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 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
    DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
    CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM




     ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS




   CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE
NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE




           SENHOR DO BONFIM
                 2010
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  ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS




   CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE
NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE




           Monografia apresentada como requisito para Conclusão do
           Curso de Pedagogia: Docência e Gestão de Processos
           Educativos da Universidade do Estado da Bahia. UNEB,
           Departamento de Educação Campus VII.

           Orientador Profº Pascoal Eron Santos de Souza




        Senhor do Bonfim - Bahia
                 2010
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                  ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS




               CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE
            NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE




        APROVADA _________ DE _____________________ DE 2010




ORIENTADOR:

___________________________________________________

PROFESSOR PASCOAL ERON SANTOS DE SOUZA




AVALIADOR ( A ): _________________________________________



AVALIADOR ( A ): __________________________________________
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À Deus, Autor da minha vida

À meus pais pela educação, pelo cuidado e amor.

À meus irmãos: Erizan, Manoel, Hugo, Eleilma (AMIGA),
pelo apoio, incentivo e principalmente pelo carinho.

À minha irmã Eliane (in memória), eternamente amada!

À minhas sobrinhas, Julliane e Geysa “minhas monitoras”,
pela torcida.
5




                             AGRADECIMENTOS




À Deus, Autor da minha vida, pela saúde, pela força, pela sua proteção e por esta
oportunidade.


À minha mãe, minha AMIGA, muito amada, companheira de todas as horas, que
esteve presente durante toda essa caminhada, que está presente em todos os
momentos da minha vida, pelas suas orações, pelo seu carinho e pelo seu amor!


À minha sobrinha Julliane, pelo companheirismo, por ouvir as minhas inquietações
com os trabalhos acadêmicos, por estar sempre ao meu lado me incentivando.


À Universidade do Estado da Bahia- UNEB Departamento de Educação CAMPUS
VII.


Aos professores do Curso de Pedagogia: Ana Maria, Beatriz Barros, Claudia Maísa,,
Elizabete Barbosa, Elizabete Gonçalves, Helder Amorim, Jader Rocha,        Joanita
Moura, Lílian Teixeira, Maria da Conceição Curaçá, Ozelito Souza Cruz, Ricardo
Amorim, Rita Braz, Rita Carneiro, Romilson do Carmo, Sandra Fabiana, Simone
Wanderley, Suzzana Alice, Zozina.


Em especial ao meu orientador, Professor Pascoal Eron pela sua competência,
compromisso, profissionalismo e pela oportunidade de compartilhar o seu saber.


Aos colegas da turma de Pedagogia 2006.1, pelos trabalhos realizados juntos, pelo
aprendizado e pelas amizades.


Aos colegas de trabalho, que me acompanharam durante este período pela
colaboração.
6




                                   RESUMO



O presente trabalho monográfico discute sobre as contribuições da ludicidade no
processo de formação docente, na perspectiva dos (as) professores (as) das séries
iniciais do ensino fundamental, com a finalidade de refletir sobre a importância do
lúdico no desenvolvimento da criança, em seus aspectos cognitivo, afetivo, físico e
social. Entendendo que o professor é agente importante no processo educativo,
acreditamos ser pertinente articular discussões referentes à formação docente.
Inicialmente apresentamos uma abordagem significativa em relação ao nosso objeto
de estudo, contextualizando a temática. Em seguida fundamentamos com
embasamento teórico em autores que nos deram respaldo para discussão de
alguns conceitos chave. A metodologia deste trabalho norteou-se mediante pesquisa
qualitativa, na qual utilizamos alguns instrumentos para coleta de dados como
questionário fechado e questionário aberto. Os resultados obtidos mostraram a visão
dos educadores sobre as contribuições da ludicidade no processo de formação
docente.




CONCEITOS–CHAVE: Ludicidade, Formação Docente, Professor.
7




                                         LISTA DE FIGURAS



FIGURA 01 - Gênero ............................................................................................... 35

FIGURA 02 - Faixa etária .........................................................................................35

FIGURA 03 - Nível de escolaridade ........................................................................36

FIGURA 04 - Área de formação ..............................................................................36

FIGURA 05 - Jornada de trabalho / Carga horária ................................................37

FIGURA 06 - Tempo de atuação na área docente ................................................38

FIGURA 07 - Formação continuada .......................................................................38

FIGURA 08 - Ludicidade no curso de formação acadêmica ...............................39

FIGURA 09 - Curso de capacitação na área de ludicidade .................................40
8




                                                     SUMÁRIO




INTRODUÇÃO.......................................................................................................       10


CAPITULO I
1.LUDICIDADE/CONTEXTUALIZANDO..............................................................                             12
1.1 Importância da Ludicidade no desenvolvimento da criança....................                                         12
1.2 Contribuições da Ludicidade no Processo de Formação Docente..........                                               13


CAPÍTULO II
2. DISCUTINDO OS CONCEITOS CHAVE..........................................................                              19
2.1 Ludicidade.....................................................................................................     19
2.2 Formação Docente........................................................................................            24
2.3 Professor........................................................................................................   28


CAPÍTULO III
3. CAMINHOS METODOLÓGICOS.....................................................................                          30
3.1 Tipo de Pesquisa..........................................................................................          30
3.2 Lócus de Pesquisa........................................................................................           31
3.3 Sujeito da Pesquisa.......................................................................................          31
3. 4 Instrumentos e Coletas de Dados...............................................................                     32
       3.4.1 Questionário Fechado.......................................................................                32
       3.4.2 Questionário Aberto..........................................................................              32


CAPÍTULO IV
4- ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA ...................................................                                  34
4.1 Análise dos Questionários Fechados...................................................                               34
     4.1.1 Gênero dos sujeitos.............................................................................             34
     4.1.2 Faixa etária............................................................................................     35
     4.1.3 Nível de escolaridade..........................................................................              35
     4.1.4 Área de formação.................................................................................            36
     4.1.5 Jornada de trabalho / Carga horária...................................................                       37
9




     4.1.6 Tempo de atuação na área docente..................................................                        37
     4.1.7 Formação continuada / Cursos de capacitação...............................                                38
     4.1.8 Ludicidade no Curso de formação acadêmica .................................                               39
     4.1.9 Cursos de capacitação na área de ludicidade .................................. 40
4.2 Analisando as falas dos sujeitos........................................................                         40
     4.2.1 Conceituando Ludicidade ................................................................... 40
     4.2.2 Ludicidade na formação acadêmica .................................................                        42
     4.2.3 Buscando aprimoramento através da formação continuada .........                                           44
     4.2.4 A visão dos educadores em relação ao lúdico o processo de
     ensino-aprendizagem .........................................................................                   45
     4.2.5 Uma análise dos educadores sobre a ludicidade no processo de
     formação docente ........................................................................................       46


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................                50


REFERÊNCIAS....................................................................................................      53


APÊNDICES.........................................................................................................   56
10




                                 INTRODUÇÃO




        No decorrer do processo de formação acadêmica no curso de Pedagogia
tivemos a oportunidade de estudar sobre várias temáticas na área da educação e
que perpassam o contexto social, através de discussões, questionamentos,
articulação de idéias e embasamento teórico através das aulas e constantes
pesquisas para realização de trabalhos acadêmicos. Por exercer a ação docente e
ter a oportunidade de estar em sala de aula percebendo as questões que permeiam
o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, buscamos pesquisar
sobre ludicidade já em alguns projetos anteriores, na perspectiva de um estudo mais
aprofundado nesta área.


        O presente trabalho monográfico apresenta-se com a finalidade de refletir
sobre a ludicidade no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento da
criança no contexto escolar, entendendo que o educador é agente importante no
processo educativo, buscamos desenvolver este trabalho tendo como nosso objeto
de estudo as contribuições da ludicidade no processo de formação docente na
perspectiva dos professores das séries iniciais do ensino fundamental.


        Inicialmente, no Capítulo I apresentamos considerações sobre o nosso
objeto de estudo, contextualizando sobre a importância da ludicidade no
desenvolvimento da criança e as contribuições da ludicidade no processo de
formação docente.


        No Capítulo II, fundamentamos explanando sobre alguns conceitos chave
com embasamento teórico em autores que nos deram respaldo para discussão
dentre eles: Almeida (2003), Candau (1997), Ferreiro (2001), Kishimoto (2009),
Libâneo (1985), Maluf (2003), Nascimento (1997), Piaget (1988), Pimenta (2006),
Reis (2003), Santos (1997), Saviani (2006), Vigotsky (1994), entre outros.


        No Capítulo III, a metodologia mostrando os caminhos que nortearam esta
pesquisa, ressaltando que este trabalho realizou-se mediante constantes pesquisas
11




e estudos sobre à temática e a utilização de instrumentos como o questionário
fechado e o questionário aberto para coleta de dados


       No Capítulo IV, apresentamos o resultado desta pesquisa obtido mediante a
aplicação de questionário com os nossos sujeitos de pesquisa, mostrando a relação
dos sujeitos com o nosso objeto de estudo.


      Por fim, as Considerações finais sobre este trabalho, mostrando o resultado
da pesquisa.
12




                                   CAPÍTULO I




1. LUDICIDADE / CONTEXTUALIZANDO


1.1 Importância da Ludicidade no desenvolvimento da criança


       No contexto escolar, diante das constantes transformações que o mundo
vem passando nas diversas áreas que o homem vive, é necessário um novo olhar
em relação ao processo de ensino-aprendizagem, possibilitando uma aprendizagem
que envolva outros saberes inerentes à formação humana, desenvolvendo uma
prática educativa pautada em valores que perpassam o convívio sócio cultural do
individuo, como a ludicidade, a criatividade e a sensibilidade. Tais saberes já não
podem mais ser vistos como algo que a escola não deva se preocupar ou valorizar,
pois os mesmos são considerados como impulsionadores da auto-realização e
exercem papel importante na construção da personalidade da criança.


       Nos primeiros anos de vida da criança, ocorrem mudanças importantíssimas
em relação a tudo o que se refere à capacidade de movimento dos seres humanos.
A criança passa de uma situação de total dependência das pessoas que cuidam a
uma completa autonomia, do movimento descoordenado e incontrolado ao controle
quase que total dos seus movimentos. Segundo Oliveira (2001) nos falta assumir em
teoria e na prática a construção de concepções claras, de um ideário que expresse a
essência pedagógica, formativa, singular para o momento de vida no qual se
encontra a criança.


       Segundo Almeida (2003), “O ato educativo não é uma ação inconsciente,
espontânea, mas um ato consciente, histórico e planejado” (p.44) Por isso é
fundamental   que     antes   de   concretizá-lo,   definam-se   metas,   prioridades,
considerando para isso o tipo de individuo que se deseja formar, o tipo de
conhecimento e valores que se deseja transmitir estabelecendo os meios
necessários para concretização desse processo.
13




1.2 Contribuições da Ludicidade no Processo de Formação Docente



        Entender a educação como um processo historicamente produzido e o papel
do educador como agente desse processo, implica repensar a formação docente.
Santos (1997), ao adentrar nas questões referentes à docência enfatiza que uma
das formas de repensar os cursos de formação, é introduzir na base de sua
estrutura curricular um novo pilar, além dos cursos teóricos, da prática, destaca a
formação lúdica. Percebendo assim, que a ludicidade tem sido enfocada como uma
alternativa para a formação do ser humano.


        A ludicidade, portanto, implica na formação do professor por estar ligada
diretamente com o lado humano, ontológico,               permitindo a ele um estado de
inteireza e de estar pleno naquilo que faz. Sendo assim, é possível notar a
importância da ludicidade no processo de formação docente. Santos (1997) ainda
ressalta que ”a formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se
como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas
resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a
vida da criança, do jovem e do adulto “(p.14).


        Em relação à expressão lúdica, entende-se que esta, não é manifestação
pura da criança, uma vez que é impregnada da cultura existente, considera-se que a
ludicidade, para além da finalidade de propiciar a inserção dos códigos de linguagem
artística e ainda que tenha como objetivo moldar o gosto dos alunos, deve-se ter
também como intenção, o prazer e momentos que valorizem a liberdade de
expressão e a espontaneidade.


        Almeida (2003), destaca o papel da ludicidade na formação da criança:

                       A educação lúdica além de contribuir e influenciar na formação da criança
                      e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
                      permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática,
                      enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. Sua prática
                      exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação
                      social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e
                      modificação com o meio (p.57).
14




        Assim, o termo lúdico denota prazer, ausência de tensão e de conflito.
Lúdico também se liga à criatividade, à arte, à poesia, à construção e desconstrução
da realidade, envolve um espaço-tempo pautado na imaginação, inventividade,
fantasia e desejo.


        A Instituição escolar, portanto, deve estar atenta ao seu papel e
responsabilidade junto ao educador no intuito de viabilizar um processo educativo
que garanta e oportunize à criança desenvolver-se no seu aspecto físico, emocional,
cognitivo. É importante que desde a pré-escola sejam oferecidas às crianças
atividades onde elas tenham a oportunidade de estar em contato com a ludicidade.
Segundo Piaget (1988), A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa. Quando
as crianças participam de atividades lúdicas, manifestam-se nelas novas buscas de
conhecimento e seu aprendizado será muito prazeroso.


        Maluf (2003); ressalta a importância do professor neste processo:




                       É necessário apontar o papel do professor na garantia e enriquecimento
                       da brincadeira como atividade social do universo infantil. As atividades
                       lúdicas precisam ocupar um lugar especial na educação. Entendendo que
                       o professor é figura essencial para que isso aconteça, criando os
                       espaços, oferecendo materiais adequados e participando de momentos
                       lúdicos (p.31)




        A educadora Ferreiro (2001), já apontava para a importância de se oferecer
à criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança
deverá se sentir como integrante do meio em que está inserida. Para Almeida
(2003), não basta ter um ambiente profícuo para esse trabalho, com muita riqueza
de materiais; é preciso ter professores, educadores preparados para essa nova
concepção de escola. Além de sua formação acadêmica (domínio de conhecimento
específico), é fundamental que os professores redescubram seu papel de
pesquisadores, buscando conhecimentos novos, por meio de leituras, cursos,
entrevistas, palestras, ações que lhes darão embasamento para o novo.
15




       A ação docente sem dúvida necessita de constantes reflexões, pois esse
fazer pedagógico revela que a formação do educador requer articulações entre os
diferentes saberes da formação e os saberes da prática. O docente deve procurar
alternativas que aprimorem sua ação, neste aspecto a formação continuada é
importante, pois ela oportuniza essa atualização de conhecimentos, meios
inovadores para facilitar a ação pedagógica, e permite reflexão sobre a prática
educativa.


       Candau (1997), sobre formação continuada lembra que:



                    A formação continuada não pode ser concebida como meio de acumulação
                   (de cursos, palestras, seminários, de conhecimentos ou técnicas ), mas
                   através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re)
                   construção permanente de uma identidade pessoal e profissional em
                   interação mútua (p.64).




       Diante disso, percebemos a importância sobre a formação docente e
continuada do educador não como acúmulo de cursos, mas com o propósito de
repensar a sua prática pedagógica. Santos (1997), nas suas discussões sobre
ludicidade, salienta que a formação do educador ganharia em qualidade se, em sua
sustentação estivessem presentes os três pilares: a formação teórica, a formação
pedagógica e como inovação a formação lúdica. A autora citada ainda enfatiza
“quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade maior será a chance deste
profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa“ (SANTOS, 1997, p.14).


       É importante que o educador perceba que o papel da ludicidade na prática
educativa vai além do simples brincar, seus objetivos buscam a dimensão da
experiência vivenciada pelo ser humano que se expressa no individual, no coletivo,
no interior e exterior de cada indivíduo. Esse momento lúdico, vivenciado por cada
indivíduo é uma experiência única e pessoal que se constitui em um aprendizado.


       Através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela
aprende novos conceitos, adquire novas informações e têm um crescimento
16




saudável. Segundo Santos (1999), “do ponto de vista pedagógico, o brincar tem se
revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender. Toda
aprendizagem que o brincar proporciona é importantíssima para a formação da
criança em todas as etapas de sua vida. Segundo Maluf (2008):




                   As atividades lúdicas são instrumentos pedagógicos altamente importantes,
                   mais do que entretenimento, são um auxilio indispensável para o processo
                   ensino-aprendizagem, que propicia obtenção de informações em perspectivas
                   e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. A ludicidade é
                   uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo ao
                   aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes habilidades
                   (p.42)




       O brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e
social, pois através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona
idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça
as habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói
seu próprio conhecimento. Portanto ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a
percebemos como uma atividade natural, espontânea e necessárias a todas as
crianças, tanto que o brincar é um direito da criança reconhecido em declarações,
convenções e leis a nível mundial.


       No Estatuto da criança e do adolescente (BRASIL, 1990), é explicitado o
direito ao lazer à diversão e a serviços que respeitem a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.


       É importante ressaltar que todas as atividades das quais as crianças
participam ou pelas quais se interessam, constituem verdadeiros estímulos, que
enriquecem os estímulos perceptivos e operatórios, funções estas que combinadas
com as estimulações psicomotoras, definem alguns aspectos básicos que são
condições para o domínio quer seja da leitura ou da escrita. É nesse processo que
entra o professor, que contribui para as práticas educativas e para que estas
realmente aconteçam, é necessário que os educadores busquem aprimorar seu
conhecimento.
17




           A ludicidade usada no processo educativo é um instrumento que oportuniza
o desenvolvimento do potencial criador do aluno e reflete sua convivência cultural.
Nas atividades lúdicas estão presentes as funções educativas, pois contribuem para
ajudar na formação de sua personalidade, implicando portanto, sempre em alguma
aprendizagem.


           Segundo Kishimoto (2009):




                         Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com
                         vista a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa.
                         Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação
                         intencional da criança para brincar, o educador está potencializando as
                         situações de aprendizagem. (p.36)




           A utilização de recursos lúdicos no processo de aprendizagem possibilita ao
educador desenvolver através de jogos e brincadeiras atividades de leitura e escrita,
em matemática e em outras áreas. O brinquedo envolve regras que são originadas e
representadas pela criança através da ligação com o objeto, por isso que o
brinquedo é a riqueza do imaginário infantil. O jogo entra para contribuir, pois ele é
uma atividade de caráter lúdico,assim como a brincadeira, os dois são sinônimo de
divertimento que pouco se diferenciam, o jogo mantém relações profundas entre as
crianças e as fazem aprender, a viver e a crescer conjuntamente nas relações
sociais.


           O   lúdico,    assim,    propicia    a   facilidade    para    a   aprendizagem,       o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, bem como colaborador para a boa saúde
mental, também como facilitador dos processos de socialização, comunicação e
expressão, além de construtor do conhecimento, pois à medida que a criança
interage com os objetos e com outras pessoas constrói relações e conhecimento
sobre o mundo em que vive.


           Almeida (2003), “ainda afirma que educar ludicamente tem um significado
muito profundo e está presente em todos os segmentos da vida” (p.11). Portanto é
18




importante que o professor descubra e trabalhe a dimensão lúdica que existe em
sua essência, no seu trajeto cultural de forma que venha aperfeiçoar a sua prática
pedagógica.


       Diante do contexto apresentado sobre a importância das atividades lúdicas
na formação da personalidade da criança, no processo de aprendizagem e
construção do conhecimento nas relações e interações sociais, enfim, em vários
aspectos de seu desenvolvimento, e entendendo que o professor é agente desse
processo acreditamos ser pertinente o estudo dessa temática, trazendo a seguinte
questão: Quais as contribuições da ludicidade no processo de formação docente na
perspectiva dos professores (as) das séries iniciais do Ensino Fundamental?



      Portanto o nosso estudo tem como objetivo identificar quais as contribuições
da ludicidade no processo de formação docente na perspectiva dos professores (as)
das séries iniciais do Ensino Fundamental.



      A construção desta pesquisa é relevante, pois busca um estudo aprofundado
sobre a temática aqui abordada, trazendo discussões significativas, no intuito de
contribuir para uma reflexão sobre a formação docente repensando a prática
pedagógica.
19




                                  CAPÍTULO II




2. DISCUTINDO OS CONCEITOS - CHAVE



        Neste capítulo faremos uma abordagem teórica do nosso objeto de estudo,
explanando sobre alguns conceitos-chave como ludicidade, formação docente,
professor, na perspectiva de dimensionarmos um novo olhar, pautado numa
aprendizagem que envolva saberes inerentes à formação humana, implicando
valores que perpassam o convívio social e cultural da criança. Apresentaremos um
estudo mais aprofundado sobre ludicidade, percebendo sua importância no processo
de desenvolvimento da criança. Entendendo que o professor é agente desse
processo, é relevante as discussões sobre a preparação e formação dos
educadores.


2.1 Ludicidade


        A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão
incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta
daquele que joga, que brinca, que se diverte. O lúdico faz parte da atividade humana
e caracteriza-se por ser espontâneo. Na atividade lúdica não importa somente o
resultado, mas a ação, o movimento vivenciado. Segundo Luckesi (2002) o que
caracteriza o lúdico “é a experiência de plenitude que ele possibilita a quem o
vivencia em seus atos” (p. 96).


        A abordagem deste tema nos remete a discussões referentes à infância, por
serem as atividades lúdicas a essência da infância. Retomando um pouco a história
e a evolução do homem na sociedade, notamos que nos diferentes contextos sociais
e culturais de variadas épocas existia uma visão diferenciada de infância, mas a que
mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto. A
criança nem sempre foi considerada como é hoje, antigamente ela não tinha
existência social era considerada miniatura do adulto, seu valor era relativo, com
base na classe social a que pertencia. Nas classes altas era educada para o futuro
20




e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho
colaborando na geração da renda familiar.


        Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na
humanidade desde seu inicio, também não tinham a conotação que têm hoje, eram
vistos com o objetivo de distração, do recreio. No entanto hoje a visão de infância,
dos jogos e brinquedos é totalmente diferente, em um contexto social que
apresenta-se com outros valores e conceitos.


         Kishimoto (2009) referindo-se a infância, ressalta que:



                    Hoje a imagem de infância é enriquecida, também, com o auxílio de
                    concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de
                    brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do
                    conhecimento infantil (p.21)




        A instituição escolar, portanto deve estar atenta para a importância do
brinquedo, das brincadeiras e a utilização de jogos educativos como instrumentos
que podem auxiliar no processo de ensino aprendizagem, sendo que, ao mesmo
tempo que possibilita dinamizar as aulas estará contribuindo positivamente para o
desenvolvimento da criança no seu aspecto físico, intelectual e suas interações no
convívio social.


        Santos (1997), em suas discussões sobre a temática, afirma:




                    Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho,
                    aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a
                    pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade.é
                    aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. E oferecer várias
                    ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos,
                    aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as
                    circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a
                    vida (p.11)
21




       A ludicidade exerce um papel importante no processo educativo, pois
interage de forma positiva na aprendizagem da criança, sem impor uma
aprendizagem sistemática, mecânica, conteudista, mas criando uma base sólida, um
alicerce para a construção de conhecimentos e desenvolvimento do indivíduo nas
suas interações sociail. “A educação consiste, pois, de uma prática social que
envolve o desenvolvimento dos indivíduos no processo de sua relação ativa com o
meio natural e social. (LIBÂNEO, 2000, p.114)


       É importante a utilização de mecanismos que envolvam a criança permitindo
uma interação e socialização no seu convívio dentro do contexto escolar. Ferreiro
(2001), atenta para esta questão ressaltando que toda educação infantil teria por
finalidade provocar uma autêntica participação das crianças em sua própria
educação. Desta forma, o educador deve proporcionar momentos prazerosos de
aprendizagem, promovendo atividades lúdicas, utilizando recursos pedagógicos
como jogos educativos, brincadeiras, visando despertar o interesse e a participação
da criança no seu processo de formação e aprendizagem.


       Kishimoto(2009),apresenta discussões sobre esses recursos na educação



                   Na vida da criança, para além do entretenimento, o jogo ganha espaço
                   através da focalização de suas propriedades formativas consideradas sob
                   perspectivas educacionais e progressistas, que valorizam a participação ativa
                   do educando no seu processo de formação (p.166)




       Para Maluf (2003): “A busca do saber torna-se prazerosa quando a criança
aprende brincando. E é possível através do brincar, formar indivíduos com
autonomia motivados por muitos interesses e capazes de aprender rapidamente”. (p.
09). Portanto, é importante que o educador introduza na prática de sala de aula a
ludicidade como um meio que contribui para tornar a aprendizagem algo prazeroso,
envolvendo uma dimensão de conhecimentos valorosos e significativos.


       A ludicidade utilizada na prática educativa deve ser vista de forma
significativa, criando um ambiente alfabetizador, oportunizando a criança construir
22




conhecimentos através das atividades propostas, viabilizando um processo de
interação dentro da sala de aula, no qual a criança possa desenvolver suas funções
psicológicas, intelectuais, potencializar a interação social, percebendo-se como um
indivíduo sociável.


        Cabe à instituição escolar junto ao professor promover este momento lúdico
no decorrer das aulas, durante o desempenho das atividades, relacionando e
interligando os conteúdos pedagógicos propostos pela escola, na perspectiva de
desenvolver uma metodologia que envolva os indivíduos no processo de
aprendizagem, disponibilizando tempo para proporcionar interações sociais dentro
do contexto escolar. “Os conteúdos veiculados durante as brincadeiras infantis, bem
como os temas de brincadeiras, as oportunidades para interações sociais e o tempo
disponível são todos fatores que dependem basicamente do currículo proposto pela
escola “(KISHIMOTO, 2009, p.39).


        A aprendizagem da criança está relacionada ao seu desenvolvimento, pois a
medida em que a criança aprende ela está se desenvolvendo intelectualmente,
cognitivamente, desenvolvendo o raciocínio, por isso é importante que o processo
de aprendizagem seja realizado dentro de uma proposta que vislumbre o potencial
de desenvolvimento infantil. Segundo Vigotsky (1994) “A aprendizagem e o
desenvolvimento estão estreitamente relacionadas, sendo que as crianças se inter-
relacionam com o meio objetal e social, internalizando o conhecimento advindo de
um processo de construção” (p.103). É importante que o professor utilize objetos
concretos para que as crianças possam manipular, recursos pedagógicos educativos
para favorecer a aprendizagem. Kishimoto (2009), afirma:



                      Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações
                      mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações
                      sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo contempla
                      várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências,
                      contribuindo para o desenvolvimento infantil. (p.36)



        É importante que o professor realize sua prática docente utilizando recursos
que propicie o desempenho da criança, na construção do conhecimento através de
materiais pedagógicos educativos que permitam a interação com outras crianças
23




com trabalhos que estimulem sua criatividade. Kishimoto (2009), fala sobre a
importância de o professor estar trabalhando com jogos e trabalhos artísticos na
escola, para que possa ser produzidos caminhos para a construção de uma
pedagogia da criança ajudando-a a elaborar os seus conceitos para organizá-los em
seus pensamentos.


        O desenvolvimento dessas atividades tem uma papel significativo, pois
estimulam o interesse, instiga a criança à participar desse momento lúdico,
prazeroso, que investe na aquisição de conhecimentos, potencializando a
aprendizagem. Maluf (2003) afirma que “quanto mais a criança participa de
atividades lúdicas novas buscas de conhecimentos se manifestam, seu aprendizado
será sempre mais prazeroso” (p.32). Desta forma é importante que o professor
desperte o prazer e a busca pelo conhecimento.


        Portanto é importante que os educadores percebam o valor, do brincar, na
vida da criança, entendendo que os recursos pedagógicos como jogos educativos,
trabalhos artísticos, objetos concretos, o brinquedo, a brincadeira são essenciais
para potencializar o desempenho na aprendizagem. Pois através do brincar a
criança pode construir conhecimentos desenvolvendo habilidades de coordenação
motora, relacionar idéias, trabalhando assim o raciocínio lógico, visando tornar o
ambiente alfabetizador agradável e prazeroso, no qual a criança sinta-se a vontade
para participar e interagir.


        Santos (1997), também reforça sobre a concepção do brincar:



                     Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e
                     social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceito,
                     relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e
                     corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na
                     sociedade e constrói seu próprio conhecimento (p.20)




        É relevante ressaltar o papel do professor nesse processo, pois segundo
Almeida (2003) “O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica, está
garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo, Nada será feito se ele não
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tiver um profundo conhecimento e pré disposição para levar isso adiante” (p.63),
sendo assim é fundamental a intervenção do professor na realização destas
atividades.


        A ludicidade é essencial na aprendizagem e no desenvolvimento infantil,
desta forma, o educador que apresenta-se como facilitador do processo ensino-
aprendizagem, dentro da instituição escolar, deve estar preparado para o seu fazer
pedagógico, possibilitando dentro desta perspectiva o desenvolvimento da criança,
mediante a utilização de atividades lúdicas que contribuam para potencializar o seu
aprendizado.


        O educador, sendo agente importante no processo educativo, deve estar
atento a sua função, buscando aprimorar seus conhecimentos, investindo na sua
formação, visando o aperfeiçoamento da ação docente através de cursos de
capacitação e formação continuada, para que ele possa ter acesso à conhecimentos
que sejam pertinentes à sua área de atuação propiciando assim, o desenvolvimento
de um trabalho significativo, pautado em uma aprendizagem que seja direcionada ao
desenvolvimento do educando, envolvendo valores que perpassam o convívio social
e que sejam inerentes à sua formação.


2.2 Formação Docente


      As discussões sobre formação de professores apresentam-se hoje como
tema de destaque em variados cenários. Da parte dos órgãos governamentais,
nunca houve tanta ênfase na função dos professores como agentes das mudanças
requeridas pela nova ordem mundial. A formação docente emerge com a
necessidade de se ter pessoas capacitadas para dar continuidade e desenvolver a
prática de ensino dentro da instituição escolar. Conforme Pimenta (2006):



                   Os próprios professores de variadas formas, mostram a premência por ações
                   de formação que dêem conta de atender as reais necessidades da escola,
                   que se apresenta real, multifacetada, carregada de ambigüidade e
                   contradições, a semelhança da sociedade (p.167)
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        Diante das constantes transformações que o mundo vem passando, nas
diversas áreas, frente aos avanços tecnológicos, a globalização, é imprescindível a
busca por conhecimentos que aprimorem o trabalho docente. A formação de
profissionais da educação é essencial para o desenvolvimento da prática educativa
e deve fazer parte da carreira do educador. Reis (2003,p.41), salienta que “a
formação continuada não pode estar vinculada somente ao acúmulo de
conhecimentos”. O educador deve estar atento ao desenvolvimento da ação docente
no cotidiano repensando a sua prática.


        O docente deve buscar alternativas que contribuam para o aprimoramento
da ação pedagógica, neste aspecto é importante ressaltar a formação continuada
como um elemento indispensável no processo educativo, pois oportuniza ao
educador atualizar seus conhecimentos através de cursos, seminários, palestras,
não visando apenas o acúmulo de saberes, mas na perspectiva de uma visão
reflexiva sobre a prática pedagógica, percebendo que a formação de professores
requer articulações entre os diferentes saberes da formação/ teoria e prática/ ação
pedagógica.


        A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, promulgada em
1996 traz em seu texto, no Artigo 61, a seguinte definição:


                      Art. 61- A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos
                      objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características
                      de cada fase de desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:

                      I- a associação entre teoria e prática, inclusive mediante a capacitação em
                      serviço;

                      II-aproveitamento da formação e experiência anteriores em instituição de
                      ensino e outras atividades.


        É importante ressaltar sobre o texto apresentado no Artigo 61 (inciso I) da
Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) que fala sobre “a associação
entre teoria e prática”, esta associação é imprescindível, pois, na instituição escolar,
na prática de sala de aula, o educador, através dos conhecimentos teóricos
adquiridos no processo de formação, poderá potencializar a ação docente
articulando os saberes da teoria e da prática ”É através da prática que o professor
26




realiza, no cotidiano da escola, em contato com alunos concretos, que a sua
competência adquire um sentido mais pleno, porque incorpora a realidade situada e
datada historicamente” (LELIS, 1989, p.20). Portanto, a formação do professor é
importante para o desenvolvimento da ação educativa.


        É fundamental para atuar na área educacional, o preparo do professor
através do processo de formação, pois a aquisição de conhecimentos teóricos são
relevantes para o desenvolvimento da prática. Conforme Reis (2003), “a teoria é
importante na formação de todo profissional, mas deve ser direcionada para a
prática para os problemas reais do dia-a-dia das escolas, favorecendo uma reflexão
e intervenção na prática pedagógica” (p.31). Este direcionamento é importante na
perspectiva de trabalhar com conhecimentos que perpassam o convívio sócio-
cultural do educando.


        No que se refere à formação do professor para atuar na educação básica a
Lei de Diretrizes e Base da Educação no Artigo 62, TÍTULO VI, Dos Profissionais da
Educação, fala sobre a formação de docentes para atuar na educação básica,
estabelecendo:


                     Art.62 A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
                     nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
                     Universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
                     formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas
                     primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
                     modalidade normal.




        Portanto, faz-se necessário que os educadores tenham esta formação
admitida como mínima para atuar nas séries iniciais do ensino fundamental
apresentada na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, explicita
no Artigo 62 “(...) far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério (...)”


        A formação docente deve oportunizar ao educador conhecimento e
preparação assegurando o desenvolvimento da prática pedagógica, permitindo
27




adquirir habilidades e competências necessárias para o exercício e desempenho da
prática educativa, pois, “a formação dos professores deve ser vista como um
trabalho de constante reflexão, construção e reconstrução da identidade pessoal e
profissional” (REIS, 2003, p.42). É importante esta reflexão por parte do educador
visando um ensino de qualidade, pautada em uma aprendizagem que envolva
saberes, princípios e valores inerentes à formação do indivíduo.


           Além da aquisição de conhecimentos teóricos específicos na sua área os
curso de formação deve oportunizar ao educador uma visão ampla em relação aos
conhecimentos e saberes inerentes ao exercício da ação docente e também ter
uma postura de pesquisador, levantando questionamentos, fazendo indagações e
reflexões sobre a sua prática pedagógica. Segundo Candau (1997), ”A formação de
professores supõe um enfoque multidimensional. Nela o cientifico, o político e o
afetivo devem estar intimamente articulados entre si e o pedagógico.” A autora
citada ainda refere-se ao domínio do educador em uma área específica, ressaltando
que “o domínio consistente de uma área específica, supõe uma adequada
compreensão da construção do seu objeto dos diferentes enfoque metodológicos
possíveis e suas respectivas bases epistemológicas” (CANDAU, 1997,p.46).


           Candau (1997), nesta linha de pensamento, ainda enfatiza:



                      A dimensão política em intima relação com a científica, supõe uma
                      perspectiva clara do papel social do conhecimento em questão, do tipo de
                      sociedade e de homem que se quer ajudar a construir, da realidade que se
                      quer compreender, desvelar e transformar. Supõe também uma consciência
                      crítica sobre o papel da ciência da educação e do professor na sociedade em
                      que vivemos. Quanto à dimensão afetiva, afirma que ensinar supõe interação
                      humana, envolvimento emocional, prazer, compromisso (p.46).




           Desta forma, percebemos os vários aspectos que podem ser articulados no
processo de formação docente, os níveis e área de conhecimentos, as dimensões
que podem ser abrangidas dentro desta proposta de formação, envolvendo uma
diversidade de saberes, em vários aspectos, o político, o científico, o pedagógico, o
afetivo.
28




       Nascimento (1997), sobre formação de professores, ressalta que:



                   A formação de professores deve ser compreendida como um processo global
                   e precisa assegurar a formação integral da pessoa, do cidadão, do
                   profissional. No entanto é possível verificar que as estratégias de formação,
                   que tem sido utilizado com mais freqüência em nosso país têm estado
                   voltadas, preferencialmente, para a formação do profissional, de uma forma
                   praticamente pautada da formação da pessoa e do cidadão (p.76)




       Dentro de uma perspectiva de formação de professores para atuar nas
séries iniciais vale ressaltar as discussões de Santos (1997), quando a autora
menciona além da formação teórica, da prática aponta a formação lúdica como uma
forma de repensar os cursos de formação docente, ressaltando que ludicidade na
formação deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de
suas possibilidades e limitações favorecendo o desempenho da prática pedagógica.


2.3 Professor


       A instituição escolar, espaço formal da educação, implica à responsabilidade
e o compromisso para com a sociedade de desempenhar a prática educativa,
pautada em valores que perpassam o convívio social, viabilizando um processo de
aprendizagem que possibilite ao individuo desenvolver suas funções intelectuais,
morais e a prática social. Segundo Libâneo (2000):



                   A educação consiste, pois, de uma prática social que envolve o
                   desenvolvimento dos indivíduos no processo de sua relação ativa com o
                   meio natural e social, mediante a atividade cognoscitiva necessária para
                   tornar mais produtiva, afetiva, criadora, a atividade humana prática.(p.114)




       A prática educativa, dentro do contexto escolar realiza-se mediante a
transmissão, assimilação e construção de conhecimentos, esta prática, por sua vez
requer um mediador, um facilitador do processo de aprendizagem. Segundo Libâneo
(1985) “O professor é o elemento mediador entre um aluno ser educável e a
29




sociedade,     através    do    processo      de     transmissão/assimilação          ativa    dos
conhecimentos.” (p.49).


          O professor é agente importante no processo educacional, a ele cabe a
função de desenvolver a prática de sala de aula. Para Arroyo (2007), “ser professor
é muito mais ser profissional da prática do que do discurso“ (p.152), exercendo o
papel de facilitador, promovendo no ambiente de sala de aula as interações sociais
através de atividades que oportunizem a integração dos indivíduos no processo de
aprendizagem permitindo uma aquisição de conhecimentos que auxiliem no
desenvolvimento da sua criticidade, interpretação e questionamento de idéias.


          O papel do professor como agente de valores é uma construção pessoal e
original. Estes valores pessoais resultam de um conjunto de fatores que envolvem
entre outros, a competência dos docentes para ensinar determinada disciplina, sua
maneira de se relacionar com os alunos nas situações de sala de aula e sua postura
como pessoa e como profissional (CASTRO, 2001, p.114). Promovendo, assim um
espaço de construção de conhecimentos e aquisição de valores. Segundo Moura
(2001):


                     O sujeito professor é membro da comunidade e a representa com a
                     incumbência de promover a interação de seus membros de modo que eles
                     possam adquirir códigos culturais que lhes permita executar e partilhar tarefas
                     coordenadas pelo conhecimento comum dos sujeitos (p.144)




           A “ação docente” e o “sujeito professor” estão fortemente relacionados uma
vez, que o professor apresenta-se neste contexto como agente, que interage, que
direciona, que cria meios, viabilizando na sala de aula, o processo educativo.
30




                                   CAPÍTULO III




3. CAMINHOS METODOLÓGICOS


        O pesquisador com o seu olhar de investigador em busca de conhecimentos,
informações sobre a temática estudada na perspectiva de obtenção de dados que
sejam analisados, buscando uma possível resposta de questionamentos, traça
caminhos utilizando-se de alguns instrumentos que permitam desenvolver sua
pesquisa de forma investigadora, sem ter a preocupação de buscar evidências que
comprovem hipóteses definidas, mas com o intuito de perceber a visão dos sujeitos
em relação à problemática, o significado que eles dão ao assunto pesquisado.
Utilizamos assim, alguns instrumentos que nos possibilitaram o contato com o
ambiente e os sujeitos envolvidos na pesquisa.


3.1 Tipo de Pesquisa


        A pesquisa qualitativa, muito usada nas pesquisas educacionais nas últimas
décadas, tem como uma das características investigar os significados que os
envolvidos dão ao assunto pesquisado. Estes significados são obtidos por meio de
palavras e de observações junto ao sujeito de pesquisa, percebendo o contexto no
qual está inserido, suas interações no convívio social.


        Ludke e André (1986), ressaltam que:



                     A pesquisa qualitativa estabelece o contato direto prolongado do
                     pesquisador com o ambiente e a situação em que está sendo estudada.. O
                     material obtido nessa pesquisa é rico em descrições de pessoas, situações
                     e acontecimentos. (p. 11-12).




        Sendo todos os dados da pesquisa relevantes, na qual o pesquisador deve
ter uma atenção especial ao maior número de elementos presentes nas situações de
estudo. Para realizar a pesquisa qualitativa deve-se levar em conta fatos reais,
31




fundamentados em questões metodológicas com a finalidade de observar e analisar
os dados coletado junto aos sujeitos envolvidos na pesquisa. Segundo Lakatos
(1991), “pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a
realidade ou para descobrir verdades parciais.” (p.155).


        Este tipo de pesquisa permite a análise dos resultados numa visão
diferenciada que considera a situação contextual dos sujeitos pesquisados,
considerando-os seres complexos e uma atitude de pesquisador, que procura
desenvolver compreensões sem se apoiar em teoria já constituída.


3.2 Locus da Pesquisa


        O locus da pesquisa propicia ao pesquisador uma vivência que traz
interações entre o pesquisador e o sujeito, oportunizando espaço para investigação,
diálogo, para que consiga perceber a realidade existente.


        O locus foi Colégio Municipal Manoel Ricardo de Almeida, situado no
Município de Campo Formoso-BA. Seu espaço físico é composto por 06 salas de
aulas, diretoria, secretaria, sala de professores, cantina, pátio para recreação,
quadra esportiva. A Instituição atende alunos da Educação Infantil e Ensino
Fundamental, funciona nos turnos matutino e vespertino. A referida instituição foi
escolhida como lócus por possibilitar o desenvolvimento desta pesquisa., na qual já
tivemos a oportunidade de realizar outros trabalhos acadêmicos durante o curso de
pedagogia.


3.3 Sujeito da Pesquisa


        O sujeito de pesquisa é uma fonte de informação para o pesquisador, pois
através de suas ações e discursos, é que o pesquisador terá respaldo para poder
desenvolver a sua pesquisa. Os sujeitos desta pesquisa foram 10 (dez) professores
(as) das séries iniciais do Ensino Fundamental, do Colégio Municipal Manoel
Ricardo de Almeida.
32




3.4 Instrumento de Coleta de Dados


        Para alcançar o objetivo proposto foram utilizados alguns instrumentos, que
nos auxiliaram na coleta de dados e obtenção de resultados para o desenvolvimento
e análise desta pesquisa.


3.4.1 Questionário fechado


        O questionário fechado é um instrumento importante para o desenvolvimento
da pesquisa qualitativa, ele foi relevante para a realização deste trabalho pois nos
permitiu traçar o perfil dos sujeitos envolvidos na pesquisa , obtendo dados como
faixa etária , nível de escolaridade dos sujeitos, área de formação, tempo de atuação
na área docente , entre outros.


Marconi e Lakatos (1996) definem o questionário como:




                    Um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de
                    perguntas que devem ser respondida sem a presença do investigador. Em
                    geral o pesquisador envia o questionário pelo correio ou por um portador,
                    depois de preenchido o pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p.88)




        Este instrumento enriquece as informações, pois possibilita uma visão da
realidade e contexto dos sujeitos envolvidos na pesquisa.


3.4.2 Questionário aberto


        O questionário aberto é uma forma de adquirirmos as respostas dos sujeitos
investigados, sem influenciá-los, no qual os pesquisados se sentem mais livres para
responderem as perguntas. Visto que nos permite uma coleta de dados do problema
pesquisado.


        Através da aplicação do questionário aberto com questões norteadoras
sobre a temática mediante a análise de dados podemos perceber a visão dos
33




educadores/sujeitos desta pesquisa em relação ao nosso objeto de estudo, suas
perspectiva, suas interações e conhecimentos sobre o assunto abordado, Os dados
obtidos através do questionário foram relevantes e significativos para análise e
desenvolvimento deste trabalho.
34




                                 CAPÍTULO IV



4. ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA



       A pesquisa apresentada realizou-se mediante a aplicação de alguns
instrumentos que foram relevantes para a obtenção dos dados que serão aqui
apresentados. O questionário fechado foi de extrema importância, pois nos
possibilitou traçar um perfil dos sujeitos, baseado em dados obtidos através de suas
respostas no questionário, favorecendo a configuração do perfil dos sujeitos,
destacando aspectos como: faixa etária, nível de escolaridade, formação, tempo de
atuação na área docente, entre outros. O questionário aberto constitui-se como
instrumento fundamental para a realização desta pesquisa, pois conseguimos
perceber a relação dos sujeitos com o nosso objeto de estudo, a sua visão e
reflexão sobre as questões que norteiam esta pesquisa.


       Inicialmente apresentaremos o resultado e o percentual dos dados obtidos
no questionário fechado, e por fim analisaremos as informações conseguidas com a
aplicação de questionários abertos.



4.1 Análises dos Questionários Fechados


4.1.1 Gênero dos sujeitos


       Os sujeitos envolvidos na pesquisa, apresentou um percentual em relação
ao gênero: 100% são do sexo feminino. Percebe-se que o resultado desta pesquisa
revela que na educação, nas séries iniciais do ensino fundamental tem uma
presença mais forte de mulheres atuando nesta área.
35




                                  100%
                                                               Feminino




           FIGURA 01/ GÊNERO



4.1.2 Faixa etária


       Os dados obtidos em relação à faixa etária, demonstra uma diversidade em
relação a idade das docentes, 10% tem idade entre 20 e 25 anos. 10% entre 26 e 30
anos, 20% entre 31 e 35 anos, 40% entre 36 e 40 anos, 20% entre 41 e 45 anos.


                        20%              10%
                                               10%
                                                           Entre 20 e 25 anos
                                                           Entre 26 e 30 anos

                                                 20%       Entre 31 e 35 anos
                                                           Entre 36 e 40 anos
                                                           Entre 41 e 45 anos
                40%



        FIGURA 02/ FAIXA ETÁRIA



4.1.3 Nível de escolaridade


       A docência é uma atividade que requer do educador um nível de
escolaridade para o exercício de suas atividades pedagógicas. A Lei de Diretrizes e
Base da Educação Nacional 9.394/96, promulgada em 1996 traz em seu texto no
Artigo 62 referente a formação do educador para atuar nas séries iniciais da
educação básica “(...) far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida,
como formação mínima para o exercício do magistério (...)” Dentre os sujeitos
36




envolvidos nesta pesquisa 70% tem nível superior / graduação e 30% pós
graduação.


                                                    70%

                                                              Nivel
                                                              Superior/Graduação
                                                              Pós Graduação

             30%




          FIGURA 03 / Nível de escolaridade


        O percentual aqui apresentado nos permite perceber que as professoras
buscam aprimoramento para sua ação docente através da formação acadêmica,
pois 70% das educadoras tem nível superior e 30% buscaram ampliar estes
conhecimentos dando prosseguimento aos seus estudos através do curso de pós-
graduação. Sendo que 10% tem especialização em Língua Portuguesa, 10%
Psicopedagogia e 10% em Gestão escolar para coordenação pedagógica.


4.1.4 Área de Formação dos Educadores


        A formação docente, apresentada nesta pesquisa como conceito chave é um
elemento fundamental para a atuação do educador e para aprimoramento do seu
fazer pedagógico. Os índices obtidos no questionário fechado revelam que 80% das
educadoras tem formação na área de pedagogia, 20% tem formação em área
específica (História ).



                                              80%


                                                          Formação em Pedagogia


                                                          Formação Area
                                                          Específica (História)


                   20%


          FIGURA 04 / Área de Formação
37




        É relevante ressaltar a área de formação das educadoras, pois o percentual
da pesquisa nos mostra que 80% tem formação acadêmica na área de pedagogia o
que possibilita ao educador sentir se mais preparado e ter um melhor embasamento
para atuar nas séries iniciais.


4.1.5 Jornada de trabalho / Carga horária


        A carga horária de trabalho é um fator importante que pode interferir na
qualidade do ensino. Os professores precisam ter um momento para que possam
planejar e organizar suas aulas, um tempo disponível para pesquisa, poder atualizar
seus conhecimentos através de cursos de capacitação e formação continuada. A
pesquisa demonstra que 40% exercem jornada de trabalho com carga horária de 20
horas e 60% no regime de 40 horas semanais.




              40%                                       60%
                                                                  20 Horas
                                                                  40 Horas




        FIGURA 05 Jornada de trabalho / Carga horária



4.1.6 Tempo de atuação na área docente


       Os dados obtidos revelam que as educadoras atuam na área docente há
alguns anos, permitindo uma experiência significativa na docência. 30% estão entre
os que tem até 5 anos de trabalho nesta área, 10% entre 6 e 9 anos, 30% entre 10
e 14 anos, 30% mais de 20 anos.
38




                        30%                         30%

                                                                        Até 5 anos
                                                                        Entre 6 e 9 anos
                                                                        Entre 10 e 14 anos
                                                                        Entre 15 e 20 anos
                                                          10%           Mais de 20 anos

                  30%


        FIGURA 06 Tempo de atuação na área docente


        Os saberes da experiência se fundam no trabalho cotidiano e no
conhecimento de seu meio. São saberes que brotam da experiência e são por ela
validados. Incorporam à vivência individual e coletiva sob a forma de habilidades, de
saber fazer e de saber ser. É através desses saberes que os professores julgam a
formação que adquiriram, a pertinência ou realismo dos planos e das reformas que
lhes   são     propostas      e   concebem   o     modelo       de    excelência         profissional.
(CANDAU,1997, p.59).


4.1.7 Formação continuada / Cursos de capacitação


        A formação docente requer constantes reflexões sobre sua prática,
implicando por parte do educador uma busca por ampliar e atualizar seus
conhecimentos. A formação continuada é essencial para a docência. Os dados
obtidos mostram que apenas 10% participa com freqüência, 40% participa um vez
por ano, 40% raramente participa e 10% nunca participa de algum tipo de curso de
capacitação.

                                             10%
                40%                                             Participa com frequencia
                                                     10%
                                                                Participam uma vez por
                                                                ano
                                                                Raramente participa

                                                    40%         Nunca participa




        FIGURA 07 / Formação continuada/ Cursos de capacitação
39




       Nascimento (1997), por formação continuada , compreende:




                   Toda e qualquer atividade de formação do professor que está atuando nos
                   estabelecimentos de ensino , posterior a sua formação inicial, incluindo-se aí
                   os diversos cursos de especialização e extensão oferecidos pelas instituições
                   de ensino superior e todas as atividades de formação propostas pelos
                   diferentes sistemas de ensino. (p.70).




       Os dados obtidos apresentam um percentual insignificante em relação a
oportunidade e participação das educadoras nos cursos de formação continuada.


4.1.8 Ludicidade no curso de formação acadêmica


      Através das explanações feitas sobre ludicidade, nosso objeto de estudo, na
perspectiva de estar buscando um aprofundamento e mais conhecimento na área
devido a sua importância na vida da criança e entendendo que o professor é agente
importante neste processo, é imprescindível a ludicidade na formação do educador .
O percentual apresentado mostra um resultado significativo, 70% das docentes
tiveram a oportunidade de estudar sobre ludicidade nos cursos de formação
acadêmica, 30% não tiveram essa formação.




            30%
                                                            Estudaram ludicidade na
                                                            formação acadêmica


                                                            Não estudaram
                                                            ludicidade na formação
                                                     70%    acadêmica




         FIGURA 08 / Ludicidade nos cursos de formação acadêmica
40




4.1.9 Cursos de capacitação na área de ludicidade


       Os dados obtidos em relação a participação das professoras em cursos
revelam que 50% já participaram de cursos na área de ludicidade e 50% nunca
participaram de cursos nesta área.




           50%                                              Participaram de curso
                                                     50%
                                                            na área de ludicidade


                                                            Não participaram de
                                                            curso na área de
                                                            ludicidade




         FIGURA 09 / Curso de capacitação na área de ludicidade



       É importante que o educador busque aprimorar sua prática pedagógica,
participando de cursos, nos quais, possa adquirir conhecimentos inerentes à sua
prática de sala de aula, ressaltando que os conhecimentos na área de ludicidade
são relevantes, uma vez, que contribuem para o processo de ensino aprendizagem
e o desenvolvimento da criança.


 4.2 ANALISANDO AS FALAS DOS SUJEITOS


A relação dos sujeitos com o objeto de pesquisa


       Os resultados aqui apresentados foram obtidos através do questionário
aberto aplicado aos sujeitos envolvidos nesta pesquisa. Os resultados não são
afirmações com caráter de verdade absoluta, mas questões para serem refletidas.


4.2.1 Conceituando ludicidade

       No decorrer da pesquisa buscamos um estudo mais aprofundado sobre
ludicidade e vimos que está relacionada ao lúdico, palavra que se origina do latim e
41




significa brincar, neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos, as brincadeiras.
Percebemos a importância das atividades lúdicas na vida da criança, no seu
processo de formação e desenvolvimento cognitivo, social, motor e no aspecto
físico. Ao abordar sobre ludicidade nos referimos à criança por serem as atividades
lúdicas a essência da infância. No contexto escolar enfatizando principalmente nas
séries iniciais, na qual a criança está na fase de descobertas, de desenvolvimento, o
trabalho com atividades lúdicas são de grande importância, pois exercem um papel
fundamental neste processo.


        Através do questionário aberto utilizamos algumas questões norteadoras
relacionadas à temática, e buscamos inicialmente o conceito de ludicidade na
perspectiva das docentes das séries iniciais. Para preservar a identidade das
docentes utilizaremos um código para identificar sua fala: a letra P seguida do
número indo arábico.


                       “Acredito que é mais um instrumento de trabalho. Porque o docente tem a
                       liberdade de utilizar jogos, brincadeiras e materiais concretos em sua
                       prática, com o objetivo de desenvolver o raciocínio e a interpretação dos
                       conteúdos propostos”. (P.01)

                       “Sem dúvida ludicidade é indispensável nas primeiras séries do Ensino
                       Fundamental, è um período em que a criança viaja no mundo da
                       imaginação. Portanto o brincar na escola auxilia na descoberta da
                       aprendizagem”. (P.02)

                       “Que é um processo importante, que não pode faltar na sala de aula,
                       principalmente nas séries iniciais”. (P.05)

                       “Palavra usada para o trabalho feito com jogos e brincadeiras a fim de
                       Incentivar os alunos a terem mais prazer ao aprender”.(P.09)



        É importante ressaltar sobre a fala de P02 quando enfatiza ”Sem dúvida
ludicidade é indispensável nas primeiras séries do ensino fundamental”, podemos
perceber que a professora reconhece a importância da ludicidade na prática
educativa. P.05 reforça o conceito de P.02, afirmando “que não pode faltar na sala
de aula principalmente nas séries iniciais” (P.05).


        Existe uma ligação na fala de P01 e P.09 quando destacam os jogos, as
brincadeiras como um instrumento que pode auxiliar no trabalho de sala de aula.
P.04 também conceitua de forma semelhante, “que tem a ver com lúdico, relativo a
42




jogos”. Em relação ao jogo, Kishimoto (2009), afirma: ”O jogo não pode ser visto
apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece
o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral”. A autora citada ainda
enfatiza o uso do jogo com fins pedagógicos: “O uso do brinquedo / jogo educativo
com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para
situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil”. (Kishimoto,2009,
p.36)


        O conceito de P.03 e P.10, refere-se a ludicidade como “algo que torna as
aulas alegres, divertidas, prazerosas” e que pode tornar a “aprendizagem
agradável”. P07 e P.08 falam de ludicidade como um meio que possibilita a criança a
“compreender o mundo de forma alegre e significativa”, tornando “a aprendizagem
atraente e eficaz”.


         Percebe-se que P.06 através de sua fala, “O lúdico é uma necessidade do
ser humano em qualquer idade (...), “facilita a aprendizagem e o desenvolvimento
pessoal, social e cultural”, está plenamente de acordo com o que diz Santos, (1997):




                      A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não
                      pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto
                      lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e
                      cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para o estado
                      interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação,
                      expressão e construção do conhecimento. (p.12).



        Portanto, a ludicidade exerce um papel importante no desenvolvimento do
indivíduo, pois ela interage e auxilia no seu desenvolvimento em vários aspectos,
colaborando não apenas para realização de atividades prazerosas, mas sendo
direcionada à construção de conhecimentos e dos processos de socialização.


4.2.2 Ludicidade na formação acadêmica


        Através dos conceitos concernentes à ludicidade, apresentados pelas
docentes, é possível perceber que elas reconhecem o papel da ludicidade na prática
educativa e no processo de desenvolvimento da criança. Diante da importância das
43




atividades lúdicas na vida da criança, e entendendo que o educador é agente
importante nesse processo, levantamos o seguinte questionamento: No processo de
formação acadêmica quais as contribuições que você teve na área de ludicidade
(embasamento teórico, prática)? Qual a sua análise sobre esses conhecimentos
para o desenvolvimento da prática docente?


                    “Apenas na parte prática. A mesma contribui para as aulas ficarem mais
                    interessantes e prazerosas, facilitando a aprendizagem dos alunos”. (P.01)

                    “Embora já enxergasse ludicidade como conteúdo, na pedagogia o
                    processo de formação acadêmica contribuiu para fortalecer a metodologia
                    adquirir mais conhecimento nesta área”.(P.02)


                    “Foi através deste embasamento teórico e prático que tive mais
                    conhecimento na área. Pois as atividades lúdicas descansam e divertem os
                    alunos e tornam as aulas mais descontraídas quando são bem
                    desenvolvidas”. (P.03)


                    “Jogos e brincadeiras resgatando a cultura de forma interessante, pois os
                    mesmos trazem valores culturais, respeito e conhecimento no meio em que
                    vive. Portanto o lúdico torna-se um conhecimento necessário para abordar
                    objetivos em todas as disciplinas”. (P.08)


                    “A contribuição foi teórica. Todo professor deve refletir sobre a prática em
                    sala de aula e o trabalho com ludicidade é uma estratégia bem interessante
                    que prende a atenção envolvendo os alunos de maneira descontraída sem
                    cobranças duras”. (P.09)




       Na fala de P.01 e P08 é ressaltado a contribuição que tiveram na prática, e
é feito uma análise sobre esse conhecimento para á prática docente, falando sobre
as contribuições nas aulas. ”Contribuiu para as aulas ficarem mais interessantes e
prazerosas, facilitando a aprendizagem dos alunos”(P.01). “Portanto o lúdico torna-
se um conhecimento necessário para abordar objetivos em todas as disciplinas”
(p.08). P.07 também faz uma análise sobre a contribuição para a prática educativa,
”facilita a integração dos conteúdos e oferece oportunidade para o exercício da
liberdade, o aluno aprende brincando, facilitando assim a aprendizagem e tornando
a mesma consistente e duradoura”. Santos (1997), ressalta “quanto mais vivências
lúdicas forem proporcionadas nos currículos acadêmicos, mais preparado o
educador estará para trabalhar com a criança”(p.21).
44




               P.06 Faz uma análise: “Educar exige alegria e esperança como também
    pesquisa e reflexão crítica da prática” assim argumentou nosso Mestre Paulo Freire.
    Na minha concepção o espaço- tempo da educação deveria ser recheado de
    encantamento, alegria e liberdade de expressão (...).


              Nas respostas de P.02 e P.03 afirma-se que foi através do curso de
    formação acadêmica que “tiveram mais conhecimento na área”. P.04, P.05 e P.10
    dizem que “não tiveram essa formação”.

              Diante de todo esse contexto apresentado sobre ludicidade, sua importância
    e o papel que exerce na formação da criança, percebendo a relevância de ludicidade
    no processo de formação docente, entendemos que todo educador deveria ter a
    oportunidade de estudar e adquirir conhecimento nesta área durante o processo de
    formação acadêmica. Santos (1997) discute com propriedade sobre a temática e ao
    adentrar nas questões referentes a formação docente ressalta, “ Uma das formas de
    repensar os cursos de formação é introduzir na base da sua estrutura curricular
    como pilar a formação lúdica”(p.13)


    4.2.3 Buscando aprimoramento através da formação continuada


              Através das respostas obtidas no questionário aberto podemos constatar
    que 30% das docentes não tiveram um estudo na área de ludicidade em sua
    formação. Sabemos que a formação do educador não se resume ao curso de
    formação inicial, mas é uma busca constante por conhecimentos que aprimorem a
    sua prática através dos cursos de formação continuada. Nesta linha de pensamento
    buscamos saber das educadoras, quais outras contribuições de ludicidade elas
    tiveram (cursos, oficinas, seminários) na área de ludicidade, no decorrer do processo
    de formação docente.


                                  “Em     oficinas durante   jornadas    pedagógicas   e    no    curso
                                                    1
                                  PROLETRAMENTO , tive a oportunidade de aprimorar como, por exemplo,
                                  trabalhar com jogos, músicas, dinâmicas e muitas outras brincadeiras”.
                                  (P.02)
                                                            2
                                  “Brinquedoteca – UNOPAR ”. (P.06)

                                  “Oficinas: confecção de jogos, brinquedos, brincadeiras, também músicas e
                                  danças”. (P.08)

_______________________________________
1
Curso de capacitação de professores voltado para alfabetização/Letramento.
2
A docente refere-se a um curso, do qual participou da Universidade Norte do Paraná.
45




       Em relação a oportunidade de participar de cursos, palestras, seminários na
área de ludicidade, através das respostas, vimos que P.01, P.03 .e P.09 já
participaram somente de palestras, P.04, P.05 e P.10, já tiveram a oportunidade de
participar de oficinas. É importante que os educadores estejam buscando ampliar
seus conhecimentos para aprimorar o desenvolvimento da prática educativa.


       Santos (1997), reforça este pensamento afirmando, “quanto mais o adulto
vivenciar sua ludicidade maior será a chance de este profissional trabalhar com a
criança de forma prazerosa”(p.14) . Portanto, quanto mais conhecimentos e
experiência vivenciadas pelos educadores mais preparados eles se sentirão para
atuarem em sala de aula.


4.2.4 A visão dos educadores em relação ao lúdico no processo de ensino-
aprendizagem


       As discussões até aqui apresentadas, enfocaram a relevância da ludicidade
na formação docente, em cursos de formação continuada. Diante disso, buscamos
perceber a visão das docentes em relação ao lúdico no processo de ensino-
aprendizagem:



                    “De suma importância para a atuação da prática docente, é essencial para
                    os educandos no que diz respeito ao seu desenvolvimento cognitivo e
                    motor”. (P.01)


                    “Como qualquer outra disciplina as atividades relacionadas ao lúdico devem
                    ser inseridas em projetos pedagógicos e planejamentos, pois desperta na
                    criança o gosto e o interesse para aprender com o mundo das descobertas”.
                    (P.02)

                    “O lúdico não pode deixar de existir no processo de ensino-aprendizagem
                    uma vez que é uma importante fonte de motivação”. (P.05)


                    “O lúdico é de extrema importância na vida da criança, é preciso que os
                    profissionais nesta área tenham acesso ao conhecimento para repassarem
                    sua prática e assim estejam conscientes da importância do lúdico na vida de
                    seu aluno”. (P.06)

                    “Favorável. O lúdico é responsável pelo desenvolvimento físico, moral e
                    cognitivo da criança. Por isso deve ser trabalhado de forma bastante
                    significativa”. (P.08)
46




                       “Vejo como algo imprescindível no trabalho de sala de aula. Os jogos e
                       brincadeiras é uma forma de atrair a atenção e o interesse pelo conteúdo
                       trabalhado”. (P.09)



        Existe uma coerência de pensamentos na fala de P.01 e P.08, sobre a visão
em relação ao lúdico no processo de aprendizagem, destacam um dos aspectos
mais importantes que a ludicidade possibilita na vida da criança: o desenvolvimento
físico, moral, cognitivo e motor, concordando com afirmação de Santos (1997) “O
desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento
pessoal, social e cultural “(p.12).


        Na fala dos sujeitos P.02, P.05 e P.09 também são enfatizados aspectos
importantes como o gosto, o interesse e o despertar à atenção dos alunos para a
aprendizagem, percebendo as atividades lúdicas como uma fonte de motivação.
P.03 e P.04 destacam o “brincar”, percebendo as atividades lúdicas como um meio
que possibilita aprendizagem através do brincar. Maluf (2003), reforça esta visão em
relação ao brincar, “a busca do saber torna-se prazerosa quando a criança aprende
brincando.”(p.09)


       P.07 e P.10 vêem o lúdico como algo que auxilia na aprendizagem, que
ajuda o professor na sua prática docente. Nas falas de P.01 [ludicidade é] “De suma
importância para atuação da prática docente” e P.06”O lúdico é de extrema
importância na vida da criança”, notamos que a visão das docentes em relação ao
lúdico no processo de ensino aprendizagem é de algo imprescindível para a prática
docente.


4.2.5 Uma análise sobre a ludicidade no processo de formação docente


        Diante da explanação apresentada, das argumentações sobre a temática da
pesquisa, para finalizar buscamos saber qual a análise das educadoras sobre a
ludicidade   no     processo   de     formação    docente    do    educador     (importância,
contribuições...) para o desenvolvimento da prática docente em sala de aula.
47



                     “É importante que o educador amplie seus conhecimentos e valorizem a
                     ludicidade, pois a mesma só tem a contribuir no processo de formação dos
                     educandos como: respeitar regras, interagir com os colegas, dividir
                     atividades, cumprir com combinados, divertir-se durante as aulas, descobrir
                     novas sensações e acima de tudo entender os conteúdos propostos pelo
                     sistema de uma maneira mais simples, porém eficaz”. (P.01)


                     “O educador deve buscar formação na ludicidade, principalmente o
                     professor de séries iniciais, pois deve estar bem preparado e atuar com
                     segurança em sua prática pedagógica. Como qualquer conteúdo o lúdico
                     deve ser levado a sério”. (P.02)


                     “É de grande importância tanto pelo fato de participar de momentos alegres
                     e prazerosos no trabalho coletivo, como para aprimorar e adquirir mais
                     conhecimentos para trabalhar em sala de aula”. (P.08)


                     “Sendo o lúdico um trabalho bem divertido, tanto alunos como professores,
                     irão desenvolver um trabalho mais significativo. Os educadores deveriam ter
                     a oportunidade de participar mais de oficinas e cursos e dispor de materiais
                     para realizar um trabalho com maior diversidade”. (P.09)




       Em sua análise sobre a ludicidade no processo de formação docente e suas
contribuições para prática educativa, P.01 diz: “É importante que o educador amplie
seus conhecimentos e valorize a ludicidade”, P02 reforça a fala de P01, enfatizando,
“O educador deve buscar formação na ludicidade, principalmente o professor de
séries iniciais”(P.02). Através da fala das professoras podemos perceber o valor que
elas atribuem a ludicidade na formação docente.


       Segundo Maluf (2003):



                     A formação de um profissional nesta área precisa ser melhor embasada,
                     com conhecimentos que vivenciem experiências lúdicas, que atuem como
                     estímulos para aplicar seus poderes de habilidades, que desabrochem
                     naturalmente em uma variedade de maneira de explorar a si próprio e o
                     ambiente que se encontra (p.11)



      Nas falas de P.04 e P.07, a ludicidade no processo de formação docente, é
considerada “importante”, pois percebem que ela contribui na aprendizagem “pois
motiva e desperta o interesse do aluno para aprender”. P.05 e P.10 em sua análise
48




referem-se a ludicidade no processo de formação como um “suporte rico, motivador”,
e “facilitador no processo de ensino-aprendizagem”.


      Na fala de P.03 e P.08 ressaltam-se as contribuições para a prática.


                    ”Muito importante, pois hoje posso estar adaptando à realidade dos alunos e
                   trabalhando todo conhecimento que tive, junto com eles através da
                   prática”.(P. 03)

                    “É de grande importância tanto pelo fato de participar de momentos alegres e
                   prazerosos no trabalho coletivo como para aprimorar e adquirir mais
                   conhecimento para o trabalho em sala de aula”.(P. 08)



        Na análise feita pelos sujeitos P.03 e P.08 sobre a ludicidade no processo de
formação docente é enfatizado a importância dos conhecimentos adquiridos e das
experiências vivenciadas durante esse processo reconhecendo o valor das
atividades lúdicas para a atuação em sala de aula, na qual o educador pode estar
colocando em prática os conhecimentos teóricos.


        É relevante destacar a fala de P.09 “Os professores deveriam ter a
oportunidade de participar mais de oficinas e cursos e dispor de materiais para
realizar um trabalho com maior diversidade”. O educador deve estar constantemente
buscando atualizar seus conhecimentos, é importante que seja oportunizado e
oferecido aos educadores cursos de capacitação, formação continuada na qual
possam estar ampliando seu saber pedagógico, adquirindo conhecimentos que
sejam inerentes à formação humana, com valores que perpassam o convívio social.
Segundo Santos (1997). “A grande maioria das instituições educacionais ainda é
pautada numa prática que considera a idéia do conhecimento-repetição sob uma
ótica comportamentalista” (p.11). A formação lúdica se assenta em pressupostos
que valorizam a criatividade, o desenvolvimento da criança nos aspectos físico,
cognitivo, social, afetivo e na construção do conhecimento.


        Para Santos (1997), “A formação do educador, a nosso ver, ganharia em
qualidade se, em sua sustentação, estivessem presentes os três pilares: a formação
teórica, a formação pedagógica, e como inovação a formação lúdica”, (p.14). Esta
49




pesquisa norteou-se na perspectiva de estar contribuindo para uma reflexão sobre
essa temática. Assim, tem a pretensão de despertar um novo olhar sobre o lúdico no
processo de aprendizagem no contexto escolar.
50




                          5. CONSIDERAÇÕES FINAIS




        A ludicidade usada no processo educativo como instrumento pedagógico,
exerce um papel importante, que vai além do simples brincar, seus objetivos buscam
a dimensão da experiência vivenciada pelo ser humano que se expressa no
individual, no coletivo, no interior e exterior de cada indivíduo, oportunizando o
desenvolvimento do potencial criador do aluno, a construção de conhecimentos, da
personalidade e auxiliando no desenvolvimento da criança em vários aspectos
como: cognitivo, afetivo emocional, sensório-motor, físico e nas interações sociais.


        A abordagem desta temática nos remete a discussões referentes à infância,
por serem as atividades lúdicas a essência da infância. No entanto percebemos que
nos diferentes contextos sociais e culturais de variadas épocas existia uma visão
diferenciada de infância, antigamente ela não tinha uma existência social. Os jogos,
os brinquedos, as brincadeiras que se apresentam como atividades de caráter lúdico
também não tinham a conotação que se tem hoje, eram vistos apenas como
diversão. Hoje, o papel das atividades lúdicas na vida da criança é reconhecido com
o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas que percebem a importância do
brincar na infância.


        Os estudos realizados mostraram o valor do brincar na vida da criança,
permitindo perceber que através do brincar a criança pode construir conhecimentos,
desenvolver-se e interagir no convívio social por meio de atividades lúdicas
realizadas no ambiente escolar. O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas
contribui para o aprendizado da criança, mas possibilita ao educador tornar as aulas
dinâmicas e prazerosas.


        Diante das considerações e explanações referentes à ludicidade no
desenvolvimento da criança, é fundamental que nas séries iniciais as atividades
lúdicas estejam presentes no processo de aprendizagem. É importante que o
educador perceba que o lúdico, enquanto recurso pedagógico, deve ser visto de
forma significativa criando um ambiente alfabetizador, pois, os brinquedos, os jogos
51




educativos constituem-se como instrumentos pedagógicos que contribuem para
potencializar a construção e aquisição de conhecimentos.


        À instituição escolar, portanto, junto aos educadores, deve assegurar o
tempo e o espaço para que o trabalho lúdico seja vivenciado em sala de aula,
criando mecanismos que envolvam e desperte o interesse da criança, percebendo
que as atividades lúdicas interagem de forma positiva, sem impor uma
aprendizagem mecânica, mas contribuem para criar uma base sólida para a
construção de conhecimentos.


        O professor exerce um papel importante neste processo apresentando-se
como mediador, agente facilitador, que interage na prática educativa. Diante do
contexto apresentado, é imprescindível por parte do educador a busca por aquisição
de conhecimentos na área de ludicidade, para que ele possa desenvolver a sua
prática pedagógica viabilizando uma aprendizagem que envolva valores inerentes à
formação do educando, oportunizando a criança desenvolver-se e interagir no
convívio social.


        Mediante a pesquisa realizada podemos perceber através das análises feita
pelas docentes, o conceito que elas têm sobre ludicidade. A análise sobre os
conhecimentos adquiridos na formação acadêmica para o desenvolvimento na
prática de sala de aula. A visão em relação às atividades lúdicas no processo de
ensino-aprendizagem. E uma análise sobre a ludicidade no processo de formação
docente.


        As   docentes   conceituam    ludicidade   como    instrumento   pedagógico
indispensável nas séries iniciais, que não pode faltar no processo educativo, no qual
o professor pode utilizar jogos, brinquedos, brincadeiras, tornando as aulas
dinâmicas e prazerosas. Considerando os conhecimentos da teoria e da prática
adquiridos na formação acadêmica, como relevantes para o desenvolvimento da
prática pedagógica.


        Em relação às atividades lúdicas no processo de ensino aprendizagem as
docentes ressaltam que são imprescindíveis no trabalho de sala de aula, consideram
52




essencial para o desenvolvimento da criança em vários aspectos como motor,
afetivo, moral e cognitivo, ressaltando que é tão importante como qualquer
disciplina, e, portanto, deveriam ser incluídas em projetos pedagógicos e
planejamentos.


       Na análise feita pelas educadoras sobre ludicidade no processo de formação
docente, é enfatizado a importância do educador estar buscando ampliar e aprimorar
seus conhecimentos, destacando que o professor deve buscar formação na
ludicidade, principalmente o professor de séries iniciais, para que possa desenvolver
melhor a sua prática, ressaltando as contribuições para o desenvolvimento do
educando, referindo-se a ludicidade como um suporte rico, motivador e facilitador do
processo de ensino-aprendizagem.


       Esta pesquisa é relevante, pois foram aqui apresentadas discussões que
podem estar contribuindo para que possamos dimensionar um novo olhar sobre a
ludicidade no processo de aprendizagem e consequentemente na formação
docente, visando uma aprendizagem que envolva valores inerentes à formação do
educando.
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  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE SENHOR DO BONFIM 2010
  • 2. 2 ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE Monografia apresentada como requisito para Conclusão do Curso de Pedagogia: Docência e Gestão de Processos Educativos da Universidade do Estado da Bahia. UNEB, Departamento de Educação Campus VII. Orientador Profº Pascoal Eron Santos de Souza Senhor do Bonfim - Bahia 2010
  • 3. 3 ELIZANGELA BRASILEIRO DE DEUS CONTRIBUIÇÕES DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE APROVADA _________ DE _____________________ DE 2010 ORIENTADOR: ___________________________________________________ PROFESSOR PASCOAL ERON SANTOS DE SOUZA AVALIADOR ( A ): _________________________________________ AVALIADOR ( A ): __________________________________________
  • 4. 4 À Deus, Autor da minha vida À meus pais pela educação, pelo cuidado e amor. À meus irmãos: Erizan, Manoel, Hugo, Eleilma (AMIGA), pelo apoio, incentivo e principalmente pelo carinho. À minha irmã Eliane (in memória), eternamente amada! À minhas sobrinhas, Julliane e Geysa “minhas monitoras”, pela torcida.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS À Deus, Autor da minha vida, pela saúde, pela força, pela sua proteção e por esta oportunidade. À minha mãe, minha AMIGA, muito amada, companheira de todas as horas, que esteve presente durante toda essa caminhada, que está presente em todos os momentos da minha vida, pelas suas orações, pelo seu carinho e pelo seu amor! À minha sobrinha Julliane, pelo companheirismo, por ouvir as minhas inquietações com os trabalhos acadêmicos, por estar sempre ao meu lado me incentivando. À Universidade do Estado da Bahia- UNEB Departamento de Educação CAMPUS VII. Aos professores do Curso de Pedagogia: Ana Maria, Beatriz Barros, Claudia Maísa,, Elizabete Barbosa, Elizabete Gonçalves, Helder Amorim, Jader Rocha, Joanita Moura, Lílian Teixeira, Maria da Conceição Curaçá, Ozelito Souza Cruz, Ricardo Amorim, Rita Braz, Rita Carneiro, Romilson do Carmo, Sandra Fabiana, Simone Wanderley, Suzzana Alice, Zozina. Em especial ao meu orientador, Professor Pascoal Eron pela sua competência, compromisso, profissionalismo e pela oportunidade de compartilhar o seu saber. Aos colegas da turma de Pedagogia 2006.1, pelos trabalhos realizados juntos, pelo aprendizado e pelas amizades. Aos colegas de trabalho, que me acompanharam durante este período pela colaboração.
  • 6. 6 RESUMO O presente trabalho monográfico discute sobre as contribuições da ludicidade no processo de formação docente, na perspectiva dos (as) professores (as) das séries iniciais do ensino fundamental, com a finalidade de refletir sobre a importância do lúdico no desenvolvimento da criança, em seus aspectos cognitivo, afetivo, físico e social. Entendendo que o professor é agente importante no processo educativo, acreditamos ser pertinente articular discussões referentes à formação docente. Inicialmente apresentamos uma abordagem significativa em relação ao nosso objeto de estudo, contextualizando a temática. Em seguida fundamentamos com embasamento teórico em autores que nos deram respaldo para discussão de alguns conceitos chave. A metodologia deste trabalho norteou-se mediante pesquisa qualitativa, na qual utilizamos alguns instrumentos para coleta de dados como questionário fechado e questionário aberto. Os resultados obtidos mostraram a visão dos educadores sobre as contribuições da ludicidade no processo de formação docente. CONCEITOS–CHAVE: Ludicidade, Formação Docente, Professor.
  • 7. 7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 - Gênero ............................................................................................... 35 FIGURA 02 - Faixa etária .........................................................................................35 FIGURA 03 - Nível de escolaridade ........................................................................36 FIGURA 04 - Área de formação ..............................................................................36 FIGURA 05 - Jornada de trabalho / Carga horária ................................................37 FIGURA 06 - Tempo de atuação na área docente ................................................38 FIGURA 07 - Formação continuada .......................................................................38 FIGURA 08 - Ludicidade no curso de formação acadêmica ...............................39 FIGURA 09 - Curso de capacitação na área de ludicidade .................................40
  • 8. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................................... 10 CAPITULO I 1.LUDICIDADE/CONTEXTUALIZANDO.............................................................. 12 1.1 Importância da Ludicidade no desenvolvimento da criança.................... 12 1.2 Contribuições da Ludicidade no Processo de Formação Docente.......... 13 CAPÍTULO II 2. DISCUTINDO OS CONCEITOS CHAVE.......................................................... 19 2.1 Ludicidade..................................................................................................... 19 2.2 Formação Docente........................................................................................ 24 2.3 Professor........................................................................................................ 28 CAPÍTULO III 3. CAMINHOS METODOLÓGICOS..................................................................... 30 3.1 Tipo de Pesquisa.......................................................................................... 30 3.2 Lócus de Pesquisa........................................................................................ 31 3.3 Sujeito da Pesquisa....................................................................................... 31 3. 4 Instrumentos e Coletas de Dados............................................................... 32 3.4.1 Questionário Fechado....................................................................... 32 3.4.2 Questionário Aberto.......................................................................... 32 CAPÍTULO IV 4- ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA ................................................... 34 4.1 Análise dos Questionários Fechados................................................... 34 4.1.1 Gênero dos sujeitos............................................................................. 34 4.1.2 Faixa etária............................................................................................ 35 4.1.3 Nível de escolaridade.......................................................................... 35 4.1.4 Área de formação................................................................................. 36 4.1.5 Jornada de trabalho / Carga horária................................................... 37
  • 9. 9 4.1.6 Tempo de atuação na área docente.................................................. 37 4.1.7 Formação continuada / Cursos de capacitação............................... 38 4.1.8 Ludicidade no Curso de formação acadêmica ................................. 39 4.1.9 Cursos de capacitação na área de ludicidade .................................. 40 4.2 Analisando as falas dos sujeitos........................................................ 40 4.2.1 Conceituando Ludicidade ................................................................... 40 4.2.2 Ludicidade na formação acadêmica ................................................. 42 4.2.3 Buscando aprimoramento através da formação continuada ......... 44 4.2.4 A visão dos educadores em relação ao lúdico o processo de ensino-aprendizagem ......................................................................... 45 4.2.5 Uma análise dos educadores sobre a ludicidade no processo de formação docente ........................................................................................ 46 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 50 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 53 APÊNDICES......................................................................................................... 56
  • 10. 10 INTRODUÇÃO No decorrer do processo de formação acadêmica no curso de Pedagogia tivemos a oportunidade de estudar sobre várias temáticas na área da educação e que perpassam o contexto social, através de discussões, questionamentos, articulação de idéias e embasamento teórico através das aulas e constantes pesquisas para realização de trabalhos acadêmicos. Por exercer a ação docente e ter a oportunidade de estar em sala de aula percebendo as questões que permeiam o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, buscamos pesquisar sobre ludicidade já em alguns projetos anteriores, na perspectiva de um estudo mais aprofundado nesta área. O presente trabalho monográfico apresenta-se com a finalidade de refletir sobre a ludicidade no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento da criança no contexto escolar, entendendo que o educador é agente importante no processo educativo, buscamos desenvolver este trabalho tendo como nosso objeto de estudo as contribuições da ludicidade no processo de formação docente na perspectiva dos professores das séries iniciais do ensino fundamental. Inicialmente, no Capítulo I apresentamos considerações sobre o nosso objeto de estudo, contextualizando sobre a importância da ludicidade no desenvolvimento da criança e as contribuições da ludicidade no processo de formação docente. No Capítulo II, fundamentamos explanando sobre alguns conceitos chave com embasamento teórico em autores que nos deram respaldo para discussão dentre eles: Almeida (2003), Candau (1997), Ferreiro (2001), Kishimoto (2009), Libâneo (1985), Maluf (2003), Nascimento (1997), Piaget (1988), Pimenta (2006), Reis (2003), Santos (1997), Saviani (2006), Vigotsky (1994), entre outros. No Capítulo III, a metodologia mostrando os caminhos que nortearam esta pesquisa, ressaltando que este trabalho realizou-se mediante constantes pesquisas
  • 11. 11 e estudos sobre à temática e a utilização de instrumentos como o questionário fechado e o questionário aberto para coleta de dados No Capítulo IV, apresentamos o resultado desta pesquisa obtido mediante a aplicação de questionário com os nossos sujeitos de pesquisa, mostrando a relação dos sujeitos com o nosso objeto de estudo. Por fim, as Considerações finais sobre este trabalho, mostrando o resultado da pesquisa.
  • 12. 12 CAPÍTULO I 1. LUDICIDADE / CONTEXTUALIZANDO 1.1 Importância da Ludicidade no desenvolvimento da criança No contexto escolar, diante das constantes transformações que o mundo vem passando nas diversas áreas que o homem vive, é necessário um novo olhar em relação ao processo de ensino-aprendizagem, possibilitando uma aprendizagem que envolva outros saberes inerentes à formação humana, desenvolvendo uma prática educativa pautada em valores que perpassam o convívio sócio cultural do individuo, como a ludicidade, a criatividade e a sensibilidade. Tais saberes já não podem mais ser vistos como algo que a escola não deva se preocupar ou valorizar, pois os mesmos são considerados como impulsionadores da auto-realização e exercem papel importante na construção da personalidade da criança. Nos primeiros anos de vida da criança, ocorrem mudanças importantíssimas em relação a tudo o que se refere à capacidade de movimento dos seres humanos. A criança passa de uma situação de total dependência das pessoas que cuidam a uma completa autonomia, do movimento descoordenado e incontrolado ao controle quase que total dos seus movimentos. Segundo Oliveira (2001) nos falta assumir em teoria e na prática a construção de concepções claras, de um ideário que expresse a essência pedagógica, formativa, singular para o momento de vida no qual se encontra a criança. Segundo Almeida (2003), “O ato educativo não é uma ação inconsciente, espontânea, mas um ato consciente, histórico e planejado” (p.44) Por isso é fundamental que antes de concretizá-lo, definam-se metas, prioridades, considerando para isso o tipo de individuo que se deseja formar, o tipo de conhecimento e valores que se deseja transmitir estabelecendo os meios necessários para concretização desse processo.
  • 13. 13 1.2 Contribuições da Ludicidade no Processo de Formação Docente Entender a educação como um processo historicamente produzido e o papel do educador como agente desse processo, implica repensar a formação docente. Santos (1997), ao adentrar nas questões referentes à docência enfatiza que uma das formas de repensar os cursos de formação, é introduzir na base de sua estrutura curricular um novo pilar, além dos cursos teóricos, da prática, destaca a formação lúdica. Percebendo assim, que a ludicidade tem sido enfocada como uma alternativa para a formação do ser humano. A ludicidade, portanto, implica na formação do professor por estar ligada diretamente com o lado humano, ontológico, permitindo a ele um estado de inteireza e de estar pleno naquilo que faz. Sendo assim, é possível notar a importância da ludicidade no processo de formação docente. Santos (1997) ainda ressalta que ”a formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto “(p.14). Em relação à expressão lúdica, entende-se que esta, não é manifestação pura da criança, uma vez que é impregnada da cultura existente, considera-se que a ludicidade, para além da finalidade de propiciar a inserção dos códigos de linguagem artística e ainda que tenha como objetivo moldar o gosto dos alunos, deve-se ter também como intenção, o prazer e momentos que valorizem a liberdade de expressão e a espontaneidade. Almeida (2003), destaca o papel da ludicidade na formação da criança: A educação lúdica além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática, enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. Sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação com o meio (p.57).
  • 14. 14 Assim, o termo lúdico denota prazer, ausência de tensão e de conflito. Lúdico também se liga à criatividade, à arte, à poesia, à construção e desconstrução da realidade, envolve um espaço-tempo pautado na imaginação, inventividade, fantasia e desejo. A Instituição escolar, portanto, deve estar atenta ao seu papel e responsabilidade junto ao educador no intuito de viabilizar um processo educativo que garanta e oportunize à criança desenvolver-se no seu aspecto físico, emocional, cognitivo. É importante que desde a pré-escola sejam oferecidas às crianças atividades onde elas tenham a oportunidade de estar em contato com a ludicidade. Segundo Piaget (1988), A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa. Quando as crianças participam de atividades lúdicas, manifestam-se nelas novas buscas de conhecimento e seu aprendizado será muito prazeroso. Maluf (2003); ressalta a importância do professor neste processo: É necessário apontar o papel do professor na garantia e enriquecimento da brincadeira como atividade social do universo infantil. As atividades lúdicas precisam ocupar um lugar especial na educação. Entendendo que o professor é figura essencial para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo materiais adequados e participando de momentos lúdicos (p.31) A educadora Ferreiro (2001), já apontava para a importância de se oferecer à criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como integrante do meio em que está inserida. Para Almeida (2003), não basta ter um ambiente profícuo para esse trabalho, com muita riqueza de materiais; é preciso ter professores, educadores preparados para essa nova concepção de escola. Além de sua formação acadêmica (domínio de conhecimento específico), é fundamental que os professores redescubram seu papel de pesquisadores, buscando conhecimentos novos, por meio de leituras, cursos, entrevistas, palestras, ações que lhes darão embasamento para o novo.
  • 15. 15 A ação docente sem dúvida necessita de constantes reflexões, pois esse fazer pedagógico revela que a formação do educador requer articulações entre os diferentes saberes da formação e os saberes da prática. O docente deve procurar alternativas que aprimorem sua ação, neste aspecto a formação continuada é importante, pois ela oportuniza essa atualização de conhecimentos, meios inovadores para facilitar a ação pedagógica, e permite reflexão sobre a prática educativa. Candau (1997), sobre formação continuada lembra que: A formação continuada não pode ser concebida como meio de acumulação (de cursos, palestras, seminários, de conhecimentos ou técnicas ), mas através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal e profissional em interação mútua (p.64). Diante disso, percebemos a importância sobre a formação docente e continuada do educador não como acúmulo de cursos, mas com o propósito de repensar a sua prática pedagógica. Santos (1997), nas suas discussões sobre ludicidade, salienta que a formação do educador ganharia em qualidade se, em sua sustentação estivessem presentes os três pilares: a formação teórica, a formação pedagógica e como inovação a formação lúdica. A autora citada ainda enfatiza “quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade maior será a chance deste profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa“ (SANTOS, 1997, p.14). É importante que o educador perceba que o papel da ludicidade na prática educativa vai além do simples brincar, seus objetivos buscam a dimensão da experiência vivenciada pelo ser humano que se expressa no individual, no coletivo, no interior e exterior de cada indivíduo. Esse momento lúdico, vivenciado por cada indivíduo é uma experiência única e pessoal que se constitui em um aprendizado. Através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela aprende novos conceitos, adquire novas informações e têm um crescimento
  • 16. 16 saudável. Segundo Santos (1999), “do ponto de vista pedagógico, o brincar tem se revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender. Toda aprendizagem que o brincar proporciona é importantíssima para a formação da criança em todas as etapas de sua vida. Segundo Maluf (2008): As atividades lúdicas são instrumentos pedagógicos altamente importantes, mais do que entretenimento, são um auxilio indispensável para o processo ensino-aprendizagem, que propicia obtenção de informações em perspectivas e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. A ludicidade é uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo ao aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes habilidades (p.42) O brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça as habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento. Portanto ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a percebemos como uma atividade natural, espontânea e necessárias a todas as crianças, tanto que o brincar é um direito da criança reconhecido em declarações, convenções e leis a nível mundial. No Estatuto da criança e do adolescente (BRASIL, 1990), é explicitado o direito ao lazer à diversão e a serviços que respeitem a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. É importante ressaltar que todas as atividades das quais as crianças participam ou pelas quais se interessam, constituem verdadeiros estímulos, que enriquecem os estímulos perceptivos e operatórios, funções estas que combinadas com as estimulações psicomotoras, definem alguns aspectos básicos que são condições para o domínio quer seja da leitura ou da escrita. É nesse processo que entra o professor, que contribui para as práticas educativas e para que estas realmente aconteçam, é necessário que os educadores busquem aprimorar seu conhecimento.
  • 17. 17 A ludicidade usada no processo educativo é um instrumento que oportuniza o desenvolvimento do potencial criador do aluno e reflete sua convivência cultural. Nas atividades lúdicas estão presentes as funções educativas, pois contribuem para ajudar na formação de sua personalidade, implicando portanto, sempre em alguma aprendizagem. Segundo Kishimoto (2009): Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vista a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar, o educador está potencializando as situações de aprendizagem. (p.36) A utilização de recursos lúdicos no processo de aprendizagem possibilita ao educador desenvolver através de jogos e brincadeiras atividades de leitura e escrita, em matemática e em outras áreas. O brinquedo envolve regras que são originadas e representadas pela criança através da ligação com o objeto, por isso que o brinquedo é a riqueza do imaginário infantil. O jogo entra para contribuir, pois ele é uma atividade de caráter lúdico,assim como a brincadeira, os dois são sinônimo de divertimento que pouco se diferenciam, o jogo mantém relações profundas entre as crianças e as fazem aprender, a viver e a crescer conjuntamente nas relações sociais. O lúdico, assim, propicia a facilidade para a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, bem como colaborador para a boa saúde mental, também como facilitador dos processos de socialização, comunicação e expressão, além de construtor do conhecimento, pois à medida que a criança interage com os objetos e com outras pessoas constrói relações e conhecimento sobre o mundo em que vive. Almeida (2003), “ainda afirma que educar ludicamente tem um significado muito profundo e está presente em todos os segmentos da vida” (p.11). Portanto é
  • 18. 18 importante que o professor descubra e trabalhe a dimensão lúdica que existe em sua essência, no seu trajeto cultural de forma que venha aperfeiçoar a sua prática pedagógica. Diante do contexto apresentado sobre a importância das atividades lúdicas na formação da personalidade da criança, no processo de aprendizagem e construção do conhecimento nas relações e interações sociais, enfim, em vários aspectos de seu desenvolvimento, e entendendo que o professor é agente desse processo acreditamos ser pertinente o estudo dessa temática, trazendo a seguinte questão: Quais as contribuições da ludicidade no processo de formação docente na perspectiva dos professores (as) das séries iniciais do Ensino Fundamental? Portanto o nosso estudo tem como objetivo identificar quais as contribuições da ludicidade no processo de formação docente na perspectiva dos professores (as) das séries iniciais do Ensino Fundamental. A construção desta pesquisa é relevante, pois busca um estudo aprofundado sobre a temática aqui abordada, trazendo discussões significativas, no intuito de contribuir para uma reflexão sobre a formação docente repensando a prática pedagógica.
  • 19. 19 CAPÍTULO II 2. DISCUTINDO OS CONCEITOS - CHAVE Neste capítulo faremos uma abordagem teórica do nosso objeto de estudo, explanando sobre alguns conceitos-chave como ludicidade, formação docente, professor, na perspectiva de dimensionarmos um novo olhar, pautado numa aprendizagem que envolva saberes inerentes à formação humana, implicando valores que perpassam o convívio social e cultural da criança. Apresentaremos um estudo mais aprofundado sobre ludicidade, percebendo sua importância no processo de desenvolvimento da criança. Entendendo que o professor é agente desse processo, é relevante as discussões sobre a preparação e formação dos educadores. 2.1 Ludicidade A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca, que se diverte. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo. Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado. Segundo Luckesi (2002) o que caracteriza o lúdico “é a experiência de plenitude que ele possibilita a quem o vivencia em seus atos” (p. 96). A abordagem deste tema nos remete a discussões referentes à infância, por serem as atividades lúdicas a essência da infância. Retomando um pouco a história e a evolução do homem na sociedade, notamos que nos diferentes contextos sociais e culturais de variadas épocas existia uma visão diferenciada de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto. A criança nem sempre foi considerada como é hoje, antigamente ela não tinha existência social era considerada miniatura do adulto, seu valor era relativo, com base na classe social a que pertencia. Nas classes altas era educada para o futuro
  • 20. 20 e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho colaborando na geração da renda familiar. Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu inicio, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos com o objetivo de distração, do recreio. No entanto hoje a visão de infância, dos jogos e brinquedos é totalmente diferente, em um contexto social que apresenta-se com outros valores e conceitos. Kishimoto (2009) referindo-se a infância, ressalta que: Hoje a imagem de infância é enriquecida, também, com o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil (p.21) A instituição escolar, portanto deve estar atenta para a importância do brinquedo, das brincadeiras e a utilização de jogos educativos como instrumentos que podem auxiliar no processo de ensino aprendizagem, sendo que, ao mesmo tempo que possibilita dinamizar as aulas estará contribuindo positivamente para o desenvolvimento da criança no seu aspecto físico, intelectual e suas interações no convívio social. Santos (1997), em suas discussões sobre a temática, afirma: Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade.é aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. E oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida (p.11)
  • 21. 21 A ludicidade exerce um papel importante no processo educativo, pois interage de forma positiva na aprendizagem da criança, sem impor uma aprendizagem sistemática, mecânica, conteudista, mas criando uma base sólida, um alicerce para a construção de conhecimentos e desenvolvimento do indivíduo nas suas interações sociail. “A educação consiste, pois, de uma prática social que envolve o desenvolvimento dos indivíduos no processo de sua relação ativa com o meio natural e social. (LIBÂNEO, 2000, p.114) É importante a utilização de mecanismos que envolvam a criança permitindo uma interação e socialização no seu convívio dentro do contexto escolar. Ferreiro (2001), atenta para esta questão ressaltando que toda educação infantil teria por finalidade provocar uma autêntica participação das crianças em sua própria educação. Desta forma, o educador deve proporcionar momentos prazerosos de aprendizagem, promovendo atividades lúdicas, utilizando recursos pedagógicos como jogos educativos, brincadeiras, visando despertar o interesse e a participação da criança no seu processo de formação e aprendizagem. Kishimoto(2009),apresenta discussões sobre esses recursos na educação Na vida da criança, para além do entretenimento, o jogo ganha espaço através da focalização de suas propriedades formativas consideradas sob perspectivas educacionais e progressistas, que valorizam a participação ativa do educando no seu processo de formação (p.166) Para Maluf (2003): “A busca do saber torna-se prazerosa quando a criança aprende brincando. E é possível através do brincar, formar indivíduos com autonomia motivados por muitos interesses e capazes de aprender rapidamente”. (p. 09). Portanto, é importante que o educador introduza na prática de sala de aula a ludicidade como um meio que contribui para tornar a aprendizagem algo prazeroso, envolvendo uma dimensão de conhecimentos valorosos e significativos. A ludicidade utilizada na prática educativa deve ser vista de forma significativa, criando um ambiente alfabetizador, oportunizando a criança construir
  • 22. 22 conhecimentos através das atividades propostas, viabilizando um processo de interação dentro da sala de aula, no qual a criança possa desenvolver suas funções psicológicas, intelectuais, potencializar a interação social, percebendo-se como um indivíduo sociável. Cabe à instituição escolar junto ao professor promover este momento lúdico no decorrer das aulas, durante o desempenho das atividades, relacionando e interligando os conteúdos pedagógicos propostos pela escola, na perspectiva de desenvolver uma metodologia que envolva os indivíduos no processo de aprendizagem, disponibilizando tempo para proporcionar interações sociais dentro do contexto escolar. “Os conteúdos veiculados durante as brincadeiras infantis, bem como os temas de brincadeiras, as oportunidades para interações sociais e o tempo disponível são todos fatores que dependem basicamente do currículo proposto pela escola “(KISHIMOTO, 2009, p.39). A aprendizagem da criança está relacionada ao seu desenvolvimento, pois a medida em que a criança aprende ela está se desenvolvendo intelectualmente, cognitivamente, desenvolvendo o raciocínio, por isso é importante que o processo de aprendizagem seja realizado dentro de uma proposta que vislumbre o potencial de desenvolvimento infantil. Segundo Vigotsky (1994) “A aprendizagem e o desenvolvimento estão estreitamente relacionadas, sendo que as crianças se inter- relacionam com o meio objetal e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção” (p.103). É importante que o professor utilize objetos concretos para que as crianças possam manipular, recursos pedagógicos educativos para favorecer a aprendizagem. Kishimoto (2009), afirma: Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo contempla várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para o desenvolvimento infantil. (p.36) É importante que o professor realize sua prática docente utilizando recursos que propicie o desempenho da criança, na construção do conhecimento através de materiais pedagógicos educativos que permitam a interação com outras crianças
  • 23. 23 com trabalhos que estimulem sua criatividade. Kishimoto (2009), fala sobre a importância de o professor estar trabalhando com jogos e trabalhos artísticos na escola, para que possa ser produzidos caminhos para a construção de uma pedagogia da criança ajudando-a a elaborar os seus conceitos para organizá-los em seus pensamentos. O desenvolvimento dessas atividades tem uma papel significativo, pois estimulam o interesse, instiga a criança à participar desse momento lúdico, prazeroso, que investe na aquisição de conhecimentos, potencializando a aprendizagem. Maluf (2003) afirma que “quanto mais a criança participa de atividades lúdicas novas buscas de conhecimentos se manifestam, seu aprendizado será sempre mais prazeroso” (p.32). Desta forma é importante que o professor desperte o prazer e a busca pelo conhecimento. Portanto é importante que os educadores percebam o valor, do brincar, na vida da criança, entendendo que os recursos pedagógicos como jogos educativos, trabalhos artísticos, objetos concretos, o brinquedo, a brincadeira são essenciais para potencializar o desempenho na aprendizagem. Pois através do brincar a criança pode construir conhecimentos desenvolvendo habilidades de coordenação motora, relacionar idéias, trabalhando assim o raciocínio lógico, visando tornar o ambiente alfabetizador agradável e prazeroso, no qual a criança sinta-se a vontade para participar e interagir. Santos (1997), também reforça sobre a concepção do brincar: Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceito, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (p.20) É relevante ressaltar o papel do professor nesse processo, pois segundo Almeida (2003) “O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica, está garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo, Nada será feito se ele não
  • 24. 24 tiver um profundo conhecimento e pré disposição para levar isso adiante” (p.63), sendo assim é fundamental a intervenção do professor na realização destas atividades. A ludicidade é essencial na aprendizagem e no desenvolvimento infantil, desta forma, o educador que apresenta-se como facilitador do processo ensino- aprendizagem, dentro da instituição escolar, deve estar preparado para o seu fazer pedagógico, possibilitando dentro desta perspectiva o desenvolvimento da criança, mediante a utilização de atividades lúdicas que contribuam para potencializar o seu aprendizado. O educador, sendo agente importante no processo educativo, deve estar atento a sua função, buscando aprimorar seus conhecimentos, investindo na sua formação, visando o aperfeiçoamento da ação docente através de cursos de capacitação e formação continuada, para que ele possa ter acesso à conhecimentos que sejam pertinentes à sua área de atuação propiciando assim, o desenvolvimento de um trabalho significativo, pautado em uma aprendizagem que seja direcionada ao desenvolvimento do educando, envolvendo valores que perpassam o convívio social e que sejam inerentes à sua formação. 2.2 Formação Docente As discussões sobre formação de professores apresentam-se hoje como tema de destaque em variados cenários. Da parte dos órgãos governamentais, nunca houve tanta ênfase na função dos professores como agentes das mudanças requeridas pela nova ordem mundial. A formação docente emerge com a necessidade de se ter pessoas capacitadas para dar continuidade e desenvolver a prática de ensino dentro da instituição escolar. Conforme Pimenta (2006): Os próprios professores de variadas formas, mostram a premência por ações de formação que dêem conta de atender as reais necessidades da escola, que se apresenta real, multifacetada, carregada de ambigüidade e contradições, a semelhança da sociedade (p.167)
  • 25. 25 Diante das constantes transformações que o mundo vem passando, nas diversas áreas, frente aos avanços tecnológicos, a globalização, é imprescindível a busca por conhecimentos que aprimorem o trabalho docente. A formação de profissionais da educação é essencial para o desenvolvimento da prática educativa e deve fazer parte da carreira do educador. Reis (2003,p.41), salienta que “a formação continuada não pode estar vinculada somente ao acúmulo de conhecimentos”. O educador deve estar atento ao desenvolvimento da ação docente no cotidiano repensando a sua prática. O docente deve buscar alternativas que contribuam para o aprimoramento da ação pedagógica, neste aspecto é importante ressaltar a formação continuada como um elemento indispensável no processo educativo, pois oportuniza ao educador atualizar seus conhecimentos através de cursos, seminários, palestras, não visando apenas o acúmulo de saberes, mas na perspectiva de uma visão reflexiva sobre a prática pedagógica, percebendo que a formação de professores requer articulações entre os diferentes saberes da formação/ teoria e prática/ ação pedagógica. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, promulgada em 1996 traz em seu texto, no Artigo 61, a seguinte definição: Art. 61- A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase de desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I- a associação entre teoria e prática, inclusive mediante a capacitação em serviço; II-aproveitamento da formação e experiência anteriores em instituição de ensino e outras atividades. É importante ressaltar sobre o texto apresentado no Artigo 61 (inciso I) da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) que fala sobre “a associação entre teoria e prática”, esta associação é imprescindível, pois, na instituição escolar, na prática de sala de aula, o educador, através dos conhecimentos teóricos adquiridos no processo de formação, poderá potencializar a ação docente articulando os saberes da teoria e da prática ”É através da prática que o professor
  • 26. 26 realiza, no cotidiano da escola, em contato com alunos concretos, que a sua competência adquire um sentido mais pleno, porque incorpora a realidade situada e datada historicamente” (LELIS, 1989, p.20). Portanto, a formação do professor é importante para o desenvolvimento da ação educativa. É fundamental para atuar na área educacional, o preparo do professor através do processo de formação, pois a aquisição de conhecimentos teóricos são relevantes para o desenvolvimento da prática. Conforme Reis (2003), “a teoria é importante na formação de todo profissional, mas deve ser direcionada para a prática para os problemas reais do dia-a-dia das escolas, favorecendo uma reflexão e intervenção na prática pedagógica” (p.31). Este direcionamento é importante na perspectiva de trabalhar com conhecimentos que perpassam o convívio sócio- cultural do educando. No que se refere à formação do professor para atuar na educação básica a Lei de Diretrizes e Base da Educação no Artigo 62, TÍTULO VI, Dos Profissionais da Educação, fala sobre a formação de docentes para atuar na educação básica, estabelecendo: Art.62 A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. Portanto, faz-se necessário que os educadores tenham esta formação admitida como mínima para atuar nas séries iniciais do ensino fundamental apresentada na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, explicita no Artigo 62 “(...) far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério (...)” A formação docente deve oportunizar ao educador conhecimento e preparação assegurando o desenvolvimento da prática pedagógica, permitindo
  • 27. 27 adquirir habilidades e competências necessárias para o exercício e desempenho da prática educativa, pois, “a formação dos professores deve ser vista como um trabalho de constante reflexão, construção e reconstrução da identidade pessoal e profissional” (REIS, 2003, p.42). É importante esta reflexão por parte do educador visando um ensino de qualidade, pautada em uma aprendizagem que envolva saberes, princípios e valores inerentes à formação do indivíduo. Além da aquisição de conhecimentos teóricos específicos na sua área os curso de formação deve oportunizar ao educador uma visão ampla em relação aos conhecimentos e saberes inerentes ao exercício da ação docente e também ter uma postura de pesquisador, levantando questionamentos, fazendo indagações e reflexões sobre a sua prática pedagógica. Segundo Candau (1997), ”A formação de professores supõe um enfoque multidimensional. Nela o cientifico, o político e o afetivo devem estar intimamente articulados entre si e o pedagógico.” A autora citada ainda refere-se ao domínio do educador em uma área específica, ressaltando que “o domínio consistente de uma área específica, supõe uma adequada compreensão da construção do seu objeto dos diferentes enfoque metodológicos possíveis e suas respectivas bases epistemológicas” (CANDAU, 1997,p.46). Candau (1997), nesta linha de pensamento, ainda enfatiza: A dimensão política em intima relação com a científica, supõe uma perspectiva clara do papel social do conhecimento em questão, do tipo de sociedade e de homem que se quer ajudar a construir, da realidade que se quer compreender, desvelar e transformar. Supõe também uma consciência crítica sobre o papel da ciência da educação e do professor na sociedade em que vivemos. Quanto à dimensão afetiva, afirma que ensinar supõe interação humana, envolvimento emocional, prazer, compromisso (p.46). Desta forma, percebemos os vários aspectos que podem ser articulados no processo de formação docente, os níveis e área de conhecimentos, as dimensões que podem ser abrangidas dentro desta proposta de formação, envolvendo uma diversidade de saberes, em vários aspectos, o político, o científico, o pedagógico, o afetivo.
  • 28. 28 Nascimento (1997), sobre formação de professores, ressalta que: A formação de professores deve ser compreendida como um processo global e precisa assegurar a formação integral da pessoa, do cidadão, do profissional. No entanto é possível verificar que as estratégias de formação, que tem sido utilizado com mais freqüência em nosso país têm estado voltadas, preferencialmente, para a formação do profissional, de uma forma praticamente pautada da formação da pessoa e do cidadão (p.76) Dentro de uma perspectiva de formação de professores para atuar nas séries iniciais vale ressaltar as discussões de Santos (1997), quando a autora menciona além da formação teórica, da prática aponta a formação lúdica como uma forma de repensar os cursos de formação docente, ressaltando que ludicidade na formação deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações favorecendo o desempenho da prática pedagógica. 2.3 Professor A instituição escolar, espaço formal da educação, implica à responsabilidade e o compromisso para com a sociedade de desempenhar a prática educativa, pautada em valores que perpassam o convívio social, viabilizando um processo de aprendizagem que possibilite ao individuo desenvolver suas funções intelectuais, morais e a prática social. Segundo Libâneo (2000): A educação consiste, pois, de uma prática social que envolve o desenvolvimento dos indivíduos no processo de sua relação ativa com o meio natural e social, mediante a atividade cognoscitiva necessária para tornar mais produtiva, afetiva, criadora, a atividade humana prática.(p.114) A prática educativa, dentro do contexto escolar realiza-se mediante a transmissão, assimilação e construção de conhecimentos, esta prática, por sua vez requer um mediador, um facilitador do processo de aprendizagem. Segundo Libâneo (1985) “O professor é o elemento mediador entre um aluno ser educável e a
  • 29. 29 sociedade, através do processo de transmissão/assimilação ativa dos conhecimentos.” (p.49). O professor é agente importante no processo educacional, a ele cabe a função de desenvolver a prática de sala de aula. Para Arroyo (2007), “ser professor é muito mais ser profissional da prática do que do discurso“ (p.152), exercendo o papel de facilitador, promovendo no ambiente de sala de aula as interações sociais através de atividades que oportunizem a integração dos indivíduos no processo de aprendizagem permitindo uma aquisição de conhecimentos que auxiliem no desenvolvimento da sua criticidade, interpretação e questionamento de idéias. O papel do professor como agente de valores é uma construção pessoal e original. Estes valores pessoais resultam de um conjunto de fatores que envolvem entre outros, a competência dos docentes para ensinar determinada disciplina, sua maneira de se relacionar com os alunos nas situações de sala de aula e sua postura como pessoa e como profissional (CASTRO, 2001, p.114). Promovendo, assim um espaço de construção de conhecimentos e aquisição de valores. Segundo Moura (2001): O sujeito professor é membro da comunidade e a representa com a incumbência de promover a interação de seus membros de modo que eles possam adquirir códigos culturais que lhes permita executar e partilhar tarefas coordenadas pelo conhecimento comum dos sujeitos (p.144) A “ação docente” e o “sujeito professor” estão fortemente relacionados uma vez, que o professor apresenta-se neste contexto como agente, que interage, que direciona, que cria meios, viabilizando na sala de aula, o processo educativo.
  • 30. 30 CAPÍTULO III 3. CAMINHOS METODOLÓGICOS O pesquisador com o seu olhar de investigador em busca de conhecimentos, informações sobre a temática estudada na perspectiva de obtenção de dados que sejam analisados, buscando uma possível resposta de questionamentos, traça caminhos utilizando-se de alguns instrumentos que permitam desenvolver sua pesquisa de forma investigadora, sem ter a preocupação de buscar evidências que comprovem hipóteses definidas, mas com o intuito de perceber a visão dos sujeitos em relação à problemática, o significado que eles dão ao assunto pesquisado. Utilizamos assim, alguns instrumentos que nos possibilitaram o contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos na pesquisa. 3.1 Tipo de Pesquisa A pesquisa qualitativa, muito usada nas pesquisas educacionais nas últimas décadas, tem como uma das características investigar os significados que os envolvidos dão ao assunto pesquisado. Estes significados são obtidos por meio de palavras e de observações junto ao sujeito de pesquisa, percebendo o contexto no qual está inserido, suas interações no convívio social. Ludke e André (1986), ressaltam que: A pesquisa qualitativa estabelece o contato direto prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação em que está sendo estudada.. O material obtido nessa pesquisa é rico em descrições de pessoas, situações e acontecimentos. (p. 11-12). Sendo todos os dados da pesquisa relevantes, na qual o pesquisador deve ter uma atenção especial ao maior número de elementos presentes nas situações de estudo. Para realizar a pesquisa qualitativa deve-se levar em conta fatos reais,
  • 31. 31 fundamentados em questões metodológicas com a finalidade de observar e analisar os dados coletado junto aos sujeitos envolvidos na pesquisa. Segundo Lakatos (1991), “pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.” (p.155). Este tipo de pesquisa permite a análise dos resultados numa visão diferenciada que considera a situação contextual dos sujeitos pesquisados, considerando-os seres complexos e uma atitude de pesquisador, que procura desenvolver compreensões sem se apoiar em teoria já constituída. 3.2 Locus da Pesquisa O locus da pesquisa propicia ao pesquisador uma vivência que traz interações entre o pesquisador e o sujeito, oportunizando espaço para investigação, diálogo, para que consiga perceber a realidade existente. O locus foi Colégio Municipal Manoel Ricardo de Almeida, situado no Município de Campo Formoso-BA. Seu espaço físico é composto por 06 salas de aulas, diretoria, secretaria, sala de professores, cantina, pátio para recreação, quadra esportiva. A Instituição atende alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental, funciona nos turnos matutino e vespertino. A referida instituição foi escolhida como lócus por possibilitar o desenvolvimento desta pesquisa., na qual já tivemos a oportunidade de realizar outros trabalhos acadêmicos durante o curso de pedagogia. 3.3 Sujeito da Pesquisa O sujeito de pesquisa é uma fonte de informação para o pesquisador, pois através de suas ações e discursos, é que o pesquisador terá respaldo para poder desenvolver a sua pesquisa. Os sujeitos desta pesquisa foram 10 (dez) professores (as) das séries iniciais do Ensino Fundamental, do Colégio Municipal Manoel Ricardo de Almeida.
  • 32. 32 3.4 Instrumento de Coleta de Dados Para alcançar o objetivo proposto foram utilizados alguns instrumentos, que nos auxiliaram na coleta de dados e obtenção de resultados para o desenvolvimento e análise desta pesquisa. 3.4.1 Questionário fechado O questionário fechado é um instrumento importante para o desenvolvimento da pesquisa qualitativa, ele foi relevante para a realização deste trabalho pois nos permitiu traçar o perfil dos sujeitos envolvidos na pesquisa , obtendo dados como faixa etária , nível de escolaridade dos sujeitos, área de formação, tempo de atuação na área docente , entre outros. Marconi e Lakatos (1996) definem o questionário como: Um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondida sem a presença do investigador. Em geral o pesquisador envia o questionário pelo correio ou por um portador, depois de preenchido o pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p.88) Este instrumento enriquece as informações, pois possibilita uma visão da realidade e contexto dos sujeitos envolvidos na pesquisa. 3.4.2 Questionário aberto O questionário aberto é uma forma de adquirirmos as respostas dos sujeitos investigados, sem influenciá-los, no qual os pesquisados se sentem mais livres para responderem as perguntas. Visto que nos permite uma coleta de dados do problema pesquisado. Através da aplicação do questionário aberto com questões norteadoras sobre a temática mediante a análise de dados podemos perceber a visão dos
  • 33. 33 educadores/sujeitos desta pesquisa em relação ao nosso objeto de estudo, suas perspectiva, suas interações e conhecimentos sobre o assunto abordado, Os dados obtidos através do questionário foram relevantes e significativos para análise e desenvolvimento deste trabalho.
  • 34. 34 CAPÍTULO IV 4. ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA A pesquisa apresentada realizou-se mediante a aplicação de alguns instrumentos que foram relevantes para a obtenção dos dados que serão aqui apresentados. O questionário fechado foi de extrema importância, pois nos possibilitou traçar um perfil dos sujeitos, baseado em dados obtidos através de suas respostas no questionário, favorecendo a configuração do perfil dos sujeitos, destacando aspectos como: faixa etária, nível de escolaridade, formação, tempo de atuação na área docente, entre outros. O questionário aberto constitui-se como instrumento fundamental para a realização desta pesquisa, pois conseguimos perceber a relação dos sujeitos com o nosso objeto de estudo, a sua visão e reflexão sobre as questões que norteiam esta pesquisa. Inicialmente apresentaremos o resultado e o percentual dos dados obtidos no questionário fechado, e por fim analisaremos as informações conseguidas com a aplicação de questionários abertos. 4.1 Análises dos Questionários Fechados 4.1.1 Gênero dos sujeitos Os sujeitos envolvidos na pesquisa, apresentou um percentual em relação ao gênero: 100% são do sexo feminino. Percebe-se que o resultado desta pesquisa revela que na educação, nas séries iniciais do ensino fundamental tem uma presença mais forte de mulheres atuando nesta área.
  • 35. 35 100% Feminino FIGURA 01/ GÊNERO 4.1.2 Faixa etária Os dados obtidos em relação à faixa etária, demonstra uma diversidade em relação a idade das docentes, 10% tem idade entre 20 e 25 anos. 10% entre 26 e 30 anos, 20% entre 31 e 35 anos, 40% entre 36 e 40 anos, 20% entre 41 e 45 anos. 20% 10% 10% Entre 20 e 25 anos Entre 26 e 30 anos 20% Entre 31 e 35 anos Entre 36 e 40 anos Entre 41 e 45 anos 40% FIGURA 02/ FAIXA ETÁRIA 4.1.3 Nível de escolaridade A docência é uma atividade que requer do educador um nível de escolaridade para o exercício de suas atividades pedagógicas. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, promulgada em 1996 traz em seu texto no Artigo 62 referente a formação do educador para atuar nas séries iniciais da educação básica “(...) far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério (...)” Dentre os sujeitos
  • 36. 36 envolvidos nesta pesquisa 70% tem nível superior / graduação e 30% pós graduação. 70% Nivel Superior/Graduação Pós Graduação 30% FIGURA 03 / Nível de escolaridade O percentual aqui apresentado nos permite perceber que as professoras buscam aprimoramento para sua ação docente através da formação acadêmica, pois 70% das educadoras tem nível superior e 30% buscaram ampliar estes conhecimentos dando prosseguimento aos seus estudos através do curso de pós- graduação. Sendo que 10% tem especialização em Língua Portuguesa, 10% Psicopedagogia e 10% em Gestão escolar para coordenação pedagógica. 4.1.4 Área de Formação dos Educadores A formação docente, apresentada nesta pesquisa como conceito chave é um elemento fundamental para a atuação do educador e para aprimoramento do seu fazer pedagógico. Os índices obtidos no questionário fechado revelam que 80% das educadoras tem formação na área de pedagogia, 20% tem formação em área específica (História ). 80% Formação em Pedagogia Formação Area Específica (História) 20% FIGURA 04 / Área de Formação
  • 37. 37 É relevante ressaltar a área de formação das educadoras, pois o percentual da pesquisa nos mostra que 80% tem formação acadêmica na área de pedagogia o que possibilita ao educador sentir se mais preparado e ter um melhor embasamento para atuar nas séries iniciais. 4.1.5 Jornada de trabalho / Carga horária A carga horária de trabalho é um fator importante que pode interferir na qualidade do ensino. Os professores precisam ter um momento para que possam planejar e organizar suas aulas, um tempo disponível para pesquisa, poder atualizar seus conhecimentos através de cursos de capacitação e formação continuada. A pesquisa demonstra que 40% exercem jornada de trabalho com carga horária de 20 horas e 60% no regime de 40 horas semanais. 40% 60% 20 Horas 40 Horas FIGURA 05 Jornada de trabalho / Carga horária 4.1.6 Tempo de atuação na área docente Os dados obtidos revelam que as educadoras atuam na área docente há alguns anos, permitindo uma experiência significativa na docência. 30% estão entre os que tem até 5 anos de trabalho nesta área, 10% entre 6 e 9 anos, 30% entre 10 e 14 anos, 30% mais de 20 anos.
  • 38. 38 30% 30% Até 5 anos Entre 6 e 9 anos Entre 10 e 14 anos Entre 15 e 20 anos 10% Mais de 20 anos 30% FIGURA 06 Tempo de atuação na área docente Os saberes da experiência se fundam no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. São saberes que brotam da experiência e são por ela validados. Incorporam à vivência individual e coletiva sob a forma de habilidades, de saber fazer e de saber ser. É através desses saberes que os professores julgam a formação que adquiriram, a pertinência ou realismo dos planos e das reformas que lhes são propostas e concebem o modelo de excelência profissional. (CANDAU,1997, p.59). 4.1.7 Formação continuada / Cursos de capacitação A formação docente requer constantes reflexões sobre sua prática, implicando por parte do educador uma busca por ampliar e atualizar seus conhecimentos. A formação continuada é essencial para a docência. Os dados obtidos mostram que apenas 10% participa com freqüência, 40% participa um vez por ano, 40% raramente participa e 10% nunca participa de algum tipo de curso de capacitação. 10% 40% Participa com frequencia 10% Participam uma vez por ano Raramente participa 40% Nunca participa FIGURA 07 / Formação continuada/ Cursos de capacitação
  • 39. 39 Nascimento (1997), por formação continuada , compreende: Toda e qualquer atividade de formação do professor que está atuando nos estabelecimentos de ensino , posterior a sua formação inicial, incluindo-se aí os diversos cursos de especialização e extensão oferecidos pelas instituições de ensino superior e todas as atividades de formação propostas pelos diferentes sistemas de ensino. (p.70). Os dados obtidos apresentam um percentual insignificante em relação a oportunidade e participação das educadoras nos cursos de formação continuada. 4.1.8 Ludicidade no curso de formação acadêmica Através das explanações feitas sobre ludicidade, nosso objeto de estudo, na perspectiva de estar buscando um aprofundamento e mais conhecimento na área devido a sua importância na vida da criança e entendendo que o professor é agente importante neste processo, é imprescindível a ludicidade na formação do educador . O percentual apresentado mostra um resultado significativo, 70% das docentes tiveram a oportunidade de estudar sobre ludicidade nos cursos de formação acadêmica, 30% não tiveram essa formação. 30% Estudaram ludicidade na formação acadêmica Não estudaram ludicidade na formação 70% acadêmica FIGURA 08 / Ludicidade nos cursos de formação acadêmica
  • 40. 40 4.1.9 Cursos de capacitação na área de ludicidade Os dados obtidos em relação a participação das professoras em cursos revelam que 50% já participaram de cursos na área de ludicidade e 50% nunca participaram de cursos nesta área. 50% Participaram de curso 50% na área de ludicidade Não participaram de curso na área de ludicidade FIGURA 09 / Curso de capacitação na área de ludicidade É importante que o educador busque aprimorar sua prática pedagógica, participando de cursos, nos quais, possa adquirir conhecimentos inerentes à sua prática de sala de aula, ressaltando que os conhecimentos na área de ludicidade são relevantes, uma vez, que contribuem para o processo de ensino aprendizagem e o desenvolvimento da criança. 4.2 ANALISANDO AS FALAS DOS SUJEITOS A relação dos sujeitos com o objeto de pesquisa Os resultados aqui apresentados foram obtidos através do questionário aberto aplicado aos sujeitos envolvidos nesta pesquisa. Os resultados não são afirmações com caráter de verdade absoluta, mas questões para serem refletidas. 4.2.1 Conceituando ludicidade No decorrer da pesquisa buscamos um estudo mais aprofundado sobre ludicidade e vimos que está relacionada ao lúdico, palavra que se origina do latim e
  • 41. 41 significa brincar, neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos, as brincadeiras. Percebemos a importância das atividades lúdicas na vida da criança, no seu processo de formação e desenvolvimento cognitivo, social, motor e no aspecto físico. Ao abordar sobre ludicidade nos referimos à criança por serem as atividades lúdicas a essência da infância. No contexto escolar enfatizando principalmente nas séries iniciais, na qual a criança está na fase de descobertas, de desenvolvimento, o trabalho com atividades lúdicas são de grande importância, pois exercem um papel fundamental neste processo. Através do questionário aberto utilizamos algumas questões norteadoras relacionadas à temática, e buscamos inicialmente o conceito de ludicidade na perspectiva das docentes das séries iniciais. Para preservar a identidade das docentes utilizaremos um código para identificar sua fala: a letra P seguida do número indo arábico. “Acredito que é mais um instrumento de trabalho. Porque o docente tem a liberdade de utilizar jogos, brincadeiras e materiais concretos em sua prática, com o objetivo de desenvolver o raciocínio e a interpretação dos conteúdos propostos”. (P.01) “Sem dúvida ludicidade é indispensável nas primeiras séries do Ensino Fundamental, è um período em que a criança viaja no mundo da imaginação. Portanto o brincar na escola auxilia na descoberta da aprendizagem”. (P.02) “Que é um processo importante, que não pode faltar na sala de aula, principalmente nas séries iniciais”. (P.05) “Palavra usada para o trabalho feito com jogos e brincadeiras a fim de Incentivar os alunos a terem mais prazer ao aprender”.(P.09) É importante ressaltar sobre a fala de P02 quando enfatiza ”Sem dúvida ludicidade é indispensável nas primeiras séries do ensino fundamental”, podemos perceber que a professora reconhece a importância da ludicidade na prática educativa. P.05 reforça o conceito de P.02, afirmando “que não pode faltar na sala de aula principalmente nas séries iniciais” (P.05). Existe uma ligação na fala de P01 e P.09 quando destacam os jogos, as brincadeiras como um instrumento que pode auxiliar no trabalho de sala de aula. P.04 também conceitua de forma semelhante, “que tem a ver com lúdico, relativo a
  • 42. 42 jogos”. Em relação ao jogo, Kishimoto (2009), afirma: ”O jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral”. A autora citada ainda enfatiza o uso do jogo com fins pedagógicos: “O uso do brinquedo / jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil”. (Kishimoto,2009, p.36) O conceito de P.03 e P.10, refere-se a ludicidade como “algo que torna as aulas alegres, divertidas, prazerosas” e que pode tornar a “aprendizagem agradável”. P07 e P.08 falam de ludicidade como um meio que possibilita a criança a “compreender o mundo de forma alegre e significativa”, tornando “a aprendizagem atraente e eficaz”. Percebe-se que P.06 através de sua fala, “O lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade (...), “facilita a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, social e cultural”, está plenamente de acordo com o que diz Santos, (1997): A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para o estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (p.12). Portanto, a ludicidade exerce um papel importante no desenvolvimento do indivíduo, pois ela interage e auxilia no seu desenvolvimento em vários aspectos, colaborando não apenas para realização de atividades prazerosas, mas sendo direcionada à construção de conhecimentos e dos processos de socialização. 4.2.2 Ludicidade na formação acadêmica Através dos conceitos concernentes à ludicidade, apresentados pelas docentes, é possível perceber que elas reconhecem o papel da ludicidade na prática educativa e no processo de desenvolvimento da criança. Diante da importância das
  • 43. 43 atividades lúdicas na vida da criança, e entendendo que o educador é agente importante nesse processo, levantamos o seguinte questionamento: No processo de formação acadêmica quais as contribuições que você teve na área de ludicidade (embasamento teórico, prática)? Qual a sua análise sobre esses conhecimentos para o desenvolvimento da prática docente? “Apenas na parte prática. A mesma contribui para as aulas ficarem mais interessantes e prazerosas, facilitando a aprendizagem dos alunos”. (P.01) “Embora já enxergasse ludicidade como conteúdo, na pedagogia o processo de formação acadêmica contribuiu para fortalecer a metodologia adquirir mais conhecimento nesta área”.(P.02) “Foi através deste embasamento teórico e prático que tive mais conhecimento na área. Pois as atividades lúdicas descansam e divertem os alunos e tornam as aulas mais descontraídas quando são bem desenvolvidas”. (P.03) “Jogos e brincadeiras resgatando a cultura de forma interessante, pois os mesmos trazem valores culturais, respeito e conhecimento no meio em que vive. Portanto o lúdico torna-se um conhecimento necessário para abordar objetivos em todas as disciplinas”. (P.08) “A contribuição foi teórica. Todo professor deve refletir sobre a prática em sala de aula e o trabalho com ludicidade é uma estratégia bem interessante que prende a atenção envolvendo os alunos de maneira descontraída sem cobranças duras”. (P.09) Na fala de P.01 e P08 é ressaltado a contribuição que tiveram na prática, e é feito uma análise sobre esse conhecimento para á prática docente, falando sobre as contribuições nas aulas. ”Contribuiu para as aulas ficarem mais interessantes e prazerosas, facilitando a aprendizagem dos alunos”(P.01). “Portanto o lúdico torna- se um conhecimento necessário para abordar objetivos em todas as disciplinas” (p.08). P.07 também faz uma análise sobre a contribuição para a prática educativa, ”facilita a integração dos conteúdos e oferece oportunidade para o exercício da liberdade, o aluno aprende brincando, facilitando assim a aprendizagem e tornando a mesma consistente e duradoura”. Santos (1997), ressalta “quanto mais vivências lúdicas forem proporcionadas nos currículos acadêmicos, mais preparado o educador estará para trabalhar com a criança”(p.21).
  • 44. 44 P.06 Faz uma análise: “Educar exige alegria e esperança como também pesquisa e reflexão crítica da prática” assim argumentou nosso Mestre Paulo Freire. Na minha concepção o espaço- tempo da educação deveria ser recheado de encantamento, alegria e liberdade de expressão (...). Nas respostas de P.02 e P.03 afirma-se que foi através do curso de formação acadêmica que “tiveram mais conhecimento na área”. P.04, P.05 e P.10 dizem que “não tiveram essa formação”. Diante de todo esse contexto apresentado sobre ludicidade, sua importância e o papel que exerce na formação da criança, percebendo a relevância de ludicidade no processo de formação docente, entendemos que todo educador deveria ter a oportunidade de estudar e adquirir conhecimento nesta área durante o processo de formação acadêmica. Santos (1997) discute com propriedade sobre a temática e ao adentrar nas questões referentes a formação docente ressalta, “ Uma das formas de repensar os cursos de formação é introduzir na base da sua estrutura curricular como pilar a formação lúdica”(p.13) 4.2.3 Buscando aprimoramento através da formação continuada Através das respostas obtidas no questionário aberto podemos constatar que 30% das docentes não tiveram um estudo na área de ludicidade em sua formação. Sabemos que a formação do educador não se resume ao curso de formação inicial, mas é uma busca constante por conhecimentos que aprimorem a sua prática através dos cursos de formação continuada. Nesta linha de pensamento buscamos saber das educadoras, quais outras contribuições de ludicidade elas tiveram (cursos, oficinas, seminários) na área de ludicidade, no decorrer do processo de formação docente. “Em oficinas durante jornadas pedagógicas e no curso 1 PROLETRAMENTO , tive a oportunidade de aprimorar como, por exemplo, trabalhar com jogos, músicas, dinâmicas e muitas outras brincadeiras”. (P.02) 2 “Brinquedoteca – UNOPAR ”. (P.06) “Oficinas: confecção de jogos, brinquedos, brincadeiras, também músicas e danças”. (P.08) _______________________________________ 1 Curso de capacitação de professores voltado para alfabetização/Letramento. 2 A docente refere-se a um curso, do qual participou da Universidade Norte do Paraná.
  • 45. 45 Em relação a oportunidade de participar de cursos, palestras, seminários na área de ludicidade, através das respostas, vimos que P.01, P.03 .e P.09 já participaram somente de palestras, P.04, P.05 e P.10, já tiveram a oportunidade de participar de oficinas. É importante que os educadores estejam buscando ampliar seus conhecimentos para aprimorar o desenvolvimento da prática educativa. Santos (1997), reforça este pensamento afirmando, “quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa”(p.14) . Portanto, quanto mais conhecimentos e experiência vivenciadas pelos educadores mais preparados eles se sentirão para atuarem em sala de aula. 4.2.4 A visão dos educadores em relação ao lúdico no processo de ensino- aprendizagem As discussões até aqui apresentadas, enfocaram a relevância da ludicidade na formação docente, em cursos de formação continuada. Diante disso, buscamos perceber a visão das docentes em relação ao lúdico no processo de ensino- aprendizagem: “De suma importância para a atuação da prática docente, é essencial para os educandos no que diz respeito ao seu desenvolvimento cognitivo e motor”. (P.01) “Como qualquer outra disciplina as atividades relacionadas ao lúdico devem ser inseridas em projetos pedagógicos e planejamentos, pois desperta na criança o gosto e o interesse para aprender com o mundo das descobertas”. (P.02) “O lúdico não pode deixar de existir no processo de ensino-aprendizagem uma vez que é uma importante fonte de motivação”. (P.05) “O lúdico é de extrema importância na vida da criança, é preciso que os profissionais nesta área tenham acesso ao conhecimento para repassarem sua prática e assim estejam conscientes da importância do lúdico na vida de seu aluno”. (P.06) “Favorável. O lúdico é responsável pelo desenvolvimento físico, moral e cognitivo da criança. Por isso deve ser trabalhado de forma bastante significativa”. (P.08)
  • 46. 46 “Vejo como algo imprescindível no trabalho de sala de aula. Os jogos e brincadeiras é uma forma de atrair a atenção e o interesse pelo conteúdo trabalhado”. (P.09) Existe uma coerência de pensamentos na fala de P.01 e P.08, sobre a visão em relação ao lúdico no processo de aprendizagem, destacam um dos aspectos mais importantes que a ludicidade possibilita na vida da criança: o desenvolvimento físico, moral, cognitivo e motor, concordando com afirmação de Santos (1997) “O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural “(p.12). Na fala dos sujeitos P.02, P.05 e P.09 também são enfatizados aspectos importantes como o gosto, o interesse e o despertar à atenção dos alunos para a aprendizagem, percebendo as atividades lúdicas como uma fonte de motivação. P.03 e P.04 destacam o “brincar”, percebendo as atividades lúdicas como um meio que possibilita aprendizagem através do brincar. Maluf (2003), reforça esta visão em relação ao brincar, “a busca do saber torna-se prazerosa quando a criança aprende brincando.”(p.09) P.07 e P.10 vêem o lúdico como algo que auxilia na aprendizagem, que ajuda o professor na sua prática docente. Nas falas de P.01 [ludicidade é] “De suma importância para atuação da prática docente” e P.06”O lúdico é de extrema importância na vida da criança”, notamos que a visão das docentes em relação ao lúdico no processo de ensino aprendizagem é de algo imprescindível para a prática docente. 4.2.5 Uma análise sobre a ludicidade no processo de formação docente Diante da explanação apresentada, das argumentações sobre a temática da pesquisa, para finalizar buscamos saber qual a análise das educadoras sobre a ludicidade no processo de formação docente do educador (importância, contribuições...) para o desenvolvimento da prática docente em sala de aula.
  • 47. 47 “É importante que o educador amplie seus conhecimentos e valorizem a ludicidade, pois a mesma só tem a contribuir no processo de formação dos educandos como: respeitar regras, interagir com os colegas, dividir atividades, cumprir com combinados, divertir-se durante as aulas, descobrir novas sensações e acima de tudo entender os conteúdos propostos pelo sistema de uma maneira mais simples, porém eficaz”. (P.01) “O educador deve buscar formação na ludicidade, principalmente o professor de séries iniciais, pois deve estar bem preparado e atuar com segurança em sua prática pedagógica. Como qualquer conteúdo o lúdico deve ser levado a sério”. (P.02) “É de grande importância tanto pelo fato de participar de momentos alegres e prazerosos no trabalho coletivo, como para aprimorar e adquirir mais conhecimentos para trabalhar em sala de aula”. (P.08) “Sendo o lúdico um trabalho bem divertido, tanto alunos como professores, irão desenvolver um trabalho mais significativo. Os educadores deveriam ter a oportunidade de participar mais de oficinas e cursos e dispor de materiais para realizar um trabalho com maior diversidade”. (P.09) Em sua análise sobre a ludicidade no processo de formação docente e suas contribuições para prática educativa, P.01 diz: “É importante que o educador amplie seus conhecimentos e valorize a ludicidade”, P02 reforça a fala de P01, enfatizando, “O educador deve buscar formação na ludicidade, principalmente o professor de séries iniciais”(P.02). Através da fala das professoras podemos perceber o valor que elas atribuem a ludicidade na formação docente. Segundo Maluf (2003): A formação de um profissional nesta área precisa ser melhor embasada, com conhecimentos que vivenciem experiências lúdicas, que atuem como estímulos para aplicar seus poderes de habilidades, que desabrochem naturalmente em uma variedade de maneira de explorar a si próprio e o ambiente que se encontra (p.11) Nas falas de P.04 e P.07, a ludicidade no processo de formação docente, é considerada “importante”, pois percebem que ela contribui na aprendizagem “pois motiva e desperta o interesse do aluno para aprender”. P.05 e P.10 em sua análise
  • 48. 48 referem-se a ludicidade no processo de formação como um “suporte rico, motivador”, e “facilitador no processo de ensino-aprendizagem”. Na fala de P.03 e P.08 ressaltam-se as contribuições para a prática. ”Muito importante, pois hoje posso estar adaptando à realidade dos alunos e trabalhando todo conhecimento que tive, junto com eles através da prática”.(P. 03) “É de grande importância tanto pelo fato de participar de momentos alegres e prazerosos no trabalho coletivo como para aprimorar e adquirir mais conhecimento para o trabalho em sala de aula”.(P. 08) Na análise feita pelos sujeitos P.03 e P.08 sobre a ludicidade no processo de formação docente é enfatizado a importância dos conhecimentos adquiridos e das experiências vivenciadas durante esse processo reconhecendo o valor das atividades lúdicas para a atuação em sala de aula, na qual o educador pode estar colocando em prática os conhecimentos teóricos. É relevante destacar a fala de P.09 “Os professores deveriam ter a oportunidade de participar mais de oficinas e cursos e dispor de materiais para realizar um trabalho com maior diversidade”. O educador deve estar constantemente buscando atualizar seus conhecimentos, é importante que seja oportunizado e oferecido aos educadores cursos de capacitação, formação continuada na qual possam estar ampliando seu saber pedagógico, adquirindo conhecimentos que sejam inerentes à formação humana, com valores que perpassam o convívio social. Segundo Santos (1997). “A grande maioria das instituições educacionais ainda é pautada numa prática que considera a idéia do conhecimento-repetição sob uma ótica comportamentalista” (p.11). A formação lúdica se assenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o desenvolvimento da criança nos aspectos físico, cognitivo, social, afetivo e na construção do conhecimento. Para Santos (1997), “A formação do educador, a nosso ver, ganharia em qualidade se, em sua sustentação, estivessem presentes os três pilares: a formação teórica, a formação pedagógica, e como inovação a formação lúdica”, (p.14). Esta
  • 49. 49 pesquisa norteou-se na perspectiva de estar contribuindo para uma reflexão sobre essa temática. Assim, tem a pretensão de despertar um novo olhar sobre o lúdico no processo de aprendizagem no contexto escolar.
  • 50. 50 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A ludicidade usada no processo educativo como instrumento pedagógico, exerce um papel importante, que vai além do simples brincar, seus objetivos buscam a dimensão da experiência vivenciada pelo ser humano que se expressa no individual, no coletivo, no interior e exterior de cada indivíduo, oportunizando o desenvolvimento do potencial criador do aluno, a construção de conhecimentos, da personalidade e auxiliando no desenvolvimento da criança em vários aspectos como: cognitivo, afetivo emocional, sensório-motor, físico e nas interações sociais. A abordagem desta temática nos remete a discussões referentes à infância, por serem as atividades lúdicas a essência da infância. No entanto percebemos que nos diferentes contextos sociais e culturais de variadas épocas existia uma visão diferenciada de infância, antigamente ela não tinha uma existência social. Os jogos, os brinquedos, as brincadeiras que se apresentam como atividades de caráter lúdico também não tinham a conotação que se tem hoje, eram vistos apenas como diversão. Hoje, o papel das atividades lúdicas na vida da criança é reconhecido com o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas que percebem a importância do brincar na infância. Os estudos realizados mostraram o valor do brincar na vida da criança, permitindo perceber que através do brincar a criança pode construir conhecimentos, desenvolver-se e interagir no convívio social por meio de atividades lúdicas realizadas no ambiente escolar. O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para o aprendizado da criança, mas possibilita ao educador tornar as aulas dinâmicas e prazerosas. Diante das considerações e explanações referentes à ludicidade no desenvolvimento da criança, é fundamental que nas séries iniciais as atividades lúdicas estejam presentes no processo de aprendizagem. É importante que o educador perceba que o lúdico, enquanto recurso pedagógico, deve ser visto de forma significativa criando um ambiente alfabetizador, pois, os brinquedos, os jogos
  • 51. 51 educativos constituem-se como instrumentos pedagógicos que contribuem para potencializar a construção e aquisição de conhecimentos. À instituição escolar, portanto, junto aos educadores, deve assegurar o tempo e o espaço para que o trabalho lúdico seja vivenciado em sala de aula, criando mecanismos que envolvam e desperte o interesse da criança, percebendo que as atividades lúdicas interagem de forma positiva, sem impor uma aprendizagem mecânica, mas contribuem para criar uma base sólida para a construção de conhecimentos. O professor exerce um papel importante neste processo apresentando-se como mediador, agente facilitador, que interage na prática educativa. Diante do contexto apresentado, é imprescindível por parte do educador a busca por aquisição de conhecimentos na área de ludicidade, para que ele possa desenvolver a sua prática pedagógica viabilizando uma aprendizagem que envolva valores inerentes à formação do educando, oportunizando a criança desenvolver-se e interagir no convívio social. Mediante a pesquisa realizada podemos perceber através das análises feita pelas docentes, o conceito que elas têm sobre ludicidade. A análise sobre os conhecimentos adquiridos na formação acadêmica para o desenvolvimento na prática de sala de aula. A visão em relação às atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem. E uma análise sobre a ludicidade no processo de formação docente. As docentes conceituam ludicidade como instrumento pedagógico indispensável nas séries iniciais, que não pode faltar no processo educativo, no qual o professor pode utilizar jogos, brinquedos, brincadeiras, tornando as aulas dinâmicas e prazerosas. Considerando os conhecimentos da teoria e da prática adquiridos na formação acadêmica, como relevantes para o desenvolvimento da prática pedagógica. Em relação às atividades lúdicas no processo de ensino aprendizagem as docentes ressaltam que são imprescindíveis no trabalho de sala de aula, consideram
  • 52. 52 essencial para o desenvolvimento da criança em vários aspectos como motor, afetivo, moral e cognitivo, ressaltando que é tão importante como qualquer disciplina, e, portanto, deveriam ser incluídas em projetos pedagógicos e planejamentos. Na análise feita pelas educadoras sobre ludicidade no processo de formação docente, é enfatizado a importância do educador estar buscando ampliar e aprimorar seus conhecimentos, destacando que o professor deve buscar formação na ludicidade, principalmente o professor de séries iniciais, para que possa desenvolver melhor a sua prática, ressaltando as contribuições para o desenvolvimento do educando, referindo-se a ludicidade como um suporte rico, motivador e facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Esta pesquisa é relevante, pois foram aqui apresentadas discussões que podem estar contribuindo para que possamos dimensionar um novo olhar sobre a ludicidade no processo de aprendizagem e consequentemente na formação docente, visando uma aprendizagem que envolva valores inerentes à formação do educando.