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UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
           DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII
                     SENHOR DO BONFIM
                           PEDAGOGIA

                 POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES




CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM




                                   Monografia apresentada à UNEB _
                                   Universidade do Estado da Bahia, como
                                   requisito parcial para a conclusão do Curso
                                   de      Licenciatura      em       Pedagogia.
                                   Orientadora: Profª. Rita de Cássia Braz




                         Senhor do Bonfim
                          Março de 2011
UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
                   DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII
                             SENHOR DO BONFIM
                                   PEDAGOGIA

                            POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES




CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM




Aprovado______________de_____________-de 2011




______________________________________
Profª. Rita de Cássia Braz (Orientadora

UNEB _ Universidade do Estado da Bahia



____________________________________

AVALIADOR



____________________________________

AVALIADOR
Dedico a Deus por sua presença em minha vida em
      todos os momentos.

      Ao meu companheiro Neilton Ribeiro pela
      compreensão e incentivo.

      A meu filho João Victor.

      Aos meus pais.

      Aos amigos que adquiri durante o curso, em
      especial Ariane, Joângela, Renata e verônica.

      Enfim a todos que de maneira direta ou
      indiretamente mim apoiaram nessa caminhada.




AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, responsável pela minha vida e por me dar sabedoria e
paciência na elaboração deste trabalho.




A Universidade do Estado da Bahia – Campus VII, representada pela direção, professores e
funcionários. Obrigado por me proporcionar um crescimento profissional e social.




A professora Rita de Cássia Braz por ter confiado em mim, pela competência e incentivo.
Obrigado!




As professoras da escola onde foi realizada a pesquisa pela cooperação e atenção e por
fornecer informações essenciais a esta investigação.




A minhas queridas amigas e companheiras de curso Ariane, Joângela, Renata e Verônica, que
torceram pela minha realização, enfim por todos os momentos que passamos juntas. Muito
obrigada.

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para minha realização. Muito Obrigado!
Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la.
Observá-la enquanto brinca: o brilho dos olhos, a mudança de
expressão no rosto, a movimentação do corpo.
Estar atento à maneira como desenha seu espaço, aprende a
ler a maneira como escreve sua história.


        RESUMO
                                   Ana Angélica A. Moreira
       RESUMO
A presente pesquisa visou analisar “Quais as concepções que os professores da Escola
Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem sobre a utilização das cantigas de roda no
processo de aprendizagem”. Entendendo as cantigas de roda como uma atividade lúdica que
possibilita o desenvolvimento da criança por um caminho prazeroso. Nessa trajetória,
fazemos um breve histórico da história da música, além de evidenciar temas como
aprendizagem e dificuldades de aprendizagem e a importância das relações de atividades
lúdicas como as cantigas de roda para o ensino fundamental I. Para isso buscou-se suporte
teórico em alguns autores tais como: Bréscia (2003), Jeandot (1990), Dutra (2000), Ferreiro
(2004), Angotti (2006), Santos (2002), Garcia (1998), Sisto (2001), Marcellino (1997), entre
outros que também proporcionam contribuições significantes para a pesquisa. Os caminhos
metodológicos trilhados foram construídos sobre o foco qualitativo, utilizando como
instrumento de coleta de dados o questionário fechado que nos permitiu traçar o perfil dos
sujeitos, e o questionário aberto que nos permitiu uma maior aproximação das visões dos
mesmos, na qual foram analisadas as concepções que possuem sobre a utilização da música na
aprendizagem, Diante do exposto compreendemos que os professores reconhecem a
importância da música como suporte no processo de alfabetização. Visto que a maioria não
visa uma amplitude de utilização da música, com perspectivas de construção do ser sócio-
cultural.

Palavras chaves: cantigas de roda, aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, professor




                                 LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Quanto ao Gênero....................................................................................................36
Gráfico 2 – Nível de escolaridade.............................................................................................37
Gráfico 3 – Faixa Etária............................................................................................................38
Gráfico 4 – Tempo de atuação na área educacional.................................................................39
Gráfico 5 – Tempo de atuação nas séries de alfabetização......................................................40




                                                          SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................10

CAPÍTULO I ......................................................................................................12

O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO.........................................12



CAPÍTULO II......................................................................................................18

2.1 Concepções de Aprendizagem.......................................................................18
         2.1.1 Definindo Dificuldades de Aprendizagem......................................19
         2.1.2 As Cantigas de Roda como Recurso de Aprendizagem..................22
2.2 A História da Música e a sua utilização na aprendizagem............................25
          2.2.1 Cantigas de Roda sua origem e importância para educação...........27
2.3 O Professor e as Cantigas de Roda...............................................................29
          2.3.1 O Professor e a Prática Pedagógica................................................31


CAPÍTULO III ....................................................................................................33
CAMINHOS METODÓLOGICOS....................................................................33
3.1 Tipo de Pesquisa............................................................................................33
3.2 Lócus de Pesquisa..........................................................................................34
3.3 Sujeitos de Pesquisa.......................................................................................34
3.4 Instrumentos de coleta de dados....................................................................34

          3.4.1 Questionário Fechado.....................................................................35
          3.4.2 Questionário Aberto........................................................................35


CAPÍTULO IV....................................................................................................36
4 Análise de dados e interpretação dos resultados...............................................36
4.1 Resultados do Questionário Fechado.............................................................36
          4.1.1 Quanto ao Gênero...........................................................................36
          4.1.2 Nível de Escolaridade.....................................................................37
          4.1.3 Faixa Etária.....................................................................................38
4.1.4 Tempo de Atuação na área educacional..........................................39
          4.1.5 Tempo de Atuação na Série de Alfabetização................................40
          4.2 Análises dos resultados Questionário Aberto....................................41
          4.2.1 A visão dos professores...................................................................41
          4.2.2 Cantigas de Roda como auxiliadora no processo de
aprendizagem.......................................................................................................43

          4.2.3 As dificuldades no Trabalho com as cantigas de roda....................46


          CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................48
          REFERÊNCIAS.......................................................................................46
          ANEXOS.................................................................................................53




                                                        INTRODUÇÃO
O contexto atual de educação em nosso país apresenta preocupantes indicadores no que se referem ao
aprendizado escolar, muitas crianças ao chegarem pela primeira vez a escola acabam não conseguindo
aprender ou acompanhar o que é exigido na educação formal, consecutivamente gerando problemas de
aprendizagem.




Para que esses indicadores não continuem a crescer é importante que exista uma preocupação em
diagnosticar previamente a causa dos problemas de aprendizagem, além de valorizar práticas
pedagógicas voltadas para uma educação lúdica, realizando atividades que despertem a atenção e a
vontade de aprender.




Partindo dessa análise, a escola de Educação Infantil para conseguir alcançar um patamar de qualidade
visando o desenvolvimento integral da criança necessita incorporar práticas que motivem os alunos a
aprender a língua, conhecer a cultura do seu povo de maneira divertida e prazerosa. E para muitos
estudiosos as Cantigas de roda por ser um gênero musical fácil e de simples memorização é um grande
aliado ao professor no processo de alfabetização.




Educar através da música é reconhecer que o desenvolvimento e aprendizado ocorrem em tempo
integral, através da letra, do canto, do movimento da socialização com os colegas. Para que isso se
torne relevante é necessário que os educadores se empenhem em contribuir para que a prática desta
atividade não seja vista apenas como momentos de lazer e recreação. Isso implica que os professores
precisam esta sempre em constante processo de reflexão sobre sua prática, procurando continuamente
inová-la.




As cantigas de roda também proporcionam um ambiente alegre estimulando a criança a se desenvolver
em vários aspectos, além de permitir a comunicação com o outro, auxilia na construção do
conhecimento. E assim ponderando todas essas reflexões, realizamos este trabalho que esta disposto
da seguinte forma:

No capítulo I, abordamos a respeito da problemática, os objetivos a que nos propomos, ou seja, o
caminho que trilhamos para expressar a importância das cantigas de roda em se tratando de
dificuldades de aprendizagem.
No capítulo II, abordamos o referencial teórico, conceituando as palavras chaves que norteiam esta
pesquisa. Aqui estão centradas as principais idéias do trabalho. Fazendo uma reflexão sobre as
cantigas de roda em todos os aspectos, ambientes e sujeitos da educação.




No capítulo III, reservado à metodologia, enfatizamos os instrumentos de coleta de dados utilizados, o
tipo de pesquisa que norteia o trabalho, como também o lócus e os sujeitos. Visando atingir um
conhecimento mais específico da realidade e percepção dos sujeitos investigados.




No capítulo IV analisamos e interpretamos os dados obtidos através da análise dos questionários
respondidos pelos professores, e a partir destas informações, traçaremos o perfil destes, diante da
utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem




Por último nas considerações finais distinguimos os frutos da pesquisa, as reflexões sobre tudo o que
foi mencionado, as características principais dos dados analisados. Obtendo uma breve avaliação de
todo o trabalho, expondo e refletindo as conclusões sobre o tema.




                                           CAPÍTULO I




                       O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO
A música ao longo do tempo vem exercendo as mais diferentes funções, além de estar presente no
mundo em todas as culturas e todas as épocas, é uma linguagem que vai além das barreiras do tempo e
do espaço, e também é reconhecida como uma das mais importantes formas de comunicação. Segundo
Bréscia (2003, p.25), “A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da
humanidade desde as primeiras civilizações”. De acordo com dados antropológicos, as primeiras
músicas eram empregadas em rituais como: nascimento, morte, casamento, recuperação de doentes e
fertilidade.




Partindo deste pressuposto, percebemos que a música possibilita expressar nossos anseios e emoções,
além de distrair proporciona sensações prazerosas, podendo ser utilizada como recurso para a
aprendizagem. Desse modo, compreendemos que a necessidade de se comunicar é muito importante
para a educação, e essas canções populares são capazes de promover uma aprendizagem mais
prazerosa divertida, e eficiente no cotidiano escolar, auxiliando no contexto didático.




A aprendizagem é vista como uma mudança, uma sistematização no comportamento humano, sendo
modificado constantemente, e com aprendizagem escolar não é diferente. De acordo com Santos
(2002, p.39). A aprendizagem da leitura e da escrita deve ser entendida como um processo de
múltiplas dimensões que promoverá o indivíduo à condição de ser social ativo, considerando suas
experiências e interações com seus pares, afim de que ele possa construir a escrita.




Mas as crianças ao ingressarem na escola se deparam com um novo mundo, o mundo da escrita e da
leitura e a ela será exigido o dever de aprender frases, textos enfim variadas atividades; e quando isso
não ocorre, na maioria das vezes o aluno é tomado por um sentimento de inferioridade, que
conseqüentemente acaba por caracterizar o fracasso escolar. Sisto (2007) aponta que:




                          As dificuldades para aprender aparecem nas crianças sob distintas formas, e é
                          muito difícil encontrar uma pessoa que não teve dificuldades em aprender
                          alguma coisa algum dia em sua vida, algumas crianças chamam a atenção devido
                          ao fato de estarem atrasadas ou defasadas em determinadas tarefas específicas
                          como escrita, se comparadas com seus colegas de classe ou idade, ou uma
                          dificuldade geral, quando a aprendizagem é mais lenta do que a média das
                          crianças em uma serie de tarefas. (p.63)
Dessa maneira, podemos dizer que várias situações podem atrapalhar a aprendizagem. Neste sentido,
Souza (2001, p. 25) comenta que “A criança é suscetível aos fatores externos que provavelmente se
chocam com sua fragilidade interna, prejudicando seu aprendizado”. Visto assim, a falta de motivação
pode este relacionado com inúmeras circunstâncias. Bossa (2000) enumera algumas:


                         (...) Uma criança pode não aprender por que não sabe lidar com as leis e regras
                         da vida. Uma criança pode não aprender por que seus pais, na tentativa de
                         acertar, erraram por não estabelecer regras e limites (...) uma crianças pode não
                         aprender porque esta na escola onde a forma de ensinar, não esta de acordo com
                         sua forma de aprender. Uma criança pode não compreender a importância do
                         que está sendo ensinado na escola, por que o professor não lhe mostra como
                         utilizar aquele conhecimento na vida (...). Assim percebemos que a não –
                         aprendizagem dos alunos exige uma profunda reflexão sobre as formas de
                         ensino, pois quando tratamos de dificuldades de aprendizagem precisamos
                         compreender o aluno como um ser completo que pensa, tem medo, tem alegrias
                         e tristezas. (p. 59)


Diante desse contexto, percebemos que a não – aprendizagem das crianças pode esta ligada a
    uma gama de atributos e características, onde devemos levar em conta inúmeras
    possibilidades, por isso é importante que exista uma preocupação, em diagnosticar
    precocemente a causa dos problemas de aprendizagem, pois o quanto mais cedo for
    detectadao as dificuldades, menores serão as resultados negativos na vida destes alunos.
    E a escola como instituição de ensino, precisa esta organizada de forma que a criança
    possa aprender com prazer, a fim de utilizar seus conhecimentos em todas as dimensões
    da sua vida. Santos (2002) argumenta que:

                          Tomemos a alfabetização como um processo em permanente construção que
                         não se reduz a técnicas de decodificação mecânica, adquirida através da
                         organização de padrões regulares de correspondência entre som e grafema, mas é
                         um momento de reordenação de estruturas que servirão de suporte para que a
                         criança se aproprie de significado de sentido, dominando paulatinamente suas
                         funções e usos sociais. (p.40)




Neste aspecto, a escola enquanto espaço institucional, precisa realizar atividades que promovam a
construção de conhecimento, e para muitos estudiosos as cantigas de roda é uma forte aliada na
formação do aluno. De acordo com a reflexão de Faria (2001) “A música está presente em todos os
lugares e no ambiente escolar não é diferente.” Desse modo, vemos que a prática de atividades que
envolvam canções é de suma importância na formação e no desenvolvimento da criança, afinal
sabemos que a presença da música na vida dos seres humanos é indiscutível, desde cedo à criança
demonstra interesse por ritmos e sons musicais, a receptividade a música na criança, acontece quando
ela entra em contato com o universo sonoro que a cerca, isso acontece desde antes do seu nascimento.
De acordo com Angotti, (1996, p.157) Musicalizar é construir o conhecimento musical humano,
possível de ser realizado em casa e na escola, desde os primeiros meses de vida de um bebê ainda no
útero materno.




Desta forma, percebemos que os momentos de utilização das cantigas de roda, precisam ser levados
em conta, pois a música em si é uma rica atividade lúdica e essa prática é muito significante no
desenvolvimento e formação dos alunos, mas para que esse método ocorra de fato, o educador tem
papel fundamental nesse processo, pois é ele o norteador, ou seja, faz a mediação no processo de
aprendizagem, planejando e disponibilizando os recursos didáticos, além disso, a escola deve ser
percebida como um lugar que proporcione prazer e alegria, mas para que esse objetivo seja alcançado
é imprescindível que os professores repensem o conteúdo e a sua técnica pedagógica.




Nestas circunstâncias, o educador não deve estar sozinho ele deve procurar envolver a escola e a
comunidade, e assim compartilhar os problemas com as crianças que estão incluídas em grupos que
apresentem dificuldades em aprender, procurando uma alternativa que busque facilitar o sucesso
escolar desses indivíduos.




Por esta razão, achamos que as cantigas de roda são fortes aliadas nas atividades pedagógicas,
especialmente pelo fato de estarem intimamente relacionadas com a ludicidade, essas músicas além de
favorecer a relação da criança com o lúdico de forma natural e prazerosa, favorecem também a
aprendizagem. Faria (2001) define que a música é um importante fator de aprendizagem, pois a
criança desde pequena já ouve música na qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir conhecida
como cantigas de ninar.




As cantigas de roda consistem em atividades de extrema importância para o auxilio da aprendizagem,
Rosa (1990, p.27) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o
treinamento de uma série de aptidões importantes. Oferecem aos alunos experiências reais e concretas,
experiências essas indispensáveis para o desenvolvimento e aprendizagem, por intermédio do lúdico
os alunos se habilitam para distintas circunstâncias da vida, aprendendo valores culturais do cotidiano,
interagem com os colegas, aprendem a superar desafios, enfim exerce seu papel em quanto individuo,
além de ajudar na participação social e afetiva, a criança se comunica tem acesso a informação e
consegue se expressar melhor.
Apesar de todas essas considerações, em alguns momentos as atividades que abrangem a música se
deparam com muitas dificuldades para acontecer com resultados significativos. Sobre esta questão
Santos (2000) reflete que:


                             Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis
                             as atividades lúdicas são pouco exploradas, e mesmo quando são realizadas,
                             não lhes é dado o valor que elas merecem. Os alunos não são instigados por
                             atividades musicais e os professores pouco motivados e muitas vezes sem
                             formação adequada acabam deixando ausente a música no ambiente escolar
                             (p.09).


Assim, ao longo da história da educação, a música principalmente as cantigas de roda vem atendendo
a muitos objetivos, tendo cada vez mais lugar de destaque nas propostas pedagógicas, mais na sua
maioria com finalidades comportamentais e atitudinais como ir ao recreio, lavar as mãos, entrar e sair
da sala de aula, nas datas comemorativas sem nenhum objetivo, na recreação, cantando e dançando
tendo uma maior utilização da musica no aspecto de expressão corporal e artística. Ainda citando
Santos(2000) a autora afirma que:



                             É preciso, portanto que tais currículos sejam repensados, dando a estes uma
                             visão de criança, jogo, brinquedo, desenvolvimento e aprendizagem. Estas
                             características oportunizarão a seus egressos a descoberta da própria
                             ludicidade, levando – os a desenvolver nas crianças a alegria de entender a
                             escola como um espaço, acima de tudo prazeroso.(p.61)



Com isso, devemos levar em conta que esse tipo de atividade, está cada dia mais presente na vida
escolar, e devemos ter preocupação de apresentar a sua aplicação de forma correta, de maneira, que a
música não seja banalizada apenas a momentos de recreação.




A música é um recurso cultural e instrumental próxima a todas as pessoas, como aponta o Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil: “A música esta presente em diversas situações da vida
humana. Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o
povo a lutar”. (pág. 47,1998 vol.03).




Dessa forma, vale lembrar que a musica é um incomparável beneficio para a formação, o
desenvolvimento e equilíbrio da personalidade das crianças. Na sociedade contemporânea, professores
e alunos são igualmente influenciados pelas sugestões da mídia. Porém, na escola é preciso dar as
crianças o acesso as músicas de boa qualidade.




Assim, a música em particular as cantigas de roda, proporcionam as crianças possibilidades de
propagar seus pensamentos, por meio da letra e do movimento da canção. O contato musical permite
uma integração intensa, rica e satisfatória sendo associada com a cultura e a emoção. Para Bréscia
(2003, p. 81) [...] O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança,
amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar
socialmente o individuo.




Desse modo, partindo da compreensão das reflexões mencionadas, surgiu a seguinte questão:
Identificar como os professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro utilizam as
cantigas de roda em sala de aula? Diante desta inquietação apresentamos o objetivo de nossa pesquisa
que é: Analisar as concepções que os professores da series iniciais têm sobre a utilização das cantigas
de roda como recurso para aprendizagem.




A escolha desse tema brota na expectativa de tornar as experiências vividas uma realidade, auxiliando
as crianças com déficit de aprendizagem de maneira lúdica, pois, através das cantigas de roda
podemos efetivamente, oferece ao aluno uma forma mais prazerosa e dinâmica. Para tanto, a escola e
todos os profissionais envolvidos devem colaborar para que esses alunos, que estão incluídos em
grupos que tenham algum tipo de dificuldades em aprender, possam reconquistar uma imagem de
sucesso, sempre considerando o ritmo que cada criança tem. E para este trabalho se tornar relevante
será necessário que os professores como facilitadores da aprendizagem visem novas reflexões sobre
sua Prática Pedagógica, tornando assim a alfabetização um processo que possibilite o aprendizado e o
desenvolvimento social da criança.

Estas contribuições poderão nos desafiar a criar novas estratégias de intervenção, por perceber, a
importância que a música tem na aprendizagem, mostrando que a mesma não é simplesmente uma
agregação de sons e palavras, mas sim um rico instrumento que pode fazer a diferença nas escolas,
pois ela desperta os alunos, para um mundo prazeroso e satisfatório, além de facilitar a aprendizagem e
a socialização dos mesmos.
As atividades que envolvam a ludicidade não devem ser vista apenas como momentos de distração ou
passatempo, mas momentos cheios de significação e que possam ser empregados e interpretados como
forma de colaborar para o avanço da educação.




                                         CAPITULO II




2.1 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM
Entendemos por aprender como algo inerente ao comportamento, através da aprendizagem,
adquirimos informações essenciais para viver. Aprendemos desde como nos comportar, diante das
pessoas, até como se vestir, calçar sapatos, pentear cabelos ou mesmo acontecimentos mais complexos
como respeito, amor e aprender a ler e escrever. Estas colocações nos acarretam a pensar sobre as
peculiaridades da aprendizagem. Como ressalva Feil (1990, p.16) O Processo de aprendizagem é
muito complexo por que nele implicam não só capacidade intelectual, mas também fatores de ordem
social, emocional, perceptual, física e psicológica.




A aprendizagem ainda é vista como uma modificação constante do comportamento por conseqüência
da prática que se apresenta através de gestos da vida social do individuo. Para Dutra (2000, p. 15) “A
questão é que aprender não é apenas – nem principalmente – apropriar-se de conteúdo, mas modificar
o comportamento. Dizemos que determinado individuo aprendeu algo quando seu comportamento foi
modificado”.




Pensando nesta questão podemos dizer que cada pessoa aprende de maneira distinta, pois convivemos
com a diversidade. “O jeito de cada um aprender o mundo é individual", explica Rego,( 2001, p.25).
Ainda sobre esta discussão Derval (2001 p.54) ressalta que “Os indivíduos aprendem de maneiras
muito diferentes em função de seus interesses, de suas possibilidades e das situações em que se
encontram.”




Pérez e Garcia (2001 p.45) refletem que: “Assumir que a educação é um meio de favorecer nas jovens
gerações a compreensão e a transformação de sua realidade social e pessoal significa que qualquer
atividade educativa realizada na escola ou fora dela não – pode nem deve resumir-se a uma simples
transmissão de informação”.




Nas concepções expostas neste capítulo percebemos que a maioria dos teóricos aspira uma
aprendizagem visando além do aprendizado escolar. Pérez e Gárcia (2001, p.42) complementam que
“Sem Dúvida, a aprendizagem da escrita alfabética implica algo mais do que a mera aprendizagem de
um conjunto de signos (...) é ensinar quem está aprendendo a escrever a pensar de novo a linguagem
em sua totalidade de uma maneira completamente nova (...)”
Diante de toda essa reflexão sobre aprendizagem, é importante lembrar que muitas crianças
manifestam dificuldades na aprendizagem escolar, e Moraes (1997, p.30) defende Que “Todas as
crianças tem possibilidades para aprender e gostam de fazê-lo e, quando esta não ocorre é por que
alguma coisa na verdade não está indo bem.” Partindo deste olhar é evidente que toda criança é capaz
de aprender, mesmo sofrendo limitações ou estando em qualquer idade e se alguém não aprende, é
preciso averiguar a ação de quem ensina, pois muitos professores acreditam ainda que todos os seus
alunos sejam iguais, não levando em conta o que cada educando sabe. Santos (2002) acredita que:



                         Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas o caminho, aquele
                         caminho que o professor considera o mais correto, mas ajudar a pessoas tomar
                         consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar–se como pessoa e
                         saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa
                         escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua
                         visão de mundo e com as circunstancias adversas que cada um irá encontrar.
                         Educar é preparar para a vida. ( p.11 ,12)



Assim, o processo da não aprendizagem das crianças demanda uma intensa reflexão sobre as formas
de conceber o ensino dos professores e a aprendizagem dos alunos. Scoz (1994, p. 22) (...) reforça que
de que os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem as causas físicas ou psicológicas, nem
a analise das conjunturas sociais. É preciso compreendê-las a partir de um enfoque multidimensional,
que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das
articulações sociais.



2.1.1 DEFININDO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM



  As dificuldades de aprendizagem, como o próprio nome insinua, referem-se aos problemas
  apresentados por alguns alunos de assimilar conhecimentos, acarretando deste modo, o baixo
  rendimento escolar. Segundo a literatura, essas dificuldades caracterizam-se por um conjunto
  estruturado de argumentos contraditórios e, apesar do conceito oferecer diversas definições ainda
  apresenta caráter duvidoso.




  Muitos são as definições e conceitos para entender a real causa que explique as dificuldades de
  aprendizagem. Porém, para conhecer em uma criança a dificuldade de aprendizagem, se faz
  necessário primeiramente entender o que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem.
Assim, fala-se que a aprendizagem é um processo complexo que se realiza no interior do indivíduo e
se manifesta em uma mudança de comportamento. E, para saber se houve ou não a aprendizagem e
se o individuo “sofre” de dificuldades de aprendizagem é necessário um diagnóstico claro e preciso,
onde se percebam fatores evidentes e que sejam relativamente permanentes.




Nesse sentido, é necessário que tentemos determinar a que fazer referência com tal expressão ou
etiqueta diagnóstica, de modo que se possa correlacionar com outros termos, tais como,
“necessidades educativas especiais, inadaptação, déficit socioambiental”.




Em síntese, só é procedente falar em dificuldades de aprendizagem quando fizer referência a alunos
que têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da normalidade ainda superior,
possuem ambiente sócio-familiar normal e não apresentam deficiências sensoriais nem aficções
neurológicas significativas.




Assim, é pertinente assinalar como elementos de definições mais relevantes que a criança com
transtornos de aprendizagem tem uma linha desigual em seu desenvolvimento cognitivo, seus
problemas de aprendizagem não são causados por pobreza ambiental e os que apresentam não são
resultantes de atraso mental ou transtornos emocionais.




Santos (2001, p. 51) considera dificuldade como “aquilo que atrapalha fazer alguma coisa”; e
aprendizagem como “o processo de ser levado a aprender”. Assim pode-se observar que dificuldades
de aprendizagem referem-se a algo que atrapalha o processo de aprender.




Sisto (2001) acredita que as dificuldades de aprendizagem, interpretadas de forma unitária foram e
estão consideradas em transtorno relacionado à linguagem – fala, compreensão, leitura,
soletramento, causado neurologicamente produto de uma rede complexa de interações sociais.




Strick e Smith (2001) definem as dificuldades não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de
problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas
como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas e elas só podem ser
formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola.




As crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam muitos obstáculos na escola, contudo,
também são capazes de construir conhecimento. São curiosas e querem aprender, mas inquietação e
incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a elas. Segundo Smith (2001,
p. 146) dificuldades de aprendizagem são “problemas neurológicos que afetam a capacidade do
cérebro para entender, recordar ou comunicar”.




É imprescindível questionar se, de fato, a criança apresenta dificuldades de aprendizagem ou se seu
rendimento não satisfaz às expectativas do professor ou da escola, e que, sobretudo, as crianças com
dificuldades de aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade
para aprender. Nesse sentido, cabe à escola desenvolver mecanismos para resgatar a confiança da
criança nas suas reais possibilidades, a fim de que ela possa adquirir um bom conceito de si mesma e
consiga trabalhar com suas dificuldades.




Guerra (2002) pondera que crianças com dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são
incapazes, apenas demonstram dificuldades para aprender. Portanto, Incapacidades de aprendizagem
não devem ser confundidas com Dificuldades de aprendizagem.




Smith (2001) ressalta ainda como causa das dificuldades de aprendizagem, a ausência de estímulos
das habilidades básicas necessárias à alfabetização, os métodos de ensino inadequados, problemas
emocionais, falta de maturidade para aprender.

No ponto de vista de Koehler (1984), dificuldade de aprendizagem é: uma desarmonia do
desenvolvimento, normalmente caracterizada por uma maturidade psicomotora que inclui
perturbações nos processos receptivos, integrativos e expressivos das atividades simbólicas (p. 228).




Existem sete importantes fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, são elas: saúde
física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção e
memória. Assim, a ausência de um desses fatores pode ser a causa dos insucessos e das dificuldades
de aprendizagem que irão surgindo.
Pode-se destacar algumas das principais causas das dificuldades de aprendizagem como: causas
  físicas, sensoriais, neurológicas, intelectuais ou cognitivas, socioeconômicas e emocionais, sendo a
  última uma das principais causas que dificultam a aprendizagem; por tratar de questões que afetam a
  auto-estima, a autoconfiança, a motivação, podendo conduzir o afastamento, crises de ansiedade,
  estresses e até mesmo depressão.




  Muitas vezes, as dificuldades de aprendizagem são reações compreensíveis de crianças
  neurologicamente normais, porém, obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula.
  Podemos ver na diagnose diária, muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas que passam a
  apresentar dificuldades de aprendizagem depois de submetidas a alguma situação constrangedora
  não percebida pelos demais.




 Diante de todas estas dificuldades é importante citar que, todos os profissionais envolvidos na
 educação necessitam ter um olhar desafiador com as crianças que estão adicionadas em grupos com
 baixo rendimento escolar, avaliando que cada um apresenta seu ritmo. Nessa perspectiva
 comprometer-se com as dificuldades de aprendizagem é basicamente, assumir o compromisso com a
 qualidade de vida daqueles que, por determinado motivo não conseguem aprender.




2.1.2 AS CANTIGAS DE RODA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM




Quando a criança chega pela primeira vez na escola, já traz uma série de conhecimentos, mas durante
algum tempo pensou-se, que a criança, para ser alfabetizada teria que desenvolver certas aptidões e
possuir pré-requisitos. De acordo com as palavras de Ferreiro e Teberosky (1999, p.291)



                         (...) Nenhum sujeito parte do zero ao ingressar na escola de ensino
                         fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, ,os desfavorecidos de
                         sempre. Aos 6 anos, as crianças “sabem” muitas coisas sobre a escrita e
                         resolveram sozinhas numerosos problemas para compreender as regras da
                         representação escrita.
A cobrança de que a criança se alfabetize em delimitado espaço de tempo, dentro de regras, motivou e
ainda provoca graves dificuldades de aprendizagem, muitas vezes coligada à metodologia escolar e
não a questão particular do aluno.




Weiss (2002, p.96) nos alerta para esta questão, afirmando: ”O desrespeito ao ritmo de construção da
criança no ler no escrever pode criar uma dificuldade que se avoluma como “bola de neve”, podemos
chegar a estancar o seu processo de verdadeira alfabetização. Ela começa a apelar exclusivamente para
a memória , a partir de um certo ponto passa a não caminhar mais, ou mesmo a se recusar a cumprir
qualquer tarefa relacionada à escrita e a leitura”.




É papel da escola, educar as crianças de maneira a proporcionar e instigar a aprendizagem da leitura e
da escrita, de modo a diminuir as histórias de fracasso e permitir o sucesso desses alunos. De acordo
com Ferreiro (2004, p. 57) o conjunto de conhecimento que um indivíduo adquire no curso de seu
desenvolvimento depende das exigências do meio da cultura em que cresce.




Entende-se que a ação da alfabetização acontece num espaço social. Entretanto estes aprendizados e os
elementos sociais não são aceitos passivamente pelas crianças. Elas reelaboram o que é conhecido,
considerando o objeto como se fosse seu, atribuindo-lhe identidade. Ainda citando Ferreiro, a autora
afirma que a Alfabetização é um processo pelo qual o aprendiz coloca em jogo tudo o que sabe faz
relações, observa, organiza e duvida de seus conceitos.




Assim, as Cantigas de roda proporcionam primorosas condições de aprendizagem, para os alunos em
fase de alfabetização, pois, trata-se de um texto simples e acessível, onde o aluno aprende e constrói
sua identidade com bastante facilidade. Freire (1996, p. 46) destaca “A importância do
reconhecimento da identidade cultural tanto no ato de ensinar quanto no ato de aprender, como
fator que contribui na prática educativo-crítica para o sujeito .assumir-se como ser social e
histórico, como ser pensante,comunicante(...) “ Visto que a música traduz sentimento e ações,
promove ocasiões de alegria e descontração. Angotti (2006, p.158) Destaca que Incentivá-lo a brincar
de roda, conhecer cantigas e também os clássicos ora para relaxar, ora para alegrar, pode levá-lo a uma
paixão pela música e propiciar-lhe um elemento facilitador na hora do aprendizado da leitura e da
escrita, pois especialistas afirmam que, a familiaridade com textos conhecidos e apreciados pelas
crianças facilita a aprendizagem. Cauduro (1989, p. 14) diz que:
A implantação de novas estratégias lúdico-musicais e suas múltiplas facetas
                        como o canto, os folguedos cantados, o movimento ritmado e expressivo, a
                        percussão corporal e instrumental, a improvisação e declamação ritmada,
                        contribuem no desenvolvimento ensino-aprendizagem, por ser nesta etapa da
                        vida escolar que suas percepções, sua atenção e sua memória estão mais
                        receptivas a todo tipo de estímulo e informação.


Ante o procedimento de construção da leitura e escrita, as cantigas de roda na sala de aula, quando
bem orientada, trazem resultados importantes, transformando-se numa forte aliada dos professores e
alunos das series iniciais. As letras das músicas por sua vez, desempenham uma função particular, que
na maioria das vezes encontra boa aceitação por parte dos alunos. Para Bréscia (2003) :



                         A musica é um processo facilitador na construção do conhecimento, que tem
                         como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o
                         desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de
                         ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina,
                         do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo
                         para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. (p.14)


As atividades com cantigas de roda permitem que a criança conheça melhor a si mesma,
desenvolvendo-a em muitos aspectos, e também permitem a comunicação com o outro. Para Gainza
(1988 p.33), a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por
isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.




As cantigas de roda são textos musicais que comportam tanto o uso da leitura convencional, como
também ajudam a ajustar o texto falado a escrita, pois são escritos de fácil memorização e de simples
compreensão e apreciação por parte daqueles alunos que ainda não estão completamente alfabetizados,
encorajando-os a ler e escrever mesmo sem dominarem convencionalmente estas habilidades, o que
compõe práticas fundamentais para a reflexão do funcionamento da linguagem escrita. Conforme
evidencia Jeandot (1990 p. 20) música é linguagem. Assim devemos seguir em relação à música, o
mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos
expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música. Conforme
Mattos (1998) coloca:

                        Com uma linguagem própria, descobrindo e repetindo sons, cantando,
                        criando ritmos e melodias numa brincadeira prazerosa, a criança constrói o
                        seu processo musical, servindo-se dele para compreender e expressar
                        criativamente suas sensações, sentimentos e idéias sobre o mundo. (p.26)
Em outras palavras, somente se faz com vontade de aprender, aquilo que fazemos com empenho e nos
gera desafios. Quando as tarefas com leitura e escrita são dinâmicas e tem uma intenção real o
alfabetizando tende a fazer espontaneamente. "As crianças são facilmente alfabetizáveis, desde que
descubram, através de contextos funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser
conhecido". (Ferreiro, 1993,p.25)




E para que haja sucesso nestas atividades, a primeira etapa se dá com a seleção da música, que pode
acontecer de maneira democrática com a participação ativa dos alunos. Lembrando que essa escolha
deve estar compatível com o nível de aprendizagem das crianças. Para Faria (2001, p. 24), “A música
como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola
para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o
senso de criação e recreação”.




E na procura de conseguir almejar uma aprendizagem com qualidade, para os nossos educandos, é
preciso antes de tudo despertá-los para o universo das palavras, como despertamos o desejo de tomar
parte das brincadeiras preferidas deles. Assim aprender a ler e escrever, pode ser tão fascinante, quanto
brincar. E as cantigas de roda, sem hesitação nenhuma, necessitará fazer parte dessa atmosfera,
tornando esse período um momento sublime na vida do alfabetizando.




2.2 A HISTÓRIA DA MÚSICA E A SUA UTILIZAÇÃO NA APRENDIZAGEM



 A música é uma demonstração exteriorizada dos sentimentos internos. Talvez por este motivo
consecutivamente, sempre esteve presente na história da humanidade. Não ha registros que possam
precisar o aparecimento da música, os historiadores divergem quanto a sua origem. Alguns crêem que
a própria tenha aparecido sob formato de dança em cerimônias sagradas por meio dos quais os homens
pré-históricos imitavam os ruídos da natureza e dos animais.




Jeandot ao fazer uma retrospectiva histórica aponta que Pitágoras, por exemplo, partindo de uma idéia
dos egípcios, desenvolveu uma teoria segundo a qual cada planeta movendo-se no espaço emitiria um
determinado som... Na Grécia Antiga, música expressava a “arte das musas” representava a harmonia
universal. Platão chegou a afirmar: “música é a expressão da ordem da simetria que através do corpo,
penetra na alma e em todo o ser, revelando-lhe a harmonia de sua personalidade”. Darwim, biólogo,
acreditava que a música deriva dos gritos dos animais. E assim o tempo foi passando e a música se
estabeleceu dentro do contexto social nas cerimônias de coroamento, casamento, guerra, trabalho e
lazer.




A mesma autora revela ainda que a música não nasceu das reflexões de Pitágoras... Ela é o resultado
de longas e incontáveis vivencias individuais com a música e de civilizações musicais diversas. (1990,
p.15)




Buscando a história brasileira da música descobre-se que os índios a utilizavam em assuntos religiosos
e episódios solenes. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os jesuítas começaram a catequizar os
índios fazendo o uso de sua música.




A música brasileira foi enriquecida com a chegada dos escravos africanos, que tinham nas canções
traços intenso de sua cultura, mas foram os portugueses que influenciaram a música brasileira.




A autora continua sua retrospectiva histórica afirmando que “Foi necessário muito tempo para que
surgisse um gênero musical que pudesse ser reconhecido como brasileiro e popular, composto por
autores conhecidos, divulgados por meio gráficos.




A origem da música brasileira se deu pela miscelânea de três músicas distintas: a portuguesa, africana
e indígena. Ainda de acordo com Priori (2000, pg. 245) é principalmente a partir do século XIX, com
o ingresso de levas de imigrantes no país que, além da miscigenação étnica e a aquisição de hábitos e
costumes diferentes, muitas brincadeiras, principalmente as cantigas de roda... Se incorporam ao
brincar das crianças brasileiras.




A música é algo que esta associada à cultura e as tradições de um povo e de sua época, e por isso é
muito complexo definir com exatidão o que seja música. O seu conceito pode varia de cultura para
cultura. Para Ferreira (2006, p. 477), a música é definida como a “Arte e Ciência de combinar os
sons de modo agradável ao ouvido”. Brito (1998, p.45) define a música como a “linguagem que se
traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e
pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo do som e o silêncio.”




Como podemos observar à música indiscutivelmente, está presente em nossas vidas, e ao longo do
tempo, desempenha inúmeras funções. Segundo Stefani (1987 p.35), “a música afeta as emoções, pois
as pessoas vivem mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a
música, sem se dar conta disso.




Mesmo que possamos falar de música com muita propriedade, sem necessariamente nos basearmos em
dados precisos e sim como algo que a música produz. Gainza (1998, p.22) observa que “A música e o
som, enquanto energia estimula o movimento interno e externo no homem, impulsionando-o a ação e
promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e graus.” Considerando a
música como uma atividade vinculada a situações particulares, que nos auxilia a entendê-la não a
partir de conceitos, mas a partir dos sentimentos que ela traduz. Faria (2001, p. 4), reflete que “A
música passa uma mensagem e revela a forma de vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela
demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas, envolvendo-
as trazendo lucidez à consciência”.

Como vimos à música é algo constante na vida da humanidade, pode-se confirmar isto, em todos os
registros do curso da história, As canções na vida do seres humanos são tão importantes, pois, são
elementos que auxilia no bem estar das pessoas. Por isso no contexto escolar a música tem a finalidade
de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, para Gainza (1988, p.33), “A música é um
elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a
transformação e o desenvolvimento...” por isso vemos a música como um meio de incentivar criança
aprende brincando, pois ela pode por meio de cantigas e ações, aprender que alegrias e tristezas,
conquistas e perdas, coragem, medo e dificuldades podem ocorrer, mas que também podem ser
superadas.




2.2.1CANTIGAS DE RODA SUA ORIGEM E IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO




As origens das cantigas de roda são diversas, na sua grande parte esse tipo de música é de caráter
imigratório. Podemos confirmar isto nos vestígios encontrados nas próprias letras das canções. Para
Garcia (1992, p.35), a maior parte do repertorio de canções, é de origem Lusitana. No entanto, a
influência Francesa também se faz presente em algumas cantigas.

As cantigas de roda são poesias e poemas cantados em que a linguagem verbal (o texto), a música (o
som), a coreografia (o movimento) e o jogo cênico (a representação) se fundem numa única atividade
lúdica (Martins, 2003, p 27). Introduzidas nas escolas no Brasil pelos povos colonizadores,
principalmente pelos povos portugueses, as cantigas de roda foram sendo modificadas e adaptadas ao
contexto brasileiro através do tempo, e inicialmente eram difundidas como uma atividade tipicamente
de meninas e durante muito tempo foi às principais atividades lúdicas das crianças, sendo muito usada
em todo o território nacional. Felinto (2000) constata que "cantigas e rodas infantis conhecidas desde o
século XVII resistem, da mesma forma ou com algumas adaptações, nas cinco regiões do Brasil,
ajudando as crianças a entender o mundo".



Ao longo do tempo esse passatempo ajudou a transmitir lendas, histórias e culturas, além de
fortalecer os elos afetivos e culturais, as cantigas de roda também asseguraram um vinculo
afetuoso de muitas gerações que cantaram e dançaram juntas apesar da mudança dos tempos.



Estas canções podem ser muito apreciadas pelas crianças, pois sua maioria são de versos simples.
Jeandot (1990, p.67) afirma que nosso repertório cultural é muito vasto em cantigas de roda. A
movimentação, o canto e o ritmo podem ser simples ou complexos, mas sempre agradam as crianças.




O fato é que essas canções populares fazem parte da cultura espontânea e nos foram transmitidas
oralmente através de várias gerações. No Dictionaire Pratique et Historique de la Musique de Michel
Brinet, por exemplo encontramos a seguinte definição de música Popular:”Peças conservadas na
memória do povo, em diversos países e cuja origem é algumas vezes, muito antiga.” Cascudo (1988,
p.600). Essas músicas consistem em uma rica atividade para o trabalho pedagógico, além de ser uma
forma inteligente na hora de trabalhar aprendizagem da criança e seu desenvolvimento. Os parâmetros
Curriculares Nacionais propõem uma articulação do ensino com a cultura popular tornando assim as
atividades com cantigas de roda ainda mais significativa.




Dessa forma, as cantigas de roda apresentam uma contribuição para que a criança tenha uma interação
com o mundo e com os indivíduos ao seu redor. Do ponto de vista pedagógico, as estas canções
infantis são consideradas completas: brincando de roda a criança exercita naturalmente o seu corpo,
desenvolve o raciocínio e a memória, estimula o gosto pelo canto. Poesia, música e dança unem-se em
uma síntese de elementos imprescindíveis a educação global. Quanto a isso Santos, (2002 p.55)
evidencia que.


                         As atividades lúdicas são indispensáveis à criança para a apreensão dos
                         conhecimentos musicais, do desenvolvimento cognitivo, além de possibilitarem o
                         desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos,
                         onde jogos e brincadeiras podem ser uma maneira prazerosa de experimentar
                         novas situações e ajuda - lá a compreender e a interagir mais facilmente com o
                         mundo cultural e estético.



. Nas mais diversas culturas, as crianças brincam ao som de músicas envolvendo gestos,
movimentos, cantos, danças, estabelecendo relação consigo mesma com o outro e com o
mundo. É interessante observar a grande influência que a música exerce sobre a criança. É por isso
que jogos ritmados, próprios dos primeiros anos de vida, devem ser trabalhados e incentivados.
Jeandot (1990, p. 20). Enfim a música garante às crianças momentos de alegria, descontração,
ao mesmo tempo em que proporciona a aquisição de habilidades, atitudes e conceitos
referente à linguagem musical e a outros conteúdos.

2.3 O PROFESSOR E AS CANTIGAS DE RODA




O debate em volta dos professores e suas práticas são marcadas pela intensa tentativa de reconstrução
e reflexão sobre ela, o docente em hipótese nenhuma poderá ser acomodado, pois, os alunos precisam
do acompanhamento constante do mediador, já que seu papel essencial é auxiliar o aluno no processo
de aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, vol. 2,):


                         Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania
                         precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade e de uso eficaz da
                         linguagem que satisfaça necessidades pessoais que podem estar relacionadas às
                         ações efetivas do cotidiano,à transmissão e busca de informação ao exercício da
                         reflexão. (p.30)




O educador que escolhe trabalhar com as Cantigas de roda na sala de aula precisará, antes de tudo
desenvolver sua criatividade, de forma que lhe dê a perceptibilidade dos objetivos e da metodologia
planejada. Em seguida, respeitar o amadurecimento e o desenvolvimento dos alunos em cada etapa,
bem como as diferenças sociais, religiosas e culturais presente entre as crianças. Segundo Santos
(2002, p.12) A Ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como uma diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora com uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento.




Nos primeiros anos de vida escolar da criança, o trabalho envolvendo cantigas de roda deverá ser
norteado por meio das atividades lúdicas, com intenção de cooperar para o desenvolvimento da
percepção e atenção, além de ocasionar a interação entre a criança e o meio social. As cantigas de
roda, os ritmos embalados por gestos e movimentos precisam ser componentes da rotina pedagógica
do professor.




Escolher letras de música apropriadas à faixa etária e a maturidade dos alunos necessita ser
preocupação constante do professor. Letras complicadas e que exigem muitos gestos podem
comprometer a qualidade da atividade musical por exigir das crianças demasiada atenção para
interpretar e ter que parar de cantar para acompanhar os gestos.




As cantigas de roda permitem a vivencia de atividades interessantes, assim como a musicalidade das
histórias, os contos de fadas e literatura infantil são grandes aliados aos professores, pois se orientando
pelas imagens dos livros o educador mostrará aos alunos os sons representados nas figuras. Essa
sugestão consegue despertar a atenção e o desenvolvimento e para que essa proposta aconteça com
sucesso é recomendável o uso de vasto repertório com canções populares, cirandas, rodas, musicas
regionais e do cancioneiro infantil. Rosa (1990) destaca:


                             A importância do educador proporcionar momentos onde a criança descubra,
                             analise e compreenda os ritmos do mundo, através da observação e do contado
                             com instrumentos musicais, com a dança, com o folclore, etc. Deve estar
                             atento a valorizar todas as formas de expressão escolhidas pelas crianças, pois
                             a mesma comunica-se principalmente através do corpo.( p.22)




Por tanto as atividades que envolva as cantigas de roda devem ser apresentadas também em textos,
pois o escrito unido ao cantado abre possibilidades para o imaginário, auditivo, criativo e sentindo a
canção, a criança deixa sensibilizar-se e encantar-se pelas atividades que envolvam a música.
A organização do tempo e do espaço é fator fundamental para o exercício de atividades com música. O
trabalho com cantigas de roda apóia e valoriza a expressão musical, além de aumentar a autonomia das
crianças, esse tipo de atividade pode ser realizado cotidianamente E de acordo com a idade e
experiência musical que a criança vem acumulando pode-se inserir nas atividades com música a
confecção de instrumentos. Segundo Weigel, (1988):


                         Criar é o ato de originar alguma coisa. Ser criativo é viver adaptando formas de
                         expressões as necessidades da vida. O processo criativo está em
                         desenvolvimento quando somos capazes de criar ou recriar determinadas
                         situações com a qual nos deparamos. Para estimular a criatividade, é necessário
                         que o professor seja criativo para estimular a criança, podendo auxiliar na
                         reelaboração do pensamento para idéias produtivas. A música por si só contribui
                         para o desenvolvimento criativo (p.188).




No trabalho com música, os brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais devem ter lugar
de destaque, pois ajudam na capacidade de atenção e concentração, mas vale lembrar que voz é o
principal recurso para a produção sonora.




Dentro desta mesma proposta, o educador poderá direcionar a prática das atividades musicais por meio
de projetos pedagógicos e oficinas que interajam vários conhecimentos referente à música
principalmente ao que se referem às cantigas de roda. Angotti (2006, p.161) destaca que quando um
adulto experimenta sons, explora a música como linguagem, amplia seu repertório musical, entende a
importância do brinquedo musical(rodas e brinquedos cantados), conseguindo mudar a sua sala de
aula.




2.3.1 O PROFESSOR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA




A escola enquanto ambiente que gera construção do conhecimento, busca a realização de atividades
que despertem a atenção e cuidado, no desenvolvimento e na formação do aluno. Segundo Marcellino
(1997)

                           A escola pode contribuir muito para o resgate do lúdico na infância. Deve haver
                           nela um trabalho educacional que possibilite o aprendizado e o desenvolvimento
                           infantil explorando, por exemplo, jogos,cantigas e brincadeiras com movimento,
                           para tornar o processo ensino- aprendizagem não só mais agradável como mais
                           eficiente. (p.39)
Para que haja uma maior qualidade no procedimento educativo o professor deve refletir firmemente a
sua pratica pedagógica e constantemente levar para a sala de aula atividades que se tornem prazerosa
no cotidiano escolar. Para Santos (2002, p.61) O educador é um mediador, um organizador do tempo,
do espaço, das atividades, dos limites, das certezas e das incertezas do dia -a - dia da criança em seu
processo de construção do conhecimento.




As cantigas de roda podem colaborar, por ser uma atividade que promove o desenvolvimento das
crianças, contribuindo muito no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, sugerimos como essa
prática, pois além de cooperar para o ambiente escolar permanecer mais contente e afetuoso, oferece
uma sensação de calma além de ser um instrumento para auxiliar o aprendizado de vários
componentes curriculares. Pereira (2002) afirma que trazer a brincadeira para a escola não é uma
questão de “receitas”, pois os educadores precisam se colocar num constante quadro de inquietações,
reflexões e revisões de sua prática educacional




O professor pode usar a música de diversas maneiras, em sala de aula levando em conta a importância
do aprendizado lúdico no desenvolvimento e formação dos alunos. Somente desta maneira os
educadores poderão criar situações que possibilitem aos seus alunos condições de construir o seu
conhecimento de maneira mais proveitosa e prazerosa. Segundo Mattos (1998):



                             Pensamos uma prática que abra caminhos a um fazer criativo, que propicie a
                             construção de conceitos significativos através do reconhecimento, exploração
                             e utilização de sons e ritmos do repertório natural e cultural, bem como a
                             criação de diversos outros, por meio de jogos e atividades afins. (p. 55)




No caso da alfabetização, o professor deverá acompanhar até que ponto as atividades de
leitura e escrita estão colaborando para a reflexão da linguagem, e como o aluno está
avançando nesta fase. Estas atividades devem ser acompanhadas e estimuladas, de forma clara
e objetiva, não se constituindo somente para fins comportamentais e atitudinais, mas como
atividades, que valorize a música como uma maneira diferente de enxergar as pessoas e o
mundo. Para Zabala (1998, p.209) “O meio mais adequado para nos informarmos do processo
de aprendizagem e do grau de desenvolvimento e competência que os meninos e meninas
alcançam consiste na observação sistemática de cada um deles na realização das diferentes
atividades e tarefas.”




                                          CAPITULO III


3. CAMINHOS METODOLÓGICOS



 A metodologia é entendida como o momento da pesquisa onde se busca os conhecimentos e
informações mais detalhada sobre a temática estudada, na perspectiva do alcance de uma possível
resposta para os questionamentos, delineamos caminhos utilizando alguns instrumentos que
possibilitem desenvolver a pesquisa de forma investigadora, com a finalidade de compreender e
perceber o significado que os sujeitos dão ao assunto pesquisado.




O trabalho apresentado teve como questão fundamental entender Qual a concepção que os professores
dão as cantigas de roda como recurso para aprendizagem. Buscando uma possível resposta utilizamos
alguns instrumentos que nos possibilitaram o contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos na
pesquisa



3.1 TIPO DE PESQUISA



A pesquisa aqui apresentada se caracteriza por qualitativa, pois normalmente este tipo de pesquisa
tem peculiaridades de investigar os significados que os envolvidos na pesquisa dão ao assunto.
É conseqüentemente uma investigação descritiva que procura por meio de descrições do ambiente
pesquisado, pessoas envolvidas, ações é fundamental para identificarmos a questão da pesquisa. Para
Ludke e André (1986):


                                A pesquisa qualitativa tem um ambiente natural como fonte direta
                                de dados e o pesquisador como seu principal instrumento (...) A
                                pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do
                                pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo
                                investigada, ia de regras através do trabalho intensivo de campo
                                (p.11)




Nessa perspectiva percebemos que esse tipo de pesquisa nos da maior oportunidade de
permanecermos em relação direta com os sujeitos pesquisados, proporcionando assim o
desenvolvimento amplo da investigação e um resultado que realmente tenha ênfase, achando assim a
resposta dos questionamentos.




3.2 LÓCUS DE PESQUISA




O lócus escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi a Escola municipal Nossa Perpetuo
Socorro, localizada na Quadra B Caminho G no Bairro das Casas Populares no município de Senhor
do Bonfim.




 Seu espaço físico é composto por nove salas de aula, diretoria, secretaria, sala de professores,
biblioteca, sala de informática, sala de vídeo, cantina e pátio para recreação. A instituição atende 523
alunos da educação infantil e Ensino fundamental, funciona nos turnos, matutino e vespertino. Possui
uma equipe de funcionários composto por dezenove professores, uma coordenadora, uma diretora,
uma vice – diretora, além de secretaria, porteiro, serviços gerais e assistentes, mas todos se auxiliam
quando a necessidade.
A citada instituição foi selecionada como Lócus por permitir o desenvolvimento desta investigação;
além do fácil acesso, já tivemos a oportunidade de realizar outros trabalhos durante o andamento do
curso de pedagogia.




3.3 SUJEITOS DE PESQUISA




 O sujeito de pesquisa é uma mina de conhecimento para o pesquisador, pois através de suas
informações e elementos do meio pesquisado é que podemos ter o respaldo para poder desenvolver a
investigação. Os sujeitos de pesquisa foram sete professores das series de alfabetização da Escola
Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.




3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS




 Para se alcançar os objetivos traçados no presente trabalho, de analisar as concepções que os
professores tem sobre a utilização das cantigas de roda para aprendizagem, foram utilizados como
instrumentos para nos assistir na coleta de dados, o questionário fechado e o questionário aberto, assim
através do emprego destes, percebemos que foram de suma importância no intuito de possibilitar, o
contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos, além de desenvolver e alcançar os resultados, a fim
de realizarmos o desenvolvimento e análise desta pesquisa.




3.4.1QUESTIONÁRIO FECHADO




É um instrumento de grande importância para o desenvolvimento da pesquisa. O questionário fechado
foi muito relevante para a efetivação deste trabalho, pois nos possibilitou esboçar o perfil dos sujeitos
envolvidos na investigação, obtendo dados como faixa etária, escolaridade, formação tempo de
atuação entre outros. Ao se tratar de um instrumento de coleta de dados, e ser de grande importância
em uma pesquisa, Marconi e Lakatos (1996) definem o questionário como:



                           É um instrumento de coleta de dados, constituído por uma serie ordenada de
                           perguntas, que devem ser respondido por escrito e sem a presença do
                           investigador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo
                           correio ou por um portador, depois de preenchido, o pesquisado, devolve-o do
                           mesmo modo. (p. 88)
Este instrumento enriquece os dados obtidos, pois permite uma visão da realidade e contexto dos
sujeitos envolvidos na pesquisa.




3.4.2 QUESTIONÁRIO ABERTO




Outro instrumento utilizado para o andamento da pesquisa foi questionário aberto. Do ponto de vista
conceitual encontramos algumas considerações importantes sobre esse tipo de questionário. Marconi e
Lakatos (1990) Chamamos de livre ou não ilimitados, são os que permitem ao informante responder
livremente, usando a linguagem própria, e emitir opiniões. Possibilita investigações mais profundas e
precisas (p.89).




Por meio do questionário aberto obtemos respostas dos sujeitos a serem investigados, sem influenciá-
los, além de ser um instrumento respeitável por originar as respostas necessárias à pesquisa é um
método e rápido e Prático no qual os pesquisados se sentem mais livres para responder os
questionamentos.




 É importante ressaltar que com questões norteadoras sobre o tema e a analise de dados podemos
compreender a visão dos sujeitos desta pesquisa e a conexão dos mesmos ao nosso elemento de
estudo, seus ponto de vista, suas interações e conhecimentos sobre o assunto tratado, os dados
alcançados por meio do questionário foram salientes e expressivos para o diagnóstico e
desenvolvimento deste trabalho.
CAPITULO IV

             4. ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÕES DOS RESULTADOS




No presente capitulo apresentamos as análises e interpretações dos dados que foram alcançados por
meio dos seguintes instrumentos: questionário fechado, questionário aberto. No qual obtivemos
informações importantes a partir do contexto estudado e nas revelações dos sujeitos.




Todos os detalhes foram considerados importantes, pois, nos possibilitaram traçar, a partir dos dados
coletados, o perfil dos sujeitos e suas da concepções sobre a utilização das cantigas de roda no
processo da aprendizagem.




4.1 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO FECHADO

PERFIL DOS PROFESSORES




4.1.1QUANTO AO GÊNERO GRÁFICO 1

Figura 1 Gênero dos Sujeitos
0%



                                                      Feminino
                                                      Masculino

                       100%




Fonte: Questionário Fechado Aplicado aos Sujeitos



A partir da amostra do gráfico observamos que 100% dos sujeitos pesquisados são do sexo feminino,
perante a este fato compreendemos que a mulher ainda é maioria no cenário da educação infantil.
Novaes (1992, p.105) Afirma que tradicionalmente, nas escolas a professora é vista como “segunda
mãe”. E continua destacando que a incorporação da mulher na função docente foi justificada como
uma extensão das atividades femininas além dos limites domésticos.




Nessa correlação de pensamentos, compreendemos que na maioria das vezes a função da mulher ainda
esta relacionado ao cuidar ou até mesmo em função de prendas domésticas. Dessa forma é ratificada a
descaracterização da profissão docente, pois como nos alerta Novaes (1992, p.95) (...) professora não é
mãe, não é tia, professora é professora e tem que se assumir como tal.




4.2.2 NÍVEL DE ESCOLARIDADE – GRÁFICO 2
Figura 2 Nível de Escolaridade




Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos



Dos Sujeitos pesquisados, 14% têm a formação somente no magistério, outros 14% nível tem superior
em outro curso, 29% possuem nível superior incompleto em pedagogia e 43% dos professores
questionados tem nível superior completo no curso de pedagogia. Constatamos que há uma
porcentagem bastante significativa de professores com nível superior, isso evidencia que os docentes
estão buscando uma formação acadêmica, uma vez que esta o instiga a compreender o processo
educacional, além de auxiliar o professor a refletir sobre sua prática, a formação acadêmica se
apresenta essencial na educação atual.




Percebemos que a qualificação dos professores contribui muito para a qualidade de ensino, mas não
deve ser vista somente no aspecto de acúmulo de conhecimento como nos faz refletir Angotti (2006):


                           A formação docente não pode ser vista apenas como um processo de
                           acumulação de conhecimento de forma estática, como cursos, teorias,
                           leituras e técnicas, mas sim como a contínua reconstrução da identidade
                           pessoal e profissional do professor. Esse processo deve estar vinculado à
                           concepção e à análise dos contextos sociais e culturais, produzindo um
                           conjunto de valores, saberes, e atitudes encontrados nas próprias
                           experiências e vivências pessoais, as quais imprimem significados ao
                           fazer educativo (p.164).



Nesta perspectiva a autora nos faz perceber que a formação apenas, não garante tal qualificação é
necessário que esta venha contornada de uma reflexão sobre a sua prática, quanto maior e mais rica for
sua história de vida e profissional, maiores serão as probabilidades dele, desempenhar uma prática
educativa, consistente e significativa.




4.2.3 FAIXA ETÁRIA GRÁFICO 3




Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos



Com relação à faixa etária das professoras, podemos analisar por meio do gráfico que o maior
percentual encontra-se entre 25 a 30 anos, representando 72% dos docentes, e a menor porcentagem
correspondem empatados entre 30 a 40 anos e acima de 40 com 14%. Constatamos que os sujeitos em
questão são pessoas jovens mais que possuem um nível de maturidade na arte de lecionar. Contudo na
educação a idade não é empecilho para que o educador mostre um grau de amadurecimento na
realização de sua função, o mais importante de acordo com Garcia (1998, p.222) é trocar os saberes e
experiências de cada um, e perseguir outros conhecimentos, de preferência, juntos em grupos.




Desta maneira averiguamos que para educação, o que verdadeiramente importa é o grau de
amadurecimento do professor, que este esteja sempre liberando sua potencialidades, buscando o
conhecimento, para uma prática mais significativa.




4.2.4 TEMPO DE ATUAÇÃO NA ARÉA EDUCACIONAL GRÁFICO 4
Figura 4 Tempo de atuação na área Educacional
14%
                                              Menos de 5 anos
                                              5 a 10 anos
              57%          29%
                                              Acima de 10 anos




Fonte: Questionário fechado aplicado aos Sujeitos



Observamos que em meio ha os sujeitos investigados, 57% atuam na área de educação a mais de 10
anos, 29% de 5 a 10 anos e 14% menos de 5 anos analisando esta questão percebemos, que a maioria
dos professores tem uma boa experiência em sala de aula, portanto é indispensável que o educador
possibilite que seus potenciais sejam liberados, buscando sempre conhecimentos que permitam uma
prática docente voltada ao seu crescimento profissional.Garcia (1998) faz uma reflexão sobre a
prática:



                                 A professora no exercício de sua prática docente é portadora de uma teoria
                                 adquirida no seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em
                                 sua relação com as crianças na sala de aula e com sua colegas professoras nas
                                 reuniões pedagógicas, nas experiências que vive dentro e fora da escola, nas
                                 leituras que faz, nos cursos que participa, nas reflexões que produz (p.21).




É importante destacar que processo de atuação não deve ser visto como uma linha reta, ele se dá
desordenadamente com avanços, retrocessos, contradições e conflitos. A Garcia (1998, p.55) continua
refletindo que “A construção de uma nova prática está intimamente relacionada à possibilidade da
professora experimentar, criar, ousar, investigar sobre suas intervenções (...)



               4.2.5 TEMPO DE ATUAÇÃO NAS SERIES DE ALFABETIZAÇÃO
Figura 5 Tempo de Atuação nas series de Alfabetização



                14%


                                           Menos de 5 anos
                                           Mais de 5 anos
          29%                57%           Mais de 10 anos




Fonte: Questionário fechado aplicado aos sujeitos



Através da ilustração do gráfico notamos que a maioria, 57% dos professores que trabalham com
alfabetização fazem isso há menos de 5 anos, 29% a mais de 5 anos e 14% a mais de 10 anos. Mas é
notável que esses professores são inquiridos a cada vez mais a levar em consideração uma prática
pedagógica voltada ao lúdico. Santos (2002 p.40) afirma que O professor alfabetizador deve apropriar-
se desse referencial teórico, que estará a serviço de uma reflexão sobre sua prática cotidiana,
instigando-o a compreender o processo e não apenas a busca o produto, alimentando suas incertezas e
dúvidas, tornando assim seu fazer pedagógico mais rico e desafiador. Sobre isto Zabala (2007) nos faz
refletir sobre nos dizendo que:


                              Um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez
                              mais competente em seu oficio. Geralmente se consegue esta melhora
                              profissional mediante o conhecimento e a experiência: o conhecimento das
                              variáveis que intervêm na prática e a experiência para dominá-las. A
                              experiência, a nossa e a dos outros professores. O conhecimento, aquele que
                              provém da investigação, das experiências dos outros e de modelos,
                              exemplos e propostas.




Desse modo deve-se buscar refletir que o educador precisa sempre buscar inovações,
sobretudo se tratando de uma área tão peculiar quanto à alfabetização e através das cantigas
de roda podemos proporcionar esta possibilidade, pois através da “A ação de buscar e de
apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação,
indagação, criação, reflexão, socialização que constituem a essência psicológica da educação
lúdica”. Almeida (2000, p.31).

Com isso refletimos o quão é importante, que o educador independente do tempo de atuação
na área educacional busque inovações, sobretudo se tratando da educação nas series iniciais e
a música acarreta essa possibilidade de novas descobertas.



                                4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

                                      QUESTIONÁRIO ABERTO




Neste componente analisaremos as informações obtidas através do questionário aberto, conscientes de
que esse procedimento demanda atenção e sigilo no que se refere a identificação dos sujeitos,
estaremos utilizando um código a letra P acrescida de algarismos para indicar o discurso dos
professores envolvidos na pesquisa.




                               4.2.1 A VISÃO DOS PROFESSORES




De acordo com os dados colhidos junto aos professores em estudo, elegemos três categorias para
revelar a visão destes em relação às cantigas de roda no âmbito escolar.

CANTIGAS DE RODA COMO PRÁTICA PEDAGOGICA




Sabendo-se que música independente do gênero esta presente constantemente na rotina pedagógica do
docente, todos os professores sem restrição, afirmam que a maioria dos alunos conseguem realizar
com desenvoltura as atividades voltadas para a música, o que confirma a boa aceitação desse recurso
na sala de aula.




        Em relação a esta questão, três respostas merecem destaque.
Quando os alunos conhecem a música e a letra é fácil de cantar eles cantam e interpretam
com mais facilidade; (P4)




        É interessante, pois nos dias que não estou trabalhando com a música, mas mesmo assim eles
estão cantando; (P 1)




        Quando eles já têm a música na mente, eles têm mais finalidade de por em prática o que esta
sendo pedido na atividade. (P5)




Podemos analisar a partir das falas que, quando pensamos na questão da aprendizagem , logo nos
remetemos a procurar alternativas, que permitam tornar o ensino mais prazeroso e fica evidente que
para os professores pesquisados as crianças recebem as atividades que envolvem a música com
interesse alegria e muita descontração, e através das cantigas da roda o aluno é reportado a momentos
de alegria. Para Almeida (2000, p.48) A criança aprende muito mais depressa quando a linguagem
verbal e escrita ao seu redor é mais rica.




Em volta dessas falas observamos que a música é vista como uma atividade que desperta o empenho
dos alunos e contribui para a construção do conhecimento, e essa aceitação é muito importante,
principalmente nesta fase inicial da escola, pois a criança precisa aprender de forma prazerosa, a
vantagem de levar aos alunos essas canções tem como circunstância básica, explorar atividades que
possibilitem facilitar o processo da leitura e escrita. Para Gainza (1986):




                             [...] o conceito e a prática caminham juntos. Por princípio todo conceito
                             deverá ser precedido e apoiado pela prática e manipulação ativa do som:
                             a exploração do ambiente sonoro, a invenção e construção dos
                             instrumentos, o uso sem preconceito dos instrumentos tradicionais, a
                             descoberta e a valorização do objeto sonoro. Na pedagogia como na arte,
                             a única constante é o movimento, a busca interna e a exploração da
                             realidade circundante. (p.110)




Nesse sentido podemos perceber que o fazer pedagógico dos professores precisam ser constantemente
explorados sempre adicionando embasamento teórico e planejando as atividades lúdicas.
Percebemos que as concepções que elas trazem sobre a música na aprendizagem são de extrema
importância. Ao serem indagadas sobre a sua compreensão da música, obtivemos as seguintes
respostas




Para mim as cantigas de roda devem ser utilizadas pois é uma atividade que auxilia na processo de
alfabetização (P1);




Na minha concepção as cantigas de roda são de grande valia e pode ser utilizada de várias maneiras
através do lúdico, não devemos “Só cantar por cantar” devemos ter sempre um objetivo. (P4);




No meu ponto de vista as cantigas de roda desenvolvem o aprendizado nos alunos; (P6)




Percebo que através dessas músicas eu consigo proporcionar uma socialização em sala de aula, além
de auxiliar nas questões de aprendizagem (P7).




Percebemos nas respostas das professoras que eles atribuem grande valor a utilização das cantigas de
roda na aprendizagem do aluno transformando conteúdos tediosos m atividades agradáveis de serem
desempenhadas. No entanto ficou claro que a maioria entende essa atividade como essencial somente
no processo de alfabetização no sentido de memorização, assimilação de conteúdos, no entanto com
esta sugestão de utilização da musica é possível valorizar a fala das crianças, iniciarem o gosto pela
leitura e estimular a imaginação. Através de todo o discurso levantado nesta pesquisa podemos
constatar que a música traz inúmeras possibilidades, tanto na aprendizagem do código oral e escrito,
quanto a formação sócio-cultural. Zabala (2007, p.28) Educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs,
que não estão parcelados em compartimentos estanques , em capacidades isoladas.




4.2.2 CANTIGAS DE RODA COMO AUXILIADORAS NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM
De acordo com os dados colhidos junto aos professores, a música independente do gênero está
presente constantemente na rotina pedagógica do docente. Todos os professores sem restrição,
afirmam que trabalham com música em suas aulas.




       Sim, trabalho com música duas vezes na semana, para fixar os conteúdos e em alguns
momentos para acalmar a turma.(p 1)




       Sim! Costumo sempre cantar em momentos como a recepção, quando voltamos do recreio e
em algumas atividades pedagógicas. (p 5)




Percebemos nas expressões destes professores uma homogeneização no que se menciona à
abrangência da música como uma atividade que se reduz apenas ao ensino de conteúdos escolares, ou
seja, os professores possuem uma compreensão conteudista, caracterizado pelo ensino tradicional onde
se prioriza apenas um aspecto do desenvolvimento humano, consistindo em atividades realizadas com
a música que não desenvolve os potenciais das crianças. Para Rosa (1990) “A criança desenvolve os
sentidos desde que nasce, por isso um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa
explorar e desenvolver em todos os sentidos harmonicamente”. Daí então vem a importância de rever
as práticas em relação as Cantigas de roda em sala de aula, pois como já foi visto, a música é
linguagem podendo ser usada como mediadora da aprendizagem e das interações sociais.




Dos professores questionados a maioria concorda que a música faz refletir sobre a escrita e a leitura
principalmente a leitura e interpretação e que reescrever a letra das músicas podem gerar reflexão
sobre o sistema de escrita e assim avançar em suas hipóteses, mas é necessário que o professor procure
explorar todas as possibilidades que a música pode proporcionar. De acordo com Bréscia (2003, p 81)




Solicitados a relatarem, a partir da experiência como alfabetizadores, algum caso em que a música
funcionou como recurso auxiliar ou como referencia principal no processo de alfabetização dois
depoimentos                                      chamaram                                      minha
atenção:
Fui trabalhar pela primeira vez com música memorizada e depois com o texto fatiado fiquei
surpreendida como eles cantando e observando os versos conseguiram colocar na ordem certa.
Depois deste dia eles começaram a participar mais das atividades; (P7)




        Eu tinha alguns alunos no ano passado que não conseguiam nem falar direito e depois que
comecei a trabalhar com cantigas de roda, parlendas e outros, então eles começaram a ter mais
interesse pela escrita e leitura melhorando o seu vocabulário. (P5)




Percebemos na fala destes sujeitos a importância da música como instrumento que promove o trabalho
pedagógico, pois ela possui contribuições que potencializam a aprendizagem, e diante de tais
revelações, podemos verificar então que os professores percebem o progresso dos alunos nas práticas
trabalhadas com a música.




Assim podemos averiguar que os professores buscam alternativas simples, mas que o auxiliem no
desenvolvimento do seu trabalho, além de ajudar no desenvolvimento dos alunos. Santos (2002, p.39)
Assim a criança consolida e constrói suas concepções a partir de suas experiências, ampliando seu
conhecimento sobre o mundo, desenvolvendo novas hipóteses, à medida que este processo avança.




 Outra situação importante a ser analisada é a resposta dos professores quanto aos benefícios da
utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem na alfabetização obtivemos as seguintes
respostas:




        A música funciona como motivação mesmo os que não sabem ler “fazem” de conta que já
sabem; (P5)

        Desenvolve a oralidade e a escrita; (P1)

        As cantigas de roda na minha opinião, proporcionam a socialização dos alunos, desperta o
interesse em aprender e é um método fácil de ensino e aprendizagem. Além do resgate da cultura;
(P7)

        As crianças prestam atenção na letra e dessa maneira se torna bem mais fácil o aprendizado
do aluno. (P4)
Muitas. Além de desenvolver a leitura e a escrita ajuda no raciocínio das crianças (P6)

         .

Podemos considerar a partir dos discursos acima que para esses professores as Cantigas de Roda são
verdadeiramente recursos valiosos no processo de ensino e aprendizagem. Nesta circunstância os
mesmos fazem referência entre outros aspectos, a ludicidade, à motivação a facilidade de
memorização e ao desenvolvimento do raciocínio. Santos 2002 p.12 argumenta que A ludicidade é
uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O
desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal. Social e
cultural (...)




4.2.3 AS DIFICULDADES NO TRABALHO COM AS CANTIGAS DE RODA




As dificuldades apontadas para o desenvolvimento do trabalho com as cantigas de roda em sala de
aula, segundo os professores estão ligadas a diversos fatores: muitas asseguram que não encontram
dificuldades no trabalho com música, mas algumas afirmam que:




         Tenho dificuldades no trabalho com música porque falta de espaço na sala, a quantidade de
aluno é muito grande e às vezes perco o controle da turma. (P. 3)




         Minha maior dificuldade no trabalho com música é a falta de materiais como CDs, Vídeos,
aparelho de som, que possam ajudar no desenvolvimento. (P.5)

Diante das colocações, percebemos que na fala da P3 as atividades que envolvem a música apresenta
dificuldades para acontecer em relação à questão do espaço e da quantidade de alunos em sala de aula,
mas mesmo assim percebe-se que apesar dos problemas, a música é vista como algo que faz parte do
seu cotidiano, visto quando ela se menciona a perca de controle da turma, revelando que para a
professora, a empolgação dos alunos é encarada como uma atitude negativa das crianças para com
atividade.
Na fala da P5 percebemos a atribuição da dificuldade de trabalhar com a música mediante a falta de
recursos matérias, com isso, vemos a necessidade e importância da disponibilização de material
didático pela escola, para que o educador seja auxiliado no trabalho com música.




Mas isto revela que mesmo a escola não estando preparada para um trabalho eficaz com música ele
acontece e de maneira a da suporte as professoras em todos os níveis de educação. Isto nos mostra que
apesar de todos os obstáculos encontrados pelos educadores eles sempre procuram uma forma de
aproveitar essas canções para ajudar no processo de construção da leitura e escrita e no
desenvolvimento pessoal e sócio-cultural. Como evidencia Santos(2002)


                               Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um
                               caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto,
                               mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e
                               da sociedade. E aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É
                               oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre
                               muitos caminhos aquele que for compatível com seus valores, sua
                               visão de mundo (...)P 11




De acordo com tudo que foi apontado, podemos potencializar a análise mostrada nesta pesquisa de que
a música e em particular as Cantigas de Roda, quando bem direcionada, torna-se uma importante
aliada do professor alfabetizador. De fato foi evidenciado que a maioria dos professores compreende
que a música não é um simples recurso de lazer, mas sim uma atividade rica, ocorre sem dificuldade
onde o aluno pode perceber a função social da leitura e da escrita e continuam afirmando que as
atividades musicais favorecem a obtenção dos objetivos propostos e que ajudam o aluno a avançar no
processo de alfabetização.




Diante dessas colocações pôde se verificar que na prática pedagógica dos professores pesquisados as
cantigas de roda além de outros gêneros musicais estão presentes cotidianamente em sala de aula mais
na expectativa de oferecer um suporte ao processo educativo. Por fim é importante ressaltar que as
Cantigas de roda ou qualquer outro gênero musical tem função de se aliar a aprendizagem da leitura e
escrita, deve-se compreender que ludicidade e educação precisam andar juntas para que a criança
possa aprender e mostrar toda a sua capacidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS




O objetivo principal desta pesquisa realizada com as professoras da Escola Municipal Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro foi analisar as Concepções que as mesmas têm sobre a utilização das cantigas de
roda no processo de aprendizagem, para detectar como elas utilizam as cantigas de roda como recurso
para aprendizagem.




De acordo com teóricos nós percebemos que a utilização da música na aprendizagem da criança é
muito importante, pois além de possibilitar o aprendizado através de momentos descontraídos e
espontâneos, do mesmo modo ela facilita a socialização, a comunicação e a expressão.
Uma coisa é certa, as crianças que estão em nível de alfabetização precisam ser estimuladas e o
processo de aprendizagem deve acontecer com prazer, ser norteada e estimulante, para que dessa
forma esse processo se conclua com sucesso. Assim se faz necessário entender que a aprendizagem
ocorre em todos os momentos. A todo instante ao brincar, ao se relacionar com o outro eles constroem,
conhecem e exploram e nessa relação durante atividades habituais é que se praticam atividades
lúdicas.




De acordo com o que foi coletado através dos nossos instrumentos de pesquisa: questionário fechado e
aberto. Averiguamos que todos os sujeitos pesquisados atribuem à música a função de instrumento de
suporte, para facilitar o processo de aprendizagem, ficou claro que as professoras se retém somente na
questão dos conteúdos escolares, sem uma contextualização histórica, cultural e social.




E diante a tudo que foi exposto, consideramos que o trabalho com música na alfabetização, pode
auxiliar no desenvolvimento das crianças, a partir do momento que o professor explora esta atividade
com uma autêntica finalidade pedagógica, descobrindo as verdadeiras contribuições e significados que
ela pode trazer para a sala de aula. Para que o trabalho ocorra de maneira a alcançar os objetivos
proposto pelo professor, deve-se planejar as atividade e saber interferir quando necessário.

 Assim como em outras atividades percebemos que essa atividade também apresenta certas
dificuldades, mas cabe ao professor através da reflexão de sua prática resolver estes problemas.




Portanto, percebemos a necessidade permanente dos professores estarem sempre se capacitando,
participando de cursos, pois, a função de alfabetizar não requer apenas pessoas formadas. Como
expressa Angotti (2006) a formação docente não pode ser vista apenas como um processo de
acumulação de conhecimento (...) esse processo deve estar vinculado a analise dos contextos sociais e
culturais(...) as quais imprimem significados ao fazer educativo.




Refletindo sobre esta questão reconhecemos que a maioria dos professores entende que a música é
uma ferramenta importante para a aprendizagem, e percebemos que elas se retêm somente na questão
da aprendizagem de disciplinas, esquecendo que a música possibilita ir além de questões escolares,
como já foi apresentado pelos teóricos a educação através da música vai além do simples aprendizado
escolar, através deste recurso podemos ajudar as crianças no desenvolvimento da linguagem e da
expressão humana. Para que a música seja vista realmente como uma proposta viável nos espaços
escolares e não em situações isoladas e estanques é necessário o desenvolvimento de propostas
concretas para a utilização deste recurso.




Assim, ao redor de todas essas discussões, acreditamos ter conseguido mostrar e trazer algumas
reflexões que poderão contribuir para o trabalho com música na alfabetização. Não queremos com isso
destacar a música como um elemento de salvação da educação, mas sim como uma grande aliada ao
processo educativo. Em vista disto fica uma sugestão de análise da prática pedagógica dos professores,
de forma a não desprezar nem desconsidera o trabalho com música, pois através dela podemos tornar o
campo da aprendizagem mais prazeroso.




                                REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS



ALMEIDA, Paulo Nunes, Educação Lúdica: prazer de Estudar. 10ª Ed. São Paulo: edições Loyola,
2000.

ANGOTTI. Maristela (Org.) Educação Infantil Para Que Para quem e Por quê? 1ª Ed. Alínea 2006.

BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da Prática. 2ª Ed. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular
Nacional para a educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.Língua
Portuguesa. Brasília. 2001.

BRESCIA Vera Lúcia Vessangno. Educação Musical: Bases Psicológicas e ação Preventiva. São
Paulo: átomo, 2003

CASCUDO,             Camara        -      Dicionário       do        Folclore       Brasileiro.
Editora Itatiaia. Belo Horizonte, MG, 1988

CAUDURO, V. R. P. Iniciação musical na idade pré-escolar. Porto Alegre: Sagra, 1989.

DERVAL, Juan. Aprender na Vida e Aprender na Escola. Porto Alegre, RS: Artmed, 2001.

DUTRA, Luiz Henrique de Barros. A Epstemologia da Aprendizagem. Rio de Janeiro: DPRA, 2000.
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  • 1. UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM PEDAGOGIA POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM Monografia apresentada à UNEB _ Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Rita de Cássia Braz Senhor do Bonfim Março de 2011
  • 2. UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM PEDAGOGIA POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM Aprovado______________de_____________-de 2011 ______________________________________ Profª. Rita de Cássia Braz (Orientadora UNEB _ Universidade do Estado da Bahia ____________________________________ AVALIADOR ____________________________________ AVALIADOR
  • 3. Dedico a Deus por sua presença em minha vida em todos os momentos. Ao meu companheiro Neilton Ribeiro pela compreensão e incentivo. A meu filho João Victor. Aos meus pais. Aos amigos que adquiri durante o curso, em especial Ariane, Joângela, Renata e verônica. Enfim a todos que de maneira direta ou indiretamente mim apoiaram nessa caminhada. AGRADECIMENTOS
  • 4. Agradeço primeiramente a Deus, responsável pela minha vida e por me dar sabedoria e paciência na elaboração deste trabalho. A Universidade do Estado da Bahia – Campus VII, representada pela direção, professores e funcionários. Obrigado por me proporcionar um crescimento profissional e social. A professora Rita de Cássia Braz por ter confiado em mim, pela competência e incentivo. Obrigado! As professoras da escola onde foi realizada a pesquisa pela cooperação e atenção e por fornecer informações essenciais a esta investigação. A minhas queridas amigas e companheiras de curso Ariane, Joângela, Renata e Verônica, que torceram pela minha realização, enfim por todos os momentos que passamos juntas. Muito obrigada. Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para minha realização. Muito Obrigado!
  • 5. Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto brinca: o brilho dos olhos, a mudança de expressão no rosto, a movimentação do corpo. Estar atento à maneira como desenha seu espaço, aprende a ler a maneira como escreve sua história. RESUMO Ana Angélica A. Moreira RESUMO
  • 6. A presente pesquisa visou analisar “Quais as concepções que os professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem sobre a utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem”. Entendendo as cantigas de roda como uma atividade lúdica que possibilita o desenvolvimento da criança por um caminho prazeroso. Nessa trajetória, fazemos um breve histórico da história da música, além de evidenciar temas como aprendizagem e dificuldades de aprendizagem e a importância das relações de atividades lúdicas como as cantigas de roda para o ensino fundamental I. Para isso buscou-se suporte teórico em alguns autores tais como: Bréscia (2003), Jeandot (1990), Dutra (2000), Ferreiro (2004), Angotti (2006), Santos (2002), Garcia (1998), Sisto (2001), Marcellino (1997), entre outros que também proporcionam contribuições significantes para a pesquisa. Os caminhos metodológicos trilhados foram construídos sobre o foco qualitativo, utilizando como instrumento de coleta de dados o questionário fechado que nos permitiu traçar o perfil dos sujeitos, e o questionário aberto que nos permitiu uma maior aproximação das visões dos mesmos, na qual foram analisadas as concepções que possuem sobre a utilização da música na aprendizagem, Diante do exposto compreendemos que os professores reconhecem a importância da música como suporte no processo de alfabetização. Visto que a maioria não visa uma amplitude de utilização da música, com perspectivas de construção do ser sócio- cultural. Palavras chaves: cantigas de roda, aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, professor LISTA DE GRÁFICOS
  • 7. Gráfico 1- Quanto ao Gênero....................................................................................................36 Gráfico 2 – Nível de escolaridade.............................................................................................37 Gráfico 3 – Faixa Etária............................................................................................................38 Gráfico 4 – Tempo de atuação na área educacional.................................................................39 Gráfico 5 – Tempo de atuação nas séries de alfabetização......................................................40 SUMÁRIO
  • 8. INTRODUÇÃO...................................................................................................10 CAPÍTULO I ......................................................................................................12 O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO.........................................12 CAPÍTULO II......................................................................................................18 2.1 Concepções de Aprendizagem.......................................................................18 2.1.1 Definindo Dificuldades de Aprendizagem......................................19 2.1.2 As Cantigas de Roda como Recurso de Aprendizagem..................22 2.2 A História da Música e a sua utilização na aprendizagem............................25 2.2.1 Cantigas de Roda sua origem e importância para educação...........27 2.3 O Professor e as Cantigas de Roda...............................................................29 2.3.1 O Professor e a Prática Pedagógica................................................31 CAPÍTULO III ....................................................................................................33 CAMINHOS METODÓLOGICOS....................................................................33 3.1 Tipo de Pesquisa............................................................................................33 3.2 Lócus de Pesquisa..........................................................................................34 3.3 Sujeitos de Pesquisa.......................................................................................34 3.4 Instrumentos de coleta de dados....................................................................34 3.4.1 Questionário Fechado.....................................................................35 3.4.2 Questionário Aberto........................................................................35 CAPÍTULO IV....................................................................................................36 4 Análise de dados e interpretação dos resultados...............................................36 4.1 Resultados do Questionário Fechado.............................................................36 4.1.1 Quanto ao Gênero...........................................................................36 4.1.2 Nível de Escolaridade.....................................................................37 4.1.3 Faixa Etária.....................................................................................38
  • 9. 4.1.4 Tempo de Atuação na área educacional..........................................39 4.1.5 Tempo de Atuação na Série de Alfabetização................................40 4.2 Análises dos resultados Questionário Aberto....................................41 4.2.1 A visão dos professores...................................................................41 4.2.2 Cantigas de Roda como auxiliadora no processo de aprendizagem.......................................................................................................43 4.2.3 As dificuldades no Trabalho com as cantigas de roda....................46 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................48 REFERÊNCIAS.......................................................................................46 ANEXOS.................................................................................................53 INTRODUÇÃO
  • 10. O contexto atual de educação em nosso país apresenta preocupantes indicadores no que se referem ao aprendizado escolar, muitas crianças ao chegarem pela primeira vez a escola acabam não conseguindo aprender ou acompanhar o que é exigido na educação formal, consecutivamente gerando problemas de aprendizagem. Para que esses indicadores não continuem a crescer é importante que exista uma preocupação em diagnosticar previamente a causa dos problemas de aprendizagem, além de valorizar práticas pedagógicas voltadas para uma educação lúdica, realizando atividades que despertem a atenção e a vontade de aprender. Partindo dessa análise, a escola de Educação Infantil para conseguir alcançar um patamar de qualidade visando o desenvolvimento integral da criança necessita incorporar práticas que motivem os alunos a aprender a língua, conhecer a cultura do seu povo de maneira divertida e prazerosa. E para muitos estudiosos as Cantigas de roda por ser um gênero musical fácil e de simples memorização é um grande aliado ao professor no processo de alfabetização. Educar através da música é reconhecer que o desenvolvimento e aprendizado ocorrem em tempo integral, através da letra, do canto, do movimento da socialização com os colegas. Para que isso se torne relevante é necessário que os educadores se empenhem em contribuir para que a prática desta atividade não seja vista apenas como momentos de lazer e recreação. Isso implica que os professores precisam esta sempre em constante processo de reflexão sobre sua prática, procurando continuamente inová-la. As cantigas de roda também proporcionam um ambiente alegre estimulando a criança a se desenvolver em vários aspectos, além de permitir a comunicação com o outro, auxilia na construção do conhecimento. E assim ponderando todas essas reflexões, realizamos este trabalho que esta disposto da seguinte forma: No capítulo I, abordamos a respeito da problemática, os objetivos a que nos propomos, ou seja, o caminho que trilhamos para expressar a importância das cantigas de roda em se tratando de dificuldades de aprendizagem.
  • 11. No capítulo II, abordamos o referencial teórico, conceituando as palavras chaves que norteiam esta pesquisa. Aqui estão centradas as principais idéias do trabalho. Fazendo uma reflexão sobre as cantigas de roda em todos os aspectos, ambientes e sujeitos da educação. No capítulo III, reservado à metodologia, enfatizamos os instrumentos de coleta de dados utilizados, o tipo de pesquisa que norteia o trabalho, como também o lócus e os sujeitos. Visando atingir um conhecimento mais específico da realidade e percepção dos sujeitos investigados. No capítulo IV analisamos e interpretamos os dados obtidos através da análise dos questionários respondidos pelos professores, e a partir destas informações, traçaremos o perfil destes, diante da utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem Por último nas considerações finais distinguimos os frutos da pesquisa, as reflexões sobre tudo o que foi mencionado, as características principais dos dados analisados. Obtendo uma breve avaliação de todo o trabalho, expondo e refletindo as conclusões sobre o tema. CAPÍTULO I O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO
  • 12. A música ao longo do tempo vem exercendo as mais diferentes funções, além de estar presente no mundo em todas as culturas e todas as épocas, é uma linguagem que vai além das barreiras do tempo e do espaço, e também é reconhecida como uma das mais importantes formas de comunicação. Segundo Bréscia (2003, p.25), “A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações”. De acordo com dados antropológicos, as primeiras músicas eram empregadas em rituais como: nascimento, morte, casamento, recuperação de doentes e fertilidade. Partindo deste pressuposto, percebemos que a música possibilita expressar nossos anseios e emoções, além de distrair proporciona sensações prazerosas, podendo ser utilizada como recurso para a aprendizagem. Desse modo, compreendemos que a necessidade de se comunicar é muito importante para a educação, e essas canções populares são capazes de promover uma aprendizagem mais prazerosa divertida, e eficiente no cotidiano escolar, auxiliando no contexto didático. A aprendizagem é vista como uma mudança, uma sistematização no comportamento humano, sendo modificado constantemente, e com aprendizagem escolar não é diferente. De acordo com Santos (2002, p.39). A aprendizagem da leitura e da escrita deve ser entendida como um processo de múltiplas dimensões que promoverá o indivíduo à condição de ser social ativo, considerando suas experiências e interações com seus pares, afim de que ele possa construir a escrita. Mas as crianças ao ingressarem na escola se deparam com um novo mundo, o mundo da escrita e da leitura e a ela será exigido o dever de aprender frases, textos enfim variadas atividades; e quando isso não ocorre, na maioria das vezes o aluno é tomado por um sentimento de inferioridade, que conseqüentemente acaba por caracterizar o fracasso escolar. Sisto (2007) aponta que: As dificuldades para aprender aparecem nas crianças sob distintas formas, e é muito difícil encontrar uma pessoa que não teve dificuldades em aprender alguma coisa algum dia em sua vida, algumas crianças chamam a atenção devido ao fato de estarem atrasadas ou defasadas em determinadas tarefas específicas como escrita, se comparadas com seus colegas de classe ou idade, ou uma dificuldade geral, quando a aprendizagem é mais lenta do que a média das crianças em uma serie de tarefas. (p.63)
  • 13. Dessa maneira, podemos dizer que várias situações podem atrapalhar a aprendizagem. Neste sentido, Souza (2001, p. 25) comenta que “A criança é suscetível aos fatores externos que provavelmente se chocam com sua fragilidade interna, prejudicando seu aprendizado”. Visto assim, a falta de motivação pode este relacionado com inúmeras circunstâncias. Bossa (2000) enumera algumas: (...) Uma criança pode não aprender por que não sabe lidar com as leis e regras da vida. Uma criança pode não aprender por que seus pais, na tentativa de acertar, erraram por não estabelecer regras e limites (...) uma crianças pode não aprender porque esta na escola onde a forma de ensinar, não esta de acordo com sua forma de aprender. Uma criança pode não compreender a importância do que está sendo ensinado na escola, por que o professor não lhe mostra como utilizar aquele conhecimento na vida (...). Assim percebemos que a não – aprendizagem dos alunos exige uma profunda reflexão sobre as formas de ensino, pois quando tratamos de dificuldades de aprendizagem precisamos compreender o aluno como um ser completo que pensa, tem medo, tem alegrias e tristezas. (p. 59) Diante desse contexto, percebemos que a não – aprendizagem das crianças pode esta ligada a uma gama de atributos e características, onde devemos levar em conta inúmeras possibilidades, por isso é importante que exista uma preocupação, em diagnosticar precocemente a causa dos problemas de aprendizagem, pois o quanto mais cedo for detectadao as dificuldades, menores serão as resultados negativos na vida destes alunos. E a escola como instituição de ensino, precisa esta organizada de forma que a criança possa aprender com prazer, a fim de utilizar seus conhecimentos em todas as dimensões da sua vida. Santos (2002) argumenta que: Tomemos a alfabetização como um processo em permanente construção que não se reduz a técnicas de decodificação mecânica, adquirida através da organização de padrões regulares de correspondência entre som e grafema, mas é um momento de reordenação de estruturas que servirão de suporte para que a criança se aproprie de significado de sentido, dominando paulatinamente suas funções e usos sociais. (p.40) Neste aspecto, a escola enquanto espaço institucional, precisa realizar atividades que promovam a construção de conhecimento, e para muitos estudiosos as cantigas de roda é uma forte aliada na formação do aluno. De acordo com a reflexão de Faria (2001) “A música está presente em todos os lugares e no ambiente escolar não é diferente.” Desse modo, vemos que a prática de atividades que envolvam canções é de suma importância na formação e no desenvolvimento da criança, afinal sabemos que a presença da música na vida dos seres humanos é indiscutível, desde cedo à criança demonstra interesse por ritmos e sons musicais, a receptividade a música na criança, acontece quando ela entra em contato com o universo sonoro que a cerca, isso acontece desde antes do seu nascimento.
  • 14. De acordo com Angotti, (1996, p.157) Musicalizar é construir o conhecimento musical humano, possível de ser realizado em casa e na escola, desde os primeiros meses de vida de um bebê ainda no útero materno. Desta forma, percebemos que os momentos de utilização das cantigas de roda, precisam ser levados em conta, pois a música em si é uma rica atividade lúdica e essa prática é muito significante no desenvolvimento e formação dos alunos, mas para que esse método ocorra de fato, o educador tem papel fundamental nesse processo, pois é ele o norteador, ou seja, faz a mediação no processo de aprendizagem, planejando e disponibilizando os recursos didáticos, além disso, a escola deve ser percebida como um lugar que proporcione prazer e alegria, mas para que esse objetivo seja alcançado é imprescindível que os professores repensem o conteúdo e a sua técnica pedagógica. Nestas circunstâncias, o educador não deve estar sozinho ele deve procurar envolver a escola e a comunidade, e assim compartilhar os problemas com as crianças que estão incluídas em grupos que apresentem dificuldades em aprender, procurando uma alternativa que busque facilitar o sucesso escolar desses indivíduos. Por esta razão, achamos que as cantigas de roda são fortes aliadas nas atividades pedagógicas, especialmente pelo fato de estarem intimamente relacionadas com a ludicidade, essas músicas além de favorecer a relação da criança com o lúdico de forma natural e prazerosa, favorecem também a aprendizagem. Faria (2001) define que a música é um importante fator de aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música na qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir conhecida como cantigas de ninar. As cantigas de roda consistem em atividades de extrema importância para o auxilio da aprendizagem, Rosa (1990, p.27) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes. Oferecem aos alunos experiências reais e concretas, experiências essas indispensáveis para o desenvolvimento e aprendizagem, por intermédio do lúdico os alunos se habilitam para distintas circunstâncias da vida, aprendendo valores culturais do cotidiano, interagem com os colegas, aprendem a superar desafios, enfim exerce seu papel em quanto individuo, além de ajudar na participação social e afetiva, a criança se comunica tem acesso a informação e consegue se expressar melhor.
  • 15. Apesar de todas essas considerações, em alguns momentos as atividades que abrangem a música se deparam com muitas dificuldades para acontecer com resultados significativos. Sobre esta questão Santos (2000) reflete que: Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades lúdicas são pouco exploradas, e mesmo quando são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem. Os alunos não são instigados por atividades musicais e os professores pouco motivados e muitas vezes sem formação adequada acabam deixando ausente a música no ambiente escolar (p.09). Assim, ao longo da história da educação, a música principalmente as cantigas de roda vem atendendo a muitos objetivos, tendo cada vez mais lugar de destaque nas propostas pedagógicas, mais na sua maioria com finalidades comportamentais e atitudinais como ir ao recreio, lavar as mãos, entrar e sair da sala de aula, nas datas comemorativas sem nenhum objetivo, na recreação, cantando e dançando tendo uma maior utilização da musica no aspecto de expressão corporal e artística. Ainda citando Santos(2000) a autora afirma que: É preciso, portanto que tais currículos sejam repensados, dando a estes uma visão de criança, jogo, brinquedo, desenvolvimento e aprendizagem. Estas características oportunizarão a seus egressos a descoberta da própria ludicidade, levando – os a desenvolver nas crianças a alegria de entender a escola como um espaço, acima de tudo prazeroso.(p.61) Com isso, devemos levar em conta que esse tipo de atividade, está cada dia mais presente na vida escolar, e devemos ter preocupação de apresentar a sua aplicação de forma correta, de maneira, que a música não seja banalizada apenas a momentos de recreação. A música é um recurso cultural e instrumental próxima a todas as pessoas, como aponta o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: “A música esta presente em diversas situações da vida humana. Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o povo a lutar”. (pág. 47,1998 vol.03). Dessa forma, vale lembrar que a musica é um incomparável beneficio para a formação, o desenvolvimento e equilíbrio da personalidade das crianças. Na sociedade contemporânea, professores
  • 16. e alunos são igualmente influenciados pelas sugestões da mídia. Porém, na escola é preciso dar as crianças o acesso as músicas de boa qualidade. Assim, a música em particular as cantigas de roda, proporcionam as crianças possibilidades de propagar seus pensamentos, por meio da letra e do movimento da canção. O contato musical permite uma integração intensa, rica e satisfatória sendo associada com a cultura e a emoção. Para Bréscia (2003, p. 81) [...] O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o individuo. Desse modo, partindo da compreensão das reflexões mencionadas, surgiu a seguinte questão: Identificar como os professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro utilizam as cantigas de roda em sala de aula? Diante desta inquietação apresentamos o objetivo de nossa pesquisa que é: Analisar as concepções que os professores da series iniciais têm sobre a utilização das cantigas de roda como recurso para aprendizagem. A escolha desse tema brota na expectativa de tornar as experiências vividas uma realidade, auxiliando as crianças com déficit de aprendizagem de maneira lúdica, pois, através das cantigas de roda podemos efetivamente, oferece ao aluno uma forma mais prazerosa e dinâmica. Para tanto, a escola e todos os profissionais envolvidos devem colaborar para que esses alunos, que estão incluídos em grupos que tenham algum tipo de dificuldades em aprender, possam reconquistar uma imagem de sucesso, sempre considerando o ritmo que cada criança tem. E para este trabalho se tornar relevante será necessário que os professores como facilitadores da aprendizagem visem novas reflexões sobre sua Prática Pedagógica, tornando assim a alfabetização um processo que possibilite o aprendizado e o desenvolvimento social da criança. Estas contribuições poderão nos desafiar a criar novas estratégias de intervenção, por perceber, a importância que a música tem na aprendizagem, mostrando que a mesma não é simplesmente uma agregação de sons e palavras, mas sim um rico instrumento que pode fazer a diferença nas escolas, pois ela desperta os alunos, para um mundo prazeroso e satisfatório, além de facilitar a aprendizagem e a socialização dos mesmos.
  • 17. As atividades que envolvam a ludicidade não devem ser vista apenas como momentos de distração ou passatempo, mas momentos cheios de significação e que possam ser empregados e interpretados como forma de colaborar para o avanço da educação. CAPITULO II 2.1 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM
  • 18. Entendemos por aprender como algo inerente ao comportamento, através da aprendizagem, adquirimos informações essenciais para viver. Aprendemos desde como nos comportar, diante das pessoas, até como se vestir, calçar sapatos, pentear cabelos ou mesmo acontecimentos mais complexos como respeito, amor e aprender a ler e escrever. Estas colocações nos acarretam a pensar sobre as peculiaridades da aprendizagem. Como ressalva Feil (1990, p.16) O Processo de aprendizagem é muito complexo por que nele implicam não só capacidade intelectual, mas também fatores de ordem social, emocional, perceptual, física e psicológica. A aprendizagem ainda é vista como uma modificação constante do comportamento por conseqüência da prática que se apresenta através de gestos da vida social do individuo. Para Dutra (2000, p. 15) “A questão é que aprender não é apenas – nem principalmente – apropriar-se de conteúdo, mas modificar o comportamento. Dizemos que determinado individuo aprendeu algo quando seu comportamento foi modificado”. Pensando nesta questão podemos dizer que cada pessoa aprende de maneira distinta, pois convivemos com a diversidade. “O jeito de cada um aprender o mundo é individual", explica Rego,( 2001, p.25). Ainda sobre esta discussão Derval (2001 p.54) ressalta que “Os indivíduos aprendem de maneiras muito diferentes em função de seus interesses, de suas possibilidades e das situações em que se encontram.” Pérez e Garcia (2001 p.45) refletem que: “Assumir que a educação é um meio de favorecer nas jovens gerações a compreensão e a transformação de sua realidade social e pessoal significa que qualquer atividade educativa realizada na escola ou fora dela não – pode nem deve resumir-se a uma simples transmissão de informação”. Nas concepções expostas neste capítulo percebemos que a maioria dos teóricos aspira uma aprendizagem visando além do aprendizado escolar. Pérez e Gárcia (2001, p.42) complementam que “Sem Dúvida, a aprendizagem da escrita alfabética implica algo mais do que a mera aprendizagem de um conjunto de signos (...) é ensinar quem está aprendendo a escrever a pensar de novo a linguagem em sua totalidade de uma maneira completamente nova (...)”
  • 19. Diante de toda essa reflexão sobre aprendizagem, é importante lembrar que muitas crianças manifestam dificuldades na aprendizagem escolar, e Moraes (1997, p.30) defende Que “Todas as crianças tem possibilidades para aprender e gostam de fazê-lo e, quando esta não ocorre é por que alguma coisa na verdade não está indo bem.” Partindo deste olhar é evidente que toda criança é capaz de aprender, mesmo sofrendo limitações ou estando em qualquer idade e se alguém não aprende, é preciso averiguar a ação de quem ensina, pois muitos professores acreditam ainda que todos os seus alunos sejam iguais, não levando em conta o que cada educando sabe. Santos (2002) acredita que: Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas o caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas ajudar a pessoas tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar–se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstancias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida. ( p.11 ,12) Assim, o processo da não aprendizagem das crianças demanda uma intensa reflexão sobre as formas de conceber o ensino dos professores e a aprendizagem dos alunos. Scoz (1994, p. 22) (...) reforça que de que os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem as causas físicas ou psicológicas, nem a analise das conjunturas sociais. É preciso compreendê-las a partir de um enfoque multidimensional, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. 2.1.1 DEFININDO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM As dificuldades de aprendizagem, como o próprio nome insinua, referem-se aos problemas apresentados por alguns alunos de assimilar conhecimentos, acarretando deste modo, o baixo rendimento escolar. Segundo a literatura, essas dificuldades caracterizam-se por um conjunto estruturado de argumentos contraditórios e, apesar do conceito oferecer diversas definições ainda apresenta caráter duvidoso. Muitos são as definições e conceitos para entender a real causa que explique as dificuldades de aprendizagem. Porém, para conhecer em uma criança a dificuldade de aprendizagem, se faz necessário primeiramente entender o que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem.
  • 20. Assim, fala-se que a aprendizagem é um processo complexo que se realiza no interior do indivíduo e se manifesta em uma mudança de comportamento. E, para saber se houve ou não a aprendizagem e se o individuo “sofre” de dificuldades de aprendizagem é necessário um diagnóstico claro e preciso, onde se percebam fatores evidentes e que sejam relativamente permanentes. Nesse sentido, é necessário que tentemos determinar a que fazer referência com tal expressão ou etiqueta diagnóstica, de modo que se possa correlacionar com outros termos, tais como, “necessidades educativas especiais, inadaptação, déficit socioambiental”. Em síntese, só é procedente falar em dificuldades de aprendizagem quando fizer referência a alunos que têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da normalidade ainda superior, possuem ambiente sócio-familiar normal e não apresentam deficiências sensoriais nem aficções neurológicas significativas. Assim, é pertinente assinalar como elementos de definições mais relevantes que a criança com transtornos de aprendizagem tem uma linha desigual em seu desenvolvimento cognitivo, seus problemas de aprendizagem não são causados por pobreza ambiental e os que apresentam não são resultantes de atraso mental ou transtornos emocionais. Santos (2001, p. 51) considera dificuldade como “aquilo que atrapalha fazer alguma coisa”; e aprendizagem como “o processo de ser levado a aprender”. Assim pode-se observar que dificuldades de aprendizagem referem-se a algo que atrapalha o processo de aprender. Sisto (2001) acredita que as dificuldades de aprendizagem, interpretadas de forma unitária foram e estão consideradas em transtorno relacionado à linguagem – fala, compreensão, leitura, soletramento, causado neurologicamente produto de uma rede complexa de interações sociais. Strick e Smith (2001) definem as dificuldades não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas
  • 21. como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam muitos obstáculos na escola, contudo, também são capazes de construir conhecimento. São curiosas e querem aprender, mas inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a elas. Segundo Smith (2001, p. 146) dificuldades de aprendizagem são “problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou comunicar”. É imprescindível questionar se, de fato, a criança apresenta dificuldades de aprendizagem ou se seu rendimento não satisfaz às expectativas do professor ou da escola, e que, sobretudo, as crianças com dificuldades de aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade para aprender. Nesse sentido, cabe à escola desenvolver mecanismos para resgatar a confiança da criança nas suas reais possibilidades, a fim de que ela possa adquirir um bom conceito de si mesma e consiga trabalhar com suas dificuldades. Guerra (2002) pondera que crianças com dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são incapazes, apenas demonstram dificuldades para aprender. Portanto, Incapacidades de aprendizagem não devem ser confundidas com Dificuldades de aprendizagem. Smith (2001) ressalta ainda como causa das dificuldades de aprendizagem, a ausência de estímulos das habilidades básicas necessárias à alfabetização, os métodos de ensino inadequados, problemas emocionais, falta de maturidade para aprender. No ponto de vista de Koehler (1984), dificuldade de aprendizagem é: uma desarmonia do desenvolvimento, normalmente caracterizada por uma maturidade psicomotora que inclui perturbações nos processos receptivos, integrativos e expressivos das atividades simbólicas (p. 228). Existem sete importantes fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, são elas: saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção e memória. Assim, a ausência de um desses fatores pode ser a causa dos insucessos e das dificuldades de aprendizagem que irão surgindo.
  • 22. Pode-se destacar algumas das principais causas das dificuldades de aprendizagem como: causas físicas, sensoriais, neurológicas, intelectuais ou cognitivas, socioeconômicas e emocionais, sendo a última uma das principais causas que dificultam a aprendizagem; por tratar de questões que afetam a auto-estima, a autoconfiança, a motivação, podendo conduzir o afastamento, crises de ansiedade, estresses e até mesmo depressão. Muitas vezes, as dificuldades de aprendizagem são reações compreensíveis de crianças neurologicamente normais, porém, obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula. Podemos ver na diagnose diária, muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas que passam a apresentar dificuldades de aprendizagem depois de submetidas a alguma situação constrangedora não percebida pelos demais. Diante de todas estas dificuldades é importante citar que, todos os profissionais envolvidos na educação necessitam ter um olhar desafiador com as crianças que estão adicionadas em grupos com baixo rendimento escolar, avaliando que cada um apresenta seu ritmo. Nessa perspectiva comprometer-se com as dificuldades de aprendizagem é basicamente, assumir o compromisso com a qualidade de vida daqueles que, por determinado motivo não conseguem aprender. 2.1.2 AS CANTIGAS DE RODA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM Quando a criança chega pela primeira vez na escola, já traz uma série de conhecimentos, mas durante algum tempo pensou-se, que a criança, para ser alfabetizada teria que desenvolver certas aptidões e possuir pré-requisitos. De acordo com as palavras de Ferreiro e Teberosky (1999, p.291) (...) Nenhum sujeito parte do zero ao ingressar na escola de ensino fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, ,os desfavorecidos de sempre. Aos 6 anos, as crianças “sabem” muitas coisas sobre a escrita e resolveram sozinhas numerosos problemas para compreender as regras da representação escrita.
  • 23. A cobrança de que a criança se alfabetize em delimitado espaço de tempo, dentro de regras, motivou e ainda provoca graves dificuldades de aprendizagem, muitas vezes coligada à metodologia escolar e não a questão particular do aluno. Weiss (2002, p.96) nos alerta para esta questão, afirmando: ”O desrespeito ao ritmo de construção da criança no ler no escrever pode criar uma dificuldade que se avoluma como “bola de neve”, podemos chegar a estancar o seu processo de verdadeira alfabetização. Ela começa a apelar exclusivamente para a memória , a partir de um certo ponto passa a não caminhar mais, ou mesmo a se recusar a cumprir qualquer tarefa relacionada à escrita e a leitura”. É papel da escola, educar as crianças de maneira a proporcionar e instigar a aprendizagem da leitura e da escrita, de modo a diminuir as histórias de fracasso e permitir o sucesso desses alunos. De acordo com Ferreiro (2004, p. 57) o conjunto de conhecimento que um indivíduo adquire no curso de seu desenvolvimento depende das exigências do meio da cultura em que cresce. Entende-se que a ação da alfabetização acontece num espaço social. Entretanto estes aprendizados e os elementos sociais não são aceitos passivamente pelas crianças. Elas reelaboram o que é conhecido, considerando o objeto como se fosse seu, atribuindo-lhe identidade. Ainda citando Ferreiro, a autora afirma que a Alfabetização é um processo pelo qual o aprendiz coloca em jogo tudo o que sabe faz relações, observa, organiza e duvida de seus conceitos. Assim, as Cantigas de roda proporcionam primorosas condições de aprendizagem, para os alunos em fase de alfabetização, pois, trata-se de um texto simples e acessível, onde o aluno aprende e constrói sua identidade com bastante facilidade. Freire (1996, p. 46) destaca “A importância do reconhecimento da identidade cultural tanto no ato de ensinar quanto no ato de aprender, como fator que contribui na prática educativo-crítica para o sujeito .assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,comunicante(...) “ Visto que a música traduz sentimento e ações, promove ocasiões de alegria e descontração. Angotti (2006, p.158) Destaca que Incentivá-lo a brincar de roda, conhecer cantigas e também os clássicos ora para relaxar, ora para alegrar, pode levá-lo a uma paixão pela música e propiciar-lhe um elemento facilitador na hora do aprendizado da leitura e da escrita, pois especialistas afirmam que, a familiaridade com textos conhecidos e apreciados pelas crianças facilita a aprendizagem. Cauduro (1989, p. 14) diz que:
  • 24. A implantação de novas estratégias lúdico-musicais e suas múltiplas facetas como o canto, os folguedos cantados, o movimento ritmado e expressivo, a percussão corporal e instrumental, a improvisação e declamação ritmada, contribuem no desenvolvimento ensino-aprendizagem, por ser nesta etapa da vida escolar que suas percepções, sua atenção e sua memória estão mais receptivas a todo tipo de estímulo e informação. Ante o procedimento de construção da leitura e escrita, as cantigas de roda na sala de aula, quando bem orientada, trazem resultados importantes, transformando-se numa forte aliada dos professores e alunos das series iniciais. As letras das músicas por sua vez, desempenham uma função particular, que na maioria das vezes encontra boa aceitação por parte dos alunos. Para Bréscia (2003) : A musica é um processo facilitador na construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. (p.14) As atividades com cantigas de roda permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo-a em muitos aspectos, e também permitem a comunicação com o outro. Para Gainza (1988 p.33), a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento. As cantigas de roda são textos musicais que comportam tanto o uso da leitura convencional, como também ajudam a ajustar o texto falado a escrita, pois são escritos de fácil memorização e de simples compreensão e apreciação por parte daqueles alunos que ainda não estão completamente alfabetizados, encorajando-os a ler e escrever mesmo sem dominarem convencionalmente estas habilidades, o que compõe práticas fundamentais para a reflexão do funcionamento da linguagem escrita. Conforme evidencia Jeandot (1990 p. 20) música é linguagem. Assim devemos seguir em relação à música, o mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música. Conforme Mattos (1998) coloca: Com uma linguagem própria, descobrindo e repetindo sons, cantando, criando ritmos e melodias numa brincadeira prazerosa, a criança constrói o seu processo musical, servindo-se dele para compreender e expressar criativamente suas sensações, sentimentos e idéias sobre o mundo. (p.26)
  • 25. Em outras palavras, somente se faz com vontade de aprender, aquilo que fazemos com empenho e nos gera desafios. Quando as tarefas com leitura e escrita são dinâmicas e tem uma intenção real o alfabetizando tende a fazer espontaneamente. "As crianças são facilmente alfabetizáveis, desde que descubram, através de contextos funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser conhecido". (Ferreiro, 1993,p.25) E para que haja sucesso nestas atividades, a primeira etapa se dá com a seleção da música, que pode acontecer de maneira democrática com a participação ativa dos alunos. Lembrando que essa escolha deve estar compatível com o nível de aprendizagem das crianças. Para Faria (2001, p. 24), “A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação”. E na procura de conseguir almejar uma aprendizagem com qualidade, para os nossos educandos, é preciso antes de tudo despertá-los para o universo das palavras, como despertamos o desejo de tomar parte das brincadeiras preferidas deles. Assim aprender a ler e escrever, pode ser tão fascinante, quanto brincar. E as cantigas de roda, sem hesitação nenhuma, necessitará fazer parte dessa atmosfera, tornando esse período um momento sublime na vida do alfabetizando. 2.2 A HISTÓRIA DA MÚSICA E A SUA UTILIZAÇÃO NA APRENDIZAGEM A música é uma demonstração exteriorizada dos sentimentos internos. Talvez por este motivo consecutivamente, sempre esteve presente na história da humanidade. Não ha registros que possam precisar o aparecimento da música, os historiadores divergem quanto a sua origem. Alguns crêem que a própria tenha aparecido sob formato de dança em cerimônias sagradas por meio dos quais os homens pré-históricos imitavam os ruídos da natureza e dos animais. Jeandot ao fazer uma retrospectiva histórica aponta que Pitágoras, por exemplo, partindo de uma idéia dos egípcios, desenvolveu uma teoria segundo a qual cada planeta movendo-se no espaço emitiria um determinado som... Na Grécia Antiga, música expressava a “arte das musas” representava a harmonia
  • 26. universal. Platão chegou a afirmar: “música é a expressão da ordem da simetria que através do corpo, penetra na alma e em todo o ser, revelando-lhe a harmonia de sua personalidade”. Darwim, biólogo, acreditava que a música deriva dos gritos dos animais. E assim o tempo foi passando e a música se estabeleceu dentro do contexto social nas cerimônias de coroamento, casamento, guerra, trabalho e lazer. A mesma autora revela ainda que a música não nasceu das reflexões de Pitágoras... Ela é o resultado de longas e incontáveis vivencias individuais com a música e de civilizações musicais diversas. (1990, p.15) Buscando a história brasileira da música descobre-se que os índios a utilizavam em assuntos religiosos e episódios solenes. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os jesuítas começaram a catequizar os índios fazendo o uso de sua música. A música brasileira foi enriquecida com a chegada dos escravos africanos, que tinham nas canções traços intenso de sua cultura, mas foram os portugueses que influenciaram a música brasileira. A autora continua sua retrospectiva histórica afirmando que “Foi necessário muito tempo para que surgisse um gênero musical que pudesse ser reconhecido como brasileiro e popular, composto por autores conhecidos, divulgados por meio gráficos. A origem da música brasileira se deu pela miscelânea de três músicas distintas: a portuguesa, africana e indígena. Ainda de acordo com Priori (2000, pg. 245) é principalmente a partir do século XIX, com o ingresso de levas de imigrantes no país que, além da miscigenação étnica e a aquisição de hábitos e costumes diferentes, muitas brincadeiras, principalmente as cantigas de roda... Se incorporam ao brincar das crianças brasileiras. A música é algo que esta associada à cultura e as tradições de um povo e de sua época, e por isso é muito complexo definir com exatidão o que seja música. O seu conceito pode varia de cultura para cultura. Para Ferreira (2006, p. 477), a música é definida como a “Arte e Ciência de combinar os
  • 27. sons de modo agradável ao ouvido”. Brito (1998, p.45) define a música como a “linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo do som e o silêncio.” Como podemos observar à música indiscutivelmente, está presente em nossas vidas, e ao longo do tempo, desempenha inúmeras funções. Segundo Stefani (1987 p.35), “a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a música, sem se dar conta disso. Mesmo que possamos falar de música com muita propriedade, sem necessariamente nos basearmos em dados precisos e sim como algo que a música produz. Gainza (1998, p.22) observa que “A música e o som, enquanto energia estimula o movimento interno e externo no homem, impulsionando-o a ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e graus.” Considerando a música como uma atividade vinculada a situações particulares, que nos auxilia a entendê-la não a partir de conceitos, mas a partir dos sentimentos que ela traduz. Faria (2001, p. 4), reflete que “A música passa uma mensagem e revela a forma de vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas, envolvendo- as trazendo lucidez à consciência”. Como vimos à música é algo constante na vida da humanidade, pode-se confirmar isto, em todos os registros do curso da história, As canções na vida do seres humanos são tão importantes, pois, são elementos que auxilia no bem estar das pessoas. Por isso no contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, para Gainza (1988, p.33), “A música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento...” por isso vemos a música como um meio de incentivar criança aprende brincando, pois ela pode por meio de cantigas e ações, aprender que alegrias e tristezas, conquistas e perdas, coragem, medo e dificuldades podem ocorrer, mas que também podem ser superadas. 2.2.1CANTIGAS DE RODA SUA ORIGEM E IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO As origens das cantigas de roda são diversas, na sua grande parte esse tipo de música é de caráter imigratório. Podemos confirmar isto nos vestígios encontrados nas próprias letras das canções. Para
  • 28. Garcia (1992, p.35), a maior parte do repertorio de canções, é de origem Lusitana. No entanto, a influência Francesa também se faz presente em algumas cantigas. As cantigas de roda são poesias e poemas cantados em que a linguagem verbal (o texto), a música (o som), a coreografia (o movimento) e o jogo cênico (a representação) se fundem numa única atividade lúdica (Martins, 2003, p 27). Introduzidas nas escolas no Brasil pelos povos colonizadores, principalmente pelos povos portugueses, as cantigas de roda foram sendo modificadas e adaptadas ao contexto brasileiro através do tempo, e inicialmente eram difundidas como uma atividade tipicamente de meninas e durante muito tempo foi às principais atividades lúdicas das crianças, sendo muito usada em todo o território nacional. Felinto (2000) constata que "cantigas e rodas infantis conhecidas desde o século XVII resistem, da mesma forma ou com algumas adaptações, nas cinco regiões do Brasil, ajudando as crianças a entender o mundo". Ao longo do tempo esse passatempo ajudou a transmitir lendas, histórias e culturas, além de fortalecer os elos afetivos e culturais, as cantigas de roda também asseguraram um vinculo afetuoso de muitas gerações que cantaram e dançaram juntas apesar da mudança dos tempos. Estas canções podem ser muito apreciadas pelas crianças, pois sua maioria são de versos simples. Jeandot (1990, p.67) afirma que nosso repertório cultural é muito vasto em cantigas de roda. A movimentação, o canto e o ritmo podem ser simples ou complexos, mas sempre agradam as crianças. O fato é que essas canções populares fazem parte da cultura espontânea e nos foram transmitidas oralmente através de várias gerações. No Dictionaire Pratique et Historique de la Musique de Michel Brinet, por exemplo encontramos a seguinte definição de música Popular:”Peças conservadas na memória do povo, em diversos países e cuja origem é algumas vezes, muito antiga.” Cascudo (1988, p.600). Essas músicas consistem em uma rica atividade para o trabalho pedagógico, além de ser uma forma inteligente na hora de trabalhar aprendizagem da criança e seu desenvolvimento. Os parâmetros Curriculares Nacionais propõem uma articulação do ensino com a cultura popular tornando assim as atividades com cantigas de roda ainda mais significativa. Dessa forma, as cantigas de roda apresentam uma contribuição para que a criança tenha uma interação com o mundo e com os indivíduos ao seu redor. Do ponto de vista pedagógico, as estas canções infantis são consideradas completas: brincando de roda a criança exercita naturalmente o seu corpo, desenvolve o raciocínio e a memória, estimula o gosto pelo canto. Poesia, música e dança unem-se em
  • 29. uma síntese de elementos imprescindíveis a educação global. Quanto a isso Santos, (2002 p.55) evidencia que. As atividades lúdicas são indispensáveis à criança para a apreensão dos conhecimentos musicais, do desenvolvimento cognitivo, além de possibilitarem o desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos, onde jogos e brincadeiras podem ser uma maneira prazerosa de experimentar novas situações e ajuda - lá a compreender e a interagir mais facilmente com o mundo cultural e estético. . Nas mais diversas culturas, as crianças brincam ao som de músicas envolvendo gestos, movimentos, cantos, danças, estabelecendo relação consigo mesma com o outro e com o mundo. É interessante observar a grande influência que a música exerce sobre a criança. É por isso que jogos ritmados, próprios dos primeiros anos de vida, devem ser trabalhados e incentivados. Jeandot (1990, p. 20). Enfim a música garante às crianças momentos de alegria, descontração, ao mesmo tempo em que proporciona a aquisição de habilidades, atitudes e conceitos referente à linguagem musical e a outros conteúdos. 2.3 O PROFESSOR E AS CANTIGAS DE RODA O debate em volta dos professores e suas práticas são marcadas pela intensa tentativa de reconstrução e reflexão sobre ela, o docente em hipótese nenhuma poderá ser acomodado, pois, os alunos precisam do acompanhamento constante do mediador, já que seu papel essencial é auxiliar o aluno no processo de aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, vol. 2,): Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade e de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano,à transmissão e busca de informação ao exercício da reflexão. (p.30) O educador que escolhe trabalhar com as Cantigas de roda na sala de aula precisará, antes de tudo desenvolver sua criatividade, de forma que lhe dê a perceptibilidade dos objetivos e da metodologia planejada. Em seguida, respeitar o amadurecimento e o desenvolvimento dos alunos em cada etapa, bem como as diferenças sociais, religiosas e culturais presente entre as crianças. Segundo Santos (2002, p.12) A Ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
  • 30. apenas como uma diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora com uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. Nos primeiros anos de vida escolar da criança, o trabalho envolvendo cantigas de roda deverá ser norteado por meio das atividades lúdicas, com intenção de cooperar para o desenvolvimento da percepção e atenção, além de ocasionar a interação entre a criança e o meio social. As cantigas de roda, os ritmos embalados por gestos e movimentos precisam ser componentes da rotina pedagógica do professor. Escolher letras de música apropriadas à faixa etária e a maturidade dos alunos necessita ser preocupação constante do professor. Letras complicadas e que exigem muitos gestos podem comprometer a qualidade da atividade musical por exigir das crianças demasiada atenção para interpretar e ter que parar de cantar para acompanhar os gestos. As cantigas de roda permitem a vivencia de atividades interessantes, assim como a musicalidade das histórias, os contos de fadas e literatura infantil são grandes aliados aos professores, pois se orientando pelas imagens dos livros o educador mostrará aos alunos os sons representados nas figuras. Essa sugestão consegue despertar a atenção e o desenvolvimento e para que essa proposta aconteça com sucesso é recomendável o uso de vasto repertório com canções populares, cirandas, rodas, musicas regionais e do cancioneiro infantil. Rosa (1990) destaca: A importância do educador proporcionar momentos onde a criança descubra, analise e compreenda os ritmos do mundo, através da observação e do contado com instrumentos musicais, com a dança, com o folclore, etc. Deve estar atento a valorizar todas as formas de expressão escolhidas pelas crianças, pois a mesma comunica-se principalmente através do corpo.( p.22) Por tanto as atividades que envolva as cantigas de roda devem ser apresentadas também em textos, pois o escrito unido ao cantado abre possibilidades para o imaginário, auditivo, criativo e sentindo a canção, a criança deixa sensibilizar-se e encantar-se pelas atividades que envolvam a música.
  • 31. A organização do tempo e do espaço é fator fundamental para o exercício de atividades com música. O trabalho com cantigas de roda apóia e valoriza a expressão musical, além de aumentar a autonomia das crianças, esse tipo de atividade pode ser realizado cotidianamente E de acordo com a idade e experiência musical que a criança vem acumulando pode-se inserir nas atividades com música a confecção de instrumentos. Segundo Weigel, (1988): Criar é o ato de originar alguma coisa. Ser criativo é viver adaptando formas de expressões as necessidades da vida. O processo criativo está em desenvolvimento quando somos capazes de criar ou recriar determinadas situações com a qual nos deparamos. Para estimular a criatividade, é necessário que o professor seja criativo para estimular a criança, podendo auxiliar na reelaboração do pensamento para idéias produtivas. A música por si só contribui para o desenvolvimento criativo (p.188). No trabalho com música, os brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais devem ter lugar de destaque, pois ajudam na capacidade de atenção e concentração, mas vale lembrar que voz é o principal recurso para a produção sonora. Dentro desta mesma proposta, o educador poderá direcionar a prática das atividades musicais por meio de projetos pedagógicos e oficinas que interajam vários conhecimentos referente à música principalmente ao que se referem às cantigas de roda. Angotti (2006, p.161) destaca que quando um adulto experimenta sons, explora a música como linguagem, amplia seu repertório musical, entende a importância do brinquedo musical(rodas e brinquedos cantados), conseguindo mudar a sua sala de aula. 2.3.1 O PROFESSOR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA A escola enquanto ambiente que gera construção do conhecimento, busca a realização de atividades que despertem a atenção e cuidado, no desenvolvimento e na formação do aluno. Segundo Marcellino (1997) A escola pode contribuir muito para o resgate do lúdico na infância. Deve haver nela um trabalho educacional que possibilite o aprendizado e o desenvolvimento infantil explorando, por exemplo, jogos,cantigas e brincadeiras com movimento, para tornar o processo ensino- aprendizagem não só mais agradável como mais eficiente. (p.39)
  • 32. Para que haja uma maior qualidade no procedimento educativo o professor deve refletir firmemente a sua pratica pedagógica e constantemente levar para a sala de aula atividades que se tornem prazerosa no cotidiano escolar. Para Santos (2002, p.61) O educador é um mediador, um organizador do tempo, do espaço, das atividades, dos limites, das certezas e das incertezas do dia -a - dia da criança em seu processo de construção do conhecimento. As cantigas de roda podem colaborar, por ser uma atividade que promove o desenvolvimento das crianças, contribuindo muito no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, sugerimos como essa prática, pois além de cooperar para o ambiente escolar permanecer mais contente e afetuoso, oferece uma sensação de calma além de ser um instrumento para auxiliar o aprendizado de vários componentes curriculares. Pereira (2002) afirma que trazer a brincadeira para a escola não é uma questão de “receitas”, pois os educadores precisam se colocar num constante quadro de inquietações, reflexões e revisões de sua prática educacional O professor pode usar a música de diversas maneiras, em sala de aula levando em conta a importância do aprendizado lúdico no desenvolvimento e formação dos alunos. Somente desta maneira os educadores poderão criar situações que possibilitem aos seus alunos condições de construir o seu conhecimento de maneira mais proveitosa e prazerosa. Segundo Mattos (1998): Pensamos uma prática que abra caminhos a um fazer criativo, que propicie a construção de conceitos significativos através do reconhecimento, exploração e utilização de sons e ritmos do repertório natural e cultural, bem como a criação de diversos outros, por meio de jogos e atividades afins. (p. 55) No caso da alfabetização, o professor deverá acompanhar até que ponto as atividades de leitura e escrita estão colaborando para a reflexão da linguagem, e como o aluno está avançando nesta fase. Estas atividades devem ser acompanhadas e estimuladas, de forma clara e objetiva, não se constituindo somente para fins comportamentais e atitudinais, mas como atividades, que valorize a música como uma maneira diferente de enxergar as pessoas e o mundo. Para Zabala (1998, p.209) “O meio mais adequado para nos informarmos do processo de aprendizagem e do grau de desenvolvimento e competência que os meninos e meninas
  • 33. alcançam consiste na observação sistemática de cada um deles na realização das diferentes atividades e tarefas.” CAPITULO III 3. CAMINHOS METODOLÓGICOS A metodologia é entendida como o momento da pesquisa onde se busca os conhecimentos e informações mais detalhada sobre a temática estudada, na perspectiva do alcance de uma possível resposta para os questionamentos, delineamos caminhos utilizando alguns instrumentos que possibilitem desenvolver a pesquisa de forma investigadora, com a finalidade de compreender e perceber o significado que os sujeitos dão ao assunto pesquisado. O trabalho apresentado teve como questão fundamental entender Qual a concepção que os professores dão as cantigas de roda como recurso para aprendizagem. Buscando uma possível resposta utilizamos alguns instrumentos que nos possibilitaram o contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos na pesquisa 3.1 TIPO DE PESQUISA A pesquisa aqui apresentada se caracteriza por qualitativa, pois normalmente este tipo de pesquisa tem peculiaridades de investigar os significados que os envolvidos na pesquisa dão ao assunto.
  • 34. É conseqüentemente uma investigação descritiva que procura por meio de descrições do ambiente pesquisado, pessoas envolvidas, ações é fundamental para identificarmos a questão da pesquisa. Para Ludke e André (1986): A pesquisa qualitativa tem um ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento (...) A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, ia de regras através do trabalho intensivo de campo (p.11) Nessa perspectiva percebemos que esse tipo de pesquisa nos da maior oportunidade de permanecermos em relação direta com os sujeitos pesquisados, proporcionando assim o desenvolvimento amplo da investigação e um resultado que realmente tenha ênfase, achando assim a resposta dos questionamentos. 3.2 LÓCUS DE PESQUISA O lócus escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi a Escola municipal Nossa Perpetuo Socorro, localizada na Quadra B Caminho G no Bairro das Casas Populares no município de Senhor do Bonfim. Seu espaço físico é composto por nove salas de aula, diretoria, secretaria, sala de professores, biblioteca, sala de informática, sala de vídeo, cantina e pátio para recreação. A instituição atende 523 alunos da educação infantil e Ensino fundamental, funciona nos turnos, matutino e vespertino. Possui uma equipe de funcionários composto por dezenove professores, uma coordenadora, uma diretora, uma vice – diretora, além de secretaria, porteiro, serviços gerais e assistentes, mas todos se auxiliam quando a necessidade.
  • 35. A citada instituição foi selecionada como Lócus por permitir o desenvolvimento desta investigação; além do fácil acesso, já tivemos a oportunidade de realizar outros trabalhos durante o andamento do curso de pedagogia. 3.3 SUJEITOS DE PESQUISA O sujeito de pesquisa é uma mina de conhecimento para o pesquisador, pois através de suas informações e elementos do meio pesquisado é que podemos ter o respaldo para poder desenvolver a investigação. Os sujeitos de pesquisa foram sete professores das series de alfabetização da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Para se alcançar os objetivos traçados no presente trabalho, de analisar as concepções que os professores tem sobre a utilização das cantigas de roda para aprendizagem, foram utilizados como instrumentos para nos assistir na coleta de dados, o questionário fechado e o questionário aberto, assim através do emprego destes, percebemos que foram de suma importância no intuito de possibilitar, o contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos, além de desenvolver e alcançar os resultados, a fim de realizarmos o desenvolvimento e análise desta pesquisa. 3.4.1QUESTIONÁRIO FECHADO É um instrumento de grande importância para o desenvolvimento da pesquisa. O questionário fechado foi muito relevante para a efetivação deste trabalho, pois nos possibilitou esboçar o perfil dos sujeitos envolvidos na investigação, obtendo dados como faixa etária, escolaridade, formação tempo de atuação entre outros. Ao se tratar de um instrumento de coleta de dados, e ser de grande importância em uma pesquisa, Marconi e Lakatos (1996) definem o questionário como: É um instrumento de coleta de dados, constituído por uma serie ordenada de perguntas, que devem ser respondido por escrito e sem a presença do investigador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador, depois de preenchido, o pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p. 88)
  • 36. Este instrumento enriquece os dados obtidos, pois permite uma visão da realidade e contexto dos sujeitos envolvidos na pesquisa. 3.4.2 QUESTIONÁRIO ABERTO Outro instrumento utilizado para o andamento da pesquisa foi questionário aberto. Do ponto de vista conceitual encontramos algumas considerações importantes sobre esse tipo de questionário. Marconi e Lakatos (1990) Chamamos de livre ou não ilimitados, são os que permitem ao informante responder livremente, usando a linguagem própria, e emitir opiniões. Possibilita investigações mais profundas e precisas (p.89). Por meio do questionário aberto obtemos respostas dos sujeitos a serem investigados, sem influenciá- los, além de ser um instrumento respeitável por originar as respostas necessárias à pesquisa é um método e rápido e Prático no qual os pesquisados se sentem mais livres para responder os questionamentos. É importante ressaltar que com questões norteadoras sobre o tema e a analise de dados podemos compreender a visão dos sujeitos desta pesquisa e a conexão dos mesmos ao nosso elemento de estudo, seus ponto de vista, suas interações e conhecimentos sobre o assunto tratado, os dados alcançados por meio do questionário foram salientes e expressivos para o diagnóstico e desenvolvimento deste trabalho.
  • 37. CAPITULO IV 4. ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÕES DOS RESULTADOS No presente capitulo apresentamos as análises e interpretações dos dados que foram alcançados por meio dos seguintes instrumentos: questionário fechado, questionário aberto. No qual obtivemos informações importantes a partir do contexto estudado e nas revelações dos sujeitos. Todos os detalhes foram considerados importantes, pois, nos possibilitaram traçar, a partir dos dados coletados, o perfil dos sujeitos e suas da concepções sobre a utilização das cantigas de roda no processo da aprendizagem. 4.1 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO FECHADO PERFIL DOS PROFESSORES 4.1.1QUANTO AO GÊNERO GRÁFICO 1 Figura 1 Gênero dos Sujeitos
  • 38. 0% Feminino Masculino 100% Fonte: Questionário Fechado Aplicado aos Sujeitos A partir da amostra do gráfico observamos que 100% dos sujeitos pesquisados são do sexo feminino, perante a este fato compreendemos que a mulher ainda é maioria no cenário da educação infantil. Novaes (1992, p.105) Afirma que tradicionalmente, nas escolas a professora é vista como “segunda mãe”. E continua destacando que a incorporação da mulher na função docente foi justificada como uma extensão das atividades femininas além dos limites domésticos. Nessa correlação de pensamentos, compreendemos que na maioria das vezes a função da mulher ainda esta relacionado ao cuidar ou até mesmo em função de prendas domésticas. Dessa forma é ratificada a descaracterização da profissão docente, pois como nos alerta Novaes (1992, p.95) (...) professora não é mãe, não é tia, professora é professora e tem que se assumir como tal. 4.2.2 NÍVEL DE ESCOLARIDADE – GRÁFICO 2
  • 39. Figura 2 Nível de Escolaridade Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos Dos Sujeitos pesquisados, 14% têm a formação somente no magistério, outros 14% nível tem superior em outro curso, 29% possuem nível superior incompleto em pedagogia e 43% dos professores questionados tem nível superior completo no curso de pedagogia. Constatamos que há uma porcentagem bastante significativa de professores com nível superior, isso evidencia que os docentes estão buscando uma formação acadêmica, uma vez que esta o instiga a compreender o processo educacional, além de auxiliar o professor a refletir sobre sua prática, a formação acadêmica se apresenta essencial na educação atual. Percebemos que a qualificação dos professores contribui muito para a qualidade de ensino, mas não deve ser vista somente no aspecto de acúmulo de conhecimento como nos faz refletir Angotti (2006): A formação docente não pode ser vista apenas como um processo de acumulação de conhecimento de forma estática, como cursos, teorias, leituras e técnicas, mas sim como a contínua reconstrução da identidade pessoal e profissional do professor. Esse processo deve estar vinculado à concepção e à análise dos contextos sociais e culturais, produzindo um conjunto de valores, saberes, e atitudes encontrados nas próprias experiências e vivências pessoais, as quais imprimem significados ao fazer educativo (p.164). Nesta perspectiva a autora nos faz perceber que a formação apenas, não garante tal qualificação é necessário que esta venha contornada de uma reflexão sobre a sua prática, quanto maior e mais rica for
  • 40. sua história de vida e profissional, maiores serão as probabilidades dele, desempenhar uma prática educativa, consistente e significativa. 4.2.3 FAIXA ETÁRIA GRÁFICO 3 Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos Com relação à faixa etária das professoras, podemos analisar por meio do gráfico que o maior percentual encontra-se entre 25 a 30 anos, representando 72% dos docentes, e a menor porcentagem correspondem empatados entre 30 a 40 anos e acima de 40 com 14%. Constatamos que os sujeitos em questão são pessoas jovens mais que possuem um nível de maturidade na arte de lecionar. Contudo na educação a idade não é empecilho para que o educador mostre um grau de amadurecimento na realização de sua função, o mais importante de acordo com Garcia (1998, p.222) é trocar os saberes e experiências de cada um, e perseguir outros conhecimentos, de preferência, juntos em grupos. Desta maneira averiguamos que para educação, o que verdadeiramente importa é o grau de amadurecimento do professor, que este esteja sempre liberando sua potencialidades, buscando o conhecimento, para uma prática mais significativa. 4.2.4 TEMPO DE ATUAÇÃO NA ARÉA EDUCACIONAL GRÁFICO 4 Figura 4 Tempo de atuação na área Educacional
  • 41. 14% Menos de 5 anos 5 a 10 anos 57% 29% Acima de 10 anos Fonte: Questionário fechado aplicado aos Sujeitos Observamos que em meio ha os sujeitos investigados, 57% atuam na área de educação a mais de 10 anos, 29% de 5 a 10 anos e 14% menos de 5 anos analisando esta questão percebemos, que a maioria dos professores tem uma boa experiência em sala de aula, portanto é indispensável que o educador possibilite que seus potenciais sejam liberados, buscando sempre conhecimentos que permitam uma prática docente voltada ao seu crescimento profissional.Garcia (1998) faz uma reflexão sobre a prática: A professora no exercício de sua prática docente é portadora de uma teoria adquirida no seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em sua relação com as crianças na sala de aula e com sua colegas professoras nas reuniões pedagógicas, nas experiências que vive dentro e fora da escola, nas leituras que faz, nos cursos que participa, nas reflexões que produz (p.21). É importante destacar que processo de atuação não deve ser visto como uma linha reta, ele se dá desordenadamente com avanços, retrocessos, contradições e conflitos. A Garcia (1998, p.55) continua refletindo que “A construção de uma nova prática está intimamente relacionada à possibilidade da professora experimentar, criar, ousar, investigar sobre suas intervenções (...) 4.2.5 TEMPO DE ATUAÇÃO NAS SERIES DE ALFABETIZAÇÃO
  • 42. Figura 5 Tempo de Atuação nas series de Alfabetização 14% Menos de 5 anos Mais de 5 anos 29% 57% Mais de 10 anos Fonte: Questionário fechado aplicado aos sujeitos Através da ilustração do gráfico notamos que a maioria, 57% dos professores que trabalham com alfabetização fazem isso há menos de 5 anos, 29% a mais de 5 anos e 14% a mais de 10 anos. Mas é notável que esses professores são inquiridos a cada vez mais a levar em consideração uma prática pedagógica voltada ao lúdico. Santos (2002 p.40) afirma que O professor alfabetizador deve apropriar- se desse referencial teórico, que estará a serviço de uma reflexão sobre sua prática cotidiana, instigando-o a compreender o processo e não apenas a busca o produto, alimentando suas incertezas e dúvidas, tornando assim seu fazer pedagógico mais rico e desafiador. Sobre isto Zabala (2007) nos faz refletir sobre nos dizendo que: Um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em seu oficio. Geralmente se consegue esta melhora profissional mediante o conhecimento e a experiência: o conhecimento das variáveis que intervêm na prática e a experiência para dominá-las. A experiência, a nossa e a dos outros professores. O conhecimento, aquele que provém da investigação, das experiências dos outros e de modelos, exemplos e propostas. Desse modo deve-se buscar refletir que o educador precisa sempre buscar inovações, sobretudo se tratando de uma área tão peculiar quanto à alfabetização e através das cantigas de roda podemos proporcionar esta possibilidade, pois através da “A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação,
  • 43. indagação, criação, reflexão, socialização que constituem a essência psicológica da educação lúdica”. Almeida (2000, p.31). Com isso refletimos o quão é importante, que o educador independente do tempo de atuação na área educacional busque inovações, sobretudo se tratando da educação nas series iniciais e a música acarreta essa possibilidade de novas descobertas. 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUESTIONÁRIO ABERTO Neste componente analisaremos as informações obtidas através do questionário aberto, conscientes de que esse procedimento demanda atenção e sigilo no que se refere a identificação dos sujeitos, estaremos utilizando um código a letra P acrescida de algarismos para indicar o discurso dos professores envolvidos na pesquisa. 4.2.1 A VISÃO DOS PROFESSORES De acordo com os dados colhidos junto aos professores em estudo, elegemos três categorias para revelar a visão destes em relação às cantigas de roda no âmbito escolar. CANTIGAS DE RODA COMO PRÁTICA PEDAGOGICA Sabendo-se que música independente do gênero esta presente constantemente na rotina pedagógica do docente, todos os professores sem restrição, afirmam que a maioria dos alunos conseguem realizar com desenvoltura as atividades voltadas para a música, o que confirma a boa aceitação desse recurso na sala de aula. Em relação a esta questão, três respostas merecem destaque.
  • 44. Quando os alunos conhecem a música e a letra é fácil de cantar eles cantam e interpretam com mais facilidade; (P4) É interessante, pois nos dias que não estou trabalhando com a música, mas mesmo assim eles estão cantando; (P 1) Quando eles já têm a música na mente, eles têm mais finalidade de por em prática o que esta sendo pedido na atividade. (P5) Podemos analisar a partir das falas que, quando pensamos na questão da aprendizagem , logo nos remetemos a procurar alternativas, que permitam tornar o ensino mais prazeroso e fica evidente que para os professores pesquisados as crianças recebem as atividades que envolvem a música com interesse alegria e muita descontração, e através das cantigas da roda o aluno é reportado a momentos de alegria. Para Almeida (2000, p.48) A criança aprende muito mais depressa quando a linguagem verbal e escrita ao seu redor é mais rica. Em volta dessas falas observamos que a música é vista como uma atividade que desperta o empenho dos alunos e contribui para a construção do conhecimento, e essa aceitação é muito importante, principalmente nesta fase inicial da escola, pois a criança precisa aprender de forma prazerosa, a vantagem de levar aos alunos essas canções tem como circunstância básica, explorar atividades que possibilitem facilitar o processo da leitura e escrita. Para Gainza (1986): [...] o conceito e a prática caminham juntos. Por princípio todo conceito deverá ser precedido e apoiado pela prática e manipulação ativa do som: a exploração do ambiente sonoro, a invenção e construção dos instrumentos, o uso sem preconceito dos instrumentos tradicionais, a descoberta e a valorização do objeto sonoro. Na pedagogia como na arte, a única constante é o movimento, a busca interna e a exploração da realidade circundante. (p.110) Nesse sentido podemos perceber que o fazer pedagógico dos professores precisam ser constantemente explorados sempre adicionando embasamento teórico e planejando as atividades lúdicas.
  • 45. Percebemos que as concepções que elas trazem sobre a música na aprendizagem são de extrema importância. Ao serem indagadas sobre a sua compreensão da música, obtivemos as seguintes respostas Para mim as cantigas de roda devem ser utilizadas pois é uma atividade que auxilia na processo de alfabetização (P1); Na minha concepção as cantigas de roda são de grande valia e pode ser utilizada de várias maneiras através do lúdico, não devemos “Só cantar por cantar” devemos ter sempre um objetivo. (P4); No meu ponto de vista as cantigas de roda desenvolvem o aprendizado nos alunos; (P6) Percebo que através dessas músicas eu consigo proporcionar uma socialização em sala de aula, além de auxiliar nas questões de aprendizagem (P7). Percebemos nas respostas das professoras que eles atribuem grande valor a utilização das cantigas de roda na aprendizagem do aluno transformando conteúdos tediosos m atividades agradáveis de serem desempenhadas. No entanto ficou claro que a maioria entende essa atividade como essencial somente no processo de alfabetização no sentido de memorização, assimilação de conteúdos, no entanto com esta sugestão de utilização da musica é possível valorizar a fala das crianças, iniciarem o gosto pela leitura e estimular a imaginação. Através de todo o discurso levantado nesta pesquisa podemos constatar que a música traz inúmeras possibilidades, tanto na aprendizagem do código oral e escrito, quanto a formação sócio-cultural. Zabala (2007, p.28) Educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs, que não estão parcelados em compartimentos estanques , em capacidades isoladas. 4.2.2 CANTIGAS DE RODA COMO AUXILIADORAS NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM
  • 46. De acordo com os dados colhidos junto aos professores, a música independente do gênero está presente constantemente na rotina pedagógica do docente. Todos os professores sem restrição, afirmam que trabalham com música em suas aulas. Sim, trabalho com música duas vezes na semana, para fixar os conteúdos e em alguns momentos para acalmar a turma.(p 1) Sim! Costumo sempre cantar em momentos como a recepção, quando voltamos do recreio e em algumas atividades pedagógicas. (p 5) Percebemos nas expressões destes professores uma homogeneização no que se menciona à abrangência da música como uma atividade que se reduz apenas ao ensino de conteúdos escolares, ou seja, os professores possuem uma compreensão conteudista, caracterizado pelo ensino tradicional onde se prioriza apenas um aspecto do desenvolvimento humano, consistindo em atividades realizadas com a música que não desenvolve os potenciais das crianças. Para Rosa (1990) “A criança desenvolve os sentidos desde que nasce, por isso um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e desenvolver em todos os sentidos harmonicamente”. Daí então vem a importância de rever as práticas em relação as Cantigas de roda em sala de aula, pois como já foi visto, a música é linguagem podendo ser usada como mediadora da aprendizagem e das interações sociais. Dos professores questionados a maioria concorda que a música faz refletir sobre a escrita e a leitura principalmente a leitura e interpretação e que reescrever a letra das músicas podem gerar reflexão sobre o sistema de escrita e assim avançar em suas hipóteses, mas é necessário que o professor procure explorar todas as possibilidades que a música pode proporcionar. De acordo com Bréscia (2003, p 81) Solicitados a relatarem, a partir da experiência como alfabetizadores, algum caso em que a música funcionou como recurso auxiliar ou como referencia principal no processo de alfabetização dois depoimentos chamaram minha atenção:
  • 47. Fui trabalhar pela primeira vez com música memorizada e depois com o texto fatiado fiquei surpreendida como eles cantando e observando os versos conseguiram colocar na ordem certa. Depois deste dia eles começaram a participar mais das atividades; (P7) Eu tinha alguns alunos no ano passado que não conseguiam nem falar direito e depois que comecei a trabalhar com cantigas de roda, parlendas e outros, então eles começaram a ter mais interesse pela escrita e leitura melhorando o seu vocabulário. (P5) Percebemos na fala destes sujeitos a importância da música como instrumento que promove o trabalho pedagógico, pois ela possui contribuições que potencializam a aprendizagem, e diante de tais revelações, podemos verificar então que os professores percebem o progresso dos alunos nas práticas trabalhadas com a música. Assim podemos averiguar que os professores buscam alternativas simples, mas que o auxiliem no desenvolvimento do seu trabalho, além de ajudar no desenvolvimento dos alunos. Santos (2002, p.39) Assim a criança consolida e constrói suas concepções a partir de suas experiências, ampliando seu conhecimento sobre o mundo, desenvolvendo novas hipóteses, à medida que este processo avança. Outra situação importante a ser analisada é a resposta dos professores quanto aos benefícios da utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem na alfabetização obtivemos as seguintes respostas: A música funciona como motivação mesmo os que não sabem ler “fazem” de conta que já sabem; (P5) Desenvolve a oralidade e a escrita; (P1) As cantigas de roda na minha opinião, proporcionam a socialização dos alunos, desperta o interesse em aprender e é um método fácil de ensino e aprendizagem. Além do resgate da cultura; (P7) As crianças prestam atenção na letra e dessa maneira se torna bem mais fácil o aprendizado do aluno. (P4)
  • 48. Muitas. Além de desenvolver a leitura e a escrita ajuda no raciocínio das crianças (P6) . Podemos considerar a partir dos discursos acima que para esses professores as Cantigas de Roda são verdadeiramente recursos valiosos no processo de ensino e aprendizagem. Nesta circunstância os mesmos fazem referência entre outros aspectos, a ludicidade, à motivação a facilidade de memorização e ao desenvolvimento do raciocínio. Santos 2002 p.12 argumenta que A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal. Social e cultural (...) 4.2.3 AS DIFICULDADES NO TRABALHO COM AS CANTIGAS DE RODA As dificuldades apontadas para o desenvolvimento do trabalho com as cantigas de roda em sala de aula, segundo os professores estão ligadas a diversos fatores: muitas asseguram que não encontram dificuldades no trabalho com música, mas algumas afirmam que: Tenho dificuldades no trabalho com música porque falta de espaço na sala, a quantidade de aluno é muito grande e às vezes perco o controle da turma. (P. 3) Minha maior dificuldade no trabalho com música é a falta de materiais como CDs, Vídeos, aparelho de som, que possam ajudar no desenvolvimento. (P.5) Diante das colocações, percebemos que na fala da P3 as atividades que envolvem a música apresenta dificuldades para acontecer em relação à questão do espaço e da quantidade de alunos em sala de aula, mas mesmo assim percebe-se que apesar dos problemas, a música é vista como algo que faz parte do seu cotidiano, visto quando ela se menciona a perca de controle da turma, revelando que para a professora, a empolgação dos alunos é encarada como uma atitude negativa das crianças para com atividade.
  • 49. Na fala da P5 percebemos a atribuição da dificuldade de trabalhar com a música mediante a falta de recursos matérias, com isso, vemos a necessidade e importância da disponibilização de material didático pela escola, para que o educador seja auxiliado no trabalho com música. Mas isto revela que mesmo a escola não estando preparada para um trabalho eficaz com música ele acontece e de maneira a da suporte as professoras em todos os níveis de educação. Isto nos mostra que apesar de todos os obstáculos encontrados pelos educadores eles sempre procuram uma forma de aproveitar essas canções para ajudar no processo de construção da leitura e escrita e no desenvolvimento pessoal e sócio-cultural. Como evidencia Santos(2002) Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. E aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo (...)P 11 De acordo com tudo que foi apontado, podemos potencializar a análise mostrada nesta pesquisa de que a música e em particular as Cantigas de Roda, quando bem direcionada, torna-se uma importante aliada do professor alfabetizador. De fato foi evidenciado que a maioria dos professores compreende que a música não é um simples recurso de lazer, mas sim uma atividade rica, ocorre sem dificuldade onde o aluno pode perceber a função social da leitura e da escrita e continuam afirmando que as atividades musicais favorecem a obtenção dos objetivos propostos e que ajudam o aluno a avançar no processo de alfabetização. Diante dessas colocações pôde se verificar que na prática pedagógica dos professores pesquisados as cantigas de roda além de outros gêneros musicais estão presentes cotidianamente em sala de aula mais na expectativa de oferecer um suporte ao processo educativo. Por fim é importante ressaltar que as Cantigas de roda ou qualquer outro gênero musical tem função de se aliar a aprendizagem da leitura e escrita, deve-se compreender que ludicidade e educação precisam andar juntas para que a criança possa aprender e mostrar toda a sua capacidade.
  • 50. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo principal desta pesquisa realizada com as professoras da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi analisar as Concepções que as mesmas têm sobre a utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem, para detectar como elas utilizam as cantigas de roda como recurso para aprendizagem. De acordo com teóricos nós percebemos que a utilização da música na aprendizagem da criança é muito importante, pois além de possibilitar o aprendizado através de momentos descontraídos e espontâneos, do mesmo modo ela facilita a socialização, a comunicação e a expressão.
  • 51. Uma coisa é certa, as crianças que estão em nível de alfabetização precisam ser estimuladas e o processo de aprendizagem deve acontecer com prazer, ser norteada e estimulante, para que dessa forma esse processo se conclua com sucesso. Assim se faz necessário entender que a aprendizagem ocorre em todos os momentos. A todo instante ao brincar, ao se relacionar com o outro eles constroem, conhecem e exploram e nessa relação durante atividades habituais é que se praticam atividades lúdicas. De acordo com o que foi coletado através dos nossos instrumentos de pesquisa: questionário fechado e aberto. Averiguamos que todos os sujeitos pesquisados atribuem à música a função de instrumento de suporte, para facilitar o processo de aprendizagem, ficou claro que as professoras se retém somente na questão dos conteúdos escolares, sem uma contextualização histórica, cultural e social. E diante a tudo que foi exposto, consideramos que o trabalho com música na alfabetização, pode auxiliar no desenvolvimento das crianças, a partir do momento que o professor explora esta atividade com uma autêntica finalidade pedagógica, descobrindo as verdadeiras contribuições e significados que ela pode trazer para a sala de aula. Para que o trabalho ocorra de maneira a alcançar os objetivos proposto pelo professor, deve-se planejar as atividade e saber interferir quando necessário. Assim como em outras atividades percebemos que essa atividade também apresenta certas dificuldades, mas cabe ao professor através da reflexão de sua prática resolver estes problemas. Portanto, percebemos a necessidade permanente dos professores estarem sempre se capacitando, participando de cursos, pois, a função de alfabetizar não requer apenas pessoas formadas. Como expressa Angotti (2006) a formação docente não pode ser vista apenas como um processo de acumulação de conhecimento (...) esse processo deve estar vinculado a analise dos contextos sociais e culturais(...) as quais imprimem significados ao fazer educativo. Refletindo sobre esta questão reconhecemos que a maioria dos professores entende que a música é uma ferramenta importante para a aprendizagem, e percebemos que elas se retêm somente na questão da aprendizagem de disciplinas, esquecendo que a música possibilita ir além de questões escolares, como já foi apresentado pelos teóricos a educação através da música vai além do simples aprendizado escolar, através deste recurso podemos ajudar as crianças no desenvolvimento da linguagem e da expressão humana. Para que a música seja vista realmente como uma proposta viável nos espaços
  • 52. escolares e não em situações isoladas e estanques é necessário o desenvolvimento de propostas concretas para a utilização deste recurso. Assim, ao redor de todas essas discussões, acreditamos ter conseguido mostrar e trazer algumas reflexões que poderão contribuir para o trabalho com música na alfabetização. Não queremos com isso destacar a música como um elemento de salvação da educação, mas sim como uma grande aliada ao processo educativo. Em vista disto fica uma sugestão de análise da prática pedagógica dos professores, de forma a não desprezar nem desconsidera o trabalho com música, pois através dela podemos tornar o campo da aprendizagem mais prazeroso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Paulo Nunes, Educação Lúdica: prazer de Estudar. 10ª Ed. São Paulo: edições Loyola, 2000. ANGOTTI. Maristela (Org.) Educação Infantil Para Que Para quem e Por quê? 1ª Ed. Alínea 2006. BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da Prática. 2ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.Língua Portuguesa. Brasília. 2001. BRESCIA Vera Lúcia Vessangno. Educação Musical: Bases Psicológicas e ação Preventiva. São Paulo: átomo, 2003 CASCUDO, Camara - Dicionário do Folclore Brasileiro. Editora Itatiaia. Belo Horizonte, MG, 1988 CAUDURO, V. R. P. Iniciação musical na idade pré-escolar. Porto Alegre: Sagra, 1989. DERVAL, Juan. Aprender na Vida e Aprender na Escola. Porto Alegre, RS: Artmed, 2001. DUTRA, Luiz Henrique de Barros. A Epstemologia da Aprendizagem. Rio de Janeiro: DPRA, 2000.