SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 8
Downloaden Sie, um offline zu lesen
ALEITAMENTO MATERNO | 431
                                                                                     COMUNICAÇÃO | COMMUNICATION




Aleitamento materno: o desafio de
compreender a vivência

Breastfeeding: the challenge to understand
the experience

Raquel Maria Amaral ARAÚJO 1
João Aprígio Guerra de ALMEIDA 2,3




                                                                                                            RESUMO

Este trabalho visa contribuir para uma reflexão sobre o papel dos profissionais de saúde perante a mulher que
vivencia o processo da amamentação. Foram utilizadas publicações acerca do tema, oriundas de revistas
científicas, teses, dissertações, livros técnicos e publicações de organismos nacionais e internacionais. Essa
reflexão parte das evidências científicas acerca das demandas da assistência em amamentação, no que se
refere à vivência da mulher nesse processo. São apontadas as limitações dos profissionais de saúde, inclusive
do nutricionista, diante das exigências no assistir em amamentação. Evidenciou-se, neste estudo, a necessidade
da capacitação dos profissionais de saúde para atuar na assistência em amamentação, numa abordagem que
ultrapasse as fronteiras do biológico, compreendendo a nutriz em todas as dimensões do ser mulher. Da
mesma forma, urge que se amplie o debate, ainda escasso, sobre a atuação do nutricionista na assistência à
amamentação.
Termos de indexação: aleitamento materno; assistência à saúde; educação alimentar e nutricional; papel
profissional.


                                                                                                        ABSTRACT

This work aims to contribute to a reflection on the role of health professionals regarding women who
breastfeed. Publications from scientific journals, theses, dissertations, textbooks and papers from national
and international organizations were consulted. This reflection originates from the scientific evidences on the
requirements of breastfeeding assistance regarding what the woman experiences during this process. The
limitations of health professionals, including nutritionists, are pointed out, in respect to the requirements of
providing breastfeeding assistance. This study evidenced the need to train health professionals to provide
breastfeeding assistance that goes beyond the biological aspect, encompassing all facets of womanhood. In
the same manner, we urge that the debate on the nutritionist’s role in breastfeeding assistance be expanded
as it is still scarce.
Indexing terms: breast feeding; delivery of health care; food and nutrition education; professional role.


1
    Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Nutrição e Saúde. Av. P.H. Rolfs, s/n., 36571-000, Viçosa, MG, Brasil.
    Correspondência para/Correspondence to: R.M.A. ARAÚJO. E-mail:<raraujo@ufv.br>.
2
    Instituto Fernandes Figueira, Cursos de Mestrado e Doutorado em Saúde da Mulher e da Criança. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3
    Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Fernandes Figueira, Bancos de Leite Humano. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.



                                      Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007                                 Revista de Nutrição
432   |   R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA




                      INTRODUÇÃO                                                lidar com os reflexos dessa prática na saúde
                                                                                coletiva. Considerando a supremacia do leite
                            A ciência é unânime ao reconhecer o leite           materno na alimentação inicial da criança, a
                      materno como fonte segura de nutrição para o              amamentação torna-se, portanto, objeto inerente
                      humano1,2 no início de vida, cujos benefícios             à orientação nutricional. Assim, esse profissional
                      ecoam para a idade adulta. Além de nutrir, aten-          configura-se em um importante protagonista na
                      dendo às especificidades fisiológicas do lactente,        viabilização das recomendações oficiais sobre a
                      o seu caráter funcional assegura proteção                 amamentação.
                      imunológica e função moduladora3.
                                                                                        Em atenção à importância da atuação dos
                             Além da dimensão biológica, na prática             profissionais de saúde na promoção do aleita-
                      da amamentação há inúmeros fatores, com dife-             mento materno, faz-se necessário discutir sobre
                      rentes efeitos sobre a dimensão social e a apa-           as demandas da assistência em amamentação e
                      relhagem psíquica dos atores diretamente                  a prática realizada por tais atores.
                      envolvidos.
                                                                                        Diante dessa perspectiva, objetiva-se, neste
                              Na perspectiva da política pública de             artigo, contribuir para uma reflexão sobre o papel
                      saúde, em face dos benefícios que congrega, a             dos profissionais de saúde, entre os quais se inclui
                      amamentação exclusiva até os seis meses de vida           o nutricionista, diante das complexas questões que
                      da criança e a manutenção do aleitamento ma-              permeiam a amamentação.
                      terno até os dois anos de idade ou mais, confi-
                      guraram-se em recomendação oficial4. Este intento
                      impulsionou a realização de inúmeros estudos em           A vivência em amamentação
                      busca de estratégias eficazes para responder à
                      proposição estatal. De maneira geral, os resulta-                Amamentar é o ato de a criança obter o
                      dos são unânimes em apontar o desempenho do               leite materno sugando as mamas, ou a oferta,
                      profissional de saúde como elemento básico para           pela mãe à criança, da mama e seu leite. À luz
                      o sucesso da amamentação5-8.                              dos referenciais teóricos da fisiologia da lactação,
                              Os serviços e profissionais de saúde têm          praticamente, todas as mulheres têm possibi-
                      sido alvo de discussões sobre atitudes e práticas         lidades fisiológicas de amamentar3, porém, esse
                      diante da promoção da amamentação. Constan-               potencial inato não assegura a ocorrência da
                      temente, ambos são responsabilizados pelo                 amamentação. O desmame precoce, apesar da
                      sucesso dessa prática, cuja atuação na promoção,          melhora nos seus índices no Brasil, ainda continua
                      informação e apoio às mulheres estende-se da              sendo uma realidade10-12, dificultando a prática
                      atenção ao pré-natal, ao parto, puerpério imediato        do aleitamento materno exclusivo até os seis
                      e puericultura5-8.                                        meses, preconizada pela Organização Mundial de
                              A valoração dos profissionais de saúde é          Saúde.
                      realçada em documento da 55ª Assembléia                          Muitas mulheres, embora considerem o
                      Mundial de Saúde9, que aponta a necessidade               leite materno a melhor opção alimentar para a
                      de as mães receberem apoio especializado, ou              criança, não amamentam13. Mesmo aquelas que
                      seja, de alguém capaz de ajudá-las a iniciar e            se submetem à rotina assistencial, estabelecida
                      manter práticas apropriadas de alimentação da             pela política estatal como base para o êxito na
                      criança, bem como prevenir e ajudar a superar             amamentação, costumam desmamar seus filhos
                      dificuldades.                                             antes do quarto mês de vida14. Apesar de as mães
                              Neste cenário complexo insere-se o nutri-         valorizarem o leite materno, não se sentem
                      cionista, formado para cuidar da alimentação do           seguras a ponto de adotá-lo como único alimento
                      humano nas diferentes fases do ciclo de vida e            durante o período em que ele é indicado15. Ainda


Revista de Nutrição                                 Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
ALEITAMENTO MATERNO | 433




que a biologia materna concorra para a lactação,           de amamentar. A mulher sente-se cobrada pela
ou seja, o seu arcabouço fisiológico esteja apto           sociedade, que valoriza a maternidade e vê a
para a produção do leite, a amamentação pode               prática de amamentar como uma virtude natural,
não ocorrer.                                               semantizada, um dom divino, puro e universal 24,25.
        Na busca de explicações para essa tendên-          Dessa forma, a mulher anseia por cumprir, como
cia ao desmame, vários estudos foram realizados.           mãe, as tarefas da maternidade e realizar a
As mais freqüentes conclusões sobre os fatores             amamentação. Porém, nem sempre essas tarefas
que concorrem para essa situação referem-se a              são condizentes com o seu cotidiano de mulher-
informações recebidas sobre amamentação,                   mãe-profissional.
trabalho fora do lar e dificuldades encontradas na                 Arantes21, ao estudar o significado da ama-
vivência da amamentação, sendo comuns as ale-              mentação para a mulher que amamenta, também
gações do “leite fraco”, “pouco leite” ou que o            verificou a ambivalência de sentimentos, em que,
“leite secou”16-19.                                        a priori, a mulher percebe a amamentação como
        Esses estudos muito têm contribuído para           algo bom e, num segundo momento, ela reflete
dissipar a nuvem de incertezas quanto aos ele-             sobre suas conseqüências positivas e negativas.
mentos envolvidos no processo de amamentação,              A autora, apoiando-se no discurso de Badinter26
e novos caminhos de investigação têm sido aber-            sobre o mito do amor materno, analisa o primeiro
tos para que se conheça esse fenômeno a partir             momento, em que a amamentação é colocada
da perspectiva da mulher. Essas várias possibili-          do ponto de vista positivo, como resultante da
dades de apreender a realidade da mulher lactante          relação direta que há entre o ato da amamentação
são oriundas do instrumental teórico e metodo-             e o amor materno. Badinter26 assinala que, ainda
lógico da pesquisa qualitativa, que possibilita            hoje, muitos vêem o amor da mãe por seu filho
caminhar para o universo de significações, moti-           como instintivo, natural e inevitável, no qual a
vos, aspirações, atitudes, crenças e valores20.            função materna é evocada como uma vocação
                                                           ou sacrifício, ou seja, a sociedade cobra da mulher
        As mulheres, ao se referirem à amamen-
                                                           o amor materno. Conseqüentemente, em seus
tação, comumente, demonstram essa prática
                                                           relatos, muitas mulheres se posicionam sociocultu-
carregada de aspectos positivos e negativos. O
                                                           ralmente em conformidade com a concepção da
esforço físico da mulher21, a fadiga22, a limitação
                                                           sociedade sobre o processo da amamentação.
no desempenho de suas funções21,23, incluindo o
                                                           Como bem assinala Silva27, o aleitamento materno
cuidado com o seu próprio corpo24, e a difícil
                                                           é um comportamento social mutável, ou seja, pode
conciliação entre o exercício da sexualidade e a
                                                           variar conforme as épocas e os costumes, e a sua
amamentação23 são vistos de forma negativa. Elas
                                                           prática ou a recusa, raramente, é um ato indivi-
também expressam o sentimento de solidão e
                                                           dualmente consciente, estando preso à aprovação
isolamento, e precisam de apoio para a conse-
                                                           do seu grupo social. Segundo esse mesmo autor,
cução da amamentação, demonstrando a necessi-
dade de auxílio externo22,14. Já o contato físico é        na concepção social, o aleitamento materno pode
prazeroso para a mulher, uma vez que possibilita           configurar-se como fardo ou desejo.
maior ligação afetiva entre ela e a criança21.                    Nakano & Mamede28 buscaram apreen-
       Outra constatação, na fala das mulheres,            der os significados que as mulheres atribuem às
é a ambigüidade entre o querer e o poder ama-              vivências e demandas na prática do aleitamento
mentar14. Essa observação aponta para a dificul-           materno, sob o aspecto da identidade feminina.
dade da mulher na tomada de decisão sobre a                Essas autoras identificaram movimentos de
amamentação, provavelmente, em virtude dos                 acomodação e resistência das mulheres frente a
múltiplos papéis que desempenha e da necessi-              essa prática, os quais expressam a influência do
dade de responder ao imputado dever materno                modelo cultural de mãe, que lhes outorga este


                               Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007                          Revista de Nutrição
434   |   R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA




                      papel considerando a sua “natureza” hábil à                 posteriormente, a sua decisão em amamentar.
                      maternagem.                                                 Rezende et al.33 exemplificam: “[...] ver mulheres
                               Da mesma forma que o senso comum                   amamentando às escondidas - longe do pú-
                                                                                  blico - pode transmitir à criança a idéia de que a
                      influencia a percepção da mulher sobre a
                                                                                  amamentação é um evento íntimo talvez até
                      amamentação, a cultura científica também condi-
                                                                                  vergonhoso [...]” (p.235). A questão da expe-
                      ciona a sua conduta perante a amamentação. Isso
                                                                                  riência anterior tem grande significado na assis-
                      é evidenciado por Nakano25, em seu estudo sobre
                                                                                  tência a primíparas que, devido ao fato de nunca
                      as vivências da amamentação para um grupo de
                                                                                  terem tido filho, não passaram pela experiência
                      mulheres: “As mulheres reafirmam o desejo ideali-
                                                                                  da amamentação. Entretanto, é importante consi-
                      zado de amamentar, para “dar o melhor para o
                                                                                  derar a observação feita por Arantes21 de que a
                      seu filho”, respaldando-se no discurso oficial
                                                                                  prática da amamentação é única a cada filho
                      cientificamente instituído [...] Para elas, é preciso
                                                                                  gerado, ou seja, é uma experiência que a mãe
                      ter (leite, experiência, conhecimento) para poder           vivencia de forma diferente no primeiro filho, no
                      amamentar” (p.111).                                         segundo e assim por diante.
                              Apesar de a tomada de decisão pela ama-                     Com base nas pesquisas realizadas no
                      mentação ser complexa, algumas mulheres                     âmbito da amamentação e, em especial, aquelas
                      conseguem vencer os obstáculos e avançar nesse              que focalizaram a vivência de amamentar do pon-
                      processo com maior tranqüilidade. Machado29, ao             to de vista da nutriz, é possível compreender que
                      tentar conhecer como se desenvolve a tomada                 a amamentação apresenta aspectos plurais na sua
                      de decisão pela amamentação, por mulheres que               prática. A sua questão não é somente biológica,
                      o fizeram até os seis meses, observou que há uma            mas também, histórica, social e cultural.
                      motivação interior que as ajuda a superar as                        Conseqüentemente, a amamentação é
                      opiniões contrárias, ou seja, algo que as faz sentir        hoje discutida como uma categoria híbrida, cons-
                      seguras quando decidem amamentar seus filhos.               truída pelos elementos da natureza e da cultura,
                               Dado que a escolha pela amamentação                uma vez que, além de ser biologicamente deter-
                      se desenvolve dentro de um contexto sociocultural,          minada, é socioculturalmente condicionada34.
                      a sua prática é, portanto, influenciada pela cultura,               Ao abordar o tema, a referência não deve
                      pelas crenças e tabus próprios daquele contexto.            se limitar ao fornecimento de nutrientes e seus
                      Exemplo clássico da influência cultural, relaciona-         demais bioelementos, como pondera Almeida34:
                      da às crenças e aos tabus sobre a produção do
                                                                                                Os clássicos parâmetros nutricionais, quí-
                      leite, é o uso dos lactogogos30, alimentos estimu-
                                                                                                micos, físicos, imunológicos, microbioló-
                      lantes da produção láctea31. Segundo Moreira23,
                                                                                                gicos e fisiológicos não podem ficar
                      durante o período lactacional, a mulher valoriza                          circunscritos ao microcosmo dos fenô-
                      a importância da alimentação para uma boa                                 menos - embora importantes - que se
                      produção láctea e incorpora valores culturais na                          estabelecem entre a composição do leite
                      definição de sua dieta.                                                   e a fisiologia do bebê. Eles devem trans-
                             Outro aspecto apontado pelas mulheres                              cender a fronteira biológica em direção
                      refere-se à sua experiência em amamentar.                                 ao social, não para estabelecer um elo
                      Algumas delas valorizam a experiência anterior                            entre essas duas dimensões, em uma
                      ou a oportunidade de acompanhar uma lactante32.                           relação de causa efeito, mas sim para tratar
                      Porém, é preciso considerar que essa experiência,                         dos fenômenos biológicos e fatos sociais
                      nem sempre, irá resultar em um estímulo para a                            que se “hibridizam” naturalmente, em
                      prática da amamentação, pois a mulher poderá                              torno das questões que permeiam o leite
                      vivenciar uma experiência, sua ou de uma outra                            humano e que terminam por configurar
                      pessoa, com significado negativo e isso prejudicar,                       os seus atributos de qualidade (p.23).


Revista de Nutrição                                   Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
ALEITAMENTO MATERNO | 435




       É, pois, considerando esse misto de natu-           levando-as a sentimentos de medo e insegurança.
reza e cultura que encerra a amamentação, que              A autora observa que, no cotidiano da assistência
se devem orientar as ações em prol de sua prática,         em amamentação, é necessário sair do ideal e
seja no âmbito individual, seja coletivo. Por se           contemplar o real na abordagem com a mulher,
constituir num híbrido, a amamentação implica              sendo importante promover reflexões junto a ela,
abordagens que contemplem as informações                   na tentativa de apreender suas razões e moti-
técnicas referentes aos aspectos biológicos da             vações. Observação semelhante fazem Ramos &
lactação, e as questões subjetivas da mulher.              Almeida14, que as mulheres reclamam a falta de
                                                           apoio; porém, apesar de os profissionais perce-
                                                           berem e reconhecerem os anseios da mulher, eles
A assistência em aleitamento materno                       não são capazes de romper com o modelo em
                                                           vigor. Esses autores propõem o desenvolvimento
       O cenário da assistência em aleitamento
                                                           de um trabalho dirigido à mulher, com o propósito
materno descortina um universo multiprofissional,
                                                           de prepará-la para o parto, puerpério e amamen-
em que a atuação desses diversos atores constitui-
                                                           tação, contemplando as questões a ela subjetivas,
se objeto de pesquisas. Esses estudos revelam que
                                                           numa dimensão psicoprofilática.
os profissionais de saúde têm considerado a
amamentação como um ato puramente instintivo                      No ambiente hospitalar, Souza36 observou
e biológico.                                               que a mulher vê-se numa situação de cobrança.
                                                           A equipe de assistência no pós-parto, no aloja-
        Segundo Silva35, o profissional de saúde
                                                           mento conjunto, espera dela sucesso no cuidado
orienta suas ações de incentivo ao aleitamento
                                                           do seu filho e um bom desempenho no estabele-
entendendo esse fenômeno como um ato natural,
                                                           cimento da lactação, e tudo isso em um tempo
decorrente do instinto materno, apesar de reconhe-
                                                           cronológico imposto pela rotina hospitalar, que
cer que esse processo é determinado por objetos
                                                           nem sempre condiz com o seu próprio tempo.
sociais do contexto materno.
                                                                   Leite et al.37 chamam a atenção sobre a
        Nakano25, estudando as vivências de ama-
                                                           dinâmica da assistência em amamentação: “[...]
mentação por um grupo de mulheres, fez a
                                                           é necessário, antes de mais nada , procurarmos
seguinte observação sobre o cotidiano dos pro-
                                                           entender o universo da mulher na sua individuali-
fissionais de saúde na assistência à amamentação:
                                                           dade para que, dessa forma, talvez possamos fazer
           Focalizando seu quadro de referência no         uso fidedigno das articulações dos conhecimentos
           biológico individual, reforça a represen-       do campo biológico com os aspectos sociais para
           tação do fenômeno saúde/doença de               apoiá-la no processo de amamentação” (p.159).
           forma positivista, desconsiderando os
                                                                    Concernente ao nutricionista, apesar da
           condicionantes histórico-sociais que mar-
                                                           escassez de estudos sobre a sua atuação na
           cam definitivamente os modos de perce-
                                                           assistência em amamentação, esta parece não
           ber as situações apresentadas na
                                                           diferir do encontrado para os demais profissionais
           amamentação, além de desconhecer
                                                           que atuam em prol da amamentação.
           todos os aspectos sociais envolvidos tan-
                                                                   Monteiro38 estudou a representação dos
           to na definição como na prática relativa
                                                           docentes e graduandos dos cursos de Nutrição
           aos cuidados realizados (p.108).
                                                           acerca da amamentação. Esse estudo indicou que
        Segundo Arantes21, as mulheres procuram            a abordagem do tema na Nutrição é insuficiente,
o profissional para solucionar os seus problemas           uma vez que não instrumentaliza o aluno para
relativos à vivência da amamentação, mas o                 atuar de forma que considere os aspectos
discurso que ouvem é baseado em normas e regras            socioculturais próprios do contexto de vida da
que não condizem com as suas reais necessidades,           nutriz.


                               Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007                         Revista de Nutrição
436   |   R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA




                             Estudos sobre a atuação do nutricionista            utilização dos nutrientes. A outra corrente se insta-
                      na orientação nutricional, revelam que a práxis            lava na perspectiva social, preocupada, particular-
                      acadêmica da Nutrição, centrada no biológico,              mente, com aspectos relacionados à produção, à
                      tem reflexo na atuação profissional de seus                distribuição e ao consumo de alimentos pela
                      egressos, limitando sua capacidade para lidar com          população brasileira, que deu origem à “Alimenta-
                      os aspectos socioculturais.                                ção Coletiva” e à “Nutrição Social”. Vale acres-
                                                                                 centar a análise de Lima43, segundo a qual a
                              A atividade de orientação nutricional, na
                                                                                 ciência da nutrição foi concebida constituindo-se
                      maioria das vezes, é marcada pela dificuldade
                                                                                 a dietética seu núcleo de identidade.
                      dos profissionais de penetrarem nas dimensões
                      simbólicas e culturais envolvidas nas questões                     A Nutrição no Brasil, portanto, tem seu
                      alimentares39. Observação semelhante foi reali-            lastro histórico delineado pelo modelo biomédico,
                      zada por Amorim et al.40, em estudo desenvolvido           o que, conseqüentemente, condiciona a prática
                      com o propósito de conhecer a percepção de                 profissional a uma abordagem reducionista na
                      pediatras e nutricionistas sobre sua formação e            atenção à alimentação e, mais especificamente,
                                                                                 na atenção à amamentação que representa um
                      sobre a contribuição desta no trato com a clientela.
                                                                                 universo mais amplo de peculiaridades emocionais
                      Os autores constataram uma inabilidade desses
                                                                                 e sociais da mulher.
                      profissionais de atuar junto à sua clientela numa
                      visão holística, e concluíram que isso ocorre em                   A amamentação, um processo alimentar
                      virtude do processo de formação acadêmica, em              que oferta alimento nutricionalmente completo
                      que predomina o modelo biológico cartesiano.               para o bebê, constitui-se num fenômeno comple-
                      Bosi 41 reforça esta análise: [...] a Nutrição             xo, no qual estão envolvidos aspectos biológicos,
                      desnuda-se do seu caráter social, na medida em             psicológicos e sociais, estando intimamente asso-
                      que o discurso dominante vai se ocupar do estudo           ciado à cultura16,21,44. Assim, torna-se imperativo
                      da nutrição a partir do momento da ingestão, ou            ao nutricionista atuar numa visão holística, ou seja,
                                                                                 considerando toda a complexidade que envolve
                      seja, da relação do alimento em si com o
                                                                                 a prática da amamentação. Tal proposta coaduna-
                      organismo, sem considerar que esta ingestão tem
                                                                                 se com as Diretrizes Curriculares para os cursos
                      antecedentes fundamentalmente sociais [...]
                                                                                 de graduação em Nutrição, especificamente no
                      (p.51).
                                                                                 item XVII do Art.4º, que trata das competências e
                              Essa concepção biológica no campo do               habilidades deste profissional: “investigar e aplicar
                      saber e das práticas da Nutrição no Brasil tem sua         conhecimentos com visão holística do ser humano,
                      raiz no processo de surgimento dos cursos de               integrando equipes multiprofissionais”45 (p.39).
                      Nutrição no País. O campo da Nutrição foi consti-
                      tuído por duas correntes bem definidas e distintas
                      do saber médico42: uma voltada para o indivíduo                        CONSIDERAÇÕES FINAIS
                      em sua dimensão clínica e a outra para o coletivo,
                      com suas respectivas dinâmicas sociais. A dimen-                  Os estudos realizados com o intuito de
                      são clínica deu origem à Nutrição Clínica ou               conhecer a percepção da mulher-mãe-lactante
                      Dietoterapia, direcionada para a prática de ações          sobre a prática da amamentação mostram a com-
                      de caráter individual, centradas no “alimento              plexidade desse ato, uma vez que envolve uma
                      como agente de tratamento”, bem como originou              série de fatores, principalmente, psicossociais.
                      a “Nutrição Básica e Fundamental” voltada ao                      Orientar para a amamentação é um grande
                      desenvolvimento de pesquisas básicas de caráter            desafio para o profissional de saúde, uma vez que
                      experimental e laboratorial. Essa corrente se              ele se depara com uma demanda para a qual
                      preocupava, essencialmente, com aspectos clínico           não foi preparado, e que exige sensibilidade e
                      - fisiológicos relacionados ao consumo e à                 habilidade no seu trato.


Revista de Nutrição                                  Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
ALEITAMENTO MATERNO | 437




       Evidencia-se, portanto, a necessidade da               10. Rea MF. Reflexões sobre a amamentação no Brasil:
capacitação do profissional de saúde para atuar                   de como passamos a 10 meses de duração. Cad
                                                                  Saúde Pública. 2003; 19(Supl 1):37-45.
na assistência em amamentação numa aborda-
                                                              11. Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil.
gem que ultrapasse as fronteiras do biológico,
                                                                  Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. 1996.
compreendendo a nutriz em todas as suas dimen-                    Rio de Janeiro: IBGE; 1997.
sões do ser mulher.                                           12. Brasil. Ministério da Saúde. Prevalência de
       Da mesma forma, urge que se amplie o                       aleitamento materno nas capitais brasileiras e no
debate, ainda escasso, sobre a atuação do                         Distrito Federal. Relatório Final. Brasília: Ministério
                                                                  da Saúde; 2000.
nutricionista na assistência à amamentação,
                                                              13. Sandre-Pereira G, Colares LGT, Carmo MGT, Soares
visando a potencializar seu desempenho na
                                                                  EA. Conhecimentos maternos sobre amamentação
orientação dessa prática.                                         entre puérperas inscritas em programa de pré-
                                                                  -natal. Cad Saúde Pública. 2000; 16(2):457-66.
                                                              14. Ramos CV, Almeida JAG. Alegações maternas para
REFERÊNCIAS                                                       o desmame: estudo qualitativo. J Pediatr. (Rio J.)
                                                                  2003; 79(5):385-90.
1. World Health Organization. The optimal duration
                                                              15. Soares NT, Guimarães ARP, Sampaio HAC, Almeida
   of exclusive breastfeeding. Results of a WHO
                                                                  PC, Coelho RR. Padrão alimentar de lactentes
   systematic review. Note for the press 7 [on line]
                                                                  residentes em áreas periféricas de Fortaleza. Rev
   2001 April 2: 1-6. Available from: http://www.who.
                                                                  Nutr. 2000; 13 (3):167-76.
   int/inf-pr-2001/en/note2001-07.html
                                                              16. Rea MF, Cukier R. Razões de desmame e de intro-
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas
                                                                  dução da mamadeira. Uma abordagem alternativa
   Públicas de Saúde. Guia alimentar para crianças
                                                                  para seu estudo. Rev Saúde Pública. 1988; 22(3):
   menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde;
                                                                  184-91.
   2002.
                                                              17. Siqueira R. Reflexões sobre as causas de desmame
3. Akré J. Alimentação infantil: bases fisiológicas. 2a.
                                                                  precoce observadas em dinâmicas de grupo de
   ed. São Paulo: IBFAN; 1997.
                                                                  incentivo ao aleitamento materno. J Pediatr. (Rio
4. World Health Organization. Global strategy for                 J.) 1994; 70(1):16-20.
   infant and young child feeding. In: 54th World
                                                              18. Venâncio SI, Escuder MML, Kitoko P, Rea, MF,
   Health Assembly; 2001 may 1; Geneva. p1-4.
                                                                  Monteiro, CA. Freqüência e determinantes do
   World Health Organization (WHA54/Inf.Doc./4).
                                                                  aleitamento materno em municípios do Estado de
5. Susin LRO, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M,                 São Paulo. Rev Saúde Pública. 2002; 36(3):313-8.
   Benjamim ACW, Machado DB, et al. Uma estratégia
                                                              19. Vieira GO, Almeida JAG, Silva LR, Cabral VA,
   simples que aumenta os conhecimentos das mães
                                                                  Santana PV. Fatores associados ao aleitamento
   em aleitamento materno e melhora as taxas de
                                                                  materno e desmame em Feira de Santana, Bahia.
   amamentação. J Pediatr. (Rio J.) 1998; 74(5):
                                                                  Rev Bras Saúde Mater Infant. 2004; 4(2):143-50.
   368-76.
                                                              20. Minayo MCS. O desafio do conhecimento:
6. Bracco NH, Taddei JAAC. Mudança de conheci-
                                                                  pesquisa qualitativa em saúde. 4a. ed. São Paulo:
   mento de gestantes em aleitamento materno
                                                                  Hucitec; 1996.
   através de atividade educacional. Rev Paul Pediatr.
   2000; 18(1):7-14.                                          21. Arantes CLS. Amamentação: visão das mulheres
                                                                  que amamentam. J Pediatr. (Rio J.) 1995; 71(4):
7. Souza LMBM. Promoção, proteção e apoio. Apoio?
                                                                  195-202.
   Representações sociais em aleitamento materno
   [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes         22. Adesse L. Amamentação: um ato contraditório
   Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 1996.                         [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes
8. Organização Mundial da Saúde. Uma declaração                   Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 1994.
   conjunta OMS/UNICEF - proteção, promoção e                 23. Moreira KFA. Aleitamento a luz dos direitos
   apoio ao aleitamento materno: o papel especial                 reprodutivos da mulher: afinal do que se trata?
   dos serviços materno-infantis. Genebra; 1989.                  [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfer-
                                                                  magem de Ribeirão Preto, Universidade de São
9. World Health Organization. Infant and young child
                                                                  Paulo; 2003.
   nutrition. In: 55th World Health Assembly; 2002
   April 16; Geneva. p1-21. World Health Organization         24. Nakano MAS. O aleitamento materno no cotidiano
   (WHA55/15).                                                    feminino [dissertação]. Ribeirão Preto: Faculdade


                                  Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007                                 Revista de Nutrição
438   |   R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA




                          de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de            35. Silva IA. Construindo perspectivas sobre a assis-
                          São Paulo; 1996.                                              tência em amamentação: um processo interacional
                      25. Nakano AMS. As vivências da amamentação para                  [livre-docência]. São Paulo: Escola de Enfermagem,
                          um grupo de mulheres: nos limites de ser “o corpo             Universidade de São Paulo; 1999.
                          para o filho” e de ser “o corpo para si” [livre           36. Souza KS. O dito e o não dito da amamentação: o
                          docência]. Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina              sentido de mães nutrizes na vivência do alojamento
                          de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo;                 conjunto [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola de
                          2003.                                                         Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do
                                                                                        Rio de Janeiro; 2000.
                      26. Badinter E. Um amor conquistado: o mito do amor
                          materno. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira;          37. Leite AM, Silva IA, Scochi CGS. Comunicação não-
                          1985.                                                         -verbal: uma contribuição para o aconselhamento
                                                                                        em amamentação. Rev Latino-Am Enfermagem.
                      27. Silva AAM. Amamentação: fardo ou desejo?
                                                                                        2004; 12(2):258-64.
                          Estudo histórico social dos deveres e práticas sobre
                          aleitamento na sociedade brasileira [dissertação].        38. Monteiro KAO. O nutricionista e a amamentação:
                          Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina de Ribeirão             formação e docência para uma prática profissional
                          Preto, Universidade de São Paulo; 1990.                       [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes
                                                                                        Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2000.
                      28. Nakano AMS, Mamede MV. A prática do aleita-
                          mento materno em um grupo de mulheres brasi-              39. Tonial SR. Desnutrição e obesidade: faces contra-
                          leiras: movimento de acomodação e resistência.                ditórias na miséria e na abundância [tese]. Rio de
                                                                                        Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fundação
                          Rev Latino-Am. Enfermagem. 1999; 7(3):69-76.
                                                                                        Oswaldo Cruz; 2001.
                      29. Machado MMTM. A conquista da amamentação:
                                                                                    40. Amorim STSP, Moreira H, Carraro TE. A formação
                          o olhar da mulher [dissertação]. Fortaleza: Univer-
                                                                                        de pediatras e nutricionistas: a dimensão humana.
                          sidade Federal do Ceará; 1999.
                                                                                        Rev Nutr. 2001; 14(2):111-8.
                      30. Ichisato SMT, Shimoa AKK. Aleitamento materno
                                                                                    41. Bosi MLMA. A face oculta da nutrição: ciência e
                          e as crenças alimentares. Rev Latino-Am Enferma-
                                                                                        ideologia. Rio de Janeiro: UFRJ; 1988.
                          gem. 2001; 9(5):70-6.
                                                                                    42. Vasconcelos FAG. O nutricionista no Brasil: uma
                      31. Ichisato SMT. Lactogogos e a mulher lactante                  análise histórica. Rev Nutr. 2002; 15(2):127-38.
                          [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem
                          de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo;             43. Lima ES. Gênese e constituição da educação
                          1999.                                                         alimentar: a instauração da norma. Hist Ciênc Saúde
                                                                                        - Manguinhos. 1998; 5(1):57-83.
                      32. Ramos CV. Amamentação: do discurso à práti-
                          ca - um estudo sobre a percepção de mulheres              44. Araújo LDS. Querer/Poder amamentar: uma
                                                                                        questão de representação? Londrina: UEL; 1997.
                          assistidas na MDER - Teresina - Piauí [dissertação].
                          Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira,             45. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara
                          Fundação Oswaldo Cruz; 2000.                                  de Educação Superior. Resolução CNE/CES 5/2001.
                                                                                        Diretrizes curriculares nacionais do curso de
                      33. Rezende MA, Sigaud CHS, Veríssimo MDLOR,
                                                                                        graduação em nutrição. Diário Oficial da União.
                          Chiesa AM, Bertolozzi MR. O processo de comu-
                                                                                        2001; 9 nov.; Seção 1, p.39.
                          nicação na promoção do aleitamento materno. Rev
                          Latino-Am Enfermagem. 2002; 10(2):234-8.
                                                                                                    Recebido em: 21/11/2005
                      34. Almeida JAG. Amamentação: um híbrido natureza                             Versão final reapresentada em: 30/10/2006
                          cultura. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1999.                                   Aprovado em: 22/12/2006




Revista de Nutrição                                     Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...Biblioteca Virtual
 
Projeto monografia 1 parte
Projeto monografia 1 parteProjeto monografia 1 parte
Projeto monografia 1 parteCal Fernandes
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...Biblioteca Virtual
 
TraçO E Estado De Ansiedade De Nutrizes
TraçO E Estado De Ansiedade De NutrizesTraçO E Estado De Ansiedade De Nutrizes
TraçO E Estado De Ansiedade De NutrizesBiblioteca Virtual
 
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...Biblioteca Virtual
 
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...Biblioteca Virtual
 
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...Biblioteca Virtual
 
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...Biblioteca Virtual
 
Enfermagem E Aleitamento Materno
Enfermagem E Aleitamento MaternoEnfermagem E Aleitamento Materno
Enfermagem E Aleitamento MaternoBiblioteca Virtual
 
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...Biblioteca Virtual
 
Aleitamento Materno Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...
Aleitamento Materno   Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...Aleitamento Materno   Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...
Aleitamento Materno Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...Biblioteca Virtual
 
Margareth miranda ayres
Margareth miranda ayresMargareth miranda ayres
Margareth miranda ayresTamyslast
 
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento Infantil
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento InfantilEfeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento Infantil
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento InfantilBiblioteca Virtual
 
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De MedidaMotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De MedidaBiblioteca Virtual
 
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...Biblioteca Virtual
 

Was ist angesagt? (18)

AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
 
Projeto monografia 1 parte
Projeto monografia 1 parteProjeto monografia 1 parte
Projeto monografia 1 parte
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
 
TraçO E Estado De Ansiedade De Nutrizes
TraçO E Estado De Ansiedade De NutrizesTraçO E Estado De Ansiedade De Nutrizes
TraçO E Estado De Ansiedade De Nutrizes
 
Especialização em Aleitamento Materno 2019/20
Especialização em Aleitamento Materno 2019/20Especialização em Aleitamento Materno 2019/20
Especialização em Aleitamento Materno 2019/20
 
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...
DuraçãO Do Aleitamento Materno, Regime Alimentar E Fatores Associados Segundo...
 
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...
Fatores Associados à DuraçãO Do Aleitamento Materno Em CriançAs De FamíLias D...
 
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...
Incentivo Ao Aleitamento Materno Uma AvaliaçãO Das Equipes De SaúDe Da FamíLi...
 
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...
EvoluçãO Do Aleitamento Materno Em Uma Capital Da RegiãO Centro Oeste Do Bras...
 
Enfermagem E Aleitamento Materno
Enfermagem E Aleitamento MaternoEnfermagem E Aleitamento Materno
Enfermagem E Aleitamento Materno
 
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...
Incentivo Ao Aleitamento Materno A ImportâNcia Do Pediatra Com Treinamento Es...
 
Tcc lucia
Tcc luciaTcc lucia
Tcc lucia
 
258 1954-1-pb
258 1954-1-pb258 1954-1-pb
258 1954-1-pb
 
Aleitamento Materno Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...
Aleitamento Materno   Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...Aleitamento Materno   Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...
Aleitamento Materno Uma ContribuiçãO CientíFica Para A PráTica Do Profissio...
 
Margareth miranda ayres
Margareth miranda ayresMargareth miranda ayres
Margareth miranda ayres
 
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento Infantil
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento InfantilEfeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento Infantil
Efeito Das PráTicas Alimentares Sobre O Crescimento Infantil
 
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De MedidaMotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
 
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...
PrevalêNcia Do Aleitamento Materno Na RegiãO Noroeste De Campinas, SãO Paulo,...
 

Ähnlich wie O desafio dos profissionais de saúde compreenderem a experiência do aleitamento materno

AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...Biblioteca Virtual
 
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na Comunidade
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na ComunidadePromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na Comunidade
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na ComunidadeBiblioteca Virtual
 
Aconselhamento em amamentacao e sua pratica
Aconselhamento em amamentacao e sua praticaAconselhamento em amamentacao e sua pratica
Aconselhamento em amamentacao e sua praticabancodeleite
 
A importância do pediatra com treinamento específico
A importância do pediatra com treinamento específicoA importância do pediatra com treinamento específico
A importância do pediatra com treinamento específicobancodeleite
 
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of Very
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of VeryEffect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of Very
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of VeryBiblioteca Virtual
 
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe DaBenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe DaBiblioteca Virtual
 
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...Biblioteca Virtual
 
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRio
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRioProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRio
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRioBiblioteca Virtual
 
Amamentação, um resgate histórico
Amamentação, um resgate históricoAmamentação, um resgate histórico
Amamentação, um resgate históricoRosemary Zillig Chile
 
Uso Do Copinho No Alojamento Canguru
Uso Do Copinho No Alojamento CanguruUso Do Copinho No Alojamento Canguru
Uso Do Copinho No Alojamento CanguruBiblioteca Virtual
 
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO à
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO àAtitudes De Mulheres Em RelaçãO à
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO àBiblioteca Virtual
 
Mastite Puerperal Estudo De Fatores Predisponentes
Mastite Puerperal Estudo De  Fatores PredisponentesMastite Puerperal Estudo De  Fatores Predisponentes
Mastite Puerperal Estudo De Fatores PredisponentesBiblioteca Virtual
 
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento Materno
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento MaternoOs Profissionais De SaúDe E O Aleitamento Materno
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento MaternoBiblioteca Virtual
 
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...Biblioteca Virtual
 
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...Biblioteca Virtual
 

Ähnlich wie O desafio dos profissionais de saúde compreenderem a experiência do aleitamento materno (18)

AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
AnáLise Da Efetividade De Um Programa De Incentivo Ao Aleitamento Materno Exc...
 
Aleitamento materno2 (2) (1)
Aleitamento materno2 (2) (1)Aleitamento materno2 (2) (1)
Aleitamento materno2 (2) (1)
 
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na Comunidade
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na ComunidadePromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na Comunidade
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Na Comunidade
 
Aconselhamento em amamentacao e sua pratica
Aconselhamento em amamentacao e sua praticaAconselhamento em amamentacao e sua pratica
Aconselhamento em amamentacao e sua pratica
 
A importância do pediatra com treinamento específico
A importância do pediatra com treinamento específicoA importância do pediatra com treinamento específico
A importância do pediatra com treinamento específico
 
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of Very
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of VeryEffect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of Very
Effect Of Intervention On The Rates Of Breastfeeding Of Very
 
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe DaBenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da
BenefíCios Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da
 
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...
O Aleitamento Materno Na PóS GraduaçãO Em NutriçãO No Brasil Um Perfil Das Di...
 
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRio
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRioProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRio
ProteçãO, PromoçãO E Apoio Ao Aleitamento Materno Em Um Hospital UniversitáRio
 
Joanabordalo Aleitam
Joanabordalo AleitamJoanabordalo Aleitam
Joanabordalo Aleitam
 
Amamentação, um resgate histórico
Amamentação, um resgate históricoAmamentação, um resgate histórico
Amamentação, um resgate histórico
 
Uso Do Copinho No Alojamento Canguru
Uso Do Copinho No Alojamento CanguruUso Do Copinho No Alojamento Canguru
Uso Do Copinho No Alojamento Canguru
 
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO à
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO àAtitudes De Mulheres Em RelaçãO à
Atitudes De Mulheres Em RelaçãO à
 
Mastite Puerperal Estudo De Fatores Predisponentes
Mastite Puerperal Estudo De  Fatores PredisponentesMastite Puerperal Estudo De  Fatores Predisponentes
Mastite Puerperal Estudo De Fatores Predisponentes
 
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento Materno
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento MaternoOs Profissionais De SaúDe E O Aleitamento Materno
Os Profissionais De SaúDe E O Aleitamento Materno
 
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...
Compreendendo A PráTica Do Aleitamento Exclusivo Um Estudo Junto A Lactantes ...
 
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...
As RepresentaçõEs Sociais Do Aleitamento Materno Para MãEs De Prematuros Em U...
 
Gestaçã artigo
Gestaçã artigoGestaçã artigo
Gestaçã artigo
 

Mehr von Biblioteca Virtual

Aleitamento Materno Manual De OrientaçãO
Aleitamento Materno   Manual De OrientaçãOAleitamento Materno   Manual De OrientaçãO
Aleitamento Materno Manual De OrientaçãOBiblioteca Virtual
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationBiblioteca Virtual
 
Lactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level ILactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level IBiblioteca Virtual
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...Biblioteca Virtual
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationBiblioteca Virtual
 
Uk Formula Marketing Practices
Uk Formula Marketing PracticesUk Formula Marketing Practices
Uk Formula Marketing PracticesBiblioteca Virtual
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationBiblioteca Virtual
 
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina Um Estudo De Caso
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina   Um Estudo De CasoO Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina   Um Estudo De Caso
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina Um Estudo De CasoBiblioteca Virtual
 
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...Biblioteca Virtual
 
Lactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level ILactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level IBiblioteca Virtual
 
Iblce Regional Office In Europe Candidate Information Guide
Iblce Regional Office In Europe   Candidate Information GuideIblce Regional Office In Europe   Candidate Information Guide
Iblce Regional Office In Europe Candidate Information GuideBiblioteca Virtual
 
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que Amamenta
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que AmamentaA ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que Amamenta
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que AmamentaBiblioteca Virtual
 
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...Biblioteca Virtual
 
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male Infertility
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male InfertilityContribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male Infertility
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male InfertilityBiblioteca Virtual
 
Contraindications To Breastfeeding
Contraindications To BreastfeedingContraindications To Breastfeeding
Contraindications To BreastfeedingBiblioteca Virtual
 
Contraception And Breastfeeding
Contraception And BreastfeedingContraception And Breastfeeding
Contraception And BreastfeedingBiblioteca Virtual
 
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...Biblioteca Virtual
 

Mehr von Biblioteca Virtual (20)

Aleitamento Materno Manual De OrientaçãO
Aleitamento Materno   Manual De OrientaçãOAleitamento Materno   Manual De OrientaçãO
Aleitamento Materno Manual De OrientaçãO
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
 
Lactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level ILactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level I
 
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
AvaliaçãO Do Impacto De Um Programa De Puericultura Na PromoçãO Da Amamentaçã...
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
 
Uk Formula Marketing Practices
Uk Formula Marketing PracticesUk Formula Marketing Practices
Uk Formula Marketing Practices
 
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce ExaminationStatistical Report Of The 2008 Iblce Examination
Statistical Report Of The 2008 Iblce Examination
 
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina Um Estudo De Caso
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina   Um Estudo De CasoO Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina   Um Estudo De Caso
O Ensino De Aleitamento Materno Na GraduaçãO Em Medicina Um Estudo De Caso
 
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...No Seio Da FamíLia   AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
No Seio Da FamíLia AmamentaçãO E PromoçãO Da SaúDe No Programa De SaúDe Da ...
 
Lactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level ILactation Management Self Study Modules Level I
Lactation Management Self Study Modules Level I
 
Iblce Regional Office In Europe Candidate Information Guide
Iblce Regional Office In Europe   Candidate Information GuideIblce Regional Office In Europe   Candidate Information Guide
Iblce Regional Office In Europe Candidate Information Guide
 
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que Amamenta
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que AmamentaA ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que Amamenta
A ImportâNcia Da AmamentaçãO Para A SaúDe Da Mulher Que Amamenta
 
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...
 
Anatomofisiologia[1]
Anatomofisiologia[1]Anatomofisiologia[1]
Anatomofisiologia[1]
 
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male Infertility
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male InfertilityContribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male Infertility
Contribution Of Environmental Factors To The Risk Of Male Infertility
 
Contraindications To Breastfeeding
Contraindications To BreastfeedingContraindications To Breastfeeding
Contraindications To Breastfeeding
 
Contraception And Breastfeeding
Contraception And BreastfeedingContraception And Breastfeeding
Contraception And Breastfeeding
 
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...
Contamination Of Bottles Used For Feeding Reconstituted Powdered Infant Formu...
 
Conselhos àS MãEs
Conselhos àS MãEsConselhos àS MãEs
Conselhos àS MãEs
 
Conselhos Aos Pais
Conselhos Aos PaisConselhos Aos Pais
Conselhos Aos Pais
 

O desafio dos profissionais de saúde compreenderem a experiência do aleitamento materno

  • 1. ALEITAMENTO MATERNO | 431 COMUNICAÇÃO | COMMUNICATION Aleitamento materno: o desafio de compreender a vivência Breastfeeding: the challenge to understand the experience Raquel Maria Amaral ARAÚJO 1 João Aprígio Guerra de ALMEIDA 2,3 RESUMO Este trabalho visa contribuir para uma reflexão sobre o papel dos profissionais de saúde perante a mulher que vivencia o processo da amamentação. Foram utilizadas publicações acerca do tema, oriundas de revistas científicas, teses, dissertações, livros técnicos e publicações de organismos nacionais e internacionais. Essa reflexão parte das evidências científicas acerca das demandas da assistência em amamentação, no que se refere à vivência da mulher nesse processo. São apontadas as limitações dos profissionais de saúde, inclusive do nutricionista, diante das exigências no assistir em amamentação. Evidenciou-se, neste estudo, a necessidade da capacitação dos profissionais de saúde para atuar na assistência em amamentação, numa abordagem que ultrapasse as fronteiras do biológico, compreendendo a nutriz em todas as dimensões do ser mulher. Da mesma forma, urge que se amplie o debate, ainda escasso, sobre a atuação do nutricionista na assistência à amamentação. Termos de indexação: aleitamento materno; assistência à saúde; educação alimentar e nutricional; papel profissional. ABSTRACT This work aims to contribute to a reflection on the role of health professionals regarding women who breastfeed. Publications from scientific journals, theses, dissertations, textbooks and papers from national and international organizations were consulted. This reflection originates from the scientific evidences on the requirements of breastfeeding assistance regarding what the woman experiences during this process. The limitations of health professionals, including nutritionists, are pointed out, in respect to the requirements of providing breastfeeding assistance. This study evidenced the need to train health professionals to provide breastfeeding assistance that goes beyond the biological aspect, encompassing all facets of womanhood. In the same manner, we urge that the debate on the nutritionist’s role in breastfeeding assistance be expanded as it is still scarce. Indexing terms: breast feeding; delivery of health care; food and nutrition education; professional role. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Nutrição e Saúde. Av. P.H. Rolfs, s/n., 36571-000, Viçosa, MG, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: R.M.A. ARAÚJO. E-mail:<raraujo@ufv.br>. 2 Instituto Fernandes Figueira, Cursos de Mestrado e Doutorado em Saúde da Mulher e da Criança. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Fernandes Figueira, Bancos de Leite Humano. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007 Revista de Nutrição
  • 2. 432 | R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA INTRODUÇÃO lidar com os reflexos dessa prática na saúde coletiva. Considerando a supremacia do leite A ciência é unânime ao reconhecer o leite materno na alimentação inicial da criança, a materno como fonte segura de nutrição para o amamentação torna-se, portanto, objeto inerente humano1,2 no início de vida, cujos benefícios à orientação nutricional. Assim, esse profissional ecoam para a idade adulta. Além de nutrir, aten- configura-se em um importante protagonista na dendo às especificidades fisiológicas do lactente, viabilização das recomendações oficiais sobre a o seu caráter funcional assegura proteção amamentação. imunológica e função moduladora3. Em atenção à importância da atuação dos Além da dimensão biológica, na prática profissionais de saúde na promoção do aleita- da amamentação há inúmeros fatores, com dife- mento materno, faz-se necessário discutir sobre rentes efeitos sobre a dimensão social e a apa- as demandas da assistência em amamentação e relhagem psíquica dos atores diretamente a prática realizada por tais atores. envolvidos. Diante dessa perspectiva, objetiva-se, neste Na perspectiva da política pública de artigo, contribuir para uma reflexão sobre o papel saúde, em face dos benefícios que congrega, a dos profissionais de saúde, entre os quais se inclui amamentação exclusiva até os seis meses de vida o nutricionista, diante das complexas questões que da criança e a manutenção do aleitamento ma- permeiam a amamentação. terno até os dois anos de idade ou mais, confi- guraram-se em recomendação oficial4. Este intento impulsionou a realização de inúmeros estudos em A vivência em amamentação busca de estratégias eficazes para responder à proposição estatal. De maneira geral, os resulta- Amamentar é o ato de a criança obter o dos são unânimes em apontar o desempenho do leite materno sugando as mamas, ou a oferta, profissional de saúde como elemento básico para pela mãe à criança, da mama e seu leite. À luz o sucesso da amamentação5-8. dos referenciais teóricos da fisiologia da lactação, Os serviços e profissionais de saúde têm praticamente, todas as mulheres têm possibi- sido alvo de discussões sobre atitudes e práticas lidades fisiológicas de amamentar3, porém, esse diante da promoção da amamentação. Constan- potencial inato não assegura a ocorrência da temente, ambos são responsabilizados pelo amamentação. O desmame precoce, apesar da sucesso dessa prática, cuja atuação na promoção, melhora nos seus índices no Brasil, ainda continua informação e apoio às mulheres estende-se da sendo uma realidade10-12, dificultando a prática atenção ao pré-natal, ao parto, puerpério imediato do aleitamento materno exclusivo até os seis e puericultura5-8. meses, preconizada pela Organização Mundial de A valoração dos profissionais de saúde é Saúde. realçada em documento da 55ª Assembléia Muitas mulheres, embora considerem o Mundial de Saúde9, que aponta a necessidade leite materno a melhor opção alimentar para a de as mães receberem apoio especializado, ou criança, não amamentam13. Mesmo aquelas que seja, de alguém capaz de ajudá-las a iniciar e se submetem à rotina assistencial, estabelecida manter práticas apropriadas de alimentação da pela política estatal como base para o êxito na criança, bem como prevenir e ajudar a superar amamentação, costumam desmamar seus filhos dificuldades. antes do quarto mês de vida14. Apesar de as mães Neste cenário complexo insere-se o nutri- valorizarem o leite materno, não se sentem cionista, formado para cuidar da alimentação do seguras a ponto de adotá-lo como único alimento humano nas diferentes fases do ciclo de vida e durante o período em que ele é indicado15. Ainda Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
  • 3. ALEITAMENTO MATERNO | 433 que a biologia materna concorra para a lactação, de amamentar. A mulher sente-se cobrada pela ou seja, o seu arcabouço fisiológico esteja apto sociedade, que valoriza a maternidade e vê a para a produção do leite, a amamentação pode prática de amamentar como uma virtude natural, não ocorrer. semantizada, um dom divino, puro e universal 24,25. Na busca de explicações para essa tendên- Dessa forma, a mulher anseia por cumprir, como cia ao desmame, vários estudos foram realizados. mãe, as tarefas da maternidade e realizar a As mais freqüentes conclusões sobre os fatores amamentação. Porém, nem sempre essas tarefas que concorrem para essa situação referem-se a são condizentes com o seu cotidiano de mulher- informações recebidas sobre amamentação, mãe-profissional. trabalho fora do lar e dificuldades encontradas na Arantes21, ao estudar o significado da ama- vivência da amamentação, sendo comuns as ale- mentação para a mulher que amamenta, também gações do “leite fraco”, “pouco leite” ou que o verificou a ambivalência de sentimentos, em que, “leite secou”16-19. a priori, a mulher percebe a amamentação como Esses estudos muito têm contribuído para algo bom e, num segundo momento, ela reflete dissipar a nuvem de incertezas quanto aos ele- sobre suas conseqüências positivas e negativas. mentos envolvidos no processo de amamentação, A autora, apoiando-se no discurso de Badinter26 e novos caminhos de investigação têm sido aber- sobre o mito do amor materno, analisa o primeiro tos para que se conheça esse fenômeno a partir momento, em que a amamentação é colocada da perspectiva da mulher. Essas várias possibili- do ponto de vista positivo, como resultante da dades de apreender a realidade da mulher lactante relação direta que há entre o ato da amamentação são oriundas do instrumental teórico e metodo- e o amor materno. Badinter26 assinala que, ainda lógico da pesquisa qualitativa, que possibilita hoje, muitos vêem o amor da mãe por seu filho caminhar para o universo de significações, moti- como instintivo, natural e inevitável, no qual a vos, aspirações, atitudes, crenças e valores20. função materna é evocada como uma vocação ou sacrifício, ou seja, a sociedade cobra da mulher As mulheres, ao se referirem à amamen- o amor materno. Conseqüentemente, em seus tação, comumente, demonstram essa prática relatos, muitas mulheres se posicionam sociocultu- carregada de aspectos positivos e negativos. O ralmente em conformidade com a concepção da esforço físico da mulher21, a fadiga22, a limitação sociedade sobre o processo da amamentação. no desempenho de suas funções21,23, incluindo o Como bem assinala Silva27, o aleitamento materno cuidado com o seu próprio corpo24, e a difícil é um comportamento social mutável, ou seja, pode conciliação entre o exercício da sexualidade e a variar conforme as épocas e os costumes, e a sua amamentação23 são vistos de forma negativa. Elas prática ou a recusa, raramente, é um ato indivi- também expressam o sentimento de solidão e dualmente consciente, estando preso à aprovação isolamento, e precisam de apoio para a conse- do seu grupo social. Segundo esse mesmo autor, cução da amamentação, demonstrando a necessi- dade de auxílio externo22,14. Já o contato físico é na concepção social, o aleitamento materno pode prazeroso para a mulher, uma vez que possibilita configurar-se como fardo ou desejo. maior ligação afetiva entre ela e a criança21. Nakano & Mamede28 buscaram apreen- Outra constatação, na fala das mulheres, der os significados que as mulheres atribuem às é a ambigüidade entre o querer e o poder ama- vivências e demandas na prática do aleitamento mentar14. Essa observação aponta para a dificul- materno, sob o aspecto da identidade feminina. dade da mulher na tomada de decisão sobre a Essas autoras identificaram movimentos de amamentação, provavelmente, em virtude dos acomodação e resistência das mulheres frente a múltiplos papéis que desempenha e da necessi- essa prática, os quais expressam a influência do dade de responder ao imputado dever materno modelo cultural de mãe, que lhes outorga este Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007 Revista de Nutrição
  • 4. 434 | R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA papel considerando a sua “natureza” hábil à posteriormente, a sua decisão em amamentar. maternagem. Rezende et al.33 exemplificam: “[...] ver mulheres Da mesma forma que o senso comum amamentando às escondidas - longe do pú- blico - pode transmitir à criança a idéia de que a influencia a percepção da mulher sobre a amamentação é um evento íntimo talvez até amamentação, a cultura científica também condi- vergonhoso [...]” (p.235). A questão da expe- ciona a sua conduta perante a amamentação. Isso riência anterior tem grande significado na assis- é evidenciado por Nakano25, em seu estudo sobre tência a primíparas que, devido ao fato de nunca as vivências da amamentação para um grupo de terem tido filho, não passaram pela experiência mulheres: “As mulheres reafirmam o desejo ideali- da amamentação. Entretanto, é importante consi- zado de amamentar, para “dar o melhor para o derar a observação feita por Arantes21 de que a seu filho”, respaldando-se no discurso oficial prática da amamentação é única a cada filho cientificamente instituído [...] Para elas, é preciso gerado, ou seja, é uma experiência que a mãe ter (leite, experiência, conhecimento) para poder vivencia de forma diferente no primeiro filho, no amamentar” (p.111). segundo e assim por diante. Apesar de a tomada de decisão pela ama- Com base nas pesquisas realizadas no mentação ser complexa, algumas mulheres âmbito da amamentação e, em especial, aquelas conseguem vencer os obstáculos e avançar nesse que focalizaram a vivência de amamentar do pon- processo com maior tranqüilidade. Machado29, ao to de vista da nutriz, é possível compreender que tentar conhecer como se desenvolve a tomada a amamentação apresenta aspectos plurais na sua de decisão pela amamentação, por mulheres que prática. A sua questão não é somente biológica, o fizeram até os seis meses, observou que há uma mas também, histórica, social e cultural. motivação interior que as ajuda a superar as Conseqüentemente, a amamentação é opiniões contrárias, ou seja, algo que as faz sentir hoje discutida como uma categoria híbrida, cons- seguras quando decidem amamentar seus filhos. truída pelos elementos da natureza e da cultura, Dado que a escolha pela amamentação uma vez que, além de ser biologicamente deter- se desenvolve dentro de um contexto sociocultural, minada, é socioculturalmente condicionada34. a sua prática é, portanto, influenciada pela cultura, Ao abordar o tema, a referência não deve pelas crenças e tabus próprios daquele contexto. se limitar ao fornecimento de nutrientes e seus Exemplo clássico da influência cultural, relaciona- demais bioelementos, como pondera Almeida34: da às crenças e aos tabus sobre a produção do Os clássicos parâmetros nutricionais, quí- leite, é o uso dos lactogogos30, alimentos estimu- micos, físicos, imunológicos, microbioló- lantes da produção láctea31. Segundo Moreira23, gicos e fisiológicos não podem ficar durante o período lactacional, a mulher valoriza circunscritos ao microcosmo dos fenô- a importância da alimentação para uma boa menos - embora importantes - que se produção láctea e incorpora valores culturais na estabelecem entre a composição do leite definição de sua dieta. e a fisiologia do bebê. Eles devem trans- Outro aspecto apontado pelas mulheres cender a fronteira biológica em direção refere-se à sua experiência em amamentar. ao social, não para estabelecer um elo Algumas delas valorizam a experiência anterior entre essas duas dimensões, em uma ou a oportunidade de acompanhar uma lactante32. relação de causa efeito, mas sim para tratar Porém, é preciso considerar que essa experiência, dos fenômenos biológicos e fatos sociais nem sempre, irá resultar em um estímulo para a que se “hibridizam” naturalmente, em prática da amamentação, pois a mulher poderá torno das questões que permeiam o leite vivenciar uma experiência, sua ou de uma outra humano e que terminam por configurar pessoa, com significado negativo e isso prejudicar, os seus atributos de qualidade (p.23). Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
  • 5. ALEITAMENTO MATERNO | 435 É, pois, considerando esse misto de natu- levando-as a sentimentos de medo e insegurança. reza e cultura que encerra a amamentação, que A autora observa que, no cotidiano da assistência se devem orientar as ações em prol de sua prática, em amamentação, é necessário sair do ideal e seja no âmbito individual, seja coletivo. Por se contemplar o real na abordagem com a mulher, constituir num híbrido, a amamentação implica sendo importante promover reflexões junto a ela, abordagens que contemplem as informações na tentativa de apreender suas razões e moti- técnicas referentes aos aspectos biológicos da vações. Observação semelhante fazem Ramos & lactação, e as questões subjetivas da mulher. Almeida14, que as mulheres reclamam a falta de apoio; porém, apesar de os profissionais perce- berem e reconhecerem os anseios da mulher, eles A assistência em aleitamento materno não são capazes de romper com o modelo em vigor. Esses autores propõem o desenvolvimento O cenário da assistência em aleitamento de um trabalho dirigido à mulher, com o propósito materno descortina um universo multiprofissional, de prepará-la para o parto, puerpério e amamen- em que a atuação desses diversos atores constitui- tação, contemplando as questões a ela subjetivas, se objeto de pesquisas. Esses estudos revelam que numa dimensão psicoprofilática. os profissionais de saúde têm considerado a amamentação como um ato puramente instintivo No ambiente hospitalar, Souza36 observou e biológico. que a mulher vê-se numa situação de cobrança. A equipe de assistência no pós-parto, no aloja- Segundo Silva35, o profissional de saúde mento conjunto, espera dela sucesso no cuidado orienta suas ações de incentivo ao aleitamento do seu filho e um bom desempenho no estabele- entendendo esse fenômeno como um ato natural, cimento da lactação, e tudo isso em um tempo decorrente do instinto materno, apesar de reconhe- cronológico imposto pela rotina hospitalar, que cer que esse processo é determinado por objetos nem sempre condiz com o seu próprio tempo. sociais do contexto materno. Leite et al.37 chamam a atenção sobre a Nakano25, estudando as vivências de ama- dinâmica da assistência em amamentação: “[...] mentação por um grupo de mulheres, fez a é necessário, antes de mais nada , procurarmos seguinte observação sobre o cotidiano dos pro- entender o universo da mulher na sua individuali- fissionais de saúde na assistência à amamentação: dade para que, dessa forma, talvez possamos fazer Focalizando seu quadro de referência no uso fidedigno das articulações dos conhecimentos biológico individual, reforça a represen- do campo biológico com os aspectos sociais para tação do fenômeno saúde/doença de apoiá-la no processo de amamentação” (p.159). forma positivista, desconsiderando os Concernente ao nutricionista, apesar da condicionantes histórico-sociais que mar- escassez de estudos sobre a sua atuação na cam definitivamente os modos de perce- assistência em amamentação, esta parece não ber as situações apresentadas na diferir do encontrado para os demais profissionais amamentação, além de desconhecer que atuam em prol da amamentação. todos os aspectos sociais envolvidos tan- Monteiro38 estudou a representação dos to na definição como na prática relativa docentes e graduandos dos cursos de Nutrição aos cuidados realizados (p.108). acerca da amamentação. Esse estudo indicou que Segundo Arantes21, as mulheres procuram a abordagem do tema na Nutrição é insuficiente, o profissional para solucionar os seus problemas uma vez que não instrumentaliza o aluno para relativos à vivência da amamentação, mas o atuar de forma que considere os aspectos discurso que ouvem é baseado em normas e regras socioculturais próprios do contexto de vida da que não condizem com as suas reais necessidades, nutriz. Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007 Revista de Nutrição
  • 6. 436 | R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA Estudos sobre a atuação do nutricionista utilização dos nutrientes. A outra corrente se insta- na orientação nutricional, revelam que a práxis lava na perspectiva social, preocupada, particular- acadêmica da Nutrição, centrada no biológico, mente, com aspectos relacionados à produção, à tem reflexo na atuação profissional de seus distribuição e ao consumo de alimentos pela egressos, limitando sua capacidade para lidar com população brasileira, que deu origem à “Alimenta- os aspectos socioculturais. ção Coletiva” e à “Nutrição Social”. Vale acres- centar a análise de Lima43, segundo a qual a A atividade de orientação nutricional, na ciência da nutrição foi concebida constituindo-se maioria das vezes, é marcada pela dificuldade a dietética seu núcleo de identidade. dos profissionais de penetrarem nas dimensões simbólicas e culturais envolvidas nas questões A Nutrição no Brasil, portanto, tem seu alimentares39. Observação semelhante foi reali- lastro histórico delineado pelo modelo biomédico, zada por Amorim et al.40, em estudo desenvolvido o que, conseqüentemente, condiciona a prática com o propósito de conhecer a percepção de profissional a uma abordagem reducionista na pediatras e nutricionistas sobre sua formação e atenção à alimentação e, mais especificamente, na atenção à amamentação que representa um sobre a contribuição desta no trato com a clientela. universo mais amplo de peculiaridades emocionais Os autores constataram uma inabilidade desses e sociais da mulher. profissionais de atuar junto à sua clientela numa visão holística, e concluíram que isso ocorre em A amamentação, um processo alimentar virtude do processo de formação acadêmica, em que oferta alimento nutricionalmente completo que predomina o modelo biológico cartesiano. para o bebê, constitui-se num fenômeno comple- Bosi 41 reforça esta análise: [...] a Nutrição xo, no qual estão envolvidos aspectos biológicos, desnuda-se do seu caráter social, na medida em psicológicos e sociais, estando intimamente asso- que o discurso dominante vai se ocupar do estudo ciado à cultura16,21,44. Assim, torna-se imperativo da nutrição a partir do momento da ingestão, ou ao nutricionista atuar numa visão holística, ou seja, considerando toda a complexidade que envolve seja, da relação do alimento em si com o a prática da amamentação. Tal proposta coaduna- organismo, sem considerar que esta ingestão tem se com as Diretrizes Curriculares para os cursos antecedentes fundamentalmente sociais [...] de graduação em Nutrição, especificamente no (p.51). item XVII do Art.4º, que trata das competências e Essa concepção biológica no campo do habilidades deste profissional: “investigar e aplicar saber e das práticas da Nutrição no Brasil tem sua conhecimentos com visão holística do ser humano, raiz no processo de surgimento dos cursos de integrando equipes multiprofissionais”45 (p.39). Nutrição no País. O campo da Nutrição foi consti- tuído por duas correntes bem definidas e distintas do saber médico42: uma voltada para o indivíduo CONSIDERAÇÕES FINAIS em sua dimensão clínica e a outra para o coletivo, com suas respectivas dinâmicas sociais. A dimen- Os estudos realizados com o intuito de são clínica deu origem à Nutrição Clínica ou conhecer a percepção da mulher-mãe-lactante Dietoterapia, direcionada para a prática de ações sobre a prática da amamentação mostram a com- de caráter individual, centradas no “alimento plexidade desse ato, uma vez que envolve uma como agente de tratamento”, bem como originou série de fatores, principalmente, psicossociais. a “Nutrição Básica e Fundamental” voltada ao Orientar para a amamentação é um grande desenvolvimento de pesquisas básicas de caráter desafio para o profissional de saúde, uma vez que experimental e laboratorial. Essa corrente se ele se depara com uma demanda para a qual preocupava, essencialmente, com aspectos clínico não foi preparado, e que exige sensibilidade e - fisiológicos relacionados ao consumo e à habilidade no seu trato. Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007
  • 7. ALEITAMENTO MATERNO | 437 Evidencia-se, portanto, a necessidade da 10. Rea MF. Reflexões sobre a amamentação no Brasil: capacitação do profissional de saúde para atuar de como passamos a 10 meses de duração. Cad Saúde Pública. 2003; 19(Supl 1):37-45. na assistência em amamentação numa aborda- 11. Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil. gem que ultrapasse as fronteiras do biológico, Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. 1996. compreendendo a nutriz em todas as suas dimen- Rio de Janeiro: IBGE; 1997. sões do ser mulher. 12. Brasil. Ministério da Saúde. Prevalência de Da mesma forma, urge que se amplie o aleitamento materno nas capitais brasileiras e no debate, ainda escasso, sobre a atuação do Distrito Federal. Relatório Final. Brasília: Ministério da Saúde; 2000. nutricionista na assistência à amamentação, 13. Sandre-Pereira G, Colares LGT, Carmo MGT, Soares visando a potencializar seu desempenho na EA. Conhecimentos maternos sobre amamentação orientação dessa prática. entre puérperas inscritas em programa de pré- -natal. Cad Saúde Pública. 2000; 16(2):457-66. 14. Ramos CV, Almeida JAG. Alegações maternas para REFERÊNCIAS o desmame: estudo qualitativo. J Pediatr. (Rio J.) 2003; 79(5):385-90. 1. World Health Organization. The optimal duration 15. Soares NT, Guimarães ARP, Sampaio HAC, Almeida of exclusive breastfeeding. Results of a WHO PC, Coelho RR. Padrão alimentar de lactentes systematic review. Note for the press 7 [on line] residentes em áreas periféricas de Fortaleza. Rev 2001 April 2: 1-6. Available from: http://www.who. Nutr. 2000; 13 (3):167-76. int/inf-pr-2001/en/note2001-07.html 16. Rea MF, Cukier R. Razões de desmame e de intro- 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas dução da mamadeira. Uma abordagem alternativa Públicas de Saúde. Guia alimentar para crianças para seu estudo. Rev Saúde Pública. 1988; 22(3): menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde; 184-91. 2002. 17. Siqueira R. Reflexões sobre as causas de desmame 3. Akré J. Alimentação infantil: bases fisiológicas. 2a. precoce observadas em dinâmicas de grupo de ed. São Paulo: IBFAN; 1997. incentivo ao aleitamento materno. J Pediatr. (Rio 4. World Health Organization. Global strategy for J.) 1994; 70(1):16-20. infant and young child feeding. In: 54th World 18. Venâncio SI, Escuder MML, Kitoko P, Rea, MF, Health Assembly; 2001 may 1; Geneva. p1-4. Monteiro, CA. Freqüência e determinantes do World Health Organization (WHA54/Inf.Doc./4). aleitamento materno em municípios do Estado de 5. Susin LRO, Giugliani ERJ, Kummer SC, Maciel M, São Paulo. Rev Saúde Pública. 2002; 36(3):313-8. Benjamim ACW, Machado DB, et al. Uma estratégia 19. Vieira GO, Almeida JAG, Silva LR, Cabral VA, simples que aumenta os conhecimentos das mães Santana PV. Fatores associados ao aleitamento em aleitamento materno e melhora as taxas de materno e desmame em Feira de Santana, Bahia. amamentação. J Pediatr. (Rio J.) 1998; 74(5): Rev Bras Saúde Mater Infant. 2004; 4(2):143-50. 368-76. 20. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: 6. Bracco NH, Taddei JAAC. Mudança de conheci- pesquisa qualitativa em saúde. 4a. ed. São Paulo: mento de gestantes em aleitamento materno Hucitec; 1996. através de atividade educacional. Rev Paul Pediatr. 2000; 18(1):7-14. 21. Arantes CLS. Amamentação: visão das mulheres que amamentam. J Pediatr. (Rio J.) 1995; 71(4): 7. Souza LMBM. Promoção, proteção e apoio. Apoio? 195-202. Representações sociais em aleitamento materno [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes 22. Adesse L. Amamentação: um ato contraditório Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 1996. [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes 8. Organização Mundial da Saúde. Uma declaração Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 1994. conjunta OMS/UNICEF - proteção, promoção e 23. Moreira KFA. Aleitamento a luz dos direitos apoio ao aleitamento materno: o papel especial reprodutivos da mulher: afinal do que se trata? dos serviços materno-infantis. Genebra; 1989. [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfer- magem de Ribeirão Preto, Universidade de São 9. World Health Organization. Infant and young child Paulo; 2003. nutrition. In: 55th World Health Assembly; 2002 April 16; Geneva. p1-21. World Health Organization 24. Nakano MAS. O aleitamento materno no cotidiano (WHA55/15). feminino [dissertação]. Ribeirão Preto: Faculdade Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007 Revista de Nutrição
  • 8. 438 | R.M.A. ARAÚJO & J.A.G. ALMEIDA de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de 35. Silva IA. Construindo perspectivas sobre a assis- São Paulo; 1996. tência em amamentação: um processo interacional 25. Nakano AMS. As vivências da amamentação para [livre-docência]. São Paulo: Escola de Enfermagem, um grupo de mulheres: nos limites de ser “o corpo Universidade de São Paulo; 1999. para o filho” e de ser “o corpo para si” [livre 36. Souza KS. O dito e o não dito da amamentação: o docência]. Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina sentido de mães nutrizes na vivência do alojamento de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; conjunto [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola de 2003. Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2000. 26. Badinter E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 37. Leite AM, Silva IA, Scochi CGS. Comunicação não- 1985. -verbal: uma contribuição para o aconselhamento em amamentação. Rev Latino-Am Enfermagem. 27. Silva AAM. Amamentação: fardo ou desejo? 2004; 12(2):258-64. Estudo histórico social dos deveres e práticas sobre aleitamento na sociedade brasileira [dissertação]. 38. Monteiro KAO. O nutricionista e a amamentação: Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina de Ribeirão formação e docência para uma prática profissional Preto, Universidade de São Paulo; 1990. [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2000. 28. Nakano AMS, Mamede MV. A prática do aleita- mento materno em um grupo de mulheres brasi- 39. Tonial SR. Desnutrição e obesidade: faces contra- leiras: movimento de acomodação e resistência. ditórias na miséria e na abundância [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fundação Rev Latino-Am. Enfermagem. 1999; 7(3):69-76. Oswaldo Cruz; 2001. 29. Machado MMTM. A conquista da amamentação: 40. Amorim STSP, Moreira H, Carraro TE. A formação o olhar da mulher [dissertação]. Fortaleza: Univer- de pediatras e nutricionistas: a dimensão humana. sidade Federal do Ceará; 1999. Rev Nutr. 2001; 14(2):111-8. 30. Ichisato SMT, Shimoa AKK. Aleitamento materno 41. Bosi MLMA. A face oculta da nutrição: ciência e e as crenças alimentares. Rev Latino-Am Enferma- ideologia. Rio de Janeiro: UFRJ; 1988. gem. 2001; 9(5):70-6. 42. Vasconcelos FAG. O nutricionista no Brasil: uma 31. Ichisato SMT. Lactogogos e a mulher lactante análise histórica. Rev Nutr. 2002; 15(2):127-38. [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 43. Lima ES. Gênese e constituição da educação 1999. alimentar: a instauração da norma. Hist Ciênc Saúde - Manguinhos. 1998; 5(1):57-83. 32. Ramos CV. Amamentação: do discurso à práti- ca - um estudo sobre a percepção de mulheres 44. Araújo LDS. Querer/Poder amamentar: uma questão de representação? Londrina: UEL; 1997. assistidas na MDER - Teresina - Piauí [dissertação]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, 45. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara Fundação Oswaldo Cruz; 2000. de Educação Superior. Resolução CNE/CES 5/2001. Diretrizes curriculares nacionais do curso de 33. Rezende MA, Sigaud CHS, Veríssimo MDLOR, graduação em nutrição. Diário Oficial da União. Chiesa AM, Bertolozzi MR. O processo de comu- 2001; 9 nov.; Seção 1, p.39. nicação na promoção do aleitamento materno. Rev Latino-Am Enfermagem. 2002; 10(2):234-8. Recebido em: 21/11/2005 34. Almeida JAG. Amamentação: um híbrido natureza Versão final reapresentada em: 30/10/2006 cultura. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1999. Aprovado em: 22/12/2006 Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 20(4):431-438, jul./ago., 2007