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ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES




Duração e fatores associados ao aleitamento                                  Maria Gorete Lucena de Vasconcelos                  1

materno em crianças menores de 24 meses                                      Pedro Israel Cabral de Lira 2
de idade no estado de Pernambuco                                             Marília de Carvalho Lima 3


                                                                             1 Departamento de Enfermagem. Universidade Federal de
                                                                             Pernambuco. Hospital das Clínicas. Bloco A. Rua Prof. Moraes
Duration and associated factors to                                           Rego, s. n. Cidade Universitária. Recife, PE, Brasil. CEP: 50.670-
breastfeeding among children under 24                                        901. E-mail: mariagorete47@hotmail.com.br
                                                                             2 Departamento de Nutrição. Centro de Ciências da Saúde.

months in the state of Pernambuco                                            Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
                                                                             3 Departamento Materno-Infantil. Universidade Federal de
                                                                             Pernambuco. Hospital das Clínicas. Recife, PE, Brasil




                Abstract                                                     Resumo
                    Objectives: to assess breastfeeding time in chil-            Objetivos: avaliar a duração do aleitamento
                dren under 24 months old and determine factors asso-         materno em crianças menores de 24 meses de idade
                ciated to exclusive breastfeeding in the State of            no estado de Pernambuco e verificar a associação de
                Pernambuco.                                                  fatores com o aleitamento materno total.
                    Methods : cross sectional study of 852 children              Métodos: corte transversal com 852 crianças até
                aged 24 months old and younger within a sample of            24 meses de idade que fizeram parte da amostra de
                2078 children under five years old selected for the II       2078 menores de cinco anos selecionada para a II
                State Health and Nutrition Survey. Data was collected        Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Os dados
                for the period between February and May, 1997.               foram coletados no período de fevereiro a maio de
                Survival analysis for median calculation of breast-          1997. Utilizou-se a análise de sobrevivência para
                feeding and housing, per capita income, maternal             cálculo da mediana do aleitamento materno e das
                education level, prenatal care, breastfeeding orienta-       associações com a situação do domicílio, renda per
                tion, delivery type and birthweight was performed.           capita, escolaridade materna, consultas no pré-natal,
                    Results: survival analysis determined exclusive,         orientação sobre aleitamento materno, tipo de parto e
                predominant and total breastfeeding median time of           peso ao nascer.
                24.77 and 112 days respectively. Median exclusive                Resultados: através de análise de sobrevivência
                breastfeeding time was significantly longer among the        verificou-se que a duração mediana do aleitamento
                children living in the Metropolitan Region of Recife         materno exclusivo, predominante e total foi de 24, 77
                (148 days) whose mothers had incomes above two               e 112 dias, respectivamente. A duração mediana do
                minimum wages (201 days), who had six or more                aleitamento materno total foi significantemente mais
                prenatal medical visits (129 days) and received              prolongada entre as crianças que residiam na Região
                breastfeeding instructions during prenatal care (126         Metropolitana do Recife (148 dias), cujas mães perce-
                days). Birthweight, maternal literacy and type of            biam um rendimento familiar per capita acima de
                delivery did not significantly influence exclusive           dois salários mínimos (201 dias), que haviam
                breastfeeding.                                               freqüentado seis ou mais consultas no pré-natal (129
                    Conclusions: breastfeeding time in Pernambuco            dias) e recebido orientação sobre aleitamento
                was determined specially in the Metropolitan Region          materno durante o pré-natal (126 dias). O peso ao
                of Recife indicating that prenatal care is one of the        nascer, a alfabetização materna e o tipo de parto não
                opportunity factors to orient and encourage mothers          influenciaram significativamente o aleitamento total.
                to breastfeed their infants.                                     Conclusões: verificou-se um crescimento na
                Key words Breastfeeding, Associated factors,                 duração do aleitamento materno em Pernambuco,
                Maternal breastfeeding                                       particularmente na Região Metropolitana do Recife,
                                                                             demonstrando ser o pré-natal um dos fatores de opor-
                                                                             tunidade para orientar e incentivar às mães a
                                                                             amamentarem seus filhos.
                                                                             Palavras-chave Amamentação, Fatores associa-
                                                                             dos, Aleitamento materno



                                                               Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006    99
Vasconcelos MGL et al.




                         Introdução                                                   encontrando-se uma freqüência do aleitamento
                                                                                      materno parcial de 31% aos doze meses. 19 Na
                         A amamentação é a forma de nutrição que mais efeti-          América Latina, do nascimento até os dois meses de
                         vamente contribui para o crescimento e desenvolvi-           idade, a freqüência da amamentação variou de 77%
                         mento da criança devido às suas vantagens de ordem           no México a 94% na Colômbia e Guatemala.20
                         nutricional, imunológicas, econômicas, psicológicas              No Brasil, conforme trabalho de Venâncio e
                         e ecológicas.1,2 Após a gestação, a amamentação é a          Monteiro,21 a trajetória do aleitamento materno nas
                         principal alternativa nutricional para a criança, que        décadas de 70 e 80, utilizando dados do Estudo
                         associa elementos fundamentais da nutrição correta:          Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) e da
                         alimento, saúde e cuidados.                                  Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN),
                             Segundo a Organização Mundial de Saúde                   confirmou um aumento na freqüência e na duração
                         (OMS), por ser um alimento completo, o leite                 da amamentação, cuja duração mediana da amamen-
                         humano deve ser fornecido exclusivamente desde o             tação passou de 2,5 meses para 5,5 meses, entre
                         nascimento até os primeiros quatro a seis meses de           1975 e 1989. A PNSN encontrou uma duração do
                         vida e sua continuidade com alimentos comple-                aleitamento materno predominante no país de 72
                         mentares é recomendada até dois anos ou mais.3 Para          dias, sendo de 74 dias na zona urbana e 64 dias na
                         a Academia Americana de Pediatria a alimentação ao           zona rural. A maior duração ocorreu na região
                         seio materno é recomendada para todos os recém-              Centro-Oeste (92 dias) e a menor na região Nordeste
                         nascidos a termo e pré-termo vigorosos, por ser              (41 dias), enquanto as regiões Sul, Sudeste e Norte
                         nutricionalmente equilibrada e possibilitar um               apresentaram medianas de 86, 82 e 51 dias, respecti-
                         estreito relacionamento mãe-filho. Deve começar tão          vamente. Com relação ao aleitamento misto, o Brasil
                         cedo quanto possível e ser oferecida à livre                 apresentou uma duração mediana de 134 dias, sendo
                         demanda, sem necessidade de introdução de água,              123 dias para a zona urbana e 191 dias para a zona
                         suco ou outros alimentos.4                                   rural. 22 Entretanto, essa duração permaneceu infe-
                             No Estatuto da Criança e do Adolescente,5 artigo         rior à aquela observada em outros países latino-
                         nove, o aleitamento materno é tratado como uma               americanos, mesmo considerando as possíveis dife-
                         questão de direito à vida e à saúde, e como instru-          renças metodológicas entre os estudos.20
                         mento de direito humano universalmente aceito foi                Na década de 90, a Pesquisa Nacional sobre
                         ratificado 191 vezes, segundo o Fundo das Nações             Demografia e Saúde (PNDS)23 revelou ser bastante
                         Unidas para infância (UNICEF).6                              alto o percentual de crianças que estavam sendo
                             Estudos convergem opiniões de que o leite                amamentadas e recebendo complementação,
                         materno atua prevenindo a desnutrição e as doenças           alcançando 41,9% das crianças de zero a três meses
                         infecciosas, principalmente as diarréias e infecções         e 45,3% daquelas entre quatro e seis meses.
                         respiratórias, importantes causas de morbi-mortali-              Em Pernambuco, a I Pesquisa Estadual de Saúde
                         dade infantil. 7-13 Outros benefícios relacionados a         e Nutrição, realizada em 1991, mostrou um discreto
                         diabetes, doenças atópicas, cáries, hipovitaminose A         aumento na duração do aleitamento materno total
                         e HIV, acham-se relatados na literatura, enfatizando         nas áreas rurais em relação à capital, apesar de apre-
                         a extensão de alguns desses benefícios, inclusive, até       sentar menores índices em relação a outros estados
                         a adolescência.13-17                                         do nordeste, como o Maranhão e Piauí, que apresen-
                             Vale salientar que, diante da proteção fornecida         taram mediana de nove meses e quase sete meses,
                         pelo aleitamento materno, a mortalidade infantil em          respectivamente, sendo essa duração em Pernam-
                         famílias de baixo nível socioeconômico, está rela-           buco inferior a três meses.24
                         cionada principalmente às doenças infecciosas,                   Compreende-se que, apesar do fato da duração
                         sendo que nos primeiros seis meses de vida a                 do aleitamento materno ter se ampliado no país
                         proteção contra diarréia, apresenta-se substancial-          como um todo, a adoção da amamentação resulta da
                         mente maior quando comparada as mortes devido às             complexa interação de múltiplos fatores, que podem
                         infecções respiratórias agudas.13                            interferir com a freqüência e a duração dessa prática.
                             A prevalência do aleitamento materno varia entre         Portanto, sob essa ótica, a proposta deste estudo é
                         países, regiões e populações urbanas e rurais. Em            pesquisar a duração do aleitamento materno no
                         Toronto, 83% das mães amamentaram seus filhos                estado de Pernambuco e verificar a associação de
                         após o nascimento e até o quinto mês de vida, 35%            fatores com o aleitamento materno total.
                         dos lactentes mamavam exclusivamente. 18 Entre
                         crianças chilenas, a prevalência de aleitamento
                         exclusivo aos três meses de idade era de 59%,




100      Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
Duração do aleitamento materno em Pernambuco




Métodos                                                 teste de Wilcoxon, considerando p <0,05 como esta-
                                                        tisticamente significante.
Tratou-se de um estudo de corte transversal reali-           Os objetivos da pesquisa e a confidencialidade
zado em 1997, no estado de Pernambuco. A popu-          dos dados foram previamente explicados às famílias,
lação do estudo foi constituída pelas 852 crianças      realizando-se a entrevista após a concordância das
com até 24 meses de idade que fizeram parte da          mesmas, assinando o termo de consentimento livre e
amostra de 2078 menores de cinco anos, sele-            esclarecido.
cionadas para a II Pesquisa Estadual de Saúde e
Nutrição. 25 Essa pesquisa considerou três estratos
geo-econômicos no estado, Região Metropolitana          Resultados
do Recife (RMR), Interior Urbano (IU) e Interior
Rural (IR); sendo a amostra do tipo probabilística      Ao se comparar às curvas de sobrevida das diferen-
(aleatória estratificada) representatividade dos        tes práticas do aleitamento materno (Figura 1), veri-
estratos, estabelecendo-se como critério de exclusão    ficou-se o declínio dos segmentos iniciais das
para o estudo, as crianças serem filhas de mães         curvas, demonstrando alta taxa de desmame já nos
adotivas.                                               primeiros dias de vida, sendo maior em relação ao
    O instrumento para coleta de dados foi um ques-     aleitamento exclusivo. A duração mediana do aleita-
tionário pré-codificado sobre as condições socioe-      mento exclusivo, predominante e total foi respecti-
conômicas, demográficas, de assistência ao pré-         vamente, 24,77 e 112 dias.
natal, duração do aleitamento materno e causas do           A Tabela 1 apresenta a associação entre a
desmame, aplicado por uma equipe de 15 profis-          duração do aleitamento materno total e as variáveis
sionais de nível superior (psicólogos, sociólogos,      explanatórias estudadas. Na amostra, 36,1% dos
assistentes sociais, enfermeiras e nutricionistas),     domicílios localizavam-se na Região Metropolitana
cinco alunas do Mestrado de Nutrição em Saúde           do Recife, enquanto 63,9% estavam distribuídos no
Pública da Universidade Federal de Pernambuco           Interior Urbano (32,2%) e Rural (31,7%).
(UFPE) e equipes do Programa de Agentes                 Considerando-se a renda, 79,4% das famílias rece-
Comunitários de Saúde (PACS) dos municípios.            biam menos de um salário mínimo per capita. Com
    A definição do tipo de aleitamento materno          relação à escolaridade materna, 28,9% das mães
baseou-se em Labbok et al.26 que consideram: aleita-    eram analfabetas. Quanto ao pré-natal 16,6% não o
mento exclusivo, quando a criança só recebe leite       realizaram. Entre as crianças, o baixo peso ao nascer
materno, sem introdução de nenhum outro alimento        representou 7,4% da amostra considerada.
líquido ou sólido (com exceção de gotas ou xarope           Verificou-se que a duração do aleitamento
de vitaminas, remédios ou sais minerais); aleita-       materno total foi significantemente maior entre as
mento predominante, quando a principal fonte de
alimento da criança é o leite materno, introduzindo
líquidos, como água, chá e/ou sucos; e aleitamento      Figura 1
total, quando se introduz leite artificial e outros     Práticas do aleitamento materno. Pernambuco, 1997.
líquidos.
    Os dados foram digitados em dupla entrada e                       100
processados em microcomputador utilizando o soft-
ware Epi-info, versão 6,04. Posteriormente, utilizou-                  80
se o Statistical Package for the Social Science
(SPSS), versão 8,0, para a análise de sobrevivência.
                                                         % crianças




                                                                       60
    A técnica de análise de sobrevivência foi
utilizada para cálculo da duração mediana para as                      40
três diferentes práticas do aleitamento materno,
considerando pelo menos um dia de aleitamento                          20
materno para todas as crianças do estudo.27
    O método estatístico para avaliar a associação                      0
entre as variáveis explanatórias estudadas (situação                        0       3         6          9      12          15        18         21      24
do domicílio, renda per capita, escolaridade                                                             Idade em meses
materna, consultas no pré-natal, orientação sobre
aleitamento materno no pré-natal, tipo de parto e       Aleitamento total                     Aleitamento exclusivo              Aleitamento predominante
peso ao nascer) e o aleitamento materno total foi o




                                                                            Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006    101
Vasconcelos MGL et al.




Tabela 1

Duração do aleitamento materno total em menores de 24 meses de idade no estado de Pernambuco segundo algumas variáveis
explanatórias estudadas.

Variável                                                                  N=852            %           Mediana (dias)            Teste estatístico

Situação do domicílio
      Região Metropolitana do Recife                                        308           36,1               148                    *W=27,03
      Interior Urbano                                                       274           32,2                90                    p < 0,001
      Interior Rural                                                        270           31,7               110

Renda per capita (salário mínimo)**
      <1                                                                    671           79,4               108                      W=7,90
      1-2                                                                     90          10,6               108                       p=0,02
      >2                                                                      84          10,0               201

Escolaridade materna
      Alfabetizada                                                          606           71,1               117                      W=2,67
      Analfabeta                                                            246           28,9               105                       p=0,10

Consultas no pré-natal***
      Não                                                                   140           16,6                91                     W=14,54
      1- 5                                                                  319           37,6               115                     p <0,001
      >6                                                                    388           45,8               129

Orientação sobre aleitamento no pré-natal****
      Sim                                                                   589           83,4               126                      W=4,04
      Não                                                                   117           16,6               101                       p=0,04

Tipo de parto
      Normal                                                                609           71,5               110                      W=0,00
      Cesariana                                                             243           28,5               121                       p=0,99

Peso ao nascer (gramas)*****
      < 2500                                                                  60           7,4               123                      W=0,63
      2500 - 2999                                                           164           20,1               107                        p=0,7
      >2999                                                                 588           72,5               112

*W = Teste de Wilcoxon; ** 7 casos sem informação; *** 5 casos sem informação; **** Entre 706 mães que realizaram pré-natal; ***** 40
casos sem informação.
Fonte: INAM. II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Recife; 1997.25



                            mães residentes na RMR (148 dias) em relação                         aleitamento total (126 dias), em relação às que não
                            aquelas do IR (110 dias) e do IU (90 dias) (p<0,001).                receberam esse tipo de orientação (101 dias) com
                                Entre as mães com renda familiar per capita                      valores de p=0,04.
                            acima de dois salários mínimos a prevalência da                          Com relação às demais variáveis explanatórias
                            amamentação foi maior (201 dias) do que nos dois                     estudadas (escolaridade materna, tipo de parto e
                            grupos inferiores de renda (108 dias), com diferença                 peso ao nascer) não houve associação estatistica-
                            significante (p=0,02).                                               mente com o aleitamento materno total (Tabela 1).
                                As mães que freqüentaram seis ou mais
                            consultas no pré-natal apresentaram duração
                            mediana do aleitamento materno maior (129 dias)                      Discussão
                            que as mães com um número inferior a seis consultas
                            (115 dias) e aquelas que não fizeram o pré-natal (91                 No presente estudo, a duração mediana do aleita-
                            dias), com uma associação estatisticamente signifi-                  mento materno foi realizada através da técnica de
                            cante (p<0,001).                                                     análise de sobrevivência, cujas informações sobre a
                                As orientações fornecidas às mães sobre aleita-                  prática da amamentação mereceram atenção na inter-
                            mento recebidas no pré-natal também contribuíram                     pretação, frente a possíveis viés de memória das
                            significativamente para o aumento da mediana do                      mães entrevistadas.




102          Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
Duração do aleitamento materno em Pernambuco




    Desse modo, quando se comparou a situação do       foram levantadas em outros estudos. 32,33 Além do
aleitamento materno nesse estudo, com os dados da      trabalho informal, o desemprego também pode inter-
Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição28 verificou-     ferir na prática do aleitamento materno, sendo
se que houve crescimento na duração mediana,           considerado um fator de risco para o desmame, como
elevando-se de 89 dias para 112 dias na presente       demonstrou o estudo realizado em 84 municípios do
pesquisa. Com relação ao aleitamento materno           estado de São Paulo.34
exclusivo, uma pesquisa realizada nas capitais             A decisão de amamentar raramente é feita antes
brasileiras em 2001,29 encontrou uma mediana deste     do nascimento da criança, fato que confere ao pré-
tipo de aleitamento de 23,4 dias, semelhante à         natal ótima oportunidade para orientar e incentivar
encontrada neste estudo.                               às mães a amamentarem seus filhos. O estudo
    Observou-se, ainda, que no estado houve uma        mostrou, também, que ocorreu uma relação direta-
inversão no panorama da amamentação, pelo              mente proporcional entre número de consultas real-
aumento que ocorreu na duração mediana na Região       izadas no pré-natal e o aumento da duração mediana
Metropolitana (148 dias) em relação ao interior.       do aleitamento total. Adair et al.35 e Barnes et al.36
Possivelmente, o acesso facilitado aos serviços de     realizaram investigações que corroboram os acha-
saúde nas regiões urbanas e as estratégias adotadas    dos.
pelas políticas públicas de incentivo e promoção do        Entretanto, não se deve considerar apenas o
aleitamento materno, poderiam responder pela           espaço (pré-natal) em que a ação se desenvolve
mudança no quadro encontrado. Nesse sentido,           (decisão de amamentar). O profissional de saúde
acredita-se também que o esforço dos profissionais     deve colocar-se na perspectiva do sujeito (mãe) que
de saúde envolvidos com o ensino e a pesquisa sobre    vivencia a amamentação (fenômeno histórico e
a assistência materno-infantil, promovendo e           social) em um contexto temporal dinâmico.
apoiando o aleitamento materno, tenha contribuído          Javorski 37 afirma que muitas vezes os instru-
para esta mudança. Em contra-posição, Passos,30 em     mentos de trabalho utilizados são impositivos,
seus estudos realizados em Ouro Preto, Minas           autoritários e impessoais e não têm contribuído com
Gerais, não encontrou associação em relação à          a decisão da mãe de amamentar, existindo etapas na
duração do aleitamento materno e o fato de as          estrutura emocional familiar que podem interferir
mulheres residirem em áreas urbanas ou rurais.         nessa decisão. Seguindo a mesma linha de pensa-
Porém, na área urbana de São José do Rio Preto, em     mento, Silva 38 enfatiza que determinação de
São Paulo, uma avaliação das práticas de alimen-       amamentar, sua qualidade e duração dependem do
tação infantil mostrou uma duração mediana da          significado que a mulher atribui a essa experiência,
amamentação de 205 dias.31                             através de elementos de interação vivenciados por
    Assim, acredita-se que a proximidade com um        ela em seu contexto. As ações de incentivo ao aleita-
maior número de serviços de saúde qualificados, o      mento materno desenvolvidas pelo profissional de
acesso facilitado a esses e às informações sobre os    saúde devem estar embasadas na noção de direitos
benefícios da amamentação, inclusive pelos meios       reprodutivos, direcionando-as na perspectiva de
de comunicação, contribuem para o estímulo e           resgatar a visibilidade da mulher enquanto sujeito
promoção do aleitamento materno.                       principal da prática da amamentação.39 Rotenberg e
    A renda familiar apresentou-se como fator asso-    De Vargas40 percebem como única a experiência da
ciado à duração do aleitamento materno total,          amamentação em relação a cada filho e conside-
contribuindo para o aumento da mediana entre           rando-a como um processo, compreendem, na di-
aquelas mães cujas famílias apresentaram rendi-        mensão temporal, dois momentos críticos: o início e
mento maior do que dois salários mínimos per           o término, ou seja, o estabelecimento da amamen-
capita. Talvez a melhor condição de renda tenha        tação propriamente dita e o desmame total.
influído sobre o nível educacional das mães facili-        Nessa perspectiva, Vasconcelos 41 relata que,
tando, conseqüentemente, o acesso às informações       acompanhando no domicílio crianças nascidas antes
sobre a importância da amamentação. De outro           do termo e com baixo peso ao nascer, egressas de
modo, entre as mães com renda inferior, que necessi-   uma instituição participante da "Iniciativa Hospital
tavam contribuir com seu trabalho para o sustento da   Amigo da Criança", encontrou algumas desmamadas
família, a amamentação poderia ter sido prejudicada    antes do terceiro mês de vida, apesar das inúmeras
pela falta de acesso a essas informações. O problema   intervenções de incentivo ao aleitamento materno
poderia intensificar-se, principalmente, em relação    exclusivo, fornecidas à mãe durante o período de
àquelas que trabalhavam sem o amparo legal da          permanência com o filho hospitalizado. Assim,
legislação trabalhista. Evidências dessa natureza já   entende-se a necessidade das mães serem continua-




                                                               Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006   103
Vasconcelos MGL et al.




                         mente apoiadas após a alta hospitalar pelos profis-               dos fatores de oportunidade para orientar e incen-
                         sionais que atuam nos programas de saúde da família               tivar as mães a amamentarem seus filhos.
                         e agentes comunitários de saúde, sendo esse apoio,                    De outro modo, este estudo poderá ampliar e
                         mais recentemente, reforçado por outros pesqui-                   atualizar os diagnósticos situacionais de saúde e
                         sadores.42                                                        nutrição do grupo materno-infantil no Estado,
                             Alguns autores constataram que a ausência do                  fornecendo subsídios às políticas e programas gover-
                         programa "Hospital Amigo da Criança", foi um fator                namentais, especificamente em relação à duração e
                         determinante de risco para o desmame34,43 e obser-                aos determinantes do aleitamento materno em
                         vam que o tempo de amamentação, aumenta expres-                   crianças com até 24 meses de idade.
                         sivamente com a adoção dessa estratégia, 44 reco-                     Recomenda-se, ainda, a construção de outras
                         mendando a sua implementação, como também, a de                   abordagens metodológicas a serem utilizadas sobre o
                         Bancos de Leite Humano.31                                         tema estudado, buscando elucidar fatos que possam
                             É possível que o desmame acentuado verificado                 melhorar as ações desenvolvidas no ambien-te
                         no estado de Pernambuco logo nos primeiros meses                  hospitalar e no domicílio.
                         de vida da criança venha a ser reduzido com inter-
                         venções e estratégias dessa natureza, sem esquecer
                         de compreender e buscar contribuições em outras                   Agradecimentos
                         formas de abordagem sobre a questão da amamen-
                         tação. Assim, pesquisando, monitorando e orien-                   Às famílias participantes, a equipe de entrevista-
                         tando as ações de incentivo à amamentação no pré-                 dores do trabalho de campo e aos coordenadores da
                         natal e no domicílio através do programa saúde da                 II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição, financiada
                         família e de agentes comunitários de saúde, pode-                 pelo Ministério da Saúde. Ao CNPq pelas Bolsas de
                         remos dar um salto qualitativo sobre sua duração.                 Produtividade em Pesquisa dos Prof. Pedro Lira e
                             Em suma, os resultados apontaram para um                      Marilia Lima.
                         crescimento na duração do aleitamento materno em
                         Pernambuco, particularmente na Região Metropo-
                         litana do Recife, demonstrando ser o pré-natal um


                         Referências

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104      Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
Duração do aleitamento materno em Pernambuco




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Recebido em 29 de setembro de 2004
Versão final apresentada em 14 de setembro de 2005
Aprovado em 28 de setembro de 2005




                                                                             Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006   105

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DuraçãO E Fatores Associados Ao Aleitamento Materno Em CriançAs Menores De 24 Meses De Idade No Estado De Pernambuco

  • 1. ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES Duração e fatores associados ao aleitamento Maria Gorete Lucena de Vasconcelos 1 materno em crianças menores de 24 meses Pedro Israel Cabral de Lira 2 de idade no estado de Pernambuco Marília de Carvalho Lima 3 1 Departamento de Enfermagem. Universidade Federal de Pernambuco. Hospital das Clínicas. Bloco A. Rua Prof. Moraes Duration and associated factors to Rego, s. n. Cidade Universitária. Recife, PE, Brasil. CEP: 50.670- breastfeeding among children under 24 901. E-mail: mariagorete47@hotmail.com.br 2 Departamento de Nutrição. Centro de Ciências da Saúde. months in the state of Pernambuco Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil 3 Departamento Materno-Infantil. Universidade Federal de Pernambuco. Hospital das Clínicas. Recife, PE, Brasil Abstract Resumo Objectives: to assess breastfeeding time in chil- Objetivos: avaliar a duração do aleitamento dren under 24 months old and determine factors asso- materno em crianças menores de 24 meses de idade ciated to exclusive breastfeeding in the State of no estado de Pernambuco e verificar a associação de Pernambuco. fatores com o aleitamento materno total. Methods : cross sectional study of 852 children Métodos: corte transversal com 852 crianças até aged 24 months old and younger within a sample of 24 meses de idade que fizeram parte da amostra de 2078 children under five years old selected for the II 2078 menores de cinco anos selecionada para a II State Health and Nutrition Survey. Data was collected Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Os dados for the period between February and May, 1997. foram coletados no período de fevereiro a maio de Survival analysis for median calculation of breast- 1997. Utilizou-se a análise de sobrevivência para feeding and housing, per capita income, maternal cálculo da mediana do aleitamento materno e das education level, prenatal care, breastfeeding orienta- associações com a situação do domicílio, renda per tion, delivery type and birthweight was performed. capita, escolaridade materna, consultas no pré-natal, Results: survival analysis determined exclusive, orientação sobre aleitamento materno, tipo de parto e predominant and total breastfeeding median time of peso ao nascer. 24.77 and 112 days respectively. Median exclusive Resultados: através de análise de sobrevivência breastfeeding time was significantly longer among the verificou-se que a duração mediana do aleitamento children living in the Metropolitan Region of Recife materno exclusivo, predominante e total foi de 24, 77 (148 days) whose mothers had incomes above two e 112 dias, respectivamente. A duração mediana do minimum wages (201 days), who had six or more aleitamento materno total foi significantemente mais prenatal medical visits (129 days) and received prolongada entre as crianças que residiam na Região breastfeeding instructions during prenatal care (126 Metropolitana do Recife (148 dias), cujas mães perce- days). Birthweight, maternal literacy and type of biam um rendimento familiar per capita acima de delivery did not significantly influence exclusive dois salários mínimos (201 dias), que haviam breastfeeding. freqüentado seis ou mais consultas no pré-natal (129 Conclusions: breastfeeding time in Pernambuco dias) e recebido orientação sobre aleitamento was determined specially in the Metropolitan Region materno durante o pré-natal (126 dias). O peso ao of Recife indicating that prenatal care is one of the nascer, a alfabetização materna e o tipo de parto não opportunity factors to orient and encourage mothers influenciaram significativamente o aleitamento total. to breastfeed their infants. Conclusões: verificou-se um crescimento na Key words Breastfeeding, Associated factors, duração do aleitamento materno em Pernambuco, Maternal breastfeeding particularmente na Região Metropolitana do Recife, demonstrando ser o pré-natal um dos fatores de opor- tunidade para orientar e incentivar às mães a amamentarem seus filhos. Palavras-chave Amamentação, Fatores associa- dos, Aleitamento materno Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006 99
  • 2. Vasconcelos MGL et al. Introdução encontrando-se uma freqüência do aleitamento materno parcial de 31% aos doze meses. 19 Na A amamentação é a forma de nutrição que mais efeti- América Latina, do nascimento até os dois meses de vamente contribui para o crescimento e desenvolvi- idade, a freqüência da amamentação variou de 77% mento da criança devido às suas vantagens de ordem no México a 94% na Colômbia e Guatemala.20 nutricional, imunológicas, econômicas, psicológicas No Brasil, conforme trabalho de Venâncio e e ecológicas.1,2 Após a gestação, a amamentação é a Monteiro,21 a trajetória do aleitamento materno nas principal alternativa nutricional para a criança, que décadas de 70 e 80, utilizando dados do Estudo associa elementos fundamentais da nutrição correta: Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) e da alimento, saúde e cuidados. Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), Segundo a Organização Mundial de Saúde confirmou um aumento na freqüência e na duração (OMS), por ser um alimento completo, o leite da amamentação, cuja duração mediana da amamen- humano deve ser fornecido exclusivamente desde o tação passou de 2,5 meses para 5,5 meses, entre nascimento até os primeiros quatro a seis meses de 1975 e 1989. A PNSN encontrou uma duração do vida e sua continuidade com alimentos comple- aleitamento materno predominante no país de 72 mentares é recomendada até dois anos ou mais.3 Para dias, sendo de 74 dias na zona urbana e 64 dias na a Academia Americana de Pediatria a alimentação ao zona rural. A maior duração ocorreu na região seio materno é recomendada para todos os recém- Centro-Oeste (92 dias) e a menor na região Nordeste nascidos a termo e pré-termo vigorosos, por ser (41 dias), enquanto as regiões Sul, Sudeste e Norte nutricionalmente equilibrada e possibilitar um apresentaram medianas de 86, 82 e 51 dias, respecti- estreito relacionamento mãe-filho. Deve começar tão vamente. Com relação ao aleitamento misto, o Brasil cedo quanto possível e ser oferecida à livre apresentou uma duração mediana de 134 dias, sendo demanda, sem necessidade de introdução de água, 123 dias para a zona urbana e 191 dias para a zona suco ou outros alimentos.4 rural. 22 Entretanto, essa duração permaneceu infe- No Estatuto da Criança e do Adolescente,5 artigo rior à aquela observada em outros países latino- nove, o aleitamento materno é tratado como uma americanos, mesmo considerando as possíveis dife- questão de direito à vida e à saúde, e como instru- renças metodológicas entre os estudos.20 mento de direito humano universalmente aceito foi Na década de 90, a Pesquisa Nacional sobre ratificado 191 vezes, segundo o Fundo das Nações Demografia e Saúde (PNDS)23 revelou ser bastante Unidas para infância (UNICEF).6 alto o percentual de crianças que estavam sendo Estudos convergem opiniões de que o leite amamentadas e recebendo complementação, materno atua prevenindo a desnutrição e as doenças alcançando 41,9% das crianças de zero a três meses infecciosas, principalmente as diarréias e infecções e 45,3% daquelas entre quatro e seis meses. respiratórias, importantes causas de morbi-mortali- Em Pernambuco, a I Pesquisa Estadual de Saúde dade infantil. 7-13 Outros benefícios relacionados a e Nutrição, realizada em 1991, mostrou um discreto diabetes, doenças atópicas, cáries, hipovitaminose A aumento na duração do aleitamento materno total e HIV, acham-se relatados na literatura, enfatizando nas áreas rurais em relação à capital, apesar de apre- a extensão de alguns desses benefícios, inclusive, até sentar menores índices em relação a outros estados a adolescência.13-17 do nordeste, como o Maranhão e Piauí, que apresen- Vale salientar que, diante da proteção fornecida taram mediana de nove meses e quase sete meses, pelo aleitamento materno, a mortalidade infantil em respectivamente, sendo essa duração em Pernam- famílias de baixo nível socioeconômico, está rela- buco inferior a três meses.24 cionada principalmente às doenças infecciosas, Compreende-se que, apesar do fato da duração sendo que nos primeiros seis meses de vida a do aleitamento materno ter se ampliado no país proteção contra diarréia, apresenta-se substancial- como um todo, a adoção da amamentação resulta da mente maior quando comparada as mortes devido às complexa interação de múltiplos fatores, que podem infecções respiratórias agudas.13 interferir com a freqüência e a duração dessa prática. A prevalência do aleitamento materno varia entre Portanto, sob essa ótica, a proposta deste estudo é países, regiões e populações urbanas e rurais. Em pesquisar a duração do aleitamento materno no Toronto, 83% das mães amamentaram seus filhos estado de Pernambuco e verificar a associação de após o nascimento e até o quinto mês de vida, 35% fatores com o aleitamento materno total. dos lactentes mamavam exclusivamente. 18 Entre crianças chilenas, a prevalência de aleitamento exclusivo aos três meses de idade era de 59%, 100 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
  • 3. Duração do aleitamento materno em Pernambuco Métodos teste de Wilcoxon, considerando p <0,05 como esta- tisticamente significante. Tratou-se de um estudo de corte transversal reali- Os objetivos da pesquisa e a confidencialidade zado em 1997, no estado de Pernambuco. A popu- dos dados foram previamente explicados às famílias, lação do estudo foi constituída pelas 852 crianças realizando-se a entrevista após a concordância das com até 24 meses de idade que fizeram parte da mesmas, assinando o termo de consentimento livre e amostra de 2078 menores de cinco anos, sele- esclarecido. cionadas para a II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. 25 Essa pesquisa considerou três estratos geo-econômicos no estado, Região Metropolitana Resultados do Recife (RMR), Interior Urbano (IU) e Interior Rural (IR); sendo a amostra do tipo probabilística Ao se comparar às curvas de sobrevida das diferen- (aleatória estratificada) representatividade dos tes práticas do aleitamento materno (Figura 1), veri- estratos, estabelecendo-se como critério de exclusão ficou-se o declínio dos segmentos iniciais das para o estudo, as crianças serem filhas de mães curvas, demonstrando alta taxa de desmame já nos adotivas. primeiros dias de vida, sendo maior em relação ao O instrumento para coleta de dados foi um ques- aleitamento exclusivo. A duração mediana do aleita- tionário pré-codificado sobre as condições socioe- mento exclusivo, predominante e total foi respecti- conômicas, demográficas, de assistência ao pré- vamente, 24,77 e 112 dias. natal, duração do aleitamento materno e causas do A Tabela 1 apresenta a associação entre a desmame, aplicado por uma equipe de 15 profis- duração do aleitamento materno total e as variáveis sionais de nível superior (psicólogos, sociólogos, explanatórias estudadas. Na amostra, 36,1% dos assistentes sociais, enfermeiras e nutricionistas), domicílios localizavam-se na Região Metropolitana cinco alunas do Mestrado de Nutrição em Saúde do Recife, enquanto 63,9% estavam distribuídos no Pública da Universidade Federal de Pernambuco Interior Urbano (32,2%) e Rural (31,7%). (UFPE) e equipes do Programa de Agentes Considerando-se a renda, 79,4% das famílias rece- Comunitários de Saúde (PACS) dos municípios. biam menos de um salário mínimo per capita. Com A definição do tipo de aleitamento materno relação à escolaridade materna, 28,9% das mães baseou-se em Labbok et al.26 que consideram: aleita- eram analfabetas. Quanto ao pré-natal 16,6% não o mento exclusivo, quando a criança só recebe leite realizaram. Entre as crianças, o baixo peso ao nascer materno, sem introdução de nenhum outro alimento representou 7,4% da amostra considerada. líquido ou sólido (com exceção de gotas ou xarope Verificou-se que a duração do aleitamento de vitaminas, remédios ou sais minerais); aleita- materno total foi significantemente maior entre as mento predominante, quando a principal fonte de alimento da criança é o leite materno, introduzindo líquidos, como água, chá e/ou sucos; e aleitamento Figura 1 total, quando se introduz leite artificial e outros Práticas do aleitamento materno. Pernambuco, 1997. líquidos. Os dados foram digitados em dupla entrada e 100 processados em microcomputador utilizando o soft- ware Epi-info, versão 6,04. Posteriormente, utilizou- 80 se o Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 8,0, para a análise de sobrevivência. % crianças 60 A técnica de análise de sobrevivência foi utilizada para cálculo da duração mediana para as 40 três diferentes práticas do aleitamento materno, considerando pelo menos um dia de aleitamento 20 materno para todas as crianças do estudo.27 O método estatístico para avaliar a associação 0 entre as variáveis explanatórias estudadas (situação 0 3 6 9 12 15 18 21 24 do domicílio, renda per capita, escolaridade Idade em meses materna, consultas no pré-natal, orientação sobre aleitamento materno no pré-natal, tipo de parto e Aleitamento total Aleitamento exclusivo Aleitamento predominante peso ao nascer) e o aleitamento materno total foi o Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006 101
  • 4. Vasconcelos MGL et al. Tabela 1 Duração do aleitamento materno total em menores de 24 meses de idade no estado de Pernambuco segundo algumas variáveis explanatórias estudadas. Variável N=852 % Mediana (dias) Teste estatístico Situação do domicílio Região Metropolitana do Recife 308 36,1 148 *W=27,03 Interior Urbano 274 32,2 90 p < 0,001 Interior Rural 270 31,7 110 Renda per capita (salário mínimo)** <1 671 79,4 108 W=7,90 1-2 90 10,6 108 p=0,02 >2 84 10,0 201 Escolaridade materna Alfabetizada 606 71,1 117 W=2,67 Analfabeta 246 28,9 105 p=0,10 Consultas no pré-natal*** Não 140 16,6 91 W=14,54 1- 5 319 37,6 115 p <0,001 >6 388 45,8 129 Orientação sobre aleitamento no pré-natal**** Sim 589 83,4 126 W=4,04 Não 117 16,6 101 p=0,04 Tipo de parto Normal 609 71,5 110 W=0,00 Cesariana 243 28,5 121 p=0,99 Peso ao nascer (gramas)***** < 2500 60 7,4 123 W=0,63 2500 - 2999 164 20,1 107 p=0,7 >2999 588 72,5 112 *W = Teste de Wilcoxon; ** 7 casos sem informação; *** 5 casos sem informação; **** Entre 706 mães que realizaram pré-natal; ***** 40 casos sem informação. Fonte: INAM. II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Recife; 1997.25 mães residentes na RMR (148 dias) em relação aleitamento total (126 dias), em relação às que não aquelas do IR (110 dias) e do IU (90 dias) (p<0,001). receberam esse tipo de orientação (101 dias) com Entre as mães com renda familiar per capita valores de p=0,04. acima de dois salários mínimos a prevalência da Com relação às demais variáveis explanatórias amamentação foi maior (201 dias) do que nos dois estudadas (escolaridade materna, tipo de parto e grupos inferiores de renda (108 dias), com diferença peso ao nascer) não houve associação estatistica- significante (p=0,02). mente com o aleitamento materno total (Tabela 1). As mães que freqüentaram seis ou mais consultas no pré-natal apresentaram duração mediana do aleitamento materno maior (129 dias) Discussão que as mães com um número inferior a seis consultas (115 dias) e aquelas que não fizeram o pré-natal (91 No presente estudo, a duração mediana do aleita- dias), com uma associação estatisticamente signifi- mento materno foi realizada através da técnica de cante (p<0,001). análise de sobrevivência, cujas informações sobre a As orientações fornecidas às mães sobre aleita- prática da amamentação mereceram atenção na inter- mento recebidas no pré-natal também contribuíram pretação, frente a possíveis viés de memória das significativamente para o aumento da mediana do mães entrevistadas. 102 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
  • 5. Duração do aleitamento materno em Pernambuco Desse modo, quando se comparou a situação do foram levantadas em outros estudos. 32,33 Além do aleitamento materno nesse estudo, com os dados da trabalho informal, o desemprego também pode inter- Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição28 verificou- ferir na prática do aleitamento materno, sendo se que houve crescimento na duração mediana, considerado um fator de risco para o desmame, como elevando-se de 89 dias para 112 dias na presente demonstrou o estudo realizado em 84 municípios do pesquisa. Com relação ao aleitamento materno estado de São Paulo.34 exclusivo, uma pesquisa realizada nas capitais A decisão de amamentar raramente é feita antes brasileiras em 2001,29 encontrou uma mediana deste do nascimento da criança, fato que confere ao pré- tipo de aleitamento de 23,4 dias, semelhante à natal ótima oportunidade para orientar e incentivar encontrada neste estudo. às mães a amamentarem seus filhos. O estudo Observou-se, ainda, que no estado houve uma mostrou, também, que ocorreu uma relação direta- inversão no panorama da amamentação, pelo mente proporcional entre número de consultas real- aumento que ocorreu na duração mediana na Região izadas no pré-natal e o aumento da duração mediana Metropolitana (148 dias) em relação ao interior. do aleitamento total. Adair et al.35 e Barnes et al.36 Possivelmente, o acesso facilitado aos serviços de realizaram investigações que corroboram os acha- saúde nas regiões urbanas e as estratégias adotadas dos. pelas políticas públicas de incentivo e promoção do Entretanto, não se deve considerar apenas o aleitamento materno, poderiam responder pela espaço (pré-natal) em que a ação se desenvolve mudança no quadro encontrado. Nesse sentido, (decisão de amamentar). O profissional de saúde acredita-se também que o esforço dos profissionais deve colocar-se na perspectiva do sujeito (mãe) que de saúde envolvidos com o ensino e a pesquisa sobre vivencia a amamentação (fenômeno histórico e a assistência materno-infantil, promovendo e social) em um contexto temporal dinâmico. apoiando o aleitamento materno, tenha contribuído Javorski 37 afirma que muitas vezes os instru- para esta mudança. Em contra-posição, Passos,30 em mentos de trabalho utilizados são impositivos, seus estudos realizados em Ouro Preto, Minas autoritários e impessoais e não têm contribuído com Gerais, não encontrou associação em relação à a decisão da mãe de amamentar, existindo etapas na duração do aleitamento materno e o fato de as estrutura emocional familiar que podem interferir mulheres residirem em áreas urbanas ou rurais. nessa decisão. Seguindo a mesma linha de pensa- Porém, na área urbana de São José do Rio Preto, em mento, Silva 38 enfatiza que determinação de São Paulo, uma avaliação das práticas de alimen- amamentar, sua qualidade e duração dependem do tação infantil mostrou uma duração mediana da significado que a mulher atribui a essa experiência, amamentação de 205 dias.31 através de elementos de interação vivenciados por Assim, acredita-se que a proximidade com um ela em seu contexto. As ações de incentivo ao aleita- maior número de serviços de saúde qualificados, o mento materno desenvolvidas pelo profissional de acesso facilitado a esses e às informações sobre os saúde devem estar embasadas na noção de direitos benefícios da amamentação, inclusive pelos meios reprodutivos, direcionando-as na perspectiva de de comunicação, contribuem para o estímulo e resgatar a visibilidade da mulher enquanto sujeito promoção do aleitamento materno. principal da prática da amamentação.39 Rotenberg e A renda familiar apresentou-se como fator asso- De Vargas40 percebem como única a experiência da ciado à duração do aleitamento materno total, amamentação em relação a cada filho e conside- contribuindo para o aumento da mediana entre rando-a como um processo, compreendem, na di- aquelas mães cujas famílias apresentaram rendi- mensão temporal, dois momentos críticos: o início e mento maior do que dois salários mínimos per o término, ou seja, o estabelecimento da amamen- capita. Talvez a melhor condição de renda tenha tação propriamente dita e o desmame total. influído sobre o nível educacional das mães facili- Nessa perspectiva, Vasconcelos 41 relata que, tando, conseqüentemente, o acesso às informações acompanhando no domicílio crianças nascidas antes sobre a importância da amamentação. De outro do termo e com baixo peso ao nascer, egressas de modo, entre as mães com renda inferior, que necessi- uma instituição participante da "Iniciativa Hospital tavam contribuir com seu trabalho para o sustento da Amigo da Criança", encontrou algumas desmamadas família, a amamentação poderia ter sido prejudicada antes do terceiro mês de vida, apesar das inúmeras pela falta de acesso a essas informações. O problema intervenções de incentivo ao aleitamento materno poderia intensificar-se, principalmente, em relação exclusivo, fornecidas à mãe durante o período de àquelas que trabalhavam sem o amparo legal da permanência com o filho hospitalizado. Assim, legislação trabalhista. Evidências dessa natureza já entende-se a necessidade das mães serem continua- Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006 103
  • 6. Vasconcelos MGL et al. mente apoiadas após a alta hospitalar pelos profis- dos fatores de oportunidade para orientar e incen- sionais que atuam nos programas de saúde da família tivar as mães a amamentarem seus filhos. e agentes comunitários de saúde, sendo esse apoio, De outro modo, este estudo poderá ampliar e mais recentemente, reforçado por outros pesqui- atualizar os diagnósticos situacionais de saúde e sadores.42 nutrição do grupo materno-infantil no Estado, Alguns autores constataram que a ausência do fornecendo subsídios às políticas e programas gover- programa "Hospital Amigo da Criança", foi um fator namentais, especificamente em relação à duração e determinante de risco para o desmame34,43 e obser- aos determinantes do aleitamento materno em vam que o tempo de amamentação, aumenta expres- crianças com até 24 meses de idade. sivamente com a adoção dessa estratégia, 44 reco- Recomenda-se, ainda, a construção de outras mendando a sua implementação, como também, a de abordagens metodológicas a serem utilizadas sobre o Bancos de Leite Humano.31 tema estudado, buscando elucidar fatos que possam É possível que o desmame acentuado verificado melhorar as ações desenvolvidas no ambien-te no estado de Pernambuco logo nos primeiros meses hospitalar e no domicílio. de vida da criança venha a ser reduzido com inter- venções e estratégias dessa natureza, sem esquecer de compreender e buscar contribuições em outras Agradecimentos formas de abordagem sobre a questão da amamen- tação. Assim, pesquisando, monitorando e orien- Às famílias participantes, a equipe de entrevista- tando as ações de incentivo à amamentação no pré- dores do trabalho de campo e aos coordenadores da natal e no domicílio através do programa saúde da II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição, financiada família e de agentes comunitários de saúde, pode- pelo Ministério da Saúde. Ao CNPq pelas Bolsas de remos dar um salto qualitativo sobre sua duração. Produtividade em Pesquisa dos Prof. Pedro Lira e Em suma, os resultados apontaram para um Marilia Lima. crescimento na duração do aleitamento materno em Pernambuco, particularmente na Região Metropo- litana do Recife, demonstrando ser o pré-natal um Referências 1. Serva VB. Manejo da lactação. In: Lima GS, Braga TDA, 10. Costa FS, Gomes VC, Martines J. Case-control study of Meneses JA, editores. Neonatologia (IMIP). Rio de Janeiro: risk of dehydrating diarrhoea in infants in vulnerable period Medsi; 2004. p. 75-94 after full weaning. Br Med J 1996; 313: 391-4. 2. Coutinho SB. Aleitamento materno. In: Silva AS, editor. 11. Escuder MM, Venancio SI, Pereira JC. Impact estimates of Manual de neonatologia. Rio de Janeiro: Medsi; 2002. p. 1- breastfeeding over infant mortality. Rev Saude Publica 22 2003; 37: 319-25. 3. Rea MF. Amamentação: a visão das mulheres e a Semana 12. Saleemi MA, Zaman S, Akhtar HZ, Jalil F, Ashraf RN, Mundial [Editorial]. J Pediatr [Rio J] 1995; 71: 179. Hanson LA, Mellander L. Feeding patterns, diarrhoeal 4. Rea MF. A amamentação e o uso do leite humano: o que illness and linear growth in 0-24 month-old children. J Trop recomenda a Academia Americana de Pediatria. J Pediatr Pediatr 2004; 50: 164-9. [Rio J] 1998; 74: 171-3. 13. Victora CG. Effect of breastfeeding on infant and child 5. Ministério da Saúde. Estatuto da criança e do adolescente. mortality due to infectious disease in less developed coun- Brasília (DF), 1991. tries: a pooled analysis. Lancet 2000; 355: 451-5. 6. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância). 14. Virtanem SM, Rasanen L, Ylonen K. Early introducion of Situação mundial da infância. Brasília (DF): 1998. dairy products associated with increased risk of IDDM in Finnish children. Diabetes 1993; 42: 1786-90. 7. Sazawal S, Bhan MK, Bhandari N. Typy of milk feeding during acute diarrhoea and the risk of persistent diarrhoea: 15. Saarinen UM, Kajosaari M. Breastfeeding as prophylaxis a case control study. Acta Paediatr 1992; 381 (Suppl): 93-7. atopic disease: a prospective follow-up study until 17 years old. Lancet 1995; 346: 1065-9. 8. Victora CG, Fuchs SC, Flores AJC. Risk factors for pneu- monia among children in a Brazilian metropolitan area.. 16. Al-Dashti AA, Williams SA, Curzon MEJ. Breastfeeding, Pediatrics 1994; 93: 977-85. bottle feeding and dental caries in Kuwait, a country with low-fluoride levels in the water supply. Comm Dental 9. Chaves SP, Lei DLM, Lerner BR. Aleitamento, estado Health 1995; 12: 42-7. nutricional e morbidade no primeiro ano de vida. Rev Nutr 1995; 8: 31-46. 17. Khatry SK, West KP, Katz J. Epidemiology of xeroph- thalmia in Nepal. Arch Ophthalmol 1995; 113: 425-9. 104 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006
  • 7. Duração do aleitamento materno em Pernambuco 18. Barber CM, Abernathy T, Steinmetz B. Using a breast- 32. Lockin MP. Telling the world: low-income women and their feeding prevalence survey to identify a population for target breastfeeding experiences. J Hum Lact 1995; 11: 285-91. programs. Can J Public Health 1997; 88: 242-5. 33. Rea MF, Venancio SI, Batista LE. Possibilidades e limi- 19. Castilho C, Atalah E, Riumallo C. Breastfeeding and the tações da amamentação entre mulheres trabalhadoras nutritional status of nursing children in Chile. Bull Pan-Am formais. Rev Saúde Pública 1997; 31: 149-56. Health Organ 1996; 30: 125-33. 34. Venancio SI, Escuder MML, Kitoko P, Rea MF, Monteiro 20. Pérez-Escamilla R. Patrones de la lactancia natural en CA. Freqüência e determinantes do aleitamento materno em América Latina y el Caribe. Bol Ofic Sanit Panam 1993; municípios do estado de São Paulo. Rev Saúde Pública 115: 185-94. 2002; 36: 313-8. 21. Venancio SI, Monteiro CA. Tendência da prática da 35. Adair LS, Popkin BM, Guilkey DK. The duration of breast- amamentação no Brasil nas décadas de 70 e 80. Rev Bras feeding: how is it affected by biological, sociodemographic, Epidemiol 1998; 1: 40-9. health sector and food industry factors? Demography 1993; 22. INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição). 30: 63-80. Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (1989): resul- 36. Barnes J, Stein A, Smith T. Extreme attitudes to body shape, tados preliminares. Brasília (DF); 1990. social and psychological factors and a reluctance to breast 23. BEMFAN (Sociedade Civil do Bem-Estar Familiar no feed. J R Soc Med 1997; 90: 551-9. Brasil). Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde. 37. Javorski M. Os significados do aleitamento materno para as Programa de Pesquisas de Demografia e Saúde. Rio de mães de prematuros em cuidado Canguru [dissertação Janeiro; 1996. mestrado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de 24. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Saúde Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 1997. e nutrição das crianças nordestinas: pesquisas estaduais 38. Silva IA. Desvendando as faces da amamentação através da 1987 - 1992. Brasília (DF); 1995. pesquisa qualitativa. Rev Bras Enferm 2000; 53: 241-9. 25. INAN (Intituto Nacional de Alimentação e Nutrição). II 39. Moreira KFA, Nakano MAS. Aleitamento materno: instin- Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Recife; 1998. tivo? natural? O paradigma biológico x os direitos reprodu- 26. Labbok M, Krasovec K. Towards consistency in breast- tivos em discussão. Rev Bras Enferm 2002; 55: 685-90. feeding definitions. Stud Fam Plan 1990; 21: 226-30. 40. Rotenberg S, De Vargas S. Práticas alimentares e o cuidado 27. Barros FC, Victora CG. Epidemiologia da saúde infantil: um da saúde: da alimentação da criança à alimentação da manual para diagnósticos comunitários. São Paulo: Hucitec; família. Rev Bras Saúde Matern Infant 2004; 4: 71-83. 1991. 41. Vasconcelos MGL. Implantação de um grupo de apoio à 28. Pernambuco. Governo. Pesquisa Estadual de Saúde e mãe acompanhante de recém-nascido pré-termo e de baixo Nutrição. Recife; 1992. peso em um hospital amigo da criança na cidade de Recife, PE [tese doutorado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem 29. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2004. de Saúde da Criança. Pesquisa de prevalência do aleita- mento materno nas capitais e no Distrito Federal. Brasília 42. Marques RFSV, Lopez FA, Braga JAP. O crescimento de (DF); 2001. crianças alimentadas com leite materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida. J Pediatr [Rio J] 2004; 80: 99- 30. Passos MC. Epidemiologia do desmame precoce em 105. crianças de 0 a 24 meses no município de Ouro Preto [dissertação mestrado]. Recife: Departamento de Nutrição, 43. Audi CAF, Corrêa MAS, Latorre MRDO. Alimentos Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de complementares e fatores associados ao aleitamento Pernambuco; 1997. materno e ao aleitamento materno exclusivo em lactentes até 12 meses de vida em Itapira, São Paulo, 1999. Rev Bras 31. Figueiredo MG, Sartorelli DS, Zan TAB, Garcia E, Silva Saúde Matern Infant 2003; 3: 85-93. LC, Carvalho FLP, Pascotto RC, Macri S, Cardoso MA. Inquérito de avaliação rápida das práticas de alimentação 44. Escuder MML, Venâncio SI, Pereira JCR. Estimativa de infantil em São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. Cad impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil. Rev Saúde Pública 2004; 20: 172-9. Saúde Pública 2003; 37: 319-25. Recebido em 29 de setembro de 2004 Versão final apresentada em 14 de setembro de 2005 Aprovado em 28 de setembro de 2005 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (1): 99-105, jan. / mar., 2006 105