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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Pediatria
Estágio Supervisionado em Pediatria I
Trabalho de Conclusão
Crianças em Passagem:
Um caminho para a cidadania?
Doutorandos:
Cristhiane Torres
José de Santana
Mayara Mytzi
Thiago Roberto
Orientador: Dr. Leonardo Moura Ferreira de Souza
Co-orientadora: Profª Nadja Rocha
• Família como unidade essencial;
• Políticas estatais paternalistas;
• Proteção ao vínculo familiar;
• Excepcionalidade e provisoriedade da
institucionalização;
• Redes sociais de apoio.
Introdução
Prender para proteger
Introdução
•Estudo diagnóstico;
•Violência doméstica;
•Abrigos e exclusão social;
•Pobreza: causa básica de risco social;
•Manter vínculo familiar e social.
Justificativa
• O primeiro contato;
• A curiosidade;
• A lacuna.
Objetivos
Avaliar a situação de saúde das crianças abrigadas na casa de
passagem II.
Geral
Específicos
Perfil clínico, nutricional e psico-afetivo;
Perfil institucional;
Motivo de chegada e visão sobre a casa;
Planos terapêuticos;
Interação e ludoterapia;
Formação acadêmica.
PRIMEIRO MOMENTO
• Entrevista com a equipe multidisciplinar:
- Aplicação de questionário (perguntas abertas e fechadas)
com o intuito de traçar o perfil assistencial da casa.
• Interação da equipe médica com as crianças (n=25) através da
ludoterapia (desenho e pintura) e questionário dirigido
(perguntas abertas e fechadas).
• Perfil da criança - Plano de intervenção
- Preenchimento de ficha individual, exame físico sumário,
conduta e encaminhamento.
Metodologia
SEGUNDO MOMENTO
• Atividade lúdica-: informação, educação e comunicação –
através de teatro de fantoches, abordando o tema parasitoses
intestinais;
• Oportunidade de exposição de apresentações musicais
individuais e coletivas (não planejada previamente).
Metodologia
ANÁLISE DOS DADOS
• Ordenação das variáveis de acordo com os seguintes perfis:
 Perfil Institucional
Perfil da Criança
Perfil da Saúde e nutricional
Perfil Psico-afetivo
• Tabulação dos dados, cálculo de porcentagem de acordo com a
distribuição das variáveis;
•Elaboração de gráficos.
Metodologia
ANÁLISE DOS DESENHOS
• Feita sobre os desenhos das crianças durante a visita;
• Análise realizada por equipe multidisciplinar (psicóloga,
pedagoga e assistente social);
• Contextualização do desenho com a condição psico –afetiva de
acordo com a sua realidade pregressa e atual.
Metodologia
Resultados e Discussão
A Casa de Passagem II é um abrigo provisório e
excepcional, utilizado como forma de transição para
posterior volta a família ou para processo de adoção.
Definição
Objetivos
Acolher provisoriamente crianças que se encontram em
situações de risco social, prestando-lhe assistência
educacional, moral, pedagógica, cultural e psicológica,
como também, prestar assistência aos familiares.
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
Data da criação
Órgão
responsável
Tempo de
funcionamento
Localização atual
Público alvo
Jan/1999
SEMTAS
07 anos a 11 anos e 11
meses, de ambos os sexos
08 anos e meio
Rua 25 de Dezembro, nº. 882,
Praia do Meio.
Equipe Multidisciplinar
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
• Motivos para o abrigo Maus tratos
Medicância
Negligência
dos paisPais
falecidos
Drogas
• Como as crianças chegam
à Casa de Passagem
• O procedimento
• Regime de abrigo
• Tempo médio de abrigo
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
PERCENTIL DO PESO
0%
20%
76%
0%
4%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
PERCENTIS
PORCENTAGEM
P < 2,5 P 2,5 - 10 P 10 - 90 P 90 - 97,5 P > 97,5
Resultados e Discussão
PORCENTIL POR ESTATURA
24,0%
20,0%
52,0%
0,0% 0,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
PERCENTIS
PORCENTAGEM
P < 2,5 P 2,5 - 10 P 10 - 90 P 90 - 97,5 P > 97,5
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão
CAUSAS DE PROCURA
20% 20%
16%
28%
8% 8% 8%
4% 4% 4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
1
CAUSAS
PORCENTAGEM
ABANDONO DOS PAIS
MAUS TRATOS
NEGLIGÊNCIA
MENDICÂNCIA
SITUAÇÃODE RUA
ABANDONO DOS AVÓS
ALCOOLISMOS DOS PAIS
DIFICULDADE SOCIO-
ECONÔMICA
Resultados e Discussão
DENTES
24,0% 24,0%
52,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
1
BOA
REGULAR
PRECÁRIA
ACHADOS CLÍNICOS
32%
8% 8%
4% 4% 4% 4%
8%
4%
16%
8% 8%
4%
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20,0%
30,0%
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PALIDEZ CUTÂNEA MÁCULAS HIPERCRÔMICAS CICATRICIAIS
MÁCULAS HIPOCRÔMICAS (MEMBROS) MÁCULAS HIPOCRÔMICAS (TÓRAX)
XERODERMIA EM MMII VERRUGA VULGAR
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PÁPULAS, ESCORIAÇÕES - ESCABIOSE PALIDEZ DE MUCOSA
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Resultados e Discussão
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Perfil geral
SABEA SUA IDADE?
0,04
0,4
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0
0,1
0,2
0,3
0,4
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PORCENTAGEM
NÃO SIM (errado)
SIM (certo)
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Perfil geral
QUAL O DIADASEMANA?
4%
44%
28%
24%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
1
NÃO respondeu NÃO SABE
RESPONDEU CERTO RESPONDEU ERRADO
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Perfil geral
SABE PORQUE ESTÁ NA CASA DE PASSAGEM?
12% 12%
76%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
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80%
1
NÃO respondeu NÃO SABE SABE
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Perfil geral
DESEJAVOLTAR PARACASA?
80%
20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1
SIM NÃO
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
DESENHO 1 e 2 – AN: abrigado há 2 anos e 5 meses, é alfabetizado, bom desenvolvimento cognitivo
e notável habilidade para o desenho. Trata-se de um desenho artístico. Evidencia características
típicas do processo de institucionalização, visto que se encontra em abrigos desde 2 anos de idade.
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
FCNS, abrigada há 2
meses. É acompanhado
pelo Serviço de
Psiquiatria do CAPS i,
em uso de medicamentos
psicotrópicos, o que
possivelmente tem
influenciado seu
desenvolvimento
cognitivo. Observa-se em
alguns dos seus
desenhos, um traçado
irregular
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
FSC abrigada há 20 dias.
Apesar do pouco tempo
abrigada, através de seus
desenhos, percebemos que
ela vive um momento de
insatisfação, podendo ser
em função do abrigamento
ou de dificuldades mais
abrangentes.
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
KL encontra-se
evadida, permaneceu
no abrigo por
aproximadamente 20
dias. Possui uma forte
experiência com a
rua, retratando em
seus desenhos figuras
ligadas à violência.
Demonstra ainda
imaturidade
cognitiva.
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
Criança abrigada há 2
meses, alfabetizada com
excelente nível de leitura e
conhecimento. Percebemos
que ela já possui valores
bem definidos, seus
desenhos se dividem em 2
momentos: um que
demonstra suas dificuldades
e outro que demonstra suas
alegrias, esperanças, com
boa capacidade de
adaptação, apresentando
interação com o ambiente de
maneira controlada.
Resultados e Discussão
Perfil psico-afetivo
ARPN abrigada há 1
mês. No momento em
que chegou ao Abrigo, a
criança encontrava-se
bastante debilitada
física e emocionalmente.
Possui um
desenvolvimento
cognitivo e emocional
prejudicado ao longo do
tempo pela negligência
sofrida.
Resultados e Discussão
Conclusão
 O ECA nem sempre é suficiente para assegurar os direitos
fundamentais das crianças;
O conhecimento do funcionamento da instituição serve de base para a
compreensão das limitações do serviço e de estímulo para ações
voluntárias e parcerias;
O perfil geral das crianças institucionalizadas: sexo masculino, idade
entre 8 e 10 anos, anêmico, portador de lesões dermatológicas e de algum
grau de desnutrição aguda ou pregressa;
De forma geral, a falta de uma estrutura familiar adequada pareceu
repercutir negativamente no desenvolvimento cognitivo e intelectual das
crianças;
 O trabalho representou uma semente lançada e o desejo comum é de
que bons frutos sejam colhidos no futuro através de ações de saúde e
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OBRIGADO!!!

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Crianças em abrigo: perfil e desafios

  • 1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Departamento de Pediatria Estágio Supervisionado em Pediatria I Trabalho de Conclusão Crianças em Passagem: Um caminho para a cidadania?
  • 2. Doutorandos: Cristhiane Torres José de Santana Mayara Mytzi Thiago Roberto Orientador: Dr. Leonardo Moura Ferreira de Souza Co-orientadora: Profª Nadja Rocha
  • 3. • Família como unidade essencial; • Políticas estatais paternalistas; • Proteção ao vínculo familiar; • Excepcionalidade e provisoriedade da institucionalização; • Redes sociais de apoio. Introdução Prender para proteger
  • 4. Introdução •Estudo diagnóstico; •Violência doméstica; •Abrigos e exclusão social; •Pobreza: causa básica de risco social; •Manter vínculo familiar e social.
  • 5. Justificativa • O primeiro contato; • A curiosidade; • A lacuna.
  • 6. Objetivos Avaliar a situação de saúde das crianças abrigadas na casa de passagem II. Geral Específicos Perfil clínico, nutricional e psico-afetivo; Perfil institucional; Motivo de chegada e visão sobre a casa; Planos terapêuticos; Interação e ludoterapia; Formação acadêmica.
  • 7. PRIMEIRO MOMENTO • Entrevista com a equipe multidisciplinar: - Aplicação de questionário (perguntas abertas e fechadas) com o intuito de traçar o perfil assistencial da casa. • Interação da equipe médica com as crianças (n=25) através da ludoterapia (desenho e pintura) e questionário dirigido (perguntas abertas e fechadas). • Perfil da criança - Plano de intervenção - Preenchimento de ficha individual, exame físico sumário, conduta e encaminhamento. Metodologia
  • 8. SEGUNDO MOMENTO • Atividade lúdica-: informação, educação e comunicação – através de teatro de fantoches, abordando o tema parasitoses intestinais; • Oportunidade de exposição de apresentações musicais individuais e coletivas (não planejada previamente). Metodologia
  • 9. ANÁLISE DOS DADOS • Ordenação das variáveis de acordo com os seguintes perfis:  Perfil Institucional Perfil da Criança Perfil da Saúde e nutricional Perfil Psico-afetivo • Tabulação dos dados, cálculo de porcentagem de acordo com a distribuição das variáveis; •Elaboração de gráficos. Metodologia
  • 10. ANÁLISE DOS DESENHOS • Feita sobre os desenhos das crianças durante a visita; • Análise realizada por equipe multidisciplinar (psicóloga, pedagoga e assistente social); • Contextualização do desenho com a condição psico –afetiva de acordo com a sua realidade pregressa e atual. Metodologia
  • 11. Resultados e Discussão A Casa de Passagem II é um abrigo provisório e excepcional, utilizado como forma de transição para posterior volta a família ou para processo de adoção. Definição Objetivos Acolher provisoriamente crianças que se encontram em situações de risco social, prestando-lhe assistência educacional, moral, pedagógica, cultural e psicológica, como também, prestar assistência aos familiares. Resultados e Discussão
  • 12. Resultados e Discussão Data da criação Órgão responsável Tempo de funcionamento Localização atual Público alvo Jan/1999 SEMTAS 07 anos a 11 anos e 11 meses, de ambos os sexos 08 anos e meio Rua 25 de Dezembro, nº. 882, Praia do Meio. Equipe Multidisciplinar Resultados e Discussão
  • 13. Resultados e Discussão • Motivos para o abrigo Maus tratos Medicância Negligência dos paisPais falecidos Drogas • Como as crianças chegam à Casa de Passagem • O procedimento • Regime de abrigo • Tempo médio de abrigo Resultados e Discussão
  • 14. Resultados e Discussão PERCENTIL DO PESO 0% 20% 76% 0% 4% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% PERCENTIS PORCENTAGEM P < 2,5 P 2,5 - 10 P 10 - 90 P 90 - 97,5 P > 97,5
  • 15. Resultados e Discussão PORCENTIL POR ESTATURA 24,0% 20,0% 52,0% 0,0% 0,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% PERCENTIS PORCENTAGEM P < 2,5 P 2,5 - 10 P 10 - 90 P 90 - 97,5 P > 97,5
  • 18. Resultados e Discussão CAUSAS DE PROCURA 20% 20% 16% 28% 8% 8% 8% 4% 4% 4% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 1 CAUSAS PORCENTAGEM ABANDONO DOS PAIS MAUS TRATOS NEGLIGÊNCIA MENDICÂNCIA SITUAÇÃODE RUA ABANDONO DOS AVÓS ALCOOLISMOS DOS PAIS DIFICULDADE SOCIO- ECONÔMICA
  • 19. Resultados e Discussão DENTES 24,0% 24,0% 52,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 1 BOA REGULAR PRECÁRIA
  • 20. ACHADOS CLÍNICOS 32% 8% 8% 4% 4% 4% 4% 8% 4% 16% 8% 8% 4% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 1 PALIDEZ CUTÂNEA MÁCULAS HIPERCRÔMICAS CICATRICIAIS MÁCULAS HIPOCRÔMICAS (MEMBROS) MÁCULAS HIPOCRÔMICAS (TÓRAX) XERODERMIA EM MMII VERRUGA VULGAR EQUIMOSES MS/MI MÁCULAS HIPOCRÔMICAS - P. versicolor PÁPULAS, ESCORIAÇÕES - ESCABIOSE PALIDEZ DE MUCOSA RONCOS DIFUSOS SOPRO SISTÓLICO ADENOMEGALIA CERVICAL POSTERIOR Resultados e Discussão
  • 22. Perfil geral SABEA SUA IDADE? 0,04 0,4 0,56 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 1 PORCENTAGEM NÃO SIM (errado) SIM (certo) Resultados e Discussão
  • 23. Perfil geral QUAL O DIADASEMANA? 4% 44% 28% 24% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 1 NÃO respondeu NÃO SABE RESPONDEU CERTO RESPONDEU ERRADO Resultados e Discussão
  • 24. Perfil geral SABE PORQUE ESTÁ NA CASA DE PASSAGEM? 12% 12% 76% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 1 NÃO respondeu NÃO SABE SABE Resultados e Discussão
  • 26. Perfil psico-afetivo DESENHO 1 e 2 – AN: abrigado há 2 anos e 5 meses, é alfabetizado, bom desenvolvimento cognitivo e notável habilidade para o desenho. Trata-se de um desenho artístico. Evidencia características típicas do processo de institucionalização, visto que se encontra em abrigos desde 2 anos de idade. Resultados e Discussão
  • 27. Perfil psico-afetivo FCNS, abrigada há 2 meses. É acompanhado pelo Serviço de Psiquiatria do CAPS i, em uso de medicamentos psicotrópicos, o que possivelmente tem influenciado seu desenvolvimento cognitivo. Observa-se em alguns dos seus desenhos, um traçado irregular Resultados e Discussão
  • 28. Perfil psico-afetivo FSC abrigada há 20 dias. Apesar do pouco tempo abrigada, através de seus desenhos, percebemos que ela vive um momento de insatisfação, podendo ser em função do abrigamento ou de dificuldades mais abrangentes. Resultados e Discussão
  • 29. Perfil psico-afetivo KL encontra-se evadida, permaneceu no abrigo por aproximadamente 20 dias. Possui uma forte experiência com a rua, retratando em seus desenhos figuras ligadas à violência. Demonstra ainda imaturidade cognitiva. Resultados e Discussão
  • 30. Perfil psico-afetivo Criança abrigada há 2 meses, alfabetizada com excelente nível de leitura e conhecimento. Percebemos que ela já possui valores bem definidos, seus desenhos se dividem em 2 momentos: um que demonstra suas dificuldades e outro que demonstra suas alegrias, esperanças, com boa capacidade de adaptação, apresentando interação com o ambiente de maneira controlada. Resultados e Discussão
  • 31. Perfil psico-afetivo ARPN abrigada há 1 mês. No momento em que chegou ao Abrigo, a criança encontrava-se bastante debilitada física e emocionalmente. Possui um desenvolvimento cognitivo e emocional prejudicado ao longo do tempo pela negligência sofrida. Resultados e Discussão
  • 32. Conclusão  O ECA nem sempre é suficiente para assegurar os direitos fundamentais das crianças; O conhecimento do funcionamento da instituição serve de base para a compreensão das limitações do serviço e de estímulo para ações voluntárias e parcerias; O perfil geral das crianças institucionalizadas: sexo masculino, idade entre 8 e 10 anos, anêmico, portador de lesões dermatológicas e de algum grau de desnutrição aguda ou pregressa; De forma geral, a falta de uma estrutura familiar adequada pareceu repercutir negativamente no desenvolvimento cognitivo e intelectual das crianças;  O trabalho representou uma semente lançada e o desejo comum é de que bons frutos sejam colhidos no futuro através de ações de saúde e cidadania.