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Obstetrícia e Medicina
                          Baseada em Evidências
                          Maíra Libertad Soligo Takemoto, Enfermeira Obstétrica
                          ANOVA, UERJ, NUPAR da ReHuNa




Agenda
Definir Medicina Baseada em Evidências e discutir sua
importância

Discutir de que modo a MBE dialoga com a área de Obstetrícia

Rever evidências relacionadas ao cuidado ao parto

Debater sobre a relevância da MBE no cenário da Humanização
do Parto
Medicina Baseada em Evidências
 “Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências
 científicas correntemente disponíveis para tomar decisões
 relativas ao cuidado de pacientes individuais ”
               SACKETT DL, ROSENBERG WM, GRAY JA, HAYNES RB, RICHARDSON WS.
            Evidence-based medicine: what it is and what it isn't. Br Med J. 1996; 312:71-72.
                                                                                    Editorial




Integração de...

                                                  Características
                 Experiência
                                                  e expectativas
              clínica individual
                                                  dos pacientes


                                    Melhores
                                   evidências
                                     clínicas
                                   disponíveis
                                  obtidas em
                                    pesquisas
                                  sistemáticas
O que não é?
  MBE não é “receita de bolo”
    (as evidências precisam ser extrapoladas para as características únicas
    de cada indivíduo)

  MBE não tem por finalidade o corte de gastos
    (às vezes quando a eficácia é otimizada os custos se elevam, e não
    caem)

  MBE nem é fácil de seguir nem impossível de se praticar

  MBE não se restringe aos ensaios clínicos controlados e às
  metanálises
    (algumas questões da prática clínica requerem outros tipos de estudos)




Evidências
O que são?     Dados obtidos em pesquisas com seres humanos


Tipo de        Ensaios clínicos randomizados (padrão-ouro)
estudo?


Tempo?         Recentes – últimos 10 anos


Função?        Substituir tecnologias existentes por outras mais
               eficazes e/ou seguras
Alternativas à MBE
 Medicina Baseada em Eminência

 Medicina Baseada em Veemência

 Medicina Baseada em Eloquência

 Medicina Baseada na Previdência

 Medicina Baseada na Deficiência

 Medicina Baseada no Nervosismo

 Medicina Baseada na Onipotência
                              (Isaacs and Fitzgerald, BMJ, 1999;3189:1618)




Níveis de Evidência
            Ia Metanálises e ensaios clínicos randomizados


                   Ib Estudos clínicos randomizados


  IIa Ao menos um estudo clínico bem desenhado sem randomização


         IIb Ao menos um outro tipo de estudo bem desenhado


                 III Estudos descritivos bem desenhados


IV Relatos de comitês de experts e/ou experiência clínica de autoridades
Hierarquia da Evidência




Problema



                           Há uma falta de         Uma proporção dos
 Uma proporção dos          relação entre a         pacientes recebe
pacientes não recebe    evidência proveniente      práticas que não são
 as práticas provadas      da investigação        necessárias ou que são
    como efetivas.       científica e a prática      potencialmente
                                 clínica.               prejudiciais
Se a decisão não é
                                    tomada com base em
                                             evidências...
                                                                                        ... Então em que?




                                                     Terapia Trombolítica
                                                                                                              Recomendações/
       Cumulativa             0.5                               1.0                          2.0               Livros Textos
Ano        ECRs         Pts
                                                                                                                                                         Não mencionado




             1         23
                                                                                                                                          Experimental
                                                                                                                             Raro/Nunca




1960
                                                                                                                Específica
                                                                                                     Rotina




             2         65
1965         3        149
                                                                                                                                                         21

             4        316                                                                                                                                5
1970
             7      1793
                                                                                                                                              1          10
             10      2544                                                                                                                 1              2
             11      2651                                                  P<.01
             15      3311
             17      3929                                                                                                                 2              8
             22      5452                                                                                                                                7
             23      5767
1980                                                                                                                                                     8
                                                                                                                1
            27       6125                                                                                                                                12
                                                                             P<.001
             30      6346                                                                                       1                             8          4
1985
             33      6571
            43      21 059                                                                                      1                         7              3
            54      22 051                                                   P<.00001
            65      47 185                                                                            5         2                             2          1
            67      47 531
1990                                                                                                 15         8                                        1
            70      48 154
                                                                                                     6          1
                                                Odds Ratio (escala logarítmica)
                              Favorece a Terapia Trombolítica            Favorece Controle
Lidocaína Profilática em IAM
                                        Desfecho = Óbito por IAM

                           Favorece o tratamento                  Favorece o placebo

                                               Risco Relativo (IC 95%)
                                         0.5            1                1.5      2


                                                                                             Recomendações
       Cumulativo
Ano     no. ECR Sujeitos                                                               Sim    Não   Não mencionado


1970        2         304                                                               9      1         1

1974        9         1451                                                              8      0         2

1976       11         1686                                                              5      0         2


1978       12         1986                                                              8      0         3


1985       14         8412                                                              14     4         6

1988       15         8745                                                              4      2         1




Um profissional que não pratica MBE


      Devemos dar um
      beta-bloqueador                                                      Claro!
      para Dona Maria,                                                   Funciona!
        que infartou?
Um profissional que pratica MBE
  Devemos dar um
  beta-bloqueador             Estudos prospectivos sugerem que o
  para Dona Maria,             risco de óbito da Dona Maria no 1º
    que infartou?                  ano após IAM é de 8%. Uma
                              metánalise de ECRs avaliando beta-
                              bloqueadores após IAM sugere uma
                                     redução de risco de 25%.
                               Considerando-se o baixo custo e a
                                  toxicidade aceitável, um beta-
                                  bloqueador parece uma opção
                                            adequada.




Por que se preocupar com MBE?
 Sem MBE, nós estamos vulneráveis diante de:
   Especialistas equivocados ou desatualizados
   Especialistas muito entusiasmados com o novo
   Conflitos de interesse com fabricantes

 Sem MBE, nossa habilidade é limitada para:
   Rever nossas práticas
   Ajudar os pacientes diante de escolhas difíceis
Assistência ao parto
                                 baseada em
                                  evidências
                                                   Alguns exemplos




Não há evidências que justifiquem...
 Enemas de rotina                   Kristeller/pressão no fundo uterino

 Tricotomia de rotina               Condução do trabalho de parto com
                                    ocitocina de rotina
 Jejum de rotina
                                    Valsava/”força comprida”
 Episiotomia de rotina
                                    Clampeamento imediato do cordão
 Proibição de acompanhante/pessoa
 de suporte durante o parto         Aspiração de rotina dos recém-
                                    nascidos sadios
 Posições supinas (litotomia)
                                    Restrição à liberdade de escolha do
 Apenas médicos na assistência ao   local do parto
 parto
Quem presta assistência ao parto?
                             Médico
                              Médico
                              obstetra
                             Obstetra

               Parteira                           Médico
             tradicional                         de família




                     Obstetriz/           Enfermeira
                     Midwife               obstetra




Assistência por Midwives
Evidência nível A
 Hatem M, Sandall J, Devane D, Soltani H, Gates S. Midwife-led
 versus other models of care for childbearing Women. Cochrane
 Review, 2008.
                                                                     ↓ 10%
   11 ECR: 12.276 mulheres
   Menor risco de hospitalização pré-natal: 0,90 (0,81 – 0,99)     ↓ 19%
   Menor risco de analgesia regional: 0,81 (0,73 – 0,91)
   Menor risco de episiotomia: 0,82 (0,77 – 0,88)                ↓ 18%
   Menor risco de parto instrumental: 0,86 (0,78 – 0,96)
                                                                  ↓ 14%
   Maior chance de parto espontâneo: 1,04 (1,02 – 1,06)
   Maior sensação de controle: 1,74 (1,32 – 2,30)
                                                                 ↑ 4%

                                                ↑ 74%
Assistência por Midwives
Evidência nível A
 Hatem M, Sandall J, Devane D, Soltani H, Gates S. Midwife-led
 versus other models of care for childbearing Women. Cochrane
 Review, 2008.                                                                ↑ 784%
   Maior probabilidade de ser atendida pelo mesmo provedor no parto:
   7,84 (4,15 – 14,81)
                                                                      ↑ 35%
   Maior chance de iniciar aleitamento: 1,35 (1,03 – 1,76)
   Menor risco de perda fetal < 24 semanas: 0,79 (0,65 – 0,97)        ↓ 21%
   Menor hospitalização neonatal: - 2 dias (-2,15 – 1,85)
   Mortalidade perinatal inalterada: 0,83 (0,70 – 1,00)

                                                                 Similar!!!




Posições Maternas durante o TP
Evidência nível A
 Lawrence A, Lewis L, Hofmeyr GJ, Dowswell T, Styles C. Maternal
 positions and mobility during first stage labour (Cochrane Review,
 2009)
   21 ECR = 3706 mulheres
   TP mais curto em mulheres que adotaram posições verticalizadas/
   deambulação vs. decúbito (em torno de 1 hora): -99 min (-1,6 – -0,39)      ↓ 17%
   Menor necessidade de analgesia peridural: RR= 0,83 (0,72 – 0,96)
   Não houve diferença significativa nos outros desfechos maternos e
   perinatais
   Não houve efeitos negativos para o binômio mãebebê
   Mulheres devem ser encorajadas a escolher a posição em que se
   sentem mais confortáveis durante o TP
Imersão em água para alívio da dor
Evidência nível A
  Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and
  birth (Cochrane Review, 2011)
     12 ECR = 3243 mulheres
     Imersão em água durante o primeiro estágio do parto reduz
     efetivamente a dor e a necessidade de analgesia
     ↓ duração do 1o. estágio do parto (média de -32,4 minutos)
     Não há diferença em relação a cesariana, parto instrumental, uso de
     ocitocina, infecção materna, trauma perineal e resultados neonatais
     Aumento da satisfação com a experiência do nascimento




Imersão em água - Uso de analgesia
Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and birth (Cochrane
Review, 2011)
Imersão em água – Redução na duração do 1º
estágio
Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and birth (Cochrane
Review, 2011)




Puxos dirigidos
Evidência nível A
  Brancato et al. A meta-analysis of passive descent versus
  immediate pushing in nulliparous women with epidural analgesia
  in the second stage of labor. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs
  2008;37:4-12.
     7 ECR, 2827 mulheres
                                                                               ↑ 8%
     Descida passiva:
     ↑ chance de parto vaginal espontâneo: RR = 1,08 (1,01 – 1,15)
     ↓ duração dos puxos: -0,19h (-0,27 – -0,12)                            ↓ 23%
     ↓risco de parto instrumental: RR = 0,77 (0,77 – 0,85)
     Sem diferença na taxa de cesariana, episiotomia e lacerações
Puxos dirigidos – Duração dos puxos
BRANCATO et al. A meta-analysis of passive descent versus immediate pushing in
nulliparous women with epidural analgesia in the second stage of labor. J Obstet
Gynecol Neonatal Nurs 2008;37:4-12.




Puxos dirigidos – Parto Instrumental
BRANCATO et al. A meta-analysis of passive descent versus immediate pushing in
nulliparous women with epidural analgesia in the second stage of labor. J Obstet
Gynecol Neonatal Nurs 2008;37:4-12.
E a episiotomia?




Episiotomia seletiva vs. Rotineira
Evidência nível A
 Perda de sangue menor

 Menor quantidade de fios de sutura

 Episiotomia NÃO é mais fácil de reparar do que lacerações
 espontâneas

 Episiotomia JÁ é uma laceração de 2º Grau

 Episiotomia NÃO encurta o 2º estágio do parto

 Episiotomia NÃO melhora os escores de Apgar

 Dor local, edema e dispareunia mais frequentes
Episiotomia seletiva vs. Rotineira
Evidência nível A
 Carroli G, Mignini L. Episiotomy for vaginal birth (Cochrane
 Review, 2009)
   8 ECR, 5541 mulheres: episiotomia de rotina vs. restritiva
   Taxa de episiotomia: 75,2% vs. 28,4%
   Menor risco de trauma posterior – Maior risco de trauma anterior
   Menor necessidade de sutura perineal
   Menor risco de infecção, dor perineal e complicações da sutura
   Menor risco de trauma perineal grave
   Sem diferença na incidência de IUE e dor tardia




Episiotomia seletiva vs. Rotineira -
Qualquer trauma posterior
Episiotomia seletiva vs. Rotineira -
Trauma perineal severo




Episiotomia seletiva vs. Rotineira -
Necessidade de sutura
Quando a episiotomia é necessária?
  OMS indica taxas de no máximo 10% de episiotomias

  Marsden Wagner, 1999: MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA

  Não há evidências clínicas corroborando qualquer indicação de
  episiotomia: “ameaça de ruptura perineal grave”, distócia de
  ombros, sofrimento fetal, parto prematuro, parto pélvico




Causando dano
Quando não há evidência de benefícios E há evidência de prejuízo, se continuamos
realizando o procedimento, estamos causando DANO.
“Eu teria um parto domiciliar. Fiz massagem
                                              no períneo para evitar lacerações. Estava
                                              devidamente preparada. Mas como a
A voz das mulheres                            pequena resolveu nascer antes do tempo [...]
                                              tive que parir no hospital. A minha parteira
                                              esteve o tempo todo do meu lado, mas como
                                              estava dentro do hospital não tinha voz ativa.
                                              Plantonista “fez o parto”. Não chamei o
                                              obstetra que me acompanhava pois ele
   Experiência              Características   iria cortar também se fizesse o parto. Já tinha
      clínica               e expectativas    deixado isso bem claro para mim nas
    individual              dos pacientes     consultas. Mesmo gritando, urrando,
                                              berrando “não corta, não precisa, por favor,
                                              eu assumo, deixa rasgar”. Ela cortou. Disse
                   Melhores                   que “só sabia fazer cortando”. Eu chorei,
                  evidências                  minha parteira chorou. Perdi. Me sinto
                    clínicas                  mutilada, invadida. É como ser abusada. É a
                  disponíveis                 mesma coisa. Dá pra ver, dá pra sentir. Dá
                 obtidas em                   pra lembrar a cada “namoro” com o marido.”
                   pesquisas
                 sistemáticas
                                                                               Pamela M. B.




18,67% de episiotomia (mai-set/2012)
Por que não realizar episiotomia?




Por que não realizar episiotomia?
Obrigada!
 mlibertad@gmail.com

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MBE na Obstetrícia

  • 1. Obstetrícia e Medicina Baseada em Evidências Maíra Libertad Soligo Takemoto, Enfermeira Obstétrica ANOVA, UERJ, NUPAR da ReHuNa Agenda Definir Medicina Baseada em Evidências e discutir sua importância Discutir de que modo a MBE dialoga com a área de Obstetrícia Rever evidências relacionadas ao cuidado ao parto Debater sobre a relevância da MBE no cenário da Humanização do Parto
  • 2. Medicina Baseada em Evidências “Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências científicas correntemente disponíveis para tomar decisões relativas ao cuidado de pacientes individuais ” SACKETT DL, ROSENBERG WM, GRAY JA, HAYNES RB, RICHARDSON WS. Evidence-based medicine: what it is and what it isn't. Br Med J. 1996; 312:71-72. Editorial Integração de... Características Experiência e expectativas clínica individual dos pacientes Melhores evidências clínicas disponíveis obtidas em pesquisas sistemáticas
  • 3. O que não é? MBE não é “receita de bolo” (as evidências precisam ser extrapoladas para as características únicas de cada indivíduo) MBE não tem por finalidade o corte de gastos (às vezes quando a eficácia é otimizada os custos se elevam, e não caem) MBE nem é fácil de seguir nem impossível de se praticar MBE não se restringe aos ensaios clínicos controlados e às metanálises (algumas questões da prática clínica requerem outros tipos de estudos) Evidências O que são? Dados obtidos em pesquisas com seres humanos Tipo de Ensaios clínicos randomizados (padrão-ouro) estudo? Tempo? Recentes – últimos 10 anos Função? Substituir tecnologias existentes por outras mais eficazes e/ou seguras
  • 4. Alternativas à MBE Medicina Baseada em Eminência Medicina Baseada em Veemência Medicina Baseada em Eloquência Medicina Baseada na Previdência Medicina Baseada na Deficiência Medicina Baseada no Nervosismo Medicina Baseada na Onipotência (Isaacs and Fitzgerald, BMJ, 1999;3189:1618) Níveis de Evidência Ia Metanálises e ensaios clínicos randomizados Ib Estudos clínicos randomizados IIa Ao menos um estudo clínico bem desenhado sem randomização IIb Ao menos um outro tipo de estudo bem desenhado III Estudos descritivos bem desenhados IV Relatos de comitês de experts e/ou experiência clínica de autoridades
  • 5. Hierarquia da Evidência Problema Há uma falta de Uma proporção dos Uma proporção dos relação entre a pacientes recebe pacientes não recebe evidência proveniente práticas que não são as práticas provadas da investigação necessárias ou que são como efetivas. científica e a prática potencialmente clínica. prejudiciais
  • 6. Se a decisão não é tomada com base em evidências... ... Então em que? Terapia Trombolítica Recomendações/ Cumulativa 0.5 1.0 2.0 Livros Textos Ano ECRs Pts Não mencionado 1 23 Experimental Raro/Nunca 1960 Específica Rotina 2 65 1965 3 149 21 4 316 5 1970 7 1793 1 10 10 2544 1 2 11 2651 P<.01 15 3311 17 3929 2 8 22 5452 7 23 5767 1980 8 1 27 6125 12 P<.001 30 6346 1 8 4 1985 33 6571 43 21 059 1 7 3 54 22 051 P<.00001 65 47 185 5 2 2 1 67 47 531 1990 15 8 1 70 48 154 6 1 Odds Ratio (escala logarítmica) Favorece a Terapia Trombolítica Favorece Controle
  • 7. Lidocaína Profilática em IAM Desfecho = Óbito por IAM Favorece o tratamento Favorece o placebo Risco Relativo (IC 95%) 0.5 1 1.5 2 Recomendações Cumulativo Ano no. ECR Sujeitos Sim Não Não mencionado 1970 2 304 9 1 1 1974 9 1451 8 0 2 1976 11 1686 5 0 2 1978 12 1986 8 0 3 1985 14 8412 14 4 6 1988 15 8745 4 2 1 Um profissional que não pratica MBE Devemos dar um beta-bloqueador Claro! para Dona Maria, Funciona! que infartou?
  • 8. Um profissional que pratica MBE Devemos dar um beta-bloqueador Estudos prospectivos sugerem que o para Dona Maria, risco de óbito da Dona Maria no 1º que infartou? ano após IAM é de 8%. Uma metánalise de ECRs avaliando beta- bloqueadores após IAM sugere uma redução de risco de 25%. Considerando-se o baixo custo e a toxicidade aceitável, um beta- bloqueador parece uma opção adequada. Por que se preocupar com MBE? Sem MBE, nós estamos vulneráveis diante de: Especialistas equivocados ou desatualizados Especialistas muito entusiasmados com o novo Conflitos de interesse com fabricantes Sem MBE, nossa habilidade é limitada para: Rever nossas práticas Ajudar os pacientes diante de escolhas difíceis
  • 9. Assistência ao parto baseada em evidências Alguns exemplos Não há evidências que justifiquem... Enemas de rotina Kristeller/pressão no fundo uterino Tricotomia de rotina Condução do trabalho de parto com ocitocina de rotina Jejum de rotina Valsava/”força comprida” Episiotomia de rotina Clampeamento imediato do cordão Proibição de acompanhante/pessoa de suporte durante o parto Aspiração de rotina dos recém- nascidos sadios Posições supinas (litotomia) Restrição à liberdade de escolha do Apenas médicos na assistência ao local do parto parto
  • 10. Quem presta assistência ao parto? Médico Médico obstetra Obstetra Parteira Médico tradicional de família Obstetriz/ Enfermeira Midwife obstetra Assistência por Midwives Evidência nível A Hatem M, Sandall J, Devane D, Soltani H, Gates S. Midwife-led versus other models of care for childbearing Women. Cochrane Review, 2008. ↓ 10% 11 ECR: 12.276 mulheres Menor risco de hospitalização pré-natal: 0,90 (0,81 – 0,99) ↓ 19% Menor risco de analgesia regional: 0,81 (0,73 – 0,91) Menor risco de episiotomia: 0,82 (0,77 – 0,88) ↓ 18% Menor risco de parto instrumental: 0,86 (0,78 – 0,96) ↓ 14% Maior chance de parto espontâneo: 1,04 (1,02 – 1,06) Maior sensação de controle: 1,74 (1,32 – 2,30) ↑ 4% ↑ 74%
  • 11. Assistência por Midwives Evidência nível A Hatem M, Sandall J, Devane D, Soltani H, Gates S. Midwife-led versus other models of care for childbearing Women. Cochrane Review, 2008. ↑ 784% Maior probabilidade de ser atendida pelo mesmo provedor no parto: 7,84 (4,15 – 14,81) ↑ 35% Maior chance de iniciar aleitamento: 1,35 (1,03 – 1,76) Menor risco de perda fetal < 24 semanas: 0,79 (0,65 – 0,97) ↓ 21% Menor hospitalização neonatal: - 2 dias (-2,15 – 1,85) Mortalidade perinatal inalterada: 0,83 (0,70 – 1,00) Similar!!! Posições Maternas durante o TP Evidência nível A Lawrence A, Lewis L, Hofmeyr GJ, Dowswell T, Styles C. Maternal positions and mobility during first stage labour (Cochrane Review, 2009) 21 ECR = 3706 mulheres TP mais curto em mulheres que adotaram posições verticalizadas/ deambulação vs. decúbito (em torno de 1 hora): -99 min (-1,6 – -0,39) ↓ 17% Menor necessidade de analgesia peridural: RR= 0,83 (0,72 – 0,96) Não houve diferença significativa nos outros desfechos maternos e perinatais Não houve efeitos negativos para o binômio mãebebê Mulheres devem ser encorajadas a escolher a posição em que se sentem mais confortáveis durante o TP
  • 12. Imersão em água para alívio da dor Evidência nível A Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and birth (Cochrane Review, 2011) 12 ECR = 3243 mulheres Imersão em água durante o primeiro estágio do parto reduz efetivamente a dor e a necessidade de analgesia ↓ duração do 1o. estágio do parto (média de -32,4 minutos) Não há diferença em relação a cesariana, parto instrumental, uso de ocitocina, infecção materna, trauma perineal e resultados neonatais Aumento da satisfação com a experiência do nascimento Imersão em água - Uso de analgesia Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and birth (Cochrane Review, 2011)
  • 13. Imersão em água – Redução na duração do 1º estágio Cluett E R, Burns EE. Immersion in water in pregnancy, labour and birth (Cochrane Review, 2011) Puxos dirigidos Evidência nível A Brancato et al. A meta-analysis of passive descent versus immediate pushing in nulliparous women with epidural analgesia in the second stage of labor. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs 2008;37:4-12. 7 ECR, 2827 mulheres ↑ 8% Descida passiva: ↑ chance de parto vaginal espontâneo: RR = 1,08 (1,01 – 1,15) ↓ duração dos puxos: -0,19h (-0,27 – -0,12) ↓ 23% ↓risco de parto instrumental: RR = 0,77 (0,77 – 0,85) Sem diferença na taxa de cesariana, episiotomia e lacerações
  • 14. Puxos dirigidos – Duração dos puxos BRANCATO et al. A meta-analysis of passive descent versus immediate pushing in nulliparous women with epidural analgesia in the second stage of labor. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs 2008;37:4-12. Puxos dirigidos – Parto Instrumental BRANCATO et al. A meta-analysis of passive descent versus immediate pushing in nulliparous women with epidural analgesia in the second stage of labor. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs 2008;37:4-12.
  • 15. E a episiotomia? Episiotomia seletiva vs. Rotineira Evidência nível A Perda de sangue menor Menor quantidade de fios de sutura Episiotomia NÃO é mais fácil de reparar do que lacerações espontâneas Episiotomia JÁ é uma laceração de 2º Grau Episiotomia NÃO encurta o 2º estágio do parto Episiotomia NÃO melhora os escores de Apgar Dor local, edema e dispareunia mais frequentes
  • 16. Episiotomia seletiva vs. Rotineira Evidência nível A Carroli G, Mignini L. Episiotomy for vaginal birth (Cochrane Review, 2009) 8 ECR, 5541 mulheres: episiotomia de rotina vs. restritiva Taxa de episiotomia: 75,2% vs. 28,4% Menor risco de trauma posterior – Maior risco de trauma anterior Menor necessidade de sutura perineal Menor risco de infecção, dor perineal e complicações da sutura Menor risco de trauma perineal grave Sem diferença na incidência de IUE e dor tardia Episiotomia seletiva vs. Rotineira - Qualquer trauma posterior
  • 17. Episiotomia seletiva vs. Rotineira - Trauma perineal severo Episiotomia seletiva vs. Rotineira - Necessidade de sutura
  • 18. Quando a episiotomia é necessária? OMS indica taxas de no máximo 10% de episiotomias Marsden Wagner, 1999: MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA Não há evidências clínicas corroborando qualquer indicação de episiotomia: “ameaça de ruptura perineal grave”, distócia de ombros, sofrimento fetal, parto prematuro, parto pélvico Causando dano Quando não há evidência de benefícios E há evidência de prejuízo, se continuamos realizando o procedimento, estamos causando DANO.
  • 19. “Eu teria um parto domiciliar. Fiz massagem no períneo para evitar lacerações. Estava devidamente preparada. Mas como a A voz das mulheres pequena resolveu nascer antes do tempo [...] tive que parir no hospital. A minha parteira esteve o tempo todo do meu lado, mas como estava dentro do hospital não tinha voz ativa. Plantonista “fez o parto”. Não chamei o obstetra que me acompanhava pois ele Experiência Características iria cortar também se fizesse o parto. Já tinha clínica e expectativas deixado isso bem claro para mim nas individual dos pacientes consultas. Mesmo gritando, urrando, berrando “não corta, não precisa, por favor, eu assumo, deixa rasgar”. Ela cortou. Disse Melhores que “só sabia fazer cortando”. Eu chorei, evidências minha parteira chorou. Perdi. Me sinto clínicas mutilada, invadida. É como ser abusada. É a disponíveis mesma coisa. Dá pra ver, dá pra sentir. Dá obtidas em pra lembrar a cada “namoro” com o marido.” pesquisas sistemáticas Pamela M. B. 18,67% de episiotomia (mai-set/2012)
  • 20. Por que não realizar episiotomia? Por que não realizar episiotomia?