-59 anos;
60-69 anos; 70-79 anos; 80-89 anos; e 90-99 anos,
sendo a categoria de referência a faixa de menores de
50 anos. O ICC foi trabalhado como variável dummy,
com pontuação igual a zero como categoria de
referência. Em função da distribuição de freqüência,
as categorias do ICC foram reagrupadas.
RESULTADOS
A taxa de mortalidade hospitalar nos casos estudados
foi de 19% (n=40.299), sendo 16,3% para doença
isquêmicadocoração,14,0%parainsuficiênciacardíaca
congestiva,21,1%paradoençacerebrovasculare14,4%
para pneumonia.
Cerca de 52% das internações ocorreram em homens,
variando entre 32,1% e 69,9%, segundo o diagnóstico.
Metade dos óbitos (50,5%) ocorreram entre os homens.
Entretanto, a taxa de mortalidade variou entre as
mulheres (19,7%) e os homens (18,4%). A idade média
foi de 60,7 anos, com a população idosa
correspondendo a 54,5% das internações.
As admissões eletivas corresponderam a 12,9% dos
casos.Ospacientespermaneceramemmédia11,59dias
no hospital e 10,4% dos casos utilizaram UTI.
Procedimentoscirúrgicosforamrealizadosem2,5%dos
casos.Foramtransferidos3,5%docasose77,4%tiveram
alta. Entre os casos que resultaram em óbito (19,0%),
6,0% foram submetidos a necrópsia e 3,6% ocorreram
nas primeiras 48 horas após a admissão. O valor médio
de reembolso foi de R$ 368,00 por internação. Essas
internações ocorreram preponderantemente em
hospitais não universitários, públicos e privados. Nas
40.299 internações selecionadas, observou-se que
somente 18,6% dos casos tiveram diagnóstico
secundário registrado, sendo que entre os casos de
óbito esse percentual correspondeu a 23,1%.
O ICC foi igual ou superior a um em apenas 5,7 %
dos casos. Quando se aplicou o ICC combinado à
Tabela 2 - Distribuição de freqüência e percentual de óbitos pelo Índice de Comorbidade de Charlson (ICC). Rio de Janeiro,
Brasil, 1994-1996.
ICC simples (pontuação)* N. Total % Total N. óbitos % Mortes
0 38.018 94,3 7.118 18,7
1 948 2,4 170 17,9
>1 1.333 3,3 363 27,2
Total 40.299 100 7.651 19,0
ICC combinado com idade (pontuação)** N. Total % Total N. óbitos % Mortes
0 9.351 23,2 1.182 12,6
1 7.425 18,4 1.090 14,7
2 9.805 24,3 1.821 18,6
3 8.110 20,1 1.808 22,3
4 4.318 10,7 1.298 30,1
>4 1.290 3,2 452 35,0
Total 40.299 100 7.651 19,0
Nota: *Qui-quadrado 61,32, grau de liberdade =2, p<,00000
**Qui-quadrado 953,49, grau de liberdade =5, p<,00000
189189189189189Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
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Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
Tabela 3 - Distribuição de freqüência das condições clínicas
do Índice de Comorbidade de Charlson (ICC) presentes nos
casos estudados.
Condição clínica do ICC N (% dos casos com ICC>0)
Diabetes 858 (37,62%)
Insuficiência cardíaca congestiva 410 (17,97%)
Doença vascular periférica 195 (8,55%)
Doença renal severa ou moderada 179 (7,85%)
Hemiplegia 167 (7,32%)
Doença pulmonar crônica 134 (5,87%)
Tumor 118 (5,17%)
Doença crônica do fígado e cirrose 88 (3,86%)
Infarto do miocárdio 61 (2,67%)
Subtotal 2.210 (96,89%)
Outras categorias 71 (3,11%)
Total casos ICC>0 2.281 (100,00%)
idade, o percentual de casos com pontuação diferente
de zero aumentou substancialmente, observando-se
76,8% dos casos nessa pontuação (Tabela 2).
As taxas de mortalidade apresentam uma evolução
ascendente, tanto com relação à faixa etária como com
relação ao ICC combinado à idade. Entretanto, esse
padrão não foi observado nas taxas de mortalidade re-
ferentes ao ICC simples (Tabela 2). Esse resultado indi-
ca ausência de associação do ICC simples com a idade.
Dentre as condições clínicas incluídas no ICC, ob-
servou-se que 55% das comorbidades registradas
eram referentes a duas comorbidades: diabetes e in-
suficiência cardíaca congestiva (Tabela 3). As doen-
ças crônicas do fígado, rins e pulmão foram relata-
das como comorbidades em cerca de 17% das inter-
nações. Entre as 40.299 internações, somente sete
tinham registrados diagnósticos secundários cuja
pontuação atribuída pelo ICC equivale a 3 ou 6; por-
tanto, trata-se de casos mais graves ou com maior
risco de evoluir para o óbito.
variáveis-controle (modelo 1) melhora o ajuste em
33,4% e a incorporação do ICC (modelo 3) no mode-
lo 2 melhora o ajuste em apenas 2,4%. Assim, a subs-
tituição da idade e do ICC no modelo 4 pelo ICC
combinado à idade teve pouco impacto no ajuste
obtido no modelo 3 (Tabela 4).
As estatísticas C e Sommers’ D, usadas para avaliar
o poder de predição dos modelos, foram baixas. A
sensibilidade máxima obtida foi de 6,7% (modelo 4).
Por outro lado, o exame dos odds ratio evidencia a
existência de um risco diferenciado e crescente,
diretamente proporcional a uma maior idade e ao
aumento do ICC (Tabela 5).
DISCUSSÃO
Apesar de a presença de comorbidade ser impor-
tante na predição do risco de morrer,9
seguindo a
metodologia proposta por Charlson et al2
observou-
se que essa variável discrimina pouco a gravidade
dos casos na base de dados do SIH/SUS. Esse re-
sultado explica-se, primeiramente, pelo limitado es-
paço para informação diagnóstica – apenas um di-
agnóstico principal e um único campo para anota-
ção de diagnóstico secundário – na base de dados
do Ministério da Saúde.
Também, o sub-registro tem influência na capaci-
dade de discriminação do ICC nessa base de dados.
Em somente 18,6 % das internações (n=40.299) havia
anotação de diagnóstico secundário, enquanto es-
tudo anterior mostrou que em 42% das internações
havia ao menos um diagnóstico secundário registra-
do no prontuário do paciente.21
Iezonni et al13
cons-
tataram que 60,5% das internações de pacientes sub-
metidos a cirurgia coronariana tinham cinco ou mais
diagnósticos secundários registrados na base de da-
dos, 14,4% apresentavam 10 ou mais diagnósticos
secundários e somente 3,5% das internações apre-
sentavam um único diagnóstico secundário.
As taxas de mortalidade mostraram-se associadas
positivamente à idade e ao ICC combinado, mas não
Dos modelos testados para a predição do óbito
hospitalar, utilizando-se como variáveis-controle
sexo e diagnóstico principal, o melhor ajuste obtido
em comparação à deviance inicial foi de 7,1% no
modelo 3, que incorpora de forma independente as
variáveis idade e ICC. O efeito da incorporação da
idade (modelo 2) no modelo contendo apenas as
Tabela 4 - Medidas de ajuste dos modelos testados para predizer óbito utilizando o Índice de Comorbidade de Charlson
(ICC).*
Modelo Inicial – Ajuste Modelo 2 – Ajuste Modelo 3 – Ajuste Modelo 4 – Ajuste
Teste da razão de Teste da razão de Teste da razão de Teste da razão de
verossimilhança: verossimilhança: verossimilhança: verossimilhança:
1.824,38 2.737,89 2.800,73 2.786,47
gl=18** gl=23** gl=25** gl=23**
(p=0,0001) (p=0,0001) (p=0,0001) (p=0,0001)
% Melhoria: 4,7% % Melhoria: 7,0% % Melhoria: 7,1% % Melhoria: 7,1%
Sommers’D=0,283 Sommers’D=0,362 Sommers’D=0,365 Sommers’D=0,365
C=0,641 C=0,681 C=0,683 C=0,683
Sensibilidade =2,8 Sensibilidade =5,9 Sensibilidade =6,4 Sensibilidade =6,7
*Utiliza somente a informação sobre diagnóstico secundário disponível no SIH/SUS
**graus de liberdade (gl)
Nota: Verossimilhança somente para o intercepto =39.171,744
190190190190190 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
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Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
Tabela 5 - Modelos de regressão logística para predizer morte ajustada pelo Índice de Comorbidade de Charlson (ICC).
*CID-9, Quando todas as 17 variáveis dummy são 0, o diagnóstico principal é CID-9: 402
**Graus de liberdade (gl)
Modelo 3 Coeficiente (β) Erro-padrão (β) Odds ratio Verossimilhança χ2
Idade
50-59 (1) 0,1508 0,0461 (1) 1,163 2.800,73
60-69 (2) 0,4479 0,0418 (2) 1,565 (gl=25)
70-79 (3) 0,7490 0,0425 (3) 2,115 (p=0,0001)
80-89 (4) 1,1935 0,0483 (4) 3,298
90-99 (5) 1,4121 0,0891 (5) 4,105
Sexo feminino -0,00681 0,0270 0,993
Diagnóstico principal*
410 (1) 1,1186 0,2568 (1) 3,061
411 (2) 0,1216 0,2972 (2) 1,129
414 (3) 0,2852 0,3776 (3) 1,330
428 (4) 0,6993 0,2537 (4) 2,012
430 (5) 1,4235 0,2806 (5) 4,152
431 (6) 2,8490 0,2723 (6) 17,270
432 (7) 2,2421 0,2653 (7) 9,413
433 (8) 0,7539 0,4450 (8) 2,125
434 (9) 1,9915 0,2545 (9) 7,327
435 (10) 1,3844 0,2822 (10) 3,992
436 (11) 1,2593 0,2552 (11) 3,523
481 (12) 0,5141 0,5075 (12) 1,672
482 (13) 0,9346 0,2573 (13) 2,546
483 (14) 2,0784 0,4796 (14) 7,991
484 (15) 1,0144 0,6692 (15) 2,758
485 (16) 1,7958 0,2820 (16) 6,024
486 (17) 0,6197 0,2575 (17) 1,858
ICC simples
ICC=1
ICC>1 (1) 0,0283 0,0885 (1) 1,029
(2) 0,5404 0,0658 (2) 1,717
Modelo 4 Coeficiente, (β) Erro-padrão (β) Odds ratio Verossimilhança χ2
Sexo feminino -0,0139 0,0269 0,986 2.786,47
(gl=23)**
(p=0,0001)
Diagnóstico principal*
410 (1) 1,1170 0,2569 (1) 3,056
411 (2) 0,1181 0,2973 (2) 1,125
414 (3) 0,2912 0,3777 (3) 1,338
428 (4) 0,7126 0,2538 (4) 2,039
430 (5) 1,4349 0,2807 (5) 4,199
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436 (11) 1,2710 0,2553 (11) 3,564
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484 (15) 1,0327 0,6691 (15) 2,809
485 (16) 1,8073 0,2821 (16) 6,094
486 (17) 0,6328 0,2576 (17) 1,883
ICC combinado com Idade (5 dummy):
1 (1) 0,1583 0,0471 (1) 1,172
2 (2) 0,4578 0,0427 (2) 1,581
3 (3) 0,7282 0,0433 (3) 2,071
4 (4) 1,1619 0,479 (4) 3,196
>4 (5) 1,4236 0,0689 (5) 4,152
ao ICC simples. Isto é, a capacidade preditiva do ICC
melhorou de forma significativa quando associada à
variável idade (ICC combinado).
D’Hoore et al,4
empregando uma base de dados
que permite o registro de até 15 diagnósticos para
testar o efeito do ICC, utilizaram modelo semelhan-
te ao modelo 3 (idade, sexo, diagnóstico principal e
ICC) e obtiveram melhor ajuste (cerca de três vezes
superior) do que o obtido no presente estudo. Em
estudo anterior,14
observou-se que a incorporação
de informação diagnóstica complementar melhora a
capacidade preditiva do ICC na base de dados do
SIH/SUS. Esses citados estudos4, 14
confirmam que
a baixa capacidade do ICC de discriminar o risco de
morrer, observada na presente pesquisa, deve ser
atribuída à baixa qualidade da informação diagnós-
tica no SIH/SUS.
Conclui-se que, nos dados atualmente disponí-
veis no SIH/SUS, a idade é o mais importante predi-
tor do risco de morrer, com exceção do diagnóstico
191191191191191Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
www.fsp.usp.br/rsp
Ajuste de risco para índices de desempenho
Martins M et al.
principal. O efeito da variável idade ganhou maior
peso em função da distribuição etária da população
em estudo, na qual 75,9% de pacientes tinham mais
de 50 anos de idade.
Por outro lado, os modelos com idade e ICC inde-
pendentes (modelo 3) e com ICC combinado à idade
(modelo 4) pouco variaram. Porém, considera-se como
o melhor modelo aquele que incorpora o ICC combi-
nado (modelo 4), pois este reduz o número de co-vari-
áveis no modelo. Assim, apesar das limitações ainda
existentes na qualidade da informação diagnóstica
disponível no SIH/SUS, sugere-se o uso do ICC com-
binado como medida para ajuste do risco de morrer
nas taxas calculadas a partir desses dados.
O debate em torno da adequação dos bancos de da-
dos administrativos para analisar o uso e os resultados
do cuidado hospitalar tem produzido recomendações de
ampliação da informação sobre as características da do-
ença do paciente e dos procedimentos médicos. Essas
recomendações enfatizam a necessidade de aumento do
número de campos para o registro de diagnósticos e
procedimentosmédicos.Atualmente,nosEUA,osresu-
mosdealtapossibilitamoregistrodeumnúmerobastan-
te superior aos cinco diagnósticos e três procedimentos
cirúrgicos adotados no início da década de 80.9
Melhorias na qualidade da informação diagnósti-
ca são relevantes e desejáveis para melhor controle
da gravidade dos casos a partir da informação so-
bre comorbidades. Como estratégias para melhorar
a qualidade da informação diagnóstica no SIH/SUS
sugere-se: (i) a ampliação do número de campos
disponíveis para o seu registro; (ii) a adoção e a
padronização de definições precisas para diagnós-
tico principal e secundário; (iii) o treinamento de
codificadores; e (iv) a implementação de atividades
que venham a estimular o registro dessas informa-
ções no prontuário do paciente e nos resumos de
alta. Dada a importância das comorbidades na ava-
liação do desempenho dos indicadores, recomen-
da-se também a inclusão da variável diagnóstico
secundário no banco de dados resumido, colocado
à disposição pelo Ministério da Saúde em CD-ROM.
Essas mudanças podem melhorar a validade das me-
didas de desempenho e a eficiência na produção
desses indicadores.
REFERÊNCIAS
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applications in quality assurance and utilization
review. Med Care Rev 1988;45:339-66.
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longitudinal studies: development and validation. J
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outcome assessment: the Charlson Comorbidity index.
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considerations on the use of the Charlson Comorbidity
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10. Iezzoni LI, Ash AS, Shwartz M, Daley J, Hughes JS,
Mackiernan YD. Judging hospitals by severity-
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Differences in procedure use, in-hospital mortality,
and illness severity by gender for acute myocardial
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13. Iezzoni LI, Ash AS, Shwartz M, Landon BE,
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coronary artery bypass graft surgery, do different
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192192192192192 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192
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Martins M et al.
14. Martins MS, Travassos Veras CM. Assessing the
availability of casemix information in hospital
database systems in Rio de Janeiro, Brazil. Int J
Quality Health Care 1998;10:125-33.
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compare the quality of health care? Med Care Rev
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16. Romano PS, Roos LL, Jollis JG. Adapting a clinical
comorbidity index for use with ICD-9-CM
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Epidemiol 1993;46:1075-9.
17. Romano PS, Roos LL, Jollis JG. Further evidence
concerning the use of a clinical comorbidity index
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1993;46:1085-90.
18. Roos LL, Sharp SM, Cohen MM. Comparing clinical
information with claims data: some similarities and
differences. J Clin Epidemiol 1991;44:881-8.
19. Roos LL, Sharp SM, Cohen MM, Wadja A. Risk
adjustment in claims-based research: the search for
efficient approaches. J Clin Epidemiol 1989;42:1193-
206.
20. Shapiro MF, Park RE, Keesey J, Brook R. The effect of
alternative case mix adjustemenst on mortality
differences between municipal and voluntary hospital
in New York City. Health Serv Res 1994;29:95-112.
21. Travassos Veras CM, Martins MS. Confiabilidade dos
dados nos formulários de internação hospitalar (AIH),
Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública
1994;10:339-55.
22. Wray NP, Ashton CM, Kuikenadall DH, Hollingsworth
JC. Using administrative databases to evaluate the
quality of medical care: a conceptual framework.
Soc Sci Med 1995;40:1707-15.
23. Wray NP, Hollingsworth JC, Peterson NJ, Ashton CM.
Case-mix adjustment using administrative databases:
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Rev 1997;54:326-56.

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Sistema de informações hospitalares como ajuste de risco em índices de desempenho

  • 1. 185185185185185Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Resumo Objetivo Analisar o uso do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) no ajuste de risco das taxas de mortalidade hospitalar e avaliar a utilidade do índice de comorbidade de Charlson (ICC) no ajuste de risco de indicadores de desempenho. Métodos Foram selecionadas 40.299 internações ocorridas no Município do Rio de Janeiro entre dezembro de 1994 e dezembro de 1996. A medida de gravidade foi testada pelo ICC, que atribui pesos a 17 condições clínicas presentes nos diagnósticos secundários, a fim de obter a carga de morbidade do paciente (gravidade) independentemente do diagnóstico principal. Utilizou-se a regressão logística para avaliar o impacto do ICC na estimativa da chance de morrer no hospital. Resultados Nas internações selecionadas, observou-se que o ICC foi igual ou superior a um em apenas 5,7 % dos casos. Quando se aplicou o ICC combinado à idade, o percentual de casos com pontuação diferente de zero aumentou substancialmente. Os modelos testados apresentaram reduzida sensibilidade. Conclusões Apesar de a presença de comorbidade ser importante na predição do risco de morrer, essa variável pouco discriminou a gravidade dos casos na base de dados do SIH/SUS, o que é explicado pela qualidade da informação diagnóstica nessa base de dados, na qual a idade é o preditor mais importante do risco de morrer, afora o diagnóstico principal. Apesar das limitações ainda existentes na qualidade da informação diagnóstica disponível no SIH/SUS, sugere-se o uso do ICC combinado como medida para ajuste do risco de morrer nas taxas calculadas a partir desses dados. Abstract Objective To analyze the use of the Brazilian Hospital Database (SIH/SUS) on risk adjustment of hospital mortality, and to evaluate the usefulness of the Charlson comorbidity index (CCI) for risk adjustment of indicators calculated with the available data from the SIH/SUS. Sistema de Informações Hospitalares como ajuste de risco em índices de desempenho* Brazilian Hospital Database System as risk adjustment in performance indicators Mônica Martinsa , Claudia Travassosb e José Carvalho de Noronhac a Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. b Departamento de Informações em Saúde, Centro de Informação Científica e Tecnológica, Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. c Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil Correspondência para/Correspondence to: Mônica Martins DAPS/Escola Nacional de Saúde Pública (FIOCRUZ) Rua Leopoldo Bulhões, 1480, 7o andar, Manguinhos 21042-210 Rio de Janeiro, RJ, Brasil E-mail: martins@ensp.fiocruz.br Descritores Risco ajustado.# Avaliação de resultados (cuidados de saúde).# Mortalidade hospitalar.# Índice de gravidade da doença.# Sistemas de informação hospitalar, utilização.# Comorbidade. Coeficiente de mortalidade. Medição do risco. *Subvencionado pelo Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica/PAPES, Fundação Oswaldo Cruz. (Projeto n. 113). Recebido em 12/1/2000. Reapresentado em 24/10/2000.Aprovado em 1/11/2000. Keywords Risk adjustment.# Outcome assessment (health care).# Hospital mortality.# Severity of illness index.# Hospital information systems, utilization.# Risk assessment. Comorbidity. Mortality rate.
  • 2. 186186186186186 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. Methods The comorbidity index was applied on 40,299 patients admitted in hospital in Rio de Janeiro, Brazil. CCI determines specific values to 17 clinical conditions to measure theburdenofthepatient’scomorbidity,nottakingintoconsiderationthemaindiagnosis. Multiple logistic regression was applied to assess the impact of CCI in estimating the probability of dying. Results CCI was greater than zero in only 5.7% admissions. When combined with age (combined CCI), the percentage of cases with a value greater than zero increased considerably. These models, however, showed to have a low sensitivity. Conclusions Despite comorbidity is an important predictor for the risk of dying, it was observed that this is not a good discriminatory variable of case severity in the studied database. This maybe due to incomplete diagnostic information in the database. In the SIH/SUS data, age is the most important predictor of the risk of dying. However, despite the limited quality of diagnostic information in SIH/SUS, the use of CCI combined with age for adjustment of the risk of dying is recommended in measures using this database. INTRODUÇÃO A análise comparativa de indicadores de resultado dos cuidados de saúde constitui importante instrumento para o monitoramento do desempenho dos prestadores de serviços, sobretudo daqueles que prestam cuidado hospitalar. O resultado do cuidado é conseqüência do somatório das características dos pacientes, da adequação do tratamento e de efeitos aleatórios. Variações no cuidado hospitalar explicam- se primeiramente por diferenças no perfil de pacientes atendidos, na comparação de indicadores de resultados, nos custos ou no consumo de recursos entre prestadores de serviços e requerem a caracterização e mensuração do perfil de casos atendidos (case mix) e da gravidade destes.1,7-9 Desta forma, no uso de medidas de desempenho é imprescindível a adoção de estratégias específicas de ajuste do risco, a fim de controlar variáveis (características do paciente) que, independentemente da qualidade do cuidado prestado, afetam o resultado.22 O conceito de risco é multidimensional, incluindo diversos atributos do paciente: idade, sexo, instabilidade clínica, diagnóstico principal, extensão e gravidade das comorbidades, estado funcional do paciente, funcionamento psicológico, cognitivo e psicossocial, comportamentos e atributos culturais, étnicos e socioeconômicos, situação de saúde e qualidade de vida, atitudes e preferências do paciente.9 Grandes bancos de dados administrativos vêm sendo cada vez mais empregados na avaliação do desempenho dos serviços de saúde. Esses bancos possuem vantagens e desvantagens,15,23 sendo a reduzida disponibilidade de dados clínicos dos pacientes uma das importantes desvantagens, na medida em que restringe o número de variáveis de risco a serem computadas para o ajuste de medidas de desempenho. Embora, atualmente, poucos discordem da necessidade de ajustar os indicadores de resultado por diferenças quanto ao perfil de gravidade dos casos, todas as estratégias de ajuste desenvolvidas até o presente momento apresentam problemas de validade.10-13,20 A intensidade (número e gravidade) das doenças coexistentes constitui importante preditor de complicações e de resultados desfavoráveis. Os métodos de ajuste de risco que se baseiam na presença de comorbidade podem ser aplicados quando se dispõe apenas de dados de bases administrativos, pois, ape- sar de não conterem outras informações clínicas, sem- pre fornecem informação diagnóstica. Contudo, sua utilidade depende da completitude e precisão dessas informações. O índice de comorbidade de Charlson (ICC)2 é uma classificação de gravidade que pode ser aplicada em dados de bases administrativos. Esse método emprega condições clínicas selecionadas, registradas como di- agnóstico secundário – comorbidades – no cálculo do risco de morrer. O índice calcula a carga de morbidade do paciente, independentemente do diagnóstico principal. Considerações sobre a validade desse método estão presentes em vários artigos.3-6,17,18,19 No que diz respeito ao Brasil, o uso de medidas de risco para o ajuste de indicadores de resultado dos cuidados de saúde é pouco freqüente, sendo também
  • 3. 187187187187187Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. Tabela 1 - Índice de Comorbidade de Charlson (ICC) – ponderação de condições clínicas presentes entre os diagnósticos secundários. Peso Condição clínica CID-9* 1 Infarto do miocárdio 410, 411 Insuficiência cardíaca congestiva 398, 402, 428 Doença vascular periférica 440-447 Demência 290, 291, 294 Doença cerebrovascular 430-433, 435 Doença pulmonar crônica 491-493 Doença tecido conjuntivo 710, 714, 725 Úlcera 531-534 Doença crônica do fígado ou cirrose 571, 573 2 Hemiplegia 342, 434, 436, 437 Doença renal severa ou moderada 403, 404, 580-586 Diabetes 250 Tumor 140-195 Leucemia 204-208 Linfoma 200, 202, 203 3 Doença do fígado severa ou moderada 070, 570, 572 6 Tumor maligno, metástase 196-199 *Tradução das condições clínicas propostas por Charlson2 para a CID-9 realizada por D’Hoore et al4 Exemplo: Um paciente tendo como diagnósticos secundários de doença pulmonar crônica (1) e linfoma (2) tem pontuação total de 3; se este paciente tem 70 anos de idade (pontuação=3), o ICC final equivaleria a 5.u recente o emprego de base de dados administrativos para avaliar a qualidade dos serviços de saúde. O presente artigo avalia o emprego dos dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) no ajuste de risco das taxas de mortalidade hospitalar e a utilidade do ICC para o ajuste de risco de indicadores de desempenho. MÉTODOS O universo de estudo correspondeu às hospita- lizações financiadas pelo SUS no Município do Rio de Janeiro ocorridas entre dezembro de 1994 e dezembro de 1996. Utilizou-se a base de dados do SIH/SUS, mais especificamente o arquivo “Movimento Mensal das Autorizações de Internação Hospitalar”, que contém a variável diagnóstico secundário. O SIH/SUS permi- te apenas o registro de um único diagnóstico secun- dário cujo registro não é obrigatório para o reembolso dos hospitais, finalidade principal desse sistema de informação. Foram consideradas somente as internações de pacientes agudos – os registros classificados como Autorização de Internação Hospitalar (AIH) de tipo um ou principal nas especialidades de cirurgia, clínica médica, obstetrícia e pediatria. Internações de pacientes menores de 19 anos foram excluídas da análise. As seguintes variáveis foram selecionadas: ano e mês de apresentação, especialidade médica, Cadastro Geral Contribuinte do hospital, número e tipo da AIH, código de endereçamento postal (e) da moradia do paciente, sexo, procedimento solicitado e realizado, caráter da internação, dias de uso da unidade de terapia intensiva (UTI) total e no mês da internação e valor pago, valor total pago pela internação, diagnósticos principal e secundário, cobrança ou tipo de saída, na- tureza jurídica do hospital, idade do paciente, dias de permanência e número do prontuário. Foram selecionadas 40.299 internações, correspon- dentes às internações com diagnóstico principal de pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, doen- ça isquêmica do coração e doença cerebrovascular. Os critérios de seleção foram a alta freqüência e a ocor- rência de óbito. A medida de gravidade testada foi o ICC.2 Charlson et al2 definiram 17 condições clínicas (comorbidades) que fazem parte do ICC (Tabela 1). O peso de cada condição clínica foi calculado com base no risco relativo de morrer e posteriormente listado com os seguintes valores: 0, 1, 2, 3 e 6. Esse índice foi concebido empiricamente com base numa coorte de 604 pacientes de um hospital de Nova Iorque (EUA) e também pode ser calculado combinando-se a idade e a comorbidade em um único índice. Nesse caso, o risco de morrer relacionado à idade do paciente é incorporado da seguinte forma: à pontuação descrita na Tabela 1 para as comorbidades, agrega-se uma ponderação específica correspondente à idade, que atribui um peso para cada período de 10 anos de vida a partir dos 50 anos. Por exemplo, a um paciente com 70 anos é atribuído peso 3 no ICC, independentemente da classificação que lhe seria atribuída caso apresentasse uma ou mais comorbidades dentre as listadas na Tabela 1. Em geral, a utilização do ICC considera as comorbidades existentes em internações anteriores, pois foi originalmente construído para estudos longitudinais de doenças crônicas.2,3 Entretanto, existem estudos que utilizaram com sucesso esse índice na análise de uma única hospitalização.4-6,18,19
  • 4. 188188188188188 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. Charlson et al2,3 não identificam os códigos especí- ficos da Internacional Classification of Diseases (ICD) para os diagnósticos selecionados como comorbida- des no ICC. Alguns autores6,18,19 classificaram esses diagnósticos em códigos da ICD – 9th edition – Clinical Modifications (ICD-9-CM), usada nos EUA. Roma- no15,16 sublinhou que as traduções de diferentes auto- res para os códigos da ICD-9-CM variam. O presente artigo, entretanto, não se propõe a discutir as discre- pâncias entre diferentes traduções para os códigos de doença. Desta forma, a versão empregada aqui foi aquela realizada por D’Hoore et al,4 que se aplica à tradução para o português – Classificação Internacio- nal de Doenças, nona revisão (CID-9) – adotada no Brasil no período estudado (Tabela 1). Utilizou-se a regressão logística para avaliar o impacto do ICC na estimativa da chance de morrer no hospital. O ajuste do modelo de previsão de óbito foi julgado com base no percentual de melhoria do modelo com relação à deviance inicial (razão de verossimilhança), nas esta- tísticas C e Sommer’s D e na sensibilidade do modelo. Testou-se o impacto da introdução da idade (modelo 2), do ICC simples (modelo 3) e do ICC combinado à idade (modelo 4) no ajuste do modelo inicial compos- to pelas variáveis sexo e diagnóstico principal, variá- veis-controle. Do modelo 4, que testa o impacto do ICC combinado no ajuste, foi retirada a variável idade, por já estar esta incorporada ao índice. A variável diagnóstico principal foi tratada com uma variável dummy com 17 categorias discriminadas na Tabela 5, cuja categoria de referência foi Doença Cardíaca Hipertensiva (CID-402), por apresentar essa doença/síndrome a menor letalidade. A variável sexo tomou o sexo masculino como categoria de referência. A variável idade foi tratada como dummy, com as seguintes categorias: menor de 50 anos; 50-59 anos; 60-69 anos; 70-79 anos; 80-89 anos; e 90-99 anos, sendo a categoria de referência a faixa de menores de 50 anos. O ICC foi trabalhado como variável dummy, com pontuação igual a zero como categoria de referência. Em função da distribuição de freqüência, as categorias do ICC foram reagrupadas. RESULTADOS A taxa de mortalidade hospitalar nos casos estudados foi de 19% (n=40.299), sendo 16,3% para doença isquêmicadocoração,14,0%parainsuficiênciacardíaca congestiva,21,1%paradoençacerebrovasculare14,4% para pneumonia. Cerca de 52% das internações ocorreram em homens, variando entre 32,1% e 69,9%, segundo o diagnóstico. Metade dos óbitos (50,5%) ocorreram entre os homens. Entretanto, a taxa de mortalidade variou entre as mulheres (19,7%) e os homens (18,4%). A idade média foi de 60,7 anos, com a população idosa correspondendo a 54,5% das internações. As admissões eletivas corresponderam a 12,9% dos casos.Ospacientespermaneceramemmédia11,59dias no hospital e 10,4% dos casos utilizaram UTI. Procedimentoscirúrgicosforamrealizadosem2,5%dos casos.Foramtransferidos3,5%docasose77,4%tiveram alta. Entre os casos que resultaram em óbito (19,0%), 6,0% foram submetidos a necrópsia e 3,6% ocorreram nas primeiras 48 horas após a admissão. O valor médio de reembolso foi de R$ 368,00 por internação. Essas internações ocorreram preponderantemente em hospitais não universitários, públicos e privados. Nas 40.299 internações selecionadas, observou-se que somente 18,6% dos casos tiveram diagnóstico secundário registrado, sendo que entre os casos de óbito esse percentual correspondeu a 23,1%. O ICC foi igual ou superior a um em apenas 5,7 % dos casos. Quando se aplicou o ICC combinado à Tabela 2 - Distribuição de freqüência e percentual de óbitos pelo Índice de Comorbidade de Charlson (ICC). Rio de Janeiro, Brasil, 1994-1996. ICC simples (pontuação)* N. Total % Total N. óbitos % Mortes 0 38.018 94,3 7.118 18,7 1 948 2,4 170 17,9 >1 1.333 3,3 363 27,2 Total 40.299 100 7.651 19,0 ICC combinado com idade (pontuação)** N. Total % Total N. óbitos % Mortes 0 9.351 23,2 1.182 12,6 1 7.425 18,4 1.090 14,7 2 9.805 24,3 1.821 18,6 3 8.110 20,1 1.808 22,3 4 4.318 10,7 1.298 30,1 >4 1.290 3,2 452 35,0 Total 40.299 100 7.651 19,0 Nota: *Qui-quadrado 61,32, grau de liberdade =2, p<,00000 **Qui-quadrado 953,49, grau de liberdade =5, p<,00000
  • 5. 189189189189189Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. Tabela 3 - Distribuição de freqüência das condições clínicas do Índice de Comorbidade de Charlson (ICC) presentes nos casos estudados. Condição clínica do ICC N (% dos casos com ICC>0) Diabetes 858 (37,62%) Insuficiência cardíaca congestiva 410 (17,97%) Doença vascular periférica 195 (8,55%) Doença renal severa ou moderada 179 (7,85%) Hemiplegia 167 (7,32%) Doença pulmonar crônica 134 (5,87%) Tumor 118 (5,17%) Doença crônica do fígado e cirrose 88 (3,86%) Infarto do miocárdio 61 (2,67%) Subtotal 2.210 (96,89%) Outras categorias 71 (3,11%) Total casos ICC>0 2.281 (100,00%) idade, o percentual de casos com pontuação diferente de zero aumentou substancialmente, observando-se 76,8% dos casos nessa pontuação (Tabela 2). As taxas de mortalidade apresentam uma evolução ascendente, tanto com relação à faixa etária como com relação ao ICC combinado à idade. Entretanto, esse padrão não foi observado nas taxas de mortalidade re- ferentes ao ICC simples (Tabela 2). Esse resultado indi- ca ausência de associação do ICC simples com a idade. Dentre as condições clínicas incluídas no ICC, ob- servou-se que 55% das comorbidades registradas eram referentes a duas comorbidades: diabetes e in- suficiência cardíaca congestiva (Tabela 3). As doen- ças crônicas do fígado, rins e pulmão foram relata- das como comorbidades em cerca de 17% das inter- nações. Entre as 40.299 internações, somente sete tinham registrados diagnósticos secundários cuja pontuação atribuída pelo ICC equivale a 3 ou 6; por- tanto, trata-se de casos mais graves ou com maior risco de evoluir para o óbito. variáveis-controle (modelo 1) melhora o ajuste em 33,4% e a incorporação do ICC (modelo 3) no mode- lo 2 melhora o ajuste em apenas 2,4%. Assim, a subs- tituição da idade e do ICC no modelo 4 pelo ICC combinado à idade teve pouco impacto no ajuste obtido no modelo 3 (Tabela 4). As estatísticas C e Sommers’ D, usadas para avaliar o poder de predição dos modelos, foram baixas. A sensibilidade máxima obtida foi de 6,7% (modelo 4). Por outro lado, o exame dos odds ratio evidencia a existência de um risco diferenciado e crescente, diretamente proporcional a uma maior idade e ao aumento do ICC (Tabela 5). DISCUSSÃO Apesar de a presença de comorbidade ser impor- tante na predição do risco de morrer,9 seguindo a metodologia proposta por Charlson et al2 observou- se que essa variável discrimina pouco a gravidade dos casos na base de dados do SIH/SUS. Esse re- sultado explica-se, primeiramente, pelo limitado es- paço para informação diagnóstica – apenas um di- agnóstico principal e um único campo para anota- ção de diagnóstico secundário – na base de dados do Ministério da Saúde. Também, o sub-registro tem influência na capaci- dade de discriminação do ICC nessa base de dados. Em somente 18,6 % das internações (n=40.299) havia anotação de diagnóstico secundário, enquanto es- tudo anterior mostrou que em 42% das internações havia ao menos um diagnóstico secundário registra- do no prontuário do paciente.21 Iezonni et al13 cons- tataram que 60,5% das internações de pacientes sub- metidos a cirurgia coronariana tinham cinco ou mais diagnósticos secundários registrados na base de da- dos, 14,4% apresentavam 10 ou mais diagnósticos secundários e somente 3,5% das internações apre- sentavam um único diagnóstico secundário. As taxas de mortalidade mostraram-se associadas positivamente à idade e ao ICC combinado, mas não Dos modelos testados para a predição do óbito hospitalar, utilizando-se como variáveis-controle sexo e diagnóstico principal, o melhor ajuste obtido em comparação à deviance inicial foi de 7,1% no modelo 3, que incorpora de forma independente as variáveis idade e ICC. O efeito da incorporação da idade (modelo 2) no modelo contendo apenas as Tabela 4 - Medidas de ajuste dos modelos testados para predizer óbito utilizando o Índice de Comorbidade de Charlson (ICC).* Modelo Inicial – Ajuste Modelo 2 – Ajuste Modelo 3 – Ajuste Modelo 4 – Ajuste Teste da razão de Teste da razão de Teste da razão de Teste da razão de verossimilhança: verossimilhança: verossimilhança: verossimilhança: 1.824,38 2.737,89 2.800,73 2.786,47 gl=18** gl=23** gl=25** gl=23** (p=0,0001) (p=0,0001) (p=0,0001) (p=0,0001) % Melhoria: 4,7% % Melhoria: 7,0% % Melhoria: 7,1% % Melhoria: 7,1% Sommers’D=0,283 Sommers’D=0,362 Sommers’D=0,365 Sommers’D=0,365 C=0,641 C=0,681 C=0,683 C=0,683 Sensibilidade =2,8 Sensibilidade =5,9 Sensibilidade =6,4 Sensibilidade =6,7 *Utiliza somente a informação sobre diagnóstico secundário disponível no SIH/SUS **graus de liberdade (gl) Nota: Verossimilhança somente para o intercepto =39.171,744
  • 6. 190190190190190 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. Tabela 5 - Modelos de regressão logística para predizer morte ajustada pelo Índice de Comorbidade de Charlson (ICC). *CID-9, Quando todas as 17 variáveis dummy são 0, o diagnóstico principal é CID-9: 402 **Graus de liberdade (gl) Modelo 3 Coeficiente (β) Erro-padrão (β) Odds ratio Verossimilhança χ2 Idade 50-59 (1) 0,1508 0,0461 (1) 1,163 2.800,73 60-69 (2) 0,4479 0,0418 (2) 1,565 (gl=25) 70-79 (3) 0,7490 0,0425 (3) 2,115 (p=0,0001) 80-89 (4) 1,1935 0,0483 (4) 3,298 90-99 (5) 1,4121 0,0891 (5) 4,105 Sexo feminino -0,00681 0,0270 0,993 Diagnóstico principal* 410 (1) 1,1186 0,2568 (1) 3,061 411 (2) 0,1216 0,2972 (2) 1,129 414 (3) 0,2852 0,3776 (3) 1,330 428 (4) 0,6993 0,2537 (4) 2,012 430 (5) 1,4235 0,2806 (5) 4,152 431 (6) 2,8490 0,2723 (6) 17,270 432 (7) 2,2421 0,2653 (7) 9,413 433 (8) 0,7539 0,4450 (8) 2,125 434 (9) 1,9915 0,2545 (9) 7,327 435 (10) 1,3844 0,2822 (10) 3,992 436 (11) 1,2593 0,2552 (11) 3,523 481 (12) 0,5141 0,5075 (12) 1,672 482 (13) 0,9346 0,2573 (13) 2,546 483 (14) 2,0784 0,4796 (14) 7,991 484 (15) 1,0144 0,6692 (15) 2,758 485 (16) 1,7958 0,2820 (16) 6,024 486 (17) 0,6197 0,2575 (17) 1,858 ICC simples ICC=1 ICC>1 (1) 0,0283 0,0885 (1) 1,029 (2) 0,5404 0,0658 (2) 1,717 Modelo 4 Coeficiente, (β) Erro-padrão (β) Odds ratio Verossimilhança χ2 Sexo feminino -0,0139 0,0269 0,986 2.786,47 (gl=23)** (p=0,0001) Diagnóstico principal* 410 (1) 1,1170 0,2569 (1) 3,056 411 (2) 0,1181 0,2973 (2) 1,125 414 (3) 0,2912 0,3777 (3) 1,338 428 (4) 0,7126 0,2538 (4) 2,039 430 (5) 1,4349 0,2807 (5) 4,199 431 (6) 2,8649 0,2724 (6) 17,548 432 (7) 2,2585 0,2653 (7) 9,569 433 (8) 0,7744 0,4447 (8) 2,169 434 (9) 2,0091 0,2545 (9) 7,456 435 (10) 1,3998 0,2823 (10) 4,054 436 (11) 1,2710 0,2553 (11) 3,564 481 (12) 0,5226 0,5070 (12) 1,686 482 (13) 0,9447 0,2574 (13) 2,572 483 (14) 2,0873 0,4797 (14) 8,063 484 (15) 1,0327 0,6691 (15) 2,809 485 (16) 1,8073 0,2821 (16) 6,094 486 (17) 0,6328 0,2576 (17) 1,883 ICC combinado com Idade (5 dummy): 1 (1) 0,1583 0,0471 (1) 1,172 2 (2) 0,4578 0,0427 (2) 1,581 3 (3) 0,7282 0,0433 (3) 2,071 4 (4) 1,1619 0,479 (4) 3,196 >4 (5) 1,4236 0,0689 (5) 4,152 ao ICC simples. Isto é, a capacidade preditiva do ICC melhorou de forma significativa quando associada à variável idade (ICC combinado). D’Hoore et al,4 empregando uma base de dados que permite o registro de até 15 diagnósticos para testar o efeito do ICC, utilizaram modelo semelhan- te ao modelo 3 (idade, sexo, diagnóstico principal e ICC) e obtiveram melhor ajuste (cerca de três vezes superior) do que o obtido no presente estudo. Em estudo anterior,14 observou-se que a incorporação de informação diagnóstica complementar melhora a capacidade preditiva do ICC na base de dados do SIH/SUS. Esses citados estudos4, 14 confirmam que a baixa capacidade do ICC de discriminar o risco de morrer, observada na presente pesquisa, deve ser atribuída à baixa qualidade da informação diagnós- tica no SIH/SUS. Conclui-se que, nos dados atualmente disponí- veis no SIH/SUS, a idade é o mais importante predi- tor do risco de morrer, com exceção do diagnóstico
  • 7. 191191191191191Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. principal. O efeito da variável idade ganhou maior peso em função da distribuição etária da população em estudo, na qual 75,9% de pacientes tinham mais de 50 anos de idade. Por outro lado, os modelos com idade e ICC inde- pendentes (modelo 3) e com ICC combinado à idade (modelo 4) pouco variaram. Porém, considera-se como o melhor modelo aquele que incorpora o ICC combi- nado (modelo 4), pois este reduz o número de co-vari- áveis no modelo. Assim, apesar das limitações ainda existentes na qualidade da informação diagnóstica disponível no SIH/SUS, sugere-se o uso do ICC com- binado como medida para ajuste do risco de morrer nas taxas calculadas a partir desses dados. O debate em torno da adequação dos bancos de da- dos administrativos para analisar o uso e os resultados do cuidado hospitalar tem produzido recomendações de ampliação da informação sobre as características da do- ença do paciente e dos procedimentos médicos. Essas recomendações enfatizam a necessidade de aumento do número de campos para o registro de diagnósticos e procedimentosmédicos.Atualmente,nosEUA,osresu- mosdealtapossibilitamoregistrodeumnúmerobastan- te superior aos cinco diagnósticos e três procedimentos cirúrgicos adotados no início da década de 80.9 Melhorias na qualidade da informação diagnósti- ca são relevantes e desejáveis para melhor controle da gravidade dos casos a partir da informação so- bre comorbidades. Como estratégias para melhorar a qualidade da informação diagnóstica no SIH/SUS sugere-se: (i) a ampliação do número de campos disponíveis para o seu registro; (ii) a adoção e a padronização de definições precisas para diagnós- tico principal e secundário; (iii) o treinamento de codificadores; e (iv) a implementação de atividades que venham a estimular o registro dessas informa- ções no prontuário do paciente e nos resumos de alta. Dada a importância das comorbidades na ava- liação do desempenho dos indicadores, recomen- da-se também a inclusão da variável diagnóstico secundário no banco de dados resumido, colocado à disposição pelo Ministério da Saúde em CD-ROM. Essas mudanças podem melhorar a validade das me- didas de desempenho e a eficiência na produção desses indicadores. REFERÊNCIAS 1. Aronow DB. Severity-of-ilness measurement: applications in quality assurance and utilization review. Med Care Rev 1988;45:339-66. 2. Charlson ME, Pompei P, Ales KL, MacKenzie CR. A new method of classifying prognostic comorbidity in longitudinal studies: development and validation. J Chron Dis 1987;40:373-83. 3. Charlson ME, Szatrowski TP, Peterson J, Gold J. Validation of a combined comorbidity index. J Clin Epidemiol 1994;47:1245-51. 4. D’Hoore W, Sicotte C, Tilquim C. Risk adjustment in outcome assessment: the Charlson Comorbidity index. Meth Inform Med 1993;32:382-7. 5. D’Hoore W, Bouckaert A, Tilquin C. Practical considerations on the use of the Charlson Comorbidity Index with administrative data bases. J Clin Epidemiol 1996;42:1429-33. 6. Deyo RA, Cherkin DC, Ciol MA. Adapting a clinical comorbidity index for use with ICD-9-CM admistrative databases. J Clin Epidemiol 1992;45:613-9. 7. Green J, Wintfeld N, Sharkey P, Passman LD. The importance of severity of ilness in assessing hospital mortality. JAMA 1990;263:241-6. 8. Hornbrook M, Monheit AC. The contribution of case- mix severity to the hospital cost-output relation. Inquiry 1985;22:259-71. 9. Iezzoni L. Risk adjustment for measuring health care outcomes. Ann Arbor, MI: Health Administration Press; 1994. 10. Iezzoni LI, Ash AS, Shwartz M, Daley J, Hughes JS, Mackiernan YD. Judging hospitals by severity- adjusted mortality rates: the influence of the severity- adjustment method. Am J Public Health 1996;86:1379-87. 11. Iezzoni LI, Ash AS, Shwartz M, Mackiernan YD. Differences in procedure use, in-hospital mortality, and illness severity by gender for acute myocardial infarction patients: are answers affected by data source and severity measure? Med Care 1997;35:158-71. 12. Iezzoni LI. The risks of risk adjustment. JAMA 1997;278:1600-7. 13. Iezzoni LI, Ash AS, Shwartz M, Landon BE, Mackierman BA. Predicting in-hospital deaths from coronary artery bypass graft surgery, do different severity measures give different predictions? Med Care 1998;36:28-39.
  • 8. 192192192192192 Rev Saúde Pública 2001;35(2):185-192 www.fsp.usp.br/rsp Ajuste de risco para índices de desempenho Martins M et al. 14. Martins MS, Travassos Veras CM. Assessing the availability of casemix information in hospital database systems in Rio de Janeiro, Brazil. Int J Quality Health Care 1998;10:125-33. 15. Romano PS. Can administrative data be used to compare the quality of health care? Med Care Rev 1993;50:451-77. 16. Romano PS, Roos LL, Jollis JG. Adapting a clinical comorbidity index for use with ICD-9-CM administrative data: differing perspectives. J Clin Epidemiol 1993;46:1075-9. 17. Romano PS, Roos LL, Jollis JG. Further evidence concerning the use of a clinical comorbidity index with ICD-9-CM administrative data. J Clin Epidemiol 1993;46:1085-90. 18. Roos LL, Sharp SM, Cohen MM. Comparing clinical information with claims data: some similarities and differences. J Clin Epidemiol 1991;44:881-8. 19. Roos LL, Sharp SM, Cohen MM, Wadja A. Risk adjustment in claims-based research: the search for efficient approaches. J Clin Epidemiol 1989;42:1193- 206. 20. Shapiro MF, Park RE, Keesey J, Brook R. The effect of alternative case mix adjustemenst on mortality differences between municipal and voluntary hospital in New York City. Health Serv Res 1994;29:95-112. 21. Travassos Veras CM, Martins MS. Confiabilidade dos dados nos formulários de internação hospitalar (AIH), Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública 1994;10:339-55. 22. Wray NP, Ashton CM, Kuikenadall DH, Hollingsworth JC. Using administrative databases to evaluate the quality of medical care: a conceptual framework. Soc Sci Med 1995;40:1707-15. 23. Wray NP, Hollingsworth JC, Peterson NJ, Ashton CM. Case-mix adjustment using administrative databases: a paradigm to guide future research. Med Care Res Rev 1997;54:326-56.