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Atividade I
Texto 1




                                  Acidente de trabalho, tela de Eugênio Proença Sigaud




Texto 2

Construção (Chico Buarque de Holanda)

Amou daquela vez como se fosse a última                         Subiu a construção como se fosse sólido
Beijou sua mulher como se fosse a última                        Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
E cada filho seu como se fosse o único                          Tijolo com tijolo num desenho lógico
E atravessou a rua com seu passo tímido                         Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Subiu a construção como se fosse máquina                        Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas                        Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Tijolo com tijolo num desenho mágico                            Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Seus olhos embotados de cimento e lágrima                       Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
Sentou pra descansar como se fosse sábado                       E tropeçou no céu como se ouvisse música
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe                E flutuou no ar como se fosse sábado
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago                       E se acabou no chão feito um pacote tímido
Dançou e gargalhou como se ouvisse música                       Agonizou no meio do passeio náufrago
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado                       Morreu na contramão atrapalhando o público
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido                      Amou daquela vez como se fosse máquina
Agonizou no meio do passeio público                             Beijou sua mulher como se fosse lógico
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego                      Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
                                                                Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
Amou daquela vez como se fosse o último                         E flutuou no ar como se fosse um príncipe
Beijou sua mulher como se fosse a única                         E se acabou no chão feito um pacote bêbado
                                                                Morreu na contramão atrapalhando o sábado
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Questões
1. A tela retrata uma cena urbana ou rural? Justifique.
2. É sempre interessante perceber o ângulo pelo qual o artista retrata uma cena (na pintura e na fotografia,
por exemplo) ou posiciona o narrador num texto literário (primeira ou terceira pessoa), pois esse será,
também, o nosso ângulo. No caso da tela de Sigaud, onde o artista nos posiciona, isto é, sob qual ângulo
enxergamos a cena?
3. E no texto de Chico Buarque, como é posicionado o narrador? Justifique.
4. Observe bem o trabalho de luz e sombra realizado pelo pintor e comente a localização do corpo estendido
no chão.
5. No canto superior esquerdo da tela percebemos alguns pássaros voando. Com qual verso do texto
quot;Construçãoquot; você relacionaria essa imagem? Explique.
6. Observe que os corpos dos trabalhadores (canto superior direito da tela) são desproporcionais, se
compararmos os membros às cabeças. Como você interpreta essa desproporcionalidade?
7. Pense na estrutura das doze estrofes que formam o poema, nas palavras proparoxítonas que encerram os
versos e responda: poderíamos dizer que Chico Buarque quot;construiuquot; seu texto quot;tijolo com tijolo num desenho
mágico, lógicoquot;? Por quê?
8. Poderíamos, ainda, afirmar que o texto de Chico Buarque apresenta um refrão. Qual é ele?
9. Como você percebeu, os dois artistas - Sigaud e Chico Buarque - retratam realidades semelhantes. No
entanto, cada um se expressou de uma forma, utilizou uma linguagem distinta. Comente a maneira pela qual
cada artista se expressou.
10. Se esse trabalhador do texto tivesse morrido numa segunda-feira e quot;na mãoquot;, as pessoas o notariam?
Justifique.

Atividade II
Texto
A arte de escrever

     Há, portanto, como já foi salientado, uma arte de escrever - que é a redação. Não é uma prerrogativa
dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma
preparação preliminar.
     A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da
fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
      O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa
composição; isto é,uma distribuição metódica e compreensível de idéias.
     Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não
sabe bem o que vai escrever.
      Justamente por causa disto, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no
intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que
vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à
redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola.
     Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um
jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação
inicial, que o esforço e a prática vencem.
     Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consusbstancia a nossa capacidade de expressão
do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de
um trabalho nosso
para desenvolver a personalidade por este ângulo.(...)
     A arte de escrever precisa assentar, analogamente, numa atividade preliminar já radicada, que parte do
ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós
mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros
com bom resultado escreveram.

1. Explique com suas próprias palavras a seguinte afirmação: quot;[A redação] Não é uma prerrogativa dos
literatos, senão uma atividade social indispensável...quot;.
2. Qual é o principal ponto em comum entre a produção de um texto oral e de um texto escrito?
3. Explique o que o autor quis dizer com: quot;Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definidoquot;.
4. Quais são as diferenças entre a produção de um texto no exercício da vida profissional ou social e a
produção de um texto para as aulas de redação?
5. Embora seja um mero exercício formal, a prática de produção de textos na escola é útil e aparece
justificada em algumas passagens do texto de Mattoso Camara. Aponte uma dessas passagens.
Atividade III
Proposta de redação
A partir das sugestões dos textos abaixo, escreva uma crônica sobre a relação que se estabelece entre o
leitor e suas leituras, como elas interferem em seu cotidiano, como interferem no seu modo de olhar o
mundo. Lembre-se de que o termo leitura não precisa ser empregado apenas em seu sentido mais comum de
quot;ler livrosquot;. Imagine que sua crônica será publicada no jornal da escola. Portanto, seu público-alvo são jovens
que cursam o ensino médio.

Texto 1
Aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós próprios.
(Maria Helena Martins)

Texto 2
INICIAÇÃO LITERÁRIA (Carlos Drummond de Andrade)
Leituras! Leituras!
Como quem diz: Navios... Sair pelo mundo
voando na capa vermelha de Júlio Verne.
Mas por que me deram para livro escolar
a Cultura dos Campos de Assis Brasil?
O mundo é só fosfatos – lotes de 25 hectares
– soja – fumo – alfafa – batata-doce – mandioca –
pastos de cria – pastos de engorda.
Se algum dia eu for rei, baixarei um decreto
condenando este Assis a ler a sua obra.

Atividade IV
Terminar exercícios começados em aula e não finalizados. Estes não serão entregues junto com as tarefas
anteriores, ficarão no caderno.

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  • 1. Atividade I Texto 1 Acidente de trabalho, tela de Eugênio Proença Sigaud Texto 2 Construção (Chico Buarque de Holanda) Amou daquela vez como se fosse a última Subiu a construção como se fosse sólido Beijou sua mulher como se fosse a última Ergueu no patamar quatro paredes mágicas E cada filho seu como se fosse o único Tijolo com tijolo num desenho lógico E atravessou a rua com seu passo tímido Seus olhos embotados de cimento e tráfego Subiu a construção como se fosse máquina Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Tijolo com tijolo num desenho mágico Bebeu e soluçou como se fosse máquina Seus olhos embotados de cimento e lágrima Dançou e gargalhou como se fosse o próximo Sentou pra descansar como se fosse sábado E tropeçou no céu como se ouvisse música Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe E flutuou no ar como se fosse sábado Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago E se acabou no chão feito um pacote tímido Dançou e gargalhou como se ouvisse música Agonizou no meio do passeio náufrago E tropeçou no céu como se fosse um bêbado Morreu na contramão atrapalhando o público E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acbou no chão feito um pacote flácido Amou daquela vez como se fosse máquina Agonizou no meio do passeio público Beijou sua mulher como se fosse lógico Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro Amou daquela vez como se fosse o último E flutuou no ar como se fosse um príncipe Beijou sua mulher como se fosse a única E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contramão atrapalhando o sábado E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado
  • 2. Questões 1. A tela retrata uma cena urbana ou rural? Justifique. 2. É sempre interessante perceber o ângulo pelo qual o artista retrata uma cena (na pintura e na fotografia, por exemplo) ou posiciona o narrador num texto literário (primeira ou terceira pessoa), pois esse será, também, o nosso ângulo. No caso da tela de Sigaud, onde o artista nos posiciona, isto é, sob qual ângulo enxergamos a cena? 3. E no texto de Chico Buarque, como é posicionado o narrador? Justifique. 4. Observe bem o trabalho de luz e sombra realizado pelo pintor e comente a localização do corpo estendido no chão. 5. No canto superior esquerdo da tela percebemos alguns pássaros voando. Com qual verso do texto quot;Construçãoquot; você relacionaria essa imagem? Explique. 6. Observe que os corpos dos trabalhadores (canto superior direito da tela) são desproporcionais, se compararmos os membros às cabeças. Como você interpreta essa desproporcionalidade? 7. Pense na estrutura das doze estrofes que formam o poema, nas palavras proparoxítonas que encerram os versos e responda: poderíamos dizer que Chico Buarque quot;construiuquot; seu texto quot;tijolo com tijolo num desenho mágico, lógicoquot;? Por quê? 8. Poderíamos, ainda, afirmar que o texto de Chico Buarque apresenta um refrão. Qual é ele? 9. Como você percebeu, os dois artistas - Sigaud e Chico Buarque - retratam realidades semelhantes. No entanto, cada um se expressou de uma forma, utilizou uma linguagem distinta. Comente a maneira pela qual cada artista se expressou. 10. Se esse trabalhador do texto tivesse morrido numa segunda-feira e quot;na mãoquot;, as pessoas o notariam? Justifique. Atividade II Texto A arte de escrever Há, portanto, como já foi salientado, uma arte de escrever - que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição; isto é,uma distribuição metódica e compreensível de idéias. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever. Justamente por causa disto, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola. Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consusbstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo.(...) A arte de escrever precisa assentar, analogamente, numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros com bom resultado escreveram. 1. Explique com suas próprias palavras a seguinte afirmação: quot;[A redação] Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável...quot;. 2. Qual é o principal ponto em comum entre a produção de um texto oral e de um texto escrito? 3. Explique o que o autor quis dizer com: quot;Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definidoquot;. 4. Quais são as diferenças entre a produção de um texto no exercício da vida profissional ou social e a produção de um texto para as aulas de redação? 5. Embora seja um mero exercício formal, a prática de produção de textos na escola é útil e aparece justificada em algumas passagens do texto de Mattoso Camara. Aponte uma dessas passagens.
  • 3. Atividade III Proposta de redação A partir das sugestões dos textos abaixo, escreva uma crônica sobre a relação que se estabelece entre o leitor e suas leituras, como elas interferem em seu cotidiano, como interferem no seu modo de olhar o mundo. Lembre-se de que o termo leitura não precisa ser empregado apenas em seu sentido mais comum de quot;ler livrosquot;. Imagine que sua crônica será publicada no jornal da escola. Portanto, seu público-alvo são jovens que cursam o ensino médio. Texto 1 Aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós próprios. (Maria Helena Martins) Texto 2 INICIAÇÃO LITERÁRIA (Carlos Drummond de Andrade) Leituras! Leituras! Como quem diz: Navios... Sair pelo mundo voando na capa vermelha de Júlio Verne. Mas por que me deram para livro escolar a Cultura dos Campos de Assis Brasil? O mundo é só fosfatos – lotes de 25 hectares – soja – fumo – alfafa – batata-doce – mandioca – pastos de cria – pastos de engorda. Se algum dia eu for rei, baixarei um decreto condenando este Assis a ler a sua obra. Atividade IV Terminar exercícios começados em aula e não finalizados. Estes não serão entregues junto com as tarefas anteriores, ficarão no caderno.