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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

   DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDC - CAMPUS VII

       BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS




           THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA




A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O
LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL
        SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES




                Senhor do Bonfim - Bahia
                         2011
THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA




A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O
LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL
        SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES




                    Monografia apresentada a Universidade do
                    Estado da Bahia, Campus VII, Senhor do
                    Bonfim – BA, Colegiado de Ciências
                    Contábeis, como requisito final para obtenção
                    do grau de Bacharel em Ciências Contábeis


                    Orientador: Prof. M.Sc. Raimundo Nonato Lima
                    Filho




               Senhor do Bonfim – Bahia
                        2011
THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA




 A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O
  LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL
                 SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES



Monografia apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, Senhor
 do Bonfim – BA, Colegiado de Ciências Contábeis, como requisito final para
               obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis



                                                 Aprovada em 27 de setembro de 2011.




_____________________________________________
Prof. Raimundo Nonato Lima Filho, M.Sc. (Presidente)
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
___________________________________________
Prof. Tânia Ferreira dos Santos Bonfim, M.Sc.
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
___________________________________________
Prof. Daniel de Jesus Pereira, Esp.
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Á Antonio Carlos Andrade da Silva (pai), Telma
Maria de Jesus Silva (Mãe) e Arnóbio Carvalho
de Oliveira (padrasto).
AGRADECIMENTOS



      Á Deus, primeiramente, pela oportunidade, discernimento,            força   e
perseverança para a conclusão de mais uma etapa da minha vida.
      Á meus pais pela educação, pelos sacrifícios e, sobretudo, pelo amor.
      Á meus amigos do Sobradinho (Feira de Santana/BA) que entenderam a
minha longa ausência devido aos estudos.
      Ao Professor Raimundo Nonato Lima Filho, meu orientador, pela motivação,
paciência e pelas instruções sábias e robustas.
      Aos amigos de República em Petrolina/PE que contribuíram para o meu
aprendizado sobre a vida através do convívio, dividindo descontração e tensão
durante um ano e meio juntos.
      Á Renata Lopes e sua família, pela consideração, amor, conselhos.

      Ao amigo Uelison Lima pela contribuição neste estudo através das tabelas,
quadros e figuras. Também, pelas conversas, amizade, momentos de descontração.
     Á Hércules Gonçalves, pela oportunidade de estágio, que depois virou
emprego, pelo companheirismo, aprendizagem, conselhos.
      Aos meus colegas de trabalho, tanto do Escritório quanto da Diocese de
Bonfim. Em especial, Camila Ferreira por sempre me ajudar com as diversas
dúvidas que tenho e a Francisca de Souza pela sua simplicidade, pelo apoio e
carinho.

     Aos colegas de curso, Professores e colaboradores da Facape e da UNEB.
Em especial, aos colegas Alan Santos, Adaíse Nascimento, Alexandro Lima.
       Á Arnóbio Carvalho, Tarcisio Bruno, Ana Paula Ramos, e a todos os meus
familiares pelo apoio e torcida.
RESUMO



No Brasil, a alta carga tributária afeta diretamente os ganhos visto a sua grande
incidência nas operações empresariais. A Teoria das Restrições prega a idéia que
toda a empresa, na busca de sua meta principal seria auferir dinheiro, esbarra em
restrições que interferem e determinam o ganho. Entre as diversas restrições que se
possa encontrar, a carga tributária se caracteriza em limitar um lucro organizacional
maior e também por ser uma restrição de caráter permanente. O objetivo principal
desse estudo monográfico é analisar a contribuição da TOC na diminuição do
impacto tributário, através dos Processos de Raciocínio, como instrumento
coordenador das estratégias do planejamento tributário. Adotou-se a pesquisa
exploratória com procedimentos em fontes secundárias e de uma pesquisa de
campo, de caráter quantitativo. Empresas do comercio varejista, de acordo com a
Secretária da Fazenda da Bahia é o segmento que apresenta maior débito fiscal.
Utilizou-se, então, como amostra de pesquisa todas as empresas do setor varejista
que possuíam débitos fiscais de um determinado escritório contábil situado na
cidade de Senhor do Bonfim/BA. Os resultados apontaram que, a filosofia TOC,
geralmente direcionada ao processo fabril, demonstrou-se também ser útil e
pertinente se aplicada ao gerenciamento tributário, subsidiando na racionalização da
carga tributária. Evidenciou também, os Processos de Raciocínio como eficientes em
detectar pontos defectivos e indicou o caminho a seguir para melhores resultados.


Palavras-chave: Carga tributária. Teoria das Restrições. Processos de Raciocínio.
Estratégia.
LISTA DE FIGURAS



Figura 1 – Modelo Operacional da pesquisa      16
LISTA DE QUADROS



Quadro 1 – Cenário envolvendo Processos de Raciocínio e a TOC   41

Quadro 2 – Resultado dos testes de hipóteses                    54
LISTA DE TABELAS



Tabela 1 – Resultados dos testes KMO e Bartlett              44
Tabela 2 – Resultados das estatísticas de confiabilidade     44
Tabela 3 – Resultados das estatísticas de convergência       45
Tabela 4 – Resultados Teste de Kolmogorov-Sminorv            46

Tabela 5 – Resultado do teste de Kolmovorov-Sminorv          47

           sem as variáveis P2, P6 e P9

Tabela 6 – Resultado do teste pergunta 10                    48

Tabela 7 – Resultado da média; variáveis P3, P7 e P8,        49

           teste Komorov-Sminorv

Tabela 8 – Resultados do teste do qui-quadrado variável P4   50

Tabela 9 – Resultados do teste do qui-quadrado variável P5   50
SUMÁRIO



INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 20
1.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................ 23
1.1.1 Conceito ................................................................................................. 24
1.1.2 Elisão e Evãsão fiscal ........................................................................... 25
1.1.3 Finalidade, procedimentos e estratégias ............................................ 26
1.2 TEORIA DAS RESTRIÇÕES ..................................................................... 27
1.2.1 Origem da Teoria das Restrições......................................................... 28
1.2.1.1 Processo decisório ............................................................................ 29
1.2.1.2 Processos de Raciocínios ................................................................. 30

1.3 PROCESSOS DE RACIOCÍNIO NO AMBITO DA ECONOMIA
TRIBUTÁRIA................................................................ ........................................31
1.3.1 Economia tributária ............................................................................... 33
1.3.1.1 Visão holística .................................................................................... 34
1.3.1.2 Processo contínuo de aprimoramento ............................................. 35
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 38
2.1 ESCOLHA DO MÉTODO ........................................................................... 38
2.2 PARTICIPANTES ....................................................................................... 39
2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ........................................... 40
2.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................ 40
3      ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................... 44
 3.1 VERIFICAR SE OS GESTORES DAS ORGANIZAÇÕES ANALISADAS
RECONHECEM OS FATORES DE RESTRIÇÃO AO LUCRO
ORGANIZACIONAL
............................................................................................................................ 47
3.2 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO
REDUZEM O IMPACTO TRIBUTÁRIO NA RESTRIÇÃO DO GANHO EM
ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO VAREJISTA .............................................. 48
3.3 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DA TOC CONTRIBUI
POSITIVAMENTE NA COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DO GERENCIAMENTO
E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................... 49
3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES E DOS PROCESSOS
DE RACIOCÍNIO ............................................................................................... 51
3.4.1 Aplicação das ferramentas dos processos de raciocínio ................. 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58
APÊNDICE ...................................................................................................... 63
ANEXO ............................................................................................................ 66
12



                                   INTRODUÇÃO




      Embora o conflito interno para a maximização do ganho visando tornar-se
competitiva através do aumento da produtividade e redução dos gastos, as
empresas esbarram na impiedosa carga tributária brasileira.

      Enquanto sistemas abertos, estas enfrentam enormes dificuldades dada pela
relação jurídica com o Estado-Fisco, regida pelo complexo sistema tributário. Assim,
suportando a incidência dos tributos, as normas de vigência existente, gastos com o
gerenciamento e controle das atividades tributárias, impactando de forma relevante
na atividade do negócio.

      Nesta relação cada qual visa otimizar seus retornos. Enquanto o Estado-Fisco
busca maior arrecadação para financiar seus gastos, as organizações procuram
redução destes para tornar-se competitiva.

      Para tanto, planejar e procurar novas estratégias tornou-se questão de
sobrevivência. No que concerne ao ônus tributário imposto, a gestão tributária é a
única saída, respeitando os limites legais, para a economia de recurso entregue ao
governo e o aumento da lucratividade.

      Goldratt (1994), através da Teoria das Restrições (Theory of Constraints –
TOC), reconhece que se não fossem as restrições as empresas teriam um ganho
infinito. É centrada no conceito de restrições, obstáculos que interferem e
determinam a lucratividade, ou limitam os acréscimos que um sistema produtivo
pode obter no resultado para qual se projeta.

      Nessa perspectiva, a carga tributária se caracteriza como fator de restrição a
um resultado maior em relação à meta empresarial. Desta forma, as empresas
precisam encontrar meios que possibilitem desembolsar menor quantia direcionada
ao pagamento de tributos, além de conter outros gastos relacionados. Como
proposta visando obter melhor eficiência no gerenciamento e planejamento
tributário, esse trabalho utiliza a teoria de base da Teoria das Restrições.
13



      O objetivo central da TOC consiste em desenvolver métodos que possibilitem
conhecer suas restrições e aprimorar a fim de se melhorar o desempenho da
empresa como um todo. É uma filosofia de gerenciamento aplicada efetivamente em
processos fabris e procedimentos visando o melhoramento organizacional por meio
da identificação das restrições de um sistema. No entanto, para diversos autores,
essa mesma filosofia pode ser aplicada em quaisquer instituições com ou sem
finalidade do lucro obtendo as mesmas qualidades nos resultados (GOLDRATT,
1990; MOTWANI (e outros), 1996; COGAN, 2007).

      Os Processos de Raciocínio é um dos procedimentos da TOC em favor do
aprimoramento contínuo para as restrições não físicas da empresa. É um conjunto
de ferramentas que permite responder às três perguntas fundamentais de qualquer
processo gerencial que são: “O que mudar”, “para o que mudar” e “como motivar a
organização para mudar” (GOLDRATT; COX, 1995).

      O pagamento indevido de tributos, multas e contingências, são essenciais
para o aumento dos gastos tributários. Muitos fenômenos (efeitos) que se vivencia
estão interligados por poucas causas.   Isto é, muitos efeitos são explicados por
poucas causas (GOLDRATT; FOX, 1989). Desperdício de recurso com pagamento
de multas de cunho tributário e outros, refletem negativamente no resultado
econômico e financeiro, diminuindo o resultado. Uma gestão tributária cumprindo
com todas as obrigações, evitando o aumento da quantia a ser entregue ao governo,
pode ser útil para a empresa manter-se de forma competitiva no mercado.

      O maior problema das empresas é a forma que são administradas. Os
gestores não tentam administrar a empresa como se ela fosse um sistema, mas
tentam melhorar o desempenho de cada parte da empresa sem olhar o todo. A
administração tradicional trabalha como se fosse verdade a otimização de cada
parte do sistema faz com que o todo fique otimizado. Essa premissa está totalmente
equivocada, e é uma das principais causas do baixo desempenho das empresas
(GOLDRATT; FOX, 1989).

      A visão holística ou sistêmica de uma empresa equivale a se ter uma imagem
única, sintética de todos os departamentos, que geralmente podem ser relacionados
a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos,
assim como suas inter-relações (ROZENFELD, 2001).
14



         O efeito negativo na empresa sem dispor da visão holística no âmbito
tributário pode ser sentido pela não participação de todos no processo de diminuição
da restrição tributária.    É necessário o envolvimento de um número maior de
pessoas, além do setor responsável pelos tributos, para se observar e conseguir
resultados melhores. O pagamento em dia, de acordo com o vencimento, e sem
pagamento de acréscimos provocados pela multa/juros, contribui em favor da gestão
tributária, por exemplo.

         A TOC visualiza a empresa como um sistema, onde cada setor é interligado,
sendo que o desempenho global do sistema é determinado pelo setor mais fraco (a
restrição). Dessa forma, para que isso não ocorra e a empresa consiga resultados
melhores, a restrição do sistema deverá ser quebrada. Guerreiro (2006) afirma que a
TOC é insistente no que tange que a otimização local não garante a otimização do
sistema como um todo.

         As empresas devem procurar ter interação entre os setores que influenciam
na parte tributária. O setor financeiro, do exemplo, deve estar ciente da economia
quando se paga as obrigações tributárias no prazo e o benefício futuro que isso
pode trazer.

         Os Processos de Raciocínio da TOC podem atuar na coordenação do
gerenciamento tributário, tendo em vista a sua visão holística, na relação da causa e
efeito das práticas tributárias para diagnosticar os problemas do sistema e suas
possíveis soluções. Os Processos de Raciocínio são ferramentas lógicas criadas
para auxiliar a empresa na solução de problemas (BERTAGLIA, 2003).

         Outra alternativa, e até mais relevante para a redução da carga tributária, é
através do planejamento tributário (elisão fiscal). O planejamento é um processo que
envolve tomada e avaliação de cada decisão de um conjunto de decisões inter-
relacionadas para aumentar a probabilidade de um resultado favorável (ACKOFF,
1974).

         O planejamento tributário é uma atividade que necessita do estudo da
legislação tributária e a realização de projeções sobre os resultados dos negócios
jurídicos com conteúdo econômico sujeitos à tributação (ANDRADE FILHO, 2001).
15



       A legislação tributária brasileira concede diversos benefícios e incentivos
fiscais dependendo exclusivamente do seu conhecimento afinco. Essas alternativas
não dependem do planejamento tributário especificamente para a redução da carga
tributária.

       O mesmo setor financeiro, ainda do exemplo supracitado, com o pagamento
dos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil no prazo,
durante alguns anos, pode beneficiar a empresa futuramente com o bônus de
adimplência fiscal, que desconta 1% sobre a Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido (CSLL).

       A melhor alternativa objetivando minimizar o impacto dos tributos versa nos
processos que envolvem o planejamento tributário e a gestão tributária. Os
Processos de Raciocínios da TOC, com a aplicação das suas ferramentas analíticas,
pode contribuir coordenando os procedimentos relacionados ao objetivo da redução
da carga tributária, diagnosticando situações (efeitos indesejáveis, na nomenclatura
da TOC) no âmbito empresarial que vão de encontro à economia (“o que mudar?”);
definindo meios condutores ao melhoramento (“para que mudar”) e orientando as
mudanças necessárias (“como mudar”).

       A crescente e desenfreada concorrência coloca as empresas no cenário de
desconfiança. A alta competitividade requer pleno rigor no controle dos gastos,
requerendo estratégias para contê-las e, se não aumentar os ganhos, pelo menos
manter num padrão confortável.

       Bruni (2010, p.25) conceitua gastos como “[...] o sacrifício financeiro com o
qual a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer.” Desta
forma, temos gastos com mão-de-obra, gastos com honorário de diretores, gastos
com compra de matérias-primas e outros.

       Dentre o controle dos gastos, o encargo tributário é significante. Pouco
adianta conter o aumento dos gastos com matéria-prima, se não estudar e manter
estratégias para conter, e/ou diminuir, o impacto dos tributos. Desta forma, o
contribuinte tem o direito de organizar os seus negócios com o objetivo de reduzir os
gastos tributários. Desde que essa organização esteja dentro da lei, ou seja, não
16



ultrapassa o campo da elisão para a evasão, toda e qualquer economia fiscal será
legitima (PEIXOTO, 2004).

      Considerando que o ganho é limitado por restrições e a carga tributária o
afeta diretamente, este estudo busca encontrar evidências por meio da resposta ao
seguinte problema de pesquisa: Como os pressupostos dos Processos de
Raciocínio da Teoria das Restrições podem contribuir no planejamento
tributário da empresa em busca da maximização do ganho?

      Buscando responder o questionamento deste trabalho, foram elaboradas
algumas hipóteses visando verificar o alinhamento dos objetivos definidos com o
problema a ser pesquisado. Três hipóteses terão a incumbência de nortear o
desenvolvimento das situações da pesquisa de campo, e por conseqüência
responder os objetivos e o problema desta pesquisa

      As hipóteses de pesquisas foram criadas e testadas de acordo a efetivação
do modelo operacional de pesquisas. As variáveis empregadas foram “visão do
gestor”, “Teoria das Restrições”, “gerenciamento e planejamento tributário”,
“Processos de Raciocínios” e “impacto tributário”; conforme apresentado na figura 1.



   VISÃO DO         H1      TEORIA DAS        H2       GERENCIAMENTO
    GESTOR                  RESTRIÇÕES                 E PLANEJAMENTO
                                                          TRIBUTÁRIO


                                               H3

                            PROCESSOS DE                    IMPACTO
                             RACIOCÍNIO                    TRIBUTÁRIO

                                          Figura 1
                                    Fonte: Nossa autoria

      A primeira hipótese – H1 – Defende que os gestores das organizações
analisadas reconhecem os fatores de restrição ao lucro organizacional.

      Conforme estudo realizado por Lima Filho (2009), da somatória dos custos e
despesas, mais da metade do valor é representada por tributos. Em média, 33% do
faturamento da empresa, é dirigido ao pagamento de ônus tributário. Da
17



lucratividade, cerca de 47% vai para o cofre público. A elevada carga tributária é
citada como a principal causa de mortalidade entre as empresas pesquisadas e caso
houvesse    uma    carga tributária    menor, as empresas ainda estariam em
funcionamento. Corroborando assim com a intenção desta hipótese.

       A segunda hipótese – H2 – estabelece que a implementação da TOC
contribui   positivamente   na   coordenação      das   ações    do   gerenciamento     e
planejamento tributário.

       A Teoria das restrições é uma teoria prescritiva, ou seja, auxilia na
identificação do que impedi uma melhor performance da organização e também
apresenta o que deve ser feito e a forma de fazê-lo (DETTMER, 1997).

       A TOC na forma desenvolvida se mostrou como um instrumento alternativo
para auxiliar a gestão de dirigentes em IES privada, por revelar que a teoria da
administração moderna prega a gestão participativa; a linha de raciocínio lógica e
estruturada admite o discurso e analise; possibilita identificar o problema raiz; facilita
os esforços na solução de problemas gerenciais críticos e permite o encadeamento
de ações e suas conseqüências na abordagem de causa-efeito (ALIGLERI; MACRINI,
2007). Desta forma, corrobora-se com a intenção desta hipótese.

       Já a terceira hipótese – H3 – Afirma que implementação dos Processos de
Raciocínio reduzem o impacto tributário na restrição do ganho em organizações do
Comércio varejista.

       A aplicação dos Processos de Raciocínios mostrou viabilidade em
organizações da saúde, os resultados permitiram a identificação de benefícios e as
barreiras encontradas, descobriram soluções racionais na eliminação da restrição e
do seu conjunto de efeitos indesejáveis, que levam a organização a atingir a meta
que é aumentar os ganhos, mais dinheiro no presente e no futuro (VALIM, 2004).
Corroborando assim com a intenção desta hipótese. Neste trabalho, entende-se o
impacto tributário como fator de restrição.

       Neste cenário de desconfiança visto a complexidade para manter-se no
mercado de forma competitiva, ater-se aos gastos, sobretudo os tributários, é a
principal alternativa para ter uma lucratividade mais atrativa. Destarte, existem meios
18



que possibilitam resultados melhores. Formas que contribuem em diminuir a parte
onerosa e acrescenta ganho de competitividade, refletindo no lucro.

      O planejamento e as suas estratégias de coordenação são esses meios
condutores aos resultados melhores. No que concerne a tributação, o planejamento
tributário se destaca com o seu conjunto de ações. A Teoria das Restrições, com os
Processos de Raciocínios, atua na contribuição de coordenar as mudanças
necessárias nas organizações.

      Desta forma, a empresa que não se atentar e buscar aprimorar sua forma de
controle interno, tentando diminuir/ou impedir o impacto tributário, certamente
perderá em termo de competitividade e fadada à descontinuidade do mercado.

      O objetivo principal deste trabalho é analisar a contribuição da Teoria das
Restrições na diminuição do impacto tributário, através dos Processos de
Raciocínio, como instrumento coordenador das estratégias do planejamento
tributário. Secundariamente, os seguintes objetivos específicos são:

      Promover uma pesquisa abordando a carga tributária como restrição ao lucro
organizacional, demonstrando a necessidade dos gestores terem visão holística das
atividades que podem influenciar no resultado tributário, podendo detectar pontos
defectivos e que enseja por mudanças, com o auxílio dos Processos de Raciocínio
da TOC na gestão dos tributos.

      Evidenciar a utilização dos Processos de Raciocínio da TOC, a partir do
conjunto de ferramentas analíticas, como mecanismo coordenador das ações do
gerenciamento de tributos e do planejamento tributário.

      A Teoria das Restrições prega a idéia que toda a empresa esbarra em
obstáculos que interferem e determinam o ganho. A tributação no Brasil atinge boa
parte da receita e, por conseqüência, do lucro das empresas, trazendo perturbações
para o seu cumprimento e diminuição do ganho.

      Sendo assim, a tributação, não gerida de forma eficaz e dentro da legalidade,
impede e interfere o não atingimento de um desempenho empresarial maior. No
entanto, a perda não se restringe somente ao âmbito empresarial, mas reflete em
19



toda a sociedade visto a não geração de empregos e de novos investimentos. Dessa
forma, comprova-se a relevância deste trabalho.

       O planejamento tributário é conjunto de ações com o intuito de reduzir os
gastos com tributos. A TOC é uma filosofia auxiliadora na resolução de problemas,
atua capacitando a empresa a conhecer os principais pontos do sistema que devem
ser aprimorados a fim de melhorar o desempenho da organização como um todo.

       Assim, a intenção com este trabalho é subsidiar na manutenção destas no
mercado,    contribuindo   na   competitividade   e   minimizando   os   riscos   de
descontinuidade. Secundariamente, difundir os conceitos da TOC visto a relativa
carência de estudos no Brasil e a ausência de literatura descrevendo a sua
utilização. Delimita-se partindo da utilização dos Processos de Raciocínio da Teoria
das Restrições, através das três perguntas: “O que mudar?”, “Para que mudar?” e
“Como causar a mudança?”, para verificar e apontar as limitações do sistema no
âmbito tributário.

       Visto a pouca literatura da TOC existente, direcionada ao processo fabril e
outros aspectos, a contribuição deste trabalho versa na possibilidade de aplicação
desta filosofia voltada ao processo tributário, sendo, possivelmente, mais uma
vertente de estudo dentro da TOC. Também servir como mais uma fonte de
pesquisa a comunidade acadêmica por abrir um novo questionamento. Além disso,
pode ter utilidade, como ferramenta poderosa nas empresas para lhe dar com a
complexa carga tributária e suas limitações, em busca de resultados melhores.
20



1 REFERENCIAL TEÓRICO



      A tributação é a forma essencial para a manutenção das ações do Estado.
Para o seu funcionamento e que cumpra o objetivo de promover o bem estar da
coletividade, é necessário a transferência de recursos provenientes de pessoas
físicas e jurídicas. Quanto maior a arrecadação, maior o poder de investimento,
retorno para o social.

      Esses recursos são classificados em originários ou acessórios. Os tributos
são as receitas originárias do Estado, enquanto receitas oriundas do mercado
financeiro, participação em empresas, são as acessórias. (LEMES JUNIOR;
CHEROBIN; RIGO, 2002).

      Os tributos influenciam diretamente na vida das pessoas físicas e das
jurídicas, cada vez mais. O Sistema Tributário Nacional, regido pela Emenda
Constitucional n° 18, de 1º de dezembro de 1965, regulamentado em efetivo pela Lei
n° 5.172, 1° de outubro de 1966, influencia, sobretudo, as operações das empresas.

      A carga tributária, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário -
IBPT, absorveu, em 2003, cerca de 38% do Produtos Interno Bruto – PIB (AMARAL;
OLENIKE, 2003). Em 2008, segundo o mesmo Instituto, foi de 36, 56%.

      Para a administração de empresas brasileiras, o elevado montante de tributos
pagos pelas pessoas jurídicas requer um adequado e constante gerenciamento dos
gastos ao longo de todo o ano-calendário. Além da eficiência exigida para sobreviver
em condições adversas no mercado, o contexto sistêmico macroeconômico impõe
uma   condição    adicional       e    necessária:      ter   uma     elevada     capacidade       de
gerenciamento dos tributos (OLIVEIRA, 2005).

      Conceitua-se tributo através da disposição do artigo 3° do Código Tributário
Nacional – CTN (1966):

                         Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
                         nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
                         lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
21



      O tributo exclui qualquer prestação que não seja representada por dinheiro. É
obrigatório, seguindo a soberania do Estado que lhe impõe a todos os que
praticaram o fato gerador. Sua cobrança é restrita a Administração Pública, não
podendo ser exercida por nenhuma outra pessoa (OLIVEIRA, 2005).

      A classificação dos tributos é dada por alguns elementos, que são: os
impostos, as taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições. O imposto destina-se a cobrir os gastos do Estado e tem
característica não-vinculada, ou seja, não está vinculado a uma prestação de serviço
específica. As taxas, ao contrário do imposto, vinculadas a prestação de serviços
públicos, possuindo caráter remunerativo. A contribuição de melhoria vincula-se à
execução de obras públicas que agregam valor econômico a imóveis ou patrimônio
privado. Os empréstimos compulsórios são tributos para atender a calamidades ou
estados de emergência. As contribuições possuem previsão legal dada pelo artigo
149 da Constituição Federal de 1988 – CF/88, obtendo diversas finalidades, base
cálculos distintas, identificação especifica e a efetuação é de acordo com a previsão
constitucional (LEMES JUNIOR; CHEROBIN; RIGO, 2002).

      Para a determinação do valor do tributo, deve-se analisar os seguintes
conceitos, segundo Lemes Junior, Cherobin e Rigo (2002): A Competência tributária,
o campo de incidência, o fato gerador e a base de cálculo. A seguir, será comentada
cada uma delas.

      Competência tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado
com o particular. O Estado é o sujeito ativo, ou seja, quem cobra o valor da
obrigação tributária, e o particular é o sujeito passivo, o contribuinte da obrigação
(OLIVEIRA, 2005). A competência tributária designa-se a quem compete normatizar
ou cobrar determinado tributo, podendo ser obrigação tributária principal ou
acessória, basicamente distribuídos entre os poderes da União, Estados e
Municípios.

      A obrigação tributária principal, segundo o art. 113 do CTN (1966), é o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
pagamento decorrente. A acessória tem por objetivo as prestações no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Essa obrigação converte-se em
22



obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária dada pela sua não
inobservância.

       O Campo de incidência é o delimitador da área de incidência do tributo.

       Fato gerador, para Fabretti (2009), é a concretização da hipótese de
incidência tributária prevista em abstrato na lei, fazendo nascer (gerar) a obrigação
tributária.

       Base de cálculo, ainda o autor supracitado (2009), é o valor sobre o qual a
alíquota (percentual) é aplicada para apurar o valor do tributo a pagar.

       Outros elementos complementares do tributo são: a alíquota, adicional e o
prazo de pagamento.

       A alíquota sendo o determinador do montante do tributo a ser pago, pois é o
fator definido em lei que se é aplicado sobre a base de cálculo (FABRETTI, 2009).

       Além do imposto devido, apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de
cálculo, a lei determina o pagamento de mais um valor, denominado de adicional
(FABRETTI, 2009).

       O prazo de pagamento pode ser fixado pelo ente competente para arrecadar
o tributo (FABRETTI, 2009).

       Os principais tributos no Brasil incidentes sobre a atividade da Pessoa
Jurídica são instituídos através da Constituição Federal de 1988 – CF/88, em seu
artigo 145.

                            Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
                     poderão instituir os seguintes tributos:

                             I – Impostos;

                              II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
                     utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
                     prestados aos contribuintes ou postos a sua disposição;

                             III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

       Devido a arrecadação maciça de tributos, o Brasil tem hoje uma das mais
altas cargas tributárias do mundo, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB); sendo
a maior da América Latina. O sistema de tributação nacional, o maior componente
23



do chamado custo-Brasil, é bastante complexo e caro para as organizações
empresariais (OLIVEIRA (e outros), 2007)

      Além da elevada carga tributária, há que considerar os gastos administrativos
com o gerenciamento e o controle das atividades tributárias. A estrutura tributária é
um dos maiores problemas que não deixam o Brasil crescer e se desenvolver
(CINTRA, 2004). Além do enorme custo financeiro, a instabilidade das normas
tributárias e a complexidade gerada pelo volume e pelas constantes mudanças na
legislação.

      Em levantamento realizado em 2006 pelo Instituto de Planejamento Tributário
(IBPT, 2006b) para apurar a quantidade de normas editadas nos 18 anos de
vigência da Constituição Federal de 1988, verificou-se um total de 229.616 regras
tributárias editadas nos três níveis de governo. Dada a complexidade, o estudo
demonstra que, em média, cada norma tributária editada tem 11,23 artigos, cada
artigo tem 2,33 parágrafos, 7,45 incisos e 0,98 alíneas. Foram editados nesse tempo
2.578,588 artigos, 6.008.111 parágrafos, 19.210.484 incisos e 2.527.017 alíneas.

      Os dispêndios de recursos direcionados ao pagamento de tributos, além das
atividades que requer gerenciamento relacionado ao Sistema Tributário, restringem
um lucro maior, limitando o desenvolvimento, tornando-se um entrave aos novos
investimentos.

      Desta forma, para as empresas que buscam sucumbir à clandestinidade dada
pela sonegação, tem-se a necessidade da adoção de um adequado planejamento
tributário e com o efetivo gerenciamento das ações desenvolvidas no ambiente
interno, através da Teoria das Restrições e os Processos de Raciocino como
coordenador, sendo instrumento mais eficaz em defesa do contribuinte contra a
pesada carga tributária brasileira.




1.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO




      O gasto tributário presente em todas as atividades operacionais, afeta
diretamente o resultado financeiro e econômico de forma relevante. Desta forma, as
24



oportunidades de redução de forma legal desses gastos existem e podem ser
utilizada com responsabilidade e conhecimento profundo da legislação tributária
vigente.

      Para se manterem competitivas, é necessário a empresa manter um
constante controle eficiente dos seus dispêndios. Uma parcela importante é
resultante das obrigações tributárias e fiscais (RIBEIRO, 2006).

      Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é
representada por tributos. Em média, 33% do faturamento da empresa é dirigido ao
pagamento de ônus tributário. Da lucratividade, cerca de 47% vai para o cofre
público (LIMA FILHO, 2009).

      Andrade Filho (2001) comenta sobre o planejamento como uma atividade
administrativa que envolve estudo da legislação tributária e a realização de
projeções sobre os resultados dos negócios jurídicos com conteúdo econômico
sujeitos à tributação. O planejamento consiste na tomada de decisões sobre o que
fazer antes da ação ser necessária (CHIAVENATO, 2004).

      Para as empresas que procuram dar continuidade em seus negócios sem
sucumbir à clandestinidade, urge a necessidade de adoção de um adequado
planejamento tributário. Atualmente, o planejamento tributário tem se mostrado
como o instrumento mais eficaz para a defesa do contribuinte contra a pesada carga
tributária. Passou a ser um recurso útil para a sobrevivência em um mercado
globalizado. A adoção pode colaborar sobremaneira com o crescimento estratégico
das empresas sem violar as regras jurídicas impostas pela relação com o Estado.
(SUCASAS; MORAES, 2002)

      Ribeiro (2006) discorre e reforça sobre a importância da gestão da incidência
tributária através de um planejamento, além de resultar na maximização do
cumprimento das obrigações tributárias, contribui para a redução de seu efeito sobre
o patrimônio da empresa, colaborando para a manutenção da sua competitividade.




1.1.1 Conceito
25



         Fabretti (1998, p.28) denomina Planejamento Tributário “[...] o estudo feito
preventivamente, pesquisando-se efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas
legais menos onerosas que exige antes de tudo, bom senso do planejador.”

         É uma técnica gerencial que visa projetar as operações industriais, os
negócios mercantis e as prestações de serviços, com o intuito de conhecer as
obrigações e os dispêndios tributários envolvidos em cada uma das respectivas
alternativas legais pertinentes para, mediante meios e instrumentos legítimos, adotar
aquela que possibilita a anulação, redução ou adiamento do ônus fiscal (BORGES,
1998).

         Conclui-se que planejamento tributário visa realizar, antecedendo os fatos
administrativos, estudos visando conhecer as obrigações e os dispêndios tributários
inseridos nas operações. E através de projeções, oferecer meios e instrumentos
legítimos, possibilitando a anulação, redução ou adiamento do gasto tributário.

         Malkowski (2000) reforça que planejamento tributário é o processo de escolha
de ação ou omissão lícita, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador,
visando, direta ou indiretamente, traga economia tributária.

         As oportunidades de redução legal existem e podem ser utilizadas. As
escolhas devem ser feitas de forma licita, não confundindo com ilegalidades
oriundas da sonegação fiscal.




1.1.2 Elisão e Evasão fiscal




Conceitua-se elisão fiscal como a adoção, pelo contribuinte, de providências licita
voltada à reorganização de sua vida, que impliquem na não ocorrência do fato
gerador do tributo, ou na sua configuração em dimensão inferior à que existiria no
caso de não tivessem sido adotadas por tais providências (GRECO, 1998).

         Para Amaral (2004, p.57) “[...] a elisão decorre, sempre, de ato jurídico lícito”.
No entanto, a evasão fiscal ou sonegação fiscal é condicionada a práticas ilegais de
diminuição do ônus dos tributos, por meio de simulação ou fraude.
26



      Campos (1985) afirma que a sonegação ou evasão fiscal é toda a ação ou
omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o
conhecimento por parte do fisco de ocorrência do fato gerador da obrigação
tributária principal, sua natureza ou circunstancias materiais e das condições
pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou
créditos tributário correspondente.

      Peixoto (2004, p.57) reitera “[...] em ocorrendo um fato jurídico tributário, isto
é, um fato gerador, a expressão Evasão Fiscal trata-se de uma forma de não pagar
o tributo, neste caso, por meio de simulação, dolo ou fraude”. A elisão sempre
decorre de ato jurídico lícito. Contrapondo pode levar ao ilícito, a evasão.




1.1.3 Finalidade, procedimentos e estratégias

.

      A finalidade do planejamento tributário é buscar alternativa legal que seja
menos onerosa a empresa e aumentar o lucro.

      Sendo assim, Amaral (2002) descreve sobre as três finalidades do
planejamento:

      a) Evitar a incidência do tributo, tomando-se providências para desviar do
          fato gerador;

      b) Reduzir o montante do tributo, busca de alternativa para reduzir a alíquota
          ou a base de cálculo; e

      c) Retardar o pagamento, adotar medidas que busque este fim, sem a
          necessidade de ocorrência de multa.

      A empresa deve adotar procedimentos que maximizem o resultado, possuindo
respaldo jurídico, sendo inversamente proporcional a diminuição da incidência
tributária. Aumenta-se o lucro e repassa o valor justo do tributo ao Tesouro.

      As oportunidades de um planejamento tributário devem ser avaliadas
constantemente devido a dinamicidade legislativa brasileira (LEMES JUNIOR;
27



CHEROBIN; RIGO, 2002). É necessário ter como estratégia a análise rotineira da
legislação tributária, vendo a possibilidade de compensação de tributos, o ramo de
atuação da empresa, perfil dos clientes, as operações financeiras realizadas, o
enquadramento tributário.

         Existe situações que a própria legislação autoriza a utilização de formas e
mecanismos aceitos para a otimização dos gastos tributários. Outra forma é no
próprio    ambiente   interno   da   empresa   com   orientação   de   procedimentos
operacionais, administrativos, contábeis e tributários, transferência de conhecimento
para os executores ou demais responsáveis na empresa.




1.2 TEORIA DAS RESTRIÇÕES




         A Teoria das Restrições prega a idéia que toda a empresa, na busca da sua
meta principal que seria auferir dinheiro, esbarra em obstáculos que interferem o
desempenho. Conhecidas ou não, são as restrições do sistema que determinam o
lucro.

         Segundo Goldratt (1992) a meta de uma empresa de fins lucrativos é “ganhar
dinheiro” hoje, e no futuro. Essa abordagem analisa-se como uma condição de
existência empresarial. Diminuir gastos é reflexo de ganho de competitividade hoje
em dia e aumentar o lucro passa a ser a missão empresarial a ser alcançada da
melhor forma.

         Em conformidade, Bertaglia (2003, p. 393) afirma “[…] todo sistema tangível,
como um empreendimento com fins lucrativos, tem pelo menos uma restrição.”

         Conceitua-se restrição como qualquer elemento ou fator que impede que um
sistema conquiste um nível melhor de desempenho relacionado à sua meta. Elas
podem ser tanto físicas, como um equipamento ou a falta de material, quanto não
físicas, como procedimentos, políticas e normas (COX; SPENCER, 2002).

         Dessa forma, é necessário administrar a restrição visando um desempenho
maior (CSILLAG; COBERTT, 1998), sendo que, ou controla as restrições ou elas
28



controlam todo o sistema. Assim, as restrições irão determinar a saída (ganho) do
sistema, quer sejam reconhecidas e controladas, ou não (NOREEN (e outros),
1996).

         Assim, restrição limita a quantidade que pode ser produzida decorrente da
capacidade comprometida em diversos recursos da atividade, como quantidade de
máquina insuficiente, recursos humanos sem qualificação adequada, sendo fatores
que não podem ser alterados em curto espaço de tempo (GIUNTINI (e outros),
2007).

         Goldratt (1990; 1992; 1998) ressalta o enfoque sistêmico como parâmetro da
teoria. Analisar a empresa como um todo, não procurando a otimização local
(departamento ou setor), pois isso pode comprometer o desempenho de todo o
sistema.

         A TOC vê a empresa como um sistema (corrente), um conjunto de elementos
interligados. Cada elemento (departamento) depende um do outro de alguma forma
(formação da corrente), e o desempenho global do sistema (resistência da corrente)
é determinado pelo elo mais fraco (a restrição) (GOLDRATT, 1990; 1992; 1998).

         Sendo assim, após informar alguns pressupostos da Teoria das Restrições,
em seguida, será apresentado o seu surgimento.




1.2.1 Origem da Teoria das Restrições




         Desenvolvida pelo físico Israelense Eliyahu M. Goldratt no inicio da década de
70, quando se envolveu com problema relacionado a logística de produção. Goldratt
elaborou um método de administração da produção totalmente novo, ficando, de
forma, intrigado com o fato de os métodos tradicionais da administração da
produção não fazerem muito sentido lógico.

         Pelo sucesso do método, diversas empresas se interessaram em assimilar a
técnica. Assim, dedicou-se a disseminar o seu método. E no inicio da década de 80,
seus conceitos e pensamentos foram apresentados no livro A Meta. Muitos gestores
29



leram e começaram aplicar nos processos fabris de suas empresas os princípios
contidos.

      No entanto, com a implementação da logística de produção desenvolvida pelo
físico nas empresas, iniciava-se o aparecimento de problemas em outras áreas.
Desta forma, ficou evidente para Goldratt que as empresas necessitavam mais que
soluções prontas. Toda vez que se aplicava as soluções na empresa, esta dava um
salto de competitividade, mas depois estagnava (GIUNTINI (e outros), 2007).

      Ficou constatado na prática que simples princípios não iriam garantir um
processo auto-sustentado de melhoria continua. Para o êxito da Teoria, era
necessário, antes de qualquer coisa, quebrar certos paradigmas que regem as
empresas, mudando a forma de agir e pensar das pessoas (GOLDRATT; FOX,
1989). Então foi decidido ensinar o raciocínio lógico que usava para a resolução de
problemas. Para ele, as empresas precisavam resolver os seus próprios problemas,
visando uma melhoria continuadamente.

      Desta forma surgiu a Teoria das Restrições, ou seja, um “[...] conjuntos de
princípios voltados para a administração da produção que orienta a empresa no
planejamento e da produção de suas atividades e processo continuo de
aprimoramento para enfrentar o moderno ambiente competitivo.” (BORNIA, 2002,
p.157).

      A TOC dispõe de ferramentas utilizadas para auxiliar a empresa tanto em
restrições físicas, como não físicas. É uma seqüência coerente de passos, que deve
ser seguida, pretendendo adentrar num processo focalizado de aprimoramento
continuo.

      O processo decisório é útil para lidar com restrições físicas, como falta de
capacidade dos equipamentos, mercado recessivo, problemas de suprimentos de
materiais. Os Processos de Raciocínios são utilizados para aprimoramento continuo
para lidar com restrições não físicas.




1.2.1.1 Processo decisório
30



       O Processo Decisório, primeiramente descrito por Goldratt e Fox (1995), foi
visando capacitar as empresas a reconhecerem sistematicamente os principais
elementos do sistema que necessitam ser aprimorados (as restrições) para o melhor
desempenho da empresa como um todo.

       Este processo oferece um procedimento simples e intuitivo de focalização
constituído por cinco passos para lidar com os elementos limitativos, que são eles:

       a) Identificar a(s) restrição (ões) do sistema;

       b) Explorar a (s) restrição (ões) do sistema;

       c) Subordinar tudo à decisão anterior;

       d) Elevar a (s) restrição (ões) do sistema;

       e) Se nas etapas anteriores uma restrição for quebrada, volte à etapa número
          um, mas não permita que a inércia se torne uma restrição do sistema

       Lidando com falta de capacidade dos equipamentos, problemas de
suprimentos de materiais, mercado recessivo, entre outros; esses passos são úteis,
ou seja, restrições físicas.




1.2.1.2 Processos de Raciocínios




       Para tratar restrições não físicas, culturais, política, comportamentais, sugere
o uso dos Processos de Raciocínio. Para superar esses obstáculos, Goldratt (1994),
escreveu o livro de nome “Mais Que Sorte: um processo de raciocínio”, elaborando a
história em torno dos problemas mais estratégicos das empresas. Utiliza-se a
relação causa e efeito para identificação dos problemas do sistema e suas possíveis
soluções. Buscando responder às seguintes questões periodicamente num processo
de otimização continua:

       A primeira pergunta, O que mudar, necessita fazer um diagnóstico da real
situação no intuito de encontrar o problema (a restrição), sendo o principal passo
para melhorar o desempenho do sistema. Entender a relação de causa e efeito
31



dentro do sistema para conseguir identificar as causas que levam aos efeitos
indesejáveis que se procura mudar.

      Na segunda, Para que mudar, já encontrado o problema limitador que impede
a empresa de galgar seus objetivos, busca-se uma saída, ou seja, para o que
mudar, mostrando a direção a ser seguida. Neste passo, deve decidir como explorar
a restrição, e até mesmo como levá-la.

      A última pergunta, Como causar a mudança, já com o direcionamento a ser
seguido, estratégia pronta, busca definir como esta será implementada no sistema
para obter um desempenho melhor e construir as ações necessária para mudar a
condição que se encontra.

      Para qualquer processo de mudança, buscando a melhoria, tem que
responder a estas três perguntas. Esta é denominada de Processo de Raciocínio da
Teoria das Restrições, sendo um conjunto de ferramentas analíticas formais
auxiliadoras em qualquer processo decisório (GOLDRATT; COX, 1995).

      Os Processos de Raciocínio ultrapassaram os limites da Administração e é
usada em muitas outras áreas do conhecimento humano. Essa filosofia pode ser
aplicada em quaisquer instituições com ou sem finalidade do lucro obtendo as
mesmas qualidades nos resultados (GOLDRATT, 1990; MOTWANI (e outros), 1996;
COGAN, 2007).




1.3 OS   PROCESSOS          DE   RACIOCINIOS         NO      AMBITO       DA     ECONOMIA
   TRIBUTÁRIA




      A empresa é um sistema aberto que interage com toda a sociedade. Desta
forma, o seu desenvolvimento, como a sua mortalidade, influência na vida das
pessoas, nos padrões de vida e o desenvolvimento da sociedade.

                    É uma unidade econômica organizada, que combinando capital e trabalho,
                    produz ou faz circular bens ou presta serviços com finalidade de lucro.
                    Adquire personalidade jurídica pela inscrição de seus atos constitutivos nos
                    órgãos de registro próprio, adquirindo dessa forma capacidade jurídica para
                    assumir direitos e obrigações. A empresa deve ter sua sede, ou seja, deve
32



                      um domicílio, local onde exercerá seus direitos e responderá por suas
                      obrigações. (FABRETTI, 2003, p.36),

      Para Mosimann e Fisch (1999), É um agrupamento humano hierarquizado
que põe em ação meios intelectuais, físicos e financeiros, visando extrair,
transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, de acordo os
objetivos já definidos por uma direção, individual ou em grupo, podendo intervir em
vários graus, na distribuição de benefícios e na utilidade social.

      Empresa é, portanto, uma unidade organizada que combinada a capital e
trabalho, põe em ação através do meio intelectual, físicos e financeiros, para
produzir ou fazer circular bens ou prestar serviços, definidos através de objetivos.

      Em conformidade, Goldratt (1992) afirma que a meta de uma empresa de fins
lucrativos é “ganhar dinheiro” hoje, e no futuro. No entanto, a condição de existência
dessa empresa é cada vez mais complexa. Visto a grande competitividade, exigindo,
cada vez mais, eficácia e concisão no seu gerenciamento.

      Em seu conflito interno, a empresa busca almejar o aumento da
competitividade, através da redução dos gastos e aumento das receitas. Desta
forma, esbarrando em obstáculos que interferem o desempenho.

      Todo o sistema empresa tem pelo menos uma restrição (BERTAGLIA, 2003).
Está restrição deve ser encontrada, gerenciada, visando explorá-la, para conseguir
resultados acima do esperado. Além desses impactos de cunho interno, o campo
externo também emite “perturbações”. Dentre estas, a carga tributária contribui
fortemente.

      Oliveira (2005, p.34) afirma que:

                      A carga tributária no Brasil é extremamente elevada, tanto sobre a pessoa
                      jurídica como sobre a pessoa física. O Instituto Brasileiro de Planejamento
                      Tributário (IBPT) estima que a carga tributária em nosso país representa, na
                      média dos últimos cinco anos, a mais de 32% do Produto Interno Bruto
                      (PIB). Além da elevada carga tributária, o Sistema Tributário brasileiro é um
                      dos mais complexos do mundo. Estima-se a existência de
                      aproximadamente 60 tributos vigentes, com diversas Leis, Regulamentos e
                      Normas constantemente alteradas.

      A tributação no país é uma das mais altas do mundo, influenciando de forma
contundente os resultados empresariais. Da lucratividade, em média, 47% vai para
os cofres do Tesouro Nacional.
33



      Como reitera Fabretti (2006, p.29) “[...] a legislação tributária freqüentemente
atropela os resultados econômicos para, por imposição legal da Receita Federal,
adaptá-los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado fiscal), que nada tem a
ver com o resultado contábil”.

      Com a adaptação do resultado econômico em conformidade ao interesse da
Receita Federal, o impacto de arrecadação é bem maior, subtraindo assim, uma
parcela a mais do qual seria o ganho empresarial.

      Se a meta da empresa, para Goldratt (1992), é auferir dinheiro, e conceitua-se
a restrição do sistema como tudo aquilo que impede um ganho maior, conclui-se que
a carga tributária representa mais uma restrição ao ambiente organizacional, visto os
gastos com o elevado montante de tributos pagos e com as atividades tributárias
visando o seu cumprimento de todo o ano-calendário.
      Assim, tem-se a necessidade imperiosa da racionalização dos gastos
tributários a partir de estratégias de otimização dos resultados. Sendo necessário
administrar a restrição, procurando pagar o valor devido de tributos, para que a
restrição não determine a saída (o ganho) do sistema (NOREEN (e outros)., 1996).
      Dentre as estratégias de controlar esta restrição, o planejamento tributário
garante a empresa o planejamento dos gastos tributários e a Processos de
Raciocínios da Teoria das Restrições coordena para encontrar as alternativas
menos onerosas permitidas por Lei.




1.3.1 Economia tributária



      A empresa deve reconhecer que, enquanto não houver a reforma tributária,
além das outras restrições de todos os cunhos que possa existir, a carga tributária e
toda a sua complexidade, é uma restrição de caráter permanente, em que, deve-se
buscar sempre o seu controle, através do seu efetivo gerenciamento, para reduzi-la,
pagando apenas o valor justo, disposto a economia tributária e o aumento do ganho.
      O legislador, reconhecendo a complexidade, possibilita a empresa a optar por
caminho mais econômico. Nogueira (1980) comenta que ninguém é obrigado a
escolher, entre diversas formas possíveis, aquela que pratica e possibilita um
34



imposto maior, pois a possibilidade de uma estruturação, que em face da legislação
tributária seja mais favorável, correspondendo ao interesse justo do contribuinte,
reconhecido em ordem jurídica.
       Não resta dúvida que a otimização dos gastos tributários é de conformidade
com a ordem jurídica, além de ser justa. Assim, a empresa através do planejamento
tributário deve buscar a racionalização destes. A TOC e os Processos de
Raciocínios, com sua visão holística, podem contribuir orientando no planejamento
das atividades e no processo continuo de aprimoramento.




1.3.1.1 Visão holística



       Na medida em que a questão tributária é de suma relevância, sendo o tributo
o principal gasto na empresa conforme estudo realizado por Lima Filho (2009), o
setor responsável pela gestão tributária deve atuar com visão holística (sistêmica),
procurando a eficiência das atividades, sobretudo pelos os executores das ações
influenciadas pelos tributos.
       Guerreiro (2006) afirma que a TOC é insistente no que tange que a
otimização local não garante a otimização do sistema como um todo. Em nada
adianta um excelente planejamento, se as rotinas executadas são por pessoas
inteiramente desmotivadas e sem treinamento suficiente, todo o esforço pode estar
sendo perdido (AMARAL, 2010).

       Todos os departamentos devem estar alinhados nos objetivos a serem
atingidos e ações que serão executadas, de forma a garantir o sucesso de todo o
sistema. Decisões, ou ações, tomadas num aspecto local, possuem capacidade de
afetar em outros departamentos dentro do mesmo sistema e nem sempre de uma
forma positiva (SENGE, 2006).

       Os responsáveis pelo o pagamento dos tributos e contribuições devem ter
ciência da economia que a empresa obtém com o pagamento na data, sem pagar
multas expressivas. A Receita Federal do Brasil, por exemplo, com o pagamento no
prazo, durante alguns anos, pode beneficiar a empresa futuramente com o bônus de
35



adimplência fiscal, que desconta 1% sobre a Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido (CSLL).

      Pequenas atitudes em harmonia com o todo do sistema a grandes decisões
isoladas (SENGE, 2006). Muitos fenômenos (efeitos) que se vivencia estão
interligados por poucas causas. Isto é, muitos efeitos são explicados por poucas
causas (GOLDRATT; FOX, 1989).

      Amaral (2010) estabelece que a questão tributária não é tema que se atenha
somente ao departamento responsável da sua operacionalização, mas a questão
deve ser colocada em todos os departamentos, sendo que todos tem o reflexo
tributário, seja na área de vendas, compras, logística, financeira, gestão de pessoas,
entre outras.

      O efeito ruim na empresa sem dispor da visão sistêmica no âmbito tributário
pode ser sentido pela não participação de todos no processo de diminuição da
restrição tributária. Todas as partes precisam atuar em totalidade para que se
possam galgar a economia tributária e, em conseqüência, um ganho maior que a
meta empresarial. Gestão tributária eficaz tem conotação e reflexos em toda
empresa (AMARAL, 2010).

      É essencial deixar todos a par da importância dos tributos e sua influência nas
diversas áreas. Assim, o incentivo a interação é muito útil para alcançar resultados
propostos pelo planejamento tributário.

      Corbett (1997, p.20) ressalta que “[...] os Processos de raciocínio são a base
para uma organização de aprendizagem, para se criar uma organização que causa
mudanças e conseqüentemente que entra num processo de otimização contínua”.

      A empresa deve buscar a mudança para não assumir o risco de planejar e
pecar pelo não envolvimento de todos neste processo. As maiores oportunidades
visando efetuar mudanças bem sucedidas e duradouras não estão subordinadas a
fatores externos, mas na maioria das vezes às regras e políticas internas
ultrapassadas e restritivas (GOLDRATT apud CORBETT, 2005; SENGE, 2006).




1.3.1.2 Processo contínuo de aprimoramento
36




      Os processos de Raciocínio é um dos procedimentos da TOC em favor do
aprimoramento contínuo para as restrições não físicas da empresa. É um conjunto
de ferramentas que permite responder às três perguntas fundamentais de qualquer
processo gerencial (GOLDRATT; COX, 1995).

      No ambiente interno ocorrem situações que culminam no aumento dos gastos
com os tributos, como multa pelo descumprimento de obrigações acessórias, multas
e encargos indevidos e integração entre todos os envolvidos, forma de tributação,
entre outros.

      O processo de raciocínio conduz a uma série de passos que combinam causa
e efeito. São ferramentas de causa e efeito para entender os motivos que as coisas
acontecem e que permiti que se crie um futuro melhor (COGAN, 2007). Assim, este
trabalho utilizou-se de uma situação inerente ao ambiente interno empresarial para
demonstrar uma simplória aplicação dos processos de raciocínio da TOC no âmbito
da economia tributária. A situação escolhida foi: o pagamento em atraso.

      O que mudar? A primeira pergunta, Cogan (2007) afirma que é necessário
fazer um diagnóstico da situação, onde devemos atacar os sintomas do sistema. Já
foi preestabelecido que seria o pagamento em atraso.

      Para o que mudar? A segunda pergunta nos remete a definir meios que irão
substituir essa política restritiva (GOLDRATT, 1994).

      A política definida é economizar todo o acréscimo desperdiçado com
multas/juros, para desembolsar o valor devido, ter direito ao bônus de adimplência
fiscal e obter certidões de regularidade junto ao Fisco.

      Como fazer para mudar? Descobrindo quais as ações são necessárias e
suficientes para que a mudança torne realidade (GOLDRATT, 1994).

      Através da interação entre departamentos, orientar o setor responsável pelos
pagamentos meios que cumpram as obrigações na data determinada, transferindo
conhecimentos acerca da utilidade e importância para a empresa obter um
acréscimo no seu ganho.
37



      Essas três perguntas podem ser utilizadas no processo de detectar pontos
dentro do sistema que vão de encontro à economia tributária, também operaciona as
mudanças necessárias.

      Usando os aplicativos do Processo de Raciocínios da Teoria das Restrições
para eliminar os efeitos indesejáveis, diminui-se a restrição tributária e acrescenta
um maior ganho. Assim, a economia tributária em uso dos instrumentos da TOC,
somado ao planejamento tributário, tende a dar um resultado favorável à empresa,
garantindo competitividade e continuidade no mercado.
38



2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS



      A metodologia consiste na forma utilizada pelo pesquisador para desenvolver
uma pesquisa. Método pode ser definido como um conjunto de atividades
sistemáticas e racionais, com maior segurança e economia permitem ao pesquisador
alcançar o objetivo. Assim, através do método chega-se a conhecimentos válidos e
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista (LAKATOS, 2003).

      De acordo com o conceito supracitado, este estudo buscou analisar a
contribuição da Teoria das Restrições na diminuição do impacto tributário, através
das ferramentas dos Processos de Raciocínio, limitando-se nas três perguntas “O
que mudar?”, “Para que mudar?” e “Como fazer para mudar?”, como instrumento de
coordenação do planejamento tributário.




2.1 ESCOLHA DO MÉTODO




      A pesquisa adotada neste estudo foi a pesquisa exploratória que, na
concepção de Gil (2002, p. 43), “[...] pesquisas exploratórias são desenvolvidas com
o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado
fato”. Para Beuren (2004, p.80), a pesquisa exploratória tem algumas finalidades
específicas, como: “[...] proporcionar maiores informações sobre o assunto que se
vai investigar; facilitar a delimitação do tema de pesquisa; orientar a fixação dos
objetivos e a formulação das hipóteses; ou descobrir um novo tipo de enfoque sobre
o assunto”.

      Portanto, levando em consideração os objetivos, foi empregado na coleta de
dados os procedimentos de pesquisa em fontes secundárias e de uma pesquisa de
campo, de caráter quantitativo. “Os procedimentos na pesquisa científica referem-se
à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm os dados” (BEUREN,
2004, p. 83).
39



      A pesquisa bibliográfica baseou-se em dados secundários coletados a partir
de livros, teses, dissertações e artigos científicos, criando uma visão acerca dos
Processos de Raciocínio, Teoria das Restrições, o Planejamento Tributário e suas
estratégias. Para Gil (2002, p. 65) a principal vantagem deste tipo de pesquisa é “[...]
no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito
mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

      No segundo momento, foi realizada uma pesquisa de campo para analisar
empiricamente o quadro situacional das empresas envolvidas, sobre a visão
holística e os procedimentos de tratamento por parte dos tributos, visando detectar
pontos que incentivam um maior gasto. Conhecendo esses dados, houve a
implementação dos Processos de Raciocínio na coordenação do planejamento
tributário, usando as três perguntas para definir possíveis mudanças. Segundo Silva
(2008, p. 57) a pesquisa de campo “[...] consiste na coleta direta de informação no
local em que acontecem os fenômenos; é aquela que se realiza fora do laboratório,
no próprio terreno das ocorrências.”




2.2 PARTICIPANTES




      O estudo foi realizado através da análise de uma amostra composta por
empresas do segmento que apresenta maior débito fiscal junto a Secretária da
Fazenda do município de Senhor do Bonfim/BA.

      O segmento que apresenta maior débito fiscal é o do comércio varejista,
segundo apontado pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. Assim, devido
ao não fornecimento da informação das empresas cadastradas neste setor pelo
órgão supramencionado, por tratar-se de matéria sob reserva de sigilo fiscal,
conforme anexo deste trabalho. Para operacionalização desta pesquisa, foi
selecionada por conveniência, a amostra do trabalho foi composta por empresas
clientes de um determinado escritório de contabilidade situado na cidade de Senhor
do Bonfim/BA, deste mesmo segmento, totalizando 52 empresas. Após aplicação do
questionário via email, 40 empresas responderam de acordo o prazo para o
recebimento, configurando assim nossa amostra de pesquisa.
40




2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS




      Com a utilização da pesquisa de campo visando analisar a Teoria das
Restrições em apoio a diminuição do impacto tributário, houve a aplicação de um
questionário que, Silva (2008, p. 60) o conceitua como “[...] conjunto ordenado e
consistente de perguntas a respeito de variáveis e situações que se deseja medir ou
descrever”, para conhecer as situações que enseja maior gastos com tributos e
assim, a partir das respostas, avaliar a necessidade de mudanças e propor possíveis
alternativas em favor da diminuição da restrição tributária.

      A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário, em
agosto de 2011. A amostra foi composta por 40 empresas do Comércio varejista,
clientes de um Escritório Contábil, sendo o mesmo segmento declarado pela Sefaz
como que apresenta maior débito fiscal.



2.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA




      O questionário tem a intenção de conhecer a realidade dessas empresas com
perguntas envolvendo o reconhecimento da carga tributária como fator restritivo para
um lucro maior, a visão holística organizacional e procedimentos operacionais no
ambiente interno que enseja em acréscimos no gasto tributário. O instrumento
possui dez perguntas, sendo aplicado aos responsáveis pela tomada de decisões
(administrador do negócio) dessas empresas.

      Assim, para testar as hipóteses, foi dividido o instrumento de pesquisa em
perguntas que atendam o reconhecimento da carga tributária como fator de
restrição, a visão holística e procedimentos usados no tratamento dos tributos. A
hipótese – H1 – é testada através das questões [1] e [10], a hipótese – H2 – é
testada pelas questões [4] e [5] e a hipótese – H3 – testada com as questões [2], [3],
[6], [7], [8] e [9]. A elaboração deste questionário leva em consideração a
implementação dos Processos de Raciocínio da Teoria das Restrições.
41



1) A carga tributaria é fator de restrição a um resultado (lucro) maior por parte da
    empresa?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

2) O    Setor     responsável   pela   escrita fiscal,      depois de   participar    de   evento
    (treinamento/curso), transfere o conhecimento auferido para os demais profissionais
    da empresa?


    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

3) Existe o repasse de informação sobre estratégias traçadas no planejamento ou no
   gerenciamento dos tributos a toda a empresa?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

4) Para a tomada de decisão sobre o planejamento tributário e suas ações
   coordenativas, é necessário a participação de mais pessoas envolvidas neste
   processo além do setor responsável?

    Sim (   )       Não (   )

5) Qual(is) envolvido(os) na tomada de decisão no âmbito tributário?

    ( ) Responsáveis pela escrita fiscal       (    ) Sócios/empresário        (   ) Responsáveis
    por cada área da empresa

6) A empresa já fez uso (ou faz) do planejamento e gerenciamento dos tributos visando
   diminuir o impacto tributário?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

7) Visando estar em dia com o fisco (declarações, formulários, livros, guias, EFD, etc.), a
   empresa reconhece a sua importância na diminuição da restrição tributária?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

8) A empresa recolhe os tributos na data prevista, evitando o pagamento de multas/juros
   e outras sanções, com vista racionalizar a carga tributária?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

9) Qual o período para efetuar a analise da forma de tributação (Simples, Presumido ou
   Real)?

    (   ) 1 Sempre (     )2 (   )3 (    )4 (       )5   (   )6 (   ) 7 Nunca

10) Se o impacto da carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado
    (lucro) maior?

    Sim (   )       Não (   )

                Quadro 1: Cenário envolvendo Processos de Raciocínio e a TOC.
                              Fonte: Elaboração própria (2011)
42



       Na pergunta [1] questionamos se a carga tributária é fator de restrição a um
resultado (lucro) maior por parte da organização. Para manifestar a sua opinião, o
respondente deveria escolher entre 1 (sempre) ou 7 (nunca), o ponto médio igual a
4. A intenção desta questão foi de demonstrar o julgamento sobre o impacto da
tributação tendo o ponto de vista da organização. Para confirmação e segurança em
nossa análise, apresentou-se outra questão. A [10] questionou se caso o impacto de
carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado maior. O
respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não).

       A segunda situação, perguntas [4] e [5], é tratando sobre a visão holística por
parte da organização. Entre as questões [4] e [5], procurou-se saber se a empresa
reconhece a necessidade de participação de mais envolvidos no processo de
tomada de decisões sobre o planejamento tributário e suas ações coordenativas, e
quais são os envolvidos nessa tomada de decisão no âmbito tributário,
respectivamente. Duas questões alinhadas, o respondente manifestando a sua
opinião na [4] deveria responder 0 (Sim) ou 1 (Não) e na [5] as respostas versam
em 0 (Responsáveis pela escrita fiscal), 1 (Sócio/Empresário) e 2 (Responsáveis por
cada área da empresa).

       A terceira situação é sobre os procedimentos usados no tratamento dos
tributos com intuito de racionalizar a carga tributária, questões [2], [3], [6], [7], [8] e
[9]. Para manifestar a sua opinião, o respondente deveria escolher entre 1 (Sempre)
ou 7 (Nunca), o ponto médio igual a 4. A pergunta [2] questiona se o setor
responsável pela escrita fiscal, depois de participação em algum evento, transfere o
conhecimento para os demais profissionais. Procura-se conhecer o grau de
interação entre o setor responsável e as demais áreas, visto a necessidade de todos
possuírem informação que, por vezes, pode ser crucial para determinada área ou
situação dentro do âmbito interno. Já a [3] versa sobre o repasse de informação
sobre estratégias traçadas no planejamento ou gerenciamento de tributos a todos. O
que é definido, e para o atendimento do determinado e chegar no ponto traçado na
estratégia, é necessário o conhecimento de todos os envolvidos. Na questão [6],
buscou-se saber se a empresa já fez uso (ou faz) do planejamento e gerenciamento
dos tributos visando diminuir o impacto tributário. Na [7], versou em saber se a
empresa busca estar em dia com o fisco, dada pela sua importância, para
diminuição da restrição tributária. A [8] segue a mesma linha da [7], questionando se
43



a empresa evita pagar multas, juros e outras sanções, recolhendo os tributos na
data prevista. Já a [9] sobre o período para efetuar a analise da forma de tributação,
seguindo a necessidade de sempre buscar o melhor caminho.

      A empresa, através da escrita fiscal, deve manter visão holística conhecer as
atividades envolvidas no processo interno e, sobretudo, manter todos informados na
estratégia traçada pelo planejamento tributário e suas coordenações, para ter o
comprometimento de todos os envolvidos.

      É de grande benefício a orientação aos executores das atividades das áreas
envolvidas com a parte tributária sobre a melhor maneira de economizar recurso
com procedimentos simplórios. Também,           a   utilização do planejamento      e
gerenciamento tributário, bem como a analise sempre da forma de tributação
buscando conhecer a melhor forma de diminuir os gastos com tributos.
44



3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS



      A amostra foi testada através de testes paramétricos, utilizada para
distribuição normal, no entanto estes não apresentaram significância de amostra.
Utilizamos os testes de dimensionalidade, confiabilidade e convergência no sentido
de confirmamos a significância da amostra, contudo, estes não apresentaram dentro
dos níveis aceitos.

                      Tabela 1 – Resultados dos testes KMO e Bartlett
                   Medida de adequação da amostra
                                                               0,447
                        de Kaiser- Meyer-Olkin
                 Teste de           Qui-quadrado               38,149
                  Esfericidade               Gl                 28
                 de Bartlett                Sig.               0,096
                                    Fonte: Nossa autoria

      Segundo Hair e outros (1998), na dimensionalidade os valores de KMO são
considerados aceitáveis valores entre 0,50 e 0,69 e acima de 0,70 são considerados
desejáveis. Conforme tabela 1, o índice de KMO da amostra levantada apresentou
resultado de 0,447, sendo considerada não aceitável. O teste de esfericidade de
Bartlett apresentou qui-quadrado 38,149, o nível maxímo aceito para               atestar a
significância é de 5%, a partir deste critério a amostra apresentou nível igual a 0,096.
Portanto, a amostra não apresenta significância.

                       Tabela 2 – Resultados das estatísticas de confiabilidade
                                        Alfa             N de
                                    de Cronbach          Itens
                                         0,138             8
                                 Fonte: Fonte: Nossa autoria

      Conforme tabela 2, realizamos análise de conflito através do teste de Alfa de
Cronbach que apresentou resultado igual a 0,138. Sendo de acordo com Hair et. al.
(1998), para rejeitar a hipótese nula e indicar que possui relação intensa entre os
itens, deve ser superior a 0,600. Desta forma, não permitiu aceitar a escala como
confiável.
45



        Por fim, conforme tabela 3, a análise da convergência dos quesitos da análise
de correlações cruzadas com o uso de Coeficientes de Sperman indicou alguns itens
negativos.

                           Tabela 3 – Resultados das estatísticas de convergência

                      p1        p2         p3        p4        p6       p7           p8      p9
    p    Coeficien
    1                  1        ,242     -,211     -,164     ,045     -,030         -,213   -,068
         te
          Sig. Bi-
                                ,132     ,192       ,313     ,784      ,852         ,186    ,678
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien                                                    ,408(*
    2                ,242         1      -,007     -,023     ,207                   -,194   -,050
             te                                                         *)
          Sig. Bi-
                     ,132                ,967       ,887     ,200      ,009         ,230    ,757
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien
    3               -,211      -,007       1      ,334(*)    ,162     -,037         ,158    -,004
             te
          Sig. Bi-
                     ,192       ,967                ,035     ,317      ,819         ,330    ,983
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien
    4               -,164      -,023    ,334(*)       1     -,059     -,046     ,322(*)     -,186
             te
          Sig. Bi-
                     ,313       ,887     ,035                ,716      ,776         ,043    ,250
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien
    6                ,045       ,207     ,162      -,059       1       ,200         -,032   -,092
             te
          Sig. Bi-
                     ,784       ,200     ,317       ,716               ,216         ,845    ,572
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien            ,408(**
    7               -,030                -,037     -,046     ,200       1           ,292    -,029
             te                   )
          Sig. Bi-
                     ,852       ,009     ,819       ,776     ,216                   ,068    ,860
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien
    8               -,213      -,194     ,158     ,322(*) -,032        ,292          1      -,252
             te
          Sig. Bi-
                     ,186       ,230     ,330       ,043     ,845      ,068                 ,117
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
    p    Coeficien
    9               -,068      -,050     -,004     -,186    -,092     -,029         -,252    1
             te
          Sig. Bi-
                     ,678       ,757     ,983       ,250     ,572      ,860         ,117
          Caudal
             N        40         40        40        40       40        40           40      40
        * Correlação é significativa ao nível de 0,01 (bi-caudal).
        * Correlação é significativa ao nível de 0,05 (bi-caudal)
        Fonte: Nossa autoria
46



      Essa amostra atende as exigências de uma amostra paramétrica conforme
defendido por Hair (e outros) (2006) que deve ter mínimo de 30 participantes.
Contudo, os resultados através dos testes paramétricos                    não apresentam
significância. Desta forma, empregamos os testes não paramétricos com o mesmo
intuito de verificar se a amostra é significativa, que é conceituado por Bruni (2009),
como não dependente de parâmetros populacionais (como média, variância, desvio
padrão, proporção e outros) e de suas respectivas estimativas amostrais, para
novamente verificar a significância da amostra. Ressalta-se que os resultados
encontrados dos testes paramétricos não invalidam a pesquisa.

      A depender da situação-problema analisada, diferente pode ser o modelo não
paramétrico empregado (BRUNI, 2009). Dentre os diversos modelos de testes não
paramétricos, utilizaremos o Teste de Kolmogorov-Sminov e o teste do qui-
quadrado. Kolmogorov-Sminov por avaliar se os valores de uma amostra podem ser
considerados como provenientes de uma população com determinada distribuição
teórica e significativa (LIMA FILHO (e outros), 2010). A justificativa de sua utilização
é por contemplar perguntas da Escala Likert, aplicada nas perguntas P1, P2, P3, P6,
P7, P8 e P9.

      Já o Qui-quadrado é empregado na análise de freqüências, quando uma
característica de amostra é analisada (BRUNI, 2009). A justificativa de sua utilização
é dada por perguntas com variáveis dummy, ou seja, possibilidade de escolha entre
duas respostas, utilizada nas perguntas P4 e P5.

      Na análise da forma de distribuição da variável, de acordo com o nível de
significância encontrado para o teste de Kolmogorov-Smirnov, não foi possível
atestar a normalidade das variáveis P2, P6 e P9, conforme destacado na tabela 4.

                                P1      P2      P3      P6       P7       P8     P9
            Média               2,3     4,15    4,88    3,93    1,7      5,88    3,5
        Desvio Padrão          1,856   2,179   2,198   2,129   1,091    1,652   1,633
      Komogorov-Sminorv
               Z               1,829   1,136   1,475   0,898   1,989    2,384   1,08
      Asymo. Sig. (2-tailed)   0,002   0,151   0,002   0,395   0,001     0,00   0,193

                         Tabela 4: Resultados do Teste de Kolmogorov-Sminorv
                                     Fonte: Nossa autoria
47



      As variáveis P2, P6 e P9 apresentaram nível de significância superior ao
máximo exigido que é de 0,05. P2 igual a 0,151, P6 0,395 e P9, 0,193. De acordo
com as analises do teste de Kolmogorov-Sminorv, pode-se concluir que não existe
relação significativa nas respostas destas perguntas. Assim, os testes apresentados
a seguir analisaram as respostas das questões P1, P3, P7 e P8, conforme tabela 5.
                                          P1       P3       P7       P8
                 Média                    2,3      4,88     1,7      5,88
                 Desvio Padrão           1,856    2,198    1,091    1,652
                 Komogorov-Sminorv
                 Z                       1,829    1,475    1,989    2,384
                   Asymo. Sig. (2-
                        tailed)          0,002    0,002    0,001    0,00
          Tabela 5: Resultados do Teste de Kolmogorov-Sminorv sem as variáveis P2, P6 e P9
                                    Fonte: Nossa autoria

      De acordo com o nível de significância encontrado para o teste de
Kolmogorov-Sminorv, foi possível atestar a normalidade das variáveis P1, P3, P7 e
P8. Os níveis de significância de cada um dos quatro testes deram inferiores ao
padrão 5%.



3.1 VERIFICAR SE OS GESTORES DAS ORGANIZAÇÕES ANALISADAS
RECONHECEM OS FATORES DE RESTRIÇÃO AO LUCRO ORGANIZACIONAL




      Para poder atingir o objetivo de verificar se os gestores das organizações
analisadas reconhecem os fatores de restrição ao lucro organizacional, foram
aplicadas duas questões, a P1 e a P10. Na P1, como o nível de significância do
teste foi inferior ao máximo exigido, aceitou-se a hipótese nula de igualdade.
Conforme as analises dos testes de Kolmogorov-Sminorv, ou seja, existe uma
relação significativa entre o reconhecimento do gestor e a restrição ao lucro
organizacional causado pela carga tributária.

      A escala do instrumento de pesquisa de coleta de dados foi apresentada com
sete pontos, entre 1 (Sempre) e 7 (Nunca), o ponto médio foi igual a 4. Dessa forma,
na P1, caso os gestores das organizações analisadas reconheçam os fatores de
restrição do lucro causado pela carga tributária, a média na população seria
estatisticamente inferior a 4. Caso os gestores não reconheçam os fatores de
48



restrição ao lucro causado pela carga tributária, a média na população seria igual ou
superior a 4.

       A média da pergunta 1 foi igual 2,3 e inferior a média da população,
estatisticamente igual a 4. Assim, foi possível encontrar na amostra evidências que
comprovaram que os gestores de fato reconhecem os fatores de restrição ao lucro
organizacional, a média foi aceita, pois o sig deu 0,2%, conforme tabela 5.

       Para confirmação e segurança em nossa análise, apresentou-se outra
questão. Foi questionado na pergunta 10, se caso o impacto de carga tributária no
Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado (lucro) maior. O respondente
deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não).

       Por contemplar resposta unanime, na pergunta 10 não houve necessidade de
apresentação de significância. Conforme tabela 6.

                             Tabela 6: Resultado do teste pergunta 10
                                                     Percentual
                                    Frequência Em % Cumulativo
                    Válido 0                40 100,0      100,0
                                   Fonte: Nossa autoria

       Questionados sobre se a carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa
teria um resultado (lucro) maior, O respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1
(Não). Todos os participantes foram de acordo a alternativa Sim. Desta forma,
corrobora com a pergunta 1 e confirma a hipótese H1, os gestores das organizações
analisadas reconhecem os fatores de restrição do lucro causado pela carga
tributária.




3.2 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO
   REDUZEM O IMPACTO TRIBUTÁRIO NA RESTRIÇÃO DO GANHO EM
   ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO VAREJISTA




       De acordo com a tabela 5, em P3, P7 e P8, o nível de significância do teste foi
inferior ao máximo exigido, assim aceitou-se a hipótese nula de igualdade. Conforme
as analises dos testes de Kolmogorov-Sminorv, ou seja, existe uma relação
49



significativa entre o impacto tributário na restrição do ganho e a necessidade de
implementação dos Processos de Raciocínio em organizações do comercio
varejista.

             Tabela 7: Resultado da média; variáveis P3, P7 e P8, teste Kolmorov-Sminorv

                                   Pergunta                    Média
                     P3) Existe o repasse de informação
                     sobre estratégias traçadas no
                     planejamento ou no gerenciamento           4,88
                     dos tributos a toda a empresa?

                     P7) Visando estar em dia com o
                     fisco (declarações, formulários,
                     livros, guias, EFD, etc.), a empresa       1,70
                     reconhece a sua importância na
                     diminuição da restrição tributária?


                     P8) A empresa recolhe os tributos
                     na data prevista, evitando o
                     pagamento de multas/juros e outras         5,88
                     sanções, com vista racionalizar a
                     carga tributária?

                                    Fonte: Nossa autoria

       Visto que a escala do instrumento de pesquisa de coleta de dados foi
apresentada com sete pontos, entre 1 (Sempre) e 7 (Nunca), o ponto médio foi igual
a 4. De acordo a tabela 7, a média da pergunta 3 foi igual 4,88, a pergunta 7 obteve
média 1,7 e a pergunta 8, média 5,88. Excetuando a pergunta 7, a pergunta 3 e
pergunta 8 ficaram com média superior a da população, estatisticamente igual a 4.
Caso não houvesse necessidade da implementação dos Processos de Raciocínio
visando reduzir o impacto na restrição do lucro, a média da população deveria ser
menor ou igual a 4. Através de P3 e P8, confirmamos a H3, sendo possível
encontrar na amostra evidências que corroboram a necessidade de implementação
dos Processos de Raciocínio e suas ferramentas “O que mudar?”, “Para que
mudar?” e “Como fazer para mudar?”, para aumentar os ganhos da organização.




3.3 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DA TOC CONTRIBUI POSITIVAMENTE
   NA COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DO GERENCIAMENTO E PLANEJAMENTO
   TRIBUTÁRIO
50




      Para poder atingir o objetivo de verificar se a implementação da TOC contribui
positivamente na coordenação das ações do gerenciamento e planejamento
tributário, de acordo ao teste do qui-quadrado, foram aplicadas duas questões, a P4
e a P5. A variável P4 questionou ao gestor em relação a tomada de decisão sobre o
planejamento tributário e suas ações coordenativas, é necessário a participação de
mais pessoas envolvidas neste processo além do setor responsável. O respondente
deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não). Já a variável P5, questionou Qual(is)
envolvido(os) na tomada de decisão no âmbito tributário. Deveria optar entre 0
(Responsáveis pela escrita fiscal), 1 (Sócio/Empresário) e 2 (Responsáveis por cada
área da empresa).

      A seguir, os resultados das variáveis P4 e P5 de acordo as análises dos
testes do qui-quadrado.

                     Tabela 8: Resultados do teste do qui-quadrado variável P4
                                  N         N
                                  Observado Esperado Residual
                          0              20     20,0       ,0
                          1              20     20,0       ,0
                          Total          40

                                                     p4
                                    Qui-
                                                     8,987
                                    quadrado
                                    df.                    1
                                    Significân
                                                      ,000
                                    cia.
                                    Fonte: Nossa autoria

      Na variável P4, o valor do teste do qui-quadrado foi 8.987, com o nível de
significância do teste foi 0,000, sendo inferior ao mínimo exigido de 0,05, conforme a
tabela 8.


                  Tabela 9: Resultados do teste do qui-quadrado variável P5
                                                           Percentual
                                      Frequência    Em % Cumulativo
                     Válido 0                21       52,5       52,5
                            1                14       35,0       87,5
                            2                  5      12,5      100,0
                            Total            40      100,0
51



                                N               N
                                Observado       Esperado   Residual
                        0       21              13,3       7,7
                        1       14              13,3       ,7
                        2       5               13,3       -8,3
                        Total   40

                                                   p5
                                 Qui-
                                                  9,650
                                 quadrado
                                 df.                  2
                                 Significâcia      ,008
                                 Fonte: Nossa autoria

      Já a variável P5, o valor do teste do qui-quadrado foi 9.650, obtendo nível de
significância inferior ao padrão 0,05, conforme tabela 9. De acordo com as analises
do teste qui-quadrado, existem relação significativa entre a necessidade de
coordenação das ações do gerenciamento e planejamento tributário e a
implementação da Teoria das Restrições (TOC).

      Dos respondentes da P5, 52,5% optaram pela alternativa 0 (Responsáveis
pela escrita fiscal), 13,3% pela 1 (Sócio/Empresário) e 13,3% pela 2 (Responsáveis
por cada área da empresa), assim confirma a nossa H2.




3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES E DOS PROCESSOS DE
   RACIOCÍNIO




      A implementação da Teoria das Restrições e dos Processos de Raciocínio no
âmbito tributário possibilita identificar os problemas, seus efeitos indesejáveis e
encontrar respostas racionais na diminuição da restrição tributária, que encaminham
a organização a aumentar os ganhos.

      De acordo Corbett Neto (1997), os Processos de Raciocínio formam a base
de toda a TOC e a premissa básica é de que, em um sistema, existem poucas
causas que explicam os seus muitos sintomas ou efeitos indesejáveis.

      A ferramenta de pesquisa identificou três variáveis problemáticas nas
empresas do Comercio Varejista, clientes de um determinado escritório contábil no
52



município de Senhor do Bonfim/BA, ocasionando efeito indesejável no ganho da
empresa. São elas: P3, P5 e P8.

       P3, não ou eventual existência do repasse de informação sobre estratégias
traçadas no planejamento ou no gerenciamento dos tributos a toda a empresa;

       P5, quais envolvidos na tomada de decisão no âmbito tributário, setor
responsável; e

       P8, não ou eventualmente recolhimento dos tributos na data prevista,
evitando o pagamento de multas e juros, além de outras sanções, com vista a
racionalizar a carga tributária.

       Os Processos de Raciocínio conduz a uma série de passos que combinam
causa e efeito. São ferramentas de causa e efeito para entender os motivos que as
coisas acontecem e que permiti que se crie um futuro melhor (COGAN, 2007). Com
a utilização das três perguntas (“o que mudar”, “para que mudar” e “como mudar”)
procurou direcionar a organização a atingir a sua meta que é aumentar os ganhos,
mais dinheiro tanto no presente quanto no futuro (VALIM, 2004).




3.4.1 Aplicação das três perguntas dos Processos de Raciocínio




       Os Processos de Raciocínio da Teoria das restrições com seu conjunto de
ferramentas atuam a favor do aprimoramento contínuo, utilizando as três perguntas
fundamentais de qualquer processo gerencial que são: “O que mudar”, “para o que
mudar” e “como mudar”, visando acrescentar um maior ganho.

       O que mudar? A primeira pergunta, Cogan (2007) afirma que é necessário
fazer um diagnóstico da situação, onde devemos atacar os sintomas do sistema.

       Com o diagnostico da situação, através da ferramenta de pesquisa,
conheceu-se as três variáveis (P3, P5 e P8) que vão de encontro à economia
tributária (“o que mudar”). O próximo passo é definir meios condutores visando o
melhoramento e orientando as mudanças necessárias.
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições
A carga tributária como fator de restrição ao lucro empresarial segundo a Teoria das Restrições

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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDC - CAMPUS VII BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES Senhor do Bonfim - Bahia 2011
  • 2. THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES Monografia apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, Senhor do Bonfim – BA, Colegiado de Ciências Contábeis, como requisito final para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis Orientador: Prof. M.Sc. Raimundo Nonato Lima Filho Senhor do Bonfim – Bahia 2011
  • 3. THIAGO BRUNO DE JESUS SILVA A CARGA TRIBUTÁRIA É FATOR DE RESTRIÇÃO PARA O LUCRO ORGANIZACIONAL? UM OLHAR EMPRESARIAL SOBRE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES Monografia apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, Senhor do Bonfim – BA, Colegiado de Ciências Contábeis, como requisito final para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis Aprovada em 27 de setembro de 2011. _____________________________________________ Prof. Raimundo Nonato Lima Filho, M.Sc. (Presidente) Universidade do Estado da Bahia - UNEB ___________________________________________ Prof. Tânia Ferreira dos Santos Bonfim, M.Sc. Universidade do Estado da Bahia - UNEB ___________________________________________ Prof. Daniel de Jesus Pereira, Esp. Universidade do Estado da Bahia - UNEB
  • 4. Á Antonio Carlos Andrade da Silva (pai), Telma Maria de Jesus Silva (Mãe) e Arnóbio Carvalho de Oliveira (padrasto).
  • 5. AGRADECIMENTOS Á Deus, primeiramente, pela oportunidade, discernimento, força e perseverança para a conclusão de mais uma etapa da minha vida. Á meus pais pela educação, pelos sacrifícios e, sobretudo, pelo amor. Á meus amigos do Sobradinho (Feira de Santana/BA) que entenderam a minha longa ausência devido aos estudos. Ao Professor Raimundo Nonato Lima Filho, meu orientador, pela motivação, paciência e pelas instruções sábias e robustas. Aos amigos de República em Petrolina/PE que contribuíram para o meu aprendizado sobre a vida através do convívio, dividindo descontração e tensão durante um ano e meio juntos. Á Renata Lopes e sua família, pela consideração, amor, conselhos. Ao amigo Uelison Lima pela contribuição neste estudo através das tabelas, quadros e figuras. Também, pelas conversas, amizade, momentos de descontração. Á Hércules Gonçalves, pela oportunidade de estágio, que depois virou emprego, pelo companheirismo, aprendizagem, conselhos. Aos meus colegas de trabalho, tanto do Escritório quanto da Diocese de Bonfim. Em especial, Camila Ferreira por sempre me ajudar com as diversas dúvidas que tenho e a Francisca de Souza pela sua simplicidade, pelo apoio e carinho. Aos colegas de curso, Professores e colaboradores da Facape e da UNEB. Em especial, aos colegas Alan Santos, Adaíse Nascimento, Alexandro Lima. Á Arnóbio Carvalho, Tarcisio Bruno, Ana Paula Ramos, e a todos os meus familiares pelo apoio e torcida.
  • 6. RESUMO No Brasil, a alta carga tributária afeta diretamente os ganhos visto a sua grande incidência nas operações empresariais. A Teoria das Restrições prega a idéia que toda a empresa, na busca de sua meta principal seria auferir dinheiro, esbarra em restrições que interferem e determinam o ganho. Entre as diversas restrições que se possa encontrar, a carga tributária se caracteriza em limitar um lucro organizacional maior e também por ser uma restrição de caráter permanente. O objetivo principal desse estudo monográfico é analisar a contribuição da TOC na diminuição do impacto tributário, através dos Processos de Raciocínio, como instrumento coordenador das estratégias do planejamento tributário. Adotou-se a pesquisa exploratória com procedimentos em fontes secundárias e de uma pesquisa de campo, de caráter quantitativo. Empresas do comercio varejista, de acordo com a Secretária da Fazenda da Bahia é o segmento que apresenta maior débito fiscal. Utilizou-se, então, como amostra de pesquisa todas as empresas do setor varejista que possuíam débitos fiscais de um determinado escritório contábil situado na cidade de Senhor do Bonfim/BA. Os resultados apontaram que, a filosofia TOC, geralmente direcionada ao processo fabril, demonstrou-se também ser útil e pertinente se aplicada ao gerenciamento tributário, subsidiando na racionalização da carga tributária. Evidenciou também, os Processos de Raciocínio como eficientes em detectar pontos defectivos e indicou o caminho a seguir para melhores resultados. Palavras-chave: Carga tributária. Teoria das Restrições. Processos de Raciocínio. Estratégia.
  • 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo Operacional da pesquisa 16
  • 8. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Cenário envolvendo Processos de Raciocínio e a TOC 41 Quadro 2 – Resultado dos testes de hipóteses 54
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resultados dos testes KMO e Bartlett 44 Tabela 2 – Resultados das estatísticas de confiabilidade 44 Tabela 3 – Resultados das estatísticas de convergência 45 Tabela 4 – Resultados Teste de Kolmogorov-Sminorv 46 Tabela 5 – Resultado do teste de Kolmovorov-Sminorv 47 sem as variáveis P2, P6 e P9 Tabela 6 – Resultado do teste pergunta 10 48 Tabela 7 – Resultado da média; variáveis P3, P7 e P8, 49 teste Komorov-Sminorv Tabela 8 – Resultados do teste do qui-quadrado variável P4 50 Tabela 9 – Resultados do teste do qui-quadrado variável P5 50
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12 1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 20 1.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................ 23 1.1.1 Conceito ................................................................................................. 24 1.1.2 Elisão e Evãsão fiscal ........................................................................... 25 1.1.3 Finalidade, procedimentos e estratégias ............................................ 26 1.2 TEORIA DAS RESTRIÇÕES ..................................................................... 27 1.2.1 Origem da Teoria das Restrições......................................................... 28 1.2.1.1 Processo decisório ............................................................................ 29 1.2.1.2 Processos de Raciocínios ................................................................. 30 1.3 PROCESSOS DE RACIOCÍNIO NO AMBITO DA ECONOMIA TRIBUTÁRIA................................................................ ........................................31 1.3.1 Economia tributária ............................................................................... 33 1.3.1.1 Visão holística .................................................................................... 34 1.3.1.2 Processo contínuo de aprimoramento ............................................. 35 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 38 2.1 ESCOLHA DO MÉTODO ........................................................................... 38 2.2 PARTICIPANTES ....................................................................................... 39 2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ........................................... 40 2.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................ 40 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................... 44 3.1 VERIFICAR SE OS GESTORES DAS ORGANIZAÇÕES ANALISADAS RECONHECEM OS FATORES DE RESTRIÇÃO AO LUCRO ORGANIZACIONAL ............................................................................................................................ 47 3.2 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO REDUZEM O IMPACTO TRIBUTÁRIO NA RESTRIÇÃO DO GANHO EM ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO VAREJISTA .............................................. 48 3.3 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DA TOC CONTRIBUI POSITIVAMENTE NA COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DO GERENCIAMENTO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................... 49 3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES E DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO ............................................................................................... 51 3.4.1 Aplicação das ferramentas dos processos de raciocínio ................. 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 55
  • 11. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58 APÊNDICE ...................................................................................................... 63 ANEXO ............................................................................................................ 66
  • 12. 12 INTRODUÇÃO Embora o conflito interno para a maximização do ganho visando tornar-se competitiva através do aumento da produtividade e redução dos gastos, as empresas esbarram na impiedosa carga tributária brasileira. Enquanto sistemas abertos, estas enfrentam enormes dificuldades dada pela relação jurídica com o Estado-Fisco, regida pelo complexo sistema tributário. Assim, suportando a incidência dos tributos, as normas de vigência existente, gastos com o gerenciamento e controle das atividades tributárias, impactando de forma relevante na atividade do negócio. Nesta relação cada qual visa otimizar seus retornos. Enquanto o Estado-Fisco busca maior arrecadação para financiar seus gastos, as organizações procuram redução destes para tornar-se competitiva. Para tanto, planejar e procurar novas estratégias tornou-se questão de sobrevivência. No que concerne ao ônus tributário imposto, a gestão tributária é a única saída, respeitando os limites legais, para a economia de recurso entregue ao governo e o aumento da lucratividade. Goldratt (1994), através da Teoria das Restrições (Theory of Constraints – TOC), reconhece que se não fossem as restrições as empresas teriam um ganho infinito. É centrada no conceito de restrições, obstáculos que interferem e determinam a lucratividade, ou limitam os acréscimos que um sistema produtivo pode obter no resultado para qual se projeta. Nessa perspectiva, a carga tributária se caracteriza como fator de restrição a um resultado maior em relação à meta empresarial. Desta forma, as empresas precisam encontrar meios que possibilitem desembolsar menor quantia direcionada ao pagamento de tributos, além de conter outros gastos relacionados. Como proposta visando obter melhor eficiência no gerenciamento e planejamento tributário, esse trabalho utiliza a teoria de base da Teoria das Restrições.
  • 13. 13 O objetivo central da TOC consiste em desenvolver métodos que possibilitem conhecer suas restrições e aprimorar a fim de se melhorar o desempenho da empresa como um todo. É uma filosofia de gerenciamento aplicada efetivamente em processos fabris e procedimentos visando o melhoramento organizacional por meio da identificação das restrições de um sistema. No entanto, para diversos autores, essa mesma filosofia pode ser aplicada em quaisquer instituições com ou sem finalidade do lucro obtendo as mesmas qualidades nos resultados (GOLDRATT, 1990; MOTWANI (e outros), 1996; COGAN, 2007). Os Processos de Raciocínio é um dos procedimentos da TOC em favor do aprimoramento contínuo para as restrições não físicas da empresa. É um conjunto de ferramentas que permite responder às três perguntas fundamentais de qualquer processo gerencial que são: “O que mudar”, “para o que mudar” e “como motivar a organização para mudar” (GOLDRATT; COX, 1995). O pagamento indevido de tributos, multas e contingências, são essenciais para o aumento dos gastos tributários. Muitos fenômenos (efeitos) que se vivencia estão interligados por poucas causas. Isto é, muitos efeitos são explicados por poucas causas (GOLDRATT; FOX, 1989). Desperdício de recurso com pagamento de multas de cunho tributário e outros, refletem negativamente no resultado econômico e financeiro, diminuindo o resultado. Uma gestão tributária cumprindo com todas as obrigações, evitando o aumento da quantia a ser entregue ao governo, pode ser útil para a empresa manter-se de forma competitiva no mercado. O maior problema das empresas é a forma que são administradas. Os gestores não tentam administrar a empresa como se ela fosse um sistema, mas tentam melhorar o desempenho de cada parte da empresa sem olhar o todo. A administração tradicional trabalha como se fosse verdade a otimização de cada parte do sistema faz com que o todo fique otimizado. Essa premissa está totalmente equivocada, e é uma das principais causas do baixo desempenho das empresas (GOLDRATT; FOX, 1989). A visão holística ou sistêmica de uma empresa equivale a se ter uma imagem única, sintética de todos os departamentos, que geralmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos, assim como suas inter-relações (ROZENFELD, 2001).
  • 14. 14 O efeito negativo na empresa sem dispor da visão holística no âmbito tributário pode ser sentido pela não participação de todos no processo de diminuição da restrição tributária. É necessário o envolvimento de um número maior de pessoas, além do setor responsável pelos tributos, para se observar e conseguir resultados melhores. O pagamento em dia, de acordo com o vencimento, e sem pagamento de acréscimos provocados pela multa/juros, contribui em favor da gestão tributária, por exemplo. A TOC visualiza a empresa como um sistema, onde cada setor é interligado, sendo que o desempenho global do sistema é determinado pelo setor mais fraco (a restrição). Dessa forma, para que isso não ocorra e a empresa consiga resultados melhores, a restrição do sistema deverá ser quebrada. Guerreiro (2006) afirma que a TOC é insistente no que tange que a otimização local não garante a otimização do sistema como um todo. As empresas devem procurar ter interação entre os setores que influenciam na parte tributária. O setor financeiro, do exemplo, deve estar ciente da economia quando se paga as obrigações tributárias no prazo e o benefício futuro que isso pode trazer. Os Processos de Raciocínio da TOC podem atuar na coordenação do gerenciamento tributário, tendo em vista a sua visão holística, na relação da causa e efeito das práticas tributárias para diagnosticar os problemas do sistema e suas possíveis soluções. Os Processos de Raciocínio são ferramentas lógicas criadas para auxiliar a empresa na solução de problemas (BERTAGLIA, 2003). Outra alternativa, e até mais relevante para a redução da carga tributária, é através do planejamento tributário (elisão fiscal). O planejamento é um processo que envolve tomada e avaliação de cada decisão de um conjunto de decisões inter- relacionadas para aumentar a probabilidade de um resultado favorável (ACKOFF, 1974). O planejamento tributário é uma atividade que necessita do estudo da legislação tributária e a realização de projeções sobre os resultados dos negócios jurídicos com conteúdo econômico sujeitos à tributação (ANDRADE FILHO, 2001).
  • 15. 15 A legislação tributária brasileira concede diversos benefícios e incentivos fiscais dependendo exclusivamente do seu conhecimento afinco. Essas alternativas não dependem do planejamento tributário especificamente para a redução da carga tributária. O mesmo setor financeiro, ainda do exemplo supracitado, com o pagamento dos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil no prazo, durante alguns anos, pode beneficiar a empresa futuramente com o bônus de adimplência fiscal, que desconta 1% sobre a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). A melhor alternativa objetivando minimizar o impacto dos tributos versa nos processos que envolvem o planejamento tributário e a gestão tributária. Os Processos de Raciocínios da TOC, com a aplicação das suas ferramentas analíticas, pode contribuir coordenando os procedimentos relacionados ao objetivo da redução da carga tributária, diagnosticando situações (efeitos indesejáveis, na nomenclatura da TOC) no âmbito empresarial que vão de encontro à economia (“o que mudar?”); definindo meios condutores ao melhoramento (“para que mudar”) e orientando as mudanças necessárias (“como mudar”). A crescente e desenfreada concorrência coloca as empresas no cenário de desconfiança. A alta competitividade requer pleno rigor no controle dos gastos, requerendo estratégias para contê-las e, se não aumentar os ganhos, pelo menos manter num padrão confortável. Bruni (2010, p.25) conceitua gastos como “[...] o sacrifício financeiro com o qual a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer.” Desta forma, temos gastos com mão-de-obra, gastos com honorário de diretores, gastos com compra de matérias-primas e outros. Dentre o controle dos gastos, o encargo tributário é significante. Pouco adianta conter o aumento dos gastos com matéria-prima, se não estudar e manter estratégias para conter, e/ou diminuir, o impacto dos tributos. Desta forma, o contribuinte tem o direito de organizar os seus negócios com o objetivo de reduzir os gastos tributários. Desde que essa organização esteja dentro da lei, ou seja, não
  • 16. 16 ultrapassa o campo da elisão para a evasão, toda e qualquer economia fiscal será legitima (PEIXOTO, 2004). Considerando que o ganho é limitado por restrições e a carga tributária o afeta diretamente, este estudo busca encontrar evidências por meio da resposta ao seguinte problema de pesquisa: Como os pressupostos dos Processos de Raciocínio da Teoria das Restrições podem contribuir no planejamento tributário da empresa em busca da maximização do ganho? Buscando responder o questionamento deste trabalho, foram elaboradas algumas hipóteses visando verificar o alinhamento dos objetivos definidos com o problema a ser pesquisado. Três hipóteses terão a incumbência de nortear o desenvolvimento das situações da pesquisa de campo, e por conseqüência responder os objetivos e o problema desta pesquisa As hipóteses de pesquisas foram criadas e testadas de acordo a efetivação do modelo operacional de pesquisas. As variáveis empregadas foram “visão do gestor”, “Teoria das Restrições”, “gerenciamento e planejamento tributário”, “Processos de Raciocínios” e “impacto tributário”; conforme apresentado na figura 1. VISÃO DO H1 TEORIA DAS H2 GERENCIAMENTO GESTOR RESTRIÇÕES E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO H3 PROCESSOS DE IMPACTO RACIOCÍNIO TRIBUTÁRIO Figura 1 Fonte: Nossa autoria A primeira hipótese – H1 – Defende que os gestores das organizações analisadas reconhecem os fatores de restrição ao lucro organizacional. Conforme estudo realizado por Lima Filho (2009), da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada por tributos. Em média, 33% do faturamento da empresa, é dirigido ao pagamento de ônus tributário. Da
  • 17. 17 lucratividade, cerca de 47% vai para o cofre público. A elevada carga tributária é citada como a principal causa de mortalidade entre as empresas pesquisadas e caso houvesse uma carga tributária menor, as empresas ainda estariam em funcionamento. Corroborando assim com a intenção desta hipótese. A segunda hipótese – H2 – estabelece que a implementação da TOC contribui positivamente na coordenação das ações do gerenciamento e planejamento tributário. A Teoria das restrições é uma teoria prescritiva, ou seja, auxilia na identificação do que impedi uma melhor performance da organização e também apresenta o que deve ser feito e a forma de fazê-lo (DETTMER, 1997). A TOC na forma desenvolvida se mostrou como um instrumento alternativo para auxiliar a gestão de dirigentes em IES privada, por revelar que a teoria da administração moderna prega a gestão participativa; a linha de raciocínio lógica e estruturada admite o discurso e analise; possibilita identificar o problema raiz; facilita os esforços na solução de problemas gerenciais críticos e permite o encadeamento de ações e suas conseqüências na abordagem de causa-efeito (ALIGLERI; MACRINI, 2007). Desta forma, corrobora-se com a intenção desta hipótese. Já a terceira hipótese – H3 – Afirma que implementação dos Processos de Raciocínio reduzem o impacto tributário na restrição do ganho em organizações do Comércio varejista. A aplicação dos Processos de Raciocínios mostrou viabilidade em organizações da saúde, os resultados permitiram a identificação de benefícios e as barreiras encontradas, descobriram soluções racionais na eliminação da restrição e do seu conjunto de efeitos indesejáveis, que levam a organização a atingir a meta que é aumentar os ganhos, mais dinheiro no presente e no futuro (VALIM, 2004). Corroborando assim com a intenção desta hipótese. Neste trabalho, entende-se o impacto tributário como fator de restrição. Neste cenário de desconfiança visto a complexidade para manter-se no mercado de forma competitiva, ater-se aos gastos, sobretudo os tributários, é a principal alternativa para ter uma lucratividade mais atrativa. Destarte, existem meios
  • 18. 18 que possibilitam resultados melhores. Formas que contribuem em diminuir a parte onerosa e acrescenta ganho de competitividade, refletindo no lucro. O planejamento e as suas estratégias de coordenação são esses meios condutores aos resultados melhores. No que concerne a tributação, o planejamento tributário se destaca com o seu conjunto de ações. A Teoria das Restrições, com os Processos de Raciocínios, atua na contribuição de coordenar as mudanças necessárias nas organizações. Desta forma, a empresa que não se atentar e buscar aprimorar sua forma de controle interno, tentando diminuir/ou impedir o impacto tributário, certamente perderá em termo de competitividade e fadada à descontinuidade do mercado. O objetivo principal deste trabalho é analisar a contribuição da Teoria das Restrições na diminuição do impacto tributário, através dos Processos de Raciocínio, como instrumento coordenador das estratégias do planejamento tributário. Secundariamente, os seguintes objetivos específicos são: Promover uma pesquisa abordando a carga tributária como restrição ao lucro organizacional, demonstrando a necessidade dos gestores terem visão holística das atividades que podem influenciar no resultado tributário, podendo detectar pontos defectivos e que enseja por mudanças, com o auxílio dos Processos de Raciocínio da TOC na gestão dos tributos. Evidenciar a utilização dos Processos de Raciocínio da TOC, a partir do conjunto de ferramentas analíticas, como mecanismo coordenador das ações do gerenciamento de tributos e do planejamento tributário. A Teoria das Restrições prega a idéia que toda a empresa esbarra em obstáculos que interferem e determinam o ganho. A tributação no Brasil atinge boa parte da receita e, por conseqüência, do lucro das empresas, trazendo perturbações para o seu cumprimento e diminuição do ganho. Sendo assim, a tributação, não gerida de forma eficaz e dentro da legalidade, impede e interfere o não atingimento de um desempenho empresarial maior. No entanto, a perda não se restringe somente ao âmbito empresarial, mas reflete em
  • 19. 19 toda a sociedade visto a não geração de empregos e de novos investimentos. Dessa forma, comprova-se a relevância deste trabalho. O planejamento tributário é conjunto de ações com o intuito de reduzir os gastos com tributos. A TOC é uma filosofia auxiliadora na resolução de problemas, atua capacitando a empresa a conhecer os principais pontos do sistema que devem ser aprimorados a fim de melhorar o desempenho da organização como um todo. Assim, a intenção com este trabalho é subsidiar na manutenção destas no mercado, contribuindo na competitividade e minimizando os riscos de descontinuidade. Secundariamente, difundir os conceitos da TOC visto a relativa carência de estudos no Brasil e a ausência de literatura descrevendo a sua utilização. Delimita-se partindo da utilização dos Processos de Raciocínio da Teoria das Restrições, através das três perguntas: “O que mudar?”, “Para que mudar?” e “Como causar a mudança?”, para verificar e apontar as limitações do sistema no âmbito tributário. Visto a pouca literatura da TOC existente, direcionada ao processo fabril e outros aspectos, a contribuição deste trabalho versa na possibilidade de aplicação desta filosofia voltada ao processo tributário, sendo, possivelmente, mais uma vertente de estudo dentro da TOC. Também servir como mais uma fonte de pesquisa a comunidade acadêmica por abrir um novo questionamento. Além disso, pode ter utilidade, como ferramenta poderosa nas empresas para lhe dar com a complexa carga tributária e suas limitações, em busca de resultados melhores.
  • 20. 20 1 REFERENCIAL TEÓRICO A tributação é a forma essencial para a manutenção das ações do Estado. Para o seu funcionamento e que cumpra o objetivo de promover o bem estar da coletividade, é necessário a transferência de recursos provenientes de pessoas físicas e jurídicas. Quanto maior a arrecadação, maior o poder de investimento, retorno para o social. Esses recursos são classificados em originários ou acessórios. Os tributos são as receitas originárias do Estado, enquanto receitas oriundas do mercado financeiro, participação em empresas, são as acessórias. (LEMES JUNIOR; CHEROBIN; RIGO, 2002). Os tributos influenciam diretamente na vida das pessoas físicas e das jurídicas, cada vez mais. O Sistema Tributário Nacional, regido pela Emenda Constitucional n° 18, de 1º de dezembro de 1965, regulamentado em efetivo pela Lei n° 5.172, 1° de outubro de 1966, influencia, sobretudo, as operações das empresas. A carga tributária, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, absorveu, em 2003, cerca de 38% do Produtos Interno Bruto – PIB (AMARAL; OLENIKE, 2003). Em 2008, segundo o mesmo Instituto, foi de 36, 56%. Para a administração de empresas brasileiras, o elevado montante de tributos pagos pelas pessoas jurídicas requer um adequado e constante gerenciamento dos gastos ao longo de todo o ano-calendário. Além da eficiência exigida para sobreviver em condições adversas no mercado, o contexto sistêmico macroeconômico impõe uma condição adicional e necessária: ter uma elevada capacidade de gerenciamento dos tributos (OLIVEIRA, 2005). Conceitua-se tributo através da disposição do artigo 3° do Código Tributário Nacional – CTN (1966): Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
  • 21. 21 O tributo exclui qualquer prestação que não seja representada por dinheiro. É obrigatório, seguindo a soberania do Estado que lhe impõe a todos os que praticaram o fato gerador. Sua cobrança é restrita a Administração Pública, não podendo ser exercida por nenhuma outra pessoa (OLIVEIRA, 2005). A classificação dos tributos é dada por alguns elementos, que são: os impostos, as taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições. O imposto destina-se a cobrir os gastos do Estado e tem característica não-vinculada, ou seja, não está vinculado a uma prestação de serviço específica. As taxas, ao contrário do imposto, vinculadas a prestação de serviços públicos, possuindo caráter remunerativo. A contribuição de melhoria vincula-se à execução de obras públicas que agregam valor econômico a imóveis ou patrimônio privado. Os empréstimos compulsórios são tributos para atender a calamidades ou estados de emergência. As contribuições possuem previsão legal dada pelo artigo 149 da Constituição Federal de 1988 – CF/88, obtendo diversas finalidades, base cálculos distintas, identificação especifica e a efetuação é de acordo com a previsão constitucional (LEMES JUNIOR; CHEROBIN; RIGO, 2002). Para a determinação do valor do tributo, deve-se analisar os seguintes conceitos, segundo Lemes Junior, Cherobin e Rigo (2002): A Competência tributária, o campo de incidência, o fato gerador e a base de cálculo. A seguir, será comentada cada uma delas. Competência tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado com o particular. O Estado é o sujeito ativo, ou seja, quem cobra o valor da obrigação tributária, e o particular é o sujeito passivo, o contribuinte da obrigação (OLIVEIRA, 2005). A competência tributária designa-se a quem compete normatizar ou cobrar determinado tributo, podendo ser obrigação tributária principal ou acessória, basicamente distribuídos entre os poderes da União, Estados e Municípios. A obrigação tributária principal, segundo o art. 113 do CTN (1966), é o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o pagamento decorrente. A acessória tem por objetivo as prestações no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Essa obrigação converte-se em
  • 22. 22 obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária dada pela sua não inobservância. O Campo de incidência é o delimitador da área de incidência do tributo. Fato gerador, para Fabretti (2009), é a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, fazendo nascer (gerar) a obrigação tributária. Base de cálculo, ainda o autor supracitado (2009), é o valor sobre o qual a alíquota (percentual) é aplicada para apurar o valor do tributo a pagar. Outros elementos complementares do tributo são: a alíquota, adicional e o prazo de pagamento. A alíquota sendo o determinador do montante do tributo a ser pago, pois é o fator definido em lei que se é aplicado sobre a base de cálculo (FABRETTI, 2009). Além do imposto devido, apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, a lei determina o pagamento de mais um valor, denominado de adicional (FABRETTI, 2009). O prazo de pagamento pode ser fixado pelo ente competente para arrecadar o tributo (FABRETTI, 2009). Os principais tributos no Brasil incidentes sobre a atividade da Pessoa Jurídica são instituídos através da Constituição Federal de 1988 – CF/88, em seu artigo 145. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – Impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados aos contribuintes ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Devido a arrecadação maciça de tributos, o Brasil tem hoje uma das mais altas cargas tributárias do mundo, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB); sendo a maior da América Latina. O sistema de tributação nacional, o maior componente
  • 23. 23 do chamado custo-Brasil, é bastante complexo e caro para as organizações empresariais (OLIVEIRA (e outros), 2007) Além da elevada carga tributária, há que considerar os gastos administrativos com o gerenciamento e o controle das atividades tributárias. A estrutura tributária é um dos maiores problemas que não deixam o Brasil crescer e se desenvolver (CINTRA, 2004). Além do enorme custo financeiro, a instabilidade das normas tributárias e a complexidade gerada pelo volume e pelas constantes mudanças na legislação. Em levantamento realizado em 2006 pelo Instituto de Planejamento Tributário (IBPT, 2006b) para apurar a quantidade de normas editadas nos 18 anos de vigência da Constituição Federal de 1988, verificou-se um total de 229.616 regras tributárias editadas nos três níveis de governo. Dada a complexidade, o estudo demonstra que, em média, cada norma tributária editada tem 11,23 artigos, cada artigo tem 2,33 parágrafos, 7,45 incisos e 0,98 alíneas. Foram editados nesse tempo 2.578,588 artigos, 6.008.111 parágrafos, 19.210.484 incisos e 2.527.017 alíneas. Os dispêndios de recursos direcionados ao pagamento de tributos, além das atividades que requer gerenciamento relacionado ao Sistema Tributário, restringem um lucro maior, limitando o desenvolvimento, tornando-se um entrave aos novos investimentos. Desta forma, para as empresas que buscam sucumbir à clandestinidade dada pela sonegação, tem-se a necessidade da adoção de um adequado planejamento tributário e com o efetivo gerenciamento das ações desenvolvidas no ambiente interno, através da Teoria das Restrições e os Processos de Raciocino como coordenador, sendo instrumento mais eficaz em defesa do contribuinte contra a pesada carga tributária brasileira. 1.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO O gasto tributário presente em todas as atividades operacionais, afeta diretamente o resultado financeiro e econômico de forma relevante. Desta forma, as
  • 24. 24 oportunidades de redução de forma legal desses gastos existem e podem ser utilizada com responsabilidade e conhecimento profundo da legislação tributária vigente. Para se manterem competitivas, é necessário a empresa manter um constante controle eficiente dos seus dispêndios. Uma parcela importante é resultante das obrigações tributárias e fiscais (RIBEIRO, 2006). Da somatória dos custos e despesas, mais da metade do valor é representada por tributos. Em média, 33% do faturamento da empresa é dirigido ao pagamento de ônus tributário. Da lucratividade, cerca de 47% vai para o cofre público (LIMA FILHO, 2009). Andrade Filho (2001) comenta sobre o planejamento como uma atividade administrativa que envolve estudo da legislação tributária e a realização de projeções sobre os resultados dos negócios jurídicos com conteúdo econômico sujeitos à tributação. O planejamento consiste na tomada de decisões sobre o que fazer antes da ação ser necessária (CHIAVENATO, 2004). Para as empresas que procuram dar continuidade em seus negócios sem sucumbir à clandestinidade, urge a necessidade de adoção de um adequado planejamento tributário. Atualmente, o planejamento tributário tem se mostrado como o instrumento mais eficaz para a defesa do contribuinte contra a pesada carga tributária. Passou a ser um recurso útil para a sobrevivência em um mercado globalizado. A adoção pode colaborar sobremaneira com o crescimento estratégico das empresas sem violar as regras jurídicas impostas pela relação com o Estado. (SUCASAS; MORAES, 2002) Ribeiro (2006) discorre e reforça sobre a importância da gestão da incidência tributária através de um planejamento, além de resultar na maximização do cumprimento das obrigações tributárias, contribui para a redução de seu efeito sobre o patrimônio da empresa, colaborando para a manutenção da sua competitividade. 1.1.1 Conceito
  • 25. 25 Fabretti (1998, p.28) denomina Planejamento Tributário “[...] o estudo feito preventivamente, pesquisando-se efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas que exige antes de tudo, bom senso do planejador.” É uma técnica gerencial que visa projetar as operações industriais, os negócios mercantis e as prestações de serviços, com o intuito de conhecer as obrigações e os dispêndios tributários envolvidos em cada uma das respectivas alternativas legais pertinentes para, mediante meios e instrumentos legítimos, adotar aquela que possibilita a anulação, redução ou adiamento do ônus fiscal (BORGES, 1998). Conclui-se que planejamento tributário visa realizar, antecedendo os fatos administrativos, estudos visando conhecer as obrigações e os dispêndios tributários inseridos nas operações. E através de projeções, oferecer meios e instrumentos legítimos, possibilitando a anulação, redução ou adiamento do gasto tributário. Malkowski (2000) reforça que planejamento tributário é o processo de escolha de ação ou omissão lícita, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, visando, direta ou indiretamente, traga economia tributária. As oportunidades de redução legal existem e podem ser utilizadas. As escolhas devem ser feitas de forma licita, não confundindo com ilegalidades oriundas da sonegação fiscal. 1.1.2 Elisão e Evasão fiscal Conceitua-se elisão fiscal como a adoção, pelo contribuinte, de providências licita voltada à reorganização de sua vida, que impliquem na não ocorrência do fato gerador do tributo, ou na sua configuração em dimensão inferior à que existiria no caso de não tivessem sido adotadas por tais providências (GRECO, 1998). Para Amaral (2004, p.57) “[...] a elisão decorre, sempre, de ato jurídico lícito”. No entanto, a evasão fiscal ou sonegação fiscal é condicionada a práticas ilegais de diminuição do ônus dos tributos, por meio de simulação ou fraude.
  • 26. 26 Campos (1985) afirma que a sonegação ou evasão fiscal é toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte do fisco de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstancias materiais e das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou créditos tributário correspondente. Peixoto (2004, p.57) reitera “[...] em ocorrendo um fato jurídico tributário, isto é, um fato gerador, a expressão Evasão Fiscal trata-se de uma forma de não pagar o tributo, neste caso, por meio de simulação, dolo ou fraude”. A elisão sempre decorre de ato jurídico lícito. Contrapondo pode levar ao ilícito, a evasão. 1.1.3 Finalidade, procedimentos e estratégias . A finalidade do planejamento tributário é buscar alternativa legal que seja menos onerosa a empresa e aumentar o lucro. Sendo assim, Amaral (2002) descreve sobre as três finalidades do planejamento: a) Evitar a incidência do tributo, tomando-se providências para desviar do fato gerador; b) Reduzir o montante do tributo, busca de alternativa para reduzir a alíquota ou a base de cálculo; e c) Retardar o pagamento, adotar medidas que busque este fim, sem a necessidade de ocorrência de multa. A empresa deve adotar procedimentos que maximizem o resultado, possuindo respaldo jurídico, sendo inversamente proporcional a diminuição da incidência tributária. Aumenta-se o lucro e repassa o valor justo do tributo ao Tesouro. As oportunidades de um planejamento tributário devem ser avaliadas constantemente devido a dinamicidade legislativa brasileira (LEMES JUNIOR;
  • 27. 27 CHEROBIN; RIGO, 2002). É necessário ter como estratégia a análise rotineira da legislação tributária, vendo a possibilidade de compensação de tributos, o ramo de atuação da empresa, perfil dos clientes, as operações financeiras realizadas, o enquadramento tributário. Existe situações que a própria legislação autoriza a utilização de formas e mecanismos aceitos para a otimização dos gastos tributários. Outra forma é no próprio ambiente interno da empresa com orientação de procedimentos operacionais, administrativos, contábeis e tributários, transferência de conhecimento para os executores ou demais responsáveis na empresa. 1.2 TEORIA DAS RESTRIÇÕES A Teoria das Restrições prega a idéia que toda a empresa, na busca da sua meta principal que seria auferir dinheiro, esbarra em obstáculos que interferem o desempenho. Conhecidas ou não, são as restrições do sistema que determinam o lucro. Segundo Goldratt (1992) a meta de uma empresa de fins lucrativos é “ganhar dinheiro” hoje, e no futuro. Essa abordagem analisa-se como uma condição de existência empresarial. Diminuir gastos é reflexo de ganho de competitividade hoje em dia e aumentar o lucro passa a ser a missão empresarial a ser alcançada da melhor forma. Em conformidade, Bertaglia (2003, p. 393) afirma “[…] todo sistema tangível, como um empreendimento com fins lucrativos, tem pelo menos uma restrição.” Conceitua-se restrição como qualquer elemento ou fator que impede que um sistema conquiste um nível melhor de desempenho relacionado à sua meta. Elas podem ser tanto físicas, como um equipamento ou a falta de material, quanto não físicas, como procedimentos, políticas e normas (COX; SPENCER, 2002). Dessa forma, é necessário administrar a restrição visando um desempenho maior (CSILLAG; COBERTT, 1998), sendo que, ou controla as restrições ou elas
  • 28. 28 controlam todo o sistema. Assim, as restrições irão determinar a saída (ganho) do sistema, quer sejam reconhecidas e controladas, ou não (NOREEN (e outros), 1996). Assim, restrição limita a quantidade que pode ser produzida decorrente da capacidade comprometida em diversos recursos da atividade, como quantidade de máquina insuficiente, recursos humanos sem qualificação adequada, sendo fatores que não podem ser alterados em curto espaço de tempo (GIUNTINI (e outros), 2007). Goldratt (1990; 1992; 1998) ressalta o enfoque sistêmico como parâmetro da teoria. Analisar a empresa como um todo, não procurando a otimização local (departamento ou setor), pois isso pode comprometer o desempenho de todo o sistema. A TOC vê a empresa como um sistema (corrente), um conjunto de elementos interligados. Cada elemento (departamento) depende um do outro de alguma forma (formação da corrente), e o desempenho global do sistema (resistência da corrente) é determinado pelo elo mais fraco (a restrição) (GOLDRATT, 1990; 1992; 1998). Sendo assim, após informar alguns pressupostos da Teoria das Restrições, em seguida, será apresentado o seu surgimento. 1.2.1 Origem da Teoria das Restrições Desenvolvida pelo físico Israelense Eliyahu M. Goldratt no inicio da década de 70, quando se envolveu com problema relacionado a logística de produção. Goldratt elaborou um método de administração da produção totalmente novo, ficando, de forma, intrigado com o fato de os métodos tradicionais da administração da produção não fazerem muito sentido lógico. Pelo sucesso do método, diversas empresas se interessaram em assimilar a técnica. Assim, dedicou-se a disseminar o seu método. E no inicio da década de 80, seus conceitos e pensamentos foram apresentados no livro A Meta. Muitos gestores
  • 29. 29 leram e começaram aplicar nos processos fabris de suas empresas os princípios contidos. No entanto, com a implementação da logística de produção desenvolvida pelo físico nas empresas, iniciava-se o aparecimento de problemas em outras áreas. Desta forma, ficou evidente para Goldratt que as empresas necessitavam mais que soluções prontas. Toda vez que se aplicava as soluções na empresa, esta dava um salto de competitividade, mas depois estagnava (GIUNTINI (e outros), 2007). Ficou constatado na prática que simples princípios não iriam garantir um processo auto-sustentado de melhoria continua. Para o êxito da Teoria, era necessário, antes de qualquer coisa, quebrar certos paradigmas que regem as empresas, mudando a forma de agir e pensar das pessoas (GOLDRATT; FOX, 1989). Então foi decidido ensinar o raciocínio lógico que usava para a resolução de problemas. Para ele, as empresas precisavam resolver os seus próprios problemas, visando uma melhoria continuadamente. Desta forma surgiu a Teoria das Restrições, ou seja, um “[...] conjuntos de princípios voltados para a administração da produção que orienta a empresa no planejamento e da produção de suas atividades e processo continuo de aprimoramento para enfrentar o moderno ambiente competitivo.” (BORNIA, 2002, p.157). A TOC dispõe de ferramentas utilizadas para auxiliar a empresa tanto em restrições físicas, como não físicas. É uma seqüência coerente de passos, que deve ser seguida, pretendendo adentrar num processo focalizado de aprimoramento continuo. O processo decisório é útil para lidar com restrições físicas, como falta de capacidade dos equipamentos, mercado recessivo, problemas de suprimentos de materiais. Os Processos de Raciocínios são utilizados para aprimoramento continuo para lidar com restrições não físicas. 1.2.1.1 Processo decisório
  • 30. 30 O Processo Decisório, primeiramente descrito por Goldratt e Fox (1995), foi visando capacitar as empresas a reconhecerem sistematicamente os principais elementos do sistema que necessitam ser aprimorados (as restrições) para o melhor desempenho da empresa como um todo. Este processo oferece um procedimento simples e intuitivo de focalização constituído por cinco passos para lidar com os elementos limitativos, que são eles: a) Identificar a(s) restrição (ões) do sistema; b) Explorar a (s) restrição (ões) do sistema; c) Subordinar tudo à decisão anterior; d) Elevar a (s) restrição (ões) do sistema; e) Se nas etapas anteriores uma restrição for quebrada, volte à etapa número um, mas não permita que a inércia se torne uma restrição do sistema Lidando com falta de capacidade dos equipamentos, problemas de suprimentos de materiais, mercado recessivo, entre outros; esses passos são úteis, ou seja, restrições físicas. 1.2.1.2 Processos de Raciocínios Para tratar restrições não físicas, culturais, política, comportamentais, sugere o uso dos Processos de Raciocínio. Para superar esses obstáculos, Goldratt (1994), escreveu o livro de nome “Mais Que Sorte: um processo de raciocínio”, elaborando a história em torno dos problemas mais estratégicos das empresas. Utiliza-se a relação causa e efeito para identificação dos problemas do sistema e suas possíveis soluções. Buscando responder às seguintes questões periodicamente num processo de otimização continua: A primeira pergunta, O que mudar, necessita fazer um diagnóstico da real situação no intuito de encontrar o problema (a restrição), sendo o principal passo para melhorar o desempenho do sistema. Entender a relação de causa e efeito
  • 31. 31 dentro do sistema para conseguir identificar as causas que levam aos efeitos indesejáveis que se procura mudar. Na segunda, Para que mudar, já encontrado o problema limitador que impede a empresa de galgar seus objetivos, busca-se uma saída, ou seja, para o que mudar, mostrando a direção a ser seguida. Neste passo, deve decidir como explorar a restrição, e até mesmo como levá-la. A última pergunta, Como causar a mudança, já com o direcionamento a ser seguido, estratégia pronta, busca definir como esta será implementada no sistema para obter um desempenho melhor e construir as ações necessária para mudar a condição que se encontra. Para qualquer processo de mudança, buscando a melhoria, tem que responder a estas três perguntas. Esta é denominada de Processo de Raciocínio da Teoria das Restrições, sendo um conjunto de ferramentas analíticas formais auxiliadoras em qualquer processo decisório (GOLDRATT; COX, 1995). Os Processos de Raciocínio ultrapassaram os limites da Administração e é usada em muitas outras áreas do conhecimento humano. Essa filosofia pode ser aplicada em quaisquer instituições com ou sem finalidade do lucro obtendo as mesmas qualidades nos resultados (GOLDRATT, 1990; MOTWANI (e outros), 1996; COGAN, 2007). 1.3 OS PROCESSOS DE RACIOCINIOS NO AMBITO DA ECONOMIA TRIBUTÁRIA A empresa é um sistema aberto que interage com toda a sociedade. Desta forma, o seu desenvolvimento, como a sua mortalidade, influência na vida das pessoas, nos padrões de vida e o desenvolvimento da sociedade. É uma unidade econômica organizada, que combinando capital e trabalho, produz ou faz circular bens ou presta serviços com finalidade de lucro. Adquire personalidade jurídica pela inscrição de seus atos constitutivos nos órgãos de registro próprio, adquirindo dessa forma capacidade jurídica para assumir direitos e obrigações. A empresa deve ter sua sede, ou seja, deve
  • 32. 32 um domicílio, local onde exercerá seus direitos e responderá por suas obrigações. (FABRETTI, 2003, p.36), Para Mosimann e Fisch (1999), É um agrupamento humano hierarquizado que põe em ação meios intelectuais, físicos e financeiros, visando extrair, transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, de acordo os objetivos já definidos por uma direção, individual ou em grupo, podendo intervir em vários graus, na distribuição de benefícios e na utilidade social. Empresa é, portanto, uma unidade organizada que combinada a capital e trabalho, põe em ação através do meio intelectual, físicos e financeiros, para produzir ou fazer circular bens ou prestar serviços, definidos através de objetivos. Em conformidade, Goldratt (1992) afirma que a meta de uma empresa de fins lucrativos é “ganhar dinheiro” hoje, e no futuro. No entanto, a condição de existência dessa empresa é cada vez mais complexa. Visto a grande competitividade, exigindo, cada vez mais, eficácia e concisão no seu gerenciamento. Em seu conflito interno, a empresa busca almejar o aumento da competitividade, através da redução dos gastos e aumento das receitas. Desta forma, esbarrando em obstáculos que interferem o desempenho. Todo o sistema empresa tem pelo menos uma restrição (BERTAGLIA, 2003). Está restrição deve ser encontrada, gerenciada, visando explorá-la, para conseguir resultados acima do esperado. Além desses impactos de cunho interno, o campo externo também emite “perturbações”. Dentre estas, a carga tributária contribui fortemente. Oliveira (2005, p.34) afirma que: A carga tributária no Brasil é extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) estima que a carga tributária em nosso país representa, na média dos últimos cinco anos, a mais de 32% do Produto Interno Bruto (PIB). Além da elevada carga tributária, o Sistema Tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo. Estima-se a existência de aproximadamente 60 tributos vigentes, com diversas Leis, Regulamentos e Normas constantemente alteradas. A tributação no país é uma das mais altas do mundo, influenciando de forma contundente os resultados empresariais. Da lucratividade, em média, 47% vai para os cofres do Tesouro Nacional.
  • 33. 33 Como reitera Fabretti (2006, p.29) “[...] a legislação tributária freqüentemente atropela os resultados econômicos para, por imposição legal da Receita Federal, adaptá-los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contábil”. Com a adaptação do resultado econômico em conformidade ao interesse da Receita Federal, o impacto de arrecadação é bem maior, subtraindo assim, uma parcela a mais do qual seria o ganho empresarial. Se a meta da empresa, para Goldratt (1992), é auferir dinheiro, e conceitua-se a restrição do sistema como tudo aquilo que impede um ganho maior, conclui-se que a carga tributária representa mais uma restrição ao ambiente organizacional, visto os gastos com o elevado montante de tributos pagos e com as atividades tributárias visando o seu cumprimento de todo o ano-calendário. Assim, tem-se a necessidade imperiosa da racionalização dos gastos tributários a partir de estratégias de otimização dos resultados. Sendo necessário administrar a restrição, procurando pagar o valor devido de tributos, para que a restrição não determine a saída (o ganho) do sistema (NOREEN (e outros)., 1996). Dentre as estratégias de controlar esta restrição, o planejamento tributário garante a empresa o planejamento dos gastos tributários e a Processos de Raciocínios da Teoria das Restrições coordena para encontrar as alternativas menos onerosas permitidas por Lei. 1.3.1 Economia tributária A empresa deve reconhecer que, enquanto não houver a reforma tributária, além das outras restrições de todos os cunhos que possa existir, a carga tributária e toda a sua complexidade, é uma restrição de caráter permanente, em que, deve-se buscar sempre o seu controle, através do seu efetivo gerenciamento, para reduzi-la, pagando apenas o valor justo, disposto a economia tributária e o aumento do ganho. O legislador, reconhecendo a complexidade, possibilita a empresa a optar por caminho mais econômico. Nogueira (1980) comenta que ninguém é obrigado a escolher, entre diversas formas possíveis, aquela que pratica e possibilita um
  • 34. 34 imposto maior, pois a possibilidade de uma estruturação, que em face da legislação tributária seja mais favorável, correspondendo ao interesse justo do contribuinte, reconhecido em ordem jurídica. Não resta dúvida que a otimização dos gastos tributários é de conformidade com a ordem jurídica, além de ser justa. Assim, a empresa através do planejamento tributário deve buscar a racionalização destes. A TOC e os Processos de Raciocínios, com sua visão holística, podem contribuir orientando no planejamento das atividades e no processo continuo de aprimoramento. 1.3.1.1 Visão holística Na medida em que a questão tributária é de suma relevância, sendo o tributo o principal gasto na empresa conforme estudo realizado por Lima Filho (2009), o setor responsável pela gestão tributária deve atuar com visão holística (sistêmica), procurando a eficiência das atividades, sobretudo pelos os executores das ações influenciadas pelos tributos. Guerreiro (2006) afirma que a TOC é insistente no que tange que a otimização local não garante a otimização do sistema como um todo. Em nada adianta um excelente planejamento, se as rotinas executadas são por pessoas inteiramente desmotivadas e sem treinamento suficiente, todo o esforço pode estar sendo perdido (AMARAL, 2010). Todos os departamentos devem estar alinhados nos objetivos a serem atingidos e ações que serão executadas, de forma a garantir o sucesso de todo o sistema. Decisões, ou ações, tomadas num aspecto local, possuem capacidade de afetar em outros departamentos dentro do mesmo sistema e nem sempre de uma forma positiva (SENGE, 2006). Os responsáveis pelo o pagamento dos tributos e contribuições devem ter ciência da economia que a empresa obtém com o pagamento na data, sem pagar multas expressivas. A Receita Federal do Brasil, por exemplo, com o pagamento no prazo, durante alguns anos, pode beneficiar a empresa futuramente com o bônus de
  • 35. 35 adimplência fiscal, que desconta 1% sobre a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Pequenas atitudes em harmonia com o todo do sistema a grandes decisões isoladas (SENGE, 2006). Muitos fenômenos (efeitos) que se vivencia estão interligados por poucas causas. Isto é, muitos efeitos são explicados por poucas causas (GOLDRATT; FOX, 1989). Amaral (2010) estabelece que a questão tributária não é tema que se atenha somente ao departamento responsável da sua operacionalização, mas a questão deve ser colocada em todos os departamentos, sendo que todos tem o reflexo tributário, seja na área de vendas, compras, logística, financeira, gestão de pessoas, entre outras. O efeito ruim na empresa sem dispor da visão sistêmica no âmbito tributário pode ser sentido pela não participação de todos no processo de diminuição da restrição tributária. Todas as partes precisam atuar em totalidade para que se possam galgar a economia tributária e, em conseqüência, um ganho maior que a meta empresarial. Gestão tributária eficaz tem conotação e reflexos em toda empresa (AMARAL, 2010). É essencial deixar todos a par da importância dos tributos e sua influência nas diversas áreas. Assim, o incentivo a interação é muito útil para alcançar resultados propostos pelo planejamento tributário. Corbett (1997, p.20) ressalta que “[...] os Processos de raciocínio são a base para uma organização de aprendizagem, para se criar uma organização que causa mudanças e conseqüentemente que entra num processo de otimização contínua”. A empresa deve buscar a mudança para não assumir o risco de planejar e pecar pelo não envolvimento de todos neste processo. As maiores oportunidades visando efetuar mudanças bem sucedidas e duradouras não estão subordinadas a fatores externos, mas na maioria das vezes às regras e políticas internas ultrapassadas e restritivas (GOLDRATT apud CORBETT, 2005; SENGE, 2006). 1.3.1.2 Processo contínuo de aprimoramento
  • 36. 36 Os processos de Raciocínio é um dos procedimentos da TOC em favor do aprimoramento contínuo para as restrições não físicas da empresa. É um conjunto de ferramentas que permite responder às três perguntas fundamentais de qualquer processo gerencial (GOLDRATT; COX, 1995). No ambiente interno ocorrem situações que culminam no aumento dos gastos com os tributos, como multa pelo descumprimento de obrigações acessórias, multas e encargos indevidos e integração entre todos os envolvidos, forma de tributação, entre outros. O processo de raciocínio conduz a uma série de passos que combinam causa e efeito. São ferramentas de causa e efeito para entender os motivos que as coisas acontecem e que permiti que se crie um futuro melhor (COGAN, 2007). Assim, este trabalho utilizou-se de uma situação inerente ao ambiente interno empresarial para demonstrar uma simplória aplicação dos processos de raciocínio da TOC no âmbito da economia tributária. A situação escolhida foi: o pagamento em atraso. O que mudar? A primeira pergunta, Cogan (2007) afirma que é necessário fazer um diagnóstico da situação, onde devemos atacar os sintomas do sistema. Já foi preestabelecido que seria o pagamento em atraso. Para o que mudar? A segunda pergunta nos remete a definir meios que irão substituir essa política restritiva (GOLDRATT, 1994). A política definida é economizar todo o acréscimo desperdiçado com multas/juros, para desembolsar o valor devido, ter direito ao bônus de adimplência fiscal e obter certidões de regularidade junto ao Fisco. Como fazer para mudar? Descobrindo quais as ações são necessárias e suficientes para que a mudança torne realidade (GOLDRATT, 1994). Através da interação entre departamentos, orientar o setor responsável pelos pagamentos meios que cumpram as obrigações na data determinada, transferindo conhecimentos acerca da utilidade e importância para a empresa obter um acréscimo no seu ganho.
  • 37. 37 Essas três perguntas podem ser utilizadas no processo de detectar pontos dentro do sistema que vão de encontro à economia tributária, também operaciona as mudanças necessárias. Usando os aplicativos do Processo de Raciocínios da Teoria das Restrições para eliminar os efeitos indesejáveis, diminui-se a restrição tributária e acrescenta um maior ganho. Assim, a economia tributária em uso dos instrumentos da TOC, somado ao planejamento tributário, tende a dar um resultado favorável à empresa, garantindo competitividade e continuidade no mercado.
  • 38. 38 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia consiste na forma utilizada pelo pesquisador para desenvolver uma pesquisa. Método pode ser definido como um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, com maior segurança e economia permitem ao pesquisador alcançar o objetivo. Assim, através do método chega-se a conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (LAKATOS, 2003). De acordo com o conceito supracitado, este estudo buscou analisar a contribuição da Teoria das Restrições na diminuição do impacto tributário, através das ferramentas dos Processos de Raciocínio, limitando-se nas três perguntas “O que mudar?”, “Para que mudar?” e “Como fazer para mudar?”, como instrumento de coordenação do planejamento tributário. 2.1 ESCOLHA DO MÉTODO A pesquisa adotada neste estudo foi a pesquisa exploratória que, na concepção de Gil (2002, p. 43), “[...] pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato”. Para Beuren (2004, p.80), a pesquisa exploratória tem algumas finalidades específicas, como: “[...] proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar; facilitar a delimitação do tema de pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses; ou descobrir um novo tipo de enfoque sobre o assunto”. Portanto, levando em consideração os objetivos, foi empregado na coleta de dados os procedimentos de pesquisa em fontes secundárias e de uma pesquisa de campo, de caráter quantitativo. “Os procedimentos na pesquisa científica referem-se à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm os dados” (BEUREN, 2004, p. 83).
  • 39. 39 A pesquisa bibliográfica baseou-se em dados secundários coletados a partir de livros, teses, dissertações e artigos científicos, criando uma visão acerca dos Processos de Raciocínio, Teoria das Restrições, o Planejamento Tributário e suas estratégias. Para Gil (2002, p. 65) a principal vantagem deste tipo de pesquisa é “[...] no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. No segundo momento, foi realizada uma pesquisa de campo para analisar empiricamente o quadro situacional das empresas envolvidas, sobre a visão holística e os procedimentos de tratamento por parte dos tributos, visando detectar pontos que incentivam um maior gasto. Conhecendo esses dados, houve a implementação dos Processos de Raciocínio na coordenação do planejamento tributário, usando as três perguntas para definir possíveis mudanças. Segundo Silva (2008, p. 57) a pesquisa de campo “[...] consiste na coleta direta de informação no local em que acontecem os fenômenos; é aquela que se realiza fora do laboratório, no próprio terreno das ocorrências.” 2.2 PARTICIPANTES O estudo foi realizado através da análise de uma amostra composta por empresas do segmento que apresenta maior débito fiscal junto a Secretária da Fazenda do município de Senhor do Bonfim/BA. O segmento que apresenta maior débito fiscal é o do comércio varejista, segundo apontado pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. Assim, devido ao não fornecimento da informação das empresas cadastradas neste setor pelo órgão supramencionado, por tratar-se de matéria sob reserva de sigilo fiscal, conforme anexo deste trabalho. Para operacionalização desta pesquisa, foi selecionada por conveniência, a amostra do trabalho foi composta por empresas clientes de um determinado escritório de contabilidade situado na cidade de Senhor do Bonfim/BA, deste mesmo segmento, totalizando 52 empresas. Após aplicação do questionário via email, 40 empresas responderam de acordo o prazo para o recebimento, configurando assim nossa amostra de pesquisa.
  • 40. 40 2.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS Com a utilização da pesquisa de campo visando analisar a Teoria das Restrições em apoio a diminuição do impacto tributário, houve a aplicação de um questionário que, Silva (2008, p. 60) o conceitua como “[...] conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de variáveis e situações que se deseja medir ou descrever”, para conhecer as situações que enseja maior gastos com tributos e assim, a partir das respostas, avaliar a necessidade de mudanças e propor possíveis alternativas em favor da diminuição da restrição tributária. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário, em agosto de 2011. A amostra foi composta por 40 empresas do Comércio varejista, clientes de um Escritório Contábil, sendo o mesmo segmento declarado pela Sefaz como que apresenta maior débito fiscal. 2.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA O questionário tem a intenção de conhecer a realidade dessas empresas com perguntas envolvendo o reconhecimento da carga tributária como fator restritivo para um lucro maior, a visão holística organizacional e procedimentos operacionais no ambiente interno que enseja em acréscimos no gasto tributário. O instrumento possui dez perguntas, sendo aplicado aos responsáveis pela tomada de decisões (administrador do negócio) dessas empresas. Assim, para testar as hipóteses, foi dividido o instrumento de pesquisa em perguntas que atendam o reconhecimento da carga tributária como fator de restrição, a visão holística e procedimentos usados no tratamento dos tributos. A hipótese – H1 – é testada através das questões [1] e [10], a hipótese – H2 – é testada pelas questões [4] e [5] e a hipótese – H3 – testada com as questões [2], [3], [6], [7], [8] e [9]. A elaboração deste questionário leva em consideração a implementação dos Processos de Raciocínio da Teoria das Restrições.
  • 41. 41 1) A carga tributaria é fator de restrição a um resultado (lucro) maior por parte da empresa? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 2) O Setor responsável pela escrita fiscal, depois de participar de evento (treinamento/curso), transfere o conhecimento auferido para os demais profissionais da empresa? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 3) Existe o repasse de informação sobre estratégias traçadas no planejamento ou no gerenciamento dos tributos a toda a empresa? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 4) Para a tomada de decisão sobre o planejamento tributário e suas ações coordenativas, é necessário a participação de mais pessoas envolvidas neste processo além do setor responsável? Sim ( ) Não ( ) 5) Qual(is) envolvido(os) na tomada de decisão no âmbito tributário? ( ) Responsáveis pela escrita fiscal ( ) Sócios/empresário ( ) Responsáveis por cada área da empresa 6) A empresa já fez uso (ou faz) do planejamento e gerenciamento dos tributos visando diminuir o impacto tributário? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 7) Visando estar em dia com o fisco (declarações, formulários, livros, guias, EFD, etc.), a empresa reconhece a sua importância na diminuição da restrição tributária? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 8) A empresa recolhe os tributos na data prevista, evitando o pagamento de multas/juros e outras sanções, com vista racionalizar a carga tributária? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 9) Qual o período para efetuar a analise da forma de tributação (Simples, Presumido ou Real)? ( ) 1 Sempre ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( ) 7 Nunca 10) Se o impacto da carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado (lucro) maior? Sim ( ) Não ( ) Quadro 1: Cenário envolvendo Processos de Raciocínio e a TOC. Fonte: Elaboração própria (2011)
  • 42. 42 Na pergunta [1] questionamos se a carga tributária é fator de restrição a um resultado (lucro) maior por parte da organização. Para manifestar a sua opinião, o respondente deveria escolher entre 1 (sempre) ou 7 (nunca), o ponto médio igual a 4. A intenção desta questão foi de demonstrar o julgamento sobre o impacto da tributação tendo o ponto de vista da organização. Para confirmação e segurança em nossa análise, apresentou-se outra questão. A [10] questionou se caso o impacto de carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado maior. O respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não). A segunda situação, perguntas [4] e [5], é tratando sobre a visão holística por parte da organização. Entre as questões [4] e [5], procurou-se saber se a empresa reconhece a necessidade de participação de mais envolvidos no processo de tomada de decisões sobre o planejamento tributário e suas ações coordenativas, e quais são os envolvidos nessa tomada de decisão no âmbito tributário, respectivamente. Duas questões alinhadas, o respondente manifestando a sua opinião na [4] deveria responder 0 (Sim) ou 1 (Não) e na [5] as respostas versam em 0 (Responsáveis pela escrita fiscal), 1 (Sócio/Empresário) e 2 (Responsáveis por cada área da empresa). A terceira situação é sobre os procedimentos usados no tratamento dos tributos com intuito de racionalizar a carga tributária, questões [2], [3], [6], [7], [8] e [9]. Para manifestar a sua opinião, o respondente deveria escolher entre 1 (Sempre) ou 7 (Nunca), o ponto médio igual a 4. A pergunta [2] questiona se o setor responsável pela escrita fiscal, depois de participação em algum evento, transfere o conhecimento para os demais profissionais. Procura-se conhecer o grau de interação entre o setor responsável e as demais áreas, visto a necessidade de todos possuírem informação que, por vezes, pode ser crucial para determinada área ou situação dentro do âmbito interno. Já a [3] versa sobre o repasse de informação sobre estratégias traçadas no planejamento ou gerenciamento de tributos a todos. O que é definido, e para o atendimento do determinado e chegar no ponto traçado na estratégia, é necessário o conhecimento de todos os envolvidos. Na questão [6], buscou-se saber se a empresa já fez uso (ou faz) do planejamento e gerenciamento dos tributos visando diminuir o impacto tributário. Na [7], versou em saber se a empresa busca estar em dia com o fisco, dada pela sua importância, para diminuição da restrição tributária. A [8] segue a mesma linha da [7], questionando se
  • 43. 43 a empresa evita pagar multas, juros e outras sanções, recolhendo os tributos na data prevista. Já a [9] sobre o período para efetuar a analise da forma de tributação, seguindo a necessidade de sempre buscar o melhor caminho. A empresa, através da escrita fiscal, deve manter visão holística conhecer as atividades envolvidas no processo interno e, sobretudo, manter todos informados na estratégia traçada pelo planejamento tributário e suas coordenações, para ter o comprometimento de todos os envolvidos. É de grande benefício a orientação aos executores das atividades das áreas envolvidas com a parte tributária sobre a melhor maneira de economizar recurso com procedimentos simplórios. Também, a utilização do planejamento e gerenciamento tributário, bem como a analise sempre da forma de tributação buscando conhecer a melhor forma de diminuir os gastos com tributos.
  • 44. 44 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS A amostra foi testada através de testes paramétricos, utilizada para distribuição normal, no entanto estes não apresentaram significância de amostra. Utilizamos os testes de dimensionalidade, confiabilidade e convergência no sentido de confirmamos a significância da amostra, contudo, estes não apresentaram dentro dos níveis aceitos. Tabela 1 – Resultados dos testes KMO e Bartlett Medida de adequação da amostra 0,447 de Kaiser- Meyer-Olkin Teste de Qui-quadrado 38,149 Esfericidade Gl 28 de Bartlett Sig. 0,096 Fonte: Nossa autoria Segundo Hair e outros (1998), na dimensionalidade os valores de KMO são considerados aceitáveis valores entre 0,50 e 0,69 e acima de 0,70 são considerados desejáveis. Conforme tabela 1, o índice de KMO da amostra levantada apresentou resultado de 0,447, sendo considerada não aceitável. O teste de esfericidade de Bartlett apresentou qui-quadrado 38,149, o nível maxímo aceito para atestar a significância é de 5%, a partir deste critério a amostra apresentou nível igual a 0,096. Portanto, a amostra não apresenta significância. Tabela 2 – Resultados das estatísticas de confiabilidade Alfa N de de Cronbach Itens 0,138 8 Fonte: Fonte: Nossa autoria Conforme tabela 2, realizamos análise de conflito através do teste de Alfa de Cronbach que apresentou resultado igual a 0,138. Sendo de acordo com Hair et. al. (1998), para rejeitar a hipótese nula e indicar que possui relação intensa entre os itens, deve ser superior a 0,600. Desta forma, não permitiu aceitar a escala como confiável.
  • 45. 45 Por fim, conforme tabela 3, a análise da convergência dos quesitos da análise de correlações cruzadas com o uso de Coeficientes de Sperman indicou alguns itens negativos. Tabela 3 – Resultados das estatísticas de convergência p1 p2 p3 p4 p6 p7 p8 p9 p Coeficien 1 1 ,242 -,211 -,164 ,045 -,030 -,213 -,068 te Sig. Bi- ,132 ,192 ,313 ,784 ,852 ,186 ,678 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien ,408(* 2 ,242 1 -,007 -,023 ,207 -,194 -,050 te *) Sig. Bi- ,132 ,967 ,887 ,200 ,009 ,230 ,757 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien 3 -,211 -,007 1 ,334(*) ,162 -,037 ,158 -,004 te Sig. Bi- ,192 ,967 ,035 ,317 ,819 ,330 ,983 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien 4 -,164 -,023 ,334(*) 1 -,059 -,046 ,322(*) -,186 te Sig. Bi- ,313 ,887 ,035 ,716 ,776 ,043 ,250 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien 6 ,045 ,207 ,162 -,059 1 ,200 -,032 -,092 te Sig. Bi- ,784 ,200 ,317 ,716 ,216 ,845 ,572 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien ,408(** 7 -,030 -,037 -,046 ,200 1 ,292 -,029 te ) Sig. Bi- ,852 ,009 ,819 ,776 ,216 ,068 ,860 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien 8 -,213 -,194 ,158 ,322(*) -,032 ,292 1 -,252 te Sig. Bi- ,186 ,230 ,330 ,043 ,845 ,068 ,117 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 p Coeficien 9 -,068 -,050 -,004 -,186 -,092 -,029 -,252 1 te Sig. Bi- ,678 ,757 ,983 ,250 ,572 ,860 ,117 Caudal N 40 40 40 40 40 40 40 40 * Correlação é significativa ao nível de 0,01 (bi-caudal). * Correlação é significativa ao nível de 0,05 (bi-caudal) Fonte: Nossa autoria
  • 46. 46 Essa amostra atende as exigências de uma amostra paramétrica conforme defendido por Hair (e outros) (2006) que deve ter mínimo de 30 participantes. Contudo, os resultados através dos testes paramétricos não apresentam significância. Desta forma, empregamos os testes não paramétricos com o mesmo intuito de verificar se a amostra é significativa, que é conceituado por Bruni (2009), como não dependente de parâmetros populacionais (como média, variância, desvio padrão, proporção e outros) e de suas respectivas estimativas amostrais, para novamente verificar a significância da amostra. Ressalta-se que os resultados encontrados dos testes paramétricos não invalidam a pesquisa. A depender da situação-problema analisada, diferente pode ser o modelo não paramétrico empregado (BRUNI, 2009). Dentre os diversos modelos de testes não paramétricos, utilizaremos o Teste de Kolmogorov-Sminov e o teste do qui- quadrado. Kolmogorov-Sminov por avaliar se os valores de uma amostra podem ser considerados como provenientes de uma população com determinada distribuição teórica e significativa (LIMA FILHO (e outros), 2010). A justificativa de sua utilização é por contemplar perguntas da Escala Likert, aplicada nas perguntas P1, P2, P3, P6, P7, P8 e P9. Já o Qui-quadrado é empregado na análise de freqüências, quando uma característica de amostra é analisada (BRUNI, 2009). A justificativa de sua utilização é dada por perguntas com variáveis dummy, ou seja, possibilidade de escolha entre duas respostas, utilizada nas perguntas P4 e P5. Na análise da forma de distribuição da variável, de acordo com o nível de significância encontrado para o teste de Kolmogorov-Smirnov, não foi possível atestar a normalidade das variáveis P2, P6 e P9, conforme destacado na tabela 4. P1 P2 P3 P6 P7 P8 P9 Média 2,3 4,15 4,88 3,93 1,7 5,88 3,5 Desvio Padrão 1,856 2,179 2,198 2,129 1,091 1,652 1,633 Komogorov-Sminorv Z 1,829 1,136 1,475 0,898 1,989 2,384 1,08 Asymo. Sig. (2-tailed) 0,002 0,151 0,002 0,395 0,001 0,00 0,193 Tabela 4: Resultados do Teste de Kolmogorov-Sminorv Fonte: Nossa autoria
  • 47. 47 As variáveis P2, P6 e P9 apresentaram nível de significância superior ao máximo exigido que é de 0,05. P2 igual a 0,151, P6 0,395 e P9, 0,193. De acordo com as analises do teste de Kolmogorov-Sminorv, pode-se concluir que não existe relação significativa nas respostas destas perguntas. Assim, os testes apresentados a seguir analisaram as respostas das questões P1, P3, P7 e P8, conforme tabela 5. P1 P3 P7 P8 Média 2,3 4,88 1,7 5,88 Desvio Padrão 1,856 2,198 1,091 1,652 Komogorov-Sminorv Z 1,829 1,475 1,989 2,384 Asymo. Sig. (2- tailed) 0,002 0,002 0,001 0,00 Tabela 5: Resultados do Teste de Kolmogorov-Sminorv sem as variáveis P2, P6 e P9 Fonte: Nossa autoria De acordo com o nível de significância encontrado para o teste de Kolmogorov-Sminorv, foi possível atestar a normalidade das variáveis P1, P3, P7 e P8. Os níveis de significância de cada um dos quatro testes deram inferiores ao padrão 5%. 3.1 VERIFICAR SE OS GESTORES DAS ORGANIZAÇÕES ANALISADAS RECONHECEM OS FATORES DE RESTRIÇÃO AO LUCRO ORGANIZACIONAL Para poder atingir o objetivo de verificar se os gestores das organizações analisadas reconhecem os fatores de restrição ao lucro organizacional, foram aplicadas duas questões, a P1 e a P10. Na P1, como o nível de significância do teste foi inferior ao máximo exigido, aceitou-se a hipótese nula de igualdade. Conforme as analises dos testes de Kolmogorov-Sminorv, ou seja, existe uma relação significativa entre o reconhecimento do gestor e a restrição ao lucro organizacional causado pela carga tributária. A escala do instrumento de pesquisa de coleta de dados foi apresentada com sete pontos, entre 1 (Sempre) e 7 (Nunca), o ponto médio foi igual a 4. Dessa forma, na P1, caso os gestores das organizações analisadas reconheçam os fatores de restrição do lucro causado pela carga tributária, a média na população seria estatisticamente inferior a 4. Caso os gestores não reconheçam os fatores de
  • 48. 48 restrição ao lucro causado pela carga tributária, a média na população seria igual ou superior a 4. A média da pergunta 1 foi igual 2,3 e inferior a média da população, estatisticamente igual a 4. Assim, foi possível encontrar na amostra evidências que comprovaram que os gestores de fato reconhecem os fatores de restrição ao lucro organizacional, a média foi aceita, pois o sig deu 0,2%, conforme tabela 5. Para confirmação e segurança em nossa análise, apresentou-se outra questão. Foi questionado na pergunta 10, se caso o impacto de carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado (lucro) maior. O respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não). Por contemplar resposta unanime, na pergunta 10 não houve necessidade de apresentação de significância. Conforme tabela 6. Tabela 6: Resultado do teste pergunta 10 Percentual Frequência Em % Cumulativo Válido 0 40 100,0 100,0 Fonte: Nossa autoria Questionados sobre se a carga tributária no Brasil fosse menor, a empresa teria um resultado (lucro) maior, O respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não). Todos os participantes foram de acordo a alternativa Sim. Desta forma, corrobora com a pergunta 1 e confirma a hipótese H1, os gestores das organizações analisadas reconhecem os fatores de restrição do lucro causado pela carga tributária. 3.2 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO REDUZEM O IMPACTO TRIBUTÁRIO NA RESTRIÇÃO DO GANHO EM ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO VAREJISTA De acordo com a tabela 5, em P3, P7 e P8, o nível de significância do teste foi inferior ao máximo exigido, assim aceitou-se a hipótese nula de igualdade. Conforme as analises dos testes de Kolmogorov-Sminorv, ou seja, existe uma relação
  • 49. 49 significativa entre o impacto tributário na restrição do ganho e a necessidade de implementação dos Processos de Raciocínio em organizações do comercio varejista. Tabela 7: Resultado da média; variáveis P3, P7 e P8, teste Kolmorov-Sminorv Pergunta Média P3) Existe o repasse de informação sobre estratégias traçadas no planejamento ou no gerenciamento 4,88 dos tributos a toda a empresa? P7) Visando estar em dia com o fisco (declarações, formulários, livros, guias, EFD, etc.), a empresa 1,70 reconhece a sua importância na diminuição da restrição tributária? P8) A empresa recolhe os tributos na data prevista, evitando o pagamento de multas/juros e outras 5,88 sanções, com vista racionalizar a carga tributária? Fonte: Nossa autoria Visto que a escala do instrumento de pesquisa de coleta de dados foi apresentada com sete pontos, entre 1 (Sempre) e 7 (Nunca), o ponto médio foi igual a 4. De acordo a tabela 7, a média da pergunta 3 foi igual 4,88, a pergunta 7 obteve média 1,7 e a pergunta 8, média 5,88. Excetuando a pergunta 7, a pergunta 3 e pergunta 8 ficaram com média superior a da população, estatisticamente igual a 4. Caso não houvesse necessidade da implementação dos Processos de Raciocínio visando reduzir o impacto na restrição do lucro, a média da população deveria ser menor ou igual a 4. Através de P3 e P8, confirmamos a H3, sendo possível encontrar na amostra evidências que corroboram a necessidade de implementação dos Processos de Raciocínio e suas ferramentas “O que mudar?”, “Para que mudar?” e “Como fazer para mudar?”, para aumentar os ganhos da organização. 3.3 VERIFICAR SE A IMPLEMENTAÇÃO DA TOC CONTRIBUI POSITIVAMENTE NA COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DO GERENCIAMENTO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
  • 50. 50 Para poder atingir o objetivo de verificar se a implementação da TOC contribui positivamente na coordenação das ações do gerenciamento e planejamento tributário, de acordo ao teste do qui-quadrado, foram aplicadas duas questões, a P4 e a P5. A variável P4 questionou ao gestor em relação a tomada de decisão sobre o planejamento tributário e suas ações coordenativas, é necessário a participação de mais pessoas envolvidas neste processo além do setor responsável. O respondente deveria optar entre 0 (Sim) e 1 (Não). Já a variável P5, questionou Qual(is) envolvido(os) na tomada de decisão no âmbito tributário. Deveria optar entre 0 (Responsáveis pela escrita fiscal), 1 (Sócio/Empresário) e 2 (Responsáveis por cada área da empresa). A seguir, os resultados das variáveis P4 e P5 de acordo as análises dos testes do qui-quadrado. Tabela 8: Resultados do teste do qui-quadrado variável P4 N N Observado Esperado Residual 0 20 20,0 ,0 1 20 20,0 ,0 Total 40 p4 Qui- 8,987 quadrado df. 1 Significân ,000 cia. Fonte: Nossa autoria Na variável P4, o valor do teste do qui-quadrado foi 8.987, com o nível de significância do teste foi 0,000, sendo inferior ao mínimo exigido de 0,05, conforme a tabela 8. Tabela 9: Resultados do teste do qui-quadrado variável P5 Percentual Frequência Em % Cumulativo Válido 0 21 52,5 52,5 1 14 35,0 87,5 2 5 12,5 100,0 Total 40 100,0
  • 51. 51 N N Observado Esperado Residual 0 21 13,3 7,7 1 14 13,3 ,7 2 5 13,3 -8,3 Total 40 p5 Qui- 9,650 quadrado df. 2 Significâcia ,008 Fonte: Nossa autoria Já a variável P5, o valor do teste do qui-quadrado foi 9.650, obtendo nível de significância inferior ao padrão 0,05, conforme tabela 9. De acordo com as analises do teste qui-quadrado, existem relação significativa entre a necessidade de coordenação das ações do gerenciamento e planejamento tributário e a implementação da Teoria das Restrições (TOC). Dos respondentes da P5, 52,5% optaram pela alternativa 0 (Responsáveis pela escrita fiscal), 13,3% pela 1 (Sócio/Empresário) e 13,3% pela 2 (Responsáveis por cada área da empresa), assim confirma a nossa H2. 3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES E DOS PROCESSOS DE RACIOCÍNIO A implementação da Teoria das Restrições e dos Processos de Raciocínio no âmbito tributário possibilita identificar os problemas, seus efeitos indesejáveis e encontrar respostas racionais na diminuição da restrição tributária, que encaminham a organização a aumentar os ganhos. De acordo Corbett Neto (1997), os Processos de Raciocínio formam a base de toda a TOC e a premissa básica é de que, em um sistema, existem poucas causas que explicam os seus muitos sintomas ou efeitos indesejáveis. A ferramenta de pesquisa identificou três variáveis problemáticas nas empresas do Comercio Varejista, clientes de um determinado escritório contábil no
  • 52. 52 município de Senhor do Bonfim/BA, ocasionando efeito indesejável no ganho da empresa. São elas: P3, P5 e P8. P3, não ou eventual existência do repasse de informação sobre estratégias traçadas no planejamento ou no gerenciamento dos tributos a toda a empresa; P5, quais envolvidos na tomada de decisão no âmbito tributário, setor responsável; e P8, não ou eventualmente recolhimento dos tributos na data prevista, evitando o pagamento de multas e juros, além de outras sanções, com vista a racionalizar a carga tributária. Os Processos de Raciocínio conduz a uma série de passos que combinam causa e efeito. São ferramentas de causa e efeito para entender os motivos que as coisas acontecem e que permiti que se crie um futuro melhor (COGAN, 2007). Com a utilização das três perguntas (“o que mudar”, “para que mudar” e “como mudar”) procurou direcionar a organização a atingir a sua meta que é aumentar os ganhos, mais dinheiro tanto no presente quanto no futuro (VALIM, 2004). 3.4.1 Aplicação das três perguntas dos Processos de Raciocínio Os Processos de Raciocínio da Teoria das restrições com seu conjunto de ferramentas atuam a favor do aprimoramento contínuo, utilizando as três perguntas fundamentais de qualquer processo gerencial que são: “O que mudar”, “para o que mudar” e “como mudar”, visando acrescentar um maior ganho. O que mudar? A primeira pergunta, Cogan (2007) afirma que é necessário fazer um diagnóstico da situação, onde devemos atacar os sintomas do sistema. Com o diagnostico da situação, através da ferramenta de pesquisa, conheceu-se as três variáveis (P3, P5 e P8) que vão de encontro à economia tributária (“o que mudar”). O próximo passo é definir meios condutores visando o melhoramento e orientando as mudanças necessárias.